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Resumo Linguagem

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Resumo Conversação, linguagem e possibilidades
	Característica - Abordagem colaborativa, pois depende de pessoas que se envolvem em um relacionammento colaborativo e conversacional, como um esforço mútuo em direção à possibilidade, tirando a ideia de hierarquia e os significados vão se formando no diálogo.
	Crítica à onisciência da ciência como base de conhecimento oferecendo novas alternativas para o questionamento (caracteristica do pós-modernismo). Traz a proposta de uma reflexão de como são os relacionamentos com as pessoas na terapia, que depende de quem somos como terapeuta, quem são os membros dessa família e as nossas autonarrativas.
	A psicologia adapta o discurso para se encaixar na teoria, e não o contrário. Os discursos que não se encaixam a priori na teoria são descartados. Na realidade a teoria deveria ajudar a pensar sobre um fenômeno e não enquadrá-lo.
O psicoterapeuta deve ouvir a pessoa para criar as possibiliades para formar um pensamento teórico de entender o fenômeno. Ele deve provocar a reflexão do outro, pensar teoricamente sobre aquilo que ele fala.
	Cap 1: Cebolas e pirâmides – O modernismo via o sujeito separado da história e como uma entidade imutável passível de ser observada e quantificada [dada a priori], enquanto a natureza humana é vista como um fenomeno universal duradouro. No pós-modernismo define-se o realismo cientifico como forma de abordar as bases teóricas para entender o cpt humano e o método a ser aplicado. Aψ não pode mais ser vista como uma ciencia de obs. E conhecimento da natureza humana. COMO ISSO OCORREU?
Transformações paradigmáticas: existe um processo típico para a criação de novas ciências, que são: pesquisa pré-paradigmática; ciência normal (concretiza a promessa do paradigma já existente); crise e revolução. A criação de novos conhecimentos são alterações da realidade por meio de processos sociais, por intermédio de práticas discursivas (significados negociados).
Transformação da terapia individual para a familiar: os cientistas descreviam hipoteses exclusivas e parciais para os tratamentos, pois não olhavam o todo. Houve a necessidade de trazer a família para a psicoterapia para trabalhar os casos que não davam certo, como individuos perturbados e psicóticos.
As pessoas vivem e experienciam os eventos de suas vidas em sistemas interativos. Os problemas se tornam fenômenos sociais, cujo desenvolvimento, persistência e eliminação ocorrem dentro do cenário interativo. O atual e o histórico se configuram na produção dos processos. Temos uma produção dos fenômenos a partir de uma necessidade, tornando-se um símbolo. Igualmente o outro se torna simbólico a partir das relações, não enxergamos o outro tal qual ele é, e sim fazemos uma produção sobre ele.
Metáfora dos sistemas cibernéticos: famílias como sistemas cibernéticos mantinham o padrão e preveniam a mudança. Assim, o sintoma faz sentido dentro e como uma expressão do contexto total da família.
Metáfora dos sistemas sociais: é a teoria da cebola, onde o individuo se encontra no centro rodeado pela família, e esta por um sistema maior, etc. Cada camada está subordinada a outra. Isso implica uma posição do terapeuta como expert, que tem por função diagnosticar e tratar o problema no sistema.
Essas teorias promovem o patriarcado e a hierarquia, desigualdades que são normas em nossa cultura, pois elas os vêem como inevitáveis nos sistemas humanos. Por ser visto dessa forma, não é discutido tornando uma reprodução e não discutido suas novas formas. A psicoterapia trabalha para desconstruir os termos.
Rompe com a ideia de neutralidade científica, o observador influencia e interpreta o que ele estuda.
	Construtivismo – afirma que uma realidade objetiva externa não pode ser conhecida. A realidade representa uma adaptação funcional humana, eles constroem e interpretam a realidade.
Construtivismo radical: a realidade e o conhecimento são construídos interpretativa e pessoalmente.
Sistemas evolutivos – configurados através da linguagem. Conceitua o sistema humano como sistema linguístico.
Contribuições da terapia familiar na psicoterapia – abriu espaço para uma mudança paradigmática. O enfoque está nas pessoas em relacionamento (mudança na ideia de sistema). A pessoa existe no sistema, mas também existe individualmente [não há morte do sujeito]. 
Cap 2: Das tradições modernas às possibilidades pós-modernas
Modernismo – personifica os ideais renascentistas da humanidade como centro e dominador do universo, e os conceitos culturais e sociais com raízes no cartesianismo de objetividade, certeza, resolução, verdade, etc. O conhecimento é representante de um mundo objetivo, existindo independente da mente e dos sentimentos; o observador pode juntar a realidade objetiva com as suas ideias corretas, resultando em uma representação “verdadeira” da realidade objetiva. A linguagem é o meio de conhecimento através do qual representa um quadro correto do mundo e das nossas experiências e se referir ao que é real.
É dito que o conhecimento é piramidal, pois ele coloca o psicoterapeuta como detendor do discurso dominante social e cultural sobre as pessoas, e conhecedor da história humana e do que aquela história deve ser. A linguagem é utilizada para representar exatamente e realidade mental e comportamental.
Pós- modernismo – é uma crítica que rejeita a base dualística do modernismo, um mundo real externo e um mundo mental interno caracterizado pela incerteza, pela imprevisibilidade e pelo desconhecido.
Vê o conhecimento como socialmente construído através da relação do conhecimento e do conhecedor, onde temos connhecimento através das nossas interpretações e experiências e não de uma realidade direta do mundo.
Diversidade de discurso, pluralidade de narrativas que são mais locais, mais fluídas e contextuais.
A doença é um processo simbólico e que muitas vezes utilizamos o discurso biológico para fenômenos que não se encaixam. Critica a ideia de que a pessoa precisa de cura e de que o psicoterapeuta tem o poder de curar porque “sabe mais” que a outra pessoa. A ideia está em reconhecer o processo da pessoa, é sempre singular baseado na cultura.
A hermeneutica e o construcionismo social compartilham da ideia de interpretação que enfatiza o significado construído que é criado pelos individuos através dos [discursos] em conversas e ações uns com os outros e que sempre estão abertos para uma variedade de interpretações, para examinação de crenças e práticas diárias.
Hermenenutica – abordagem para interpretar e entender o comportamento humano, ou seja, o significado do texto ou discurso. Esse entendimento é sempre interpretativo e nunca pode chegar a um entendimento verdadeiro.
Psicoterapia, subjetividade e pós-modernidade
	Alguns autores tratam o pós-modernismo como uma continuação do pós-estruturalismo na filosofia.
Lyotard defende a negação dos mega-sistemas teóric os (metanarrativas), segundo a qual culturas utilizam de grandes relatos para legitimar suas próprias crenças e práticas, uma teoria que explica universalmente os fênomenos humanos independente da cultura e outras coisas [que era característica do pós-estruturalismo]. Coloca a construção discursiva da realidade como problema central da filosofia, deixando de lado o pensamento modernista que voltava o pensamento para conhecer a realidade externa objetiva. 
O pós-estruturalismo critica também a essência humana a priori, que via a noção das carcaterísticas fechadas da pessoa, explicando-a através de carcacterísticas internalizadas. Agora o sujeito perde a voz individual, se diluindo no todo e ocorrendo a morte do sujeito, onde ele apenas tem um lugar para ocupar nos discursos das relações, inerente a ele. Uma critica sobre isso é que para o individuo ocupar um lugar ele precisa possuir uma visão sobre isso. 
Morte do sujeito: Não reconhece a produção individual do sujeito [dizer que ela apenas organiza o pensamento e não produz em cima disso], essa produção se dá apenas nas relações com os outros {além daqueles compartilhados}.Os discursos são configuradores de uma forma de estar no mundo – decisões políticas, roupas que escolhe. Isso implica em um reducionismo linguistico e simbólico onde só existe a linguagem como prática social e não outras formas.
O pós-modernismo desnaturalizou os processos sociais, superando a ideia do mundo unitário dado a priori estando ali apenas para ser aprendido e que não gera mudança, assim passou-se a pensar em um mundo dualista que se encontra em movimento e que as ações atuais fazem parte de sua transformação. Na psicologia, Foucault se concentrava na natureza discursiva das doenças mentais que antes apareciam como naturalizados e objetivados no modelo biomédico rompendo com a ideia de entidade dentro da pessoa. Trazendo uma ideia de subjetivade desencarnada que não leva o corpo em consideração como se ele não fizesse parte da subjetividade.
Patologia: deixa de ser uma entidade reificada em algum espaço ontologico para um resultado da ação do homem que integra todas as dimensões de sua condição humana. Existe no biológico e na cultura. Para compreender a patologia é preciso analisar o papel do discurso nas relações com as pessoas.
Para Gonzalez Rey a epistemologia apresentada por eles fraquejava quando se tratava em apresentar os avanços da ciência no periodo moderno e suas repercusões na filosofia da ciencia.
Giro complexo: rompeu com as ideias deterministas e mecanicistas das ciências duras (naturais), a ciência passou a se centrar nos sistemas complexos. A partir disso o conhecimento não foi mais considerado uma representação do mundo, mas uma construção capaz de gerar novas práticas que não são apenas simbólicas, além da linguagem, que influenciam e modificam o próprio problema em estudo. Então rompe com a ideia de que o mundo está dado, mas de que ele é produzido.
A partir disso superou a ideia de uma ciência neutra, objetiva e causalista. Mas não foi possível passar isso a todas as ciências, como a psicologia, por exemplo, ao contrário, deu um relativismo grande que muitos passaram a empregar a linguagem substituindo a psique como forma de simplificação. O giro complexo teve dificuldade para entrar na psicologia porque ela continua com a ideia determinita que reifica as teorias e os dogmas, a objetividade e simplificação advindas do positivismo, identificação com o campo prático-instrumental.
Giro linguistico: relativismo linguistico que erradica a definição de psique, ou seja, marca o transito da filosofia da consciência à linguagem. A linguagem passa a ser a forma de explicação dos fenômenos humanos. Sua implicação é na prática da interação onde a cultura torna-se constitutiva dos fenômenos hhumanos.
Ambos os giros permitem pensar em ideias de processo, sistema e plurideterminação.
Teoria da subjetividade: se insere no giro complexo pelo fato de ser originada de teorias que pretendiam conhecer o homem como resultado de sua complexa realidade social, sem desmembrar a unidade do social e do invidual (ver globalmente?) – que são sistemas ontologicamente diferentes, mas que se integram no subjetivo ante a emergência da cultura como definidora do espaço social.
Construtivismo
O construtivismo compreende o terapeuta como momento da transformação terapeutica, não apenas colocado do lado de fora em uma relação de sujeito-objeto. Também ofereceu um papel à linguagem, o problema não é gerado pelo fato objetivo a ele associado, mas pela forma que ele é significado pela pessoa.

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