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Classificação e Identificação de microrganismos TAXONOMIA Ex. colónia isolada (amostra clínica, ambiental, alimentar, etc) Caracterização do isolado Compilação de propriedades Morfologia Bioquímica Fisiologia Biologia molecular (ex. ácidos nucleicos, proteínas) Ecologia ( + ) Identificação ( -) Descrição de microrganismo novo* Comparação com propriedades conhecidas de microrganismos (disponiveis em bases de dados, manuais, etc) Classificação Nomenclatura *Espécie nova? - Descrição detalhada; em publicação científica internacional – Estirpe tipo depositada em colecções de culturas nacionais e/ou internacionais � • Taxonomia – É a ciência que distribiu os organismos por categorias taxonómicas ou taxa que traduzem o seu grau de semelhança – Divide-se em: • classificação – define a forma de distribuição dos organismos em grupos taxonómicos (taxa; singular taxon) (com base em semelhança mútua ou relação evolutiva). • nomenclatura – atribui nomes aos grupos taxonómicos de acordo com regras pré-estabelecidas. • identificação – é o processo de determinar a que grupo taxonómico pertence um determinado isolado. Importância da taxonomia • Permite organizar grandes quantidades de informação • Permite fazer uma previsão das características de um determinado isolado • A criação de grupos com nomes precisos facilita a comunicação científica • É essencial para a identificação correcta dos organismos ESPÉCIE - unidade básica da taxonomia microbiana. •••• conjunto de estirpes que partilham muitas características estáveis e diferem significativamente de outros grupos de estirpes (é subjectivo); •••• conjunto de estirpes com composição G+C (genoma) idêntica, e em que a sequência de nucleotídeos do DNA apresenta ≥≥≥≥ 70% de semelhança. GÉNERO – grupo bem definido de uma ou mais espécies, claramente separado de outros géneros. Shigella flexneri S. flexneri espécieSistema binominal para a designação da espécie Género - Shigella “aceae” - família “ales” - ordem (in Prescott, Harley, Klein, “Microbiology”, 5th ed.) Hierarquia taxonómica (exemplo) Numero de grupos taxonómicos Conhecidos (domínio Bacteria) Filos - 25 Classes - 34 Ordens - 78 Familias - 230 Géneros - 1227 Espécies - 6740 Os microbiologistas usam muitas vezes nomes informais - Por exemplo: bactérias purpúra, bactérias metanotróficas (que oxidam metano), etc 3 divisões maiores: domínios Bacteria, Archaea e Eukarya ESTIRPE TIPO - primeira estirpe a ser estudada de uma espécie - É geralmente a mais bem caracterizada - Não é necessariamente o membro mais representativo da espécie • população de organismos que se distingue de outras dentro de uma espécie • descende de um único organismo ou cultura pura (isolado) • Estirpes de uma espécie podem variar ligeiramente de várias formas – biovar – apresentam diferenças bioquímicas e fisiológicas – morfovar – diferem morfologicamente – serovar – diferem nas propriedades antigénicas ESTIRPE Características Usadas em Taxonomia, na classificação e identificação de microrganismos • dois tipos: – clássicas – moleculares • morfológicas • fisiológicas e metabólicas • ecológicas • análise genética Características fenotípicas � Ácidos nucleicos � Proteínas � Lípidos Características Clássicas Análise Genética • Capacidade de troca de informação genética por transformação ou conjugação – estes processos estão geralmente confinados ao género • Existência de plasmídeos (embora a informação neles contida possa induzir em erro) • Ciclo de vida • Relações simbióticas • Capacidade de causar doenças em hospedeiros • Habitat preferencial • Factores que influenciam o crescimento Características ecológicas Exemplo - Identificação de um isolado de bactéria entérica com base em métodos de classificação clássica. O esquema aqui representado usa métodos microbiológicos clássicos e requere que uma população da bactéria a identificar seja crescida em cultura pura. TP. 6 Classificação fenética • Agrupa os organismos com base em semelhanças fenotípicas mútuas; • As características fenotípicas testadas têm todas o mesmo peso; • É necessário comparar um grande número de propriedades (várias dezenas ou centenas de tipos diferentes: morfológicas; bioquímicas; fisiológicas) de diferentes microrganismos. Exemplo de utilização de taxonomia numérica em Bacteriologia. O dendrograma ao lado mostra a distribuição de 105 estirpes de bactérias Gram-negativas e fermentativas da familia Enterobacteriaceae. Foram comparadas 238 característica de cada estirpe. (in Prescott, Harley, Klein, “Microbiology”, 5th ed.) Taxonomia Numérica • Usada para estabelecer um sistema de classificação (comparação de grande nº de características de diferentes microrganismos; frequentemente > 50 características) • Passos principais: – Todas as propriedades testadas têm o mesmo peso: • 1 = Presente; 0 = Ausente – Determinação dos coeficientes de semelhança Usa computadores para comparar organismos – Construição de matrizes de similaridade – Construção de dendogramas que relacionam os microrganismos entre si Coeficiente de semelhança • Coeficiente “simple matching” – Com base em todas as características, quer estejam presentes ou ausentes • Coeficiente de Jaccard – Ignora as características ausentes nos dois organismos. Coeficientes variam entre 0 (sem semelhança) e 1 (100% semelhança) (in Prescott, Harley, Klein, “Microbiology”, 5th ed.) • dendrograma – diagrama em árvore matriz de similaridade (a) Clustering (b) Dendrograma (c) • um grupo de organismos com um grau de semelhança superior a 80% = espécie bacteriana (in Prescott, Harley, Klein, “Microbiology”, 5th ed.) “Kits” comerciais para identificação de microrganismos (Ex. diagnóstico de patogénicos em amostras clínicas ou em alimentos; em amostras ambientais (ex. análise de água)) - API e mini-API - Vitek - Baseados principalmente em características fisiológicas e bioquímicas - Sistemas automatizados - Perfis de características observadas são comparadas com perfis disponíveis em bases de dados - Requer cultivo dos microrganismos em cultura pura � ability of the cell to metabolize all major classes of biochemicals; � physiological properties such as pH, salt, and lactic acid tolerance, reducing power, and chemical sensitivity; � > 1900 species couverage (bacteria, yeast, filamentous fungi) BIOLOG Identificação de espécies bacterianas com base na composição das células em ácidos gordos: FAME FAME – Fatty Acid Methyl Ester Mais de 200 ácidos gordos diferentes foram descobertos em procariotas do domínio Bacteria. CLASSIFICAÇÃO MOLECULAR - Análise molecular de componentes celulares específicos • Comparação de proteínas • Comparação da composição dos ácidos nucleicos - Ex. conteúdo G + C do DNA (determina-se com base no valor da temperatura de fusão, Tm) • Hibridação de ácidos nucleicos • Comparação de sequências de bases de ácidos nucleicos - Ex. do RNA ribossómico - rRNA (Filogenia ou classificação filogenética) Comparação de proteínas • comparação da mobilidade electroforética • comparação de propriedades enzimáticas • determinação da sequência de aminoácidos, alinhamento de sequências (ferramentas de Bioinformática) Composição de bases dos ácidos nucleicos • Conteúdo G + C – Mol% G + C = (G + C)/(G + C + A + T) – Variação dentro de um género é geralmente < 20% - % G+C só tem valor taxonómico quando aliado a outras características fenotípicas e/ou moleculares DNA cadeia simples DNA cadeia dupla(in Prescott, Harley, Klein, “Microbiology”, 5th ed.) � Mede o grau de similaridade (ou, homologia) no DNA de dois organismos – espera-se que duas moléculas de DNA desnaturadas (em cadeia simples) hibridizem uma com a outra (i.e. emparelhem, estabelecendo pontes de H entre bases homólogas) proporcionalmente à complementaridade das sequências de bases nos seus genes (i.e. à similaridade dos seus genes). É um método sensível para revelar diferenças subtis nos genes de dois organismos; é útil para distinguir organismos ao nível da espécie. EXEMPLO (figuras seguintes): 1. DNA de um dos microrganismos é marcado com isótopo de fósforo radioactivo. 2. DNA dos 2 microrganismos é desnaturado e depois misturado. (Geralmente, o DNA de um dos microrganismos está fixado a uma membrana de Nylon ou nitrocelulose); 3. No final, é removido o DNA não ligado e medida a quantidade de radioactividade sobre a membrana. HIBRIDAÇÃO DNA:DNA como ferramenta taxonómica (T > Tm) HIBRIDAÇÃO DNA:DNA como ferramenta taxonómica In general, the DNA of organism 2 (non-radioactive) is attached to a membrane (made of Nylon or nitrocelulose) 1x1 – positive control(T < Tm) > 70% DNA similarity + Probably, same species < 5% diference in Tm (% G+C) (in Prescott, Harley, Klein, “Microbiology”, 5th ed.) EVOLUTION and SPECIATION - Mutations - Horizontal gene transfer (conjugation, transformation, transduction) - Adaptation / new ecotype Ecotype – population of cells that compete for the same resource New species – population of cells genetically different from the cells of the original ecotype. FILOGENIA ou CLASSIFICAÇÃO FILOGENÉTICA É a área da taxonomia que estuda as relações evolutivas entre os organismos vivos (é a base da classificação moderna) Evolução – alterações numa linhagem de descendência ao longo do tempo conduzindo a novas variedades e espécies. ���� Traduz a história evolutiva de um grupo de organismos. ���� A hierarquia taxonómica revela relações evolutivas ou filogenéticas As relações evolutivas são mostradas em árvores filogenéticas FILOGENIA – grego: phylon – tribo, raça; genesis - origem A B C D E A B C D E Nós internos: Representam organismos ancestrais Ramos: O comprimento representa a distância evolutiva ou o grau de relacionamento evolutivo entre os organismos Nó externo: Representam organismos conhecidos, actuais Árvores filogenéticas Nó = unidade taxonómica (e.g., espécie ou um gene) Árvore com raíz- tem um nó que corresponde ao ancestral comum Combinação de métodos de Biologia Molecular e Análise Computacional, com base em Algoritmos Matemáticos ���� Bioinformática A Árvore filogenética universal (Carl Woese, 1977) Universal ancestor(s) (Bacteria that gave rise to mitochondria) (Bacteria that gave rise to chloroplasts) CLASSIFICAÇÃO FILOGENÉTICA Baseia-se na comparação directa das sequências de material genético (genes) ou dos seus produtos (proteínas) RIBOSSOMAS Moléculas de RNA ribossomal (rRNA) são excelentes ferramentas para determinar relações evolutivas entre organismos – CRONÓMETROS EVOLUTIVOS PORQUE: - São universais (estão presentes em todos os organismos vivos e com a mesma função); - A sua função não se alterou ao longo do processo evolutivo; - Contém várias regiões em que a sequência de nucleotídeos é conservada em todos os tipos de células; -- Sequências assinatura / grupos taxonómicos específicos rRNA 16S (procariotas) rRNA18S (eucariotas) A sequência de bases nestas moléculas de rRNA é muito conservada ao longo do processo evolutivo rRNA 16S rRNA 16S rRNA 18S (domínio Bacteria) (domínio Archaea) (domínio Eukarya) Ribossomas (procariotas) SSU – Small Subunit OBTENÇÃO DE ÁRVORES FILOGENÉTICAS COM BASE BNA SEQUÊNCIA DE NUCLEOTÍDEOS DO rRNA - RNA RIBOSSOMAL (a) extracção do DNA de células de cada um dos microrganismos que se pretende comparar (neste exemplo, são 3 bactérias, designadas por 1, 2 e 3); (b) Obtenção de muitas cópias do gene que codifica o 16S rRNA em cada um dos microrganismos (técnica de PCR) PCR – “Polymerase chain reaction” - reacção em cadeia pela polimerase (Kary Mullis – 1993) - “Primers” - “DNA polymerase” de bactérias termófilas ou hipertermófilos. Permite obter muitas cópias iguais de um gene específico. Comparação: 1 vs. 2 – 3 diferenças; 1 vs. 3 – 2 diferenças; 2 vs. 3 – 4 diferenças Base de dados “Ribossomal Database Project” Onde está depositada uma colecção de mais de 850 000 sequências de 16S rRNAs de Archaea e Bacteria – dados de Maio 2009). Algoritmo → comparações e cálculo de distâncias evolutivas http://rdp.cme.msu.edu/ Michigam State University - Filogenia molecular / biologia evolutiva - Identificação de bactérias - Caracterização de populações bacterianas - Compreensão da biodiversidade e da ecologia bacteriana Sequências assinatura no rRNA �sequências curtas de nucelotídeos que ocorrem na maior parte ou em todos os membros de um grupo filogenético � únicas → podem servir de diagnóstico de um organismo particular ou de um grupo de organismos particulares; + conservadas + variáveis Por exemplo, são conhecidas: - Sequências assinatura específicas para cada um dos três domínios (i.e., são conservadas no rRNA de todas as espécies de cada um dos domínios); - Sequências assinatura que definem um grupo de organismos dentro de 1 domínio (são conservadas entre todos os géneros e espécies desse grupo); - Sequências assinatura que estão presentes nos organismos pertencentes a um certo género ou a uma certa espécie (p.ex., são mais variáveis, isto é, diferem entre os organismos de grupo mais amplo ) O conhecimento sobre sequências assinatura específicas pode ser usado para gerar sondas filogenéticas→→→→ úteis no dignóstico de microrganismos ou na análise de comunidades microbianas (Ex. técnica FISH – Fluorescent in situ hybridization”). →→→→ SONDA DE ÁCIDO NUCLEICO Fragmento de ácido nucleico, em cadeia simples, que pode ser marcado (“labelled”), com Fósforo radioactivo ou com molécula fluorescente, e usado para hibridar (emparelhar) com sequência complementar de ácido nucleico numa mistura (p.ex. moléculas de ácidos nucleicos de uma população mista de microrganismos – em amostra de alimento, ambiental ou clínica). Permite deste modo identificar de forma específica a presença de um microrganismo específico que contenha essa sequência-diagnóstico. SEQUÊNCIAS ASSINATURA SÃO A BASE PARA A IDENTIFICAÇÃO DE MICRORGANISMOS ATRAVÉS DE: - COMPARAÇÃO DA SEQUÊNCIA DE NUCLEOTÍDEOS EM REGIÕES DO rRNA QUE SEJAM ESPECÍFICAS PARA MICRORGANISMOS PARTICULARES (p.ex. comparação com sequências de rRNA depositadas em bases de dados – p.ex. Ribossomal Database Project) - RECURSO A SONDAS FILOGENÉTICAS (Ex. técnica FISH) “Fluorescent in situ Hybridization (FISH)” na detecção e identificação de microrganismos específicos (NÃO requere que os microrganismos sejam cultivados em cultura pura) Microscópio de fluorescência Observação da fluorescência emitida pelas células (emparelhamento entre sonda e rRNA) 16S rRNA – procariotas 18S rRNA - eucariotas Sonda filogenética marcada com fluorocromo + Células (amostra com população mista) Ribossomas Exemplo – uso de sondas filogenéticas para detectar a presença de bactérias específicas em grânulo de lama activada – tratamento biológico de efluentes Classificação de Procariotas Bergey’s Manual of Systematic Bacteriology • 1ª Edição (1º volume em 1984) - Classificação fenética• 2ª Edição (desde 2001) - usa classificação filogenética Manual que contém descrições de todas as espécies bacterianas identificadas. Domínio Bacteria • Metabólica e morfologicamente diversos • Divididos em 23 filos (“phyla”) Domínio Archaea 2 “phyla” 8 classes 12 ordens metanogénicos termofílicos halobactérias
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