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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIENCIAS DA SAÚDE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTO FUNDAMENTOS DA NATAÇÃO PROF. Diego Viana Gomes RIO DE JANEIRO, 01/06/2015 NADO CRAWL AGNELO SEIXO DE BRITO AURÉLIO S. SOUTO EDUARDO ARAÚJO GABRIEL VELASCO P. GOMES LUIZ EDUARDO E. SILVA NADO CRAWL OBJETIVOS: Compreender como iniciou o Nado Crawl na história; Conceituar e caracterizar o Nado Crawl; Entender a biomecânica e as forças envolvidas no Nado Crawl; Citar os músculos de MMII e MMSS envolvidos no Nado Crawl; Relacionar as lesões ocasionadas no Nado Crawl. Histórico do Nado Livre (Crawl) 1840 na Inglaterra: "English Side Stroke", se caracteriza por nadar sobre a água com uma ação alternada de membro superior, mas sempre subaquática, enquanto os membros inferiores realizam um movimento de tesoura. 1850 na Inglaterra: "Single over", o qual consiste no nado sobre o corpo, mas com uma recuperação aérea dos membros superiores, nadado pela primeira vez pelo australiano WALLIS. Posteriormente o "Trudgen” que é "importado" a Europa pelo nadador inglês ao observar indígenas sul-americanos realizando-o. A novidade é que se nada sobre o abdômen, movendo alternativamente os membros superiores por fora da água, enquanto os membros inferiores realizam um movimento semelhante ao pontapé de peito. Em 1890 este estilo tem uma nova evolução levada a cabo pelos nadadores australianos, quem realizam um nado "Trudgen", mas com movimento do membro inferior de tesoura, denominando-se esta nova técnica "Double over" (Cont.) 1893 o pontapé de tesoura foi substituído por um movimento alternado do membro inferior, dando a conhecer a forma mais similar do estilo "crawl", adotado pela primeira vez pelo nadador HARRY WICKHAM; 1903 o nadador CAVILL o que mais difunde este estilo, introduzindo-o nos EUA; 1920 O crawl evolui nos Jogos Olímpicos quando o príncipe hawaiano DUKE KAHANAMOKU realiza uma batida de seis tempos e consegue obter uma posição mais oblíqua que lhe permite bater todos os recordes. O estilo crawl sofre pequenas variações: em 1928, CRABBE realiza um nado com respiração bilateral; em 1932, os japoneses realizam um crawl com uma tração descontinua para favorecer a eficácia do batido e, em 1955 JOHN WEISMÜLLER, realiza a tração subaquática com uma importante flexão de cotovelo na metade do percurso Crawl significa “rastejar” em inglês. Sua principal característica é a possibilidade de se incorporar mudanças que o tornem mais rápido. Nado de crawl caracteriza-se por apresentar: Posição ventral do corpo (barriga voltada para baixo); Movimentos alternados e coordenados das extremidades superiores e inferiores; Rosto submerso, com água na altura da testa, olhando para frente e para baixo; Respiração lateral, com rotação da cabeça, coordenada com os membros superiores para realizar a respiração. Um ciclo consiste numa braçada com o membro superior esquerdo e outra braçada com o membro superior direito e um número variável de pernadas. Curiosidade: As provas nadadas nesse estilo temos as distâncias de 50m, 100m, 200m, 400m, 800m (feminino) e 1.500m (masculino). Princípios Biomecânicos do Nado Crawl Constituem os critérios básicos que permitirão eliminar ao máximo as forças de resistência. Entre eles temos: 1. Princípio da Redução da Resistência da Água com o Corpo; Esse princípio tem como objetivo aumentar a força propulsiva e diminuir a força de resistência, que freiam o avanço do nadador. Para CATTEAU & GAROFF (1990, p.123) o rendimento do nado pode resultar dos seguintes fatores: Utilização máxima das massas musculares; Relaxamento muscular completo fora da fase propulsiva; Respiração fisiológica adequada; Resistência frontal reduzida; Melhor sincronização das ações do membro inferior e superior; Quando o nadador se desloca na água aparecem três tipos de resistências: Resistência de Forma: a posição do corpo têm de ser a mais hidrodinâmica possível; Resistência de Ondas: é causado pela turbulência na superfície da água; Resistência por Atrito: É a resistência oferecida pela superfície áspera da pele do nadador ao deslocamento. 2. Princípio da Continuidade das Ações Coordenar a continuidade dos tempos motores: ação de braços, ação de pernas e respiração, sem observar rigidez. Nos nados alternativos quando um braço termina sua ação propulsiva, o outro a começa sem pontos mortos. 3. Ritmo Desde o primeiro momento pôr especial finca-pé em manter um ritmo constante na repetição de todas as ações sem dispêndio de energia. Assim mesmo, procurar a melhor relação entre amplitude e frequência de braçada primando a maior longitude. 4 . Orientação das Superfícies Propulsivas A direção do movimento e o ângulo de ataque das mãos devem ir orientados a que a força propulsiva total tenha, predominantemente, a direção do deslocamento desejada. Esticar o braço na entrada, realizar um apoio profundo no agarre, manter o cotovelo alto até o puxão e terminar o empuxo com a mão orientada em diagonal para atrás são as claves de crawl. A trajetória descrita será curvilínea e ampla. 5. Sentido dos Movimentos em Relação com os Deslocamentos. Sensibilidade para os efeitos que produzem as mudanças de direção, de ângulos de ataque e de aceleração dos movimentos propulsivos no deslocamento. Ações dos Membros Superiores no Nado Crawl Fase Aérea Saída da mão Recuperação Entrada da mão Fase Aquática Extensão Agarre Tração Empurre Execução da Braçada Musculatura da Braçada Musculatura da Braçada Ações dos Membros Inferiores no Nado Crawl Equilíbrio Sustentação Propulsão Execução das Pernadas Ascendentes Descendentes Musculatura da Pernada Lesões no Nado Crawl O conceito de "ombro de nadador" (swimming shoulder) define um tipo específico de patologia dolorosa, prevalente em nadadores de competição. Lesões nos ombros são as de maior incidência.(>50% dos nadadores apresentam queixas dolorosas da cintura escapular). Articulações envolvidas: Escapulo ou gleno-umeral; Acromio-clavicular; e Esterno-clavicular. Lesões Fatores que contribuem para a instalação de lesões: Força; Repetição; Postura incorreta; e Ausência de repouso. Erros repetidos da técnica de braçada que, ao favorecem uma exagerada rotação interna do ombro no início da fase propulsiva e inclusivamente durante a recuperação, criam condições favoráveis a ação micro traumática programa inadequados de exercícios de força e reforço muscular, acarretando desequilíbrios entre os vários grupos musculares. Outro erro é a utilzação indiscriminada do swimming paddles. Medidas preventivas: Insistir na utilização de uma técnica de nado correta: recuperação alta na fase aérea da braçada em crawl, respiração bilateral, evitar a entrada da mão na água em rotação interna excessiva. Dosar o volume de treino de acordo com a idade e o desenvolvimento músculo esquelético do nadador, respeitando igualmente os tempos de recuperação e realizar preparação física fora de água, onde o reforço muscular é fundamental. Ao aparecer os primeiros sintomas, deve-se: Reduzir a distância de nado; Se o alívio é imediato (nas primeiras 24- 48 horas), somos levados a admitir a possibilidade de estarmos na presença de uma mialgia deesforço; Evitar as técnicas de nado que mais exacerbam a dor; Modificar a técnica de nado de modo a manter a eficiência biomecânica do gesto e, simultaneamente, diminuir a ação micro-traumática sobre as estruturas lesadas; Incrementar o "treino de pernas" em detrimento do "treino de braços", nas fases agudas; Manter a condição física através de outro tipo de atividade que não a natação convencional; Aplicar gelo após as sessões de treino; e Não deixar de consultar o médico. Lesões A natação é um dos esportes mais completos e recomendados e proporciona: Perda calórica; Equilíbrio muscular; Auxílio na recuperação de lesões; Aumenta a flexibilidade da coluna e remove a dor melhorando a postura; É indicada para pessoas de todas as idades e biótipos; Melhora na circulação sanguínea, o que facilita o transporte de nutrientes e oxigênio para células, músculos e órgãos; Melhora na capacidade aeróbica do praticante; Ajuda a manter as articulações saudáveis e reduz o risco de doenças ósseas, como a osteoartrite. Considerações Finais Referências Bibliográficas Livros CATTEAU, Rayound & GAROFF, G. O ensino da natação. São Paulo, 3 ed.: Manole, 1990. KRUG,D. F. e MAGRI, Patricia E.F. Natação: aprendendo para ensinar. São Paulo: All Print,2012. LIMA,William Urizzi. Ensinando Natação. 4 ed. São Paulo: All Print, 2009. Sites www.ebah.com.br www.aquabarra.com.sapo.pt www.ativo.com/natacao www.bctreinospersonalizados.blogspot.com.br www.tudosobrenatacao.blogspot.com.br
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