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diferenças entre enxaqueca e epilepsia

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Diferenciando enxaqueca de epilepsia
Infelizmente, diferenciar enxaqueca de epilepsia na maioria das vezes pode ser difícil. Em parte, isso é devido a ambas serem desordens neurológicas paroxísticas que compartilham muitas características. Com atenção especial durante a anamnese pode se distinguir as duas doenças e evitar testes desnecessários (ver tabela 2). É importante lembrar, porém, que as crianças e as famílias tendem a se concentrar no problema que eles consideram ser mais preocupante. No caso da enxaqueca e epilepsia, crises são muitas vezes encaradas como o mais preocupante dos dois, e como tal, são muitas vezes discutidas em primeiro lugar. Quando as crises são desenvolvidas em um paciente já diagnosticado com enxaqueca, isso é geralmente levado em consideração e destacado, entretanto, o inverso pode não ser verdade em um paciente epiléptico conhecido que desenvolva dores ou enxaquecas. Portanto, é importante, em qualquer consulta, informar convulsões recorrentes ou enxaquecas para saber sobre outras condições neurológicas.
Ao tentar diferenciar entre enxaqueca e convulsões, é melhor começar com o início do problema e apresentação porque isso pode ser bastante diferente nos dois casos (ver tabela 2). Enxaqueca tende a ser mais sutil no início, com ataques que deve durar pelo menos 1 hora em crianças e deve incluir uma certa combinação de sintomas associados como fonofobia, fotofobia, náuseas, ou êmese. Outros sintomas associados incluindo autônomos, sensoriais, e/ou alterações motoras podem estar presentes, mas não são necessários. Epilepsia, pelo contrário, apresenta-se com recorrentes ataques (convulsões) motores e/ou sintomas sensitivos muitas vezes se manifestando em convulsões e uma mudança no estado mental. As convulsões são tipicamente de início súbito seguido por segundos a minutos de sintomas.
Surgem semelhanças entre convulsões e enxaqueca quanto aos ataques como um todo são considerados. A enxaqueca pode ter um pródromo, aura, e um postdrome enquanto convulsões podem ter um estado pré-ictal, uma aura, e um estado pós-ictal. O pródromo ou estado pré-ictal pode começar minutos, horas ou até mesmo dias antes um ataque e pode ser sutil ou dramática. Eles muitas vezes envolvem mudanças na personalidade ou estado mental e pode incluir uma aura (um fenômeno sensorial que ocorre pouco antes da início de um ataque que desaparece dentro de uma hora, geralmente antes de um ataque concluir). O postdrome ou estado pós-ictal pode ser semelhante à do pródromo ou estado pré-ictal e muitas vezes engloba fadiga física e mental, bem como uma alteração do estado mental. Isso também pode durar minutos horas, e até mesmo dias. Semelhanças também podem ser vistas na enxaqueca e nos gatilhos da epilepsia (ver Tabela 2). Exemplos para gatilhos comuns para enxaqueca e convulsões incluem privação do sono e estresse. 
A diferenciação torna-se ainda mais difícil em indivíduos cujas convulsões apresentam-se com dores de cabeça, ou quando há um sugestivo quadro clínico atípico de ambos distúrbios. Especificamente, as dores de cabeça de pré-ictais, antes de uma generalizada crise tônico-clônicas ocorrem em aproximadamente 20% das crianças e pode ser parte de outros sintomas da fase de aura. Mais impressionante é o fato de que, após uma convulsão, dores de cabeça pós-ictais, muitas vezes, enxaqueca, têm sido relatados em até 70% de crianças com epilepsia parcial complexa. Em 2011, um estudo sobre dores de cabeça em crianças epilépticas, encontrou resultados semelhantes, foram observadas dores de cabeça pós-ictiais em 62% dos pacientes e pré-ictiais em 30% dos pacientes, concluiu-se com a grande maioria das dores de cabeça que ocorreram tanto antes como depois que eram a enxaqueca. Complica-se ainda mais as questões quando existe uma enxaqueca incomum que fenotipicamente poderia ser confundida com convulsões agudas, síndrome de Alice In Wonderland, enxaqueca com aura (apresentação atípica), aura típica sem dor de cabeça, enxaqueca retiniana, enxaqueca tronco cerebral e enxaqueca hemiplégica. Outros exemplos que tendem a ser de difícil diferenciação são alguns dos precursores infantis a enxaqueca, como a síndrome vômito cíclico benigno e vertigem paroxística, em que um EEG (eletroencefalograma) normal, faz parte dos critérios de diagnóstico, uma vez que se assemelham com certas síndromes epilépticas infantis, como as síndromes de Gastaut e Panayiotopoulos (Epilepsias infantis occipitais com sintomas gastrointestinais). Da mesma forma, o cenário inverso também pode ocorrer quando uma epilepsia infantil fenotipicamente se assemelha a uma enxaqueca ou a um precursor da enxaqueca. Isso pode ser verdade quando as crises começam no córtex insular e há desconforto gastrointestinal, que é um marco para enxaquecas infantis e precursores de enxaqueca. Além disso, a epilepsia occipital benigna pode se apresentar com mudanças visuais pontuais que podem ser confundidas com aura de enxaqueca [55]. Outra epilepsia occipital-base infantil que pode ser confundida com enxaqueca é a síndrome de Panayiotopoulous (PS), que pode se manifestar com náuseas, vômitos, uma miríade de sintomas autonômicos,e até mesmo dor de cabeça, que, quando em conjunto se assimilam a enxaqueca[53].
Para complicar ainda mais, existem particularidades conhecidas como "Migralepsy" e hemicrania epileptica que englobam convulsão e dor de cabeça simultaneamente ou entre um curto período de tempo uma da outra. Migralepsy é definida como uma a convulsão dentro de 1h do início de uma enxaqueca que é desencadeada pela enxaqueca clássica Aura [30, 67]. Porque estas duas entidades separadas são frequentemente vistas juntas, e inúmeras vezes em intima proximidade uma da outra, a prevalência de migralepsy (migralepsia) varia de 2% a 16% [1]. Hemicrania epiléptica é uma dor de cabeça breve sugestiva de enxaqueca começando, ao mesmo tempo, como uma convulsão parcial e cessando com o fim da convulsão. O foco da convulsão é do mesmo lado da dor de cabeça [30].

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