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31. Por qual delito responde o agente que se apropria de objeto pertencente a Administração, se não estiver em sua posse? Responde pelo 312, parágrafo 1º, peculato Furto, visto que tem facilidade pelo cargo, mas não tem a posse. 32. É correto afirmar que o crime de peculato-desvio é crime impróprio? Não, porque o peculato desviado tem como sujeito ativo somente o funcionário público e o particular por exceção. 33. Qual é o dolo do agente no crime de peculato? No peculato-apropriação o elemento subjetivo está no assenhoramento definitivo e no peculato-desvio há a intenção de obter um beneficio. 34. Em que momento se consuma o peculato-desvio? Quando o agente dá uma destinação diversa, ainda que não tenha atingido suas pretenções. 35. No peculato-desvio, há diminuição de pena se o agente não atingiu a vantagem pretendida ao desviar a coisa? Não, como independe do agente atingir a vantagem para se consumar o crime, não há diminuição da pena, caso o agente atinja seus objetivos. 36. O funcionário público que repara o dano no crime de peculato doloso, terá direito a alguma redução de pena ou benefício de outra natureza, já que ressarciu o prejuízo? Não, somente na forma culposa, caso a reparação seja feita antes do trânsito em julgado, é extinta a punibilidade, caso seja feita após o trânsito em julgado, há redução depena. 37. Por qual delito responde o agente afastado de suas funções por suspeita de ato de improbidade, que exige do particular o pagamento de vantagem indevida? Responderá o funcionário público pelo crime de Concussão – Art. 316, CP. A conduta é a de exigir conduta indevida valendo-se de sua função. Não importa que o servidor não esteja no pleno exercício de suas atividades. Pode estar licenciado, afastado, de férias ou ainda, não tê-la assumido. 38. Se a vantagem exigida for lícita, qual será o crime cometido pelo funcionário público que exige-a do particular? Se a vantagem exigida for lícita ou devida, o crime é o de abuso de autoridade (ultrapassa os limites de agir). 39. Em que momento ocorre a consumação do crime de concussão? É possível admitir a tentativa? A consumação do crime de Concussão acontece com a exigência, sendo por tanto considerado crime formal.A tentativa é admitida somente na forma escrita. 40. Diferencie o crime de concussão do crime de excesso de exação. No crime de concussão o agente exige para si ou para outrem, em razão de seu cargo, ainda que fora da função, ou antes, de assumi-la, vantagem indevida Já no crime de Excesso de Exação há uma cobrança de tributo indevido, ou a cobrança de tributo devido, mas de forma vexatória, constrangedora. Ainda, no caso de Excesso de Exação, o destinatário da exigência é a administração pública. 41. Quando existe corrupção passiva privilegiada? Ocorre a corrupção passiva privilegiada quando o agente não visa satisfazer interesse próprio, mas sim cede a um pedido, por pressão ou influencia de outrem. (O crime de corrupção passiva privilegiada, previsto no art. 317, § 2º, do CP, é aquele em que o funcionário público pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem). 42. Como diferenciar a corrupção passiva privilegiada da prevaricação? O crime de corrupção passiva privilegiada, previsto no art. 317, § 2º, do CP, é aquele em que o funcionário público pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem. Já o crime de prevaricação, previsto no art. 319, do CP, ocorre quando o funcionário público retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. Percebam que enquanto na corrupção passiva privilegiada o que motiva o agente é o pedido ou a influência de outrem, na prevaricação a motivação está ligada à satisfação de interesse ou sentimento pessoal. Essa é a principal diferença entre esses dois tipos penais. Exemplo de corrupção passiva privilegiada: um policial deixa de multar um motorista que implora para que não seja multado (cedendo a pedido ou influência de outrem). Exemplo de prevaricação: um policial deixa de multar um motorista quando vê que este usa a camisa do Corinthians, mesmo time do coração do policial. Assim, mesmo sem pedido algum do motorista, e apenas pelo fato de este estar usando uma camisa do mesmo time do policial, não há multa (para satisfazer interesse ou sentimento pessoal). 43. Como diferenciar o crime de resistência do delito de desobediência? No crime de resistência a conduta incriminada é a de opor-se, significa criar obstáculos, resistir ao cumprimento de ato legal emanada ou proveniente de funcionário público. No crime de desobediência a conduta é desobedecer, descumprir ordem legal do funcionário público.