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DIREITO PROCESSUAL CIVIL III - Priscilla Jesus - Caderno para 1a Prova

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
Aluno: João Felipe Cabral Fagundes Pereira (05/04 e 07/06)
DA ORDEM DOS PROCESSOS NO TRIBUNAL - O CPC de 2015 criou um capítulo que trata do que se chama de ordem dos processos nos tribunal, que é disposto pelos artigos 929-946. Estes dispositivos disciplinam a implementação de quaisquer processos (recursos, remessa necessária, etc) no âmbito de qualquer tribunal.
 Ao lado desses dispositivos, somam-se os regimentos internos dos tribunais, que também disciplinam a tramitação de processos no tribunal. Os regimentos internos dos tribunais disciplinam não apenas a parte procedimental dos processos, mas também trata sobre a competência dos órgãos fracionários do tribunal, já que o tribunal é um órgão formado por diversos órgãos fracionários, devidamente disciplinados e com suas funções compartimentalizadas por meio dos regimentos internos. Portanto, podemos concluir que os regimentos internos estabelecem a competência interna do tribunal. 
 Podemos concluir então que tanto o CPC quanto os regimentos internos supracitados servem como a base para o estudo da ordem dos processos no tribunal. 
PROTOCOLO, REGISTRO E DISTRIBUIÇÃO - O Artigo 929 do CPC diz que os autos serão registrados no protocolo do tribunal no dia de sua entrada, cabendo à secretaria ordená-los, com imediata distribuição. Este artigo trata de 3 eventos quando uma ação, um recurso ou incidente chega ao tribunal. Estas 3 ações são o protocolo, registro e distribuição.
Art. 929.  Os autos serão registrados no protocolo do tribunal no dia de sua entrada, cabendo à secretaria ordená-los, com imediata distribuição.
Parágrafo único.  A critério do tribunal, os serviços de protocolo poderão ser descentralizados, mediante delegação a ofícios de justiça de primeiro grau.
-Protocolo: Quando o processo chega, o mesmo há de ser protocolado. A finalidade do protocolo é identificar a data em que o processo é apresentado no tribunal. Portanto, o protocolo nada mais é do que um livro oficial, que pode ser físico ou eletrônico. De acordo com Artigo 929, Parágrafo Único, fica a critério do tribunal a descentralização dos serviços de protocolo, mediante delegação a ofícios de justiça de 1º grau. Desse dispositivo se extrai que o protocolo poderá ser feito diretamente no tribunal ou em ofícios da justiça de 1º grau, se tiver havido a descentralização dos serviços de protocolo.
OBS: Admite-se que o pedido de expedição de precatório, por exemplo, seja feito não só tribunal, mas também nos ofícios de justiça do tribunal. Processos em larga escala que hão de ser julgados na 2ª instância da Justiça Federal poderão ser protocolados na 1ª instância da Justiça Federal, sendo posteriormente enviados em malote para o TRF. 
-Registro: Após o protocolo, o processo será registrado no tribunal. O registro deve ser feito no mesmo dia em que realizado o protocolo, e o registro tem como finalidade tornar pública a apresentação do processo no tribunal. A partir do registro, já é possível obter informações do processo no site do tribunal, indicando às partes que o mesmo já se iniciou. 
-Distribuição: A distribuição deve observar a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade. Em 1º lugar, a distribuição tem de ser feita imediatamente após o registro. A distribuição deve ser (i) alternada, pois é necessário que haja a divisão e distribuição equânime dos trabalhos entre os órgãos do tribunal, visando não sobrecarregar certos órgãos. 
 Além de ser alternada, a distribuição tem que ser (ii) aleatória, ou seja, para que a distribuição seja tanto alternada quanto aleatório, a mesma é feita por meio de um sorteio eletrônico. Exige-se a aleatoriedade para que não haja burla ao Princípio do Juiz Natural, ou seja, as partes não poderão escolher o juízo que irá julgar suas demandas. 
 Pode-se dizer então que a distribuição tem como finalidade salvaguardar o Princípio do Juiz Natural e dar (iii) publicidade à vinculação de um processo a determinado fracionário e/ou a determinado julgador, que é chamado de relator. 
Art. 930.  Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do tribunal, observando-se a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade.
 É com a distribuição em que é possível identificar o órgão julgador e o relator que irá acompanhar o caso. Pois com a distribuição dos autos, os mesmo serão enviados ao relator, que terá o prazo de 30 dias para restitui-los, com relatório contendo seu voto, à secretaria, em conformidade com o Artigo 931, NCPC/15.
Art. 931.  Distribuídos, os autos serão imediatamente conclusos ao relator, que, em 30 (trinta) dias, depois de elaborar o voto, restituí-los-á, com relatório, à secretaria.
CONEXÃO E PREVENÇÃO - Também é possível se falar de conexão no âmbito dos processos que tramitam no tribunal. Em relação às ações originárias de competência do tribunal, o regime de conexão é o mesmo de Processo Civil I. Em relação aos recursos e incidentes, aplica-se o Artigo 930, Parágrafo Único, ou seja, o primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento o relator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo ou em processo conexo. Portanto, havendo prevenção do relator, os recursos subsequentes serão distribuídos por dependência ao mesmo relator que já recebeu, primeiramente, um recurso relativo ao caso conexo. 
Parágrafo único.  O primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento o relator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo ou em processo conexo.
 Logo, podemos concluir que a prevenção é oriunda da conexão, ou seja, na eventualidade de ações conexas (2 ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir, gerando reunião das demandas para um julgamento em conjunto), o relator que receber o primeiro recurso de uma das ações conexas irá, por tabela, ser relator em recurso subsequente imposto. 
OBS: No âmbito dos recursos e incidentes do tribunal, o relator continuará prevento mesmo quando já tenha julgado o 1º recurso ou tenha proferido o mesmo como inadmissível, vinculando-se aos recursos subsequentes. 
 Em regra, a competência dos órgãos do tribunal, inclusive do relator, é uma competência em razão da matéria e, em alguns casos, em razão da pessoa. A competência em razão da matéria e da pessoa são competências absolutas. Quando há prevenção, a competência do relator é funcional, ou seja, se trata de uma competência absoluta, com o intuito de evitar contradição no julgamento dos recursos. Apesar de se tratar de uma competência absoluta, as partes e o MP só poderão suscitar a incompetência absoluta até o julgamento do processo. 
OBS: Esta regra de conexão e prevenção vem sendo aplicada aos Mandados de Segurança impetrados contra decisão judicial. Logo, mandados de segurança conexos de competência originária do tribunal serão julgados pelo mesmo relator. Mandados de Segurança conexos são aqueles impetradas contra decisões judiciais proferidas no mesmo processo. 
OBS: Litispendência é a identidade entre ações, que se configura com base na tríplice identidade, que ocorre quando mais de uma ação tem mesmas partes, causa de pedir e pedido, e uma delas deve ser extinta (aquela que foi protocolada depois). Por outro lado, na conexão, há apenas um vínculo de semelhança e, em razão disso, a lei traz consequências. A primeira delas é a reunião dos processos no juízo prevento.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS (Voto, Acórdão e Ementa)– O tribunal é um órgão colegiado, sendo composto internamente por diversos órgãos fracionários, igualmente colegiados, dos quais fazem parte inúmeros julgadores. Em razão disso, os julgamentos que ocorrem no tribunal são, em regra, colegiados. A partir destes fatos, deve-se diferenciar os conceitos de voto, acórdão e ementa. 
-Voto: No julgamento colegiado, são apresentados votos por todos os julgadores. Os votos são as manifestações dos julgadores que fazem parte do órgão fracionário do tribunal. 
-Acórdão: Os votos formam o que se chama de acórdão. Logo, o acórdão nada mais é doque uma decisão colegiada, que é composta por diversas manifestações dos julgadores, ou seja, é uma reunião de votos vencedores que apontam na mesma direção.
 O CPC de 2015 criou uma ficção jurídica e passou a prever que o acórdão também será composto pelo votos divergentes da tese vencedora no julgamento (voto vencido). O voto vencido possui algumas finalidades no julgamento. A (i) 1ª Finalidade é orientar a futura superação/mudança de entendimento do tribunal. Além disso, a (ii) 2ª Finalidade é revelar que determinada questão ainda não está pacificada e continua sendo objeto de discussão. 
 O voto vencido pode ser aquele em que (iii) o julgador apenas discorda do resultado, sem impugnar as razões do voto vencedor. Este voto vencido não tem muita importância, sobretudo do ponto de vista da formação e/ou superação dos precedentes, já que não afasta as razões do voto vencedor, mas apenas discorda. 
 O voto vencido também pode ser aquele em que (iv) o julgador discorda do resultado, rebatendo e impugnando cada um dos fundamentos do voto vencedor, sendo capaz de atender as duas finalidades da inclusão do voto vencido no acórdão, contribuindo para eventual formação e superação de precedentes. 
OBS: Há ainda decisões em que os julgadores concordam com o resultado mas apresentam fundamentos distintos. 
OBS: Fredie Didier crê que nas decisões/precedentes proferidos no julgamento de incidentes de resolução de demanda repetitiva, de assunção de incompetência e de arguição de inconstitucionalidade no tribunal, o relator deve redigir uma sugestão de acordo e deverá disponibilizar para outros julgadores, com o intuito de que seja alcançada a união de manifestos. 
-Ementa: A decisão colegiada do tribunal, independentemente do seu conteúdo, será chamada de acórdão. Essa decisão, assim como toda e qualquer decisão, deve possuir relatório, fundamentação e dispositivo. Além disso, o acórdão deve possuir uma ementa. Portanto, a ementa é parte do acórdão criada depois de encerrado o julgamento resultante no acórdão. A ementa nada mais é do que o resumo do acórdão, ou seja, na ementa devem ficar claras todas as discussões das questões fáticas e jurídicas ocorridas no acórdão. Além disso, a ementa deve indicar os fundamentos determinantes no acórdão.
OBS: A falta da ementa não gera invalidade do acórdão, não interferindo na validade do acórdão devido ao fato de que a mesma é elaborada após o julgamento. Entretanto, a falta da ementa poderá ser suscitada em embargos de declaração para que haja a complementação do acórdão. 
OBS: Entretanto, a falta de ementa poderá intimar a nulidade da intimação das partes do julgamento do processo e/ou do acórdão, pois pode ser que em razão da falta da ementa, as partes não tenham condições de identificar que o seu prazo para eventual recurso está correndo. 
Art. 943.  Os votos, os acórdãos e os demais atos processuais podem ser registrados em documento eletrônico inviolável e assinados eletronicamente, na forma da lei, devendo ser impressos para juntada aos autos do processo quando este não for eletrônico.
§ 1o Todo acórdão conterá ementa.
§ 2o Lavrado o acórdão, sua ementa será publicada no órgão oficial no prazo de 10 (dez) dias.
 Após o julgamento publica-se o que se chama (i) resenha do julgamento. Em seguida, o (ii) relator terá a obrigação de lavrar (redigir) o acórdão. Depois da redação do acórdão, publicar-se-á a ementa, entrando em curso o prazo para ingresso de eventuais recursos. Conforme Artigo 944 do CPC, se não houver publicação do acórdão dentro do prazo de 30 dias, o CPC diz que serão publicadas as notas taquigráficas, onde a partir daí poderá incorrer o prazo para ingresso de recurso.
Art. 944.  Não publicado o acórdão no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da sessão de julgamento, as notas taquigráficas o substituirão, para todos os fins legais, independentemente de revisão.
Parágrafo único.  No caso do caput, o presidente do tribunal lavrará, de imediato, as conclusões e a ementa e mandará publicar o acórdão.
TUTELA PROVISÓRIA (Âmbito Recursal)– A tutela provisória é uma tutela jurisdicional sumária e não definitiva. A tutela provisória é sumária porque fundada em cognição sumária, ou seja, no exame menos aprofundado da causa. Na tutela provisória exige-se apenas um juízo de probabilidade e não um juízo de certeza. Não é definitiva porque pode ser revogada ou modificada em qualquer tempo. A tutela provisória normalmente não dura para sempre e pode ser substituída por outra tutela.
Art. 294.  A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.
Parágrafo único.  A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental.
Art. 295. A tutela provisória requerida em caráter incidental independe do pagamento de custas.
Art. 296.  A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada.
Parágrafo único.  Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a eficácia durante o período de suspensão do processo.
Art. 297.  O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da tutela provisória.
Parágrafo único.  A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao cumprimento provisório da sentença, no que couber.
Art. 298.  Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará seu convencimento de modo claro e preciso.
 O Artigo 299, CPC, mais especificamente, o seu Parágrafo Único, deixa claro que é possível formular pedido de tutela provisória no Tribunal. Esse pedido pode ser formulado em ações de competência originária do tribunal (MS, Reclamação Constitucional) e também em sede de recurso. É válido observar que, o pedido de tutela provisória no Tribunal deve ser dirigido ao Relator, e a decisão proferida pelo Relator sobre esse pedido é recorrível, que será o Recurso de Agravo Interno. Esse pedido pode ser formulado incidentalmente (depois de interposto o recurso ou iniciada a ação), mas também pode ser antecedente (antes de iniciar a ação).
Art. 299.  A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo competente para conhecer do pedido principal.
Parágrafo único.  Ressalvada disposição especial, NA AÇÃO DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DE TRIBUNAL E NOS RECURSOS A TUTELA PROVISÓRIA SERÁ REQUERIDA AO ÓRGÃO JURISDICIONAL COMPETENTE PARA APRECIAR O MÉRITO.
OBS: Não há uma previsão literal no CPC no sentido de que cabe tutela provisória em caráter antecedente em sede de recurso, mas parece ser possível.
-Requisitos da Tutela Provisória: Ao formular o pedido de tutela provisória, devem ser demonstrados os requisitos de fumus boni iuris e periculum in mora. 
 O (i) Periculum In Mora (perigo da demora) se constitui no mais importante dos requisitos indispensáveis para a concessão de medidas liminares em mandado de segurança ou como antecipação de cautela. Deve-se vislumbrar o perigo de dano próximo ou iminente que se relaciona com uma lesão que provavelmente deva ocorrer antes da solução definitiva ou de mérito. 
 O (ii) Fumus Boni Iuris (verossimilhança das alegações) consiste na probabilidade de deferimento futuro da pretensão meritória devido à plausibilidade do direito substancial invocado por quem pretende a segurança.
OBS: A tutela provisória no Tribunal pode ter como objetivo a obtenção de um efeito suspensivo, mas também pode ter como objetivo uma providência que tenha sido já negada. Nesses casos, fala-se em busca do efeito ativo.
 Um exemplo de tutela provisória recursal é quando uma pessoa é condenada em R$ 10.000,00 em sede de sentença e resolve interpor apelação, que terá efeito suspensivo. Entretanto, a sentença foi mantida, condenando-a. Logo, a mesma entra com um Resp/RE, que não tem efeito suspensivo. Por isso, a pessoa pode pedir a tutela provisória no tribunal. Ou seja, podemos concluir que o efeito suspensvivo decorrerá da tutela provisória, pois oobjetivo é que não produza efeitos.
PRODUÇÃO DE PROVAS - É possível que sejam produzidas provas no Tribunal, tanto em ações de competência originária quanto em recursos que tramitam no Tribunal. Logo, podemos dizer que o Tribunal não apenas revisa eventuais provas produzidas no processo, mas também pode produzir novas provas. O CPC estabelece e versa sobre alguns fundamentos para se reconhecer o poder instrutório ao Tribunal.
-1º Fundamento: O primeiro fundamento está previsto no Artigo 370 do NCPC/15, vide disposto abaixo, determinando que caberá ao juiz determinar quais serão as provas necessárias para julgamento do mérito. Logo, é válido observar que, os membros do tribunal, inclusive o próprio relator, também são um juízes, cabendo ao relator dispor e ordenar o processo no tribunal e a produção de provas durante o andamento do mesmo, de acordo com o disposto no Artigo 932, I, CPC.
Art. 370.  Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito.
Parágrafo único.  O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias.
Art. 932.  Incumbe ao relator:
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes;
-2º Fundamento: O segundo fundamento se baseia na ideia de que, no curso do processo, é possível suscitar fatos supervenientes, que ocorreram após iniciado o processo, inclusive no Tribunal. Portanto, se o fato superveniente depender de prova, é preciso que o Tribunal exerça o seu poder instrutório, com base no contraditório e na ampla defesa.
Art. 933.  Se o relator constatar a ocorrência de fato superveniente à decisão recorrida ou a existência de questão apreciável de ofício ainda não examinada que devam ser considerados no julgamento do recurso, intimará as partes para que se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 1o Se a constatação ocorrer durante a sessão de julgamento, esse será imediatamente suspenso a fim de que as partes se manifestem especificamente.
§ 2o Se a constatação se der em vista dos autos, deverá o juiz que a solicitou encaminhá-los ao relator, que tomará as providências previstas no caput e, em seguida, solicitará a inclusão do feito em pauta para prosseguimento do julgamento, com submissão integral da nova questão aos julgadores.
-3º Fundamento: O 3º fundamento consiste no Artigo 435 do NCPC/15, que garante a licitude às partes de , juntar aos autos documentos novos, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos autos. O Artigo fala apenas de prova documental, mas deve ser possível qualquer tipo de prova no tribunal.
Art. 435.  É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos autos.
Parágrafo único.  Admite-se também a juntada posterior de documentos formados após a petição inicial ou a contestação, bem como dos que se tornaram conhecidos, acessíveis ou disponíveis após esses atos, cabendo à parte que os produzir comprovar o motivo que a impediu de juntá-los anteriormente e incumbindo ao juiz, em qualquer caso, avaliar a conduta da parte de acordo com o art. 5o.
RELATOR - O Tribunal é um órgão colegiado formado por vários órgãos fracionários que também são colegiados. Logo, por se tratar de um órgão colegiado, as decisões proferidas no Tribunal, em regra, devem ser colegiadas. Todavia, nem todas as providências referentes a cada processo que tramita no Tribunal serão adotadas de forma colegiada. Às vezes, um membro específico do Tribunal, em cada caso, ficará com uma atribuição de adotar algumas providências específicas, e esse membro é o Relator.
 O Relator é uma figura que concentra algumas atribuições próprias, sendo o primeiro a analisar a causa, que compreende a controvérsia, elaborando o que se chama de relatório. Além disso, é o Relator que adota providências referentes ao saneamento de vícios no processo (ex. falta de procuração, devendo intimar para que o advogado do recorrente supra o vício). Também é o responsável pela produção de provas, se for necessário. E, além disso, é o relator que analisa o pedido de tutela provisória.
OBS: Nas ações de competência originária, o relator tem ainda mais atribuições, sendo responsável por deferir ou indeferir a petição inicial, podendo julgar liminarmente improcedente o pedido, e determinar a citação do réu.
 Para que o relator possa exercer essas atribuições, a ele precisam ser reconhecidos alguns poderes, que são o poder organizacional, poder instrutório e poder decisório. 
-Poder Organizacional: O primeiro poder é o poder de organização e gestão do processo e, no exercício desse poder, alguns atos serão praticados pelo relator, como a intimação do Ministério Público para fazer intervenção no processo em tribunal, a delimitação dos poderes do amicus curiae, a dilação de prazos processuais e a inversão da ordem de produção de provas no processo. 
-Poder Instrutório: O poder instrutório se baseia no fato de que o relator tem a função de conduzir a produção de provas. 
-Poder Decisório: Durante o exercício do poder decisório, cabe ao relator a tomada e proferimento de algumas decisões.
(i) Homologação de Autocomposição no Tribunal: Primeiramente, o relator homologará autocomposição que seja celebrado no âmbito do tribunal. A autocomposição pode ocorrer a qualquer tempo no processo, e o juiz deve sempre estimular tal prática. Quando a autocomposicao acontece no primeiro grau, ela será homologada por sentença, mas pode ser que não haja composição até antes da sentença, e que o acordo seja celebrado depois de proferida a sentença. Caso o acordo da autocomposição seja celebrado após a sentença, a competência para homologação desse acordo será do relator do tribunal, se ainda houver prazo recursal. Por outro lado, caso não haja prazo recursal (se a sentença tiver transitado em julgado), advindo o acordo, o acordo será homologado pelo juízo da execução (primeiro grau).
(ii) Apreciação do Benefício da Justiça Gratuita: Em segundo lugar, o relator apreciará o benefício da justiça gratuita. Na hipótese de indeferimento do benefício, cabe o recurso de Agravo Interno. Outrora, se o relator deferir o benefício da justiça gratuita, não cabe recurso, apenas caberá um pedido de revogação do beneficio.
(iii) Apreciação do Pedido de Agravo Interno: Durante o exercício do poder decisório, caberá ao relator apreciar o pedido de tutela provisória, proferindo uma decisão recorrível por agravo interno.
(iv) Julgamento a Inadmissibilidade ou Prejudicialidade do Recurso: Quando o relator declara prejudicado um recurso, ele, em realidade, está inadmitindo um recurso em razão da ocorrência de um fato superveniente, que inviabiliza o julgamento do mérito recursal. Além disso, também há inadmissão quando o recurso não questiona especificamente as questões da decisão recorrida, entre outras razões. Havendo algum vício sanável que enseje a inadmissão do recurso, antes que seja inadmitido o recurso, o recorrente deverá ser intimado para que ele corrija o vício, ou preste informações. 
 Existe também no Tribunal um direito à emenda do recurso. Esse direito à emenda tem algumas características: (a) será exercido quando existir um vício sanável, não cabendo, por exemplo, a falta de interesse recursal e a falta de repercussão geral no Recurso Extraordinário; (b) no exercício desse direito, não é possível modificar causa de pedir e pedido recursais; (c) é preciso que seja oportunizado o exercício desse direito antes da inadmissão do recurso; (d) o relator concederá um prazo de 5 dias para que o vício seja sanado.
(v) Julgamento Unilateral do Mérito do Recurso: No exercício do poder decisório, o relator poderá julgar sozinho o mérito do recurso, dando ou negando o provimento a ele. Em regra, o recurso tem que serjulgado de forma colegiada. Em situações específicas, o relator poderá julgar sozinho, para acolher o recurso ou para não acolhê-lo.
OBS: O relator poderá julgar sozinho para negar provimento ao recurso, independentemente de intimação do recorrido para contrarrazões, quando o recurso for contrário à súmula do STF, STJ ou de Tribunal local; quando o recurso for contrário a decisões proferidas pelo STJ e STF no julgamento de recursos repetitivos; e quando o recurso for contrário a decisões proferidas em incidente de resolução de demanda repetitiva e de assunção d/e competências.
(vi) Proferir Decisões Finais no Exercício da Competência Originário: Em sexto lugar, o relator também poderá proferir decisões finais no exercício da sua competência originária. Além disso, o relator pode julgar um mandado de segurança indeferindo totalmente a petição inicial, assim como também poderá proferir decisões parciais de mérito.
(vii) Proferir Pronunciamentos com Conteúdo Interlocutório: Por fim, no exercício do poder decisório, o relator também poderá proferir pronunciamentos com conteúdos interlocutórios. Um exemplo é que o relator pode autorizar uma intervenção de terceiros, o ingresso de um assistente simples e o ingresso do amicus curiae.
Art. 932.  Incumbe ao relator:
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes;
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal;
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida;
IV - negar provimento a recurso que for contrário a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado originariamente perante o tribunal;
VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso;
VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal.
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível.
PROIBIÇÃO DE DECISÃO SURPRESA - O Artigo 10 do CPC diz que o juiz não pode julgar em grau algum de jurisdição a respeito de fato ou de direito em relação aos quais as partes não falaram, ainda que a questão possa ser conhecida de ofício. Desse dispositivo, se extrai o princípio do contraditório que veda a prolação de decisão surpresa. Esse dispositivo se aplica também no âmbito do tribunal, e se aplica conjuntamente com o Artigo 933 do NCPC/15
Art. 933.  Se o relator constatar a ocorrência de fato superveniente à decisão recorrida ou a existência de questão apreciável de ofício ainda não examinada que devam ser considerados no julgamento do recurso, intimará as partes para que se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 1o Se a constatação ocorrer durante a sessão de julgamento, esse será imediatamente suspenso a fim de que as partes se manifestem especificamente.
§ 2o Se a constatação se der em vista dos autos, deverá o juiz que a solicitou encaminhá-los ao relator, que tomará as providências previstas no caput e, em seguida, solicitará a inclusão do feito em pauta para prosseguimento do julgamento, com submissão integral da nova questão aos julgadores.
Art. 10.  O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
JULGAMENTO – O julgamento é a última etapa do processo no tribunal, se subdivindo em diversas etapas.
COLEGIALIDADE DAS DECISÕES - Em regra, as decisões do tribunal são colegiadas e as decisões são proferidas em sua sede, mas é possível que as decisões sejam proferidas em ambiente eletrônico.
COMPOSIÇÃO DOS ÓRGÃOS FRACIONÁRIOS E DO ÓRGÃO JULGADOR DO TRIBUNAL - O poder judiciário possui uma estrutura hierarquizada, inclusive sendo composto por instâncias. Juízes, desembargadores e ministros são todos magistrados, entretanto, os desembargadores e os ministros chegam a tal posição depois que passam por promoções na carreira (merecimento/tempo). Por conta disso, tem-se que o órgão julgador no tribunal deve ser composto por magistrados que tenham passado por essa promoção na carreira. O tribunal local deve ser composto por desembargadores, e não por juízes de primeiro grau. 
OBS: Apesar disso, existem decisões no STJ e no STF no sentido de que não ofende o princípio do juiz natural o fato de um órgão julgador no tribunal ser composto, por sua maioria, por juiz de primeiro grau convocado, desde que sejam respeitados os atos normativos gerais e abstratos que tratam dessa convocação.
RELATÓRIO - Quando o processo chega no tribunal, ele será registrado, distribuído e encaminhado ao relator. O relator tomará conhecimento da controvérsia e vai elaborar o relatório, encaminhando o mesmo à Secretaria do Órgão. Quando o relator tem o primeiro contato com o processo, ele fica vinculado ao processo e deve participar do julgamento do caso.
Art. 931.  Distribuídos, os autos serão imediatamente conclusos ao relator, que, em 30 (trinta) dias, depois de elaborar o voto, restituí-los-á, com relatório, à secretaria.
PAUTA E PUBLICAÇÃO - Depois de feito o relatório, o processo será encaminhado para a secretaria do órgão e, após o pedido do presidente do órgão, o processo será incluído em pauta para julgamento. Essa pauta de julgamento tem que ser publicada no Diário Oficial e deve se respeitar a anterioridade, devendo a pauta ser publicada com, pelo menos, 5 dias de antecedência da data em que designada a sessão de julgamento, além de ser afixada na sala em que será realizada a sessão de julgamento. 
 Uma vez publicada a pauta de julgamento, nada impede que as partes tenham acesso aos autos do processo, até porque elas podem querer preparar a sustentação oral, mas deverá ser feita na secretaria/cartório do tribunal. A pauta a ser publicada no diário oficial precisa indicar o dia e a hora do julgamento, para que as partes possam comparecer acompanhadas de seus advogados.
OBS: Se a pauta não for publicada ou se esse prazo não for respeitado, pode-se questionar a validade do julgamento. Também poderá ser questionada se a pauta não for publicada em nome de todas as partes e seus respectivos advogados. Mas somente ocorrerá essa invalidade se houver efetivamente o prejuízo.
Art. 934.  Em seguida, os autos serão apresentados ao presidente, que designará dia para julgamento, ordenando, em todas as hipóteses previstas neste Livro, a publicação da pauta no órgão oficial.
Art. 935.  Entre a data de publicação da pauta e a da sessão de julgamento decorrerá, pelo menos, o prazo de 5 (cinco) dias, incluindo-se em nova pauta os processos que não tenham sido julgados, salvo aqueles cujo julgamento tiver sido expressamente adiado para a primeira sessão seguinte.
§ 1o Às partes será permitida vista dos autos em cartório após a publicação da pauta de julgamento.
§ 2o Afixar-se-á a pauta na entrada da sala em que se realizar a sessão de julgamento.
-Não Obrigatoriedade da Publicação da Pauta:Existem algumas situações em que não é obrigatória a publicação da pauta de julgamento. A (i) 1ª Situação ocorre quando, opostos embargos de declaração sendo eles julgados na primeira sessão do órgão, não haverá necessidade de inclusão ou publicação do julgamento. A (ii) 2ª Situação ocorre na hipótese de que, caso o julgamento for anulado ou adiado, sendo o processo decidido ou julgado na sessão seguinte, não haverá necessidade de inclusão ou publicação na pauta. 
SUSTENTAÇÃO ORAL - Na sessão de julgamento será assegurado o direito de sustentação oral. A sustentação oral garante o exercício do contraditório e da ampla defesa nos julgamentos no tribunal. O art. 937 do CPC diz que na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo Relator, o Presidente do Órgão fracionário dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de intervenção, ao membro do MP, pelo prazo improrrogável de 15 minutos para cada um, com o objetivo de que sustentem suas razões. 
Art. 937.  Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua intervenção, ao membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões, nas seguintes hipóteses, nos termos da parte final do caput do art. 1.021:
I - no recurso de apelação;
II - no recurso ordinário;
III - no recurso especial;
IV - no recurso extraordinário;
V - nos embargos de divergência;
VI - na ação rescisória, no mandado de segurança e na reclamação;
VIII - no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias que versem sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência;
IX - em outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno do tribunal.
§ 1o A sustentação oral no incidente de resolução de demandas repetitivas observará o disposto no art. 984, no que couber.
§ 2o O procurador que desejar proferir sustentação oral poderá requerer, até o início da sessão, que o processo seja julgado em primeiro lugar, sem prejuízo das preferências legais.
§ 3o Nos processos de competência originária previstos no inciso VI, caberá sustentação oral no agravo interno interposto contra decisão de relator que o extinga.
§ 4o É permitido ao advogado com domicílio profissional em cidade diversa daquela onde está sediado o tribunal realizar sustentação oral por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que o requeira até o dia anterior ao da sessão.
-Possibilidade de Fala do Recorrente e Recorrido: Diz o Artigo 937 que a parte pode sustentar oralmente as suas razões no tribunal. Tanto o recorrente como o recorrido pode fazer sustentação oral, que é feita pelo advogado da parte, por ter capacidade postulatória. 
OBS: Nunca houve dúvida que o recorrente tem o direito de sustentar oralmente no tribunal. Por outro lado, em relação ao recorrido, no CPC/39 dizia-se que o recorrido não podia fazer sustentação oral se ele não tivesse apresentado contrarrazões ao recurso do seu adversário. No CPC/73, o recorrido passou a poder fazer sustentação oral, independentemente de ter apresentado contrarrazões, fazendo a sustentação oral com base na sentença, que lhe foram favoráveis. Também o CPC/2015 vem nessa linha, de modo que, hoje, o recorrido pode fazer sustentação oral, independentemente de ter apresentado contrarrazão. 
-Sustentação Oral do MP: Além do recorrido, o Ministério Público também poderá apresentar sustentação oral quando ele atuar como fiscal da ordem jurídica. Também terá esse direito se ele for parte do processo, mas há quem diga que o Ministério Público como parte não poderá fazer sustentação oral se, no caso, houver intervenção de outro órgão do Ministério Público como fiscal da ordem jurídica. 
-Sustentação Oral dos 3ºs Interventores no Processo: Também pode sustentar oralmente os terceiros que tenham feito intervenção no processo, virando parte, através do seu advogado. A sustentação oral ocorrerá depois da exposição da causa pelo relator e antes de que seja proferido o voto por ele. O presidente dá a palavra a quem vai sustentar e, posteriormente, os julgadores irão proferir seus votos (se a outra parte não for sustentar oralmente). Primeiro será dada a voz ao recorrente, depois ao recorrido e por ultimo o Ministério Público como fiscal da ordem jurídica, conferindo a cada um 15 minutos.
OBS: Se no processo existir litisconsortes representados por advogados distintos, vinculados a escritórios de advocacia distintos, o prazo de 15 minutos será dobrado para 30 minutos sendo divididos para todos, mesmo que o processo seja digital. Essa regra de prazo em dobro só se aplica, de acordo com o CPC, nos casos de processos físicos, mas quando o processo é digital, a regra do prazo em dobro não se aplica.
-Tempo e Forma do Pedido de Sustentação Oral: O pedido de sustentação oral pode ser formulado até antes do início do julgamento e ele pode ser formulado por escrito ou oralmente. Se (i) formulado por escrito, o pedido deverá ser protocolado nos autos do processo, e deverá ser juntado aos autos, para que o órgão saiba que haverá sustentação e se programe, cujo prazo de antecedência para que seja formulado o pedido, geralmente, é de 2 dias. Se (ii) formulado oralmente, até antes do início da sessão de julgamento poderá ser feito o pedido de sustentação oral ao Presidente do órgão. 
 Os tribunais, no entanto, estabelecem na própria pauta que é publicada que os pedidos de sustentação oral deverão ser feitas com antecedência de até 30 minutos antes do início da sessão.
-Cabimento da Sustentação Oral: Conforme os incisos do Artigo 937 do CPC, será cabível a utilização do instituto da sustentação oral nas hipóteses de: (i) Apelação, no (ii) Recurso Ordinário, no (iii)Recurso Especial, no (iv) Recurso Extraordinário, nos (v) Embargos de Divergência, no (vi) Agravo Interno interposto contra decisão que extingue Mandado de Segurança, (vii)Ação Rescisória e Reclamação Constitucional e no (viii) Agravo de Instrumento interposto contra decisão que versa cobre tutela provisória.
Art. 937.  Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua intervenção, ao membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões, nas seguintes hipóteses, nos termos da parte final do caput do art. 1.021:
I - no recurso de apelação;
II - no recurso ordinário;
III - no recurso especial;
IV - no recurso extraordinário;
V - nos embargos de divergência;
VI - na ação rescisória, no mandado de segurança e na reclamação;
VIII - no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias que versem sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência;
IX - em outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno do tribunal.
OBS: Cabe sustentação oral em algumas ações de competência originária no Tribunal, como nos casos de ação rescisória, Mandado de Segurança e reclamação constitucional.
-Sustentação Oral na Remessa Necessária: A remessa necessária é um instituto de proteção à Fazenda Pública. Tal medida protetiva é encontrada no Art. 496, do Novo Código de Processo Civil, e prevê casos em que se fará necessário o duplo grau de jurisdição, em que será realizado reexame necessário, independentemente da interposição de recurso. Não há uniformidade na doutrina sobre o cabimento da sustentação oral na remessa necessária, havendo uma parcela da doutrina que crê no cabimento da sustentação oral na remessa necessária, sob o argumento que o CPC não veda expressamente e porque deve ser privilegiado o contraditório e ampla defesa, mas há quem diga que não é possível, pois não há o que ser sustentado pela Fazenda Pública, já que a sentença lhe foi desfavorável.
-Hipóteses de Não-Cabimento da Sustentação Oral: Não haverá sustentação oralnos: (i) embargos de declaração; no (ii) agravo interno (salvo o agravo interno interposto que extingue MS, ação rescisória e reclamação constitucional); e nos (iii) agravos de instrumento (salvo nos casos de agravo de instrumento interpostos contra decisão que versa sobre tutela provisória).
 Cabe sustentação oral no agravo de instrumento interposto contra decisão que versa sobre mérito do processo. Existem situações em que o legislador prevê que caberá agravo de instrumento contra decisões que versam sobre mérito do processo. Isso acontece, por exemplo, com a previsão de que cabe agravo de instrumento contra a decisão que decreta a falência (recorrível por agravo de instrumento, sendo uma decisão de mérito do processo). Há situações previstas em lei em que é cabível a sustentação oral nos agravos de instrumento em decisões parciais de mérito. Um exemplo de decisão parcial de mérito é quando uma ação ajuizada com dois pedidos, sendo que um deles é prescrito, haverá extinção parcial com exame do mérito. Contra a decisão que extinguiu o pedido, caberá sim o agravo de instrumento. 
-Negócios Jurídicos Processuais na Sustentação Oral: Nos tribunais, vem sendo celebrados e admitidos diversos negócios jurídicos processuais atípicos, tendo como exemplo: negócio jurídico processual para reduzir o tempo da sustentação oral; dispensa de leitura do relatório na sessão de julgamento; dispensa da sustentação oral por advogado que defenda interesse da parte, em relação a qual o voto beneficie; outorga de substabelecimento oral para um advogado que vai realizar a sustentação oral e que até então não estava constituído nos autos.
OBS: De acordo com o Artigo 935 do NCPC/15, para que seja possível o exercício do contraditório por meio da sustentação, é preciso que a pauta de julgamento seja divulgada/publicada, observando-se o prazo 5 dias entre a data da publicação e a data do julgamento, com o intuito de que as partes se preparem para a sessão de sustentação oral. 
Art. 935.  Entre a data de publicação da pauta e a da sessão de julgamento decorrerá, pelo menos, o prazo de 5 (cinco) dias, incluindo-se em nova pauta os processos que não tenham sido julgados, salvo aqueles cujo julgamento tiver sido expressamente adiado para a primeira sessão seguinte.
§ 1o Às partes será permitida vista dos autos em cartório após a publicação da pauta de julgamento.
§ 2o Afixar-se-á a pauta na entrada da sala em que se realizar a sessão de julgamento.
OBS: Conforme Artigo 937, §4º, NCPC/15, admite-se sustentação oral por videoconferência ou através de outro sistema de transmissão de sons ou imagem. Se ocorrer dessa forma, é preciso que o pedido de sustentação oral que seja feito, pelo menos, um dia de antecedência do julgamento. 
§ 4o É permitido ao advogado com domicílio profissional em cidade diversa daquela onde está sediado o tribunal realizar sustentação oral por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que o requeira até o dia anterior ao da sessão.
PEDIDO DE VISTA - Qualquer julgador, inclusive o relator, que não se sentir preparado para proferir o seu voto na sessão de julgamento poderá realizar o pedido de vista do processo, que poderá ser de dois tipos.
-Pedido de Vista em Mesa: O pedido de vista em mesa acarreta na suspensão temporária e breve do processo que, momento após o pedido, o julgamento há de ser retomado.
-Pedido de Vista em Gabinete: O pedido de vista em gabinete consiste numa situação em que o julgamento será adiado por até 10 dias. Passados os 10 dias do pedido de vista em gabinete, o processo deverá ser reincluído para ser julgado na sessão de julgamento seguinte. Se o julgador que fez o pedido de vista não devolveu o processo em 10 dias ou se não tenha pedido a prorrogação, o presidente pedirá sua inclusão no processo para poder tomar uma decisão na seguinte sessão do processo.
Art. 940.  O relator ou outro juiz que não se considerar habilitado a proferir imediatamente seu voto poderá solicitar vista pelo prazo máximo de 10 (dez) dias, após o qual o recurso será reincluído em pauta para julgamento na sessão seguinte à data da devolução.
§ 1o Se os autos não forem devolvidos tempestivamente ou se não for solicitada pelo juiz prorrogação de prazo de no máximo mais 10 (dez) dias, o presidente do órgão fracionário os requisitará para julgamento do recurso na sessão ordinária subsequente, com publicação da pauta em que for incluído.
§ 2o Quando requisitar os autos na forma do § 1o, se aquele que fez o pedido de vista ainda não se sentir habilitado a votar, o presidente convocará substituto para proferir voto, na forma estabelecida no regimento interno do tribunal.
JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE E JUÍZO DE MÉRITO – Toda demanda se submete a um duplo juízo.
-Juízo de Admissibilidade: Inicialmente, a demanda se submete a um juízo de admissibilidade. Sendo o (i) Juízo De Admissibilidade Positivo, passa-se para o juízo de mérito e diz-se que o recurso foi reconhecido, admitido e/ou que de-se seguimento ao recurso (sinônimos de juízo positivo de admissibilidade). Na hipótese de (ii) Juízo De Admissibilidade Negativo, diz-se que o recurso não foi conhecido, inadmitido ou negado o seguimento do recurso (sinônimos de juízo negativo de admissibilidade). 
-Juízo de Mérito: No juízo de mérito, as expressões são diferentes. No juízo de mérito diz que o recurso foi acolhido ou não acolhido, provido ou não provido. 
OBS: Existem situações em que o próprio relator fará o juízo de admissibilidade, pois o mesmo é dotado de tal atribuição em certos casos, podendo o juízo de admissibilidade ser objeto de um agravo interno, que há de ser avaliado pelo colegiado.
Em regra, o julgamento no tribunal é colegiado e, do mesmo, é advindo do julgamento colegiado um acórdão. O acórdão deverá versar sobre os dois juízos (de admissibilidade e de mérito). Claro que só haverá juízo de mérito se o juízo de admissibilidade for positivo. Todos os julgadores votarão em ambos os juízos.
 Se o acórdão versa sobre o juízo de admissibilidade e o juízo de mérito, quer dizer que o mesmo possuirá dois capítulos. Em relação a um capítulo, pode haver unanimidade em relação a decisão enquanto que no outro pode haver uma divergência entre os votos proferidos.
TÉCNICA DE AMPLIAÇÃO DE JULGAMENTO NO COLEGIADO - A análise da unanimidade ou divergência dos votos proferidos no juízo de mérito e de admissibilidade no acórdão são de suma importância para que se avalie qual parte da decisão será objeto de recurso ou qual parte da mesma se submeterá à técnica de ampliação pelo colegiado. O Artigo 942 do CPC prevê que quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do julgamento. Logo, é desse dispositivo que se encontra o fundamento da técnica de ampliação para julgamento em colegiado. 
Art. 942.  Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores.
§ 1o Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, colhendo-se os votos de outros julgadores que porventura componham o órgão colegiado.
§ 2o Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do prosseguimento do julgamento.
§ 3o A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento não unânime proferido em:
I - ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo, nesse caso, seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento interno;
II - agravo de instrumento, quando houver reforma dadecisão que julgar parcialmente o mérito.
§ 4o Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento:
I - do incidente de assunção de competência e ao de resolução de demandas repetitivas;
II - da remessa necessária;
III - não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial.
OBS: Até o CPC de 1973, falava-se sobre o recurso de embargos infringentes. Esse recurso foi extinto no Novo CPC, sendo substituído pela técnica de ampliação de julgamento no colegiado. O recurso de embargos infringentes eram cabíveis exatamente nos casos em que o julgamento não era unânime. 
-Natureza Jurídica: Discute-se em doutrina qual é a natureza jurídica da técnica de ampliação de julgamento no colegiado. A (i) 1ª Doutrina reza que a técnica de ampliação de julgamento no colegiado se trata, em realidade, de um recurso, que não seria um recurso voluntário, mas sim um recurso de ofício, onde o próprio tribunal encaminha a questão para julgamento em um colegiado maior, formado por mais membros. 
 Por outro lado, a (ii) 2ª Doutrina entende que essa técnica não possui natureza de recurso, tratando-se apenas de um procedimento, que deve ser observado pelo tribunal, para que o julgamento se complete validamente em alguns casos (casos em que a apelação seja julgada por apelação não unânime). Portanto, essa linha doutrinária crê que quando o julgamento da apelação é não unânime, o julgamento não se encerra e não há lavramento de acórdão, pois o julgamento deve prosseguir, sendo conduzido por um colegiado ampliado. Tanto esse julgamento não acaba que contra a decisão não unânime da apelação, não se pode interpor recurso, só sendo possível a interposição do recurso depois que observado o rito e obtido o julgamento da apelação por um colegiado maior. 
-Aplicabilidade da Técnica de Julgamento Ampliado no Colegiado: A técnica de julgamento ampliado no colegiado será aplicável quando o julgamento da apelação for não unânime. Aplicando-se essa técnica, se o recurso não puder ser “rejulgado” na mesma sessão com o colegiado ampliado, terá de ser designada uma nova sessão, da qual participarão julgadores em número suficiente para inverter o resultado do julgamento, de acordo com Artigo 942, §1º, NCPC/15.
§ 1o Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, colhendo-se os votos de outros julgadores que porventura componham o órgão colegiado.
 A apelação é julgada, originariamente, por 3 julgadores, onde a não unanimidade se configura quando o placar termina em 2-1. E, para que haja a inversão do resultado do julgamento, serão convocados outros 2 julgadores com base na técnica de ampliação no julgamento do colegiado, podendo a decisão do colegiado ampliado variar. Se for necessária a designação de uma nova sessão de julgamento, com a convocação de novos julgadores, abrir-se-á a possibilidade de nova sustentação oral. 
OBS: Essa técnica também é aplicável ao julgamento não unânime da ação rescisória quando o resultado da apelação for a rescisão da sentença. Também se aplica ao julgamento não unânime do agravo de instrumento quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito. 
-Hipóteses de Inaplicabilidade: Conforme disposto no Artigo 942, §4º, NCPC/15, não se aplica a técnica de ampliação do julgamento no colegiado no: (i) incidente de assunção de competência; ao (ii) incidente de resolução de demandas repetitivas; à (iii) remessa necessária; e também ao (iv) julgamento não unânime proferido pelo pleno ou órgão especial do tribunal. 
§ 4o Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento:
I - do incidente de assunção de competência e ao de resolução de demandas repetitivas;
II - da remessa necessária;
III - não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial.
VOTO MÉDIO – O julgamento colegiado pode ser unânime assim como pode ser não-unânime. Quando o julgamento é unânime, todos os julgadores votam no mesmo sentido. Quando o julgamento é não-unânime, fala-se em julgamento por maioria, havendo votos vencedores e voto(s) vencido(s). É possível também, que no julgamento colegiado não se alcance nem a unanimidade nem o julgamento por maioria. Nesse caso, fala-se que há divergência de votos. Quando há votos divergentes, para que se chegue a uma conclusão do julgamento, é preciso que se extraia o voto médio. 
-Divergência Quantitativa x Qualitativa: A divergência pode ser quantitativa ou qualitativa. A (i) Divergência Quantitativa ocorre quando cada julgador indica um valor referente a um pedido formulado pela parte (cada julgador atribui um valor para o pedido da parte). Quando há divergência quantitativa, há duas maneiras de se extrair o voto médio. A (a) 1ª Forma do Voto Médio consiste que o voto médio será aquele em que foi indicado um valor intermediário, enquanto que na (b) 2ª Forma do Voto Médio, extrai-se o voto médio a partir da soma de todos os valores, que será dividido pelo número de todos os julgadores (Total dos Valores/Nº de Julgadores).
 Por outro lado, a (ii) Divergência Qualitativa consiste na ideia de que cada um dos julgadores indicou um resultado e posicionamento diferente no julgamento dos recursos. A resolução da divergência qualitativa é mais problemática, existindo duas formas possíveis de sanar a divergência. A 1ª forma consiste no (a) rejulgamento do recurso, enquanto que a 2ª forma de se resolver a divergência qualitativa se baseia na (b) aplicação da técnica de ampliação do colegiado. 
OBS: É válido observar que não pode haver a extração do voto médio nas divergências qualitativas. 
PROCLAMAÇÃO DO RESULTADO – Depois que todos os julgadores proferirem seus votos, o que ocorrerá depois da sustentação oral (se houver sustentação), será a proclamação do resultado pelo Presidente do órgão julgador. É estabelecido que, caso o Presidente tenha alguma dúvida a respeito da conclusão do julgamento, poderá o mesmo, durante a sessão, pedir esclarecimentos aos julgadores do caso e às próprias partes, que falarão por meio de seus advogados. 
OBS: Se subsistir algum equívoco na proclamação do resultado, não sendo ele sanado na própria sessão, nada impede que as partes imponham embargos de declaração para questionar o equívoco. 
MODIFICAÇÃO DO VOTO – O voto poderá ser modificado até a proclamação do resultado. Entretanto, uma vez proclamado o resultado pelo presidente, qualquer alteração de voto só poderá ser feita através de julgamento de embargos de declaração opostos pelas partes ou será possível a alteração, até mesmo de ofício, para reparação de erro material e erro de cálculo. 
TEORIA GERAL DOS RECURSOS 
CONCEITO TÉCNICO DE RECURSO – No conceito técnico e estrito, recurso é um meio de impugnação de uma decisão no mesmo processo em que essa decisão foi proferida. O recurso, uma vez interposto contra uma decisão, prolonga o estado de litispendência do processo, continuando pendente, só que em outra instância. 
 Como o recurso é interposto no mesmo processo em que foi proferida a decisão recorrida, tem-se que ações autônomas de impugnação de decisão (ação rescisória, mandado de segurança, reclamação constitucional, etc) não se encaixam no conceito de recurso. Logo, as ações autônomas de impugnação não fazem parte do conceito técnico de recurso, uma vez que as mesmas formam um novo processo, e não um mero incidente processual, como os recursos.
CONCEITO DE RECURSO COMO DIREITO POTESTATIVO - O recurso consiste no exercício do direito de ação, em regra, no tribunal. O direito à interposição de recurso é um direito potestativo pois, uma vez exercido, impõe-se a instauração de um incidente processual do qual decorrem algumas situações jurídicas processuais (direitos processuais), como o direito de se obter tutela jurisdicional no âmbito recursal (uma vez interposto o recurso, o mesmo terá de ser julgado pelo órgão competente). O direito à interposição do recurso é um direito complexo, servindo como fonte de outros direitos. 
PRINCÍPIO DO DUPLO DE GRAU DE JURISDIÇÃO – O Princípio Duplo Grau De Jurisdiçãoé um princípio do direito processual que garante, a todos os cidadãos jurisdicionados, a reanálise de seu processo, administrativo ou judicial, geralmente por uma instância superior. 
 Discute-se em doutrina se é possível falar do princípio do duplo grau de jurisdição. Essa discussão existe devido ao fato de que, na CF/88, não há expressa previsão desse princípio, porém é possível extrair o mesmo da CF/88 de forma implícita, pois a Carta Magna prevê que o Poder Judiciário se organiza em uma estrutura hierarquizada. 
 Nessa estrutura hierarquizada, há uma sobreposição de órgãos jurisdicionais, que podem ser órgãos jurisdicionais superiores (STJ e STF), tribunais locais (TJs e TRFs, por exemplo) e os órgãos jurisdicionais inferiores de 1º grau (Juízes de Direito e Juízes Federais, por exemplo). É por meio dessa estrutura hierarquizada que pode-se extrair, implicitamente, o princípio do duplo grau de jurisdição. 
-Conteúdo do Duplo Grau de Jurisdição: O Duplo Grau de Jurisdição assegura que uma decisão proferida pelo Poder Judiciário seja revista por um órgão jurisdicional integrante de uma instância superior em relação a qual o órgão que proferiu a decisão recorrida se vincula. 
-Relatividade do Duplo Grau de Jurisdição: O Princípio do Duplo Grau de Jurisdição não é absoluto, devido aos seguintes motivos: há (i) causas de competência originária do STF em que não é possível interpor recurso a ser julgado por uma instância superior, que sequer existe; 
OBS: As decisões proferidas pelo STF não são irrecorríveis, podendo ser objeto de recurso (que há de ser julgado pelo próprio STF, como os embargos de declaração e embargos de divergência), porém não serão objeto de recurso em instância superior pelo simples fato de que inexiste uma instância superior ao STF.
 Existem (ii) decisões recorríveis por recursos de competência do mesmo órgão que proferiu a decisão recorrida, ou ainda recursos que são de competência de turma julgadora composta por juízes de 1º grau, como nos casos de embargos infringentes de alçada (recursos cabíveis de sentença de 1º grau proferida em sede de execução fiscal cujo valor não exceda 300 reais).
SISTEMA DE IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS – O sistema de impugnação das decisões judiciais é composto pelos recursos, ações autônomas de impugnação e sucedâneos recursais. 
-Ação Autônoma de Impugnação: Podemos dizer que ação autônoma de impugnação é um meio de impugnação de decisão judicial utilizado em processo autônomo ou que forma processo autônomo desvinculado ou desgarrado ao processo que proferiu a decisão impugnada. São exemplos de ações autônomas de impugnação a ação rescisória, reclamação constitucional e o mandado de segurança contra ato judicial.
-Sucedâneos Recursais: Os sucedâneos recursais são meios de impugnação de decisão judicial que não são nem recursos nem ações autônomas de impugnação. O conceito de sucedâneo recursal é residual, ou seja, são todas as impugnações de decisões judiciais que não se enquadram como recursos ou como ações autônomas de impugnação. São exemplos de sucedâneos recursais o pedido de reconsideração, pedido de suspensão de liminar/de segurança. 
CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS – O Artigo 1.002 do CPC diz que a decisão pode ser impugnada no todo ou em parte. Analisando este dispositivo, chega-se à conclusão de que os recursos podem ser parciais ou totais. 
Art. 1.002.  A decisão pode ser impugnada no todo ou em parte.
-Recurso Parcial: Recurso Parcial é aquele que impugna uma parte/trecho da decisão judicial. As decisões judiciais são divididas em capítulos, que podem versar sobre questões processuais, de mérito, ou ainda sobre questões processuais e de mérito. Os capítulos de uma decisão podem ainda ser dependentes ou independentes entre si, onde os (i) Capítulos Independentes são aqueles que subsistem independentemente da existência dos demais, enquanto que os (ii)Capítulos Dependentes são aqueles em que a sua subsistência depende dos demais capítulos da decisão, como no caso de cobranças de parcelas não-pagas (pedido principal) além de juros e correção monetária devido ao pagamento intempestivo (pedido subsidiário), onde caso haja a negação do pedido principal, o capítulo referente à obrigação acessória inexistirá. 
OBS: Os capítulos que versam sobre o objeto composto são pedidos cumulados. Os capítulos de uma decisão também podem versar sobre objetos passíveis de cisão/divisão. O objeto é passível de divisão quando ele se submete a algum tipo de medida (pesagem, por exemplo). Se o juiz condenar o réu ao pagamento de 40 mil, há dois capítulos nessa decisão: o capítulo que acolheu 30 mil e o que rejeitou 10 mil. O recurso é parcial justamente quando o recurso é interposto contra uma parte, um trecho da sentença proferida. 
-Recurso Total: O recurso total é aquele que questiona a totalidade do conteúdo impugnável da decisão. 
-Recurso de Fundamentação Livre: No recurso de fundamentação livre, pode ser veiculado qualquer tipo de crítica à decisão judicial recorrida. Neste caso, o recorrente pode suscitar qualquer erro que tenha sido cometido pela decisão recorrida. São recursos de fundamentação livre a apelação, o agravo de instrumento e o agravo interno.
-Recurso de Fundamentação Vinculada: O recurso de fundamentação vinculada é aquele em que só pode ser veiculadas críticas específicas relativas à decisão recorrida, não podendo ser suscitado qualquer equívoco que tenha sido cometido pelo juiz, apenas os erros/equívocos previstos na lei (recursos de fundamentação típica, pois a lei dirá que tipo de crítica poderá ser veiculada nesses recursos), que são obscuridade, contradição, omissão e erro material, sendo os requisitos para interposição dos embargos de declaração. 
ATOS PASSÍVEIS DE RECURSOS – São recorríveis os pronunciamentos judiciais de conteúdo decisório, ou seja, os atos passíveis de recursos são as sentenças, decisões interlocutórias e os acórdãos, além decisões monocráticas/unipessoais oriundas de Presidente, Relator ou Vice-Presidente do Tribunal. 
OBS: A sentença é uma decisão que encerra a fase do procedimento em 1ª instância/1º grau, sendo recorrível por apelação. A decisão interlocutória, por outro lado, não encerra uma fase do procedimento em 1ª instância, sendo recorrível, em regra, por agravo de instrumento. Já o acórdão é uma decisão colegiada proferida, em regra, pelo tribunal ou por turma recursal, sendo recorríveis por recurso especial ou por recurso extraordinário. A decisão monocrática, por fim, é recorrível por agravo interno. 
 Os despachos, que não tem conteúdo decisório, por exemplo, não poderão ser objeto de recurso (cabem embargos de declaração de qualquer ato e pronunciamento, inclusive de despachos). São também irrecorríveis os atos ordinatórios, que são atos praticados pelo escrivão ou pelo Chefe de Secretaria, por delegação do juiz. 
DESISTÊNCIA – Todo recurso é uma demanda e, como toda demanda, pode o recurso ser revogado. Desistência consiste na revogação do recurso, ou seja, desistir de um recurso é revogar o recurso. A revogação do recurso pode ser feita até antes do início do julgamento do recurso e essa revogação pode ser feita por escrito ou na sustentação oral. A desistência do recurso produz efeitos imediatos, independendo de homologação pelo órgão jurisdicional. Além disso, a desistência do recurso também não depende de consentimento/anuência da parte contrária. 
 Portanto, a desistência do recurso pressupõe a existência de um recurso interposto, ou seja, só se pode desistir de um recurso que já foi interposto. A desistência se trata de uma conduta determinante, pois a sua prática coloca o desistente em uma situação jurídica desfavorável. Portanto, se a conduta é determinante, a mesma só pode produzir efeitos àquele que a praticou. 
OBS: Se o litisconsórcio for unitário, a desistência só produzirá efeitos para todos se todos a manifestarem. 
 Se houver desistência, o recurso será extinto sem exame de mérito, em razão de sua revogação. Além disso, é possível quehajam recursos e apelações recíprocos, ou seja, mais de um recurso e, caso haja desistência de apenas um deles, os demais prosseguirão para julgamento normalmente. Por outro lado, se a desistência for parcial, somente parte do recurso será extinto. Ademais, na hipótese de desistência do recurso, ocorrerá o que se chama de fato impeditivo do direito de recorrer, significando que, desistindo-se de um recurso, a parte desistente ficará impedido de renovar o recurso, ainda que haja prazo recursal.
OBS: Há quem diga que o advogado necessita de poder especial previsto em uma procuração para que possa desistir de forma eficaz do recurso.
OBS: Às vezes, a desistência do recurso pode gerar como consequência a manutenção de uma decisão de mérito contrária aos interesses do desistente. Em razão disso, há quem diga que em casos como esses, além do advogado ter poder especial para desistir, tem de ter poder especial para transigir e negociar.
-Desistência de Ação x Desistência do Recurso: Desistência da ação e desistência do recurso possuem algumas características diferentes. A (i) Desistência Da Ação depende de homologação para surtir efeitos, assim como também depende de consentimento do réu se ele já tiver sido citado e, por fim, a desistência da ação gera extinção do processo sem exame de mérito. Por outro lado, a (ii) Desistência do Recurso independe de homologação e, portanto, a desistência do recurso nunca dependerá do consentimento da outra parte. Ademais, a decisão do recurso nem sempre gera extinção do processo originário em exame de mérito, mas apenas do recurso em si. 
RENÚNCIA – A renúncia é o ato por meio do qual se manifesta a vontade de não se interpor o recurso. Diferentemente da desistência, a renúncia pressupõe que o recurso ainda não tenha sido interposto, abrindo-se mão da interposição do recurso. Podemos concluir que a renúncia é um direito extintivo do fato de recorrer, ou seja, feita a renúncia e sendo interposto o recurso, o recurso será inadmissível. 
-Renúncia Condicionada: Em tempos de negócios jurídicos processuais, tem-se admitido a renúncia condicionada, sujeito a uma condição ou termo. Antes da entrada em vigor do Novo CPC de 2015, só se podia falar em renúncia quando já tivesse surgido o direito à interposição do recurso. Com a entrada em vigor do CPC de 2015, começou a ser admitida a renúncia admitida, ou seja, a negociação da renúncia quando o direito à interposição do recurso sequer existe. 
ACEITAÇÃO - Por outro lado, a aceitação consiste na manifestação no sentido de que a parte se conformou com a decisão proferida. A aceitação pode ser expressa ou tácita. Havendo aceitação, o recurso interposto será considerado inadmissível. 
-Aceitação Expressa x Aceitação Tácita: A (i) Aceitação Expressa ocorre quando a parte diz expressamente que está conformada com a decisão. Por outro lado, a (ii) Aceitação Tácita consiste no momento em que a parte pratica um ato contrário à intenção de recorrer, como realizar o depósito judicial, por exemplo. 
OBS: O cumprimento de uma decisão interlocutória não extingue o direito da parte de interpor agravo de instrumento. Além de se tratar de decisão sumária, a parte não pode se escusar de cumprir a decisão interlocutória, sendo obrigada a cumprir a ordem judicial, pois tais decisões produzem efeitos imediatos.
JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE – Toda demanda, inclusive o recurso, se submete a um juízo de admissibilidade. No juízo de admissibilidade, examina-se se o recurso está preparado e tem condições de ser avaliado e julgado no mérito. O juízo de admissibilidade tem como objeto a análise dos requisitos de admissibilidade recursal. 
 Barbosa Moreira elenca esses requisitos em duas categorias, que são os requisitos intrínsecos e os requisitos extrínsecos. Ou seja, se o recurso não estiver apto para julgamento de mérito, será proferido um juízo negativo de admissibilidade onde, nesse caso, fala-se que o recurso não foi conhecido ou que foi negado o seguimento ao recurso ou que o mesmo não foi admitido. Por outro lado, quando o juízo de admissibilidade é positivo, ou seja, quando o recurso é apto para julgamento de mérito, fala-se que o recurso é/foi conhecido, admitido ou que foi dado seguimento ao recurso. 
-Requisitos Intrínsecos: Os requisitos intrínsecos são a categoria de requisitos de admissibilidade recursal em que são examinadas a própria existência de direito ao recurso.
(i) Cabimento: No cabimento, é questionado se o recurso existe e se o recurso é adequado ao questionamento da decisão impugnada. No âmbito do cabimento, pode-se falar em um princípio e duas regras.
 O (a) Princípio da Fungibilidade Recursal consiste na ideia de que um recurso pode ser recebido como se outro fosse. Este recurso tem fundamento na ideia de aproveitamento dos atos processuais. Portanto, para que seja possível a aplicação da fungibilidade, alguns requisitos devem ser aplicados, que são a (a1) existência da dúvida objetiva a respeito de qual é o recurso cabível para determinada decisão e da (a2) ausência de erro grosseiro.
 Na verdade, quando se fala de (a1) Dúvida Objetiva, nos referimos a uma dúvida que paira em doutrina e jurisprudência a respeito de qual recurso é cabível contra dada decisão. O (a2)Erro Grosseiro é aquele em que inexiste dúvida objetiva, ou seja, é o erro que não possui justificativa. Logo, se existir dúvida objetiva, o erro não será grosseiro. O recurso interposto incorretamente deve ter o mesmo prazo do recurso que deveria ter sido interposto. Além da fungibilidade, fala-se da (b) Regra da Singularidade/Unicidade Recursal, que se baseia na ideia de que apenas um recurso é cabível contra uma decisão. 
OBS: Excepcionalmente, pode caber, simultaneamente, recurso especial e recurso extraordinário contra a mesma decisão. Discute-se em doutrina se é possível interpor simultaneamente pela mesma parte embargos de declaração e recurso principal. 
 A (c) Regra da Taxatividade determina que os recursos devem estar previstos num rol taxativo legal. Portanto, podemos concluir que o recurso tem de ter previsão em lei em sentido estrito, ou seja, negócios jurídicos processuais e regimentos internos, por exemplo, não podem criar recursos. 
(ii) Legitimidade: Os legitimados para interposição de recurso a (a) Parte, o (b) 3º prejudicado e o (c) Ministério Público. O termo “parte” deve abarcar não apenas autor e réu, devendo abarcar também todo aquele que ingressa no processo virando parte, tendo como exemplo, o assistente simples, assistente litisconsorcial, denunciado e chamado. 
 O (a1) Assistente Simples atuará quando o assistido for revel ou, de qualquer modo, for omisso no processo, significando que o assistente simples só interporá recurso se o assistido não o fizer. Além disso, podemos dizer que se houver um ato de manifestação do assistido expressando que o mesmo não tem intenção de interpor o recurso, o mesmo irá se vincula a essa vontade, e também nesse caso não poderá interpor recurso. Por outro lado, o (a2) Assistente Litisconsorcial não se vincula à vontade do assistido. 
OBS: Conforme o CPC de 2015, o Amicus Curiae também é parte. Entretanto, os poderes processuais do amicus curiae são bem reduzidos, ou seja, nem sempre o mesmo poderá interpor recursos, podendo interpor apenas embargos de declaração e só pode recorrer de decisão que julga incidente de resolução de demanda repetitiva. Embora não haja previsão expressa na Lei, é admitido que o Amicus Curiae também pode recorrer de decisão que julga recurso especial ou extraordinário repetitivo e também contra decisão que indefere a intervenção do Amicus Curiae. 
 O (b) 3º prejudicado também tem legitimidade para interpor recurso. O recurso de 3º prejudicado consiste em uma modalidade de intervenção de terceiros. Quando o 3º recorre, ele o faz alegando que é titular da relação jurídica discutida em juízo ou que é titular de uma relação jurídica conexa àquela discutida em juízo ou ainda que é legitimado extraordinário para a defesa do interesse discutido em juízo.O (c) Ministério Público tem legitimidade recursal seja ele parte ou fiscal da ordem jurídica (hipóteses previstas no Artigo 178, CPC/15).
(iii) Interesse Recursal: O interesse para interposição de recursos deve ser analisado sobre duas dimensões, que são a dimensão da utilidade e a dimensão da necessidade . A (a) Dimensão da Utilidade consiste na ideia de que recurso útil é aquele que pode colocar o recorrente numa situação jurídica mais favorável do que aquela decorrente da decisão recorrida. A (b) Dimensão da Necessidade consiste na ideia de que o recurso é necessário quando for o único meio para se alcançar a melhoria da situação jurídica do recorrente.
OBS: Existem decisões que tem fundamento matéria constitucional e infraconstitucional. Se essa decisão for objeto de recurso especial e recurso extraordinário, o recurso isolado que foi interposto apenas fundamentado em uma lei infraconstitucional (recurso especial), e for provido no STJ, será inútil, porque a decisão ainda está fundamentada na lei constitucional.
 Costuma-se relacionar o interesse recursal com o fato da sucumbência. Costuma-se dizer que tem interesse aquele que foi derrotado/sucumbente. Entretanto, nem sempre o interesse estará relacionado á sucumbência, pois poderá haver interesse mesmo que não haja sucumbência, tendo como exemplo quando uma parte é vitoriosa na ação e ingressa com um embargo para corrigir o nome dela. 
OBS: Em uma ação coletiva, uma decisão só transita em julgado no caso de esgotamento de provas. Caso contrário, não haverá coisa julgada. Se uma ação coletiva for julgada improcedente, onde o réu ganhou mas, nessa ação, o juiz determina que a improcedência foi em razão de não haver provas suficientes, o réu pode recorrer dessa situação, dizendo que as provas foram suficientes e, por isso, cabe a coisa julgada. Mais um caso é o exemplo de cumulação de pedidos imprópria (apenas um dos pedidos pode ser acolhido) eventual ou subsidiária (formula-se mais de um pedido, estabelecendo-se uma ordem de preferência entre eles). 
 Tradicionalmente se entende que só há interesse recursal quando se questiona via recurso, buscando a alteração do dispositivo/conclusão dessa decisão. Hoje, admite-se que há interesse recursal na interposição de recurso quando ele tem como finalidade apenas a modificação da fundamentação da decisão. 
OBS: Pode ser que a parte interponha um recurso para contribuir com a formação de um precedente ainda que isso não gere alteração do dispositivo. 
 (iv) Fatos Impeditivos ou Extintivos: Também é requisito intrínseco o fato negativo. Existem fatos que não devem ocorrer para que o recurso seja admissível, sendo estes os chamados fatos impeditivos ou extintivos do direito de recorrer. São exemplos de fatos impeditivos a desistência do recurso, a renúncia ao direito sobre o qual se funda a ação e o reconhecimento da procedência de um pedido, onde caso algum desses fatos ocorra, o recurso será inadmissível. São exemplos de fatos extintivos do direito de recorrer, por outro lado, a renúncia do recurso e a aceitação do recurso. 
-Requisitos Extrínsecos: Os requisitos extrínsecos são a categoria de requisitos de admissibilidade recursal em que examina-se a forma como o direito é exercido.
(i) Tempestividade: O recurso deve ser interposto no prazo. O NCPC/15 unificou os prazos recursais, estabelecendo que o prazo recursal é de 15 dias, com exceção do prazo dos embargos de declaração que é de 5 dias, sendo que esse prazo de 15 dias deve ser contado apenas em dias úteis. 
 O termo inicial do prazo recursal é a (a) Intimação do Recorrente. Em regra, a intimação é veiculada em Diário Oficial Eletrônico (DOE), em nome do advogado ou da sociedade de advogados, sendo que o CPC prevê que a modalidade preferencial de intimação é a intimação eletrônica, que pode ser feita de várias formas. Uma vez enviada a intimação, não sendo ela lida após 10 dias corridos, o prazo recursal de 15 dias úteis começará a ser contado automaticamente no 11º dia.
OBS: Quando a intimação é eletrônica, alguns tribunais vem dispensando a veiculação da intimação eletrônica no Diário Oficial. O STJ decidiu que, havendo disponibilização da intimação no Diário Oficial e, cumulativamente, a intimação eletrônica, deve prevalecer como termo inicial do prazo a data da publicação do Diário. Há quem diga que o tribunal deve sempre veicular as intimações no Diário, ainda que as mesmas sejam enviadas eletronicamente. 
 O recurso pode ser protocolado em cartório, sistemas integrados de protocolo, eletronicamente ou pelos correios. A tempestividade é aferida e analisada a partir da data do protocolo, entretanto, quando o recurso é interposto pelos correios, a data da postagem é que deve ser considerada para fins de tempestividade. Se o recurso for interposto tempestivamente, porém em uma vara equivocada, há quem entenda que esse recurso poderá simplesmente ser encaminhado para o órgão correto, valendo a data do protocolo originário para fins de análise da tempestividade. 
 A intimação da Fazenda Pública é feita pelo seu órgão de representação, que é a Advocacia Pública, sendo que a intimação da Fazenda Pública deve ser sempre pessoal, seja por meio de carga, remessa ou intimação eletrônica. Uma vez intimada pessoalmente, a Fazenda Pública terá o prazo recursal dobrado (30 dias) para qualquer manifestação. É valido observar que o prazo recursal dobrado também é aplicável ao Ministério Público, que tem o direito de prazo recursal de 30 dias, se estendendo este prazo também à Defensoria Pública, NPJs vinculadas às faculdades de direito e, por fim, às entidades que prestam assistência judiciária gratuita em convênio com a Defensoria Pública. Se isso acontecer, a intimação do recurso ocorrerá por alguma das formas do Artigo 1231 do CPC, a exemplo da intimação dos correios ou por oficial de justiça, inexistindo a hipótese de realização da intimação por meio do Diário. 
OBS: Também tem prazo em dobro os litisconsortes patrocinados por advogados distintos, advogados estes vinculados a escritórios de advocacia distintos, sendo o processo físico. 
OBS: O terceiro prejudicado também pode interpor recurso, sendo que o termo inicial para interposição de recurso por terceiro é o mesmo da parte.
(ii) Regularidade Formal: Regularidade Formal consiste no conjunto de formalidades que devem ser respeitados na interposição de recurso. São regularidades formais no âmbito recursal a (a) Instrução Do Agravo De Instrumento - com cópia de alguns documentos obrigatórios; a (b)Instrução do Recurso Especial Fundado em Divergência Jurisprudencial– com cópia da decisão paradigma -; a (c) Formulação do Pedido Recursal; a (d) Formulação da Causa de Pedir Recursal; a (e) Impugnação Específica Das Razões Da Decisão Ocorrida, também conhecidas como dialeticidade recursal; a (f) Assinatura Do Recurso Por Pessoa Dotada de Capacidade Postulatória; e a (g) Formulação Escrita do Recurso, existindo outras regularidades formais. 
 O vício referente á regularidade forma é um vício sanável, e é por isso que o Artigo 932 diz que antes de ser considerado inadmissível o recurso, o relator concederá um prazo de 5 dias para que seja sanado o vício ou complementada a documentação exigida. 
Art. 932.  Incumbe ao relator:
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível.
(iii) Preparo: O preparo é o adiantamento das despesas processuais para o processamento do recurso. O preparo engloba as despesas postais, que é o chamado porte de remessa e retorno e também a taxa judiciária. O porte de remessa e retorno/despesas postais não serão devidas se o recurso se processar em autos eletrônicos. O preparo deve ser comprovado no ato de interposição do recurso, podendo haver a possibilidade que o regimento interno do tribunal preveja um outro momento para comprovação do preparo, sendo que se o regimento seja omisso, seguir-se-á o CPC, estabelecendo

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