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O PODER LEGISLATIVO

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Capítulo I 
PANORAMA HISTÓRICO DO PODER LEGISLATIVO BRASILEIRO 
Daniel Barbosa do Nascimento 
1. Introdução 
O presente capítulo tem por objetivo traçar um panorama sobre a 
História do Legislativo no Brasil. A ênfase deste capítulo está na evolução histórica 
das instâncias de participação política no país, assim como nas mudanças nelas 
ocorridas por meio das alterações constitucionais que deram forma aos organismos 
legislativos. O mesmo concentrar-se-á, outrossim, nas formas de pensamento político 
e nas lutas da sociedade civil por maior representatividade política. 
 
2. Política no período colonial 
O Brasil, como sabemos, foi colonizado por Portugal ao longo da Idade 
Moderna (séculos XVI a XVIII), tendo conquistado sua independência na primeira 
metade do século XIX (1822). Nos mais de três séculos em que foi colônia, o Brasil 
esteve subordinado ao regime absolutista, em vigor na Europa. Isso significa dizer que 
nossa experiência política foi bastante dificultada pelos rigores de um regime bastante 
centralizador e autoritário. O máximo de participação política que a Colônia conseguiu 
praticar foi por meio das Câmaras Municipais, a mais antiga instituição política de 
nosso País, assim mesmo sendo uma participação restrita a bem poucos. 
 Foram quase cinqüenta anos de Segundo Reinado, período em que foi 
adotado o parlamentarismo (1847), o que já conferia maior importância ao papel do 
Poder Legislativo na condução do País. 
 
3. A Primeira República 
A implantação do regime republicano (1889) em muito alterou a 
fisionomia político-administrativa do País, inclusive em relação ao Legislativo. Ao 
longo de toda a Primeira República (1889-1930) prevaleceu o modelo copiado dos 
Estados Unidos da América, a começar pela estrutura federal (com maior autonomia 
para os Estados) em substituição ao Estado unitário que vigorava no Império. 
 Nos Municípios, as Câmaras de Vereadores, além da função de fazer 
leis, comandavam a administração local, e seu presidente exercia as funções que, 
hoje, cabem ao prefeito. 
Nos Estados, a Constituição republicana (1891) instituía as Assembleias 
Legislativas, além de permitir a existência de Senados Estaduais. No âmbito federal, 
o Parlamento passava a se chamar Congresso Nacional (denominação que existe 
ainda hoje), formado por duas Casas: a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. 
 
4. O Brasil pós-1930 
Com a Era Vargas (1930-1945) o Poder Legislativo conheceu crescente 
e acentuada diminuição de sua importância, reflexo de uma época de profunda crise 
mundial, da qual o Brasil não escapou, e que levaria à Segunda Guerra. 
Deputados e Senadores eleitos tiveram pouco tempo para atuar, pois um 
golpe de Estado instituiu vigorosa ditadura, o Estado Novo (1937-1945), no qual o 
Poder Legislativo simplesmente deixava de existir. 
Com a queda da ditadura de Vargas, o Brasil passou por importante 
experiência democrática (1946-1964). Partidos políticos de atuação nacional foram 
criados, as eleições se sucediam, o Congresso Nacional passava a ter importância 
fundamental, o País se industrializava e a população se urbanizava. De crise em crise, 
a Nação ampliava os mecanismos de participação política, embora ainda muito longe 
da dimensão participativa existente hoje. 
O golpe de Estado que instituiu o regime militar (1964-1985) 
interrompeu, por algum tempo, essa construção democrática, mas não a eliminou. As 
eleições continuaram a existir, embora transformadas em indiretas para a Presidência 
da República e, durante certo período, para os Governos estaduais. 
O Poder Legislativo, com breves interrupções, continuou a funcionar, 
embora com poderes bastante reduzidos e sendo alvo constante da ação autoritária 
do Executivo. 
O número de eleitores não parou de crescer e, a partir das eleições de 
1974, a crescente atuação oposicionista da sociedade foi anunciando o fim do regime. 
A redemocratização do Brasil, confirmada com a eleição ainda indireta 
da chapa Tancredo Neves – José Sarney (1985) e com a entrada em vigor da 
Constituição de 1988, teve no Congresso Nacional um de seus principais 
protagonistas. 
 
5. O Poder Legislativo na atualidade 
A Constituição atual consagra a opção democrática feita pelo Brasil e 
enfatiza aspectos definidores e garantidores da cidadania. Justamente por assim ser, 
ela reconhece o importante papel a ser representado pelo Poder Legislativo no 
conjunto do Estado brasileiro. 
Quem exerce o Poder Legislativo é o Congresso Nacional, composto por 
Câmara dos Deputados e Senado Federal. Enquanto a Câmara é formada por 
representantes do povo, o Senado é composta por representantes dos Estados-
membros e do Distrito Federal. 
Os Estados-membros e o Distrito Federal elegem um número de 
Deputados Federais proporcional à população. Já o número de Senadores é fixo (três 
para cada Estado e o Distrito Federal), com o objetivo de manter o equilíbrio da 
Federação. 
Os Deputados são eleitos para cumprir um mandato de quatro anos. 
Cada Senador é eleito com dois suplentes para um mandato de oito anos, sendo que 
há eleição de quatro em quatro anos, ou seja, a renovação se dá, alternadamente, por 
um e dois terços. 
São múltiplas as atribuições do Congresso Nacional. Ele delibera sobre 
muitos assuntos, como orçamento (o que o País vai arrecadar e gastar a cada ano), 
impostos, planos de desenvolvimento, composição das Forças Armadas, limites e 
divisões do território nacional, telecomunicações e radiodifusão, criação ou extinção 
de Ministérios, órgãos da administração pública e de cargos, entre outros. 
Existem, ainda, determinadas competências que são exclusivas do 
Congresso Nacional. Entre elas, citam-se as decisões finais sobre atos internacionais 
celebrados pelo País, suspender atos do Poder Executivo, autorizar declaração de 
guerra e de paz, bem como o Presidente e o Vice-Presidente se ausentarem do País 
por mais de quinze dias. Também são privativas do Congresso a competência para 
convocar plebiscitos, julgar as contas apresentadas pelo Presidente da República e, 
o que é decisivo para assegurar sua própria existência, fiscalizar e controlar os atos 
do Poder Executivo. 
Determinadas competências só podem ser exercidas pelo Senado 
Federal. Entre as mais conhecidas, mencionam-se o direito de processar e julgar as 
mais altas autoridades da República, a começar pelo Presidente da República; de 
aprovar nomes indicados para importantes cargos da administração federal, como os 
embaixadores e Ministros do Supremo Tribunal Federal; além de decidir sobre 
operações financeiras, inclusive contratação de empréstimos, em âmbito federal, 
estadual, distrital e municipal. 
Em síntese, com a Nação vivendo em plenitude democrática, o Poder 
Legislativo tem um campo amplo de atuação, que se subordina às funções básicas 
para as quais ele existe: legislar, falar, fiscalizar e propor. 
Legislar, ou seja, criar leis, é a função precípua do Legislativo e, por isso, 
lhe dá nome. 
A palavra é o grande instrumento de que dispõe o Parlamentar para 
exercer seu mandato. Por isso, ela é livre e não pode sofrer qualquer tipo de 
constrangimento. 
Fiscalizar o Poder Executivo é tarefa a que o Legislativo não pode se 
furtar, sob pena de perder sua razão de ser. 
Por fim, ele recebe a delegação da representação popular para fazer as 
leis, seja propondo, seja votando propostas vindas dos outros poderes e da própria 
sociedade. 
______________________________________ 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
1. Retirado do sítio eletrônico “Jovem Senador”. 
<http://www12.senado.gov.br/jovemsenador/espaco-do-
estudante/navegando-no-tema> 
 
Capítulo II 
A ESTRUTURA E A ORGANIZAÇÃO DO PODER LEGISLATIVOFEDERAL BRASILEIRO 
Erik Kazuyoshi Yamaguti 
1. Considerações gerais 
O poder Legislativo tem a função no Brasil de legislar, ou seja, criar leis. 
E para que possamos adentrar no assunto é necessário sabermos qual foi à forma de 
Estado adotado pelo Brasil, uma vez que a estrutura do legislativo existe em nível 
Federal, Estadual e Municipal, o objeto do nosso estudo será a organização do Estado 
na esfera Federal. 
No Brasil adotamos o federalismo, ou seja, o legislativo brasileiro é 
formado pelo Congresso Nacional, na qual por sua vez, é composta por duas casas 
legislativas, Câmara dos Deputados e o Senado Federal, também conhecido como 
Sistema Bicameral. 
Não podemos no esquecer que boa parte das atividades de uma casa 
exige também o concurso da outra para se completar, ou seja, num processo 
legislativo cada casa atua como revisora da outra. 
 
2. Câmara dos Deputados Federais 
Essa câmara é composta por 513 deputados federais, que são 
representantes do povo. O mandato de um deputado é de quatro anos 
São eleitos pelo sistema proporcional, ou seja, para que se possa 
determinar o número de deputados é necessário saber o numero da população de tal 
estado, para que se possa chegar ao numero exatos de deputados. Essa quantidade 
de pode variar de 8 até 70. 
 
3. Senado federal 
O senado é formado por senadores, composto por 81 membros, ou seja, 
três senadores por estado com dois suplentes, na qual eles representam os Estados-
membros e Distrito Federal. 
São eleitos pelo sistema majoritário, ou seja, é eleito aquele que obtenha 
o maior número de votos nas urnas. 
O tempo de mandato dos senadores é de oito anos. Os Senadores têm 
um maior tempo de mandato que os Deputados Federais por uma questão histórica, 
ou seja, na época da monarquia os mesmos tinham cargos vitalícios, tinham seus 
mandatos até morrerem, porém com a promulgação da república esses cargos 
deixaram de ser vitalícios. 
Não podemos nos esquecer, que não trocamos todos os senadores no 
mesmo pleito, ou seja, numa eleição é trocado apenas um terço e depois de quatro 
anos é trocado dois terços, e assim sucessivamente. 
 
______________________________________ 
Nota do aluno organizador: 
 O aluno autor deste capítulo não forneceu referências bibliográficas. 
 
Capítulo III 
A CÂMARA DOS DEPUTADOS – REPRESENTAÇÃO POPULAR 
Isabella Freitas da Silva 
1. Competências privativas 
Segundo o artigo 51 da Constituição Federal de 1988 cabe, 
privativamente (conforme redação dada pelo art. 51 da CF/88), à Câmara do 
Deputados do Brasil: 
 Autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de 
processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de 
Estado; 
 Proceder à tomada de contas do Presidente da República, 
quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a 
abertura da sessão legislativa; 
 Elaborar seu regimento interno; 
 Dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, 
transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a 
iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os 
parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; 
 Eleger membros do Conselho da República. 
 
2. Quantidade de Deputados Federais 
A Constituição Federal não fixa o número total de Deputados Federais, 
deixando isso e a representação por Estado e pelo Distrito Federal para serem 
estabelecidos por lei complementar, que terá de fazê-lo proporcional à população, 
determinando reajustes pela justiça eleitoral em cada ano anterior as eleições, de 
modo que nenhuma daquelas unidade da federação tenha menos de oito ou mais de 
setenta deputados. 
Essa regra que consta do art.45, § 1º, da CF/88, é a fonte de graves 
distorções do sistema de representação no sistema proporcional previsto para eleição 
de Deputados Federais. Isso porque, com a fixação de um mínimo de oito e o máximo 
de setenta deputados, não se encontrara meio de fazer uma proporção que atenda o 
princípio do voto com valor igual para todos, consubstanciado no art.14, da CF/88, 
que é a aplicação particular do princípio democrático da igualdade em direitos de todos 
perante a lei. 
É fácil ver, por exemplo, que um Estado-membro com quatrocentos mil 
habitantes terá oito representantes, enquanto um de trinta milhões terá apenas 
setenta representantes, o que significa um deputado para cada cinqüenta mil 
habitantes (1:50.000) para o primeiro e um para quatrocentos e vinte e oito mil e 
quinhentos e setenta e um habitantes para o segundo (1:428.571). 
Segundo as regras da matemática, isso não é proporção, mas brutal 
desproporção. Tal fato constitui verdadeiro atentado ao princípio da representação 
proporcional. A Câmara dos Deputados deve ser o espelho fiel das forças 
demográficas de um povo, na justiça que a pretexto de existirem grandes e pequenos 
estados, os grandes sejam tolhidos e sacrificados em diretos fundamentais de 
representação. 
 
3. Custos dos Deputados Federais 
A remuneração mensal do Deputado Federal é de R$ 26.723,13 
(Decreto Legislativo 805/10). 
De acordo com a Constituição, o valor do subsídio é o mesmo para 
deputados federais e senadores (art. 49, inciso VII). 
Atualmente, foram equiparados aos subsídios dos ministros do Supremo 
Tribunal Federal, presidente e vice-presidente da República e ministros de Estado. 
Salário de quase R$ 30 mil por mês. 
Há também, ajuda de custo para mudar para Brasília. Verba de 
aproximadamente R$ 30 mil mensais para pagar alimentação, pesquisas, aluguéis, 
combustível e consultoria. Até 25 funcionários, um gabinete, apartamento funcional 
com telefone liberado. 
Tudo isso e muito mais são os direitos e benefícios que cada um dos 
513 deputados federais no Brasil tem à sua disposição para desempenhar suas 
atividades, como apresentar projetos, relatar outras propostas, votar, aprovar, rejeitar, 
fiscalizar o governo, apoiar o governo, representar a sociedade, ou a parte dela que o 
elegeu. 
Os dados são do site Congresso em Foco 
(www.congressoemfoco.com.br) 
 
______________________________________ 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
1. AFONSO DA SILVA, José. Direito constitucional positivo. 
2. Retirado do sítio eletrônico “Congresso em foco”. 
<www.congressoemfoco.com.br> 
3. Retirado do sítio eletrônico “Câmara dos Deputados”. 
<www.camara.gov.br> 
 
 
Capítulo IV 
O SENADO FEDERAL – REPRESENTAÇÃO DOS ESTADOS E 
DISTRITO FEDERAL 
Midiã de Lima Vitória 
1. O Senado Federal 
O Senado Federal é o representante dos Estados-membros e Distrito 
Federal no Congresso Nacional do Brasil. 
Foi criado junto com a Constituição Imperial brasileira de 1824, nos 
primeiros anos do Império do Brasil, sendo esta outorgada. Durante o Império, o 
Senado brasileiro atendia pelo nome de Senado do Império do Brasil. Tendo a primeira 
legislatura se reunido em 6 de maio de 1826. 
O Senado brasileiro foi inspirado na Câmara dos Lordes do Reino Unido 
da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, mas com a Proclamação da República do Brasil 
foi adotado um modelo semelhante ao do Senado dos Estados Unidos e também ao 
do Senado da Nação Argentina. 
Na primeira sessão ordinária foi eleita a primeira Mesa Diretora da Casa, 
cinquenta senadores representavam as províncias em quantidade proporcional à 
população.Na época, o cargo de senador, vitalício e privativo de brasileiros natos ou 
naturalizados, exigia idade mínima de 40 anos e rendimento anual mínimo de 
oitocentos mil réis. 
A constituição de 1988, declara que o Senado Federal compõe-se de 
representantes dos Estados e do Distrito Federal, elegendo, cada um, três senadores(com dois supletentes cada), pelo princípio majoritário, para um mandato de oito anos, 
renovando-se a representação de quatro anos, alternadamente, por um e dois terços. 
 
2. Competência privativa do Senado 
A tramitação das matérias de competência privativa do Senado começa 
e se exaure na própria Casa, não sendo, portanto, levadas à apreciação da Câmara. 
Compete privativamente ao Senado: 
1) Processar e julgar, nos crimes de responsabilidade, o presidente e o 
vice-presidente da República, os ministros e os comandantes das Forças Armadas, 
nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles, e ainda os ministros do 
Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República e o advogado- geral 
da União; 
2) Aprovar previamente a indicação de ministros do STF, de tribunais 
superiores e do Tribunal de Contas da União (TCU) indicados pelo presidente da 
República; governador de território; presidente e diretores do Banco Central; 
Procurador Geral da República; chefes de missão diplomática de caráter permanente; 
Advogado Geral e Defensor Geral da União; integrantes das agências reguladoras e 
titulares de entidades que a lei vier a determinar; 
3) Autorizar operações de natureza financeira de interesse da União, dos 
estados, municípios e Distrito Federal, e dispor sobre outras questões financeiras dos 
entes federativos; 
4) Suspender, no todo ou em parte, a execução de lei declarada 
inconstitucional pelo STF; 
5) Aprovar a exoneração, de ofício, do procurador-geral da República 
antes do término do seu mandato; 
6) Elaborar seu regimento interno e dispor sobre sua organização e 
funcionamento; 
7) Eleger componentes do Conselho da República. 
 
3. QUANTIDADE DE SENADORES 
No Brasil temos três senadores por unidade federativa, mas não 
podemos confundir unidade federativa com estados. 
Temos 26 estados no Brasil, mas 27 unidades federativas. Isso porque 
o Distrito Federal, embora não seja um estado, é uma unidade federativa. Logo, se 
fizermos, teremos 3 senadores por unidade federativa multiplicado por 27 unidades 
federativas, chegaremos ao número de 81 senadores. 
 
Custo individual mensal de cada senador 
Verba de Gabinete: R$ 15.000 mensais; 
13° 14° e 15° Salários: R$ 16.500,00 cada; 
Auxílio Moradia: R$ 3.800,00; 
Material Gráfico: R$ 8.500,00; 
Telefone Residencial: R$ 500,00; 
11 Asessores: Salários a partir de R$ 6.800,00; 
 
Combustível: 25 litros por dia, mais carro e motorista; 
Passagens Aéreas: 5 a 7 passagens mensais par visitar a base; 
Despesas Médicas: Restituição integral, sem limites, até para os 
dependentes; 
Tatamento Odontológico: R$ 25.000,00 por ano; 
Tratamento Psicológico: R$ 25.000,00; 
Despesa Total (custo mensal de todos os senadores): R$ 
406.400.000,00; 
Despesa Individual: R$ 418.000,00. 
 
4. CUSTO GERAL MENSAL DO SENADO 
No Brasil o custo médio dos parlamentares é de R$10,2 milhões ao ano. 
Esse montante é 12 vezes maior do que os R$ 850 mil que o mandato de cada 
parlamentar custa na Espanha. 
A elevada média brasileira resulta principalmente da contribuição do 
Senado. O mandato de cada um dos 81 senadores custa aos cofres públicos R$ 33,1 
milhões por ano, enquanto o número correspondente para os 513 deputados federais 
é de R$ 6,6 milhões. Contudo, mesmo se o Senado deixasse de existir e se 
considerasse apenas a Câmara dos Deputados, o custo de cada mandato ainda seria 
o segundo maior do mundo. 
 
______________________________________ 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
1. AFONSO DA SILVA, José. Direito constitucional positivo. 
2. Retirado do sítio eletrônico “Transparência”. 
<www.transparencia.org.br> 
Capítulo V 
A ESCOLHA DOS MEMBROS DO PODER LEGISLATIVO 
Rodrigo Rodrigues de Lima 
1. Considerações preliminares 
A Constituição tratou do problema da escolha dos integrantes do poder 
legislativo, deixando certo que compõe-se de pessoas democraticamentes eleitas, 
estes parlamentares são representantes eleitos pelo sistema indicado 
constitucionalmente. 
Legislar significa ordenar ou preceituar por lei, fazer leis, elaborar 
normas de direito de abrangência geral ou individual que são aplicadas à toda 
sociedade, com o objetivo de satisfazer os grupos de pressão, a administração 
pública, a sociedade e a própria causa. 
Além dessa função, compete também ao Poder Legislativo fiscalizar 
o Poder Executivo e julgá-lo se necessário, além de julgar também os seus próprios 
membros. 
O Congresso Nacional é o órgão representativo do Poder Legislativo. O 
Congresso encontra-se dividido em duas grandes casas: 
À Câmara dos Deputados corresponde a representação popular 
conforme artigo 45, caput, CF. 
Já o Senado Federal é composto por representantes dos Estados-
membros e do Distrito Federal, conforme reza o art. 46, caput, da CF/88. Portanto, é 
correto dizer que os senadores, no Brasil, não são representantes do povo, mas sim 
dos Estados da Federação Brasileira, participando por esse motivo, na formação da 
vontade nacional. 
A Constituição declara expressamente que cada legislatura tem a 
duração de quatro anos artigo único 44, que corresponde ao período de tempo 
destinado ao exercício do mandato popular. 
Os Tribunais de Contas foram considerados, pela Constituição Brasileira 
de 1988, órgãos auxiliares do poder legislativo ajudando no exercício do controle 
externo, portanto liga-se a estrutura do congresso nacional. 
 
2. O sistema proporcional de eleição 
O sistema eleitoral proporcional almeja viabilizar a representação dos 
setores minoritários da sociedade nos parlamentos. Assim, ele define quem ocupará 
as vagas nos legislativos Federal, Estadual e Municipal. 
A única exceção é o Senado, onde os senadores são eleitos pelo 
sistema majoritário, assim como os governadores e o presidente da República. 
 
3. O sistema majoritário de eleição 
Sistema utilizado nas eleições para os cargos de Presidente da 
República, Governador de Estado-membro e do Distrito Federal, Senador e Prefeito, 
em que será eleito o candidato que obtiver a maioria dos votos. 
Nesse sistema o voto tem o mesmo valor a todas as pessoas, 
independentemente de sua posição social, temos como base o voto individual, muitas 
vezes transferível. 
No voto individual transferível, o eleitor expressa seu interesse a um 2º 
ou 3º candidato, quando vota em um candidato. No caso de seu candidato não ser 
eleito o voto irá para os candidatos base de seu partido. Logo, vêm os sistemas 
proporcionais de lista, ao qual é fixada uma lista de representantes por partido. 
O método é dividido em subgrupos: 
Lista Rígida: Onde os próprios partidos pré-fixam uma lista de candidatos 
base, e nem mesmo os próprios eleitores podem alterá-la. Assim devendo votar no 
partido, e elegendo o candidato dito pelo partido. 
Lista Semi-livre: Onde se dá ao eleitor o poder de votar em qualquer 
candidato, desde que seja do mesmo partido. 
Lista Livre: Onde se dá o direito do eleitor votar em qualquer candidato, 
de qualquer partido eleitoral. 
 
4. Metodologia do sistema proporcional 
O principal instrumento do sistema proporcional é o chamado quociente 
eleitoral. Esse mecanismo define os partidos e/ou coligações que ocuparão as vagas 
em disputa nos cargos de deputado federal, estadual e vereador. O quociente eleitoral 
é determinado dividindo-se o número de votos válidos apurados pelo de vagas da 
Casa Legislativa a preencher em cada circunscrição eleitoral. 
Dessa forma, define a quantidade de votos válidos necessários para ser 
eleito pelo menos um candidato por uma legenda partidária, conforme o artigo 106 
do Código Eleitoral. 
 
4.1. Quociente partidário 
Depois de definido o quociente eleitoral - pela divisão do númerode 
votos válidos apurados pelo número de cadeiras na Casa Legislativa - o sistema 
proporcional prevê o cálculo do quociente partidário - aquele que definirá quantas 
vagas caberá a cada partido e/ou coligação. 
Os nomes dos candidatos da legenda que serão (partido ou coligação), 
dentro desse número indicado pelo quociente partidário, será definido pela ordem da 
votação nominal que atinja cada candidato individualmente. 
______________________________________ 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
1. LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16ª ed. rev., 
atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2012. 
2. TAVARES, André Ramos. Curso de direito constitucional. 11ª ed. rev. 
e atual. São Paulo: Saraiva, 2013.André Ramos Tavares, Curso de 
Direito Constitucional, 11º edição. revista e atualizada - São Paulo: 
Saraiva 2013. 
 
Capítulo VI 
AS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS DOS PARLAMENTARES 
Éder Inácio Dias 
1. Prerrogativas Parlamentares 
Entende-se prerrogativas as de direito comum outorgadas pela 
Constituição visando uma liberdade no ofício dos parlamentares em exercer suas 
atividades sem responder criminalmente por determinados atos em exercício. 
Conforme interpreta LENZA “Imunidades parlamentares são prerrogativas inerentes à 
função parlamentar, garantidoras do exercício do mandato parlamentar, com plena 
liberdade”. Dadas prerrogativas dividem-se me material (inviolabilidade) e formal 
(prisão ou processo). 
Esta prerrogativa não e de caráter pessoal, e sim em terno do exercício 
da função, assim não se estende as outras pessoas relacionadas com o parlamentar, 
nem mesmo seus suplentes. 
 
2. Imunidade Material 
Há diferentes definições para a imunidade material, mas destacamos a 
do ilustre jurista Celso Antonio Bandeira de Mello, em relação à sua natureza jurídica 
tratar-se de “imunidade material ou real, de causa justificativa (excludente da 
antijuridicidade da conduta típica), ou de causa excludente da própria criminalidade, 
ou, ainda, de mera causa de isenção de pena, o fato é que, nos delitos contra a honra 
objetiva (calúnia e difamação) ou contra a honra subjetiva (injúria), praticados em 
razão do mandato parlamentar, tais condutas não mais são puníveis". 
Presente no caput do art, 53, da CF/88, “os Deputados e Senadores são 
inviolaveis, civil e penalmente por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos” sendo 
assim, em sintese, a imunidade material é prerrogativa concedida aos parlamentares 
para o exercício de sua atividade com a mais ampla liberdade de manifestação, 
através de palavras, discussão, debate e voto; tratando-se, a imunidade, de cláusula 
de irresponsabilidade funcional do congressista, que não pode ser processado judicial 
ou disciplinarmente pelos votos que emitiu ou pelas palavras que pronunciou no 
Parlamento ou em uma das suas comissões. 
 
3. Imunidade Formal 
Previsto no art. 53, § 2, da CF/88, “desde a expedição do diploma, os 
membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime 
inafiançável. Neste caso os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à 
Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus menbros, resolva sobre seus 
membros”. 
Esta imunidade refere-se à impossibilidade de processar criminalmente 
e de levar à prisão do parlamentar, salvo decisão transitada em julgado, conforme 
ensina Pedro Lenza, in verbis, “deixando claro, não se caracterizando a hipótese de 
prisão processual ou cautelar, a única forma de prisão do parlamentar será em razão 
de sentença penal transitada em julgado e contra a qual não caiba mais recursos; 
nesse caso, sob pena de se violar o principio da presunção de inocência contido no 
art. 5.º, LVII, da CF/88, segundo o qual “ninguém será considerado culpado até o 
transito em julgado de sentença penal condenatória”. 
Porém, esta prerrogativa não impede a instauração de inquéritos 
policiais de investigação crimal contra os congressistas, conforme pacifica o STF, 
sendo promovidas pela própria Polícia Judiciária. 
A exclusão da imunidade formal está no ato de flagrante de crime 
inafiançável. Mas, mesmo neste caso, é necessário a decisão por votos da maioria da 
Casa a qual o parlamentar pertence decidir sobre a prisão de seu pertencente. 
Explicando, se parlamentar acusado é Deputado Federal cabe à Câmara dos 
Deputados a votação que decidirá sobre a prisão de seu membro. Caso se trate de 
um Senador, sua prisão será submetida à votação dos membros do Senado Federal. 
Sofrido o parlamentar uma sentença trasitada em julgado ou flagrante 
de crime inafiançável com decisão da maioria da respectiva Casa, será a prisão 
realizada. No entanto, essa prisão não determina a perda imediata do mandato, salvo 
quando entendido que se trate de perca automática do mandato. 
3.1. Imunidade formal para parlamentares estaduais 
Para parlamentares estaduais não há diferença em relação aos federais, 
apenas mudando a abrangência da hierarquia. Aqui a votação em relação a prisão do 
parlamentar se dará pela Assembléia Legilativa do respectivo Estado-membro e será 
julgado pelo Tribunal de Justica do referido Estado-membro. 
3.2. Imunidade formal para parlamentares municipais 
Para os parlamentares municipais não há atribuição de imunidade formal 
no texto constitucional. 
 
4. Imunidade formal para o processo 
O Ministro do Supremo Tribunal Federal poderá receber denúncia e 
instaurar inquéritos contra parlamenar, sem solicitar licença para a respectiva Casa. 
Após o recebimento deverá dar conhecimento a Casa do parlamentar 
para que se realize votação para sustar ou não o andamento da ação, tendo o partido 
interessado prazo para a devida decisão até transitada em julgado a ação. Se sustada, 
permanecerá suspensa a ação, enquanto dure o mandato, segundo a interpretação 
que faz Pedro Lenza ao art. 53, § 3, 4 e 5, da CF/88. 
Importante ressaltar que no caso de crimes cometidos antes da 
diplomação do parlamentar, o STF não precisará dar ciência à respectiva Casa do 
congressista, que não terá poder de sustar a ação contra o referido parlamentar, já 
que, o crime objeto da ação ocorreu antes do recebimento do diploma, não gozando, 
assim, o parlamentar, da imunidade processual. 
 
5. Prerrogativa de foro ou foro privilegiado 
Como leciona Pedro Lenza, é a competência por prerrogativa de função, 
cometendo o parlamentar qualquer tipo de crime, de natureza penal comum, contra a 
vida, civil, eleitoral, etc., serão submetidos ao Supremo Tribunal Federal. 
Porém, crimes cometidos após a diplomação, e que não tenha a ação 
transitada em julgado até o termino do mandato, sairá da competencia do STF. 
Assim também se faz a crimes cometidos após o temino do mandato, 
entendendo que as prerrogativas não se estendem após o término do mandato. 
Seguindo este entendimento, crimes cometidos antes da diplomação do 
parlamentar, na qual a ação não transitada em julgada até o término do mandato sairá 
da competência do STF e será remetido para a Justiça comum competente. Assim 
transcreve Alexandre de Morais: “com o termino do mandato, os autos deverão ser 
remetidos ao juizo comum, sendo válido todos os atos praticados até esse momento”. 
 
6. Isenção de servir às Formas Armadas e da obrigação de testemunhar 
Quanto à incorporação do parlamentar às forças armadas, esta 
dependeré de prévia autorização da respectiva Casa, conforme firma o art. 53, § 7º, 
da CF/88. 
De outra sorte, a obrigação de testemunhar não aplica-se aos 
parlamentares, pois estes gozam de escolha discricionária, como diz Alexandre de 
Morais, não tendo obrigação de dar informção a eles conferidas em razão de sua 
função. 
 
7. Vedações aos parlamentares 
A imunidade parlamentarvisa dar mobilidade ao exercicio funcional, com 
aspecto democrático. 
Porém, há limitações previstas no art. 55, da CF/88, vedando algumas 
condutas em razão de sua função. 
Neste, temos a incompatibilidade desde a expedição do diploma, das 
seguintes práticas: 
a) “firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de 
direito público, autarquia, empresas públicas, sociedade de 
econômia mista ou empresa concessionária de serviços públicos, 
salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes”, que são 
relações contratuais do congressista com empresas públicas, este 
desde a diplomação; e desde a posse, ocupar cargos em favor 
decorrente de contrato com pessoa juridica de direito publico; 
b) “Aceitar ou exercer cargo, função ou emprego 
remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis ad nutum, nas 
entidades constantes na alínea anterior.” 
Desde a posse: 
A) “serem proprietários, controladores ou diretores de 
empresas que gozem de favor decorrente de contrato com pessoa 
jurídica de direito público, ou nela exercer função do inciso I, a;” 
B) “Ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis 
ad nutum, nas entidades referidas no inciso I,a;” 
C) “Patrocinar causa em que seja interessada qualquer 
das entidades a que se refere o inciso I, a;” 
D) “Ser titular de mais de um cargo ou mandato público 
eletivo”. 
 
8. Perda do mandato parlamentar 
Além das já mencionadas limitações, há a possibilidade de perda do 
mandato, também previstas no art. 55, da CF/88, que se divide em duas vertentes: a 
Cassação do Mandato e a Extinção do Mandato. 
Na primeira, a perda do mandato se dará por voto secreto da maioria 
absoluta, segundo o § 2, do art. 55, da CF/88. 
Na segunda hipótese de perda do mandado, ou seja, a Extinção do 
Mandato, esta se dará através da renúncia do parlamentar, mesmo quando submeido 
a processo de cassação do mandato. 
 
______________________________________ 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
1. LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16ª ed. São 
Paulo: Saraiva, 2009. 
2. MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 
26ª ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
3. MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 24ª ed. São Paulo: 
Atlas, 2009. 
 
Capítulo VII 
O PROCESSO LEGISLATIVO FEDERAL 
Edgard Silva Wegner 
1. Projeto de Lei 
O Projeto de Lei é o conjunto de normas propostas em uma câmara 
legislativa com o intuito de torna-la lei. É apresentado por um vereador, deputado ou 
senador e submetido à tramitação em um órgão legislativo, em qualquer das três 
instâncias: municipal, estadual e federal (Câmara de Vereadores, Assembleia 
Legislativa, Câmara dos Deputados e Senado Federal). 
Há uma modalidade de Projeto de Lei da qual a população pode 
participar mais ativamente, inclusive da etapa de elaboração do texto. É o Projeto de 
Lei (PL) de Iniciativa Popular, que consiste na apresentação de um abaixo-assinado 
à Câmara dos Deputados, assinado por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, 
distribuído por, pelo menos, cinco Estados, com não menos de três décimos por cento 
dos eleitores de cada um deles e seguem o mesmo caminho no Congresso que os 
projetos de iniciativa de um parlamentar. São submetidos à aprovação dos deputados, 
senadores e do Presidente da República, como todos os outros projetos de lei. 
 
2. Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 
Instrumento usado para a modificação do texto Constitucional após sua 
promulgação, modificando em partes a Constituição Federal que poderá ser 
apresentada pelo presidente da República, por um terço dos Deputados Federais ou 
dos Senadores ou por mais da metade das Assembleias Legislativas, desde que cada 
uma delas se manifeste pela maioria relativa de seus componentes. 
 
3. A Emenda Constitucional 
O processo se inicia com apresentação de uma PEC (Projeto de Emenda 
Constitucional). A análise é feita pelo Conselho de Constituição e Justiça e de 
Redação (CCJ) antes de chegar à Câmara do Deputados e, sendo aprovada, passa 
para um Comissão Especial que será novamente analisada. 
Sendo aprovada pelas duas comissões ela estará pronta para ser votada 
pelos Deputados e sendo aprovada, passará pelo mesmo processo no Senado, mas 
agora, com apenas uma comissão, que é a Comissão de Constituição e Justiça e 
Cidadania e após, caso não tenha irregularidades, será votada. 
Caso seja aprovada, o projeto se torna lei e passa a vigorar como parte 
do texto Constitucional. 
Sendo assim, a Emenda Constitucional passará por essas etapas: 
1. Apresentação de uma proposta de emenda; 
2. Discussão e votação no Congresso Nacional em dois 
turnos, considerando-se aprovada quando obtiver, em ambos, três quintos dos 
votos dos membros de cada uma das casas; 
3. Se aprovada, será promulgada pelas mesas da Câmara 
dos Deputados e do Senado Federal; 
4. No caso de a proposta ser rejeitada, ela será arquivada e 
não podendo a matéria contida nela ser objeto de nova emenda na mesma 
sessão legislativa. 
 
5. A Lei Complementar 
As Leis Complementares estão previstas no art. 69, da CF/88, e tem por 
finalidade regulamentar uma norma da Constituição Federal quando a Constituição 
prevê que esse tipo de lei é necessária para regulamentar uma certa matéria. 
Deverá ser aprovada por maioria absoluta das duas Casas (41 
senadores e 257 deputados), no Senado em um turno único e na Câmera em dois 
turnos. 
Portanto, a votação no Senado é feita em turno único, mas na Câmara 
realiza-se em dois turnos. 
Podem propor tal espécie de lei o presidente da república, deputados, 
senadores, comissões da Câmara, do Senado e do Congresso, bem como o Supremo 
Tribunal Federal (STF), tribunais superiores, procurador-geral da república e, 
finalmente, por cidadãos comuns. 
Ela difere da Lei Ordinária por exigir a maioria absoluta, embora não haja 
uma relação de hierarquia entre elas, pois o campo de abrangência são diversos. 
As Leis Complementares somente poderão ser alteradas e revogadas 
por outra lei complementar. 
 
6. A Lei Ordinária 
Diferente das Leis Complementares, as Leis Ordinárias devem ser 
aprovadas por maioria simples, ou seja, pela maioria dos presentes no dia da votação. 
É a espécie normativa utilizada nas matérias em que não cabe Lei 
Complementar, decreto e resoluções. 
 
7. A Lei Delegada 
Como previsto no art. 68, da CF/88, as leis delegadas são elaboradas 
pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso 
Nacional e o mesmo promulgará e a publicará a lei delegada. 
Não podem ser objetos de lei delegada atos de competência exclusiva 
do Congresso, da Câmara e do Senado, nem temas relacionados com a organização 
do Judiciário e do Ministério Público, assim como assuntos relacionados à 
nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos, eleitorais, planos plurianuais e 
orçamentos. 
8. A Medida Provisóra 
É uma ferramenta reservada ao Presidente da República à matérias que 
sejam de relevância ou urgência pelo poder executivo, devendo submetê-las de 
imediato ao Congresso Nacional, sendo que tais dispositivos assumem as 
características de lei. 
Porém se num prazo de 45 dias a partir de sua publicação, perderá sua 
eficácia caso não seja convertida em lei ou o prazo de vigência tenha expirado. 
São vedadas à edição de medida provisória: 
 matérias de competência de lei complementar 
 que não sejam objeto de delegação legislativa 
 legislação em matéria penal 
 legislação em matéria tributária 
Se a Câmara ou o Senado rejeitar a medida provisória ou se ela perder 
sua eficácia, os parlamentares têm que editar um decreto legislativo para disciplinar 
os efeitos que tenha gerado durantesua vigência. Se o conteúdo de uma medida 
provisória for alterado, ela passa a tramitar como projeto de lei de conversão. 
 
9. O Decreto Legislativo 
Ato normativo que vincula as matérias de competência exclusiva do 
Congresso Nacional e deverá ser instruído, discutido e votado nas Casas Legislativas 
e em suma, ele constitui ato normativo primário veiculador da competência exclusiva 
do Congresso Nacional, cujo procedimento é disciplinado pelo próprio Congresso, já 
que não está previsto na Constituição. 
Essas competências podem ser: ratificar atos internacionais, sustar atos 
normativos do presidente da República, julgar anualmente as contas prestadas pelo 
chefe do governo, autorizar o presidente da República e o vice-presidente a se 
ausentarem do país por mais de 15 dias, apreciar a concessão de emissoras de rádio 
e televisão, autorizar em terras indígenas a exploração e o aproveitamento de 
recursos hídricos e a pesquisa e lavra de recursos minerais. 
 
10. A Resolução 
Resolução é um ato administrativo normativo emitido por autoridade 
superior, com a finalidade de disciplinar matéria de sua competência específica. As 
resoluções não podem produzir efeitos externos, tampouco contrariar os 
regulamentos e os regimentos, mas sim explicá-los. Tanto as resoluções quanto os 
decretos legislativos tratam de matéria de competência exclusiva do poder Legislativo. 
 
______________________________________ 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
1. DE CARVALHO, Jeferson Moreira. Direito constitucional positivo. 
2. Retirado do sítio eletrônico “Info Escola”. 
<http://www.infoescola.com/direito/emenda-constitucional> 
3. Retirado do sítio eletrônico “Senado Federal”. 
<http://www12.senado.gov.br/noticias/glossario-legislativo/emenda-
constitucional> 
4. Retirado do sítio eletrônico “Senado Federal”. 
<http://www12.senado.gov.br/noticias/glossario-legislativo/emenda-
constitucional> 
5. Retirado do sítio eletrônico “Câmara dos Deputados”. 
<http://www2.camara.leg.br/comunicacao/assessoria-de-
imprensa/medida-provisoria> 
6. Retirado do sítio eletrônico “Webjur”. 
<http://www.webjur.com.br/doutrina/direito_constitucional/processo_legi
slativo.htm> 
Capítulo VIII 
A ESTRUTURA DO PODER LEGISLATIVO ESTADUAL 
Rudson Ribeiro Alves 
Unicameral - o Parlamento se compõe de um único órgão. Sistema 
adotado, principalmente, por pequenos países. 
Bicameral - o Parlamento ou Congresso é composto por dois órgãos 
diferentes: Câmara Baixa e Câmara Alta. O Poder Legislativo se manifesta pela 
conjunção das vontades das duas Casas do Congresso ou Parlamento, que 
deliberam, em regra, isoladamente. Um dos argumentos favoráveis ao 
bicameralíssimo é que em virtude da duplicidade de órgãos há também uma 
duplicidade de discussão e votação dos projetos de lei, fazendo com que a lei 
produzida seja tecnicamente mais correta e aperfeiçoada. 
Para o cálculo do número de parlamentares das Assembleias 
Legislativas, o artigo 27 da Constituição vai direto ao assunto. O número de 
Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do 
Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido 
de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze. Quer dizer, nos 
estados com até 12 deputados federais, o cálculo é direto: multiplica-se o número de 
deputados federais por três e tem-se o número de vagas à Assembleia Legislativa; 
Depois disso (isto é, nos estados com mais de 12 deputados federais), cada deputado 
federal equivale a um estadual. 
Por exemplo, Pernambuco tem 24 deputados federais (agora, depois da 
decisão do TSE). Então, aos 36 estaduais (12 x 3), de que fala o art. 27 acima, se 
somam mais 12 (diferença entre 36 e 24). Logo: 36 + 12 = 48, que é o número de 
deputados estaduais do estado. 
Daí se deduz uma regra de bolso bem simples: Para qualquer estado da 
federação cujo número de deputados federais exceda a 12, basta adicionar 24 a esse 
número e tem-se o total de deputados estaduais. 
Imunidade Material: é a liberdade que o parlamentar tem para as suas 
opiniões, palavras e votos. Está previsto no artigo 53 da CF. 
O art.53 diz na sua parte inicial "caput “que o parlamentar ele tem 
imunidade penal e civil, ou seja, o parlamentar ele não pode ser processado nem penal 
nem civilmente por suas opiniões, palavras e votos. Portanto se um parlamentar no 
exercício da função acabar ofendendo alguém, acabar ofendendo uma outra 
autoridade, mas no exercício da função ele não pode ser processado criminalmente 
por injúria ou difamação, bem como o parlamentar não pode ser processado 
civilmente por suas opiniões palavras e votos, ele não pode ser objeto de uma ação 
civil para reparação dos danos morais, essa é a imunidade parlamentar material. 
imunidade com relação a palavras, opiniões e votos. 
Ele não pode ser processado penal e civilmente, mas cuidado! Ele pode 
ser responsabilizado politicamente no que diz o artigo 55 da CF. O parlamentar ele 
pode perder o mandato por quebra do decoro parlamentar. Então ele não pode se 
acobertar nessa imunidade parlamentar para ser o mais mal educado dos homens, 
para destratar os seus colegas de parlamento, a imunidade parlamentar não serve pra 
isso, não serve para acobertar abusos e por isso um parlamentar que ofende 
desmerecidamente os seus colegas de parlamento que age de forma alheia ao decoro 
parlamentar poderá ser cassado. 
Também não é toda a palavra que sai da boca do parlamentar que está 
acobertada pela imunidade. Exemplo: caso ele se envolva em numa briga de trânsito 
não estará imune. 
 
______________________________________ 
Nota do aluno organizador: 
 O aluno autor deste capítulo não forneceu referências bibliográficas. 
 
Capítulo IX 
CUSTO DAS ASSEMBLEIAS ESTADUAIS – ALESP E ALMS 
Gabriel Felipe Pereira de Oliveira Silva 
1. Custo das Assembleias Legislativas Estaduais 
Formada por 27 casas legislativas, o Legislativos dos Estados-membros 
e do Distrito Federal é considerado a segunda Câmara dos Deputados mais cara no 
mundo no custo por parlamentar, atrás dos Estados Unidos. 
Só no ano de 2013 o orçamento de R$ 8,5 bilhões veio a ser quebrado 
e passar dos R$ 10 bilhões, somando com as Câmaras dos Vereadores, o custo 
chegou a passar de R$ 20 bilhões. 
O orçamento de todos os estados chega a um total de R$ 9,7 bilhões 
neste ano. 
 
Ainda cabe lembrar que esses números divulgados são apenas o custo 
formal e oficial, com o uso indevido por trás de tudo isso o custo pode ser maior do 
que o esperado. 
Em média, cada Deputado chega a custar R$ 9 milhões aos cofres do 
Estado anualmente. 
Incluído nos gastos estão: 
 Viagens aéreas 
 Consultoria 
 Hospedagem 
 Alimentação 
 Manutenção do escritório 
 Telefonia 
Lembrando que neste ano serão gasto cerca de R$ 250 mil reais na troca 
dos aparelhos telefônicos de cada Deputado, podendo cada um receber um Iphone 
5S ou um Galaxy S5. 
 
2. Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo – ALESP 
Na segunda posição entre as assembleias mais caras do País está São 
Paulo, que neste ano legislativo tem R$881,3 milhões para gastar. 
 
 
3. Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul – ALEMS 
Só neste ano a Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul gastou 
R$ 18 milhões mensalmente e a mesma escondeu os motivos dos gastos no Portal 
da Transparência. 
Cada Deputado custa cerca de R$ 270 mil reais ao mês aos contribuintes 
do Mato Grosso do Sul. 
 
 
______________________________________ 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
1. ARAUJO, Luiz Alberto David; JÚNIOR, Vidal Serrano Nunes. Curso de 
Direito Constitucional. 11ª ed. rev.e atual. São Paulo: Saraiva, 2007. 
2. Super Interessante. Disponível em: 
<http://super.abril.com.br/cultura/quanto-custa-deputado-601265.shtml> 
Acesso em 4 de maio de 2014. 
3. Jornal da Nova. Disponível em: 
<http://onebase.com.br/noticia/cidades/37,33240,assembleia-legislativa-de-
ms-ignora-a-lei-da-transparencia> Acesso em 4 de maio de 2014. 
4. Uol Noticias. Disponível em: 
<http://noticias.uol.com.br/infograficos/2011/07/13/saiba-quem-sao-os-
campeoes-de-gastos-na-camara-dos-deputados.shtml> Acesso em 6 de maio 
de 2014. 
5. Portal FORUM. Disponível em: 
<http://www.revistaforum.com.br/brasilvivo/2013/05/30/custo-da-atividade-
parlamentar-no-brasil-ultrapassa-r-20-bilhoesano/> Acesso em 6 de maio de 
2014. 
6. Terra Magazine por Bob Fernandes. Disponível em: 
<http://terramagazine.terra.com.br/bobfernandes/blog/2014/02/03/assembleia
s-voltam-ao-trabalho-ao-custo-de-r-95-bi-em-2014-mg-e-sp-sao-as-mais-
caras-do-pais/> Acesso em 7 de maio de 2014. 
 
Capítulo X 
A ESTRUTURA DO PODER LEGISLATIVO MUNICIPAL 
Priscila Eduarda Ajala 
1. O Poder Legislativo Municipal 
O Poder Legislativo Municipal é unicameral, ou seja, possui apenas uma 
câmara legislativa, onde o povo é representado. 
A Câmara Municipal é um órgão local que representa o Poder Legislativo 
Municipal e tem dedicação direta a quatro funções básicas: A função legislativa, a 
função fiscalizadora, a função julgadora e a função de organização interna. 
A função legislativa tem como objetivo a elaboração de leis de 
competência exclusiva às matérias municipais, respeitando os parâmetros da 
hierarquia das leis. 
A função fiscalizadora se atenta aos exercícios do controle da 
administração local, principalmente quanto às questões orçamentarias e ao 
julgamento das contas apresentadas pelo Prefeito. 
Na função julgadora, ocorre quando à necessidade de um julgamento 
político-administrativo dos agentes municipais. 
Finalmente, a função de organização equivale através da autonomia que 
tem de elaborar seu próprio Regimento Interno e de realizar a organização estrutural 
para o bom desempenho das suas funções. 
O Poder Legislativo Municipal juntamente com seus colaboradores: 
Prefeito, Vereadores e o demais agentes públicos municipais são os porta-vozes da 
população, pois a comunidade os elegem por meio do voto para que esses agentes 
possam solucionar os problemas sociais locais. Não é atoa que muitos chamam O 
Poder Legislativo Municipal de “Célula da Democracia”. 
 
2. Os Vereadores e sua importância 
O vereador é o representante do povo. No exercício desta função, é o 
fiscal dos atos do prefeito na administração dos recursos do município. Também faz 
as leis que estão dentro de sua competência e analisa e aprova as leis que são de 
competência da prefeitura. 
 Para fazer as leis, o vereador elabora e redige os projetos através de 
uma assessoria, apresentando-os em Plenário. Este projeto é declarado objeto de 
deliberação pelo presidente e manda abrir o processo. Em seguida, o projeto vai para 
as diversas comissões da Câmara, seguido de votação. Depois disso, o projeto 
aprovado vai para o prefeito que pode sancioná-lo ou vetá-lo. 
O número de vereadores será proporcional à população do Município, 
ou até os limites estabelecidos no art. 29, IV, nos termos da redação conferida pela 
EC n. 58, de 23.09.2009, tendo mandato por quatro anos. 
 
3. Os subsídios dos Vereadores 
A fixação dos percentuais não ficará mais ao puro arbítrio dos 
Vereadores, através de lei de iniciativa da Câmara dos Vereadores, na medida em 
que os percentuais máximos já foram fixados pelo próprio poder constituinte derivado 
reformador, na EC n. 25/2000. 
De acordo com as novas regras, art. 29, VI CF/88, o limite máximo dos 
subsídios dos Vereadores continua a ser 75% do subsídio dos Deputados Estaduais, 
porém, variável de acordo com o número de habitantes de cada Município, não 
podendo o total da despesa com a remuneração dos Vereadores ultrapassarem o 
montante de 5% da receita do Município. 
______________________________________ 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
1. LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16ª ed. rev., 
atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2012. 
Capítulo XI 
CUSTO DAS CÂMARAS MUNICIPAIS – TRÊS LAGOAS/MS E 
CASTILHO/SP 
Thiago Félix Rosa 
1. Custo da Câmara dos Vereadores de Três Lagoas/MS 
 *fonte: 
http://177.87.154.200:8082/transparencia/publico/despesas.xhtml 
**obs: Em atendimento à Lei Complementar Federal nº 131/2009, criou o Portal da 
Transparência, disponibilizando na Internet informações sobre despesas e receitas 
extraorçamentárias. 
 
População de Tres lagoas MS, aproximadamente , 110 mil habitantes 
Despesas da câmara de Tres Lagoas R$ 11.934.729,82 despesa por habitante aproximadamente R$ 
108,49/habitante 
 
2. Custo da Câmara dos Vereadores de Castilho/SP 
 
*fonte http://camaracastilho.sp.gov.br/transparencialink.php 
População deCastilho SP, aproximadamente , 18 mil habitantes 
Despesas da câmara de Castilho R$ 3.655.222,44 despesa por habitante 
aproximadamente R$ 203,06/habitante 
 
 
3. Considerações sobre os gráficos apresentados 
Três Lagoas é quase 6x maior do que Castilho. 
Despesas da Câmara Municipal de Araçatuba/SP: R$ 87,36/habitante. 
Despesas da Câmara Municipal de Campo Grande/MS: R$ 
70,50/habitante. 
Entre as capitais de estados, a câmara de vereadores mais cara por 
habitante é a de Palmas (TO), que custa anualmente R$ 83,10 para cada morador da 
cidade. 
A mais barata é a de Belém (PA), com R$ 21,09 por ano. 
O estudo revela que as três esferas do legislativo custam em média R$ 
117,42 por habitante nas capitais brasileiras e que o trabalho legislativo é mais caro 
para habitantes de capitais menos habitadas - geralmente, as mais pobres. 
Enquanto em Boa Vista (RR) cada habitante paga R$ 224,82 anuais 
pelos serviços associados ao trabalho de seus representantes eleitos nas três esferas, 
em São Paulo o custo é de R$ 68,51 por habitante. 
Em Boa Vista, o gasto total com o legislativo (federal, estadual e 
municipal) representa 4,7% do PIB per capita. No outro extremo, em Vitória (ES), o 
gasto total de cada habitante com o legislativo representa 0,4% 
Levantamento da ONG Transparência Brasil sobre os orçamentos da 
União, dos estados e municípios revela que o Senado é a Casa legislativa que tem o 
orçamento mais confortável por legislador: seus R$ 2,7 bilhões anuais correspondem 
a R$ 33,4 milhões para cada um dos 81 senadores. 
 
______________________________________ 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
1. Câmara de Castilho/SP. Disponível em: 
<http://camaracastilho.sp.gov.br/transparencialink.php> Acesso em 
1 de maio de 2014. 
2. Transparência Brasil. Disponível em: 
<http://177.87.154.200:8082/transparencia/publico/despesas.xhtml> 
Acesso em 1 de maio de 2014. 
 
 
 
 
Capítulo XII 
A INICIATIVA POPULAR EM ÂMBITO FEDERAL 
Pedro dos Santos 
1. A Iniciativa Popular Federal 
A iniciativa popular é o direito do povo de submeter uma lei para a apreciação 
do poder legislativo. É um modelo de democracia semidireta pois não é o povo que aprova o 
projeto, mas é garantido que o congresso delibere sobre ele como achar de direito, sem 
estipular um prazo para isso. 
No Brasil, a iniciativapopular surgiu na Constituição de 1988, segundo o artigo 
61, §2 que diz que: 
A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à 
Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por 
cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com 
não menos de três décimos por cento de eleitores de cada um deles 
 
A CF de 1988 apresenta a iniciativa popular como um direito político no artigo 
14, III, da mesma forma que publicito e referendo. 
O que deixava a iniciativa popular difícil de ser colocada em pratica é o grande 
numero de assinaturas a serem colhidas, ainda mais em cinco Estados da Federação. 
Com a Proposta de Emenda Constitucional 286/2013, que altera os artigos 60 
e 61 da CF, a iniciativa popular está facilitada, passando de um por cento para meio por cento 
do eleitorado nacional. Continua sendo necessário ter eleitores de cinco estados, porem agora 
é apenas necessário um decimo do cento dos eleitores de cada um deles. É igualmente 
possível participar por meio eletrônico. 
Outra novidade que surge com essa PEC é a possibilidade de propor emendas 
por iniciativa popular a projeto seguindo é claro todas a exigências do §2. 
Como leis que surgiram de iniciativa popular podemos citar a Lei nº 8.930/1994 
que fala sobre crimes hediondos. Teve uma grande repercussão na mídia, tanto por ser de 
iniciativa popular quanto por ter sido encabeçada pela autora de novela Gloria Perez. 
Mais recente a Lei Complementar nº 135/2010, também conhecida como Lei 
da Ficha Limpa, gerou mais uma vez interesse da mídia. 
 
______________________________________ 
Nota do aluno organizador: 
 O aluno autor deste capítulo não forneceu referências bibliográficas. 
 
 
Capítulo XIII 
A INICIATIVA POPULAR EM ÂMBITO ESTADUAL 
Giuliana Almeida de Oliveira 
1. A Iniciativa Popular em âmbito estadual 
Iniciativa popular é um instrumento da democracia direta ou democracia 
semidireta que torna possível à população apresentar projetos de lei. 
Poucos lembram, mas é preciso ressaltar que a Constituição Federal 
previu a iniciativa legislativa também em âmbito estadual no artigo 27. 
 O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo 
da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e 
seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze. § 4º. 
A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual. 
No processo constituinte de 1987/88, entre nós, tornou-se um 
instrumento de ampla aplicação. Neste processo foram formuladas 122 propostas de 
iniciativa popular, das quais 83 cumpriram as disposições regimentais (mínimo de 
30.000 assinaturas e três entidades responsáveis) e foram, como tais, oficialmente 
admitidas. Tiveram influência na redação do texto constitucional”. CARNEIRO, 
Nelson, apud AFFONSO. 
“O povo exercita a iniciativa de leis, mediante proposta de pelo menos 
cinquenta mil eleitores, de um projeto redigido em artigos”. 
O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o 
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara 
Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta 
Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: (art. 29. 
III) – iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da 
cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do 
eleitorado. 
 
 
 
 
 
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Nota do aluno organizador: 
 O aluno autor deste capítulo não forneceu referências bibliográficas. 
 
Capítulo XIV 
A INICIATIVA POPULAR EM ÂMBITO MUNICIPAL 
Priscila Eduarda Ajala 
1. A iniciativa popular municipal 
Iniciativa popular conjunta para a elaboração de lei específica do 
Município, da cidade ou de bairros através da manifestação de 5% do eleitorado, 
conforme redação que dita as regras de iniciativa municipal, o art. 29, XIII, da 
Constituição Federal de 1988: 
 
Art. 29. O Município reger-se-á por lei 
orgânica, votada em dois turnos, com o interstício 
mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos 
membros da Câmara Municipal, que a promulgará, 
atendidos os princípios estabelecidos nesta 
Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os 
seguintes preceitos: 
XIII - iniciativa popular de projetos de lei de 
interesse específico do Município, da cidade ou de 
bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco 
por cento do eleitorado; (Renumerado do inciso XI, pela 
Emenda Constitucional nº 1, de 1992) 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
1. LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16ª ed. rev., 
atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2012. 
 
 
Capítulo XV 
CPI, PODERES JUDICIAIS E RESERVA DE JURISDIÇÃO 
Isabella Silvestre Mendes 
1. As CPIs 
As CPIs são uma projeção orgânica do Poder Legislativo, com o 
propósito de exercer a função fiscalizatória de fato determinado, relacionado a atos 
de improbidade. 
Esse fato, por sua vez, não se resume a situações de interesse de outro 
membro da CPI, mas de interesse público. Nesse sentido, uma comissão parlamentar 
de inquérito (CPI) não pode ser fruto da deliberação de vozes isoladas, pois o mister 
fiscalizatório não pertence ao parlamentar, individualmente tomado, mas sim ao corpo 
legislativo. 
Por essa mesma razão, há que se avaliar o papel dessas comissões no 
que diz respeito ao Estado Democrático de Direito para que não se tornem instrumento 
de negação dos direitos fundamentais e de outros valores e bens constitucionais. 
 
2. Poderes judiciais 
As comissões parlamentares de inquéritos tem poderes de investigação 
próprios das autoridades judiciais, neste caso, por expressa previsão constitucional 
(§3°, do artigo 58, da CF/88), podendo, ainda receber outras forças dos regimentos 
das respectivas casas. 
Já que lhe foi atribuída essa capacidade, deverá também a CPI observar 
os limites e as condições pertinentes às decisões judiciais, como o dever de 
fundamentar a decisão (artigo 93, XI, da CF) ou de guardar sigilo, quando necessário. 
 
3. Reserva de jurisdição 
O principal aspecto nesse tema, consiste em determinar se há na 
Constituição aquilo que J. J. Gomes Canotilho denomina “reserva de jurisdição”, a 
afastar a possibilidade de intervenção de uma CPI, impedindo uma plena equiparação 
dos poderes próprios das autoridades judiciais. 
Nesse sentido, pode-se cogitar da inviolabilidade de domicilio, para cuja 
suspensão está exigida expressamente “determinação judicial” (art. 5°, XI, da CF/88), 
o mesmo ocorrendo para inviolabilidade do sigilo das comunicações, que exige a 
“ordem judicial” (art.5°, XII, da CF/88) e para prisão (salvo em flagrante delito, como o 
falso testemunho), visto que exige constitucionalmente “ordem escrita e 
fundamentada de autoridade judiciária competente” (art. 5°, LXI, da CF/88). 
 A redação desta última “reserva” parece confirmar a tese, já que é 
expressa no sentido de indicar os casos em que se admite excepcionar a exigência 
judicial stricto sensu (sem qualquer inclusão da CPI): flagrante delito, transgressão e 
crime propriamente militar. 
Logo, há limites constitucionais decorrentes de uma interpretação lógico-
sistêmica da Constituição, o que Sepúlveda Pertence considera como reserva 
explicita de jurisdição, ou seja, uma reserva constitucional judiciária explícita. 
 
4. Jurisprudência: CPI - Limites - Princípio da Reserva da Jurisdição 
O Supremo Tribunal Federal, por unanimidade, deferiu mandado desegurança impetrado para impugnação de ato da Comissão Parlamentar de Inquérito 
do Senado Federal que determinou a expedição de mandado de busca e apreensão 
de documentos relativos às atividades profissionais, contábeis ou comerciais dos 
impetrantes. 
O Tribunal entendeu que a CPI, ao exercer a competência investigatória 
prevista no art. 58, § 3º da CF, está sujeita às mesmas limitações constitucionais que 
incidem sobre as autoridades judiciárias, devendo, dessa forma, fundamentar as suas 
decisões (CF, art. 93, IX). Salientou-se, também, que o mandado de busca e 
apreensão deveria ser específico quanto à diligência a ser efetuada e não poderia, de 
forma alguma, delegar à autoridade policial o poder de selecionar os documentos a 
serem apreendidos. MS 23.454-DF, rel. Min. Marco Aurélio, 19.8.99. (Cf. 
INFORMATIVO 158 do STF) - Revista Jurídica Virtual 
 
5. Considerações finais. 
As atividades investigativas do inquérito parlamentar visam à instrução 
processual no âmbito de competência do Congresso Nacional ou das assembléias 
estaduais ou Câmara de Vereadores, conforme o caso. Mesmo assim, essa instrução 
processual não pode alcançar medidas acautelatórias, em face da reserva 
constitucional de jurisdição. 
É que a Constituição da República, ao outorgar às Comissões 
Parlamentares de Inquérito "poderes de investigação próprios das autoridades 
judiciais" claramente delimitou a natureza de suas atribuições institucionais, 
restringindo-as, unicamente, ao campo da indagação probatória, com absoluta 
exclusão de quaisquer outras prerrogativas que se incluem, ordinariamente, na esfera 
de competência dos magistrados e Tribunais. 
Assim, enquanto projeção orgânica do Poder Legislativo da União, as 
CPIs nada mais são senão a longa manus do próprio Congresso Nacional ou das 
Casas que o compõem, sujeitando-se, por conseguinte, ao controle jurisdicional 
originário do Supremo Tribunal Federal. 
Esse controle por parte do Judiciário não contraria o princípio da 
separação dos poderes, já que a essência do postulado da divisão funcional do poder 
vem da necessidade de conter os excessos dos órgãos que compõem o aparelho de 
Estado. Além disso, essa limitação material representa a preservação das liberdades 
do cidadão e constitui o meio mais adequado para tornar efetivos e reais os direitos e 
garantias proclamados pela Constituição. 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
1. LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16ª ed. rev., 
atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2012. 
 
Capítulo XVI 
O TRIBUNAL DE CONTAS 
Thiago Dalalio Moura 
1. Origem 
Embora possamos, segundo Garcia-Trevijano Fos, atribuir à antiga Síria, 
Babilônia e Egito a origem do fiscal financeiro das finanças públicas e, ainda na 
Antiguidade, encontrar vestígios dessa atividade no século XIII a. C. como, por 
exemplo, no Código de Manu na Índia antiga, em seu livro VII que, conforme Alfredo 
Cecílio Lopes, podia-se encontrar, in verbis, “diversos dispositivos relacionados com 
a administração financeira do Estado e sua competente fiscalização”, percebemos que 
foi na Grécia e em Roma que encontramos efetivamente as bases do fiscal da 
Fazenda Pública. 
No Brasil, após tentativa em 1845, do então Ministro do Império, Manoel 
Alves Branco e de discursos de defensores da ideia, como o jurista e escritor literário 
José de Alencar, o Decreto n. 966-A de 7 de novembro de 1890 criou, por iniciativa 
de Rui Barbosa, o Tribunal de Contas, que foi adotado pela Constituição da Primeira 
República. 
Em tempo, é importante lembrar aqui que nesse mesmo período nasceu 
a ideia de res publica, ou seja, de coisa pública, tendo como precursor desse conceito 
o então Ministro e célebre jurista Rui Barbosa. 
 
2. Função fiscalizatória e controle externo 
Uma particularidade do Poder Legislativo é que, além do controle interno 
que a Constituição Federal estabelece no art. 74, ele ainda tem a função de controle 
externo. 
A Seção IX, do Capítulo I, do Título IV, da CF/88 estabelece as diretrizes 
para a fiscalização contábil, financeira e orçamentária das contas públicas. Em seu 
art. 71, encontramos o estabelecimento do controle externo: “O controle externo, a 
cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas”. 
Esse controle deverá ser feito quanto aos elementos elencados no artigo 
anterior (art. 70, da CF/88), que são: 
 Legalidade 
 Legitimidade 
 Economicidade 
 Aplicação das subvenções 
 Renúncia de receitas 
A CF/88 também consagra a harmonia e integração entre o controle 
interno de cada Poder e o controle externo exercido pelo Legislativo em seu art. 74, 
IV e reforça esse posicionamento no §1º do próprio art.74, estabelecendo que assim 
que os responsáveis pelo controle interno de cada órgão tomar conhecimento de uma 
irregularidade, deve dar ciência ao Tribunal de Contas, sob pena de ser 
responsabilizado solidariamente. 
As competências do Tribunal de Contas estão fixadas no art. 71, da 
CF/88, e entre elas está o de auxiliar o Poder Legislativo (Congresso Nacional) no 
controle externo das contas Executivo. 
Ainda cabe lembrar que o Tribunal de Contas, ainda que não integrando 
órgão do judiciário, é competente para declarar inconstitucionalidade incidental à leis 
e atos do Poder Público, realizando, destarte, controle concreto de 
constitucionalidade. Esse assunto está pacificado na Súmula 347 do STF. Embora a 
Súmula não diga expressamente que tipo de controle de constitucionalidade o 
Tribunal de Contas pode conhecer, abstrai-se que não se trata de controle 
concentrado, pois este é privativo ao STF. Assim sendo e acompanhando o raciocínio 
de Uadi Lammêgo Bulos e de Pedro Lenza, entendemos que quando o Tribunal de 
Contas Declara a inconstitucionalidade de determinada lei ou ato, o faz em controle 
incidental, difuso ou concreto. 
 
 
 
 
3. Fundamentação da posição orgânica 
A posição orgânica dos Tribunais de Contas no Estado brasileiro é dada pela CF/88, 
que em seu art. 71 atribui ao Tribunal de Contas da União a posição de auxiliar do 
Congresso Nacional. 
Alfredo Cecílio Lopes, em seu Ensaio sobre o Tribunal de Contas faz 
interessante exposição de motivos que justificam a atribuição desse controle externo 
ao Poder Legislativo. Segundo ele, as instituições de controle historicamente tem dois 
objetivos principais: alcançar uma boa administração dos recursos públicos e limitar o 
Poder Executivo. No caso do Estado Constitucional de Direito, “se o povo, através de 
seus representantes, consente em ser tributado, quer conhecer, através dos mesmos 
representantes, os destinos das somas”. 
Ou seja, num Estado democrático, quem deve se responsabilizar pelo 
controle e pela fiscalização sobre a aplicação do dinheiro público é o Poder Legislativo, 
uma vez que os valores foram arrecadados mediante leis que este Poder editou na 
qualidade de representante do povo. 
 
4. Natureza jurídica 
Os Tribunais de Contas tem natureza administrativa, técnica, de controle 
e auxiliar. 
Importante destacar que por conta dessa natureza jurídica é que o 
Tribunal de Contas não se confunde com os Tribunais do Judiciário, pois os primeiros 
não produzem coisa julgada, ou seja, decisões de caráter definitivo, limitando-se à 
emissão de pareceres técnicos, sempre sujeitos à revisão do Judiciário. Assim sendo, 
vale notar que a CF/88 equivoca-se em seu art. 73 ao dizer que o Tribunal de Contas 
da União tem “jurisdição” em todo o território nacional. 
 
 
 
 
5. Tribunal de Contas da União 
O Tribunal de Contas da União, ou TCU, é sediado no Distrito Federal, 
conta com quadro próprio de funcionários eé composto por 9 ministros e possui 
“jurisdição” em todo o território nacional (art. 73, da CF/88). 
Importante destacar que apesar de atrelado organicamente ao Poder 
Legislativo Federal (Congresso Nacional), o TCU não se subordina a ele. O TCU emite 
pareceres técnicos, sendo auxiliar do Legislativo, mas quem efetivamente fiscaliza é 
este último. 
Os requisitos para ser Ministro do TCU são (art. 73, § 1º, da CF/88): 
 Ser brasileiro nato ou naturalizado (§1º); 
 Ter mais de 35 e menos de 65 anos de idade (I); 
 Idoneidade moral e reputação ilibada (II); 
 Notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos, e 
financeiros ou de administração pública (III); 
 Mais de 10 anos de exercício de função ou de efetiva atividade 
profissional que exija os conhecimentos mencionados (IV). 
Os ministros são escolhidos: 
 Art. 73 §2º, I, da CF/88: Um terço, ou seja, três Ministros são 
escolhidos pelo Presidente da República com aprovação pelo Senado Federal, sendo: 
 1 de livre escolha; 
 2 escolhidos alternadamente dentre auditores e membros do 
Ministério Público junto ao Tribunal. 
 Art. 73 §2º, II, da CF/88: Dois terços, ou seja, seis Ministros 
escolhidos pelo Congresso Nacional, segundo os termos dos Decretos Legislativos 
ns. 6/93 e 18/94. 
São nomeados pelo Presidente da República, nos termos do art. 84, XV, 
da CF/88, observados os critérios de escolha supra. 
Quanto às prerrogativas, garantias, impedimentos, vencimentos e 
vantagens dos Ministros do Tribunal de Contas da União, se aplicam aquelas 
aplicadas aos Ministros do STJ. 
6. Tribunal de Contas Estadual e Distrital 
Segundo a CF/88, art. 75, caput e parágrafo único, as Constituições 
Estaduais disporão sobre seus respectivos Tribunais de Contas Estaduais (TCEs) e, 
no que couber, devem ser aplicadas as mesmas regras aplicadas ao TCU. 
Vê-se ainda, que os TCEs não são formados por Ministros, mas sim 
Conselheiros e em número de 7. 
Para o critério de escolha dos Conselheiros, o STF editou a Súmula 653 
que, em interpretação ao art. 75 da CF, assentou que seriam escolhidos: 
 Três pelo Chefe do Executivo estadual; 
 Quatro pela Assembleia Legislativa. 
 
7. Tribunal de Contas Municipal 
Aqui reside uma grande controvérsia. Em aparente conflito, a CF/88, art. 
31, § 4º, veda aos Municípios a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas 
Municipais, enquanto § 1º diz que o controle externo das contas do Município será 
exercido pela Câmara Municipal com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados 
ou do Município ou dos Conselhos ou tribunais de Contas dos Municípios, onde 
houver. 
Segundo o entendimento de André Tavares, a interpretação do art. 31, 
§ 4º, da CF/88, se dá no sentido de que aos Municípios é vedado a criação de 
Tribunais de Contas ou Conselhos de Contas Municipais, sendo a competência para 
a criação de tal órgão privativa dos Estados-membros. Assim, seria possível a criação 
de um Conselho ou Tribunal de Contas dos Municípios, desde que criado pelo Estado-
membro. 
No entender de Pedro Lenza, a vedação se dá após a promulgação da 
CF/88, passando a ser impossível a criação desses órgãos por quaisquer meios após 
essa data. Dessa forma, quando a CF/88 fala em Tribunais de Contas Municipais 
quando houver, ela está se referindo aos que foram criados antes dela e que 
continuam a existir. 
De nossa parte, nos filiamos ao entendimento de André Tavares, pois a 
jurisprudência do STF é pacífica quanto à interpretação do referido texto da CF/88, no 
sentido de que é prerrogativa de cada Estado-membro a criação de um Tribunal de 
Contas dos Municípios para ser auxiliar das Câmaras Municipais na fiscalização e 
controle externo, sendo essa criação vedada aos Municípios. Em arrimo, segue trecho 
da obra “A Constituição e o Supremo”, que traz a CF/88 anotada pela jurisprudência 
do STF: 
“Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder 
Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle 
interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei. 
§ 4º - É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de 
Contas Municipais. 
“Municípios e Tribunais de Contas. A Constituição da República 
impede que os Municípios criem os seus próprios Tribunais, Conselhos ou 
órgãos de contas municipais (CF, art. 31, § 4º), mas permite que os Estados-
membros, mediante autônoma deliberação, instituam órgão estadual 
denominado Conselho ou Tribunal de Contas dos Municípios (RTJ 135/457, 
Rel. Min. Octavio Gallotti – ADI 445/DF, Rel. Min. Néri da Silveira), incumbido 
de auxiliar as Câmaras Municipais no exercício de seu poder de controle 
externo (CF, art. 31, § 1º). Esses Conselhos ou Tribunais de Contas dos 
Municípios – embora qualificados como órgãos estaduais (CF, art. 31, § 1º) – 
atuam, onde tenham sido instituídos, como órgãos auxiliares e de cooperação 
técnica das Câmaras de Vereadores. A prestação de contas desses Tribunais 
de Contas dos Municípios, que são órgãos estaduais (CF, art. 31, § 1º), há de 
se fazer, por isso mesmo, perante o Tribunal de Contas do próprio Estado, e 
não perante a Assembleia Legislativa do Estado-membro. Prevalência, na 
espécie, da competência genérica do Tribunal de Contas do Estado (CF, art. 
71, II, c/c o art. 75).” (ADI 687, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 2-2-
1995, Plenário, DJ de 10-2-2006.)” 
 
Como pode-se perceber, o Estado-membro pode criar um órgão de 
controle externo estadual para auxiliar as Câmaras dos Municípios. Entretanto, não 
pode um Município ter seu próprio e exclusivo Tribunal ou Conselho de Contas, seja 
esse órgão instituído por ele ou pelo Estado-membro. 
É importante anotar que, de fato, a CF/88 impõe essa vedação, mas não 
manda extinguir os existentes e que por isso o legislador constituinte lembra que, caso 
haja um órgão remanescente da antiga ordem, este poderá auxiliar a Câmara 
Municipal. Isso pode ser constatado na leitura do próprio dispositivo Constitucional: “§ 
1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais 
de Contas dos Estados ou do Município (neste caso, quando o órgão é anterior à 
CF/88 e não foi extinto, como o da cidade de São Paulo e Rio de Janeiro) ou dos 
Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios (neste caso o órgão estadual 
criado para auxiliar os Municípios daquele Estado-membro. Lembrando que a 
expressão “onde houver”, a seguir, justifica-se pelo fato de a criação de tais órgãos 
serem prerrogativas dos Estados-membros, não sendo de existência obrigatória), 
onde houver. 
 
8. Crítica aos Tribunais de Contas 
A principal crítica que pode ser feita aos Tribunais de Contas é que, 
apesar de não ser um órgão político e sim um órgão eminentemente técnico, a escolha 
de seus Ministros é feita de maneira política, gerando desconfiança quanto à total 
desvinculação entre fiscal e fiscalizado. 
Ora, sendo os Tribunais de contas órgãos de natureza técnica, como já 
foi dito, seria mais coerente que a função de Ministro ou Conselheiro fosse exercida 
por pessoas selecionadas mediante concurso público, o que, ao nosso ver, contribuiria 
para maior confiabilidade e transparência do sistema de controle externo brasileiro, 
além de garantir a lisura no processo de escolha. Desta feita, todos os outros 
requisitos deveriam ser mantidos. 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
1. LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 13ª ed. rev., 
atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2009. 
2. TAVARES, André Ramos. Curso de direito constitucional. 11ª ed. 
rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2013. 
3. NUNES, Rizzatto. Manual da monografia jurídica: como se faz: 
uma monografia, uma dissertação, uma tese. 10ª ed.

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