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Universidade de Brasília Instituto de Física Quarta Lista de Exercícios de Física II Questão 1 Um satélite de massa m move-se numa órbita elíptica em torno da Terra. A menor distância do satélite à Terra é chamada pe- riélio e a máxima distância é chamada afélio. Se a velocidade no periélio é v, qual é a velocidade no afélio? Solução O momento angular do satélite em relação à Terra é L = r × p = r ×m · v. O momento angular é constante (2a Lei de Kepler), portanto: La = Lp No afélio e no periélio, r e v são perpendiculares: m · ra · va = m · rb · vb va = rp ra V˙p Questão 2 Uma partícula de massa m está a uma distância h da extremi- dade esquerda de uma barra homogênea de massa M e com- primento L. Qual é o módulo da força gravitacional F que a barra exerce sobre a partícula? Solução Um elemento infinitesimal da barra tem comprimento dx e massa dM . Como a barra é homogênea, sua densidade é constante. Pode- mos escrever dM dx = M L logo dM = M L · dx Na figura, a distância entre um elemento infinitesimal da barra e a partícula é x. dFg = G ·m · dM x2 Fg = −Gm ∫ h+L h Mdx L 1 x2 (−i) = GmM L ∫ h+L h dx x2 i Fg = GmM L [ − 1 x ]h+L h i = GmM h(h+ L) i Questão 3 Três partículas pontuais são mantidas fixas em um plano xy. Duas delas, a partícula A de massa ma e a partícula B de massa mb são mostradas na figura, separadas por uma dis- tância dab = 0, 5m, Θ = 30 o . A partícula C de massa mc não é mostrada. A força gravitacional resultante que as par- ticulas B e C exercem sobre a partícula A tem um módulo F = 2, 77×10−14N e faz um ângulo de 163, 8o com o semi-eixo x positivo. Quais são as coordenadas x e y da partícula C? Solução Todas as forças estão sendo analisadas na origem (porque a partí- cula A está na origem), e todas as forças (exceto a força resultante) estão ao longo dos vetores direção r que aponta para as partículas B e C. Nota-se que o ângulo do vetor direção apontando para B é 180o − 30o = 150o a partir do sentido positivo do eixo x. A compo- nente na direção x de uma das forças F é simplesmente F/r nessa situação (sendo F o módulo de F ). Como a força é inversamente proporcional a r2, então a componente x teria a forma G·m·mx r3 ; similarmente para as outras componentes. Com ma = 0, 006kg, mb = 0, 012kg e mc = 0, 008kg, temos Fx = GmAmBxB r3B + GmAmCxC r3C = (2, 77× 10−14N) cos(−163, 8o) Fy = GmAmByB r3B + GmAmCyC r3C = (2, 77× 10−14N) sin(−163, 8o) onde rB = dAB = 0, 50m (xB , yB) = (rB cos(150 o), rB sin(150 o)) Uma forma rápida de obter rc é considerar o vetor diferença entre a força resultante e a força exercita por A, e então aplicar o teo- rema de Pitágoras. Isso leva a rc = 0, 4m. Resolvendo as equações, a coordenada x da partícula C é xc = −0, 2m. Similarmente, a coordenada y da partícula C é yc = −0, 35m. Questão 4 Universidade de Brasília - Física II - Quarta Lista de Exercícios A figura mostra uma cavidade esférica no interior de uma es- fera de chumbo de raio R = 4cm; a superfície da cavidade passa pelo centro da esfera e "toca"o lado direito da esfera. A massa da esfera, antes da cavidade ser aberta, era M = 2, 95kg. Com que força gravitacional a esfera de chumbo com a cavidade atrai uma pequena esfera de massa m = 0, 431kg que se encontra a uma distância d = 9cm do centro da esfera de chumbo, sobre a reta que liga os centros das esferas? Solução Podemos pensar numa esfera de chumbo de raio R da qual remo- vemos uma parte (a parte que representa a cavidade). Não fosse pela cavidade esférica, a força gravitacional que atua em m seria F1 = G·m·m d2 . Parte dessa força seria devido à parte removida. A força devido à esfera com a cavidade, é igual a força que a esfera de raio R de chumbo exerceria subtraída da força devido à "parte removida". Calcula-se a força F2 devido à "parte removida": Raio da esfera removida r = R 2 Massa da esfera removida M ′ Como a parte removida é do mesmo material da grande esfera, suas densidades são iguais, logo: M ′ r3 = M R3 M ′ (R/2) 3 = M R3 M ′ R3/8 = M R3 M ′ = M 8 Distância da esfera removida à massa m = d− R 2 F2 = G(M/8)m (d−R/2)2 F = F1 − F2 = GMm ( 1 d2 − 1 8(dR/2)2 ) = GMm d2 ( 1− 1 8(1−R/2d)2 ) = (6, 67× 10−11m3/s2.kg)(2, 95kg)(0, 431kg) (9, 00× 10−2m)2 · ( 1− 1 8[1− (4× 10−2m)/(2.9× 10−2m)]2 ) = 8, 31× 10−9N Questão 5 Na figura, três partículas pontuais são mantidas fixas em um plano xy. A partícula A tem ma, a partícula B tem massa mb = 2ma e a partícula C tem massa mc = 3ma. Uma quarta partícula D de massa md = 4ma pode ser colocada nas proxi- midades das outras três partículas. Em termos da distância d, em que valor das coordenadas x e y a partícula D deve ser co- locada para que a força gravitacional resultante exercida sobre as partículas B, C e D sobre a partícula A seja nula? Solução Utilizando a lei da Gravitação de Newton, Fg = G·m1·m2 r2 , temos: ~FAB = 2Gm2A d2 jˆ e ~FAC = −4Gm 2 A 3d2 iˆ Como a soma das três forças é zero, acha-se a terceira força (usando notação módulo-ângulo): ~FAD = Gm2A d2 (2, 404 ∠− 56, 3o) Isso nos diz que a direção do vetor r (apontando da origem à partí- cula D), mas para encontrar o módulo, resolve-se a equação: 2, 404 ( Gm2A d2 ) = GmAmD r2 Isso nos da r = 1, 29d. Na notação módulo-ângulo: ~r = (1, 29 ∠− 56, 3o) ~r = ( 2 √ 6 13 √ 13 , −3 √ 6 13 √ 13 ) Em notação (x, y) a coordenada x é 0, 716d. Similarmente, a coor- denada y é −1, 07d. Questão 6 Um certo planeta é modulado por um núcleo de raio R e massa M cercado por uma casca de raio interno R, raio externo 2R e massa 4M . Se M = 4, 1 × 1024kg e R = 6 × 106m, qual é a aceleração gravitacional de uma partícula nos pontos a uma distância (a) R, (b) 3R do centro do planeta? Solução a) A aceleração gravitacional é ag = GM R2 = 7, 6m/s2 b)Perceba que a massa total é 5M . Portanto: ag = G(5M) (3R)2 = 4, 2m/s2 Universidade de Brasília - Física II - Quarta Lista de Exercícios Questão 7 Acredita-se que algumas estrelas de nêutrons (estrelas extrema- mente densas) estão girando a cerca de 1rev/s. Se uma dessas estrelas tem um raio de 20km, qual deve ser, no mínimo, a sua massa para que uma partícula na superfície da estrela perma- neça no lugar apesar da rotação? Solução Pela equação g = a · g −w2 ·R, ou seja, (aceleração de queda livre) = (aceleração gravitacional) - (aceleração centrípeta), vemos que o caso extremo se dá quando g é zero, o que leva a: 0 = GM R2 −Rω2 ⇒M = R 3ω2 G M = 4, 7× 1024km ≈ 5× 1024kg Questão 8 Considere uma pulsar, uma estrela de densidade extremamente elevada, com uma massa M igual à do Sol (1, 98× 1030kg), um raio R de apenas 12km e um periodo de rotação T = 0, 041s. Qual é a diferença percentual entre a aceleração de queda li- vre g e a aceleração gravitacional ag no equador dessa estrela esférica? Solução A diferença entre aceleração de queda livre g e aceleração gravitaci- onal ag no equador da esfera é ag − g = ω2R ω = 2pi T = 2pi 0, 041s = 153rad/s A aceleração gravitacional no equador é ag = GM R2 = (6, 67× 10−11m3/kg.s2)(1, 98× 1030kg) (1, 2× 104m)2 = 9, 17× 1011m/s2 Portanto, a diferença percentual é ag − g ag = ω2R ag = (153rad/s)2(1, 2× 104m) 9, 17× 1011m/s2 = 3, 06× 10−4 ≈ 0, 031% Questão 9 Um projétil é lançado verticalmente para cima a partir da su- perfície da Terra. Despreze a rotação da Terra. Em múltiplos do raio da Terra R, que distância o projétil atinge se (a) sua velocidade inicial for 0, 5 da velocidade de escape da Terra,e se (b) sua energia cinética inicial for 0, 5 da energia cinética necessária para escapar da Terra? (c) Qual é a menor energia mecânica inicial necessária para que o projétil escape da Terra? Solução a) a velocidade inicial do projetil vo v0 = 1 2 · √ 2GM Rt v0 = √ GM 2Rt Usando conservação de energia, temos que a energia mecânica inicial é igual à energia mecânica final, e que a soma da energia cinética inicial e a energia potencial inicial é igual a soma da energia cinética final com a energia potencial final. ou seja 1 2 mv2o − GMm RE = −GMm r o que leva a r = 4RE 3 Substituir Re por Rt (Raio da terra). b)Neste problema, temos Kinicial = GMm 2Rt . O que leva a r = 2Rt. c) A menor energia mecânica possível para a situação de escape é zero. Questão 10 Considere Zero, um planeta hipotético, tem uma massa 5 × 1023kg , um raio 3 × 106m e nenhuma atmosfera. Uma sonda espacial de 10kg deve ser lançada verticalmente a partir da superficie. (a) Se a sonda for lançada com uma energia inicial 5×107J , qual a sua energia cinética quando está a uma distân- cia 4×106m do centro de Zero? (b) Com que energia cinética a sonda deve ser lançada da superfície de Zero para atingir uma distância máxima de 8× 106m do centro de Zero? Solução A conservação de energia nesta situação pode ser expressa: K1 + U1 = K2 + U2 ⇒ K1 − GMm r1 = K2 − GMm r2 onde M = 5, 0× 1023kg , r1 = R = 3, 0× 106m m = 10kg a) Se K1 = 5, 0× 107J r2 = 4, 0× 106m temos K2 = K1 +GMm ( 1 r2 − 1 r1 ) = 2, 2× 107J b)Neste caso, temos r2 = 8, 0× 106m K2 = 0 portanto K1 = K2 +GMm ( 1 r1 − 1 r2 ) = 6, 9× 107J Universidade de Brasília - Física II - Quarta Lista de Exercícios Questão 11 Duas estrelas de nêutrons estão separadas por uma distância de 1× 1010m. Ambas tem uma massa 1× 1030kg e raio 1× 105m. Elas se encontram inicialmente em repouso relativo. Com que velocidades estarão se movendo, em relação a este referencial de repouso (a) quando a distância entre elas for metade do valor inicial e (b) quando estiverem na iminência de colidir? Solução a) O momento linear do sistema constituído pelas duas estrelas é conservado, e como as estrelas possuem a mesma massa, suas veloci- dades e energias cinéticas são as mesmas. Usamos então, o principio de conservação de energia. A energia potencial inicial é Ui = −GM2ri , ondeM é a massa de cada estrela e ri é a distância inicial entre seus centros. A energia cinética inicial é zero, já que as estrelas estão em repouso. A energia potencial final é Uf = − 2GM2Rf , já que a distância final é ri 2 . Temos Mv2 como sendo a energia cinética final do sistema (a soma dos dois termos 1 2 ·Mv2 ). A conservação de energia leva a −GM 2 ri = −2GM 2 ri +Mv2 v = √ GM ri = √ (6, 67× 10−11m3/s2.kg)(1030kg) 1010m = 8, 2× 104m/s b) Agora a distância final entre os centros das estrelas é rf = 2R = 2 × 105m, onde R é o raio das estrelas. A energia potencial final é dada por Uf = −GM2 rf . A equação de conservação de energia torna-se −GM 2 ri = −GM 2 rf +Mv2 v = √ GM ( 1 rf − 1 ri ) = √ (6, 67× 10−11m3/s2.kg)(1030kg) ( 1 2× 105m − 1 1010m ) = 1, 8× 107m/s Questão 12 Três estrelas iguais de massa M formam um triângulo equilá- tero que gira em torno do centro enquanto as estrelas se movem ao longo de uma mesma circunferência. O lado do triângulo possui um comprimento L. Qual é a velocidade da estrela? Solução Cada estrela é atraída pelas outras duas por uma força de modulo GM2 L2 ao longo da linha que as une. A força resultante em cada estrela tem modulo 2GM2 L2 cos 30o e é direcionada para o centro do triân- gulo. Essa é uma força centrípeta e mantém as estrelas na mesma órbita circular se suas velocidades são adequadas. Se R é o raio da órbita, pela Segunda Lei de Newton GM2 L2 cos 30o = Mv2 R As estrelas rotacionam em torno do centro de massa do sistema (re- presentado por um ponto circulado no desenho) na intersecção das bissetrizes dos lados dos triângulos, e o raio da órbita é a distân- cia de uma estrela ao centro de massa do sistema. Consideremos o sistema de coordenadas como mostrado na figura, com a origem na estrela da esquerda. A altura de um triângulo equilátero é: √ 3 2 · L portanto as estrelas estão localizadas em x = 0, y = 0; x = L, y = 0; x = L 2 ; y = √ 3 2 · L. A coordenada x do centro de massa e xc = (L + L/2)/3 = L/2 e a coordenada y é yc = ( L √ 3 2 ) 3 = L 2 √ 3 A distância de uma estrela ao centro de massa é R = √ x2c + y2c = √ L2 4 + L2 12 = L√ 3 Uma vez feita a substituição de R, a Segunda Lei de Newton torna- se ( 2GM 2 L2 ) · cos 30o = √3Mv2 L . Isso pode ser simplificado, por cos 30o = √ 3 2 , e dividindo a equação por M . Então: GM L2 = v2 L ev = √ GM L Questão 13 Dois satélites A e B, ambos de massa m, estão em órbita cir- cular em torno da Terra. O satélite A orbita a uma altitude de 6370km e o satélite B e uma altitude de 19110km. O raio da Terra é 6370km. (a) Qual é a razão entre a energia potencial do satélite B e a energia potencial do satélite A? (b) Qual é a razão entre a energia cinética do satélite B e a energia cinética do satélite A? (c) Qual dos dois satélites possui a maior ener- gia total, se ambos têm uma massa de 14, 6kg? (d) Qual é a diferença entre as energias totais dos dois satélites? Solução a) UB UA = −GMm rB −GMm rA = rA rB = 1 2 b) KB KA = GMm 2rB GMm 2rA = rA rB = 1 2 Universidade de Brasília - Física II - Quarta Lista de Exercícios c) Da equação, fica claro que o satélite com o maior r tem o menor valor de |E| (já que r está no denominador). E como os valores de E são negativos, então o menor valor de |E| corresponde à maior energia E. Assim, o satélite B tem a maior energia. d)A diferença é ∆E = EB − EA = −GMm 2 ( 1 rB − 1 rA ) Obtemos então ∆E = 1, 1× 108J Questão 14 Um asteróide cuja massa e 2× 10−4 a massa da Terra gira em uma órbita circular em torno do Sol. (a) Calcule o período de revolução do asteroide em anos. (b) Qual é a razão entre a energia cinética do asteróide e a energia cinética da Terra? Solução a)Usando a Terceira Lei de Kepler (Lei dos Periodos): T = √ 4pi2r3 GM = √ 4pi2(300× 109m)3 (6, 67× 10−11m3/s2.kg)(1, 99× 1030kg) T = 8, 96× 107s −→ T = 2, 8y b) A energia cinética de qualquer asteroide ou planeta em uma órbita circular de raio r é dada por K = Gmm 2r , onde m é a massa do aste- roide ou planeta. Nota-se que ela e proporcional a m e inversamente proporcional a r. A razão entre a energia cinética do asteróide e a energia cinética da Terra é K Kt = ( m mt )( rt r ). Substituindo os valores de m e r, obtemos K Kt = 1× 10−4 Questão 15 A que altitude acima da superfície da Terra a energia necessária para fazer um satélite subir até essa altitude é igual à energia cinética necessária para que o satélite se mantenha em órbita circular nessa altitude? Em altitudes maiores, qual é maior: a energia para fazer o satélite subir ou a energia para que ele se mantenha em órbita circular? Solução A energia necessária para levar um satélite de massa m até uma altura h é dada por: E1 = ∆U = GMEm ( 1 RE − 1 RE + h ) E a energia necessária para colocá-lo em órbita, uma vez que ele está na altura h, é dada por: E2 = 1 2 mv2orb = GMEm 2(RE + h) Consequentemente, a diferença de energia é: ∆E = E1 − E2 = GMEm ( 1 RE − 3 2(RE + h) ) Então, a altitude será 1 RE − 3 2(RE + ho) = 0 ⇒ ho =RE 2 = 3, 19× 106m Para altitudes maiores h > ho, ∆E > 0 implicando E1 > E2 Portanto, a energia para fazê-lo subir é maior. Questão 16 Uma forma de atacar um satélite em órbita da Terra é dispa- rar uma saraivada de projéteis na mesma órbita do satélite no sentido oposto. Suponha que um satélite de órbita circular, 500km acima da superfície da Terra, colida com um projétil de masa 4g. (a) Qual é a energia cinética do projétil no referencial do satélite imediatamente antes da colisão? (b) Qual é a razão entre a energia cinética calculada no item a) e a energia cinética de uma bala de 4g disparada por um rifle moderno das forças armadas, ao deixar o cano com uma velocidade de 950m/s? Solução a) O projétil terá o mesmo módulo de velocidade v, mas direções opostas. Então a velocidade relativa entre o projétil e o satélite é a soma das velocidades, 2v. Substituindo v por 2v na equação K = 1 2 ·mv2 = Gmm 2r é o equivalente a multiplicá-la por 4: Kel = 4 GMEm 2r = 2(6, 67× 10−11m3/kg.s2)(5, 98× 1024kg)(0, 0040kg) (6370 + 500)× 103m = 4, 6× 105J b) Kel Kbullet = 4, 6× 105J 1 2 (0, 0040kg)(950m/s)2 = 2, 6× 102 Questão 17 Duas pequenas espaçonaves, ambas de massa m, estão na ór- bita circular em torno da Terra como na figura, a uma altitude h. Kirk, o comandante de uma das naves, chega a qualquer ponto fixo da nave em 90s antes de Picard, o comandante da segunda nave. Determine (a) o Período T0, (b) a velocidade v0 das naves. No ponto P da figura, Picard dispara um retrofo- guete instantâneo tangencial à órbita, reduzindo a velocidade da nave em 1%. Depois desse disparo a nave assume a órbita elíptica representada na figura por uma linha tracejada. De- termine (c) a energia cinética, (d) a energia potencial da nave imediatamente após o disparo. Na nova órbita elíptica de Pi- card, quais são (e) a energia total E,(f) o semi eixo maior a,(g) o período orbital T? (h) Quantos segundos Picard chega ao ponto P antes de Kirk? Universidade de Brasília - Física II - Quarta Lista de Exercícios Solução O raio da órbita é r = Rt+ h = 6370km+ 400km = 6, 77× 106m. a) Usando a Terceira Lei de Kepler, temos To = √ 4pi2r3 GM = √ 4pi2(6, 77× 106m)3 (6, 67× 10−11m3/s2.kg)(5, 98× 1024) = 5, 54× 103s ≈ 92, 3min b) A velocidade das espaçonaves é vo = 2pir To = 2pi(6, 77× 106m) 5, 54× 103s = 7, 68× 10 3m/s2 c) A nova energia cinética é K = 1 2 mv2 = 1 2 m(0, 99vo) 2 = 1 2 (2000kg)(0, 99)2(7, 68× 103m/s)2 = 5, 78× 1010J d) Imediatamente após o disparo, a energia potencial é a mesma que antes do disparo, portanto U = −GMm r = − (6, 67× 10 −11m3/s2.kg)(5, 98× 1024kg)(2000kg) 6, 77× 106m = −1, 18× 1011J e) E = K + U = 5, 78× 1010J + (−1, 18× 1011J) = −6, 02× 1010J f) Para uma órbita elíptica, a energia total pode ser escrita como E = −GMm/2a, onde a é o semieixo maior. Portanto a = −GMm 2E = − (6, 67× 10 −11m3/s2.kg)(5, 98× 1024kg)(2000kg) 2(−6, 02× 1010J) = 6, 63× 106m g) Para encontrar o período T , usamos equação da terceira Lei de Kepler substituindo r por a: T = √ 4pi2a3 GM = √ 4pi2(6, 63× 106m)3 (6, 67× 10−11m3/s2.kg)(5, 98× 1024kg) = 5, 37× 103s ≈ 89, 5min h) O período de órbita T para a órbita elíptica de Picard e menor que a de Kirk, por ∆T = T0 − T = 5540s− 5370s = 170s 170s− 90s = 80s Portanto, Picard chega ao ponto P 80 segundos antes de Kirk. Questão 18 Quais são a (a)velocidade e o (b)periodo de um satélite de 220kg em uma órbita aproximadamente circular 640km acima da superfície da Terra? Suponha que o satélite perde energia mecânica a uma taxa média de 1, 4× 105J por revolução orbi- tal. Usando a aproximação razoável de que a órbita do satélite se torna uma "circunferência cujo raio diminui lentamente", determine (c) a altitude, (d) a velocidades, (e) o periodo do satélite ao final da revolução de número 1500. (f) Qual é o módulo da força restauradora média que atua sobre o satélite? O momento angular em relação à Terra é conservado (g) para o satélite? (h) E para o sistema satélite-Terra? (Supondo-o isolado.) Solução a) A força que atua no satélite tem módulo GMm r2 , ondeM é a massa da Terra, m é a massa do satélite e r é o raio da órbita. A força aponta para o centro da órbita. Como a aceleração do satélite é v2 r , pela Segunda Lei de Newton: GMm r2 = mv2 r v = √ GM r O raio da órbita é a soma do raio da Terra e a altitude do satélite: r = rt+ h = 6, 36× 105m+ 640× 103m = 7, 01× 106m Portanto v = √ (6, 67× 10−11m3/s2.kg)(5, 98× 1024kg) 7, 01× 106m = 7, 54× 10 3m/s b) T = 2pir v = 2pi(7, 01× 106m) 7, 54× 103m/s = 5, 84× 10 3s ≈ 97min c) Se E0 é a energia inicial, a energia depois de n órbitas é E = E0−nC, onde C = 1, 4×105J/rbita. Para uma órbita circular, a energia e o raio estão relacionados por E = −Gmm 2r , portanto o raio após n órbitas é dado por r = −Gmm 2E . A energia inicial é Eo = − (6, 67× 10 −11m3/s2.kg)(5, 98× 1024kg)(220kg) 2(7, 01× 106m) = −6, 26×10 9J A energia após 1500 órbitas é Universidade de Brasília - Física II - Quarta Lista de Exercícios E = Eo−nC = −6, 26×109J−(1500orbit)(1, 4×105J/orbit) = −6, 47×109J O raio de órbita após 1500 órbitas é r = − (6, 67× 10 −11m3/s2.kg)(5, 98× 1024kg)(220kg) 2(−6, 47× 109J) = 6, 78×10 6m Sendo R o raio da Terra, a altitude é h = r − R = 6, 78 × 106m − 6, 37× 106m = 4, 1× 105m. O torque é interno ao sistema satélite- Terra, portanto o momento angular no sistema é conservado. d) v = √ GM r = √ (6, 67× 10−11m3/s2.kg)(5, 98× 1024kg) 6, 78× 106m = 7, 67× 103m/s ≈ 7, 7km/s e) T = 2pir v = 2pi(6, 78× 106m) 7, 67× 103m/s = 5, 6× 10 3s ≈ 93min f) Seja F a força retardadora e s a distância percorrida pelo sa- télite.O trabalho realizado pela força F é W = −Fs = ∆E; ∆E é a variação da energia.F = −∆E/s. Para uma órbita completa s = 2pir e ∆E = −1, 4× 105J .Portanto F = −∆E s = 1, 4× 105J 4, 40× 107m = 3, 2× 10 −3N g) Não, pois a força retardadora exerce um torque sobre o satélite. h) O sistema satélite-Terra é essencialmente isolado, portanto o mo- mento é conservado. Questão 19 A maior velocidade de rotação possível de um planeta é aquela para qual a força gravitacional no equador é igual é força cen- trípeta. (Por quê?) (a) Mostre que o período de rotação cor- respondente é dado por T = √ 3pi Gρ onde ρ é a massa específica uniforme do planeta esférico. (b) Calcule o período de rota- ção supondo uma passa específica de 3g/cm3, típica de muitos planetas, satélites e asteróides. Nunca foi observado um astro com um período de rotação menor que o determinado por esta análise. Solução Isto é verdade pois, se a velocidade angular fosse maior, objetos na superfície não se manteriam na rotação junto ao planeta; iriam fugir da órbita e escapar para o espaço. a) O módulo da força gravitacional exercida pelo planeta no objeto de massa m na sua superfície é dado por Fg = GMm R2 , onde M é a massa do planeta e R é o raio. Pela Segunda Lei de Newton Fg = Gmm R2 = mv2 R onde v é a velocidade do objeto. Portanto GM R2 = v2 R Substituindo M por 4pi 3 ρR3, onde ρ é a densidade do planeta, e v por 2piR T , onde T é o período de revolução, temos 4pi 3 GρR = 4pi2R T 2 T = √ 3pi Gρ b) Sendo a densidade 3× 103km/m3: T = √ spi (6, 67× 10−11m3/s2.kg)(3, 0× 103kg/m3) = 6, 86×10 3s = 1, 9h Questão 20 Um foguete de 150kg que se afasta da Terra em linha reta está a uma velocidade de 3, 7km/s quando o motor é desligado, a 200km acima da superfície da Terra. (a) Desprezando a resis- tência do ar, determine a energia cinética do foguete quando ele está a 1000kmacima da superfí cie da Terra. (b) Qual é a altura máxima acima da superfície da Terra atingida pelo foguete? Solução a) Observa-se que altura = R−Rterra, onde Rterra = 6, 37× 106m. Onde M = 5, 98 × 1024kg, R0 = 6, 57 × 106m e R = 7, 37 × 106m, temos Ki + Ui = K + U ⇒ 1 2 m(3, 70× 103)2 − GMm Ro = K − GMm R K = 3, 83× 107J b) Usando conservação de energia: Ki + Ui = Kf + Uf ⇒ 1 2 m(3, 70× 103)2 − GMm Ro = 0− GMm Rf Rf = 7, 40× 106m Universidade de Brasília - Física II - Quarta Lista de Exercícios
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