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Abordagens do Processo Ensino-Aprendizagem

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ANDRÉIA SANTOS DE ABREU
JAM ALVES MESQUITA
JOSÉ DE ANCHIETA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABORDAGENS DO PROCESSO 
ENSINO-APRENDIZAGEM 
E O PROFESSOR
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA
 
 
 
 
BRASÍLIA - 1997.
 
 
ANDRÉIA SANTOS DE ABREU
JAM ALVES MESQUITA
JOSÉ DE ANCHIETA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABORDAGENS DO PROCESSO
ENSINO-APRENDIZAGEM 
E O PROFESSOR
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA
 
 
 
BRASÍLIA - 1997.
ÍNDICE
 
INTRODUÇÃO 
CAPÍTULO I 
ABORDAGEM TRADICIONAL 
CAPÍTULO II
ABORDAGEM COMPORTAMENTALISTA 
CAPÍTULO III
ABORDAGEM HUMANISTA 
CAPÍTULO IV
ABORDAGEM COGNITIVISTA 
CAPÍTULO V 
ABORDAGEM SÓCIO-CULTURAL 
CAPÍTULO VI
AS ABORDAGENS DO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM E O PROFESSOR 
CAPÍTULO VII
PROFESSOR EFICAZ 
 
CONCLUSÃO 
BIBLIOGRAFIA 
 
INTRODUÇÃO
 
O objetivo desta apresentação é mostrar quais são as abordagens usadas na relação professor aluno , e também a formação do professor , que é de crucial importância para existir uma educação eficiente .
 
 
CAPÍTULO I
Abordagem Tradicional
 
 
Características Gerais
 
Trata-se de uma concepção e uma prática educacionais que persistem no tempo, em suas diferentes formas, e que passaram a fornecer um quadro diferencial para todas as demais abordagens que a ela se seguiram.
Como se sabe, o adulto, na concepção tradicional, é considerado como homem acabado, "pronto" e o aluno um "adulto em miniatura", que precisa ser atualizado. O ensino será centrado no professor. O aluno apenas executa prescrições que lhe são fixadas por autoridades exteriores.
 
Homem
 
O homem é considerado como inserido num mundo que irá conhecer através de informações que lhe serão fornecidas. É um receptor passivo até que, repleto das informações necessárias, pode repeti-las a outros que ainda não as possuam, assim como pode ser eficiente em sua profissão, quando de posse dessas informações e conteúdos.
 
Mundo
 
A realidade é algo que será transmitido ao indivíduo principalmente pelo processo de educação formal, além de outras agências, tais como família, Igreja.
 
 
 
Sociedade-Cultura
 
O objetivo educacional normalmente se encontra intimamente relacionado aos valores apregoados pela sociedade na qual se realiza.
Os Programas exprimem os níveis culturais a serem adquiridos na trajetória da educação formal. A reprovação do aluno passa a ser necessária quando o mínimo cultural para aquela faixa não foi atingido, e as provas e exames são necessários a constatação de que este mínimo exigido para cada série foi adquirido pelo aluno.
O diploma pode ser tomado como um instrumento de hierarquização. Dessa forma, o diploma iria desempenhar um papel mediador entre a formação cultural e o exercício de funções sociais determinadas.
Pode-se afirmar que as tendências englobadas por esse tipo de abordagem possuem uma visão individualista do processo educacional, não possibilitando, na maioria das vezes, trabalhos de cooperação nos quais o futuro cidadão possa experienciar a convergência de esforços.
 
Conhecimento
 
Parte-se do pressuposto de que a inteligência seja uma faculdade capaz de acumular/armazenar informações. Aos alunos são apresentados somente os resultados desse processo, para que sejam armazenados.
Evidencia-se o caráter cumulativo do conhecimento humano, adquirido pelo indivíduo por meio de transmissão, de onde se supõe o papel importante da educação formal e da instituição escola.
Atribui-se ao sujeito um papel insignificante na elaboração e aquisição do conhecimento. Ao indivíduo que está "adquirindo" conhecimento compete memorizar definições, anunciando leis, sínteses e resumos que lhes são oferecidos no processo de educação formal.
 
 
 
Educação
 
Entendida como instrução, caracterizada como transmissão de conhecimentos e restrita à ação da escola.
Às vezes, coloca-se que, para que o aluno possa chegar, e em condições favoráveis, há uma confrontação com o modelo, é indispensável uma intervenção do professor, uma orientação do mestre.
Trata-se, pois, da transmissão de idéias selecionadas e organizadas logicamente.
 
Escola
 
A escola, é o lugar por excelência onde se realiza a educação, a qual se restringe, a um processo de transmissão de informações em sala de aula e funciona como uma agência sistematizadora de uma cultura complexa.
Considera o ato de aprender como uma cerimônia e acha necessário que o professor se mantenha distante dos alunos.
Uma escola desse tipo é freqüentemente utilitarista quanto a resultados e programas preestabelecidos.
As possibilidades de cooperação entre pares são reduzidas, já que a natureza da grande parte das tarefas destinadas aos alunos exige participação individual de cada um deles.
 
Ensino-aprendizagem
 
A ênfase é dada às situações de sala de aula, onde os alunos são "instruídos" e "ensinados" pelo professor. Os conteúdos e as informações têm de ser adquiridos , os modelos imitados.
Seus elementos fundamentais são imagens estáticas que progressivamente serão "impressas" nos alunos, cópias de modelos do exterior que serão gravadas nas mentes individuais.
Uma das decorrências do ensino tradicional, já que a aprendizagem consiste em aquisição de informações e demonstrações transmitidas, é a que propicia a formação de reações estereotipadas, de automatismos denominados hábitos, geralmente isolados uns dos outros e aplicáveis, quase sempre, somente às situações idênticas em que foram adquiridos. O aluno que adquiriu o hábito ou que "aprendeu" apresenta, com freqüência, compreensão apenas parcial.
Ignoram-se as diferenças individuais.
É um ensino que se preocupa mais com a variedade e quantidade de noções/conceitos/informações que com a formação do pensamento reflexivo.
 
Professor-aluno
 
O professor-aluno é vertical, sendo que ( o professor ) detém o poder decisório quanto a metodologia, conteúdo, avaliação, forma de interação na aula etc.
O professor detém os meios coletivos de expressão. A maior parte dos exercícios de controle e dos de exames se orienta para a reiteração dos dados e informações anteriormente fornecidos pelos manuais.
 
Metodologia
 
Se baseia na aula expositiva e nas demonstrações do professor a classe , tomada quase como auditório .
O professor já traz o conteúdo pronto e o aluno se limita exclusivamente a escutá-lo a didática profissional quase que poderia ser resumida em dar a lição e tomar a lição . 
No método expositivo como atividade normal , está implícito o relacionamento professor - aluno , o professor é o agente e o aluno é o ouvinte. O trabalho continua mesmo sem a compreensão do aluno somente uma verificação a posteriori é que permitirá o professor tomar consciência deste fato. Quanto ao atendimento individual há dificuldades pois a classe fica isolada e a tendência é de se tratar todos igualmente.
 
Avaliação
 
A avaliação visa a exatidão da reprodução do conteúdo comunicado em sala de aula . As notas obtidas funcionam na sociedade como níveis de aquisição do patrimônio cultural . 
 
 
 
 
CAPÍTULO II
ABORDAGEM COPORMENTALISTA
 
 
Características gerais
 
O conhecimento é um "descoberta" e é nova para o indivíduo que a faz. O que foi descoberto , porém , já se encontrava presente na realidade exterior .
Os comportamentalistas consideram a experiência ou a experimentação planejada como a base do conhecimento , o conhecimento é o resultado direto da experiência..
 
O homem
 
O homem é uma conseqüência das influências ou forças existentes no meio ambiente a hipótese de que o homem não é livre é absolutamente necessária para se poder aplicar um método científico no campo das ciências . 
O homem dentro desse referencial é considerado como o produto de um processo evolutivo . 
 
O mundo 
 
A realidade para Skinner , é um fenômeno objetivo ; O mundo já é construído e o homem é produto do meio . 
O meio pode ser manipulado . O comportamento , por sua vez , pode ser mudado modificando-seas condições das quais ele é uma função , ou seja , alterando-se os elementos ambientais . O meio seleciona .
Sociedade-Cultura
 
A sociedade ideal , para Skinner ,é aquela que implicarias um planejamento social e cultural .
Qualquer ambiente , físico ou social , deve ser avaliado de acordo com seus efeitos sobre a natureza humana . A cultura ,é representada pelos usos e costumes dominantes , pelos comportamentos que se mantém através dos tempos .
 
Conhecimento
 
O conhecimento é o resultado direto da experiência ., o comportamento é estruturado indutivamente , via experiência.
 
Educação 
 
A educação está intimamente ligada à transmissão cultural .
A educação , pois , deverá transmitir conhecimentos , assim como comportamentos éticos ,práticas sociais , habilidades consideradas básicas para a manipulação e controle do mundo /ambiente.
 
Escola 
 
A escola é considerada e aceita como uma agência educacional que deverá adotar forma peculiar de controle , de acordo com os comportamentos que pretende instalar e manter.
 
 
 
Ensino-aprendizagem 
 
É uma mudança relativamente permanente em uma tendência comportamental e ou na vida mental do indivíduo , resultantes de uma prática reforçada .
 
Professor-aluno 
 
Aso educandos caberia o controle do processo de aprendizagem , um controle científico da educação , o professor teria a responsabilidade de planejar e desenvolver o sistema de ensino-aprendizagem , de forma tal que o desempenho do aluno seja maximizado , considerando-se igualmente fatores tais como economia de tempo , esforços e custos.
 
Metodologia 
 
Nessa abordagem , se incluem tanto a aplicação da tecnologia educacional e estratégias de ensino , quanto formas de reforço no relacionamento professor-aluno.
 
Avaliação 
 
Decorrente do pressuposto de que o aluno progride em seu ritmo próprio , em pequenos passos , sem cometer erros , a avaliação consiste , nesta abordagem , em se constatar se o aluno aprendeu e atingiu os objetivos propostos quando o programa foi conduzido até o final de forma adequada.
 
 
 
Considerações finais
 
O meio pode ser controlado e manipulado e , consequentemente ,também o homem pode ser controlado e manipulado .
O ensino é tratado em função de uma tecnologia que , além da aplicação de conhecimentos científicos à prática pedagógica , envolve um conjunto de técnicas diretamente aplicáveis em situações concretas de sala de aula.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO III
ABORDAGEM HUMANISTA
 
 
 
Características Gerais
 
Nesta abordagem é dada a ênfase no papel do sujeito como principal elaborador do conhecimento humano . Da ênfase ao crescimento que dela se resulta , centrado no desenvolvimento da personalidade do indivíduo na sua capacidade de atuar como uma pessoa integrada . O professor em si não transmite o conteúdo , dá assistência sendo facilitador da aprendizagem . O conteúdo advém das próprias experiências do aluno o professor não ensina : apenas cria condições para que os alunos aprendam . 
 
Homem 
 
É considerado como uma pessoa situada no mundo . Não existem modelos prontos nem regras a seguir mas um processo de vir a ser . O objetivo do ser humano é a autorealização ou uso pleno de suas potencialidades e capacidades o homem se apresenta como um projeto permanente e mau acabado .
 
Mundo 
 
O mundo é algo produzido pelo homem diante de si mesmo . O mundo teria o papel fundamental de crias condições de expressão para a pessoa , cuja tarefa vital consiste no pleno desenvolvimento do seu potencial inerente . A ênfase é no sujeito mais uma das condições necessárias para o desenvolvimento individual é o ambiente . Na experiência pessoal e subjetiva o conhecimento é construído no decorrer do processo de vir a ser da pessoa humana . É atribuída ao sujeito papel central e primordial na elaboração e criação do conhecimento . 
Ao experienciar o homem conhece . O conhecimento é inerente à atividade humana . O ser humano tem curiosidade natural para o conhecimento .
Educação 
 
Trata-se da educação centrada na pessoa , já que nessa abordagem o ensino será centrado no aluno . A educação tem como finalidade primeira a criação de condições que facilitam a aprendizagem de forma que seja possível seu desenvolvimento tanto intelectual como emocional seria a criação de condições nas quais os alunos pudessem tornar-se pessoas de iniciativas , de responsabilidade , autodeterminação que soubessem aplicar-se a aprendizagem no que lhe servirão de solução para seus problemas servindo-se da própria existência . Nesse processo os motivos de aprender deverão ser do próprio aluno . 
Autodescoberta e autodeterminação são características desse processo .
 
Escola 
 
A escola será uma escola que respeite a criança tal qual é , que ofereça condições para que ela possa desenvolver-se em seu processo possibilitando a autonomia do aluno . O princípio básico consiste na idéia da não interferência com o crescimento da criança e de nenhuma pressão sobre ela .
O ensino numa abordagem como esta consiste num produto de personalidades únicas , respondendo as circunstâncias únicas num tipo especial de relacionamentos . 
A aprendizagem tem a qualidade de um envolvimento pessoal.
 
 
 
Professor-Aluno
Cada professor desenvolverá seu próprio repertório de uma forma única , decorrente da base percentual de seu comportamento . O processo de ensino irá depender do caráter individual do professor , como ele se relaciona com o caráter pessoal do aluno . Assume a função de facilitador da aprendizagem e nesse clima entrará em contato com problemas vitais que tenham repercussão na existência do estudante . 
Isso implica que o professor deva aceitar o aluno tal como é e compreender os sentimentos que ele possui . 
O aluno deve responsabilizar-se pelos objetivos referentes a aprendizagem que tem significado para eles . 
As qualidades do professor podem ser sintetizadas em autenticidade compreensão empática , aceitação e confiança no aluno .
 
Metodologia 
 
Não se enfatiza técnica ou método para facilitar a aprendizagem . Cada educador eficiente deve elaborar a sua forma de facilitar a aprendizagem no que se refere ao que ocorre em sala de aula é a ênfase atribuída a relação pedagógica , a um clima favorável ao desenvolvimento das pessoas que possibilite liberdade para aprender . 
 
Avaliação 
 
Só o indivíduo pode conhecer realmente sua experiência , só pode ser julgada a partir de critérios internos do organismo . O aluno deverá assumir formas de controle de sua aprendizagem , definir e aplicar os critérios para avaliar até onde estão sendo atingidos os objetivos que pretende , com responsabilidade . O diretivismo no ensino é aqui substituído pelo não diretivismo : As relações verticais impostas por relações EU - TU e nunca EU - ISTO ; As avaliações de acordo com padrões prefixados , por auto avaliação dos alunos . 
Considerando-se pois o fato de que só o indivíduo pode conhecer realmente a sua experiência , esta só pode ser julgada a partir de critérios internos do organismo.
CAPÍTULO IV
ABORDAGEM COGNITIVISTA
Características gerais
A organização do conhecimento , processamento de informações estilos de pensamento ou estilos cognitivos , comportamentos relativos à tomada de decisões , etc.
Homem e mundo 
O homem e mundo serão analisados conjuntamente , já que o conhecimento é o produto da interação entre eles , entre sujeito e objeto .
Sociedade-cultura 
Os fatos sociológicos , pois , tais como regras , valores , normas , símbolos etc. De acordo com este posicionamento , variam de grupo para grupo , de acordo como o nível mental médio das pessoas que constituem o grupo . 
Conhecimento 
O conhecimento é considerado como uma construção contínua. A passagem de um estado de desenvolvimento para o seguinte é sempre caracterizada por formação de novas estruturas que não existiam anteriormente no indivíduo .
Educação 
O processo educacional , consoante a teoria de desenvolvimento e conhecimento, tem um papel importante , ao provocar situações que sejam desequilibradoras para o aluno , desequilíbrios esses adequados ao nível de desenvolvimento em que a criança vive intensamente ( intelectual e afetivamente ) cada etapa de seu desenvolvimento .
Escola
Segundo Piaget, a escola deveria começar ensinando a criança a observar . A verdadeira causa dos fracassos da educação formal , diz , decorre essencialmente do fato de se principiar pela linguagem ( acompanhada de desenhos , de ações fictícias o narradas etc. ) ao invés de o fazer pela ação real e material . 
Ensino -aprendizagem 
Um ensino que procura desenvolver a inteligência deverá priorizar as atividades do sujeito , considerando-o inserido numa situação social .
Professor aluno 
Ambos os pólos da relação devem ser compreendidos de forma diferente da convencional , no sentido de um transmissor e um receptor de informação . Caberá ao professor criar situações , propiciando condições onde possam se estabelecer reciprocidade intelectual e cooperação ao mesmo tempo moral e racional.
Metodologia 
O desenvolvimento humano que traz implicações para o ensino .Uma das implicações fundamentais é a de que a inteligência se constrói a partir da troca do organismo como o meio , por meio das ações do indivíduo . A ação do indivíduo , pis , é centro do processo e o fator social ou educativo constitui uma condição de desenvolvimento .
Avaliação 
A avaliação terá de ser realizada a partir de parâmetros extraídos da própria teoria e implicará verificar se o aluno já adquiriu noções , conservações , realizou operações , relações etc. O rendimento poderá ser avaliado de acordo como a sua aproximação a uma norma qualitativa pretendida.
Considerações finais
Tudo o que se aprende é assimilado por uma estrutura já existente e provoca uma restruturação . No comportamentalismo , o que o organismo geralmente persegue é o esforço e não a aprendizagem em si. Esta interessa apenas ao professor.
O ESTUDO DO COMPORTAMENTO 
behaviorismo dedicou-se ao estudo do comportamento na relação que este mantém com o meio ambiente onde ocorre . Mas como comportamento e meio são termos amplos demais para poderem ser úteis para uma análise descritiva nesta ciência , os psicólogos desta tendência chegaram aos conceitos e etímulo e resposta ( teoria S-R ) .
Estímulo e resposta são portanto as unidades básicas da descrição e o ponto de partida para uma ciência do comportamento . 
O homem começa a ser estudado como produto do processo de aprendizagem pelo qual passa desde a infância , ou seja, como produto das associações estabelecidas durante sua vida entre estímulos ( do meio ) e respostas ( manifestações comportamentais ).
A base da corrente skinneriana está na formulação do condicionamento operante . Para desenvolvermos este conceito, retrocederemos um pouco na história do Behaviorismo , introduzindo as noções de comportamento reflexo e condicionamento respondente para então chegar ao condicionamento operante . 
CONDICIONAMENTO RESPONDENTE 
comportamento reflexo é o comportamento não voluntário ( reflexo ) e inclui as respostas que são eliciadas ( "produzedas") por modificações especiais de estímulos do ambiente.
Skinner concentrou seus estudos na possibilidade de condicionar os comportamentos operantes .
CONDICIONAMENTO OPERANTE
O comportamento operante é o comportamento voluntário e abrange um quantidade muito maior da atividade humana - desde os comportamentos do bebê de balbuciar , agarrar objetos , olhar os enfeites do berçoaté os comportamentos mais sofisticados que o adulto apresenta.
BEHAVIORISMO : SUA APLICAÇÃO 
São conhecidos os métodos de ensino programado e o controle e organização das situações de aprendizagem , bem como a elaboração de uma tecnologia de ensino.
O trabalho educativo de crianças exepcionais.
A GESTALT
A PSICOLOGIA DA FORMA
Gestald é um termo alemão de difícil tradução . O termo mais próximo em português seria forma ou configuração , que não é utilizado por não corresponder exatamente ao seu real significado em Psicologia.
A PERCEPÇÃO 
A percepção é o ponto de partida e também um dos temas centrais dessa teoria . Os experimentos co
 CAPÍTULO V
ABORDAGEM SÓCIO-CULTURAL
CARACTERÍSTICAS GERAIS
Pode-se situar Paulo Freire com sua obra , enfatizando aspectos sócio-político-cultural , havendo uma grande preocupação com a cultura popular , sendo que tal preocupação vem desde a II Guerra Mundial com um aumento crescente até nossos dias.
HOMEM-MUNDO
O homem está inserido no contexto histórico. O homem é sujeito da educação , onde a ação educativa promove o próprio indivíduo , como sendo único dentro de uma sociedade / ambiente.
SOCIEDADE-CULTURA
O homem alienado não se relaciona com a realidade objetivo, como um verdadeiro sujeito pensante: o pensamento é dissociado da ação .
conhecimento
A elaboração e o desenvolvimento do conhecimento estão ligados ao processo de conscientização .
EDUCAÇÃO
Toda ação educativa , para que seja válida, deve, necessariamente, ser precedida tanto de uma reflexão sobre o homem como de uma análise do meio de vida desse homem concreto , a quem se quer ajudar para que se eduque .
ESCOLA 
Deve ser um local onde seja possível o crescimento mútuo , do professor e dos alunos, no processo de conscientização o que indica uma escola diferente de que se tem atualmente, coma seus currículos e prioridades.
ENSINO APRENDIZAGEM
Situação de ensino - aprendizagem deverá procurar a superação da relação opressor - oprimido.
A estrutura de pensar do oprimido está condicionada pela contradição vivida na situação concreta, existencial em que o oprimido se forma. Resultando consequencias tais como:
ser ideal é ser mais homem...
atitude fatalista
atitude de auto desvalia
o medo da liberdade ou a submissão do oprimido.
PROFESSOR-ALUNO 
Relação professor-aluno é horizontal
Professor empenhado na prática transformadora procurará desmitificar e questionar , junto com o aluno .
METODOLOGIA
- Os alunos recebem informações e analisam os aspectos de sua própria experiência existencial
- Utilizando situações vivenciais de grupo , em forma de debate Paulo Freire delineou seu método de alfabetização . 
Características : 
Ser ativa 
Criar um conteúdo pragmático próprio 
Enfatiza o diálogo crítico
CAPÍTULO VII
AS ABORDAGENS DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM E O PROFESSOR
Segundo Mizukami , a partir de análises feitas sobre as diferentes abordagens do processo ensino-aprendizagem pôde-se constatar que certas linhas teóricas são mais explicativas de alguns aspectos do que de outros , percebendo-se assim a possibilidade de articulação das diversas propostas de explicação do fenômeno educacional . Ela procura fazer uma sistematização válida de conceitos do fenômeno estudado .
Mesmo com teorias incompletas por estarem ainda em fase de elaboração ou reelaboração , faltando validação empírica ou confronto com o real. Lembrando ainda as teorias não são as únicas fontes de resposta possíveis e incorrigíveis , pois ... 
"elas são elaboradas para explicar , de forma sistemática , determinados fenômenos , e os dados do real é que irão fornecer o critério para a sua aceitação ou não , instalando-se , assim , um processo de discussão permanente entre teoria e prática."(As Abordagens do Processo Ensino-Aprendizagem e o Professor ; Maria da Graça Nicoletti Mizukami ; Cap. 6 ; Pag. 107)" 
Mizukami ainda critica a formação de professores colocando que o aprendido pelos professores nada tinha a ver com a prática pedagógica e seu posicionamento frente ao fenômeno educacional . A experiência pessoal refletiria um comportamento coerente por parte do educador , pondo fim assim ao permanente processo de discussão entre teoria e prática .
Uma possível solução seria repensar os cursos de formação de professores , voltando as atenções principalmente para as disciplinas pedagógicas que analisam as abordagens do processo ensino-aprendizagem , procurando articulá-los à prática pedagógica.
Também é discutida uma forma de aproximarcada vez mais as opções teóricas existentes como o analisar , discutir , da vivência na prática e à partir da prática , se pudesse discutir e criticar as opções teóricas confrontando com a mesma prática. É tentar criar teorias através da prática , analisando o cotidiano e questionando Evitando-se assim a utilização de Receituários pedagógicos , que é o que a autora chama de seguir cegamente a teoria ignorando a prática.
"Um curso de professores deveria possibilitar confronto entre abordagens, quaisquer que fossem elas , entre seus pressupostos e implicações , limites , pontos de contraste e convergência . Ao mesmo tempo , deveria possibilitar ao futuro professor a análise do próprio fazer pedagógico , de suas implicações , pressupostos e determinantes , no sentido de que ele se conscientizasse de sua ação , para que pudesse , além de interpretá-la e contextualizá-la , superá-la constantemente."(As Abordagens do Processo Ensino-Aprendizagem e o Professor ; Maria da Graça Nicoletti Mizukami ; Cap. 6 ; Pag. 109)" 
Alguns dados revelam que são preferidas pelos professores as abordagens cognitivista e sócio-cultural deixando as abordagens tradicional e comportamentalista em segundo plano . E também que a abordagem que mais faz sucesso neste momento histórico é a cognitivista .
"Na abordagem cognitivista apresentada neste trabalho ( a piagetiana ) e a preferida pelos professores , desde que o aluno se encontre em um ambiente que o solicite devidamente , e que tenha sido constatada a ausência de distúrbios biológicos ligados preponderantemente à atividade cerebral , ele terá condições de chegar ao estágio das operações formais . Não se justificam nem se legitimam , por esta abordagem , desigualdades baseadas nas potencialidades de cada um , tal como poderia decorrer dos princípios escolanovistas . . Estaria neste detalhe , talvez de grande importância , já que o determinismo biológico age mais em função de determinar desenvolvimento , do que de determinar máximos de desenvolvimento para cada sujeito , a idéia que despertaria maior interesse para um trabalho realizado por um profissional com as idiossincrasias de um educador?"(As Abordagens do Processo Ensino-Aprendizagem e o Professor ; Maria da Graça Nicoletti Mizukami ; Cap. 6 ; Pag. 111)" 
De forma genérica tanto o cognitivismo , humanismo e comportamentalismo apresentam aspectos ascolanovistas que os colocam contra a escola tradicional. Um outro elemento a ser considerado é a ligação entre o desenvolvimento intelectual e os ideais apregoados pelo ensino tradicional elaborado através dos séculos.
Concluindo , de todas as abordagens analisadas obteve-se quase plenamente preferência dos professores pela abordagem cognitivista por que esta abordagem se baseia numa teoria de desenvolvimento em grande parte válida , e também a abordagem sócio-cultural que complementa o desenvolvimento humano e genético com aspectos sócio-culturais e personalistas . Sendo que a abordagem sócio-cultural está impregnada de aspectos humanistas característicos das primeiras obras de Paulo Freire.
O ideário pedagógico dos de alguns professores não segue nenhuma das abordagens , e são classificados como tendência indefinida dentre as demais abordagens.
PROFESSOR EFICAZ
 
REINVENTAR E FORMAR O PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO 
Levando-se em conta a formação dos professores , é necessário se fazer todo um processo de reformulação mudando-se a constituição dos sistemas educacionais de licenciatura , magistério e pedagogia , para renovação e elevação de sua qualidade.
Atualmente pesquisas são feitas no sentido de requalificar os cursos , aumentando e enriquecendo o seu conteúdo teórico e prático com o intuito de melhorar a baixa qualidade do ensino , pois acredita-se que este fato se deve à falta de qualidade profissional .
Dados levantados informam que os níveis de qualificação profissional dos professores vem aumentando e melhorando nas redes Estaduais e Municipais . Mas por outro lado também aumentam os índices de evasão e reprovação que denunciam a baixa qualidade de educação escolar básica .
O confronto entre essas duas tendências , aumento dos níveis de qualificação e persistência da desqualificação da escola , mostra a urgência de colocar nossa reflexão e nossas políticas sobre a formação de professores em níveis mais estruturais . E tentar agir de uma forma específica em que se determine exatamente o problema que não está somente no professor e sim em todo o processo.
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
 
MIZUKAMI , MARIA DA GRAÇA NICOLETTI . 
ABORDAGENS DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM 
A atuação do professor muda dependendo da ênfase que ele dá ao processo de ensino-aprendizagem, se prioriza o ensino, procura transmitir o conhecimento centralizando em si mesmo, se prioriza a aprendizagem, centraliza-se no aluno ajudando-o a aprender.
        A educação nunca será uma realidade acabada. Por ter características de fenômenos humanos e históricos, tende a ser abordada sob diferentes aspectos. MIZUKAMI define cinco abordagens: tradicional, comportamentalista, humanista, cognitivista e sociocultural, que serão apresentadas a seguir.
 
        Abordagem tradicional: baseia-se na prática educativa, onde a criança é vista como um adulto, centralizando o ensino no professor que transmite seus conhecimentos verbalizando-os e o aluno deverá memorizá-los. A maior preocupação é quanto à quantidade e sistematização de conhecimento.
        Segundo Júlio Moreira, a abordagem nesta didática, então, se resume em “dar a lição” e “tomar a lição”, e a avaliação em verificar a exatidão da reprodução do conteúdo exposto em sala.
        Hoje, embora exista um grande esforço em superar o ensino tradicional, ainda podemos encontrar essa prática pedagógica nas salas de aula: professores apenas reproduzindo conteúdos dos livros didáticos com aulas expositivas centradas na figura do professor, induzindo o aluno á condição de elemento passivo não atuante em seu processo de desenvolvimento intelectual.
 
         Abordagem comportamentalista: baseia-se na idéia de que o conhecimento é resultado direto da experiência onde o comportamento é modelado e reforçado. O professor é visto como um planejador e as atividades autônomas dos estudantes não são relevantes.
        O professor, então, controla o ambiente e os reforços. A avaliação da aprendizagem é através da observação da modificação do comportamento no sentido planejado.
         Em minha experiência como professora de psicologia no ensino técnico em auxiliar de enfermagem pude perceber que o condicionamento operante se faz presente no ensino das técnicas e procedimento de enfermagem; uma seqüência de passos são programadas para que se atinja a habilidade esperada no desempenho da função, as aulas em laboratório visam treinar os alunos, passo a passo, num ambiente especialmente preparado para esse fim e, portanto, controlado pelo professor que determina os reforços necessários para o aprendizado programado.
 
        Abordagem humanista: aqui a aprendizagem é responsabilidade do estudante e a instituição funcionará como facilitadora assim o professor deve criar condições para que o aluno aprenda.
“A abordagem foca predominantemente o desenvolvimento da personalidade dos indivíduos e tem Carl Rogers como um de seus principais teóricos.”(Schultz, 1992)
 
Em oposição então ao comportamentalismo, reforça a idéia de que podemos consciente e livremente preferir moldar a nossa própria vida.
 
Abordagem cognitivista: baseia-se na idéia de que o conhecimento é o produto da interação entre homem e mundo. O aluno aprende dependendo do estágio em que se encontra, então, o educador realizará atividades desafiadoras para o pensamento do aluno e gerar conflitos cognitivos que permitam a participação integral e os ajudem a buscar novas respostas.
        Os estudos de Piaget, Ferreiro e Teberosky mostram que outras propostas de ensino funcionam, mas não desenvolvem o aluno cognitivamente e a proposta construtivista pretende sanar essa necessidade.A grande vantagem deste método é que o aluno é o principal agente da aprendizagem, gerando um maior interesse por parte dele, e o professor sente uma maior necessidade de se manter atualizado.
No entanto, em minha experiência como professora do Ensino Fundamental, pude perceber que aconteceu uma redução do construtivismo à uma teoria de aquisição de língua escrita e transformação de uma investigação acadêmica em método de ensino. Com esses equívocos, difundiram-se, sob o rótulo de pedagogia construtivista, as idéias de que não se devem corrigir os erros e de que as crianças aprendem fazendo "do seu jeito". Essa pedagogia dita construtivista, trouxe sérios problemas ao processo de ensino e aprendizagem, pois desconsidera a função primordial da escola que é ensinar, intervindo para que os alunos aprendam o que, sozinhos, não têm condições de aprender.
Todas essas distorções levaram a uma grande defasagem na aprendizagem na maioria das escolas fazendo com que muitas vezes o construtivismo fosse desacreditado.
Para o professor como profissional, é imprescindível manter a dignidade do seu papel como agente que interfere na situação educativa, transmitindo às novas gerações os conteúdos culturalmente valiosos que permitirão aos alunos compreender, interpretar e transformar o mundo em que vivem.
 
        Abordagem sócio-cultural: o conhecimento é construído conforme o homem reflete sobre o ambiente em que vive, educador e educando crescem juntos.
        Segundo Júlio Moreira, sendo o ser humano sujeito de sua própria educação, as ações educativas devem ter como principal objetivo promovê-lo e não ajustá-lo a sociedade.
        Portanto, podemos concluir que desta maneira o conhecimento deve funcionar como uma transformação contínua e não transmissão de conteúdos programados.
 
        Enfim, concluo que as discussões sobre as abordagens pedagógicas são muito pertinentes aos educadores em geral, acredito que o grande número de abordagens que surgiram tem como ponto negativo a confusão que proporciona para os professores que trabalham nas escolas, pois há uma ausência de propostas claras exemplificadas em planos de aula, principalmente aos professores que estão a mais tempo fora do ambiente universitário. Outro ponto importante é que considero difícil julgar uma única abordagem como sendo a melhor, todas trazem uma contribuição importante no processo ensino-aprendizagem.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SCHULTS, Sydney Ellen & SCHULTZ, Duane; História da Psicologia Moderna, ED. Cultrix, 1992
 
JÚLIO MOREIRA DOS SANTOS NETO; A Eficácia da Didática do Ensino Superior, em www.meuartigo.brasilescola.com, consultado em 25/10/2009
 
            YARA ROSA MELO SUZUKY; Didática do Ensino Superior, apostila da Universidade Nove de Julho
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS 
Vamos contextualizar: como anda a educação? Todo professor é igual? Será que sempre foi assim? Alguém pensou diferente?
Isso é o que vamos ver agora...Mas vamos antes imaginar a seguinte cena:
Um casal andava pela praia quando viu um jovem que recolhia estrelas-do-mar na areia trazidas pela maré e as jogava no oceano. Curioso, o casal perguntou-lhe a razão de tal iniciativa. "O sol está muito quente. Se ficarem na areia vão secar e morrer." O casal então lhe disse: "Meu jovem, isso não fará muita diferença, pois há milhares de quilômetros de praia e centenas de milhares de estrelas-do-mar na areia. Você joga umas poucas de volta ao oceano, mas a grande maioria vai morrer." O jovem então pegou mais uma estrela na areia e jogando-a ao mar disse: "para esta aqui eu fiz a diferença. Na manhã seguinte, após pensar muito sobre o assunto, o casal uniu-se ao jovem e juntos começaram a jogar estrelas-do-mar no oceano. 
Vamos refletir: Do mesmo modo, tentando melhorar a educação e a sociedade, muitos pensadores têm se dedicado a pensar em diferentes formas de educar o povo. Surgiram então as diferentes tendências pedagógicas: tradicional, escola nova, libertadora, libertária, tecnicista, histórico-crítica e a Pedagogia Inaciana. 
Pedagogia tradicional: surgiu + ou - no séc XVII. Tem como base aulas expositivas, ou seja, aulas onde o aluno é apenas um ouvinte e o professor é o transmissor do conhecimento que deve ser decorado pelo aluno.
Pedagogia Renovada: chega ao Brasil nos anos 30, propõe uma escola que valorize a participação ativa do aluno, por isso é preciso despertar seu interesse, pois aprender torna-se uma atividade de descoberta. 
Pedagogia tecnicista: chega ao Brasil nos anos 60-70, inspirava-se no behaviorismo e visava formar mão de obra para o mercado de trabalho. 
Pedagogia Libertadora: Surge com Paulo Freire nos anos 70, quando o país sofre com a ditadura militar. Visa a conscientização sobre a realidade socio-política-econômica, visando sua transformação. A relação professor aluno é horizontal, ou seja, de respeito mútuo. 
Pedagogia Libertária: acredita que o papel da escola é transformar a personalidade do aluno através da auto-gestão e total liberdade de escolha. 
Pedagogia histórico-crítica ou crítico social dos conteúdos: acredita que o papel da escola é difundir os conhecimentos acumulados pela humanidade relacionando-os à realidade social do aluno. O professor é um mediador do conhecimento.
Pedagogia Inaciana: profundamente humana e preocupada com a promoção da justiça social, acredita na dignidade do ser humano e na necessidade resgatar valores como fraternidade, respeito, espiritualidade: "Ver Deus nos rostos sofridos de nosso povo." 
Você pode conhecer mais sobre algumas tendências pedagógicas no site: http://ged0611.googlepages.com/didatica
Agora, vamos conhecer o livro CUIDADO ESCOLA! 
Lançado em 1980 pela editora brasiliense, 32º edição sob a autoria de Babette Harper, Claudius Ceccon, Miguel Darcy de Oliveira e Rosiska Darcy de Oliveira, apresentado por Paulo Freire, este livro traz um estudo crítico sobre a educação, buscando refletir sobre o processo educativo, abordando temáticas como a crise escolar, a origem da escola atual, o seu funcionamento, as desigualdades sócio-culturais que envolvem o processo de ensino-aprendizagem, as alternativas pedagógicas e um questionamento sobre a origem dos problemas que envolvem o sistema educacional. 
Você poderá ver mais quadrinhos deste livro em :http://www.uniriotec.br/~pimentel/disciplinas/ie2/infoeduc/escola.html
MAS, agora, vamos à nossa TAREFA: 
debata sobre os quadrinhos: que tipo de pedagogia eles representam? Essa ainda é uma realidade nas escolas? O que vocês pensam sobre a escola hoje? Precisa mudar ou não? Qual a sua sugestão?Enfim, façam como aquele casal que foi ajudar a salvar as estrelas do mar e vamos juntos pensar em novos caminhos para a educação :)
Depois que o grupo chegar a uma conclusão, produza um texto e poste no aqui. Vamos caprichar e mostrar para o mundo que aluno na verdade é LUNO, um ser de MUITA LUZ heheheh
AS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA PRÁTICA ESCOLAR BRASILEIRA E SEUS PRESSUPOSTOS DE APRENDIZAGEM 
                                       
Delcio Barros da Silva
1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste artigo é verificar os pressupostos de aprendizagem empregados pelas diferentes tendências pedagógicas na prática escolar brasileira, numa tentativa de contribuir, teoricamente, para a formação continuada de professores.
Sabe-se que a prática escolar está sujeita a condicionantes de ordem sociopolítica que implicam diferentes concepções de homem e de sociedade e, conseqüentemente, diferentes pressupostos sobre o papel da escola e da aprendizagem, inter alia. Assim, justifica-se o presente estudo, tendo em vista que o modo como os professores realizam o seu trabalho na escola tem a ver com esses pressupostos teóricos, explícita ou implicitamente.
Embora se reconheçam as dificuldades do estabelecimento de uma síntese dessas diferentes tendências pedagógicas, cujas influências se refletem no ecletismo do ensino atual, emprega-se, neste estudo, a teoria de José Carlos Libâneo, que as classificaem dois grupos: “liberais” e “progressistas”. No primeiro grupo, estão incluídas a tendência “tradicional”, a “renovada progressivista”, a “renovada não-diretiva” e a “tecnicista”. No segundo, a tendência “libertadora”, a “libertária” e a “crítico-social dos conteúdos”.
Justifica-se, também, este trabalho pelo fato de que novos avanços no campo da Psicologia da Aprendizagem, bem como a revalorização das idéias de psicólogos interacionistas, como Piaget, Vygotsky e Wallon, e a autonomia da escola na construção de sua Proposta Pedagógica, a partir da LDB 9.394/96, exigem uma atualização constante do professor. Através do conhecimento dessas tendências pedagógicas e dos seus pressupostos de aprendizagem, o professor terá condições de avaliar os fundamentos teóricos empregados na sua prática em sala de aula.
No aspecto teórico-prático, ou seja, nas manifestações na prática escolar das diversas tendências educacionais, será dado ênfase ao ensino da Língua Portuguesa, considerando-se as diferentes concepções de linguagem que perpassam esses períodos do pensamento pedagógico brasileiro.
2. TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS LIBERAIS
Segundo LIBÂNEO (1990), a pedagogia liberal sustenta a idéia de que a escola tem por função preparar os indivíduos para o desempenho de papéis sociais, de acordo com as aptidões individuais. Isso pressupõe que o indivíduo precisa adaptar-se aos valores e normas vigentes na sociedade de classe, através do desenvolvimento da cultura individual. Devido a essa ênfase no aspecto cultural, as diferenças entre as classes sociais não são consideradas, pois, embora a escola passe a difundir a idéia de igualdade de   oportunidades, não leva em conta a desigualdade de condições. 
2.1. TENDÊNCIA LIBERAL TRADICIONAL
Segundo esse quadro teórico, a tendência liberal tradicional se caracteriza por acentuar o ensino humanístico, de cultura geral. De acordo com essa escola tradicional, o aluno é educado para atingir sua plena realização através de seu próprio esforço. Sendo assim, as diferenças de classe social não são consideradas e toda a prática escolar não tem nenhuma relação com o cotidiano do aluno.
Quanto aos pressupostos de aprendizagem, a idéia de que o ensino consiste em repassar os conhecimentos para o espírito da criança é acompanhada de outra: a de que a capacidade de assimilação  da criança é idêntica à do adulto, sem levar em conta as características próprias de cada idade. A criança é vista, assim, como um adulto em miniatura, apenas menos desenvolvida.
No ensino da língua portuguesa, parte-se da concepção que considera a linguagem como expressão do pensamento. Os seguidores dessa corrente lingüística, em razão disso, preocupam-se com a organização lógica do pensamento, o que presume a necessidade de regras do bem falar e do bem escrever. Segundo essa concepção de linguagem, a Gramática Tradicional ou Normativa se constitui no núcleo dessa visão do ensino da língua, pois vê nessa gramática uma perspectiva de normatização lingüística, tomando como modelo de norma culta as obras dos nossos grandes escritores clássicos. Portanto, saber gramática, teoria gramatical, é a garantia de se chegar ao domínio da língua oral ou escrita.
Assim, predomina, nessa tendência tradicional, o ensino da gramática pela gramática, com ênfase nos exercícios repetitivos e de recapitulação da matéria, exigindo uma atitude receptiva e mecânica do aluno. Os conteúdos são organizados pelo professor, numa seqüência lógica, e a avaliação é realizada através de provas escritas e exercícios de casa.
2.2. TENDÊNCIA LIBERAL RENOVADA PROGRESSIVISTA
Segundo essa perspectiva teórica de Libâneo, a tendência liberal renovada (ou pragmatista) acentua o sentido da cultura como desenvolvimento das aptidões individuais.
A escola continua, dessa forma, a preparar o aluno para assumir seu papel na sociedade, adaptando as necessidades do educando ao meio social, por isso ela deve imitar a vida. Se, na tendência liberal tradicional, a atividade pedagógica estava centrada no professor, na escola renovada progressivista, defende-se a idéia de “aprender fazendo”, portanto centrada no aluno, valorizando as tentativas experimentais, a pesquisa, a descoberta, o estudo do meio natural e social, etc, levando em conta os interesses do aluno. 
Como pressupostos de aprendizagem, aprender se torna uma atividade de descoberta, é uma auto-aprendizagem, sendo o ambiente apenas um meio estimulador. Só é retido aquilo que se incorpora à atividade do aluno, através da descoberta pessoal; o que é incorporado passa a compor a estrutura cognitiva para ser empregado em novas situações. É a tomada de consciência, segundo Piaget.
No ensino da língua, essas idéias escolanovistas não trouxeram maiores conseqüências, pois esbarraram na prática da tendência liberal tradicional.
2.3. TENDÊNCIA LIBERAL RENOVADA NÃO-DIRETIVA
Acentua-se, nessa tendência, o papel da escola na formação de atitudes, razão pela qual deve estar mais preocupada com os problemas psicológicos do que com os pedagógicos ou sociais. Todo o esforço deve visar a uma mudança dentro do indivíduo, ou seja, a uma adequação pessoal às solicitações do ambiente.
Aprender é modificar suas próprias percepções. Apenas se aprende o que estiver significativamente relacionado com essas percepções. A retenção se dá pela relevância do aprendido em relação ao “eu”, o que torna a avaliação escolar sem sentido, privilegiando-se a auto-avaliação. Trata-se de um ensino centrado no aluno, sendo o professor apenas um facilitador. No ensino da língua, tal como ocorreu com a corrente pragmatista, as idéias da escola renovada não-diretiva, embora muito difundidas, encontraram, também, uma barreira na prática da tendência liberal tradicional.
2.4. TENDÊNCIA LIBERAL TECNICISTA
A escola liberal tecnicista atua no aperfeiçoamento da ordem social vigente (o sistema capitalista), articulando-se diretamente com o sistema produtivo; para tanto, emprega a ciência da mudança de comportamento, ou seja, a tecnologia comportamental. Seu interesse principal é, portanto, produzir indivíduos “competentes” para o mercado de trabalho, não se preocupando com as mudanças sociais.
Conforme MATUI (1988), a escola tecnicista, baseada na teoria de aprendizagem S-R, vê o aluno como depositário passivo dos conhecimentos, que devem ser acumulados na mente através de associações. Skinner foi o expoente principal dessa corrente psicológica, também conhecida como behaviorista. Segundo RICHTER (2000), a visão behaviorista acredita que adquirimos uma língua por meio de imitação e formação de hábitos, por isso a ênfase na repetição, nos drills, na instrução programada, para que o aluno for me “hábitos” do uso correto da linguagem.
A partir da Reforma do Ensino, com a Lei 5.692/71, que implantou a escola tecnicista no Brasil, preponderaram as influências do estruturalismo lingüístico e a concepção de linguagem como instrumento de comunicação. A língua – como diz  TRAVAGLIA (1998) – é vista como um código, ou seja, um conjunto de signos que se combinam segundo regras e que é capaz de transmitir uma mensagem, informações de um emissor a um receptor. Portanto, para os estruturalistas, saber a língua é, sobretudo, dominar o código.
No ensino da Língua Portuguesa, segundo essa concepção de linguagem,  o trabalho com as estruturas lingüísticas, separadas do homem no seu contexto social,  é visto como possibilidade de desenvolver a expressão oral e escrita. A tendência tecnicista é, de certa forma, uma modernização da escola tradicional e, apesar das contribuições teóricas do estruturalismo, não conseguiu superar os equívocos apresentados pelo ensino da língua centrado na gramática normativa. Em parte, esses problemas ocorreram devido  às dificuldades de o professor assimilar as novas teorias sobre o ensino da língua materna.
3. TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PROGRESSISTAS
Segundo Libâneo, a pedagogia progressista designa as tendências que, partindo de uma análise crítica das realidades sociais, sustentam implicitamente as finalidades sociopolíticasda educação.
3.1. TENDÊNCIA PROGRESSISTA LIBERTADORA
As tendências progressistas libertadora e libertária têm, em comum, a defesa da autogestão pedagógica e o antiautoritarismo. A escola libertadora, também conhecida como a pedagogia de Paulo Freire, vincula a educação à luta e organização de classe do oprimido. Segundo GADOTTI (1988), Paulo Freire não considera o papel informativo, o ato de conhecimento na relação educativa, mas insiste que o conhecimento não é suficiente se, ao lado e junto deste, não se elabora uma nova teoria do conhecimento e se os oprimidos não podem adquirir uma nova estrutura do conhecimento que lhes permita reelaborar e reordenar seus próprios conhecimentos e apropriar-se de outros.
Assim, para Paulo Freire, no contexto da luta de classes, o saber mais importante para o oprimido é a descoberta da sua situação de oprimido, a condição para se libertar da exploração política e econômica, através da elaboração da consciência crítica passo a passo com sua organização de classe. Por isso, a pedagogia libertadora ultrapassa os limites da pedagogia, situando-se também no campo da economia, da política e das ciências sociais, conforme Gadotti.
Como pressuposto de aprendizagem, a força motivadora deve decorrer da codificação de uma situação-problema que será analisada criticamente, envolvendo o exercício da abstração, pelo qual se procura alcançar, por meio de representações da realidade concreta,  a razão de ser dos fatos. Assim, como afirma Libâneo, aprender é um ato de conhecimento da realidade concreta, isto é, da situação real vivida pelo educando, e só tem sentido se resulta de uma aproximação crítica dessa realidade. Portanto o conhecimento que o educando transfere representa uma resposta à situação de opressão a que se chega pelo processo de compreensão, reflexão e crítica.
No ensino da Leitura, Paulo Freire, numa entrevista, sintetiza sua idéia de dialogismo: “Eu vou ao texto carinhosamente. De modo geral, simbolicamente, eu puxo uma cadeira e convido o autor, não importa qual, a travar um diálogo comigo”.  
3.2. TENDÊNCIA PROGRESSISTA LIBERTÁRIA
A escola progressista libertária parte do pressuposto de que somente o vivido pelo educando é incorporado e utilizado em situações novas, por isso o saber sistematizado só terá relevância se for possível seu uso prático. A ênfase na aprendizagem informal, via grupo,  e a negação de toda forma de repressão, visam a favorecer o desenvolvimento de pessoas mais livres.  No ensino da língua, procura valorizar o texto produzido pelo aluno, além da negociação de sentidos na leitura.
3.3. TENDÊNCIA PROGRESSISTA CRÍTICO-SOCIAL DOS CONTEÚDOS
Conforme Libâneo, a tendência progressista crítico-social dos conteúdos, diferentemente da libertadora e libertária, acentua a primazia dos conteúdos no seu confronto com as realidades sociais. A atuação da escola consiste na preparação do aluno para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhe um instrumental, por meio da aquisição de conteúdos e da socialização, para uma participação organizada e ativa na democratização da sociedade.
Na visão da pedagogia dos conteúdos, admite-se o princípio da aprendizagem significativa, partindo do que o aluno já sabe. A transferência da aprendizagem só se realiza no momento da síntese, isto é, quando o aluno supera sua visão parcial e confusa e adquire uma visão mais clara e unificadora.
4. TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PÓS-LDB 9.394/96
Após a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de n.º 9.394/96,  revalorizam-se as idéias de Piaget, Vygotsky e Wallon. Um dos pontos em comum entre esses psicólogos é o fato de serem interacionistas, porque concebem o conhecimento como resultado da ação que se passa entre o sujeito e um objeto. De acordo com ARANHA (1998), o conhecimento não está, então, no sujeito, como queriam os inatistas, nem no objeto, como diziam os empiristas, mas resulta da interação entre ambos.
Para citar um exemplo no ensino da língua, segundo essa perspectiva interacionista, a leitura como processo permite a possibilidade de negociação de sentidos em sala de aula. O processo de leitura, portanto, não é centrado no texto, ascendente, bottom-up, como queriam os empiristas, nem no receptor, descendente, top-down, segundo os inatistas, mas ascendente/descendente, ou seja, a partir de uma negociação de sentido entre enunciador e receptor. Assim, nessa abordagem interacionista, o receptor é retirado da sua condição de mero objeto do sentido do texto, de alguém que estava ali para  decifrá-lo, decodificá-lo, como ocorria, tradicionalmente, no ensino da leitura.
As idéias desses psicólogos interacionistas vêm ao encontro da concepção que considera a linguagem como forma de atuação sobre o homem e o mundo e das modernas teorias sobre os estudos do texto, como a Lingüística Textual, a Análise do Discurso, a Semântica Argumentativa e a Pragmática, entre outros. 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com esse quadro teórico de José Carlos Libâneo, deduz-se que as tendências pedagógicas liberais, ou seja, a tradicional, a renovada e a tecnicista, por se declararem neutras, nunca assumiram compromisso com as transformações da sociedade, embora, na prática, procurassem legitimar a ordem econômica e social do sistema capitalista. No ensino da língua, predominaram os métodos de base ora empirista, ora inatista, com ensino da gramática tradicional, ou  sob algumas as influências teóricas do estruturalismo e do gerativismo, a partir da Lei 5.692/71, da Reforma do Ensino. 
Já as tendências pedagógicas progressistas, em oposição às liberais, têm em comum a análise crítica do sistema capitalista. De base empirista (Paulo Freire se proclamava um deles) e marxista (com as idéias de Gramsci), essas tendências, no ensino da língua,  valorizam o texto produzido pelo aluno, a partir do seu conhecimento de mundo, assim como a possibilidade de negociação de sentido na leitura. 
A partir da LDB 9.394/96, principalmente com as difusão das idéias de Piaget, Vygotsky e Wallon, numa perspectiva sócio-histórica, essas teorias buscam uma aproximação com modernas correntes do ensino da língua que consideram a linguagem como forma de atuação sobre o homem e o mundo, ou seja, como processo de interação verbal, que constitui a sua realidade fundamental.
BIBLIOGRAFIA
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda.  Filosofia da Educação.  São Paulo :  Editora Moderna, 1998.
COSTA, Marisa Vorraber et al.  O Currículo nos Limiares do  Contemporâneo. Rio de Janeiro : DP&A editora, 1999. 
GADOTTI, Moacir.  Pensamento Pedagógico Brasileiro.  São Paulo : Ática, 1988.
LIBÂNEO, José Carlos.  Democratização da Escola Pública.  São Paulo : Loyola, 1990.
MATUI, Jiron.  Construtivismo.  São Paulo : Editora Moderna, 1998.
RICHTER, Marcos Gustavo.  Ensino do Português e Interatividade.  Santa Maria :    Editora da UFSM, 2000. 
TRAVAGLIA, Luiz Carlos.  Gramática e Interação.  São Paulo : Cortez, 1998.
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA PRÁTICA ESCOLAR BRASILEIRA 
AS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA PRÁTICA ESCOLAR BRASILEIRA E SEUS PRESSUPOSTOS DE APRENDIZAGEM 
Delcio Barros da Silva
1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste artigo é verificar os pressupostos de aprendizagem empregados pelas diferentes tendências pedagógicas na prática escolar brasileira, numa tentativa de contribuir, teoricamente, para a formação continuada de professores.
Sabe-se que a prática escolar está sujeita a condicionantes de ordem sociopolítica que implicam diferentes concepções de homem e de sociedade e, conseqüentemente, diferentes pressupostos sobre o papel da escola e da aprendizagem, inter alia. Assim, justifica-se o presente estudo, tendo em vista que o modo como os professores realizam o seu trabalho na escola tem a ver com esses pressupostos teóricos, explícita ou implicitamente.
Embora se reconheçam as dificuldades do estabelecimento de uma síntese dessas diferentes tendências pedagógicas, cujas influências se refletem no ecletismo do ensino atual, emprega-se, neste estudo, a teoriade José Carlos Libâneo, que as classifica em dois grupos: “liberais” e “progressistas”. No primeiro grupo, estão incluídas a tendência “tradicional”, a “renovada progressivista”, a “renovada não-diretiva” e a “tecnicista”. No segundo, a tendência “libertadora”, a “libertária” e a “crítico-social dos conteúdos”.
Justifica-se, também, este trabalho pelo fato de que novos avanços no campo da Psicologia da Aprendizagem, bem como a revalorização das idéias de psicólogos interacionistas, como Piaget, Vygotsky e Wallon, e a autonomia da escola na construção de sua Proposta Pedagógica, a partir da LDB 9.394/96, exigem uma atualização constante do professor. Através do conhecimento dessas tendências pedagógicas e dos seus pressupostos de aprendizagem, o professor terá condições de avaliar os fundamentos teóricos empregados na sua prática em sala de aula.
No aspecto teórico-prático, ou seja, nas manifestações na prática escolar das diversas tendências educacionais, será dado ênfase ao ensino da Língua Portuguesa, considerando-se as diferentes concepções de linguagem que perpassam esses períodos do pensamento pedagógico brasileiro.
2. TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS LIBERAIS
Segundo LIBÂNEO (1990), a pedagogia liberal sustenta a idéia de que a escola tem por função preparar os indivíduos para o desempenho de papéis sociais, de acordo com as aptidões individuais. Isso pressupõe que o indivíduo precisa adaptar-se aos valores e normas vigentes na sociedade de classe, através do desenvolvimento da cultura individual. Devido a essa ênfase no aspecto cultural, as diferenças entre as classes sociais não são consideradas, pois, embora a escola passe a difundir a idéia de igualdade de oportunidades, não leva em conta a desigualdade de condições. 
2.1. TENDÊNCIA LIBERAL TRADICIONAL
Segundo esse quadro teórico, a tendência liberal tradicional se caracteriza por acentuar o ensino humanístico, de cultura geral. De acordo com essa escola tradicional, o aluno é educado para atingir sua plena realização através de seu próprio esforço. Sendo assim, as diferenças de classe social não são consideradas e toda a prática escolar não tem nenhuma relação com o cotidiano do aluno.
Quanto aos pressupostos de aprendizagem, a idéia de que o ensino consiste em repassar os conhecimentos para o espírito da criança é acompanhada de outra: a de que a capacidade de assimilação da criança é idêntica à do adulto, sem levar em conta as características próprias de cada idade. A criança é vista, assim, como um adulto em miniatura, apenas menos desenvolvida.
No ensino da língua portuguesa, parte-se da concepção que considera a linguagem como expressão do pensamento. Os seguidores dessa corrente lingüística, em razão disso, preocupam-se com a organização lógica do pensamento, o que presume a necessidade de regras do bem falar e do bem escrever. Segundo essa concepção de linguagem, a Gramática Tradicional ou Normativa se constitui no núcleo dessa visão do ensino da língua, pois vê nessa gramática uma perspectiva de normatização lingüística, tomando como modelo de norma culta as obras dos nossos grandes escritores clássicos. Portanto, saber gramática, teoria gramatical, é a garantia de se chegar ao domínio da língua oral ou escrita.
Assim, predomina, nessa tendência tradicional, o ensino da gramática pela gramática, com ênfase nos exercícios repetitivos e de recapitulação da matéria, exigindo uma atitude receptiva e mecânica do aluno. Os conteúdos são organizados pelo professor, numa seqüência lógica, e a avaliação é realizada através de provas escritas e exercícios de casa.
2.2. TENDÊNCIA LIBERAL RENOVADA PROGRESSIVISTA
Segundo essa perspectiva teórica de Libâneo, a tendência liberal renovada (ou pragmatista) acentua o sentido da cultura como desenvolvimento das aptidões individuais.
A escola continua, dessa forma, a preparar o aluno para assumir seu papel na sociedade, adaptando as necessidades do educando ao meio social, por isso ela deve imitar a vida. Se, na tendência liberal tradicional, a atividade pedagógica estava centrada no professor, na escola renovada progressivista, defende-se a idéia de “aprender fazendo”, portanto centrada no aluno, valorizando as tentativas experimentais, a pesquisa, a descoberta, o estudo do meio natural e social, etc, levando em conta os interesses do aluno. 
Como pressupostos de aprendizagem, aprender se torna uma atividade de descoberta, é uma auto-aprendizagem, sendo o ambiente apenas um meio estimulador. Só é retido aquilo que se incorpora à atividade do aluno, através da descoberta pessoal; o que é incorporado passa a compor a estrutura cognitiva para ser empregado em novas situações. É a tomada de consciência, segundo Piaget.
No ensino da língua, essas idéias escolanovistas não trouxeram maiores conseqüências, pois esbarraram na prática da tendência liberal tradicional.
2.3. TENDÊNCIA LIBERAL RENOVADA NÃO-DIRETIVA
Acentua-se, nessa tendência, o papel da escola na formação de atitudes, razão pela qual deve estar mais preocupada com os problemas psicológicos do que com os pedagógicos ou sociais. Todo o esforço deve visar a uma mudança dentro do indivíduo, ou seja, a uma adequação pessoal às solicitações do ambiente.
Aprender é modificar suas próprias percepções. Apenas se aprende o que estiver significativamente relacionado com essas percepções. A retenção se dá pela relevância do aprendido em relação ao “eu”, o que torna a avaliação escolar sem sentido, privilegiando-se a auto-avaliação. Trata-se de um ensino centrado no aluno, sendo o professor apenas um facilitador. No ensino da língua, tal como ocorreu com a corrente pragmatista, as idéias da escola renovada não-diretiva, embora muito difundidas, encontraram, também, uma barreira na prática da tendência liberal tradicional.
2.4. TENDÊNCIA LIBERAL TECNICISTA
A escola liberal tecnicista atua no aperfeiçoamento da ordem social vigente (o sistema capitalista), articulando-se diretamente com o sistema produtivo; para tanto, emprega a ciência da mudança de comportamento, ou seja, a tecnologia comportamental. Seu interesse principal é, portanto, produzir indivíduos “competentes” para o mercado de trabalho, não se preocupando com as mudanças sociais.
Conforme MATUI (1988), a escola tecnicista, baseada na teoria de aprendizagem S-R, vê o aluno como depositário passivo dos conhecimentos, que devem ser acumulados na mente através de associações. Skinner foi o expoente principal dessa corrente psicológica, também conhecida como behaviorista. Segundo RICHTER (2000), a visão behaviorista acredita que adquirimos uma língua por meio de imitação e formação de hábitos, por isso a ênfase na repetição, nos drills, na instrução programada, para que o aluno for me “hábitos” do uso correto da linguagem.
A partir da Reforma do Ensino, com a Lei 5.692/71, que implantou a escola tecnicista no Brasil, preponderaram as influências do estruturalismo lingüístico e a concepção de linguagem como instrumento de comunicação. A língua – como diz TRAVAGLIA (1998) – é vista como um código, ou seja, um conjunto de signos que se combinam segundo regras e que é capaz de transmitir uma mensagem, informações de um emissor a um receptor. Portanto, para os estruturalistas, saber a língua é, sobretudo, dominar o código.
No ensino da Língua Portuguesa, segundo essa concepção de linguagem, o trabalho com as estruturas lingüísticas, separadas do homem no seu contexto social, é visto como possibilidade de desenvolver a expressão oral e escrita. A tendência tecnicista é, de certa forma, uma modernização da escola tradicional e, apesar das contribuições teóricas do estruturalismo, não conseguiu superar os equívocos apresentados pelo ensino da língua centrado na gramática normativa. Em parte, esses problemas ocorreram devido às dificuldades de o professor assimilar as novas teorias sobre o ensino da língua materna.
3. TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PROGRESSISTAS
Segundo Libâneo, a pedagogia progressista designa as tendências que, partindo de uma análise crítica das realidades sociais, sustentam implicitamenteas finalidades sociopolíticas da educação.
3.1. TENDÊNCIA PROGRESSISTA LIBERTADORA
As tendências progressistas libertadora e libertária têm, em comum, a defesa da autogestão pedagógica e o antiautoritarismo. A escola libertadora, também conhecida como a pedagogia de Paulo Freire, vincula a educação à luta e organização de classe do oprimido. Segundo GADOTTI (1988), Paulo Freire não considera o papel informativo, o ato de conhecimento na relação educativa, mas insiste que o conhecimento não é suficiente se, ao lado e junto deste, não se elabora uma nova teoria do conhecimento e se os oprimidos não podem adquirir uma nova estrutura do conhecimento que lhes permita reelaborar e reordenar seus próprios conhecimentos e apropriar-se de outros.
Assim, para Paulo Freire, no contexto da luta de classes, o saber mais importante para o oprimido é a descoberta da sua situação de oprimido, a condição para se libertar da exploração política e econômica, através da elaboração da consciência crítica passo a passo com sua organização de classe. Por isso, a pedagogia libertadora ultrapassa os limites da pedagogia, situando-se também no campo da economia, da política e das ciências sociais, conforme Gadotti.
Como pressuposto de aprendizagem, a força motivadora deve decorrer da codificação de uma situação-problema que será analisada criticamente, envolvendo o exercício da abstração, pelo qual se procura alcançar, por meio de representações da realidade concreta, a razão de ser dos fatos. Assim, como afirma Libâneo, aprender é um ato de conhecimento da realidade concreta, isto é, da situação real vivida pelo educando, e só tem sentido se resulta de uma aproximação crítica dessa realidade. Portanto o conhecimento que o educando transfere representa uma resposta à situação de opressão a que se chega pelo processo de compreensão, reflexão e crítica.
No ensino da Leitura, Paulo Freire, numa entrevista, sintetiza sua idéia de dialogismo: “Eu vou ao texto carinhosamente. De modo geral, simbolicamente, eu puxo uma cadeira e convido o autor, não importa qual, a travar um diálogo comigo”. 
3.2. TENDÊNCIA PROGRESSISTA LIBERTÁRIA
A escola progressista libertária parte do pressuposto de que somente o vivido pelo educando é incorporado e utilizado em situações novas, por isso o saber sistematizado só terá relevância se for possível seu uso prático. A ênfase na aprendizagem informal, via grupo, e a negação de toda forma de repressão, visam a favorecer o desenvolvimento de pessoas mais livres. No ensino da língua, procura valorizar o texto produzido pelo aluno, além da negociação de sentidos na leitura.
3.3. TENDÊNCIA PROGRESSISTA CRÍTICO-SOCIAL DOS CONTEÚDOS
Conforme Libâneo, a tendência progressista crítico-social dos conteúdos, diferentemente da libertadora e libertária, acentua a primazia dos conteúdos no seu confronto com as realidades sociais. A atuação da escola consiste na preparação do aluno para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhe um instrumental, por meio da aquisição de conteúdos e da socialização, para uma participação organizada e ativa na democratização da sociedade.
Na visão da pedagogia dos conteúdos, admite-se o princípio da aprendizagem significativa, partindo do que o aluno já sabe. A transferência da aprendizagem só se realiza no momento da síntese, isto é, quando o aluno supera sua visão parcial e confusa e adquire uma visão mais clara e unificadora.
4. TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PÓS-LDB 9.394/96
Após a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de n.º 9.394/96, revalorizam-se as idéias de Piaget, Vygotsky e Wallon. Um dos pontos em comum entre esses psicólogos é o fato de serem interacionistas, porque concebem o conhecimento como resultado da ação que se passa entre o sujeito e um objeto. De acordo com ARANHA (1998), o conhecimento não está, então, no sujeito, como queriam os inatistas, nem no objeto, como diziam os empiristas, mas resulta da interação entre ambos.
Para citar um exemplo no ensino da língua, segundo essa perspectiva interacionista, a leitura como processo permite a possibilidade de negociação de sentidos em sala de aula. O processo de leitura, portanto, não é centrado no texto, ascendente, bottom-up, como queriam os empiristas, nem no receptor, descendente, top-down, segundo os inatistas, mas ascendente/descendente, ou seja, a partir de uma negociação de sentido entre enunciador e receptor. Assim, nessa abordagem interacionista, o receptor é retirado da sua condição de mero objeto do sentido do texto, de alguém que estava ali para decifrá-lo, decodificá-lo, como ocorria, tradicionalmente, no ensino da leitura.
As idéias desses psicólogos interacionistas vêm ao encontro da concepção que considera a linguagem como forma de atuação sobre o homem e o mundo e das modernas teorias sobre os estudos do texto, como a Lingüística Textual, a Análise do Discurso, a Semântica Argumentativa e a Pragmática, entre outros. 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com esse quadro teórico de José Carlos Libâneo, deduz-se que as tendências pedagógicas liberais, ou seja, a tradicional, a renovada e a tecnicista, por se declararem neutras, nunca assumiram compromisso com as transformações da sociedade, embora, na prática, procurassem legitimar a ordem econômica e social do sistema capitalista. No ensino da língua, predominaram os métodos de base ora empirista, ora inatista, com ensino da gramática tradicional, ou sob algumas as influências teóricas do estruturalismo e do gerativismo, a partir da Lei 5.692/71, da Reforma do Ensino. 
Já as tendências pedagógicas progressistas, em oposição às liberais, têm em comum a análise crítica do sistema capitalista. De base empirista (Paulo Freire se proclamava um deles) e marxista (com as idéias de Gramsci), essas tendências, no ensino da língua, valorizam o texto produzido pelo aluno, a partir do seu conhecimento de mundo, assim como a possibilidade de negociação de sentido na leitura. 
A partir da LDB 9.394/96, principalmente com as difusão das idéias de Piaget, Vygotsky e Wallon, numa perspectiva sócio-histórica, essas teorias buscam uma aproximação com modernas correntes do ensino da língua que consideram a linguagem como forma de atuação sobre o homem e o mundo, ou seja, como processo de interação verbal, que constitui a sua realidade fundamental.
BIBLIOGRAFIA
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação. São Paulo : Editora Moderna, 1998.
COSTA, Marisa Vorraber et al. O Currículo nos Limiares do Contemporâneo. Rio de Janeiro : DP&A editora, 1999. 
GADOTTI, Moacir. Pensamento Pedagógico Brasileiro. São Paulo : Ática, 1988.
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública. São Paulo : Loyola, 1990.
MATUI, Jiron. Construtivismo. São Paulo : Editora Moderna, 1998.
RICHTER, Marcos Gustavo. Ensino do Português e Interatividade. Santa Maria : Editora da UFSM, 2000. 
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e Interação. São Paulo : Cortez, 1998.
UNIDADE II
Introdução
2 As tendências pedagógicas implantadas na educação escolar brasileira: propostas de ensino - aprendizagem/viabilização de interesses
2. 1 Tendência pedagógica tradicional liberal
2.1.1 Tendência pedagógica tradicional vertente religiosa
2.1.2 Tendência pedagógica tradicional vertente leiga 
2.2 Tendência pedagógica liberal renovada/moderna
2.2.1 Tendência pedagógica liberal renovada/humanista moderna
2.2.2 Tendência pedagógica liberal renovada/tecnicista 
2.3 Tendência pedagógica libertadora/teorias críticas da educação 
2.3.1 Tendência Pedagógica Teoria Crítico-reprodutivista da educação
2.3.2 Tendência pedagógica crítico-social dos conteúdos/pedagogia histórico-crítica
2.4 A didática adotada nas relações ensino-aprendizagem norteadas pelas tendências pedagógicas predominantes na história da educação brasileira
2.4.1 A didática norteada pela tendência pedagógica tradicional liberal na vertente religiosa e leiga 
2.4.2 A didática norteada pela tendência pedagógica liberal renovada/humanista moderna
2.4.3 A didática norteada pela tendência pedagógica tecnicista2.4.4 A didática norteada pela tendência pedagógica crítico- reprodutivista
2.4.5 A didática norteada pela tendência pedagógica histórico-crítica
Referências
 
  
INTRODUÇÃO
Apresentamos esta segunda unidade cujo objetivo principal é conhecer as tendências pedagógicas vivenciadas no contexto da educação brasileira no decorrer da história da educação desse país. 
Por meio das discussões que aqui realizaremos sobre as tendências, buscaremos problematizar as concepções de ensino-aprendizagem presentes em cada uma. Assim, proporcionaremos condições para vocês compreenderem os interesses políticos, econômicos e ideológicos implicitos nas referidas concepções em questão. 
Assim como no primeiro capítulo, ao ler os textos, iremos realizar uma discussão fundamentada numa visão histórico-crítica, que, de acordo com nossos estudos na primeira unidade, concebe a educação como um processo dinâmico e dialético, negando os princípios essencialistas, que concebem que as ideias nascem antes do homem.
Nessa direção, defendemos que é o homem que produz as ideias no decorrer de sua história, por meio das relações com os outros homens no contexto social em que vive. 
Os pressupostos teóricos que utilizamos para discutirmos os elementos propostos para essa unidade se encontram no pensamento dos seguintes autores: Libâneo, Haidt, Veiga, Saviani, Gasparim, Silveira Rodrigues e outros.
Lembramos-lhe que a Didática tem como objeto de estudo os elementos que compõem o ato de ensinar presente nas relações ensino-aprendizagem, sejam eles implícitos, sejam explícitos nas práticas pedagógicas que não são neutras, mas sim carregadas de intencionalidades, de acordo com os interesses sociais predominantes em cada época da história. 
O estudo proposto nesta unidade encontra–se organizado da seguinte forma:
2 As Tendências Pedagógicas Implantadas na Educação Escolar Brasileira: Propostas de Ensino-Aprendizagem/ Viabilização de Interesses. 
2.1 TENDÊNCIA PEDAGÓGICA TRADICIONAL LIBERAL
2.1.1 Tendência Pedagógica Tradicional Vertente Religiosa
2.1.2 Tendência Pedagógica Tradicional Vertente Leiga 
2.2 TENDÊNCIA PEDAGÓGICA LIBERAL RENOVADA/MODERNA 
2.2.1 Tendência Pedagógica Liberal Renovada/Humanista Moderna
2.2.2 Tendência Pedagógica Liberal Renovada/Tecnicista 
2.3 TENDÊNCIA PEDAGÓGICA LIBERTADORA/TEORIAS CRÍTICAS DA EDUCAÇÂO 
2.3.1 Tendência Pedagógica Teoria Crítico-reprodutivista da Educação
2.3.2 Tendência Pedagógica Crítico-social dos Conteúdos/Pedagogia Histórico-crítica 
2.4 A DIDÁTICA ADOTADA NAS RELAÇÕES ENSINO-APRENDIZAGEM NORTEADAS PELAS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PREDOMINATES NA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
2.4.1 A Didática norteada pela Tendência Pedagógica Tradicional Liberal na Vertente Religiosa e Leiga
2.4.2 A Didática norteada pela Tendência Pedagógica Liberal Renovada/Humanista Moderna
2.4.3 A Didática norteada pela Tendência Pedagógica Tecnicista
2.4.4 A Didática norteada pela Tendência Pedagógica Crítico-reprodutivista
2.4.5 A Didática norteada pela Tendência Pedagógica Histórico-crítica 
 Bom estudo!
AS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS IMPLANTADAS NA EDUCAÇÃO ESCOLAR BRASILEIRA: PROPOSTAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM/VIABILIZAÇÃO DE INTERESSES 
	
	Figura 11: Tendências Pedagógicas
Fonte: Silveira Rodrigues, 2009
 Pensar a Didática implica pensar no ato de ensinar, que, por sua vez, traduz uma ação do homem, que, como qualquer outra ação, traz em si uma intenção. Afirmar que cada ação expressa uma intenção é basear-se no ponto de vista de que o homem é um animal político, como já dizia Aristóteles. 
Portanto, podemos compreender que o ato do homem não é neutro. A forma com nós seres humanos agimos frente a qualquer que seja a situação é determinada pela nossa maneira de conceber o mundo, que, por sua vez, define os nossos interesses. 
Com base nas considerações acima, ressaltamos que o ato de ensinar do professor também não é neutro. O professor ensina de uma forma ou de outra, porque aprendeu ou aprimorou aquela maneira, cujos fundamentos foram pensados, no contexto de uma sociedade em alguma circunstância histórica, por pessoas movidas pelos interesses que predominavam. 
Nessa direção, entendemos que a maneira como o professor ensina expressa o que ele pensa, sente e, principalmente, o que deseja, ou seja, a sua intenção, a sua visão de mundo, se o professor tiver consciência do que faz.
 
  
	
Hegemonia: Preponderância de um povo em relação a outro. Na Grécia antiga, era patente a supremacia de um Estado dentro de uma confederação. Todavia, os vários casos de hegemonia eram instáveis, pois só duravam até que o Estado provido de hegemonia sofresse o ataque de outros Estados. Três cidades gregas distinguiram-se pela sua hegemonia: Esparta, Atenas e Tebas. www.dicionarioonline.com.br
Caso o professor ensine repetindo mecanicamente uma forma de ensinar que aprendeu, sem pensar em quando, onde e como, em que contexto essa forma de ensinar foi criada, estará correndo o risco de ela expressar a concepção de mundo de outros, que o leva a realizar os interesses de outros e negar seus interesses, assumindo a condição de alienado. 
Considerando nossas colocações a respeito da não neutralidade da didática, problematizamos: Quais tendências pedagógicas vêm norteando a educação brasileira no decorrer de sua história? Quais são suas características? Em que contexto e a serviço de que interesses foram produzidas as tendências pedagógicas que fundamentam o processo de ensino-aprendizagem vivenciado nas escolas brasileiras? Quais as implicações das concepções de educação essencialista e histórico-dialética nas tendências pedagógicas predominantes nas escolas brasileiras?
A fim de nortear essa segunda unidade, continuamos indagando: De que forma é concebida a Didática nas tendências pedagógicas que norteiam as concepções de ensino-aprendizagem predominantes na educação escolar no Brasil? Quais os princípios da Didática? A serviço de quais interesses tais Didáticas foram implantadas no Brasil? É possível pensar que a Didática traz em si um conteúdo implícito e que esse conteúdo se manifesta na relação ensino-aprendizagem? Qual a relação da Didática com o processo de ensino-aprendizagem? Até que ponto a Didática pode influenciar a relação ensino-aprendizagem? 
Com a problematização que ora apresentamos, buscamos promover uma inquietação com o intuito de provocar desconfiança no que diz respeito ao fato de que as tendências pedagógicas não existem, independentemente dos interesses que as produziram. Interesses que, por sua vez, relacionam-se às questões político-econômico-ideológicas presentes no contexto social em que foram produzidas as referidas tendências. 
 
  
	
Platão defendia a ideia de que o homem é constituído de uma essência universal e imutável.
Diante da visão de homem de Platão, podemos entender que a sua concepção de educação fundamenta-se se na visão essencialista de homem.
	
A concepção de educação de Platão, conforme ele expõe na obra “As Leis”, encontrava-se a serviço dos interesses de quem? 
 
Deslanchar as reflexões propostas para essa unidade requer retomar elementos apresentados na primeira unidade desse caderno didático para enfatizar que não podemos nos esquecer de que foi a Paidéia grega que deu origem às concepções de educação presentes nas tendências pedagógicas adotadas para fundamentar a educação escolar vivenciada nos países ocidentais.
Justificamos essa nossa consideração ao entendermos que as tendências pedagógicas se sustentam em uma concepção de educação, que, por sua vez, se sustenta em uma visão de mundo. E que toda visão de mundo expressa uma corrente filosófica. Assim, fundamentamos nosso entendimento nas palavras de Haidt:
	 
	Todo sistema educacional está baseado numa concepção do homem e de mundo. São os aspectos filosóficos que dão à educação seu sentido e seus fins. A Filosofia, sendo a reflexão sistemática sobre a concepção da vida, exerce influência direta e está em estreita conexão com a Pedagogia, que é a reflexão sistemática

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