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Economia do Brasil Contemporaneo - economia colonial e mercantil - aula1

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Economia do Brasil Contemporâneo
Curso: Serviço Social 
Profa. Maria Luiza Carvalhido
O estudo da formação econômica do Brasil é muito importante, porque permite o conhecimento da estrutura econômica e dos negócios que sustentaram o país em sua etapa inicial de desenvolvimento. 
Vamos estudar até a AV1 o período que vai da chegada dos portugueses à Colônia até o início dos anos 1960, quando a economia deixou de ser sustentada nas atividades primárias, tornando-se uma economia industrial. 
De acordo com o economista Colin Clark, existem três tipos de atividades: a primária, secundária e as terciárias. 
Atividades primárias: agricultura; secundárias: indústria e terciárias: serviços. Países muito dependentes das atividades primárias, isto é, dos seus recursos naturais, são menos desenvolvidas do que àqueles que se sustentam mais nas atividades secundárias e terciárias. 
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Empresa (colonial) agrícola – modelo econômico de colonização adotado por países europeus nos séculos XV e XVI. Consistia em transformar a colônia em produtora de especiarias, que não podiam ser obtidas na Europa, principalmente devido ao clima: açúcar, cacau, canela, por exemplo. 
Como surgiu a empresa colonial agrícola? Foi iniciada com a introdução da monocultura do açúcar no Nordeste pelos portugueses, foi uma experiência de grande sucesso e única durante o século XVI, 
Segundo este modelo, toda a produção colonial estava destinada a Metrópole, que a comprava a preços baixos e a revendia na Europa, acumulando os lucros desta transação. 
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A expansão comercial européia, iniciada em fins da Idade Média, rompeu com o isolamento típico do período feudal. O mar Mediterrâneo tornou-se a mais importante rota de comércio, beneficiando, principalmente, as cidades italianas, dentre elas Gênova e Veneza. 
Feudalismo – ou sistema feudal – era o modo com que a vida em sociedade estava organizada na Europa. Esta organização variou muito segundo a época e o local. Em linhas gerais, a sociedade feudal tinha como bases o poder descentralizado, a economia agropastoril e o trabalho dos servos. 
Contudo o elevado custo de transporte e de risco do empreendimento comercial, apenas a comercialização de produtos de grande valor de mercado – com pouco peso e volume como as especiarias orientais (pimenta-do-reino e canela, p.e.) era economicamente viável. 
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Ainda sobre o Feudalismo, em termos de organização social havia três estamentos: clero, nobreza e servos. As relações entre esses grupos eram extremamente desiguais. 
Clero e nobreza ditavam as regras sociais e econômicas, bastante desfavoráveis para os servos. A Igreja Católica controlava as ideias religiosas da época e os reis eram apenas figuras fortes, seu poder era muito descentralizado. 
Para saber mais sobre o feudalismo: http://www.ohistoriador.com.br/historia-medieval/feudalismo/ 
Se observarmos na nossa sociedade hoje, podemos encontrar resquícios do feudalismo, como o favorecimento de amigos em detrimento das leis. 
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A tomada de Constantinopla pelos turcos, em 1453, dificultou a manutenção da rota comercial que ligava as cidades mediterrâneas às fontes de especiarias. Dessa forma, portugueses e espanhóis se viram obrigados a estimular o descobrimento de novas rotas comerciais. 
Desde meados do século XV, os portugueses já vinham explorando a rota do Atlântico, estabelecendo-se em algumas localidades da costa africana, onde cultivavam a cana-de-açúcar. 
Seu objetivo, porém, era alcançar os fornecedores de especiarias localizados nas Índias utilizando a rota do Atlântico. 
1453 é o ano que marca o fim do feudalismo e o início da era moderna. 
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Com o aprimoramento da tecnologia naval, Portugal conseguiu vencer o “Mar Tenebroso”, que ganhou esse nome por ser muito mais difícil de navegar do que as águas calmas do Mediterrâneo. 
O descobrimento do Brasil foi uma etapa da conquista do Oceano Atlântico, fazendo parte do grande movimento expansivo deflagrado pelas Grandes Navegações. Portugal, era, nessa época uma monarquia absolutista, que surgiu com uma estrutura econômica Mercantilista. 
Essa conquista aconteceu no auge do império marítimo português que marcou profundamente a cultura do país. //// Grandes navegações é o nome dado pela historiografia para referir-se à expansão marítima ocorrida nos séculos XV e XVI que ampliou as rotas comerciais unindo a Europa à África e Ásia. A maior consequência foi a ocupação do continente americano chamado de “Novo Mundo”. /// Mercantilismo – pol. Econ. De carater protecionista. Se desenvolveu na Europa ao longo dos séculos XVI, XVII e XVIII. Sua base é o acúmulo de capital, representado neste período, pelo acúmulo de metais preciosos, potecionismo alfandegário e balança comercial favorável. Os governos precisavam crescer, expandir-se, ir além das fronteiras nacionais e como os países europeus não possuíam metais preciosos, planejaram consquistar outros territórios para obte-los, as colonias. Lá poderiam tb manter sua balanca comercial favorável, forçando o monopólio e mantendo suas taxas elevadas de comércio para suas colônias. 
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A Colônia Brasil foi submetida ao Pacto Colonial por parte de Portugal. 
Por não encontrar metais preciosos em seus novos domínios, Portugal enfrentou dificuldades para defender seu território americano, Brasil. Como não tinha recursos suficientes precisou implantar uma atividade muito lucrativa para financiar a defesa da própria colônia, além de permitir a transferência de lucros mercantis para a metrópole. 
Assim, além da exploração de Pau-Brasil, Portugal introduziu o cultivo de um produto tropical, a cana-de-açúcar, que já vinha sendo explora em ilhas africanas e era um produto que contava com o mercado em expansão na Europa. 
Pacto Colonial – conjunto de relações econômicas e políticas que subordinavam a colônia a metrópole. No plano político, a dominação era exercida por meio da presenca de autoridades civis e nomeadas pela metropole e cujo desempenho era assegurado pela ocupação militar. No campo economico, o PC significava uma serie de obrigações de compra e venda da Colonia para com a metropole, sendo os mecanismos desse comercio controlados de forma monopolista pelas companhias de comercio. 
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O elemento que assegurou a lucratividade do empreendimento foi o monopólio comercial, determinado pelo metrópole, através do Pacto Colonial. 
A empresa colonial agrícola introduzida na colônia não se reduzia a extrair riquezas naturais para revenda nos mercados europeus. Era um empreendimento muito mais complexo, que envolvia o desenvolvimento de uma atividade agrícola que seria explorada segundo critérios que proporcionassem o máximo de lucratividade possível aos portugueses. 
O sentido da colonização era cultivar produtos tropicais de forma lucrativa para o comércio europeu, de modo a não competir com as culturas de clima temperado existentes na Europa. Os produtos seriam tropicais porque a produção colonial deveria ser complementar e, nunca competitiva, à produção européia. 
A lucratividade da empresa colonial agrícola estava assentada em três elementos principais, que asseguravam os baixos custos de produção: 1) o latifúndio; 2) a monocultura e 3) o trabalho escravo. 
Caio Prado Júnior, defende a tese de que a estrutura econômica colonial é baseada em três elementos principais: o latifúndio; a monocultura e o trabalho escravo, foi pensada com um único sentido: fornecer gêneros tropicais ao comércio europeu. 
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1) O latifúndio era necessário para permitir o crescimento extensivo da produção, uma vez que a atividade não se expandia com base no aumento da produtividade, mas sim no uso extensivo de terra. A grande propriedade, era, além disso, importante para atrair colonos portugueses, que viam a colônia como uma possibilidade de enriquecimento, mas não como local para se estabelecer definitivamente, como nas colônias de povoamento. 
2) A monocultura - como a empresa colonial agrícola visava à lucratividade comercial,
era mais interessante para o colonizador mobilizar recursos para o produto a ser exportado do que diversificar a produção considerando o mercado interno. 
Economia de subsistência X economia mercantil 
A economia colonial caracterizou-se pela baixa circulação interna de dinheiro, já que a empresa que produzia a monocultura para exportação era autossuficiente, produzia quase todos os bens necessários para sua operação, demandando apenas madeira e animais no mercado interno. 
Mercado interno – praticamente inexistente, dada a baixa circulação de dinheiro na economia colonial /// Economia subsistencia – produzida para o consumo próprio, em que o produtor não se distingue do consumidor, sendo desnecessário o uso do dinheiro. Não há produção excedente para ser vendida, portanto não está sujeita a crises ecnonômicas. Econ. Mercantil – é aquela em que o produto é direcionado ao mercado, a consequente separação entre produtores e consumidores torna necessária a intermediação monetária. 
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Portanto, os colonos que não fosse latifundiários agroexportadores, mas simples criadores de gado, por exemplo, recebiam uma parte muito pequena da renda que circulava na colônia, resultante das compras internas (animais e madeira). 
A maior parte da renda ficava concentrada nas mãos dos colonos latifundiários (os senhores de engenho), o que permitia que eles consumissem produtos de luxo importados. Esta divisão não favorecia a circulação de moeda, nem tampouco a produção mercantil. 
Produção mercantil – produção direcionada para o mercado, e com separação entre produtores e consumidores. 
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3) O trabalho escravo se mantinha perante a dificuldade de acesso à mão-de-obra barata. 
Diante da necessidade de conter os custos de produção, a metrópole levou à introdução da escravidão na colônia, ainda que estivesse em vias de desaparecimento na Europa. O recurso à escravidão decorria de: 
A) inexistência de excedentes populacionais em Portugal; 
B) insuficiência de trabalhadores indígenas – que também foram escravizados. 
C) o ambiente desfavorável na Colônia, fazendo com que os salário necessários para atrair trabalhadores europeus fossem elevados demais, o que comprometeria a lucratividade do empreendimento; 
D) uma experiência lucrativa do tráfico de escravos oriundos das colônias africanas, o que levou à utilização dessa espécie de mão-de-obra como relação básica de produção na empresa colonial agrícola. 
Sugestões de filmes sobre o assunto: Sinhá Moça; Quilombo; Cafundó; Xica da Silva; Carlota Joaquina, Princesa do Brasil; entre outros. 
A existência da escravidão caracteriza a colonização do Brasil como feudal? 
O crescimento da produção pode ocorrer em decorrência de dois fatores: aumento da produtividade, pelo uso mais eficiente dos recursos ou aumento extensivo dos recursos, isto é, utilização de mais trabalhadores, mais capital e mais terras. Esse foi o caso do Brasil. 
A empresa colonial agrícola contava com terras abundantes, o que lhe permitia aumentar a produção pela simples incorporação de territórios, em vez de tornar mais eficiente o uso dos recursos. 
O Brasil nunca foi feudal, ainda que sua ocupação estivesse associada à empresa colonial agrícola, sustentada no trabalho escravo. O sentido da colonização foi proporcionar lucros mercantis aos comerciantes metropolitanos, favorecendo o acúmulo de capitais na Europa e a afirmação da burguesia. A utilização do trabalho escravo tinha o objetivo de baratear os custos de produção o que permitia à burguesia comercial ampliar seus lucros mercantis. 
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A economia canavieira: elemento-chave no sucesso da empresa colonial agrícola
O sucesso da empresa colonial agrícola implantada no Nordeste no século XVI está relacionada à introdução da cultura de cana-de-açúcar, especiaria cultivada em clima tropical que contava com grande mercado consumidor na Europa. 
Pela lógica do sistema colonial, todos os recursos disponíveis na colônia, desde terras, dinheiro ou mão-de-obra – africana, de preferência, por ser ela também uma mercadoria comercializável – deveriam ser canalizados para a produção extensiva, na qual a chamada agroindústria açucareira nordestina dos séculos XVI e XVII foi o principal exemplo. 
Uma nova rota comercial entre as colônias da Coroa portuguesa, foi implantada, criando uma interdependência entre dois negócios: a exploração de produtos primários na colônia brasileira voltados para o mercado externo, e a exportação de escravos pelas colônias africanas. 
Tal proximidade estimulou um novo fluxo comercial entres as colônias portuguesas. Ampliavam-se, assim, as receitas resultantes de tributos cobrados de duas de suas colônias: a venda de escravos africanos e a venda do açúcar brasileiro.
Em uma época que a navegação dependia dos ventos e das correntes marítimas, um fato fundamental precisa ser considerado, em função das correntes era muito mais fácil a comunicação entre o Nordeste brasileiro e a costa africana, do que entre estas regiões e outras partes dos respectivos continentes
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A partir da metade do século XVI, a produção de açúcar passou a ser cada vez mais um empreendimento conjunto entre portugueses e holandeses. Estes recolhiam o produto em Lisboa, refinavam-no e o distribuíam a toda Europa. 
Participavam também do financiamento da atividade, que dependia da mobilização de capital para implantar o engenho de açúcar e adquirir escravos. Os gastos operacionais, entretanto, eram bem modestos, já que as fazendas de cana-de-açúcar eram praticamente autosuficientes. 
A parceria com os holandeses terminou com a anexação de Portugal pela Espanha (1580 – 1640), com a União Ibérica. 
Até que ocorresse a junção das duas coroas – Portugal e Espanha -, ante os problemas dinásticos sucessórios durante a chamada União Ibérica, fora a Holanda a principal aliada de Portugal, nessa fase de consolidação da agroindústria açucareira colonial.
Lutando contra a Espanha, que não reconhecia sua independência, a Holanda resistiu à perda do negócio do açúcar (foi proibida de comercializar o açúcar brasileiro) e invadiu o Brasil em 1630, estabelecendo-se no Nordeste. 
Entre 1624 e 1649 os pólos açucareiros da Colônia Brasil viveram sob o domínio espanhol. 
Descontentes com a cobrança dos empréstimos que lhes tinham sido feitos pelos invasores que, além do mais, não eram católicos, os senhores de engenho dariam início à luta contra o jugo holandês, contando com os demais habitantes da região que integraram a Insurreição Pernambucana. 
Logo, por volta de 1650, os flamengos estavam derrotados e, com o fim da União Ibérica em 1640, o monopólio português restabeleceu-se na colônia. 
A expulsão dos holandeses, em 1654, trouxe consequências econômicas graves e duradouras, já que, com os conhecimentos adquiridos na cultura da cana, eles estabeleceram um empreendimento concorrente nas Antilhas, acabando com o monopólio na oferta do produto pelos colonos do Nordeste brasileiro. 
A partir de meados do século XVII, com o declínio do preço da cana no mercado externo, a economia canavieira deixou de ser lucrativa. Os baixos custos operacionais permitiram apenas manter o negócio, mas não ampliá-lo. 
A crise da economia canavieira não foi superada. Até que a mineração substituísse a cultura de cana-de-açúcar como principal fonte de renda de exportações, no século XVIII, a Colônia enfrentou uma crise provocada pela queda de preços da cana, enfraquecendo a economia da metrópole. 
As primeiras moedas do Brasil foram cunhadas pelos holandeses quando ocuparam o Nordeste. A economia da colonia era mais pautada nas trocas do que por metal cirulante. //// (devido ao aumento da oferta, com a produção holandesa nas Antilhas) /// 
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Essa incapacidade de superação da crise da economia canavieira esteve relacionada à forma como circulava a renda gerada por essa atividade. 
A lucratividade do negócio estava na comercialização, e não na produção da cana. O comércio (e o transporte) da cana
era controlado por comerciantes portugueses, associados aos holandeses, os maiores beneficiários da economia canavieira. 
Neste negócio, a renda interna ficava extremamente concentrada nas mãos dos grandes proprietários fundiários. Esses proprietários mantinham uma produção alimentar de subsistência, e os gastos para manter o engenho eram modestos. (animais e madeiras no mercado interno) 
Tratava-se pois de uma atividade em que prevalecia a pouca circulação de dinheiro, o que lhe conferia alto grau de resistência a crises. 
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Ainda assim, a economia colonial mergulhou em uma crise da qual só saiu quando houve a descoberta de ouro e diamante, no século XVIII, na região correspondente ao atual Estado de Minas Gerais. 
E para que servia tanto ouro? 
O ouro brasileiro não ficava somente em Portugal, tornando-se importante para outros países da Europa, já que o Reino não produzia a maioria dos produtos manufaturados necessários à revenda na Colônia. 
Parte expressiva do ouro era revertida para Portugal sob a forma de impostos, servindo não apenas para o sustento da Corte, como também para saldar as inúmeras dívidas que o Reino português contraíra ao longo do tempo. 
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A economia canavieira, tampouco a mineradora logrou gerar condições para o surgimento de uma atividade sustentável. O mesmo ocorreu com outros produtos, como o algodão e a borracha, que conheceram o auge dinamizados pela renda das exportações. 
O ciclo do ouro foi capaz de dinamizar novos setores da economia, como o de produção de alimentos e do tráfico interno de mão-de-obra. A reivindicação pela terra tornou-se mais difusa. 
Os instrumentos econômicos que serviam como base para a expansão para o interior foram a busca por metais preciosos e especiarias, a caça aos indígenas (para suprir a falta de mão-de-obra africana) e a criação de gado. 
Como essas estratégicas contribuíram para o povoamento do interior da colônia?
As Bandeiras: 
Constituem uma espécie de expedição armada que desbravava os sertões a fim de escravizar indígenas ou descobrir ouro, o que intensificou a ocupação do interior da colônia. 
O principal ponto de partida dessas expedições era a Capitania de São Vicente, atual estado de São Paulo, ponto da costa mais avançado na direção do interior. 
Pelos rios, principalmente os da bacia do Tietê, as Bandeiras chegaram aos atuais estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e às regiões onde se localizavam as aldeias jesuítas. 
Compostas por integrantes das mais diversas etnias – portugueses, índios, caboclos e mamelucos – e, às vezes, formadas por milhares de homens, duravam de meses a anos, pois os bandeirantes fixavam acampamentos temporários para explorar uma região, verificando a existência de ouro, prata ou pedras preciosas, ou para preparar o ataque às tribos indígenas. 
Ocupação do Sudeste 
Na região sudeste, as condições de produção da cana-de-açúcar não eram favoráveis. O solo era menos fértil, e os custos de transporte mais elevados. 
Os colonos logo perceberam, todavia, que a existência de índios em grande número poderia dar origem a outra atividade econômica : a escravização do trabalhador indígena. Os jesuítas também se fixaram no interior, porém estavam mais interessados em catequizar os índios. 
Lembrar das correntes maritimas que facilitavam o escoamento da produção p a Portugal, e chegaram a criar uma nova rota comercial. 
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As missões Jesuíticas
Os jesuítas desempenharam um papel fundamental na ocupação de outras partes do território, além da Amazônia. 
As missões jesuíticas eram núcleos de povoação indígena que visavam defender os índios do aprisionamento pelos colonizadores brancos. Travava-se de empreendimentos comerciais, porém seus métodos de cooptação não se baseavam na escravização do nativo, e sim na catequese. 
Sua presença era maior em regiões de menor interesse dos colonos, o que, entretanto, não significou a inexistência de conflitos entre religiosos e colonos, resultando na expulsão dos jesuítas pela Coroa Portuguesa em 1759. 
A ocupação do Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste ocorreu a partir do século XVII. O gado foi o instrumento desta ocupação, principalmente por atender às necessidades das fazendas produtoras de monocultura visando ao mercado externo. 
Inicialmente, era utilizado somente como força motriz dos engenhos, instrumento de tração de carretas que transportavam lenha e açúcar nas fazendas de cana-de-açúcar. No âmbito do consumo interno, a carne era destinada à alimentação, e o couro, à fabricação de selas, casacos, calçados, correias e cantis. 
A partir do início do século XVII, a criação de gado torna-se mais independente, ocupa terras cada vez mais para o interior, pois o desenvolvimento dos rebanhos requeria grandes extensões de terras para as pastagens. 
Tratava-se, assim, de uma atividade que respondia aos estímulos de outra atividade mais dinâmica, principalmente da economia canavieira e da mineira. Por ser uma atividade móvel pela própria natureza, a pecuária contribuiu decisivamente para ocupação do território. 
Como na economia canavieira, a pecuária também era explorada de forma extensiva, baseada na ocupação do território. 
Entretanto, a expansão da cana-de-açúcar gerou conflitos entre criadores de gado e proprietários de engenho na disputa de terras. Com o aumento da procura, os preços dessas mercadorias logo subiram, provocando protesto dos senhores de engenho do Nordeste. 
A crise da economia açucareira, a partir de meados do século XVII, levou os colonos portugueses a intensificar a busca por metais preciosos. As bandeiras que exploravam o sertão brasileiro finalmente encontraram ouro e pedras preciosas nos atuais Estados de Minas Gerais, Bahia, Goiás e Mato Grosso. 
A economia mineira estava situada longe da costa, no interior do país, em regiões de difícil acesso. A necessidade da metrópole de controlar a produção e a exportação do metal levou à mudança da capital colonial, deslocando-se de Salvador para o Rio de Janeiro, cidade mais próxima da região mineira. 
A economia mineira estimulou o surgimento de cidades para o abastecimento da população do interior, desenvolvendo melhores condições para as atividades comerciais internas. 
Pela primeira vez, o país começava a ser percebido como uma nação, uma entidade com unidade política, fato de grande relevância para a emancipação política da colônia. 
A organização social que era basicamente rural, passou a ter um carater urbano. 
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A riqueza do ouro suscitou o crescente controle sobre a exportação do metal, mas coincidiu com o declínio da mineração. Após atingir o auge em 1750, houve um rápido declínio na produção do ouro, comprometendo as possibilidades de desenvolvimento da economia colonial.

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