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Analista do MPU – Apoio Jurídico
Direito Processual Militar
Prof. Rodolfo Souza
www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Militar
Professor Rodolfo Souza
www.acasadoconcurseiro.com.br
Edital
DIREITO PROCESSUAL MILITAR: 1 Processo Penal Militar e sua aplicação. 2 Polícia judiciária 
militar. 3 Inquérito policial militar. 4 Ação penal militar e seu exercício. 5 Processo. 6 Juiz, auxi-
liares e partes do processo. 7 Denúncia. 8 Competência da Justiça Militar da União.
BANCA: Cespe
CARGO: Analista do MPU – Apoio Jurídico – Direito 
www.acasadoconcurseiro.com.br 7
Direito Processual Militar
DIREITO PROCESSUAL MILITAR
Título I – Processo Penal Militar e sua aplicação (Art. 1º ao 6º do CPPM).
O processo penal militar é organizado pelo Decreto-Lei 1.002, de 21.10.1969, o Código de Pro-
cesso Penal Militar, que rege o procedimento criminal em tempo de paz e de guerra, salvo legis-
lação especial que lhe for estritamente aplicável. 
Havendo divergência entre o CPPM e convenção ou tratado de que o Brasil é signatário, preva-
lecerão as normas internacionais. O sistema constitucional brasileiro exige, para efeito de exe-
cutoriedade interna dos tratados internacionais, a aprovação do congresso e a promulgação do 
executivo sobre o conteúdo do tratado (visão dualista moderada). 
Importante destacar que os tratados internacionais promulgados têm status de lei, revogando 
as leis anteriores incompatíveis com seu texto. Tratando-se de tratado referente a direitos hu-
manos possui status de norma supralegal (entendimento atual do STF) ou de emenda consti-
tucional, neste ultimo caso se forem aprovados em cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos de votação, por três quintos dos votos dos respectivos membros (art. 5º, § 3º, CF – inclu-
ído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). 
A interpretação da lei penal é atividade de identificar o alcance e significado da norma penal, 
podendo ser classificada quanto ao sujeito, ao modo ou ao resultado. 
Quanto ao sujeito a interpretação pode ser autêntica, doutrinária ou jurisprudencial. A interpreta-
ção autêntica é aquela que emana do próprio órgão encarregado da elaboração do texto legal, po-
dendo ser contextual, feita no bojo do próprio texto interpretado; ou não contextual, quando feita 
por outra lei posterior. A interpretação doutrinária é aquela feita pelos mestres especialistas e ju-
ristas, sendo encontrada em livros, teses, monografias, artigo etc. A interpretação jurisprudencial, 
também chamada judicial, é aquela dada pelos tribunais, mediante reiteração de seus julgamentos. 
Quanto ao modo, a interpretação pode ser gramatical ou lógica. A interpretação gramatical é 
aquela fundada nas regras gramaticais, levando em consideração o sentido literal das palavras. 
A interpretação lógica (teleológica) é aquela que busca descobrir a vontade do legislador: o 
art. 2º do CPPM determina que a lei processual penal militar deve ser interpretada no sentido 
literal de suas expressões e que os termos técnicos devem ser entendidos em sua acepção es-
pecial, salvo se evidentemente empregados com outra significação.
 
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Quanto ao resultado, a interpretação pode ser declaratória, restritiva e extensiva. A interpre-
tação declarativa é a que dá a lei seu sentido literal. O CPPM dispõe expressamente que as 
interpretações extensiva e restritiva são admitidas, como forma de interpretação não literal. 
A extensiva é cabível quando for manifesto que a expressão da lei é mais estrita do que sua 
intenção e a restritiva quando é mais ampla. A interpretação não literal, entretanto, deve ser 
condicional, não sendo admissível quando cercear a defesa pessoal do acusado; prejudicar ou 
alterar o curso normal do processo, ou lhe desvirtuar a natureza; ou desfigurar de plano os fun-
damentos da acusação que deram origem ao processo. 
No tocante aos casos omissos, dispõe o CPPM que serão supridos: 
a) pela legislação de processo penal comum, quando aplicável ao caso concreto e sem prejuí-
zo de índole do processo penal militar; 
b) pela jurisprudência; 
c) pelos usos e costumes militares; 
d) pelos princípios gerais do Direito;
e) pela analogia; 
A regra, em tempo de paz, é a aplicação das normas processuais militares no território nacional 
(art. 4º, I, CPPM – princípio da territorialidade), ressalvadas as previstas em convenções, trata-
dos e regras de direito internacional. Com exceção, encontramos a aplicação das normas fora 
do território nacional: quando se tratar de crime que atente contra as instituições militares ou a 
segurança nacional, ainda que seja o agente processado ou tenha sido julgado pela justiça estran-
geira; fora do território nacional, em zona ou lugar sob administração ou vigilância da força militar 
brasileira, ou em ligação com esta, de força militar estrangeira no cumprimento de missão de ca-
ráter internacional ou extraterritorial; a bordo de navios, ou quaisquer outras embarcações, e de 
aeronaves, onde quer que se encontrem, ainda que de propriedade privada, desde que estejam 
sob comando militar ou de militarmente utilizadas ou ocupados por ordem de autoridade militar 
competente; a bordo de aeronaves e navios estrangeiros desde que em lugar sujeito à administra-
ção militar, e a infração atente contra as instituições militares ou a segurança nacional. 
Em tempo de guerra: aos mesmos casos previstos para o tempo de paz; em zona, espaço ou 
lugar onde se realizem operações de força militar brasileira, ou estrangeira que lhe seja aliada, 
ou cuja defesa, proteção ou vigilância interesse à segurança nacional, ou ao bom êxito daquelas 
operações; em território estrangeiro militarmente ocupado.
Segundo o CPPM, a Justiça Militar Estadual observa as normas processuais contidas em seu tex-
to, exceto quanto à organização de justiça, aos recursos e à execução de sentença, nos crimes 
previstos na Lei Penal Militar a que responderem os oficiais e praças das Polícias e dos Corpos 
de Bombeiros Militares, importante destacar que os Tribunais de Justiça Militares seguem o 
CPPM no que tange aos recursos. 
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Questões 
1. Analise as assertivas. 
I – O processo penal militar reger-se-á pelas normas contidas na Lei no 1.002/69, exceto em 
tempo de guerra. 
II – Se houver divergência entre as normas do Código de Processo Penal Militar as de conven-
ção ou tratado de que o Brasil seja signatário, prevalecerão estas últimas. 
III – As normas do Código de Processo Penal Militar poderão ser aplicadas, subsidiariamente, 
aos processos regulados em leis especiais. 
Estão corretas: 
a) Todas. 
b) Nenhuma. 
c) I. 
d) I e II. 
e) II e III 
R.: A resposta certa é a letra E. A afirmação I está errada, pois contraria o texto do artigo 1º, 
do Código de Processo Penal Militar, que dispõe que "o processo penal militar reger-se-á pelas 
normas contidas neste Código, assim em tempo de paz como em tempo de guerra, salvo legis-
lação especial que lhe for estritamente aplicável". 
As demais assertivas estão corretas, nos termos dos parágrafos 1º e 2º, do artigo 1º, do referido 
diploma. "1º Nos casos concretos, se houver divergência entre essas normas e as de convenção 
ou tratado de que o Brasil seja signatário, prevalecerão as últimas". "2º Aplicam-se, subsidiaria-
mente, as normas deste Código aos processos regulados em leis especiais". 
2. A interpretação da lei de processo penal militar deve ser: 
a) literal. 
b) sistemática. 
c) histórica. 
d) teleológica. 
e) analógica. 
R.: A resposta certa é a letra A. Dispõe o artigo 2o, do Código de Processo Penal Militar: "A lei 
de processo penal militar deve ser interpretada no sentido literal de suas expressões. Os ter-
mos técnicos hão de ser entendidos em sua acepção especial,salvo se evidentemente empre-
gados com outra significação". 
 
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3. Analise as afirmações e assinale a alternativa correta. 
I – O Código de Processo Penal Militar admite a interpretação extensiva, restritiva e meramente 
declaratória. 
II – Aplicar-se-á a interpretação extensiva sempre que a lei for mais ampla que a intenção do 
legislador. 
III – Aplicar-se-á a interpretação restritiva sempre que a lei for mais estrita que a intenção do 
legislador. 
a) Apenas a afirmação II está correta. 
b) Apenas as afirmações I e III estão corretas. 
c) Apenas as afirmações II e III estão corretas. 
d) Todas as afirmações estão corretas. 
e) Nenhuma das afirmações está correta. 
R.: A resposta certa é a letra E. Todas as afirmações estão incorretas, pois estão em desacordo 
com o disposto no artigo 2º, § 1º, do Código de Processo Penal Militar, que prevê que "admitir-se-
-á a interpretação extensiva ou a interpretação restritiva, quando for manifesto, no primeiro caso, 
que a expressão da lei é mais estrita e, no segundo, que é mais ampla, do que sua intenção". 
4. Assinale a alternativa INCORRETA. Os casos omissos no Código de Processo Penal Militar serão 
supridos: 
a) pela legislação de processo penal comum, quando aplicável ao caso concreto e sem prejuí-
zo da índole do processo penal militar. 
b) pela jurisprudência. 
c) pelos usos e costumes militares. 
d) pelos princípios gerais de Direito. 
e) pela interpretação analógica. 
R.: A resposta certa é a letra E. A alternativa "E" está errada, de acordo com o que dispõe o arti-
go 3º, do Código de Processo Penal Militar. Vejamos: "Os casos omissos neste Código serão su-
pridos: a) pela legislação de processo penal comum, quando aplicável ao caso concreto e sem 
prejuízo da índole do processo penal militar; b) pela jurisprudência; c) pelos usos e costumes 
militares; d) pelos princípios gerais de Direito; e) pela analogia". 
Note-se que, segundo os ensinamentos de Júlio Fabbrini Mirabete, "não se confunde a inter-
pretação analógica, que é a busca da vontade da norma por meio da semelhança com fórmulas 
usadas pelo legislador, com a analogia, que é forma de auto integração da lei com a aplicação a 
um fato não regulado por esta de uma norma que disciplina ocorrência semelhante" (Manual 
de Direito Penal. Parte geral. 21. ed., vol. I. São Paulo: Atlas, 2004, p. 51).
5. Marque a alternativa INCORRETA. 
As normas do Código de Processo Penal Militar serão aplicadas em tempo de paz, sem prejuízo 
das convenções, tratados e regras de direito internacional: 
a) em todo o território nacional. 
b) fora do território nacional ou em lugar de extraterritorialidade brasileira, quando se tratar 
de crime que atente contra as instituições militares ou a segurança nacional, ainda que seja 
o agente processado ou tenha sido julgado pela justiça estrangeira. 
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c) fora do território nacional, em zona ou lugar sob administração ou vigilância da força mili-
tar brasileira, ou em ligação com esta, de força militar estrangeira no cumprimento de mis-
são de caráter internacional ou extraterritorial. 
d) a bordo de navios, ou quaisquer outras embarcações, e de aeronaves, de propriedade pú-
blica, onde quer que se encontrem, desde que estejam sob comando militar ou militar-
mente utilizados ou ocupados por ordem de autoridade militar competente. 
e) a bordo de aeronaves e navios estrangeiros desde que em lugar sujeito à administração 
militar, e a infração atente contra as instituições militares ou a segurança nacional. 
R.: A resposta certa é a letra D. Prevê o artigo 4º, inciso I, do Código de Processo Penal Mili-
tar: "Sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, aplicam-se as nor-
mas deste Código: 
I – em tempo de paz: a) em todo o território nacional; b) fora do território nacional ou em lugar de 
extraterritorialidade brasileira, quando se tratar de crime que atente contra as instituições militares 
ou a segurança nacional, ainda que seja o agente processado ou tenha sido julgado pela justiça es-
trangeira; c) fora do território nacional, em zona ou lugar sob administração ou vigilância da força 
militar brasileira, ou em ligação com esta, de força militar estrangeira no cumprimento de missão de 
caráter internacional ou extraterritorial; d) a bordo de navios, ou quaisquer outras embarcações, e 
de aeronaves, onde quer que se encontrem, ainda que de propriedade privada, desde que estejam 
sob comando militar ou militarmente utilizados ou ocupados por ordem de autoridade militar com-
petente; e) a bordo de aeronaves e navios estrangeiros desde que em lugar sujeito à administração 
militar, e a infração atente contra as instituições militares ou a segurança nacional". 
6. Analise as assertivas. Não será admitida a interpretação literal, extensiva ou restritiva, quando: 
I – cercear a defesa pessoal do acusado. 
II – prejudicar ou alterar o curso normal do processo, ou lhe desvirtuar a natureza. 
III – desfigurar de plano os fundamentos da acusação que deram origem ao processo. 
Estão corretas: 
a) Todas. 
b) I e II. 
c) II e III. 
d) I e III. 
e) Nenhuma. 
R.: A resposta certa é a letra A. Todas as afirmações estão corretas, pois traduzem fielmente 
o texto do artigo 2º, § 2º, do Código de Processo Penal Militar, que dispõe que "não é, porém, 
admissível qualquer dessas interpretações, quando: a) cercear a defesa pessoal do acusado; b) 
prejudicar ou alterar o curso normal do processo, ou lhe desvirtuar a natureza; c) desfigurar de 
plano os fundamentos da acusação que deram origem ao processo". 
 
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Título II – Polícia judiciária militar (Art. 7º e 8º, CPPM). 
A polícia judiciária é um órgão da segurança do Estado que tem como principal função apurar 
as infrações penais e sua autoria por meio da investigação policial, que é um procedimento ad-
ministrativo com característica inquisitiva, servindo, em regra, de base à pretensão punitiva do 
Estado formulada pelo Ministério Público, titular da ação penal de iniciativa pública. 
Ao contrário da justiça estadual e da federal, que possuem respectivamente a polícia civil e 
federal para investigação de seus feitos, a polícia judiciária militar é exercida pelas autoridades 
castrenses, conforme as suas áreas de atuação, que poderão ser delegadas a oficiais da ativa 
para fins especificados e por tempo limitado: 
a) pelos ministros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, em todo o território nacional e fora 
dele, em relação às forças e órgãos que constituem seus Ministérios, bem como a militares que, 
neste caráter, desempenhem missão oficial, permanente ou transitória, em país estrangeiro; 
b) pelo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, em relação a entidades que, por disposi-
ção legal, estejam sob sua jurisdição; 
c) pelos chefes de Estado-Maior e pelo secretário-geral da Marinha, nos órgãos, forças e uni-
dades que lhes são subordinados; 
d) pelos comandantes de Exército e pelo comandante-chefe da Esquadra, nos órgãos, forças e 
unidades compreendidos no âmbito da respectiva ação de comando; 
e) pelos comandantes de Região Militar, Distrito Naval ou Zona Aérea, nos órgãos e unidades 
dos respectivos territórios; 
f) pelo secretário do Ministério do Exército e pelo chefe de Gabinete do Ministério da Aero-
náutica, nos órgãos e serviços que lhes são subordinados; 
g) pelos diretores e chefes de órgãos, repartições, estabelecimentos ou serviços previstos nas 
leis de organização básica da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; 
h) pelos comandantes de forças, unidades ou navios;
Não exercem polícia judiciária militar o Ministro da Defesa e o Secretário de Segurança Pública. 
Tratando-se de delegação para instauração de inquérito policial militar, deverá recairem oficial 
de posto superior ao indiciado, seja este oficial da ativa, da reserva, remunerada ou não, ou re-
formado. Não sendo possível, a designação de oficial poderá ser feita a com a de mesmo posto, 
desde que mais antigo. 
Se o posto e a antiguidade de oficial da ativa excluírem, de modo absoluto, a existência de ou-
tro oficial da ativa, caberá ao ministro competente a designação de oficial da reserva de posto 
mais elevado para a instauração do inquérito policial militar; e, se este estiver iniciado, avocá-
-lo, para tomar essa providência. 
Compete à polícia Judiciária militar apurar os crimes militares sujeitos à jurisdição militar, e sua 
autoria; prestar aos órgãos e juízes da Justiça Militar e aos membros do Ministério Público as 
informações necessárias à instrução e julgamento dos processos, bem como realizar as diligên-
cias que por eles lhe forem requisitadas; cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça 
Militar; representar a autoridades judiciárias militares acerca da prisão preventiva e da insani-
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dade mental do indiciado; cumprir as determinações da Justiça Militar relativas aos presos sob 
sua guarda e responsabilidade, bem como as demais prescrições deste Código, nesse sentido; 
solicitar das autoridades civis as informações e medidas que julgar úteis à elucidação das in-
frações penais, que esteja a seu cargo; requisitar da polícia civil e das repartições técnicas civis 
as pesquisas e exames necessários ao complemento e subsídio de inquérito policial militar; 
atender, com observância dos regulamentos militares, a pedido de apresentação de militar ou 
funcionário de repartição militar à autoridade civil competente, desde que legal e fundamenta-
do o pedido.
Há duvidas se permanece com a Polícia Judiciária Militar a atribuição para investigação de cri-
mes dolosos de militares contra a vida praticados contra civis. A associação dos Delegados do 
Brasil – ADEPOL ajuizou ação direta de inconstitucionalidade (ADI 4.164) contra o § 2º do artigo 
82 do CPM, que teve medida cautelar indeferida, ação que foi não conhecida ao final. Para al-
guns permanece com a polícia militar a atribuição, não desnaturando a qualidade de militar do 
delito, tese sufragada pelo TJM/RS, TJM/MG e TJM/SP. 
Para outros, a Emenda Constitucional 45 retirou o homicídio doloso praticado contra civil do rol 
de crimes militares, cabendo a investigação de tais crimes à Polícia Civil. Neste sentido o enten-
dimento do Superior Tribunal de Justiça, para qual, “aplicada a teoria dos poderes implícitos, 
emerge da competência de processar e julgar, o poder/dever de conduzir administrativamente 
inquéritos policiais”. 
Questões 
1. Não compete à polícia judiciária militar: 
a) apurar os crimes militares, bem como os que, por lei especial, estão sujeitos à jurisdição 
militar, e sua autoria. 
b) prestar aos órgãos e juízes da Justiça Militar e aos membros do Ministério Público as infor-
mações necessárias à instrução e julgamento dos processos, bem como realizar as diligên-
cias que por eles lhe forem requisitadas. 
c) cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar. 
d) apresentar a autoridades civis acerca da prisão preventiva e da insanidade mental do indi-
ciado. 
e) solicitar das autoridades civis as informações e medidas que julgar úteis à elucidação das 
infrações penais, que esteja a seu cargo. 
R.: A resposta certa é a letra D. Estabelece o artigo 8º, alíneas "a", "b", "c", "d", e "f", do Código 
de Processo Penal Militar: "Compete à Polícia judiciária militar: a) apurar os crimes militares, 
bem como os que, por lei especial, estão sujeitos à jurisdição militar, e sua autoria; b) prestar 
aos órgãos e juízes da Justiça Militar e aos membros do Ministério Público as informações ne-
cessárias à instrução e julgamento dos processos, bem como realizar as diligências que por eles 
lhe forem requisitadas; c) cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar; d) re-
presentar a autoridades judiciárias militares acerca da prisão preventiva e da insanidade men-
tal do indiciado; (...) f) solicitar das autoridades civis as informações e medidas que julgar úteis 
à elucidação das infrações penais, que esteja a seu cargo".
 
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2. A polícia judiciária militar da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, será exercida: 
a) pelo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas. 
b) pelos comandantes de Exército e pelo comandante-chefe da Esquadra. 
c) pelos ministros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. 
d) pelos comandantes de Região Militar, Distrito Naval ou Zona Aérea. 
e) pelo secretário do Ministério do Exército e pelo chefe de Gabinete do Ministério da Aeronáutica. 
R.: A resposta certa é a letra C. Dispõe o artigo 7º, alínea "a", do Código de Processo Penal Mi-
litar: "A polícia judiciária militar é exercida nos termos do art. 8º, pelas seguintes autoridades, 
conforme as respectivas jurisdições: a) pelos ministros da Marinha, do Exército e da Aeronáuti-
ca, em todo o território nacional e fora dele, em relação às forças e órgãos que constituem seus 
Ministérios, bem como a militares que, neste caráter, desempenhem missão oficial, permanen-
te ou transitória, em país estrangeiro". 
3. A polícia judiciária militar será exercida pelos comandantes de Exército e pelo comandante-
-chefe da Esquadra: 
a) em relação às forças e órgãos que constituem seus Ministérios. 
b) nos órgãos, forças e unidades compreendidos no âmbito da respectiva ação de comando. 
c) em relação a entidades que, por disposição legal, estejam sob sua jurisdição.
d) nos órgãos, forças e unidades que lhes são subordinados. 
e) nos órgãos e unidades dos respectivos territórios. 
R.: A resposta certa é a letra B. Prevê o artigo 7º, alínea "d", do Código de Processo Penal Mi-
litar: "A polícia judiciária militar é exercida nos termos do art. 8º, pelas seguintes autoridades, 
conforme as respectivas jurisdições: (...) d) pelos comandantes de Exército e pelo comandan-
te-chefe da Esquadra, nos órgãos, forças e unidades compreendidos no âmbito da respectiva 
ação de comando". 
4. No que tange à delegação do exercício da polícia judiciária militar, analise as assertivas e mar-
que a alternativa correta. 
I – Em se tratando de delegação para instauração de inquérito policial militar, deverá recair em 
oficial de posto superior ao do indiciado, seja este oficial da ativa, da reserva, remunerada ou 
não, ou reformado. 
II – Obedecidas as normas regulamentares de jurisdição, hierarquia e comando, as atribuições 
enumeradas no artigo 7º, do Código de Processo Penal Militar, poderão ser delegadas a oficiais 
da ativa, para fins especificados e por tempo ilimitado. 
III – Não sendo possível a designação de oficial de posto superior ao do indiciado, poderá ser 
feita a de oficial do mesmo posto, desde que mais antigo. 
a) Apenas a afirmação I está correta. 
b) Apenas a afirmação II está correta. 
c) Apenas a afirmação III está correta. 
d) Apenas as afirmações I e II estão corretas. 
e) Apenas as afirmações I e III estão corretas. 
MPU (Analista) – Direito Processual Militar – Prof. Rodolfo Souza
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R.: A resposta certa é a letra E. A afirmação II está incorreta, pois em desacordo com o disposto 
no artigo 7º, § 1º, do Código de Processo Penal Militar, que prevê que “obedecidas as normas 
regulamentares de jurisdição, hierarquia e comando, as atribuições enumeradas neste artigo 
poderão ser delegadas a oficiais da ativa, para fins especificados e por tempo limitado”. 
As demais afirmações estão corretas nos termos dos § § 2º e 3º, do mesmo dispositivo legal. "2º 
Em se tratando de delegação para instauração de inquérito policial militar, deverá aquela recair 
em oficial de posto superior ao do indiciado,seja este oficial da ativa, da reserva, remunerada 
ou não, ou reformado". "3º Não sendo possível a designação de oficial de posto superior ao do 
indiciado, poderá ser feita a de oficial do mesmo posto, desde que mais antigo". 
Título III – Inquérito policial militar (Art. 9º ao 28, CPPM). 
Conceito, finalidade, procedimento, atos iniciais, relatório, arquivamento, dispensa, prazos, 
entre outras peculiaridades.
Conceito e finalidade 
O Inquérito Policial Militar (IPM) é o procedimento administrativo instaurado pela Polícia Ju-
diciária Militar que apura a ocorrência e a autoria de ilícito penal militar, ou seja, a pratica dos 
crimes previstos no Código Penal Militar. Prevê o artigo 9º, do DL 1002/69 (Código de Processo 
Penal Militar), que "o inquérito policial militar é a apuração sumária de fato, que, nos termos 
legais, configure crime militar, e de sua autoria. Tem o caráter de instrução provisória, cuja fina-
lidade precípua é a de ministrar elementos necessários à propositura da ação penal".
Assim, percebe-se que a finalidade do Inquérito Policial Militar é fornecer os elementos de con-
vicção necessários para o órgão acusador oferecer denúncia contra o suposto autor da infração 
praticada à Justiça Militar, tendo também por objetivo a produção de provas que poderão não 
ser repetidas durante a instrução penal, como determinados exames periciais (corpo de delito, 
por exemplo).
Note-se que o inquérito policial militar tem caráter inquisitivo e, portanto, não há o que se falar 
em contraditório, podendo o oficial encarregado proceder a investigação da maneira que en-
tender mais adequada. 
Procedimento
Dispõe o artigo 21, do CPPM, que "todas as peças do inquérito serão, por ordem cronológica, 
reunidas num só processado e datilografadas, em espaço dois, com as folhas numeradas e ru-
bricadas, pelo escrivão". Diante do dispositivo em questão, nota-se que a elaboração do inqué-
rito penal militar deve seguir certas formalidades, no entanto tais são indeclináveis, sendo que 
a ausência de algumas delas não torna nula a investigação.
 
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 • Instauração: O inquérito é iniciado por portaria, conforme prescreve o artigo 10, do CPPM. 
Via de regra, o fato supostamente delituoso chega ao conhecimento do comandante por 
meio da notitia criminis. Assim, o inquérito terá início de ofício, pela autoridade militar; por 
determinação ou delegação da autoridade militar superior; por requisição do Ministério 
Público; por decisão do Superior Tribunal Militar; a requerimento da parte ofendida ou de 
quem legalmente a represente; ou quando, de sindicância feita em âmbito de jurisdição 
militar, resulte indício da existência de infração penal militar.
 • Sigilo: Para atingir sua finalidade, fundamental que as investigações não sejam divulgadas. 
Frisa-se, porém, que apesar de sigiloso, o inquérito não é secreto. Sendo assim, de acordo 
com o artigo 16, do CPPM, o oficial encarregado das investigações poderá permitir que o 
advogado do indiciado tome conhecimento do teor da peça inquisitiva. Ademais, entende-se 
ser aplicável a regra constante do Estatuto da Ordem dos Advogados que permite aos advo-
gados tomar conhecimento, mesmo sem procuração, dos autos de flagrante e do inquérito.
 • Indiciado: O indiciado é o suspeito da prática de um fato típico, alvo das investigações. 
Logo que indiciado, o suspeito será interrogado acerca da infração analisada. Importante 
dizer que antes da Constituição Federal/88, o indiciado permanecia incomunicável quando 
legalmente preso por três dias, no máximo. No entanto, de acordo com o artigo 136, § 3º, 
IV, da CF, "é vedada a incomunicabilidade do preso".
 • Relatório e solução: Dispõe o artigo 22, do CPPM, que "o inquérito será encerrado com 
minucioso relatório, em que o seu encarregado mencionará as diligências feitas, as pessoas 
ouvidas e os resultados obtidos, com indicação do dia, hora e lugar onde ocorreu o fato 
delituoso. Em conclusão, dirá se há infração disciplinar a punir ou indício de crime, pronun-
ciando-se, neste último caso, justificadamente, sobre a conveniência da prisão preventiva 
do indiciado, nos termos legais".
O relatório deverá conter uma síntese dos fatos apurados, narrada de modo imparcial pelo ofi-
cial encarregado, que não deverá emitir sua opinião sobre o mérito da questão.
Ainda de acordo com o § 1º, do artigo supracitado, "no caso de ter sido delegada a atribuição 
para a abertura do inquérito, o seu encarregado enviá-lo-á à autoridade de que recebeu a dele-
gação, para que lhe homologue ou não a solução, aplique penalidade, no caso de ter sido apu-
rada infração disciplinar, ou determine novas diligências, se as julgar necessárias". A solução 
aqui mencionada nada mais é que um relatório elaborado pela autoridade militar, que homolo-
gará ou não a conclusão do relatório feito pelo oficial.
 • Arquivamento: Leciona o artigo 24, do CPPM, que "a autoridade militar não poderá man-
dar arquivar autos de inquérito, embora conclusivo da inexistência de crime ou de inim-
putabilidade do indiciado". Somente o Ministério Público, destinatário do inquérito, é que 
poderá avaliar em um juízo de valor acerca dos elementos de convicção.
Assim, o Ministério Público poderá requerer o arquivamento do inquérito quando o fato apura-
do não constituir crime, ou quando faltar base para denúncia, ou seja, quando os elementos de 
convicção obtidos nas investigações não autorizarem qualquer prestação jurisdicional em razão 
da ausência de indícios de autoria.
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Ressalta-se ainda que, na primeira hipótese de arquivamento, se o fato for considerado cri-
minoso, mas não encontrar tipificação na legislação penal militar, o órgão ministerial deverá 
requerer a remessa dos autos à autoridade judiciária competente. 
 • Devolução dos autos: Determina o artigo 26, do CPPM, que "os autos de inquérito não 
poderão ser devolvidos a autoridade policial militar, a não ser: I- mediante requisição do 
Ministério Público, para diligências por ele consideradas imprescindíveis ao oferecimento 
da denúncia; II- por determinação do juiz, antes da denúncia, para o preenchimento de 
formalidades previstas neste Código, ou para complemento de prova que julgue necessá-
ria". Em qualquer das hipóteses, será determinado prazo não superior a vinte dias para a 
restituição dos autos.
 • Prazo: O inquérito policial militar deve ser finalizado dentro de vinte dias, contados do dia 
em que se executar a ordem de prisão, quando o indiciado estiver preso. A prorrogação do 
prazo sem justificativa plausível consiste em constrangimento ilegal, sanável por meio do 
habeas corpus. Já se o indiciado estiver solto, o prazo para a finalização do inquérito é de 
quarenta dias, contados da data em que se instaurar o procedimento inquisitivo, conforme 
disposição do artigo 20, do CPPM.
Note-se que "este último prazo poderá ser prorrogado por mais vinte dias pela autoridade 
militar superior, desde que não estejam concluídos exames ou perícias já iniciadas, ou haja 
necessidade de diligência, indispensáveis à elucidação do fato" – art. 20, § 1º, do diploma em 
comento.
Instauração de novo inquérito policial militar 
A autoridade policial poderá abrir novas investigações depois de arquivado o inquérito, 
desde que não esteja prescrita a ação penal e que haja novas provas sobre os fatos apurados. 
Sendo assim, a denúncia poderá ser oferecida a qualquer tempo, com o surgimento de novas 
evidências e se não observada a prescrição da ação.
Frisa-se, entretanto, que aquele que for julgado definitivamente não poderá ser indiciado 
novamente pelos mesmos fatos, já que a sentença é irrevogável. 
Auto de Prisão em Flagrante Delito
Dispõe o artigo 243, do Código de Processo Penal Militar, que "qualquer pessoa poderá e os militaresdeverão prender quem for insubmisso ou desertor, ou seja encontrado em flagrante delito". 
A legislação processual penal militar admite o estado flagrancial em 3 modalidades: flagrância própria, 
flagrância imprópria e flagrância presumida, prevendo tais situações no artigo 244, que dispõe que 
será considerado em flagrante quem está cometendo o crime (alínea "a"), quem acaba de cometê-lo 
(alínea "b"), quem é perseguido logo após o fato delituoso em situação que faça acreditar ser ele o 
autor da ação (alínea "c"), quem é encontrado, logo após a ação, com instrumentos, objetos, papéis 
que façam presumir sua participação no fato criminoso (alínea "d") e, por fim, nos crimes permanentes 
serão assim considerados enquanto não cessar a permanência (parágrafo único).
 
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Dessa forma, uma vez lavrado o Auto de Prisão em Flagrante Delito, presidido pela Autoridade 
Policial Militar, e estando devidamente comprovada a materialidade do crime e sua autoria, 
o inquérito somente será composto pelo respectivo auto de prisão, devendo ser realizadas 
as diligências necessárias para a realização dos exames periciais, apreensão e avaliação dos 
produtos do crime, entre outras medidas.
Ademais, prevê o artigo 27, do CPPM, que "se, por si só, for suficiente para a elucidação do fato e 
sua autoria, o auto de flagrante delito constituirá o inquérito, dispensando outras diligências, salvo 
o exame de corpo de delito no crime que deixe vestígios, a identificação da coisa e a sua avaliação, 
quando o seu valor influir na aplicação da pena. A remessa dos autos, com breve relatório da 
autoridade policial militar, far-se-á sem demora ao juiz competente, nos termos do art. 20".
Dispensa do Inquérito Policial Militar 
De acordo com o artigo 28, do Código de Processo Penal Militar, o Inquérito Policial Militar po-
derá ser dispensado quando:
a) o fato e a autoria já estiverem esclarecidos por documentos ou outras provas materiais, 
pois se a finalidade do inquérito é buscar a autoria de um fato típico, uma vez esclarecido 
não tem que se falar em apuração;
b) nos crimes contra a honra, quando decorrerem de escrito ou publicação, desde que o autor 
tenha sido identificado;
c) nos crimes de desacato (artigo 341, do Código Penal Militar) e de desobediência a decisão 
judicial (artigo 349, do Código Penal Militar), por expressa disposição legal.
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Passo a passo ilustrado:
 
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Questões 
1. Marque a alternativa incorreta. 
a) O inquérito policial constitui instrução provisória, procedimento administrativo. 
b) O juiz formará convicção pela livre apreciação do conjunto das provas colhidas em juízo. 
c) A prova colhida em fase de inquérito, apesar de grande valor probatório, como os exames de 
corpo de delito, é insuficiente como elemento idôneo de convicção na busca da verdade real. 
d) Somente a confissão extrajudicial, desde que em harmonia com outros elementos probató-
rios colhidos em juízo, pode servir de alicerce à convicção do julgador quanto à responsabi-
lidade criminal do conflitante. 
e) A confissão do indiciado em fase inquisitorial não servirá como elemento de convicção caso 
haja a negativa da prática do crime em juízo, ainda que venha corroborada por outras pro-
vas colhidas nos autos. 
R.: A resposta certa é a letra E. A alternativa "E" traz informação contrária aos ensinamentos do 
professor José da Silva Loureiro Neto, conforme se constata da última parte de sua explanação 
acerca do valor probatório do inquérito policial militar: "O inquérito policial constitui instrução 
provisória, procedimento administrativo. Como reza o art. 297, em sua primeira parte, 'o juiz 
formará convicção pela livre apreciação do conjunto das provas colhidas em juízo'; infere-se 
daí que a prova colhida naquela fase, apesar de grande valor probatório, como os exames de 
corpo de delito, é insuficiente como elemento idôneo de convicção na busca da verdade real. 
Somente a confissão extrajudicial, desde que em harmonia com outros elementos probatórios 
colhidos em juízo, pode servir de alicerce à convicção do julgador quanto à responsabilidade 
criminal do conflitante. Assim, se o indiciado confessar a prática do delito na fase do inquérito e 
depois negá-la em juízo, pouco lhe aproveita se a confissão estiver em harmonia com as provas 
colhidas em juízo" (Processo Penal Militar. 5a Ed., p. 14. São Paulo: Editora Atlas, 2002). 
Note-se que as demais alternativas estão corretas, pois de acordo com as lições do ilustre 
mestre. 
2. Analise as afirmações e marque a alternativa correta. 
O inquérito poderá ser dispensado, sem prejuízo de diligência requisitada pelo Ministério 
Público: 
I – quando o fato e sua autoria já estiverem esclarecidos por documentos ou outras provas 
materiais;
II – nos crimes contra a honra, quando decorrerem de escrito ou publicação, cujo autor esteja 
identificado; 
III – nos crimes de desacato e coação. 
a) Apenas a afirmação I está correta. 
b) Apenas a afirmação II está correta. 
c) Apenas a afirmação III está correta. 
d) Apenas as afirmações I e II estão corretas. 
e) Apenas as afirmações I e III estão corretas. 
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R.: A resposta certa é a letra D. A afirmação III está errada, pois conforme o artigo 28, do CPPM 
(Código de Processo Penal Militar): "O inquérito poderá ser dispensado, sem prejuízo de dili-
gência requisitada pelo Ministério Público: a) quando o fato e sua autoria já estiverem esclare-
cidos por documentos ou outras provas materiais; b) nos crimes contra a honra, quando decor-
rerem de escrito ou publicação, cujo autor esteja identificado; c) nos crimes previstos nos arts. 
341 e 349 do Código Penal Militar", sendo que estes artigos se referem aos crimes de desacato 
e desobediência a decisão judicial. 
3. O encarregado do inquérito poderá manter incomunicável o indiciado que estiver legalmente 
preso por no máximo: 
a) um dia.
b) dois dias. 
c) três dias. 
d) quatro dias. 
e) cinco dias. 
R.: A resposta certa é a letra C. Estabelece o artigo 17, do Código de Processo Penal Militar, que 
"o encarregado do inquérito poderá manter incomunicável o indiciado, que estiver legalmente 
preso, por três dias no máximo" 
4. Analise as assertivas. 
I – As testemunhas e o indiciado devem ser ouvidos durante o dia, salvo nos casos de urgência 
inadiável. 
II – A testemunha não será inquirida por mais de duas horas consecutivas, sendo-lhe facultado 
o descanso de meia hora, sempre que tiver de prestar declarações além daquele termo. 
III – O depoimento que não ficar concluído às dezoito horas será encerrado, para prosseguir no 
dia seguinte, em hora determinada pelo encarregado do inquérito. 
Estão corretas: 
a) I 
b) II 
c) III 
d) I e II 
e) I e III 
R.: A resposta certa é a letra E. A afirmação II está errada, pois segundo o artigo 19, § 2º, 
1ª parte, do CPPM, "a testemunha não será inquirida por mais de quatro horas consecutivas, 
sendo-lhe facultado o descanso de meia hora, sempre que tiver de prestar declarações além 
daquele termo. O depoimento que não ficar concluído às dezoito horas será encerrado, para 
prosseguir no dia seguinte, em hora determinada pelo encarregado do inquérito". 
As afirmações I e III estão de acordo com artigo 19, caput e § 2º, 2ª parte, do CPPM. 
 
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5. Complete com a informação correta. 
Independentemente de flagrante delito, o indiciado poderá ficar detido, durante as investigações 
policiais, até ____ dias, comunicando-se a detenção à autoridade judiciária competente. Esse pra-
zo poderá ser prorrogado por mais ___ dias, pelo comandante da Região, Distrito Naval ou ZonaAérea, mediante solicitação fundamentada do encarregado do inquérito e por via hierárquica. 
a) 15 e 20 
b) 30 e 20
c) 20 e 30 
d) 30 e 15 
e) 20 e 20 
R.: A resposta certa é a letra B. Prevê o artigo 18, do CPPM: "Independentemente de flagrante 
delito, o indiciado poderá ficar detido, durante as investigações policiais, até trinta dias, comu-
nicando-se a detenção à autoridade judiciária competente. Esse prazo poderá ser prorrogado, 
por mais vinte dias, pelo comandante da Região, Distrito Naval ou Zona Aérea, mediante solici-
tação fundamentada do encarregado do inquérito e por via hierárquica" 
6. Assinale a alternativa incorreta. O inquérito poderá ser iniciado mediante portaria: 
a) de ofício, pela autoridade militar em cujo âmbito de jurisdição ou comando haja ocorrido a 
infração penal, atendida a hierarquia do infrator; 
b) por determinação ou delegação da autoridade militar superior, que, em caso de urgência, po-
derá ser feita por via telegráfica ou radiotelefônica e confirmada, posteriormente, por ofício; 
c) em virtude de requisição do Ministério Público; 
d) por decisão do Superior Tribunal Militar; 
e) quando, de sindicância feita em âmbito de jurisdição comum, resulte indício da existência 
de infração penal militar. 
R.: A resposta certa é a letra E. Dispõe o artigo 10, alínea "f", do Código de Processo Penal 
Militar: "O inquérito é iniciado mediante portaria: (...) f) quando, de sindicância feita em âmbito 
de jurisdição militar, resulte indício da existência de infração penal militar" 
7. Analise as afirmações e marque a alternativa correta. 
I – Inquérito policial militar é a apuração sumária de fato que, nos termos da lei, configure cri-
me militar, e de sua autoria. 
II – O inquérito policial militar tem o caráter de instrução provisória, cuja finalidade precípua e 
a de ministrar elementos necessários à propositura da ação penal. 
III – São efetivamente instrutórios da ação penal os exames, perícias e avaliações realizados 
regularmente no curso do inquérito, por peritos idôneos e com obediência às formalidades 
previstas no Código de Processo Penal Militar. 
a) Todas as afirmações estão corretas. 
b) Apenas a afirmação I está correta. 
c) Apenas a afirmação I está correta. 
d) Apenas a afirmação I está correta. 
e) Nenhuma das afirmações está correta. 
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R.: A resposta certa é a letra A. Dispõe o artigo 9º e parágrafo único, do CPPM: "O inquérito 
policial militar é a apuração sumária de fato, que, nos termos legais, configure crime militar, e 
de sua autoria. Tem o caráter de instrução provisória, cuja finalidade precípua é a de ministrar 
elementos necessários à propositura da ação penal. Parágrafo único. São, porém, efetivamente 
instrutórios da ação penal os exames, perícias e avaliações realizados regularmente no curso do 
inquérito, por peritos idôneos e com obediência às formalidades previstas neste Código". 
8. O inquérito policial militar, por ter caráter inquisitivo, aceita a oitiva de: 
a) três testemunhas. 
b) cinco testemunhas. 
c) seis testemunhas. 
d) oito testemunhas. 
e) quantas testemunhas forem necessárias ao esclarecimento do fato. 
R.: A resposta certa é a letra E. Segundo os ensinamentos de José da Silva Loureiro Neto, "o inquérito 
policial militar é inquisitivo, pois não existe a figura do contraditório, podendo o oficial encarregado 
dirigir as investigações como entender convenientemente, sem ater-se a um procedimento prévio a 
ser obedecido. Assim, exemplificando, poderá ouvir quantas testemunhas entender necessárias ao 
esclarecimento do fato" (Processo Penal Militar. 5a Ed, p. 14. São Paulo: Editora Atlas, 2000). 
9. Complete a lacuna corretamente. 
O inquérito deverá terminar dentro em ___ dias, se o indiciado estiver preso, contado esse 
prazo a partir do dia em que se executar a ordem de prisão; ou no prazo de ___ dias, quando o 
indiciado estiver solto, contados a partir da data em que se instaurar o inquérito. 
a) cinco e quinze 
b) dez e vinte 
c) vinte e trinta 
d) vinte e quarenta 
e) trinta e quarenta 
R.: A resposta certa é a letra D. Dispõe o artigo 20, do CPPM: "O inquérito deverá terminar 
dentro em vinte dias, se o indiciado estiver preso, contado esse prazo a partir do dia em que 
se executar a ordem de prisão; ou no prazo de quarenta dias, quando o indiciado estiver solto, 
contados a partir da data em que se instaurar o inquérito" (grifos nossos). 
10. Analise as assertivas. 
I – A autoridade militar poderá mandar arquivar autos de inquérito, caso haja conclusão da ine-
xistência de crime ou de inimputabilidade do indiciado. 
II – O inquérito será encerrado com minucioso relatório, em que o seu encarregado mencionará 
as diligências feitas, as pessoas ouvidas e os resultados obtidos, com indicação do dia, hora e 
lugar onde ocorreu o fato delituoso. 
III – Discordando da solução dada ao inquérito, a autoridade que o delegou poderá avocá-lo e 
dar solução diferente. 
 
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Estão corretas: 
a) I 
b) II 
c) III 
d) I e II 
e) II e III 
R.: A resposta certa é a letra E. A afirmação I está errada, pois contradiz o texto do artigo 24, 
do CPPM, que diz que "a autoridade militar não poderá mandar arquivar autos de inquérito, 
embora conclusivo da inexistência de crime ou de inimputabilidade do indiciado". 
As demais afirmações estão corretas, pois de acordo com o artigo 22 e § 2º, do CPPM. 
Título IV – Ação penal militar e seu exercício (Art. 29 ao 33, CPPM). 
Princípio da obrigatoriedade, condições da ação, prazos para oferecimento da denúncia, inépcia 
da denúncia, entre outros quesitos 
Princípio da obrigatoriedade 
É por meio da ação penal que o Estado pede ao juiz que aplique a lei ao caso concreto. O 
Ministério Público é o "dominus litis", ou seja, o senhor da ação penal, pois é responsável 
por intentá-la. Note-se que o Ministério Público não tem disponibilidade da ação, isto é, ele 
é obrigado a promover a ação penal face a existência dos elementos de convicção fornecidos 
pelo inquérito policial.
Assim, de acordo com o princípio da obrigatoriedade não pode o Ministério Público deixar de 
intentar a ação, por quaisquer motivos que sejam. Nesse sentido, prevê o artigo 30, do Código 
de Processo Penal Militar, que "a denúncia deve ser apresentada sempre que houver: 
a) prova de fato que, em tese, constitua crime; 
b) indícios de autoria". 
Presentes tais elementos, o Ministério Público deverá promover a ação.
Frisa-se, todavia, que o Código Penal Militar, em seu item 17, da Exposição de Motivos, 
pretendeu suavizar o rigor do princípio em comento prescrevendo que "entre os crimes de 
lesão corporal, inclui-se o de 'lesão levíssima', a qual, segundo ensino de vivência militar, pode 
ser desclassificada pelo juiz para infração disciplinar, poupando-se, em tal caso, o pesado 
encargo de um processo penal para fato de tão pequena monta".
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Condições da ação penal militar 
As condições da ação são requisitos necessários para que o Juiz possa julgar o mérito de 
uma pretensão punitiva deduzida na acusação. São três as condições da ação penal militar: a 
possibilidade jurídica do pedido, o interesse de agir e a legitimidade de parte.
O pedido será juridicamente possível quando o direito penal militar assim o permitir, ou seja, 
a conduta descrita na denúncia deverá enquadrar-se a um tipo penal militar. Assim, conforme 
disposição do artigo 78, do CPPM, "a denúncia não será recebida pelo juiz: (...) b) se o fato 
narrado não constituir evidentemente crime da competência da Justiça Militar (...)". Desse 
modo, haverá impossibilidade jurídica do pedido quando o fato narrado na denúncia não 
constituir crimeprevisto no Código Penal Militar.
A segunda condição da ação é o interesse de agir, também chamado justa causa. Para que haja 
atuação jurisdicional é fundamental que o pedido seja idôneo, digno de ser julgado, pois do 
contrário inexiste interesse. 
Para receber a denúncia o juiz deve estar convencido da seriedade do pedido. Sendo assim, 
a denúncia poderá ser rejeitada quando não contiver os elementos descritos no artigo 77, do 
CPPM, tais como: as razões de convicção ou presunção de delinquência.
A última condição da ação é a legitimidade para agir. Desse modo, somente o titular do interesse 
é que poderá agir, intentar a ação. Se o Ministério Público requerer a atuação jurisdicional 
contra alguém que não pode sofrer sanção penal, haverá falta ao órgão legitimação para agir. 
Nesse rumo, dispõe o artigo 78, "d", do CPPM, que "a denúncia não será recebida pelo juiz: (...) 
d) se for manifesta a incompetência do juiz ou a ilegitimidade do acusador".
Denúncia e seus requisitos 
A denúncia é a peça inaugural da ação penal pública e, de acordo com o artigo 77, do CPPM, 
deve conter os seguintes requisitos:
 "a) a designação do juiz a que se dirigir;
b) o nome, idade, profissão e residência do acusado, ou esclarecimentos 
pelos quais possa ser qualificado;
c) o tempo e o lugar do crime;
d) a qualificação do ofendido e a designação da pessoa jurídica ou instituição 
prejudicada ou atingida, sempre que possível;
e) a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias;
f) as razões de convicção ou presunção da delinquência;
g) a classificação do crime;
h) o rol das testemunhas, em número não superior a seis, com a indicação 
da sua profissão e residência; e o das informantes com a mesma indicação".
 
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Ao elaborar a denúncia, o representante do Ministério Público deverá ficar atento, verificando 
se todos os requisitos previstos no artigo 77, do CPPM, estão nela contidos, sob pena de rejei-
ção por inépcia. 
Note-se que se o acusado estiver preso, a denúncia deve ser oferecida em cinco dias, contados 
da data do recebimento dos autos para aquele fim. Já se o acusado estiver solto a denúncia 
deverá ser oferecida dentro do prazo de quinze dias (artigo 79, do CPPM). "O prazo para o 
oferecimento da denúncia poderá, por despacho do juiz, ser prorrogado ao dobro; ou ao triplo, 
em caso excepcional e se o acusado não estiver preso" – § 1º do artigo supracitado.
Classificação subjetiva da ação penal militar
Via de regra, toda ação penal é pública, pois promovida pelo próprio Estado por meio do 
Ministério Público. De acordo com o artigo 29, do CPPM: "a ação penal é pública e somente pode 
ser promovida por denúncia pelo Ministério Público Militar". Trata-se de ação penal plena ou 
incondicionada. Assim, quando a lei não dispuser o contrário, a ação penal será incondicionada. 
A ação penal referente aos crimes de lesão corporal leve e culposa, além dos casos previstos 
em legislação especial ou no Código Penal, será condicionada a representação do ofendido, 
conforme art. 88, da Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais. Nesses casos, o Ministério 
Público não poderá promover a ação penal sem a manifestação do ofendido. O direito de 
representação somente pode ser exercido pela vítima ou por seu representante legal, no prazo 
de trinta dias, sob pena de decadência. 
Nos crimes previstos nos arts. 136 a 141, a propositura da ação penal militar será condicionada 
à requisição do Ministério Militar a quem o agente estiver subordinado, ou do Ministério da 
Justiça, quando o agente for civil e não houver coautor militar (art. 122, do CPM). 
Instauração do processo
O processo inicia-se quando o juiz recebe a denúncia oferecida pelo Ministério Público. Assim, 
recebendo os autos do inquérito policial militar o Procurador poderá: oferecer a denúncia; 
requerer a devolução dos autos para que adotem as providências para o oferecimento da 
denúncia; requerer o arquivamento ao juiz; requerer a remessa dos autos ao juízo competente 
caso o crime não seja militar; ou requerer a decretação da extinção da punibilidade se verificada 
qualquer das hipóteses previstas no artigo 123, do CPM.
Pode ocorrer ainda que o juiz rejeite a denúncia por entender que não estão preenchidas as 
condições da ação, caso em que o Procurador poderá interpor recurso em sentido estrito, nos 
termos do artigo 516, "d", do CPPM. 
Por outro lado, se a denúncia não contiver os requisitos elencados no artigo 77, do CPPM, 
o juiz, antes de rejeitá-la, mandará remeter o processo ao órgão do Ministério Público para 
que, dentro do prazo de três dias, contados do recebimento dos autos, sejam preenchidos os 
requisitos ausentes (art. 78, § 1º, do CPPM).
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Discordância do juiz no pedido de arquivamento
Se o juiz discordar do pedido de arquivamento do inquérito policial formulado pelo órgão do 
Ministério Público deverá remeter os autos ao Procurador-Geral Federal. Assim, "se o procurador, 
sem prejuízo da diligência a que se refere o art. 26, nº I, entender que os autos do inquérito ou as 
peças de informação não ministram os elementos indispensáveis ao oferecimento da denúncia, 
requererá ao auditor que os mande arquivar. Se este concordar com o pedido, determinará o 
arquivamento; se dele discordar, remeterá os autos ao procurador-geral. Se o procurador 
entender que há elementos para a ação penal, designará outro procurador, a fim de promovê-la; 
caso contrário, mandará arquivar o processo." (Art. 397 do CPPM)
O mesmo ocorre na Justiça Militar do Estado de São Paulo, de acordo com o artigo 28, 
do Código de Processo Penal – "se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a 
denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, 
o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou 
peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão 
do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então 
estará o juiz obrigado a atender".
Por fim, cumpre dizer que intentada a ação penal, não poderá o Ministério Público dela desistir, 
assim como não poderá desistir do recurso que eventualmente interpuser (Art. 32 e 512 do CPPM).
 
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Passo a passo ilustrado:
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Questões 
1. Analise os itens abaixo e assinale a alternativa correta: 
A denúncia deve ser apresentada sempre que houver: 
I – prova de fato que, em tese, constitua crime; 
II – indícios de autoria; 
III – antecedentes criminais comprovados nos autos por meio de certidão. 
a) Apenas o item I está correto. 
b) Apenas o item II está correto. 
c) Apenas o item III está correto. 
d) Apenas os itens I e II estão corretos. 
e) Apenas os itens II e III estão corretos. 
R.: A resposta certa é a letra D. De acordo com o que prevê o artigo 30, do Código de Processo 
Penal Militar, "a denúncia deve ser apresentada sempre que houver: a) prova de fato que, em 
tese, constitua crime; b) indícios de autoria'". Nota-se que não há no dispositivo legal menção 
sobre antecedentes criminais.
2 As condições da ação penal militar são: 
a) a possibilidade jurídica do pedido, o interesse de agir e o livre consentimento. 
b) a possibilidade jurídica do pedido, o livre consentimento e a legitimidade de parte. 
c) somente a possibilidade jurídica do pedido e a legitimidade de parte. 
d) somente a possibilidade jurídica do pedido e o interesse de agir. 
e) a possibilidade jurídica do pedido, o interesse de agir e a legitimidade de parte. 
R.: A resposta certa é a letra E. São três as condições daação penal militar, a possibilidade 
jurídica do pedido, o interesse de agir e a legitimidade de parte. 
3. A efetivação do processo penal militar se dá com: 
a) a notificação do acusado. 
b) a sentença transitada em julgado. 
c) a intimação do acusado. 
d) a citação do acusado. 
e) a apresentação da defesa pelo acusado. 
R.: A resposta certa é a letra D. De acordo com o artigo 35, do Código de Processo Penal: 
"O processo inicia-se com o recebimento da denúncia pelo juiz, efetiva-se com a citação do 
acusado e extingue-se no momento em que a sentença definitiva se torna irrecorrível, quer 
resolva o mérito, quer não". 
 
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5. O processo penal militar extingue-se no momento em que a sentença definitiva se torna: 
a) irrecorrível, desde que resolva o mérito. 
b) recorrível, quer resolva o mérito, quer não. 
c) irrecorrível, quer resolva o mérito, quer não. 
d) irrecorrível, desde que não resolva o mérito. 
e) recorrível, desde que resolva o mérito. 
R.: A resposta certa é a letra C. De acordo com o artigo 35, do Código de Processo Penal: "O 
processo inicia-se com o recebimento da denúncia pelo juiz, efetiva-se com a citação do acusa-
do e extingue-se no momento em que a sentença definitiva se torna irrecorrível, quer resolva o 
mérito, quer não". 
6. O direito de ação no processo penal militar é exercido: 
a) pelo acusado. 
b) pelo representante legal da vítima. 
c) pela vítima. 
d) pelo Ministério Público Militar. 
e) pelo superior hierárquico do acusado. 
R.: A resposta certa é a letra D. Prescreve o artigo 34, do Código de Processo Penal Militar: "O 
direito de ação é exercido pelo Ministério Público, como representante da lei e fiscal da sua 
execução, e o de defesa pelo acusado, cabendo ao juiz exercer o poder de jurisdição, em nome 
do Estado". 
Título VI – Juiz, auxiliares e partes do processo (Art. 36 ao 76, CPPM).
Juiz Militar, Ministério Público Militar, acusado, seus defensores e curadores e, também, o 
assistente, todos destacados pelo Decreto-lei nº 1002/69 (Código de Processo Penal Militar).
Primeiramente, cumpre ressaltar, que sujeitos processuais são pessoas que possuem atribui-
ções, seja no exercício de uma profissão ou em defesa de um interesse, completando a relação 
jurídico-processual.
Cada sujeito processual opera uma atribuição peculiar. Os sujeitos destacados neste texto se-
rão o juiz, o Ministério Público, o acusado, seus defensores e curadores e, também, o assisten-
te, todos no âmbito militar.
Sendo assim, incumbe destacar que o Decreto-Lei nº 1002/69, que estatui o Código de Proces-
so Penal Militar é, portanto, a lei que rege o processo penal militar, sendo diversa da legislação 
do processo penal comum.
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A função judicial militar
O Código de Processo Penal Militar prevê, em seu artigo 36 e seguintes, a função do juiz. A atri-
buição judicial na pessoa do magistrado é assegurar a regularidade do processo, bem como a 
execução da lei, podendo, inclusive, requisitar força militar para que possa manter a ordem no 
curso dos atos realizados.
O juiz possui independência funcional, devendo apenas obediência à autoridade judiciária a ele 
superior, conforme salienta o artigo 36, parágrafo 2º, do CPPM.
A jurisdição pode ser exercida livremente pelo magistrado, exceto nos casos previstos nos arti-
gos 37 a 41, do CPPM. Tais artigos descrevem os impedimentos e suspeições do juiz para exer-
cer sua função.
Os atos judiciais, quando exercidos por juiz impedido, são considerados inexistentes. As sus-
peições judiciais podem ser divididas em: suspeição entre adotante e adotado; suspeição por 
afinidade; suspeição provocada e, por fim, os casos genéricos de suspeição. Nos casos de sus-
peição provocada, não poderá ela ser reconhecida quando a parte injuriar o juiz ou de propósi-
to der motivo para criá-la. Tanto os impedimentos quanto as suspeições possuem regras muito 
semelhantes às do processo penal comum.
Ministério Público Militar
Previsto pelos artigos 54 e seguintes, do Código de Processo Penal Militar, o Ministério Público 
é um órgão de acusação, assim também considerado no processo militar. O procurador-geral 
(membro hierarquicamente superior ao procurador de justiça) possui a função de trabalhar em 
ações de competência originária no Superior Tribunal Militar, diferentemente dos procuradores, 
que receberam a atribuição de atuar em ações perante órgãos judiciários em primeira instância.
A nomenclatura "órgão de acusação" não significa que o procurador deve somente acusar. Ao con-
trário, a função do procurador é promover a justiça opinando pela acusação ou absolvição do indiví-
duo. Nos dois casos, deverá o procurador fundamentar seu parecer em razões de fato e de direito.
A função peculiar do Ministério Público Militar é a fiscalização do cumprimento da lei penal mi-
litar, verificando especialmente o resguardo das normas de hierarquia e disciplina, como bases 
da organização das Forças Armadas.
Da mesma forma que o magistrado, o procurador também tem em seu favor a independên-
cia funcional, bem como deve respeitar as regras de impedimento e suspeição, aplicando-se, 
inclusive, as modalidades de suspeição provocada, suspeição por afinidade e suspeição entre 
adotante e adotado, nos termos e forma que são determinadas aos juízes.
Acusados, seus defensores e curadores
São sujeitos regulados pelos artigos 69 e seguintes, do diploma em questão, e a importância de 
cada um deles há de se destacar no processo penal militar.
 
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Em primeiro lugar, o indivíduo só pode ser denominado acusado se tiver contra ele uma impu-
tação de infração penal em denúncia, já recebida. Este indivíduo, agora acusado, deve ter sua 
identificação através do nome, qualificações e qualificativos. No entanto, quando não for possível 
sua identificação correta, nada impede que o processo penal militar tenha andamento, desde que 
certa a identidade física do acusado. Se, por ventura, houver necessidade de retificar os qualifi-
cativos do indivíduo, deverá ser feita por termo nos autos, tanto no curso do processo, quanto no 
momento da execução da sentença, sem que exista prejuízo da validade dos atos antecedentes.
Destaca-se, também, a necessidade e obrigatoriedade da nomeação de defensor. A constitui-
ção deste defensor não requer a apresentação de instrumento de mandato, desde que o acu-
sado o indique no momento de seu interrogatório ou em qualquer outra fase do processo, mas 
agora, por termo nos autos. Em não havendo a constituição de um defensor, o acusado não po-
derá deixar de ser defendido, devendo, então, ser nomeado defensor dativo, ficando a critério 
do acusado de, a qualquer tempo, constituir outro de sua confiança.
Ainda que o acusado tenha qualificação para se auto defender, a nomeação de defensor dativo 
será realizada pelo juiz, a menos que o acusado expressamente abra mão de tal nomeação. O 
advogado nomeado não poderá abandonar o processo, exceto em caso de motivo imperioso, o 
qual fica a critério do magistrado. Mesmo assim, se isso vier a ocorrer, ao advogado caberão as 
sanções aplicadas pela Ordem dos Advogados do Brasil, que será comunicada pelo juiz da causa. 
Contudo, se for advogado de ofício, ou seja, advogado da Justiça Militar, as sanções serão aplica-
das pelo Superior Tribunal Militar, o qual será comunicado pelo juiz através de seu presidente.
Por fim, importante descrever a figura dos curadores. A curadoria existe para a defesa dos incapa-
zes. Nos termos do artigo 72, do Código de Processo Penal Militar, "o juiz dará curador ao acusado 
incapaz". Como se vê, a curadoria funciona de forma muito parecida com o processo penal comum.
Assistente
O assistente é a vítima da prática delituosa do acusado, porém como as ações sãopúblicas, 
competem aos procuradores militares a propositura e andamento da mesma. Ocorre que, se a 
vítima tiver interesse, poderá se habilitar como assistente do Ministério Público Militar.
Destaca-se que na assistência, não só a vítima poderá se habilitar, mas também seu represen-
tante legal e seu sucessor são legítimos para tal procedimento. Para melhor elucidar, o repre-
sentante legal é o ascendente, descendente, tutor ou curador do ofendido menor de 18 anos 
ou incapaz, e o sucessor é o ascendente, descendente ou irmão.
É primordial notar que a aceitação do assistente no processo não é automática. É necessário 
um parecer do Ministério Público e uma decisão do juiz sobre a concessão ou não da admissão 
do assistente de acusação. A admissão só será possível enquanto não passar em julgado a sen-
tença. O assistente, ao ser admitido, deverá receber a causa no ponto/estado em que se achar.
O advogado da Justiça Militar, também conhecido como advogado de ofício, poderá ser assis-
tente, porém não poderá atuar no processo a favor de qualquer acusado, nem como assistente 
e nem como procurador.
Ao assistente é permitido propor meios de prova; requerer perguntas às testemunhas, fazen-
do-o depois do procurador; apresentar quesitos em perícia determinada pelo juiz ou requerida 
pelo Ministério Público; juntar documentos; arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério 
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Público; participar do debate oral, porém primeiramente faz-se necessário o parecer do re-
presentante do Ministério Público Militar e a aquiescência do juiz, nos termos do artigo 65, do 
Código de Processo Penal Militar.
Por fim, o assistente não receberá notificação no curso do processo, exceto para assistir ao 
julgamento e, caso venha tumultuar o processo ou infringir a disciplina judiciária, poderá ter 
cassada sua admissão.
Questões 
1. Os atos judiciais quando exercidos por juiz impedido são considerados: 
a) inexistentes. 
b) nulos. 
c) anuláveis. 
d) inválidos. 
e) revogáveis. 
R.: A resposta certa é a letra A. Prescreve o artigo 37, parágrafo único, do Código de Processo 
Penal Militar, que "serão considerados inexistentes os atos praticados por juiz impedido, nos 
termos deste artigo". 
2. A suspeição provocada não poderá ser alegada: 
a) pelo incapaz. 
b) pelo menor. 
c) pela parte que injuriar o juiz ou de propósito der motivo para criá-la. 
d) pela parte que estiver no polo passivo da causa. 
e) pela parte que estiver no polo ativo da causa. 
R.: A resposta certa é a letra C. Nos casos de suspeição provocada, não poderá ela ser reco-
nhecida quando a parte injuriar o juiz ou de propósito der motivo para criá-la. Tal ensinamento 
também é esclarecido pelo Código de Processo Penal Militar, em seu artigo 41. 
3. No processo penal militar, o procurador-geral tem a incumbência de atuar nos processos de: 
a) competência originária no Tribunal Regional Federal. 
b) competência originária no Supremo Tribunal Federal. 
c) competência originária no Superior Tribunal de Justiça. 
d) primeira instância. 
e) competência originária no Superior Tribunal Militar. 
R.: A resposta certa é a letra E. Dispõe o artigo 54, do CPPM, que "o Ministério Público é o ór-
gão de acusação no processo penal militar, cabendo ao procurador-geral exercê-la nas ações de 
competência originária no Superior Tribunal Militar e aos procuradores nas ações perante os 
órgãos judiciários de primeira instância". 
 
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4. O primeiro momento da correta utilização da denominação "acusado" será quando: 
a) houver contra o indivíduo uma imputação de infração penal em denúncia, ainda que não 
recebida. 
b) houver contra o indivíduo uma imputação de infração penal em denúncia, já recebida. 
c) houver sentença condenatória transitada em julgado. 
d) houver prisão em flagrante delito. 
e) houver a instauração de inquérito policial. 
R.: A resposta certa é a letra B. "Considera-se acusado aquele a quem é imputada a prática de 
infração penal em denúncia recebida" (artigo 69, do CPPM). 
5. A possibilidade de constituição de defensor, no processo penal militar, sem a apresentação de 
instrumento de mandato, existe: 
a) no momento de seu interrogatório ou em qualquer outra fase do processo por termo nos 
autos. 
b) em qualquer fase do processo penal militar por termo nos autos. 
c) na audiência destinada à oitiva das testemunhas. 
d) na apresentação da defesa preliminar. 
e) na intimação do processo penal militar. 
R.: A resposta certa é a letra A. De acordo com o previsto pelo artigo 71, parágrafo primeiro, do 
Código de Processo Penal Militar, "a constituição de defensor independerá de instrumento de 
mandado, se o acusado o indicar por ocasião do interrogatório ou em qualquer outra fase do 
processo por termo nos autos". (grifo nosso) 
6. No processo penal militar, as pessoas que podem se habilitar como assistentes do Ministério 
Público Militar são: 
a) somente a vítima, seu ascendente, descendente e irmão. 
b) somente a vítima, seu ascendente e descendente. 
c) somente a vítima. 
d) a vítima, seu representante legal e seu sucessor. 
e) somente a vítima, seu ascendente e irmão. 
R.: A resposta certa é a letra D. Prescreve o artigo 60, do CPPM, in verbis: "O ofendido, seu re-
presentante legal e seu sucessor podem habilitar-se a intervir no processo como assistentes do 
Ministério Público". 
7. O assistente não receberá notificação no curso do processo, exceto: 
a) para assistir ao julgamento. 
b) para recorrer. 
c) para apresentar complementar a denúncia. 
d) para se manifestar a respeito da defesa preliminar. 
e) para indicar o correto endereço do acusado. 
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R.: A resposta certa é a letra A. De acordo com o artigo 66, do CPPM, "o processo prosseguirá 
independentemente de qualquer aviso ao assistente, salvo notificação para assistir ao julga-
mento". 
8. O assistente poderá ter cassada a sua admissão no processo penal militar nos casos em que: 
a) não se manifestar sobre a defesa preliminar. 
b) em sendo notificado não assistir ao julgamento. 
c) tumultuar o processo ou que infringir a disciplina judiciária. 
d) não comparecer na audiência de instrução destinada a oitiva de testemunhas. 
e) tumultuar o processo, infringir a disciplina judiciária e não se manifestar sobre a defesa 
preliminar. 
R.: A resposta certa é a letra C. Nos casos em que o assistente tumultue o processo ou infrinja 
a disciplina judiciária, poderá ter sua admissão cassada, nos termos do artigo 67, do Código de 
Processo Penal Militar. 
9. A nomeação de defensor para o processo penal militar é: 
a) necessária, porém discricionária. 
b) necessária e obrigatória. 
c) dispensável e facultativa. 
d) dispensável e discricionária. 
e) necessária, porém dispensável. 
R.: A resposta certa é a letra B. É necessária e obrigatória a nomeação de defensor. Sobre o 
assunto, ainda, prescreve o artigo 71, do Código de Processo Penal Militar, que "nenhum acusa-
do, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor." 
10. Os sujeitos processuais no processo penal militar são: 
a) o juiz, o Ministério Público, o acusado, seus defensores, curadores, o oficial de justiça. 
b) o juiz, o oficial de justiça, o acusado, seus defensores, curadores, o assistente. 
c) o juiz, o Ministério Público, o acusado, seus defensores, curadores, o assistente. 
d) o juiz, o Ministério Público, o oficial de justiça, defensores, curadores, o assistente. 
e) o juiz, o Ministério Público, o acusado, oficial de justiça, curadores, o assistente. 
R.: A resposta certa é a letra C. Os sujeitos processuais no âmbito militar são: o juiz, o Ministé-
rio Público, acusado, seus defensorese curadores e, também, o assistente. 
 
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Título VII – Denúncia (Art. 77 ao 81, CPPM). 
Denúncia e seus requisitos 
O direito de ação é exercido pelo Ministério Público, como representante da lei e fiscal da sua 
execução, e o de defesa pelo acusado, cabendo ao juiz exercer o poder de jurisdição, em nome 
do Estado. 
O processo inicia-se com o recebimento da denúncia pelo juiz, efetiva-se com a citação do acu-
sado e extingue-se no momento em que a sentença definitiva se torna irrecorrível, que resolva 
o mérito ou não. 
A denúncia é a peça inaugural da ação penal pública e, de acordo com o artigo 77, do CPPM, 
deve conter os seguintes requisitos:
a) a designação do juiz a que se dirigir;
b) o nome, idade, profissão e residência do acusado, ou esclarecimentos pelos quais possa ser 
qualificado;
c) o tempo e o lugar do crime;
d) a qualificação do ofendido e a designação da pessoa jurídica ou instituição prejudicada ou 
atingida, sempre que possível;
e) a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias;
f) as razões de convicção ou presunção da delinquência;
g) a classificação do crime;
h) o rol das testemunhas, em número não superior a seis, com a indicação da sua profissão e 
residência; e o das informantes com a mesma indicação".
Ao elaborar a denúncia, o representante do Ministério Público deverá ficar atento, verificando 
se todos os requisitos previstos no artigo 77, do CPPM, estão nela contidos, sob pena de rejei-
ção por inépcia. A denúncia será ainda rejeitada, se o fato narrado não constituir evidentemen-
te crime da competência da Justiça Militar; se já estiver extinta a punibilidade; se for manifesta 
a incompetência do juiz ou a ilegitimidade do acusador.
Não estando presentes os requisitos da denúncia, o juiz antes de rejeitá-la mandará, funda-
mentadamente, remeter o processo ao órgão do Ministério Público para que, dentro do prazo 
de 3 (três) dias sejam preenchidos. No caso de incompetência do juiz, este a declarará em des-
pacho fundamentado, determinando a remessa do processo ao juiz competente. 
Se o acusado estiver preso, a denúncia deve ser oferecida em cinco dias, contados da data do 
recebimento dos autos para aquele fim. Já se o acusado estiver solto a denúncia deverá ser 
oferecida dentro do prazo de quinze dias (artigo 79, do CPPM). "O prazo para o oferecimento 
da denúncia poderá, por despacho do juiz, ser prorrogado ao dobro; ou ao triplo, em caso 
excepcional e se o acusado não estiver preso" – § 1º do artigo supracitado.
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Não sendo oferecida no prazo, o ofendido (vítima) ou seu representante legal pode oferecer queixa, 
tornando-se o titular da ação. O MP pode aditar a queixa, caso entenda necessário, oferecer 
denúncia alternativa, participar dos atos do processo, fornecer elementos de prova, interpor 
recursos etc. Caso o querelante se mostre negligente, o MP deve retomar a titularidade da ação. 
Questões 
1. Analise as alternativas e assinale a que contém os requisitos para interposição da denúncia na 
ação penal militar: 
a) a designação do promotor a que se dirigir; o nome, idade, profissão e residência do acusa-
do, ou esclarecimentos pelos quais possa ser qualificado; o tempo do crime, dentre outros. 
b) a designação do juiz a que se dirigir; o nome, idade, profissão e residência do acusado; o 
lugar em que se encontra a vítima, dentre outros. 
c) a designação do juiz a que se dirigir; o nome e a qualificação do membro do Ministério Pú-
blico que interpõe a ação penal militar; o tempo e o lugar do crime, dentre outros. 
d) a designação do promotor a que se dirigir; o nome do oficial de justiça; o tempo e o lugar 
do crime, dentre outros. 
e) a designação do juiz a que se dirigir; o nome, idade, profissão e residência do acusado, ou 
esclarecimentos pelos quais possa ser qualificado; o tempo e o lugar do crime, dentre outros. 
R.: A resposta certa é a letra E. Prescreve o artigo 77, do CPPM, in verbis: "A denúncia 
conterá: a) a designação do juiz a que se dirigir; b) o nome, idade, profissão e residência 
do acusado, ou esclarecimentos pelos quais possa ser qualificado; c) o tempo e o lugar 
do crime; d) a qualificação do ofendido e a designação da pessoa jurídica ou instituição 
prejudicada ou atingida, sempre que possível; e) a exposição do fato criminoso, com todas as 
suas circunstâncias; f) as razões de convicção ou presunção da delinquência; g) a classificação 
do crime; h) o rol das testemunhas, em número não superior a seis, com a indicação da sua 
profissão e residência; e o das informantes com a mesma indicação. 
2. O número máximo de testemunhas que podem ser indicadas na denúncia de ação penal militar 
pelo Ministério Público é de; 
a) três testemunhas. 
b) seis testemunhas. 
c) cinco testemunhas. 
d) duas testemunhas. 
e) oito testemunhas. 
R.: A resposta certa é a letra B. De acordo com o artigo 77, alínea "h", do CPPM, o rol das 
testemunhas deve ser apresentado em número não superior a seis. 
 
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3. Complete corretamente a lacuna: 
Se a denúncia não cumprir os requisitos previstos no artigo 77, do Código de Processo Penal 
Militar, o juiz antes de rejeitá-la, mandará, em despacho fundamentado, remeter o processo 
ao órgão do Ministério Público para que, dentro do prazo de ______ dias, contados da data do 
recebimento dos autos, sejam preenchidos os requisitos que não o tenham sido. 
a) cinco dias 
b) dez dias 
c) três dias 
d) oito dias 
e) quinze dias 
R.: A resposta certa é a letra C. Ao elaborar a denúncia, os requisitos previstos no artigo 77, 
do CPPM, deverão ser preenchidos, sob pena de rejeição. Contudo, de acordo com o artigo 
78, parágrafo 1º, do CPPM, "o juiz antes de rejeitar a denúncia, mandará, em despacho funda-
mentado, remeter o processo ao órgão do Ministério Público para que, dentro do prazo de três 
dias, contados da data do recebimento dos autos, sejam preenchidos os requisitos que não o 
tenham sido". 
Título VIII – Foro Militar e Competência da Justiça Militar da União 
(Art. 82 ao 121, CPPM).
Jurisdição é o poder legal no qual são investidos certas pessoas e órgãos, aplicando o direito 
positivo aos casos concretos.
Competência é a delimitação da jurisdição da autoridade investida do poder de aplicar o Direito 
ao caso concreto.
Prevê a Constituição Federal, em seu artigo 124, que compete a Justiça Militar processar e jul-
gar os crimes militares definidos em lei, remete a CF, portanto, ao disciplinamento de lei a com-
petência da Justiça Militar.
Dispõe o art. 82 do CPPM que o foro militar é especial, e exceto nos crimes dolosos contra a 
vida praticados contra civis, a ele estão sujeitos, em tempo de paz:
I – Nos crimes definidos em lei contra as instituições militares ou a segurança nacional:
a) Os militares em situação de atividade; 
b) Os militares da reserva, quando convocados para o serviço ativo;
c) Os reservistas, quando convocados e mobilizados, em manobras, ou no desempenho de 
funções militares;
d) Os oficiais e praças das Polícias e Corpos de Bombeiros, Militares, quando incorporados ás 
Forças Aramadas.
O foro militar, em tempo de guerra, poderá, por lei especial, abranger outras hipóteses das an-
teriormente previstas.
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O Decreto-Lei nº 1.001, o Código Penal Militar, disciplina em seu artigo 9º, a hipóteses de cri-
mes militares e consequentemente o que será julgado na Justiça Castrense. Nos termos do 
artigo 9º do CPM, consideram-se crimes militares, em tempo de paz
I – Os crimes tratados no CPM, quando definidos de modo diverso na lei penal comum, ou nela 
não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição

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