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Matéria Direito Recuperacional e Falimentar

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Professor Marcelo Cometti - (www.cataforense.com.br) 
Recuperação de Empresas (Lei 11.101/2005)
A recuperação de empresas nada mais é do que um benefício legal para aquele empresário que passa por um momento de crise econômico financeira.
Crise financeira – Problema de liquidez.
Crise Econômica – Não se trata apenas de problema de liquidez, mas também, por exemplo, da concorrência, quando esta interfere no seu lucro mensal.
Escritório de Advocacia, por exemplo, não pode requerer a atividade, pois não é empresa, APENAS EMPRESÁRIOS.
 1) Sujeito: Art. 1º
Empresário – Art. (CHICA = Capacidade, Habitualidade, Intuito ao lucro, Circulação de Bens e Serviços, Atividade econômica.). Só é empresário quem organiza a atividade (Organizar os fatores necessários para a exploração da atividade). Elementos indispensáveis: Capital ($), mão de obra.
Atos de Comércio: Fornecimento dos elementos para identificação do sujeito das regras que compõem o direito comercial.
A falência nada mais é do que uma forma de execução concursal do empresário devedor que se encontre juridicamente insolvente.
Antes ser falido do que insolvente civil devedor.
De acordo com a teoria de empresa excepcionada pelo nosso C.C.2002 em substituição a teoria dos atos de comércio, o empresário é todo aquele que exerce profissionalmente uma atividade empresarial (PRODUÇÃO OU CIRCULAÇÃO DE BENS OU SERVIÇOS), com fins lucrativos e de modo organizado.
Ressalta-se, entretanto que determinadas atividades ainda que exercidas pelo sujeito com profissionalismo, fins lucrativos e de modo organizado não serão consideradas próprias de empresários. São elas:
 a) Atividade Intelectual (Exceção art. 966 Parágrafo Único C.C) Não será empresário quem exercer profissão intelectual de natureza científica (advogado, médico), literária (escritores, editores), ou artística (cantores, artesão), salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
b) Art. 971 C.C Atividade Rural: Não é considerado empresário aquele que exerce atividade rural, salvo se houver optado por sua inscrição na Junta Comercial.
31/2014
Todo o empresário tem o dever de se inscrever na Junta Comercial.
O empresário pode ser pessoa física ou jurídica. Espécies de empresários:
1) Pessoa Física: Empresário Individual (É a pessoa física que exerce profissionalmente uma atividade econômica organizada para produção ou circulação de bens ou serviços, ou seja, é a pessoa física que explora uma empresa).
2) Pessoa Jurídica:
	
	
	
	
	
	
	
	
	Direito Privado
Espécies de PJ: Art. 44 CC.
	Associações
Fundações
Org. Religiosas
Entes Políticos
	Jamais poderão ser empresários, pois não possuem fins lucrativos.
	
	
	
	Pessoa Jurídica
* A diferença é o Regime Jurídico entre as empresas.
	
Direito Público
	Sociedades EIRELI
O EMPRESÁRIO JAMAIS SERÁ REGIDO PELAS REGRAS DE DIREITO PÚBLICO
	Personificadas 
Sociedade Empresária e Sociedade Simples) 
Não personificadas (Sujeito sem Direitos e Obrigações)
	Empresária: Sujeitas as regras de direito comercial
Simples: Não sujeita as regras do direito comercial 
Logo exclui-se as atividades intelectuais e rurais, que serão atividades Simples
	A sociedade será empresária quando tiver por objeto e exercer uma atividade própria empresária (Produção ou circulação de bens e Serviços) 
	Toda a sociedade empresária é obrigada a assumir uma forma societária (artigo 983, CC).
Nome Coletivo: Arts. 1039 – 1044, CC
Nome Simples: Arts. 1045 – 1051, CC
LTDA: Arts. 1052 – 1087, CC
S/A: Arts. 1088 – 1089 e Lei 6.404/76
Comandita por Ações: 1090 – 1092 e Lei 6.404/76 (COPERATIVO)
Histórico da Recuperação de Empresas
Muito embora a recuperação de empresas tenha sido introduzida no Brasil pela Lei 11.101/05, anteriormente existia um instituto jurídico muito similar: A concordata, regulada pelo Decreto Lei 7.661/45.
A concordata tinha no passado um objetivo semelhante à de hoje (auxiliar o empresário a recuperar a empresa) só que: A concordata se preocupava exclusivamente com o devedor e a recuperação atual de empresas se preocupa com a recuperação da atividade da empresa.
A concordata se estivesse dentro das condições estabelecidas pela Lei da concordata, poderia ter um perdão de até 50% das suas dívidas quirografárias OU poderiam ser pagas em até dois anos.
Mas a recuperação de empresa não é assim, ela busca a recuperação da atividade da empresa, da restituição da sociedade, do pagamento dos débitos e da garantia dos empregos, o que representou um avanço e uma melhoria no meio e no modo de se tratar da recuperação da empresa.
Concordata: A empresa é submetida à vontade dos Credores
Recuperação: Existe um sistema de pesos e contrapesos, concedendo-lhe muitas mais opções do que remissão das dívidas ou dilação dos prazos.
A recuperação de empresas, tal como a Concordata, tem por finalidade viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira pela qual atravessa o empresário devedor. Entretanto, diferentemente da Concordata, a recuperação de empresas não é um instituto jurídico destinado exclusivamente a beneficiar o empresário, pois, também tem por finalidade, além de permitir a manutenção da fonte produtora, a preservação do emprego dos trabalhadores e interesses dos credores, promovendo assim a preservação da empresa e sua função social (preceito constitucional da Carta Magna de 1988).
Diferentemente da Concordata, o empresário é absolutamente livre para apresentar aos seus credores, por meio do plano de recuperação, os instrumentos que entenda necessários, para superação do seu estado de crise, exemplificativamente previstos no artigo 50 da lei 11.101/05.
Diferentemente da Concordata, o empresário devedor somente terá acesso à recuperação judicial ou extrajudicial de sua empresa após a anuência de seus credores ao plano por ele apresentado. A falta da anuência dos credores implica na falência da empresa.
Na recuperação de empresas, o requerimento deve se dar antes da decretação da falência do devedor, uma vez que, diferentemente da concordata, a recuperação da empresa só poderá ocorrer antes da falência do empresário.
Diferentemente da Concordata, a recuperação judicial poderá se dar de forma judicial ou extrajudicial.
	Diferença entre Recuperação e Concordata
	Instrumentos/Forma
	Anuência
	Momento
	Modalidades
Problema: A cooperativa de calçados Itambé constituída em 10 de janeiro de 2012 e, tendo, seu Ato Constitutivo sido devidamente arquivado na Junta Comercial em 30 de janeiro de 2012, está atravessando crise econômico-financeira que a impossibilitou nos últimos dois meses de cumprir com suas obrigações junto a bancos, fornecedores e empregados. Diante do exposto, a cooperativa o consulta sobre a possibilidade de elaboração de plano de recuperação judicial. Seria ou não possível à cooperativa Itambé elaborar plano de recuperação judicial?
Com base no Art. 48, Lei 11.101/05; é possível que a Cooperativa de Calçados Itambé elabore e apresente o plano de recuperação judicial por atuar no ramo empresarial há no mínimo dois anos, prazo este estabelecido em Lei. 
06/02/14
Modalidades de Recuperação
Linha do Tempo
Pedido de Recuperação Judicial (artigo 48 e artigo 51 da Lei 11.101/05)
Despacho (Processamento da Recuperação Judicial)
Prazo de 60 dias para apresentar o plano de recuperação judicial.
Prazo de 30 dias para os credores apresentarem objeção ao plano
Sem objeções: O Juiz concede a Recuperação judicial.
Com objeção (mesmo que penas uma): O Juiz irá convocar Assembleia de Credores
Se o plano for aprovado em assembleia: O Juiz concede a Recuperação judicial
Se o plano for rejeitado pela assembleia de credores: O Juiz declara a falência da empresa
Caso o plano seja rejeitado pela assembleia, o Juiz ainda pode aceitar o plano recuperacional, caso entenda o entenda viável e possível, o famoso “Crown Down”.
Legitimidade: Os termos do Art. 1 da Lei 11101/2005, poderá requerer a Recup. Judicialde sua empresa o empresário devedor que esteja atravessando um momento de crise econômico financeira, para tanto será indispensável que preencha os requisitos previstos no artigo 48 da Lei 11.101/05, a saber: 1) Estar exercendo regularmente sua atividade a mais de 2 anos (Lei 8873/24.10. 2013 – SE ATENTAR), 2) Não ser falido, mas se o foi estar devidamente reabilitado (decisão judicial que leva em consideração a extinção de todas as obrigações decorrentes da falência, ainda que não tenham sido pagas), 3) Não ter sido nem ter administrador ou sócio controlador que tenha sido condenado por crime falimentar, 4) Não ter a menos de 5 anos obtido a concessão da Recuperação Judicial de sua empresa; ou não ter a menos de 8 anos obtido a concessão da Rec. Judicial de sua empresa com base em plano especial para micro empresas e empresas de pequeno porte.
Documentos:
Nos termos do Art. 51 da Lei 11.101/2005, o pedido de Rec. Judicial deverá conter a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões de sua crise econômico financeira, sendo ainda instruída pelos seguintes documentos: 1) demonstrações contábeis relativas aos 3 últimos exercícios sociais (balanço patrimonial e demonstração de resultado econômico), 2) Relação completa de todos os credores, indicando inclusive o valor de cada crédito e sua respectiva natureza, 3) Relação integral de seus empregados como a indicação das respectivas funções e salários, 4) Certidão expedida pelo registro público de empresas mercantis a cargo da Junta Comercial com o propósito de atestar a regularidade do empresário, 5) Extratos atualizados das contas bancárias do devedor, 6) Certidões expedidas pelos cartórios de protesto das comarcas em que o devedor esteja sediado e de suas filiais, 7) Relação de todas as ações que o devedor seja parte.
Juízo Competente:
Nos termos do Art. 3 da Lei 11.101/05 é competente para deferir o processamento do pedido de Rec. Judicial o juízo do local do principal estabelecimento do devedor, é entendimento predominante em nossa doutrina e jurisprudência ser o principal estabelecimento aquele em que se encontra concentrado o maior volume de negócios do devedor sendo, portanto considerado o centro de tomada de decisões reunindo assim a maior parte do ativo empregados e credores do devedor.
07/02/14
Deferimento do Processamento da Recuperação Judicial
Estando o pedido de recuperação judicial devidamente instruído pelos documentos constantes do Art. 51 da Lei 11.101/05, o juiz deferirá o processamento da Rec. Judicial e no mesmo ato: a) nomeará o administrador judicial que poderá ser pessoa física, preferencialmente advogado, administrador de empresas, contador ou economista; ou pessoa jurídica especializada. Na recuperação judicial as atribuições do administrador judicial estão previstas no Art. 22, Inc. I e II da Lei 1.101/05, dentre as quais destacam-se: fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento do plano de recuperação judicial; requerer a falência do devedor na hipótese de descumprimento do plano de rec. Judicial; apresentar ao juiz mensalmente relatório das atividades do devedor; elaborar a relação de credores e consolidar o quadro geral de credores; e requerer ao juiz a convocação da assembleia geral de credores sempre que julgar necessário; b) determinará a dispensa da apresentação de certidões negativas para que o devedor exerça suas atividades, exceto para contratação com poder público ou para recebimento de benefícios ou incentivos fiscais; c) ordenará à suspensão de todas as ações e execuções promovidas contra o devedor ressalvadas as exceções legais: ações que demanda quantia ilíquida, ações decorrentes da legislação do trabalho ou de acidentes do trabalho, execuções fiscais, dentre outras -> prazo da suspensão: Art. 6º Parágrafo 4º 180 dias d) determinará ao devedor a apresentação de contas demonstrativas mensais enquanto perdurar a recuperação e) ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às fazendas públicas.
Couro Bom Indústria de Sapatos LTDA, Sociedade empresária, com seus atos constitutivos devidamente arquivados na Junta Comercial do Estado de SP em 10 de abril de 2010, celebrou com Alfa Leasing S/A, contrato de arrendamento mercantil em 20 de julho de 2011, ocasião em que lhe fora disponibilizado equipamento essencial para a exploração de sua atividade, em contrapartida a sociedade Couro Bom assumiu a obrigação de pagar à Alfa Leasing 30 parcelas mensais iguais e sucessivas no valor de 50 mil reais cada uma delas. Em outubro de 2013 a Couro Bom passou a ter sérios problemas financeiros deixando inclusive de honrar com muitos compromissos assumidos em especial, junto a bancos e fornecedores. Como consequência, em novembro os bancos Itaú e Bradesco ajuizaram ações de execução contra a Couro Bom e em dezembro a Alfa Leasing ajuizou ação de cobrança das parcelas que deixaram de ser pagas desde outubro de 2013. Em janeiro de 2014 a Couro Bom distribuiu na comarca de Santo André, local em que se encontram sua filial e principal estabelecimento pedido de Rec. Judicial, sendo o seu processamento deferido pelo juiz. Diante do exposto responda as seguintes indagações:
As ações de execução ajuizadas pelos bancos Itaú e Bradesco poderão ser suspensas por mais de 180 dias? Justifique.
Não. O prazo não é prorrogável, mas após o período dos 180 dias, nos termos do artigo 6º, §4º, é possível que os credores continuem ou iniciem suas ações e execuções, independente o pronunciamento judicial.
A ação promovida pela Ala Leasing será suspensa com o deferimento do processamento da Rec. Judicial?
Não será suspensa. 
Caso o crédito detido por determinado credor não conste da relação nominal de credores apresentada pelo devedor dos termos do art. 51, qual o prosseguimento a ser adotado para a sua inclusão em referida relação?
Os credores terão o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar ao administrador judicial suas habilitações ou suas divergências quanto aos créditos relacionados. Art. 7º § 1º, Lei 11.101/05.
Data: 13/02/14
Recuperação Judicial
Deferido o processamento da Rec. Judicial, deverá o devedor apresentar em juízo no prazo improrrogável de 60 dias, seu plano de Rec. Judicial, que conterá os instrumentos e meios que o empresário devedor entenda necessários para a superação de seu estado de crise econômico financeira, permitindo assim a recuperação de sua empresa.
Dos termos do Art. 50 da Lei 11.101/05, o empresário devedor poderá apresentar em seu plano de recuperação os seguintes instrumentos previstos de forma exemplificativa no citado artigo: 1) Concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas e vincendas; 2) Cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiária integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos sócios; 3) Alienação do Controle; 4) Substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou modificação de seus órgãos administrativos; 5) Concessão aos credores do direito de eleição em separado de administradores e de poder de veto em relação às matérias do plano especificado; 6) Aumento de capital social; 7) Trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade constituída pelos próprios empregados; 8) Redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva; 9) Dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem constituição de garantia própria ou de terceiro; 10) Constituição de sociedade de credores; 11) Venda parcial dos bens; 12) Equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer natureza, tendo como termo inicial a data da distribuição do pedido de recuperação judicial, aplicando-se inclusive aos contratos de crédito rural, sem prejuízo do disposto em legislação específica; 13) Constituição de usufruto da empresa; 14) Administração compartilhada; 15) Emissão de valores mobiliários; 16) Constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em pagamentodos créditos, os ativos do devedor. 
Fusão: Ocorre quando duas ou mais sociedades chamadas de sociedades fundidas, se unem e se extinguem para dar origem a uma nova sociedade.
Incorporação: Uma sociedade chamada incorporadora, que vai absorver de forma total ou parcial o patrimônio de uma ou mais sociedades (incorporadas). Se a incorporadora absorver o patrimônio total, a incorporada se extingue. Permanece existindo a sociedade corporadora.
Cisão: Na cisão total vou ter o inverso da fusão, vou ter uma sociedade chamada cindida, que terá todo o seu patrimônio vertido para duas ou mais sociedades. Na cisão quando total a sociedade cindida é extinta. Na cisão parcial, a sociedade cindida não é extinta. Tenho apenas uma parcela do seu patrimônio que é vertida para outra sociedade.
Transformação: Alteração da forma societária adotada pela sociedade. Ex: LTDA -> S/A
Subsidiário Integral: É uma sociedade unipessoal, sociedade que tem todas as representações associativas do seu capital detidas a uma única pessoa jurídica, uma única sociedade. Nunca vai ser pública.
Trespasse: Contrato. Transferência do estabelecimento. Alienação do estabelecimento. Só é possível, havendo credores, que todos estejam de acordo. Quem assume, existe a sucessão de toda a dívida.
Assembleia:
Classe 1 – Créditos trabalhistas e decorrentes de ac. Do trabalho.
Classe 2 – Créditos com garantia real.
Classe 3 – Créditos com privilégio especial, créditos com privilégio geral, créditos quirografários, créditos subordinados.
Requisitos: Art. 58 § 1 – crom down
 Questão: --
Data: 20/02/2014
Assembléia de Credores
Apresentado o plano de Rec. Judicial, qualquer credor poderá manifestar ao juiz sua objeção no prazo de trinta dias a contar da publicação do aviso previsto no art. 53, parágrafo único da Lei 11.101/05. Decorrido o deferido prazo sem que haja objeção por parte de qualquer credor, o juiz determinará a apresentação da certidão negativa de débitos tributários pelo devedor e concederá a recuperação judicial.
Por outro lado, havendo objeções por parte dos credores deverá o juiz convocar assembleia geral de credores para deliberar sobre o plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor (Art. 56/ Lei 11.101 – 05). Ressalta-se que nos termos do parágrafo 1º do art. 56, a data designada pelo juiz para realização da assembleia geral de credores, não poderá exceder a 150 dias contados da data em que se deu deferimento do processamento da Rec. Judicial. 
Formalidades da Assembléia
Convocação da Assem. Credores: A assembleia de credores será convocada pelo juiz mediante a publicação de edital no diário oficial e em jornais de grande circulação das localidades em que o devedor mantenha sua sede e filiais. A publicação do edital deverá ocorrer com antecedência mínima de 15 dias da data designada para a realização da assembleia geral de credores.
Organização e instalação: a assembleia geral de credores poderá ser composta por até três classes de credores agrupados em razão da natureza de seus créditos. Na primeira classe estarão agrupados os titulares de créditos derivados da legislação do trabalho e créditos decorrentes de acidentes do trabalho; na segunda classe estarão agrupados apenas os titulares de créditos com garantia real; e na terceira classe os demais credores, quais sejam, os titulares de créditos com privilégio especial, com privilégio geral, quirografários e subordinados. Para a válida instalação da assembleia geral de credores, será necessário, em primeira convocação, a presença de credores que detenham mais da metade dos créditos em cada uma das classes em que se dividem. Caso a assembleia não seja instalada proceder-se-á uma segunda convocação, cuja data de realização não poderá ser inferior a cinco dias da data designada para a realização da assembleia em primeira convocação. Em segunda convocação a assembleia instalar-se-á com a presença de qualquer número de credores.
Quórum de deliberação: Trata-se do número mínimo de votos necessário para que determinada matéria posta em votação seja aprovada pela assembleia de credores. Em se tratando de deliberação sobre o plano de rec. Judicial, o quórum necessário para sua aprovação será a maioria dos votos em cada uma das classes em que se dividem os credores. Nos termos do art. 45 da Lei 11.101/05, na classe de créditos derivados da legislação do trabalho e decorrentes de acidentes do trabalho, a maioria dos votos deverá corresponder ao voto favorável da maioria dos credores presentes independentemente do valor de seus créditos. Na classe de créditos com garantia real e na classe composta pelos demais credores, a maioria dos votos corresponderá ao voto favorável da maioria dos credores presentes a assembleia e cumulativamente a maioria dos créditos. Caso o plano de recuperação judicial seja aprovado nos termos do art. 45, o juiz determinará ao devedor que apresente certidão negativa de débitos fiscais, e ato contínuo, concederá a rec. Judicial. Por outro lado, sendo o plano rejeitado pela assembleia de credores, o juiz convolará a R.J em falência (Art. 56, parágrafo 4º - Lei 11.101/05).
Nos termos do art. 58 Par. 1º, o juiz poderá conceder a RJ com base em plano não aprovado pela assembleia de credores, desde que tenha obtido na mesma assembleia, e de forma cumulativa: a) voto favorável de credores que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes na assembleia, independentemente de suas classes; b) aprovação pela maioria dos votos em pelo menos duas das três classes de credores existentes ou em pelo menos uma classe se existirem apenas duas classes de credores; c) na classe em que o plano tiver sido rejeitado, o voto favorável de mais de um terço dos credores presentes. 
Créditos Sujeitos à R.J
Nos termos do art. 49 da Lei 11.101/05 estão sujeitos a Rec. Judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos. Entretanto, determinados créditos estão excluídos dos efeitos da R.J dentre os quais destacam-se:
Créditos tributários (Art. 49, Parágrafo 4º).
Os créditos detidos pelo titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, do arrendador mercantil, do proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujo respectivo contrato contenha cláusula de irrevogabilidade e irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, e ainda do proprietário em contrato de venda com reserva de domínio. 
Couro Bom Indústria de Sapatos LTDA distribuiu pedido de Recuperação Judicial em 10 de outubro de 2013 perante a segunda vara cível da comarca de Guararema, município em que está localizada sua sede e principal estabelecimento. Em 25 de outubro o juiz deferiu o processamento da Recuperação Judicial sendo a decisão publicada no dia 5 de dezembro. Em 3 de fevereiro de 2014 a Couro Bom apresentou seu plano de recuperação judicial prevendo a dilação em 10 anos do pagamento de todas as suas dívidas com exceção das dívidas de natureza tributária e derivadas da legislação do trabalho. O anúncio da apresentação do plano foi devidamente publicado em 5 de fevereiro de 2014, abrindo-se o prazo de 30 dias para objeção de credores. Em razão das objeções apresentadas o juiz determinou em 6 de março de 2014 a convocação de assembleia geral de credores sendo para tanto, publicado no diário oficial e em jornal de grande circulação no município de Guararema, edital de convocação em 8 de março de 2014 para que a assembleia geral de credores fosse realizada, em primeira convocação no dia 24 de março de 2014 às 10 horas na sede da sociedade, ou, em segunda convocação no dia 29 de março de 2014 às 14:00 na segunda vara cível da comarca de Guararema. Na data designada a assembleia de credores foi instalada em primeira convocação com a seguinte composição:
Na classe de créditos derivados da legislação do trabalho e decorrentes de acidentes do trabalho, compareceram 300 empregados titulares de créditos correspondentes a Três milhões de reais e representando 60% da totalidade dos créditos correspondentes areferida classe;
Na classe de créditos com garantia real compareceram todos os credores, detentores de crédito correspondente a 3 milhões de reais; 
E na classe de créditos privilegiados, quirografários e subordinados compareceram apenas 10 credores detentores de crédito correspondente a 5 milhões de reais, representando mais da metade da totalidade dos créditos desta classe.
Posto o plano em deliberação, obteve a seguinte votação:
Assembleia 
Classe 1: Créditos derivados da Legislação do Trabalho decorrentes do art. do trabalho.
A favor: 150 empregados (R$ 1900.000.00)
Contra: 150 empregados (R$ 1.100.000,00)
Classe 2:Crédito com garantia real
A favor: Itau e Bradesco (R$ 2.000.000,00)
Contra: Santander (R$ 1.000.000,00)
Classe 3:Créd privilegiados/quirografários/subordinados
A favor: 6 credores (2.600.000,00)
Contra: 4 credores (2.400.000,00)
Diante do exposto responda as seguintes indagações:
A assembleia de credores foi devidamente convocada e instalada? Justifique.
O juiz deverá ou poderá conceder a Recuperação Judicial? Justifique.
Caso o plano prevesse a alienação do estabelecimento como meio para recuperação judicial da Couro Bom, poderia o arrematante se exonerar de eventual responsabilidade tributária por dívidas fiscais da Couro Bom? Justifique.
Os titulares de créditos derivados da legislação do trabalho poderiam rejeitar o plano de recuperação proposto na medida em que o mesmo não contempla a dilação do pagamento de tais créditos? Justifique.
Respostas:
Conforme os artigos 36 em sua totalidade e 37, § 2º Lei 11.101/05, a convocação da assembleia de credores ocorreu de forma correta, tanto quanto a sua instalação.
O juiz deverá conceder a Recuperação Judicial com base no art.45 § 1º e 3º da Lei 11.101/05, tendo em vista que nas duas ultimas classes houve a aprovação por seguir os requisitos necessários.
Com base no Art. 60, Parágrafo Único, da Lei 11.101/05, não haverá a sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, mesmo sendo elas de natureza tributária; podendo assim o arrematante se exonerar de eventual responsabilidade tributária por dívidas fiscais da Couro Bom.
Os titulares de créditos derivados da legislação do trabalho não poderiam rejeitar o plano de recuperação proposto porque não é mencionada a forma de pagamento e em quanto tempo a dívida será sanada (natureza tributária e derivada da legislação do trabalho) não sendo então alterado o valor ou as condições originais de pagamento de seu crédito com base no Art. 45,§ 3º da Lei 11.101/05.
Data: 13/03/2014
ME/EPP: Lei complementar 123/2006
A LEI 11.101/05 prevê uma modalidade simplificada de recuperação judicial destinada exclusivamente às Micro Empresas e empresas de pequeno porte, assim classificadas em função do seu faturamento nos termos da Lei Complementar 123/06. Nesta modalidade de recuperação judicial o empresário deverá preencher os requisitos legais previstos no artigo 48 da Lei 11.101/05, exigidos de todo e qualquer empresário que busque obter a recuperação de sua empresa. Entretanto, diferentemente da recuperação judicial convencional, o plano especial apresentado pelo devedor não se submete a prévia anuência de seus credores.
Plano Especial das ME/EPP
O plano de recuperação judicial abrangerá exclusivamente créditos quirografários podendo prever o seu pagamento em até 36 parcelas mensais/iguais e sucessivas. Ressalta-se ainda que o plano não poderá prever o pagamento da primeira parcela em prazo superior a 180 dias. As parcelas deverão ser corrigidas monetariamente e acrescidas de juros de 12% ao ano. Por fim, durante toda a recuperação o empresário devedor somente poderá aumentar suas despesas ou contratar novos empregados mediante prévia autorização judicial.
Recuperação Extrajudicial (Arts. 161/167)
Sujeito e Requisitos
Nos termos do artigo 161 da Lei 11.101/05 o empresário devedor que preencha os requisitos legais previstos no art. 48 da Lei 11.101/05 poderá propor e negociar com os seus credores plano de recuperação extrajudicial. Ressalta-se que os empresários excluídos no âmbito da Lei 11.101/05 (Art. 2º Inc. I e II) também não terão acesso à Recuperação Extra Judicial.
Principais créditos excluídos
Além dos tributários estão excluídos os créditos trabalhistas.
Além dos créditos tributários, bem como os previstos no Art. 49, § 3º (Arrendador mercantil, promitente vendedor de imóvel cujo contrato contenha cláusula de irrevogabilidade e irretratabilidade), também não se submetem aos efeitos da recuperação extrajudicial os créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes do trabalho.
Aprovação do Plano
O plano de recuperação extrajudicial será aprovado se houver a adesão de credores que representem mais de 3/5 de todos os créditos por ele abrangidos, hipótese em que a homologação judicial do plano será considerada indispensável (homologação obrigatória). Ressalta-se com tudo que na hipótese de aprovação unânime pelos credores a homologação judicial do plano será considerada facultativa. Observa-se ainda que diferentemente da recuperação judicial a não aprovação do plano de recuperação extrajudicial não acarretará na falência do devedor.
Data: 14/03/14
Falência (Lei 11.101/05)
Conceito: A falência pode ser conceituada como uma forma de execução concursal do empresário devedor que se encontre juridicamente insolvente.
Pressuposto Subjetivo: Nos termos do Art. 1º da Lei 11.101/05 somente o empresário devedor que se encontre juridicamente insolvente poderá ter sua falência decretada. Se o empresário for pessoa física, será chamado de empresário individual, sendo uma pessoa jurídica, temos duas possibilidades: de uma lado uma empresa individual de responsabilidade ltda (EIRELI), de outro temos a figura da sociedade empresária.
>> Exceções, art. 2, Inc. I: Absolutamente excluídos, os empresários r Inc II > Relativamente excluídos. Os empresários previtos no art 2 inc II são considerados relativamente excluídos da Lei 1.101/05 e consequentemente da falência pois estão sujeitos a leis especiais para a disciplina jurídica da execução concursal de seu patrimônio. É o caso, por exemplo, dos bancos (Instituições Financeiras) que estão sujeitos a Lei 6024/74, submetendo-se à liquidação extrajudicial como forma de execução concursal de seu patrimônio. Ocorre entretanto que tais empresários são relativamente excluídos da falência na medida em que poderá haver hipóteses excepcionais previstas nas respectivas leis especiais que quando verificadas poderão ensejar na decretação da falência de tais empresários. É o caso, por exemplo da Lei 6024/74 que prevê em seu artigo 21 a possibilidade do BACEN autorizar o liquidante a requerer falência de uma instituição financeira quando houver indícios de prática de crime falimentar ou quando os bens arrecadados, durante a liquidação forem insuficientes para o pagamento de mais da metade dos credores quirografários.
Couro Bom Ind. Sapatos LTDA emitiu nota promissória no valor de RS 300.000,00 ao banco Alfa S.A em razão do empréstimo por ele concedido à sociedade. Dez dias antes do vencimento da nota promissória, o Banco Alfa endossou o título à Coop de calçados Bela Franca que por sua vez endossou a nota promissória em favor de Bertino. Na data do vencimento Bertino apresentou a nota promissória para pagamento da Couro Bom e em razão do não cumprimento da obrigação pela devedora principal realizou, no dia seguinte, o protesto do título por falta de pagamento e realizou 5 dias depois o protesto do título por falta de pagamento. Diante do exposto quem poderá ter sua falência requerida por Bertino? Justifique.
O prazo para protesto é de dois dias após o vencimento.
Data: 20/03/14
Pressuposto Objetivo: Para fins falimentares bastará a presunção do estado de insolvência do devedor em razão da prática de um dos comportamentos taxativamente previstos no Art. 94 da Lei 11.101/05.
Impontualidade injustificada Art. 94 Inc. I: O empresário devedor poderá ter sua falência decretada quando não pagar no vencimento sem relevanterazão de direito, obrigação líquida, superior a 40 salários mínimos representada em título executivo (judicial ou extrajudicial) devidamente protestado (para fins falimentares). 
Obs.: 
Ressalta-se que os credores poderão reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o limite mínimo de 40 salários mínimos.
O pedido de falência deverá ser instruído com os títulos executivos acompanhados dos respectivos instrumentos de protesto para fim falimentar.
Execução Frustrada Art. 94 Inc. II: O empresário devedor poderá ter sua falência decretada quando ao ser executado por qualquer quantia, não paga, não deposita, nem são nomeados bens a penhora no prazo legal (Certidão de Objeto e Pé).
Atos de Falência Art. 94 Inc. III: O empresário devedor poderá ter sua falência decretada sempre que houver praticado um comportamento considerado nos termos do Art. 94 Inc. III como sendo um ato de falência, a saber:
Realiza a liquidação precipitada dos bens integrantes de seu ativo ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos;
Realiza ou por atos inequívocos tenta realizar com o objetivo de fraudar credores negócio simulado;
Alienação irregular do estabelecimento empresarial (Em regra, pode-se alienar o estabelecimento, ou seja, é livre. Quem aliena o estabelecimento irregularmente entra em falência)
Simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação, a fiscalização ou simplesmente para fraudar credores. 
Dá ou reforça garantia a credor por dívida contratada anteriormente sem ficar com bens livres para saudar suas dívidas.
Ausenta-se ou abandona o estabelecimento empresarial sem deixar no local representante habilitado com recursos suficientes para pagar os credores.
Descumpre obrigação assumida em plano de recuperação judicial.
Juízo Falimentar
Juízo da Competência: Nos termos do Art. 3º da Lei 11.101/05 é competente para decretar a falência do empresário devedor o juízo do local do seu principal estabelecimento. Conforme posicionamento preponderante de nossa doutrina e jurisprudência, o principal estabelecimento é aquele que encontra concentrado o maior volume de negócios do devedor e consequentemente a maior parte de seu ativo, empregados e credores. Deste modo busca-se fixar a competência no juízo do local que melhor atenda aos fins da falência, com a redução de despesas e maximização do ativo arrecadado.
Juízo Universal da Falência: O juízo falimentar é universal, uma vez que, decretada a falência, todas as ações e execuções que envolvam bens, interesses e negócios do falido, serão processadas e julgadas perante o juízo em que tramita o processo falimentar, ressalvadas as seguintes exceções:
Causas trabalhistas,
Causas tributárias,
Ações não reguladas pela Lei de Falências em que a massa falida seja a autora ou litisconsorte ativo.
Processo Falimentar
(Imagem)
Etapa Pré Falimentar (Imagem)
Pedido de Falência
Legitimidade Passiva (Pressuposto Subjetivo)
Art. 1 > Empresário
Exceções:
Empresas Públicas
Soc Economia Mista
Inst. Financeiras
Seguradoras
Entidades de Previdência
...
Legitimidade Ativa (Art. 97)
Nos termos do artigo 96 da Lei 11.101/05, poderão requerer falência do devedor as seguintes pessoas:
O próprio empresário - Autofalência: o empresário deverá requerer sua auto falência quando ao atravessar um momento de crise econômico financeira não preencher os requisitos previstos no art. 48 da Lei 11.101/05 para a sua recuperação judicial (Art. 96, Inc. I + Art. 105 da Lei 11.101/05).
Os sócios cotistas (N/C, C/S, LTDA) ou acionistas (C/A e S/A) da Sociedade Empresária devedora, na forma da Lei ou dos atos constitutivos da sociedade.
Na hipótese de falecimento (Empresário Individual) : O cônjuge sobrevivente, herdeiros e inventariante.
Credores: Sendo o credor também empresário, somente poderá requerer a falência do devedor se comprovar a regularidade na exploração de sua empresa mediante certidão expedida pelo registro público de empresas mercantis.
Competência (Art. 43)
É competente para processar e se for o caso, decretar falência do devedor o juízo do local de seu principal estabelecimento.
Citação: na falência como regra realizada a distribuição do pedido, o juiz determinará a citação do devedor que deverá ser pessoal através da expedição de mandado de citação para cumprimento por oficial de justiça, ressalta-se, entretanto que para parte da doutrina não logrando êxito a citação por oficial de justiça seria possível à citação por edital.
Defesa: uma vez citado o devedor poderá no prazo de até dez dias apresentar sua contestação com o propósito de afastar a tese da sua insolvência jurídica.
O empresário tem a sua falência requerida através do art. 94 I.
Em se tratando de pedido de falência fundamentado na impontualidade injustificada (art. 94,I) poderá o devedor apresentar em sua defesa um dos argumentos exemplificativamente previstos no art. 96 da lei 11.101/05 a saber:
Falsidade do título.
Prescrição.
Nulidade da obrigação ou do título.
Pagamento da dívida ou qualquer outro fato que extinga ou suspenda a obrigação ou ainda não legitime sua cobrança.
Vício do protesto ou em seu instrumento.
Apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação.
Cessação das atividades empresariais a mais de dois anos antes do pedido de falência comprovada por certidão expedida pela junta comercial.
Ressalta-se que no prazo da contestação poderá ainda sem que ocorra preclusão consumativa realizar depósito elusivo, hipótese em que o devedor não poderá ter sua falência decretada.
O deposito elusivo deverá corresponder ao valor integral da dívida acrescido de juros, correção monetária e honorários advocatícios. Observa-se ainda que nos termos do artigo 98 § único o depósito elusivo só será admitido nas hipóteses em que o pedido de falência for fundamentar por embaçar na impontualidade injustificada (art. 94 I) ou execução frustrada (art. 94, II). Portanto jamais será admitido depósito elusivo nas hipóteses de atos de falência. 
Por fim poderá ainda o devedor dentro do prazo de sua contestação apresentar pedido de recuperação judicial (art. 95 – lei 11.101/05) hipótese em que sendo deferido o seu processamento, o processo falimentar será suspenso.
Sentença:
Natureza jurídica: a sentença da falência tem natureza preponderantemente constitutiva, pois submete o devedor e suas relações jurídicas ao novo regime. Com a decretação da falência o devedor, agora falido fica inabilitado para o exercício de qualquer atividade empresarial até sua efetiva reabilitação; Perde o direito de administrar os seus bens e sobre eles dispor.
Recursos: da sentença da falência que julga procedente o pedido de quebra dando inicio a etapa falimentar do processo caberá recurso de agravo na modalidade por instrumento. Por sua vez da sentença denegatória da falência que julga improcedente o pedido de quebra caberá recurso de apelação (art. 100 – lei 11.101/05).
Elementos essenciais da sentença: 
Data: 04/04/14
Em relação ao devedor
Decretada a falência o devedor fica inabilitado para o exercício de qualquer atividade empresarial até sua reabilitação. Ademais, perde o direito de administrar os seus bens q e sobre eles dispor, entretanto, lhe é assegurado o direito de fiscalizar a administração da falência pelo administrador judicial, podendo inclusive, requerer providências que se façam necessárias para conservação de seus direitos ou bens que tenham sidos arrecadados durante o processo falimentar. Ademais, decretada a falência a Lei 11.101/05 impõe ao falido uma série de obrigações nos termos do Art. 104 da Lei 11.101/05 dentre as quais destacam-se:
1ª Obrigação - Assinar os próprios autos do processo falimentar termo de comparecimento que além de sua qualificação completa conterá as seguintes declarações a saber:
As causas determinantes da falência;
Os nomes e endereços de todos os sócios e administradores da sociedade empresária falida;
O nome do contador encarregado da escrituração dos livros obrigatórios;Os mandatos que porventura tenha outorgado, indicando seu objeto, nome e endereço do mandatário; 
Seus bens imóveis e os móveis que não se encontram no estabelecimento;
Se faz parte de outras sociedades, exibindo respectivo contrato (relação);
Suas contas bancárias, aplicações, títulos em cobrança e processos em andamento em que for autor ou réu;
2ª Obrigação - Depositar em cartório no ato da assinatura do termo de comparecimento, os livros obrigatórios a fim de que sejam entregues ao administrador judicial. Obs.: Dentre os livros obrigatórios destaca-se o livro diário, de natureza contábil que tem como principal finalidade retratar as variações ocorridas no patrimônio do empresário em intervalos que não excedam à 30 dias (C.C Arts. 1179 e seguintes).
3ª Obrigação – Não se ausentar do lugar em que tramita o seu processo falimentar, sem motivo justo e comunicação expressa ao juiz. Caso o falido tenha que se ausentar deverá manter procurador com poderes para representa-lo em especial no processo falimentar.
4ª Obrigação – Comparecer a todos os atos da falência podendo ser representado por procurador salvo se sua presença for indispensável.
5ª Obrigação – Entregar com a maior brevidade possível todos os bens e documentos ao administrador judicial indicando-lhe ainda os bens que porventura estejam na posse de terceiros.
6ª Obrigação – Prestar as informações sempre que reclamadas pelo juiz pelo administrador judicial, credores ou ministério público desde que circunscritas aos fatos de interesse da falência.
7ª Obrigação – Auxiliar o administrador judicial com zelo e presteza.
8ª Obrigação – Examinar as habilitações de crédito quando apresentadas.
9ª Obrigação – Apresentar tempestivamente a relação nominal de credores.
10ª Obrigação – Examinar e dar parecer sobre as contas do administrador judicial.
Em relação aos atos
Decretada a falência certos atos praticados pelo devedor antes de sua quebra, poderão ser declarados ineficazes perante a massa falida.
A sistemática da ineficácia dos atos do devedor pode ser dividida em:
Atos ineficazes em sentido estrito; 
Atos revogáveis.
Ressalta-se que ambas a hipóteses tratam de atos ineficazes perante a massa falida. Entretanto, enquanto aqueles serão declarados ineficazes independentemente da pretensão do devedor infraudar seus credores, estes (atos revogáveis) somente serão declarados ineficazes se restar provado conluio fraudulento entre o devedor ora falido e o terceiro que com ele tenha contratado.
Atos ineficazes em sentido estrito: Tais atos padecem da chamada ineficácia objetiva, pois poderão ser declarados ineficazes perante a massa falida tenha ou não o contratante conhecimento do estado de crise econômico financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores. Para a declaração da ineficácia de tais atos, não será exigida a comprovação da fraude sendo, portanto dispensada a propositura de uma ação judicial própria, em que seja assegurada ampla defesa e contraditória. Neste sentido, nos termos do art. 129, Parágrafo Único da Lei 11.101/05 a ineficácia objetiva poderá ser declarada inclusive de ofício pelo juiz.
Data: 10/04/2014
Contratos Unilaterais (Art. 118)
Os contratos unilaterais também poderão ser cumpridos pelo administrador judicial mediante prévia autorização do comitê de credores, se tal fato reduzir ou entar o aumento do passivo, ou for necessário a manutenção e preservação dos bens integrantes do ativo, hipótese em que a massa falida fará o pagamento da prestação a que está obrigado.
Determinados contratos estão sujeitos a uma disciplina jurídica específica por contada decretação da falência do empresário.
Regras:
No contrato de compra e vendas:
O vendedor não poderá obstar a entrega das coisas expedidas ao devedor e ainda em trânsito, se o comprador antes do requerimento da falência as tiver revendido sem fraude, a vista das faturas e conhecido o transporte entregue ou remetidos pelo vendedor (Art. 119, I, Lei 11.101/05).
Se o vendedor vendeu coisas compostas ao administrador judicial resolver não continuar, a administração do contrato poderá o comprador por a disposição da massa falida as coisas já recebidas. (Artigo 119, II, lei 11.101/05).
Não tendo o devedor entregue coisa móvel ou prestado o serviço que vendera ou contratado prestações, resolvendo o administrador judicial não executado o contrato, o crédito relativo ao valor pago será habilitado na classe própria (Art. 119, III, Lei 11.101/05).
O administrador judicial restituirá a coisa móvel comprada pelo devedor com reserva de domínio do vendedor se resolver não continuar a execução do contrato, exigindo a devolução dos valores já pagos (Art. 119, IV).
No Contrato de locação a falência do locador não resolvera o contrato, mas sendo a falência do locatário poderá o administrador judicial a qualquer tempo denunciar o contrato (Art. 119, VII).
No mandato conferido pelo devedor antes da decretação de sua falência, os poderes outorgados por ele ao mandatário para realização de negócios cessarão com a decretação da sua falência (Art. 120, CAPUT).
Ressalta-se que as procurações outorgadas para fins judiciais continuarão em vigor até que expressamente revogados pelo administrador judicial.
Os contratos bancários de conta corrente serão resolvidos com o encerramento das respectivas contas na data da declaração da falência apurando-se o correspondente saldo (Art. 121 da Lei 11.101/05).
Sendo o devedor sócio de sociedade, suas cotas deverão se liquidadas e os haveres correspondentes deverão ser apurados e pagos a massa falida (Art. 123 da Lei 11.101/05).
Data: 11/04/2014
Etapa Falimentar
Mensuração do ativo – Decretação à falência: Ao ser decretada a falência serão praticados atos com o propósito de proporcionar o exato conhecimento dos bens direitos e obrigações do devedor através da mensuração de seu ativo e passivo. Nesse contexto a mensuração do ativo compreenderá a prática de certos atos que tem por finalidade proporcionar o exato conhecimento dos bens e direitos do devedor que formarão a chamada massa falida objetiva.
A arrecadação de bens e direitos tão logo o administrador judicial assine o termo de compromisso, deverá ele diligenciar aos estabelecimentos do devedor para neles arrecadar todos os bens e documentos que se encontrarem na posse do falido. Caberá ao administrador judicial elaborar o auto de arrecadação composto pelo inventário e pelo respectivo laudo de avaliação dos bens arrecadados. O inventário consiste em relação de todos os bens arrecadados pelo administrador judicial que se encontrava na posse do falido, o laudo de avaliação que poderá ser elaborado pelo administrador judicial conterá a avaliação dos bens constantes do inventário.
Obs.: Os bens arrecadados ficarão sobre a guarda do administrador judicial que, no entanto poderá escolher terceiro, sob sua responsabilidade.
Lacração do estabelecimento: Nos termos do artigo 109 da Lei 11.101/05, o estabelecimento empresarial será lacrado quando houver risco para a execução da arrecadação ou ainda quando necessária para preservação dos bens ou dos interesses de credores da massa.
Bens deterioráveis, perecíveis ou sujeitos a considerável desvalorização: nos termos do artigo 112 poderá o administrador judicial mediante autorização do juiz, depois de ouvidos o comitê de credores e o falido, proceder a venda antecipada de tais bens tal dispositivo também é aplicável aos bens cuja conservação seja riscada ou dispendiosa.
Pedido de restituição e embargos de terceiros: nos termos do artigo 85 da lei 11.101/05 o proprietário de bem arrecadado no processo falimentar que se encontrava na posse do devedor na data da decretação de sua falência poderá pedir sua restituição. Ressalta-se, entretanto que a restituição se fará em dinheiro se o bem não mais existir ao tempo do pedido de restituição, hipótese em que o requerente receberá o valor da avaliação do bem ou no caso de venda o respectivo preço (art. 86, I).
Cobrança dos devedores do falido: caberá ao administradorjudicial proceder à cobrança, inclusive judicial quando for o caso dos devedores do falido.
Mensuração do passivo – a mensuração do passivo consiste na prática de determinados atos que tem por finalidade proporcionar o exato conhecimento das dívidas do falido e consequentemente de seus credores que formarão a chamada massa falida subjetiva.
A mensuração do passivo tem inicio com a sentença da falência.
Habilitação de crédito é quando se quer o nome do credor conste na relação e na divergência embora o credor conste na relação ele entende que a relação de créditos está errada.
Após o julgamento das impugnações de crédito o administrador judicial consolidará o quadro geral de credores que será homologado pelo juiz permitindo assim o inicio do pagamento dos credores do falido com os recursos obtidos pela liquidação do ativo.
Data: 24/04/2014
Liquidação dos ativos
Tão logo seja concluída a arrecadação de bens pelo administrador judicial e juntada ao processo o respectivo auto de arrecadação, terá início a liquidação do ativo (Arts. 139 e seguintes, Lei 11.101/05), com o propósito de promover a alienação dos bens e direitos integrantes da massa falida objetiva, possibilitando assim a obtenção de recursos para o pagamento das dívidas do falido.
Ressalta-se que nos termos do art. 140 da Lei 11.101/05, a alienação dos bens integrantes da massa falida objetiva, deverá obedecer a seguinte ordem de preferência:
1º A alienação dos estabelecimentos em bloco permitindo assim a transferência da empresa explorada.
2º Alienação das filiais ou unidades produtivas de forma isolada, hipótese em que também será realizada a transferência da empresa.
3º Alienação em bloco dos bens que integram cada um dos estabelecimentos.
4º Alienação dos bens individualmente considerados.
Modalidades
A alienação dos bens integrantes da massa falida objetiva deverá obedecer as regras previstas nos artigos 142 e 143 da Lei 11.101/05, hipótese em que o juiz deverá optar por uma das seguintes modalidades ordinária de alienação dos bens arrecadados.
Leilão: Trata-se de modalidade ordinária para alienação dos bens arrecadados em que no dia, horário e local previamente designados pelo juiz, os interessados se reunirão em hasta pública ofertando lances orais para a arrematação dos bens arrecadados. Aquele que houver ofertado o maior lance ficará com os bens.
Propostas fechadas: Trata-se de modalidade ordinária para alienação dos bens arrecadados em que os interessados deverão encaminhar ao cartório do juízo em que tramita o processo falimentar em envelopes lacrados com proposta para a arrematação dos bens arrecadados. No dia, local e horário designados pelo juiz, os envelopes serão abertos e aquele que houver ofertado a melhor proposta arrematará os bens arrecadados.
Pregão: É modalidade híbrida que se inicia como propostas fechadas e em virtude da diferença entre as melhores propostas ser inferior a 10% , o juiz tomará a melhor proposta como lance mínimo dando aos demais licitantes a oportunidade de ofertarem novos lances orais, tal como ocorre no leilão.
Realizada a alienação dos bens e consolidar o quadro geral de credores terá início a satisfação do passivo.
Satisfação do passivo: Consiste no pagamento dos credores do falido que se dará tão logo seja consolidado o quadro geral de credores.
Realizado o pagamento dos credores no limite das forças da massa, o administrador judicial prestará suas contas em até 30 dias e, sendo elas aprovadas pelo juiz deverá o administrador apresentar em até 10 dias o seu relatório final. Nos termos do artigo 155 da Lei 11.101/05, o relatório final do administrador judicial deverá conter o valor do ativo arrecadado e/ou valor do produto da sua liquidação, bem como o valor total do passivo e os pagamentos realizados.
Apresentado o relatório final, o juiz proferirá sentença extinguindo/encerrando a falência.
Etapa Pós Falimentar
A etapa pós-falimentar compreende a reabilitação do falido, ou seja, a declaração por sentença da extinção de todas as obrigações decorrentes do processo falimentar e será concedida quando verificada uma das seguintes hipóteses previstas no artigo 158 da Lei 11.101/05, a saber:
Pagamento de todos os credores.
Pagamento após a realização de todo o ativo de mais da metade dos credores quirografários, hipótese em que será facultado ao falido o depósito complementar para o alcance deste percentual.
Decurso do prazo de 5 anos a contar do encerramento da falência, desde que não tenha sido condenado por crime falimentar.
Decurso do prazo de 10 anos a contar do encerramento da falência, se houve condenação por crime falimentar.

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