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R. C. Sproul - A perseverança dos santos

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A PERSEVERANÇA DOS SANTOS
R. C. Sproul
Verdades essenciais da fé cristã; doutrinas básicas em linguagem simples e prática. v. 2 (São Paulo: Cultura Cristã, 1999), pp. 85-86.
João 6.35-40; Romanos 8.31-39; Filipenses 1.6; 2Timóteo 2.14-19; Hebreus 9.11-15
A maioria de nós conhece pessoas que fizeram uma profissão de fé em Cristo e que provavelmente tiveram uma forte manifestação de fé, envolvendo-se ativamente na vida e no ministério da Igreja, e que mais tarde repudiaram a fé e se tornaram “afastados” espirituais. Tais evidências sempre suscitam a pergunta: pode uma pessoa, uma vez salva, perder a salvação? A apostasia é um presente e claro perigo para o crente?
A Igreja Católica Romana ensina que as pessoas podem perder e perdem sua salvação. Se cometem um pecado mortal, tal pecado mata a graça da justificação que habita sua alma. Se a pessoa morre antes de ser restaurado ao estado de graça por meio do sacramento da penitência, irá para o inferno.
Muitos protestantes também crêem que é possível alguém perder a salvação. As advertências de Hebreus 6 e a preocupação de Paulo sobre tornar-se “desqualificado” (1Co 9.27), bem como os exemplos do rei Saul e outros, tudo isso tem levado à conclusão de que as pessoas podem cair total e definitivamente da graça. A teologia reformada, por outro lado, ensina a doutrina da perseverança dos santos, a qual às vezes é chamada também a doutrina da “segurança eterna”. Em essência, esta doutrina ensina que se você possui a fé salvadora, nunca irá perdê-la; se você a perde, é porque nunca teve. Conforme João escreve: “Eles saíram do nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos” (1Jo 2.19).
Sabemos que é possível as pessoas ficarem enamoradas de certos elementos do cristianismo sem jamais abraçar o próprio Jesus Cristo. Um jovem pode ser atraído a uma divertida e estimulante reunião de jovens na igreja, com uma atraente programação. Ele pode se “converter” à programação da igreja sem se converter a Jesus Cristo. Tal pessoa pode ser como aquelas ilustradas na parábola do semeador:
Eis que o semeador saiu a semear. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho; foi pisada, e as aves do céu a comeram. Outra caiu sobre a pedra; e, tendo crescido, secou por falta de umidade. Outra caiu no meio dos espinhos; e estes, ao crescerem com ela, a sufocaram. Outra, afinal, caiu em boa terra; cresceu e produziu a cento por um (Lucas 8.5-8).
A parábola pode referir-se àquelas pessoas que a princípio crêem, mas depois fracassam, ou pode significar que os que “creram” tinham uma fé falsa ou espúria, como a teologia reformada afirma. Só a semente que cai na terra boa pode produzir frutos de obediência. Jesus descreve tais pessoas como as que ouvem a palavra “de bom e reto coração” (Lc 8.15). Essa fé procede de um coração verdadeiramente regenerado.
A doutrina da perseverança não se baseia em nossa capacidade para perseverar, mesmo sendo regenerados. Pelo contrário, descansa na promessa de Deus em nos preservar. Paulo escreve aos Filipenses: “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6). É pela graça, e tão-somente pela graça, que o cristão persevera. Deus termina o que começa. Ele assegura que seus propósitos na eleição não serão frustrados.
O texto áureo de Romanos 8 fornece um testemunho adicional desta esperança: “aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” (Rm 8.30). Paulo prossegue e declara que nada “poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8.39).
Temos segurança porque a salvação é do Senhor e somos feitura sua. Ele dá o Espírito Santo a todo crente como uma garantia de que completará o que começou. Semelhantemente, Deus selou todo crente com o Espírito Santo. Ele nos marcou de maneira indelével e nos deu um pagamento antecipado ou sinal que garante que concluirá a transação.
Uma base final de confiança se encontra na obra sacerdotal de Cristo, que intercede por nós. Assim como Jesus orou pela restauração de Pedro (e não pela de Judas), ele também ora pela nossa restauração quando tropeçamos e caímos. Podemos permanecer caídos por algum tempo, mas nunca total ou definitivamente. Jesus orou no Cenáculo: “Quando eu estava com eles, guardava-os no teu nome, que me deste, e protegi-os, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura” (Jo 17.12). Somente Judas Iscariotes, que era o filho da perdição desde o princípio, cuja profissão de fé foi espúria, se perdeu. Aqueles que são verdadeiramente crentes não podem ser arrebatados das mãos de Deus (Jo 10.27-30).

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