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Cuidar e Educar na Educação Infantil

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Aula 3- O Cuidar e o Educar no Cotidiano
Seja bem-vindo(a) à disciplina Prática de Ensino e Estágio Supervisionado em Docência na Educação Infantil! 
Durante essa aula, será ressaltada, mais uma vez, a importância do cuidar e do educar como ações indissociáveis. Você poderá refletir a respeito de alguns aspectos fundamentais que garantem que o cuidar e o educar sejam realizados com qualidade a partir de alguns critérios podendo relacionar  a estrutura de trabalho indicada para os espaços de educação infantil  e a instituição em que está sendo realizado o estágio.
Esse tema não deve ser novidade para a maioria dos educadores de crianças de nosso país, pois ele vem sendo constantemente abordado através de leis e textos acadêmicos. Esse assunto tem sido investigado e discutido por vários pesquisadores da área.
Contudo, vale destacar que, apesar da grande produção de textos a respeito, a prática na maioria das instituições infantis do país ainda encontra-se bastante distanciada do que vem sendo discutido. Aqui serão destacados os seguintes aspectos:
O cuidar e o educar como ações fundamentais e indissociáveis.
O PARECER HOMOLOGADO em 9/12/2009 a respeito do cuidar e educar.
A estrutura do trabalho indicado para os espaços de ed. Infantil.
Ao abordar a educação para crianças na faixa etária de 0 a 5 anos,  o cuidar e o educar devem ser ações desenvolvidas com o mesmo valor, pois é fundamental que o corpo (relacionado ao dormir, comer, banhar, entre outros) e a cabeça (relacionado às atividades pedagógicas) tenham o mesmo nível de importância durante as relações cotidianas entre adultos e crianças.
A separação entre essas duas dimensões talvez seja provocada pela não compreensão dos “sentidos e significados” formulados pelos professores de educação infantil acerca de sua própria formação. A dicotomia cuidado-educação apresenta-se, em geral, como uma dificuldade que está subjacente ao trabalho dos profissionais, isto é, à sua formação inadequada para o trabalho com crianças pequenas, o que inclui a necessidade de revisão das concepções de criança, educação, professor e educação infantil.
O problema da separação entre cuidado e educação é uma decorrência da tentativa de superação do caráter assistencial substituindo-o pelo caráter pedagógico, o que também é amplamente discutido.
O Ministério da Educação, preocupado com essas ações na organização do trabalho pedagógico de instituições de educação infantil, ao publicar os referenciais para o exame nacional de ingresso na carreira docente (documento para consulta pública), deixa registrado que na garantia de bons professores, entre outras ações, faz-se necessário: Reconhecer as funções do “cuidar” e do “brincar” para o desenvolvimento das crianças da educação infantil.
Ainda com relação às diretrizes instituídas pelo governo, vale lembrar o texto do  PARECER HOMOLOGADO em 9/12/2009 a respeito do cuidar e educar:
Educar de modo indissociado do cuidar é dar condições para as crianças explorarem o ambiente de diferentes maneiras (manipulando materiais da natureza ou objetos, observando, nomeando objetos, pessoas ou situações, fazendo perguntas etc.) e construírem sentidos pessoais e significados coletivos,
à medida que vão se constituindo como sujeitos e se apropriando de um modo singular de formas culturais de agir, sentir e pensar. Isso requer do professor ter sensibilidade e delicadeza no trato de cada criança, e assegurar atenção especial conforme as necessidades que identifica nas crianças. P.10 (MEC, 2009)
Contudo, mesmo com a existência de leis oficiais diretamente ligadas a esse tema, é necessário o oferecimento de alguns aspectos fundamentais para a garantia de que o cuidar e o educar sejam realizados com qualidade:
Número adequado de crianças por adultos, dependendo da faixa etária.
Quantidade e acessibilidade de banheiros por turmas de crianças.
Oferecimento de ambientes internos e externos para o desenvolvimento das atividades lúdicas.
Oferecimento da atenção individual do professor.
Oferecimento de atividades lúdicas variadas.
Oferecimento de cuidados com higiene e qualidade dos alimentos.
Conforto no oferecimento do sono.
Oferecimento do período de adaptação durante a entrada da criança na creche.
Um aspecto que merece destaque e que também costuma apresentar dificuldades na execução dessas ações “cuidar e educar” é com relação à vinculação da educação infantil ao sistema de ensino que reforça a visão escolarizada nesta área, pois ainda é comum encontrar muitas práticas pedagógicas voltadas para o ensino de conteúdos.
Alguns educadores costumam associar a educação infantil a uma espécie de preparação da criança para entrar no ensino fundamental. Esse equívoco muitas vezes restringe o planejamento do professor que, ao ficar preocupado em preparar a criança para o momento futuro, acaba desvalorizando suas hipóteses e curiosidades espontâneas.
Com relação a esse aspecto, Fortunati (2009) destaca: 
Na verdade, assumir uma imagem forte, rica e potencial da infância necessita uma correspondente transformação do papel do adulto em uma direção em que sua ação se desenvolve muito mais sobre a organização de contextos estruturantes que sobre a proposta de estímulos diretos no fazer das crianças, muito mais sobre a capacidade de reconhecimento e expansão das diversidades dos estilos de condutas das crianças que sobre a ânsia de conduzi-las para atuações precisas e pré-definidas, atendendo tanto à processualidade da atuação quanto à expressão de uma estratégia evolutiva que o afã de certificar o estágio de desenvolvimento alcançado no âmbito de supostos parâmetros gerais. p.38.  
A educação infantil deve representar para a criança a garantia de uma infância saudável, em espaços de qualidade que atendam às necessidades específicas correspondentes a esse período da vida, sejam elas relacionadas ao corpo ou às estruturas cognitivas, pois estas áreas encontram-se interligadas.
Fortunati (2009) destaca algumas importantes consequências positivas ao planejar a ação educacional, são elas:
Tende a permitir que a atenção se centre no exame completo dos acontecimentos nos quais a criança está envolvida no curso de sua experiência, dando a isso, em seu conjunto, um valor significativo.
Permite evidenciar os processos e as estratégias empregadas individualmente por cada criança, valorizando suas diversidades.
Tem seu próprio fundamento na assunção do contexto em que se desenvolvem as experiências como elemento em permanente relação com essas experiências, no sentido que o campo das possibilidades gera, dentro dos mesmos, vínculos organizativos, ou no sentido que reúne seus traços, modificando-se e situando-se dentro de um contexto histórico no curso de seu desenvolvimento.
Com relação ao planejamento do espaço físico, ele poderá favorecer ou não a construção das estruturas cognitivas e subjetivas das crianças. Ao mesmo tempo, impõe limites ou abre espaço para a imaginação dos adultos que devem criar ambientes ricos e desafiantes.
Pensar detalhes da construção do cotidiano relacionados ao uso do tempo e do espaço é como tecer um objeto de arte em que o autor deverá concentrar-se nos mínimos pontos que, por menores que sejam, serão essenciais na composição do todo.
Vale destacar que, considerando a imensa diversidade geográfica de nosso país, durante a composição de um trabalho de qualidade é fundamental assumir uma perspectiva sociocultural, pois como destacou Santos (2002):
Assumir uma perspectiva sociocultural é, portanto, reconhecer que somos sujeitos de relação, de confronto, de emoção, construindo as histórias e as culturas das quais fazemos parte, na permanente dialética entre produtor e produto. p. 96

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