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09/02/15 Controle de constitucionalidade
www.webjur.com.br/doutrina/Direito_Constitucional/Controle_de_constitucionalidade.htm 1/15
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 Controle de Constitucionalidade
 
1.  Objetivo:
O  controle  de  constitucionalidade  serve  para  assegurar  a  supremacia  da  Constituição.  Só  podemos  falar  em  controle  quando  há  um
escalonamento normativo, isto é, quando há uma norma em posição hierarquicamente superior dando fundamento de validade para as demais.
 
As normas constitucionais possuem um nível máximo de eficácia, obrigando os atos inferiores a guardar uma relação de compatibilidade vertical
para com elas. Se não for compatível, o ato será inválido (nulo), daí a inconstitucionalidade ser a quebra da relação de compatibilidade.
 
2.  Conceito:
Controle de constitucionalidade é a verificação de compatibilidade ou adequação entre um ato jurídico qualquer (atos normativos e entre eles a
lei) e a Constituição, no aspecto formal e material.
 
3.  Requisitos para o controle de constitucionalidade:
Que haja uma inconstitucionalidade (quebra da relação de compatibilidade com a Constituição) formal ou material.
 
Inconstitucionalidade formal: A norma é elaborada em desconformidade com as regras de procedimento,  independentemente de seu
conteúdo. A norma possui um vício em sua forma, ou seja, em seu processo de formação. Também é conhecida como nomodinâmica.
 
Subjetiva: O vício encontra­se no poder de iniciativa. Ex: Segundo o artigo 61, I da Constituição Federal, é de iniciativa do Presidente
da República as leis que fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas. Se um Deputado Federal apresentar este projeto de lei,
haverá vicio formal.
 
Objetiva: O vício não se encontra no poder de iniciativa, mas sim nas demais fase do processo legislativo. Ex: Lei complementar votada
por um quorum de maioria relativa. Possui um vício formal objetivo, pois deveria ser votada por maioria absoluta.
 
Inconstitucionalidade material (substanciais):  A  norma  é  elaborada  em  conformidade  com  as  regras  de  procedimento, mas  o  seu
conteúdo  está  em  desconformidade  com  a  Constituição,  isto  é,  a  matéria  está  tratada  de  forma  diversa  da  Constituição.  Também  é
conhecida como nomoestática.
 
 
4.  Momento do controle de constitucionalidade:
 
Controle preventivo ou prévio: É aquele exercido no momento de formação do ato, antes que o processo se complete.
Classicamente era feito pelo Poder Legislativo e pelo Poder Executivo, mas com a CF/ 88, o Poder Judiciário poderá fazer o controle prévio
desde que provocado por algum membro da Casa, normalmente através de mandado de segurança.
 Ex: Comissão de Constituição e Justiça dá um parecer negativo, acarretando o arquivo do projeto de lei; Chefe do Poder Executivo veta o
projeto de lei, por ser inconstitucional (veto jurídico).
 
Controle repressivo ou posterior: É aquele exercido após a formação, isto é, após existência do ato no mundo jurídico. Ex: Controle pelo
judiciário da lei que entrou no mundo jurídico.
Classicamente feito pelo Poder Judiciário, mas com a CF/88, o controle posterior também pode ser feito pelo Poder Legislativo. Ex: Cabe ao
Congresso  Nacional  sustar  os  atos  normativos  do  Poder  Executivo  que  exorbitem  o  poder  regulamentar  ou  dos  limites  de  delegação
legislativa (art. 49, V da CF).
 
4.1. Poder Judiciário no controle preventivo:
A  ingerência do Poder  judiciário no controle preventivo não  representa uma violação do Princípio da separação dos poderes, pois  o
Supremo Tribunal Federal tem a função precípua de guardar a Constituição e, portanto, assim que violada a regra constitucional,  irá
intervir e paralisar o processo de formação. Ex: Membros do poder legislativo provocam o Poder Judiciário para paralisar uma emenda
constitucional que fosse tendente a abolir os bens protegidos pela cláusula pétrea.
 
 Entretanto, se o Supremo Tribunal Federal fizesse um controle do regimento interno da Câmara dos Deputados, haveria violação do
Princípio da Separação dos Poderes, pois tal matéria é interna corporis.
 
No plano abstrato, o Juiz de Direito pode  fazer controle preventivo, mas não pode  fazer controle  repressivo. Ex: Um Juiz de Direito
poderia paralisar o processo de formação de uma lei municipal.
 
4.2. Poder Legislativo no controle posterior ou repressivo:
 
­         Poder legislativo pode fazer o controle repressivo do regulamento que importar em abuso regulamentar: O regulamento expedido pelo
Poder Executivo existe para garantir a fiel execução da lei, assim se violá­la, caracterizará abuso do poder regulamentar e o regulamento
será inconstitucional, pela quebra da relação vertical de compatibilidade.
 
09/02/15 Controle de constitucionalidade
www.webjur.com.br/doutrina/Direito_Constitucional/Controle_de_constitucionalidade.htm 2/15
O Congresso Nacional,  verificando que o  regulamento viola  lei,  tem o poder de suspender eficácia do mesmo através de um decreto
legislativo (art. 49, V da CF).
 
­         Poder Legislativo pode fazer um controle repressivo da lei delegada que exorbitar os limites da delegação legislativa: Se o Presidente da
República  exorbitar  os  limites  da  delegação  legislativa,  o  Congresso  Nacional  poderá  sustar  o  ato  normativo  por  meio  de  decreto
legislativo (art. 49, V da CF).
 
4.3.  Sistema de controle posterior ou repressivo no direito comparado:
 
­         Controle judicial ou jurisdicional: É aquele realizado por órgão integrante do Poder Judiciário. Como regra geral, é adotado pelo Brasil.
Este controle também é denominado de controle repressivo típico.
 
­                 Controle  político:  É  aquele  realizado  por  um  órgão  que  não  integra  a  estrutura  de  nenhum  dos  três  poderes.  Estes  indicam  três,
totalizando nove membros. O controle normalmente é realizado pelas Cortes ou Tribunais Constitucionais. Adotado na França e na Itália.
 
­         Controle misto: É aquele que mistura o controle judicial e político. Adotado pela Suíça.
 
5.  Métodos de controle jurisdicional de constitucionalidade no direito comparado:
 
­         Método concentrado, reservado ou austríaco: Um único órgão pode fazer o controle.
 
­         Método aberto, difuso, ou norte­americano: Todo e qualquer órgão do Poder Judiciário de qualquer grau de jurisdição pode fazer controle
de constitucionalidade.
 
­         Método misto: Abrange os dois controles jurisdicionais de constitucionalidade, tanto o concentrado como o difuso. É o sistema brasileiro.
 
6.  Vias de controle jurisdicional de constitucionalidade:
Caminhos que o ordenamento jurídico prevê para se combater a inconstitucionalidade das normas.
 
­         Via de exceção ou defesa:
 
Adota  o  controle  difuso,  aberto  ou  norte­americano:  Qualquer  Juiz  ou  Tribunal,  diante  da  questão  prejudicial  (argüição  de
inconstitucionalidade incidental), pode fazer controle de constitucionalidade.
O controle é incidental: O objeto do pedido não é a declaração da inconstitucionalidade, mas esta questão prejudicial está ligada à
causa de pedir.  A forma que o Juiz decidir a prejudicial decidirá o mérito.
O controle é concreto: Ocorre dentro de um caso concreto e, por isso, os efeitos são entre as partes.
O processo é subjetivo: Há um conflito entre as partes (pretensões e resistências contrapostas) e envolve questão constitucional.
Os efeitos da decisão são “inter partes” e “ex tunc” (retroagem).
 
­         Via de ação:
 
Adota o método concentrado: Só o Supremo Tribunal Federal pode fazer o controle de constitucionalidade.
O controle não é incidental: O objeto do pedido é a questão constitucional.
O controle é abstrato: Não ocorre dentro de um caso concreto, faz­se o controle de lei em tese, para assegurar a supremacia da
Constituição.
O processo é objetivo: Não há lide. Visa objetivamente assegurar asupremacia da Constituição.
Os efeitos da decisão são “erga omnes”,  “ex  tunc”  (retroagem) e vinculantes: A decisão que reconhece a  inconstitucionalidade é
declaratória (torna disposição contrária nula desde que nasceu).
 
“As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal nas ações diretas de  inconstitucionalidade e  nas  ações
declaratórias de  constitucionalidade, produzirão eficácia  contra  todos  e  efeito  vinculante,  relativamente  aos  demais  órgãos  do Poder
judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal” (art. 102, §2º da CF).
 
Via de exceção ou defesa Via de ação
Método difuso ou aberto Método concentrado
Controle incidental Controle principal
Controle concreto Controle abstrato
Processo subjetivo Processo objetivo
Eficácia da decisão “inter partes” e “ex tunc” “Erga omnes” e “ex tunc”
 
7.  Declaração de inconstitucionalidade pelo Tribunal:
 
­                 Por maioria absoluta: O Tribunal,  seja na via de ação ou de exceção, declara a  inconstitucionalidade por maioria  absoluta dos  seus
membros ou do respectivo órgão especial (art. 97 da CF).
 
­         Através do Tribunal Pleno ou Órgão Especial: Segundo o Princípio da reserva de Plenário, o Tribunal declara a  inconstitucionalidade
através do Plenário ou Tribunal Pleno (reunião de todos membros daquele tribunal). Entretanto, nos tribunais com número superior a 25
julgadores, poderá ser  constituído órgão especial  com o mínimo de 11 e o máximo de 25 membros,  para  o  exercício  das  atribuições
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www.webjur.com.br/doutrina/Direito_Constitucional/Controle_de_constitucionalidade.htm 3/15
administrativas e  jurisdicionais delegadas da competência do  tribunal pleno, provendo­se metade das vagas por antiguidade e  a  outra
metade por eleição pelo tribunal pleno (art. 93, XI da CF). O órgão especial faz às vezes do Plenário.
órgãos de segundo grau dos Juizados especiais não estão sujeitos a cláusula de reserva de plenário.
 
 
Via de exceção ou defesa: Controle difuso
 
1.  Características gerais:
 
­         Competência: Qualquer órgão do Poder Judiciário (Juiz ou Tribunal), pois trata­se de controle difuso.
 
­         Objeto: Qualquer ato normativo, seja municipal, estadual, distrital ou federal. Na via de ação, só pode recair sobre ato normativo federal e
estadual.
 
­         Legitimados: Qualquer pessoa que tenha um direito seu lesado (Sujeito passivo ou sujeito ativo) e até mesmo pelo próprio Juiz de ofício,
pois envolve matéria de ordem pública (a forma que o Juiz decidir a prejudicial decidirá o mérito).
 
­         Efeito da sentença: “inter partes” e “ex tunc”.
 
2.  Exemplo de procedimento no controle difuso:
“A”, “B” e “C” constituíram relações jurídicas pela lei “X”.
 
­         “A”, em face da inadimplência de B, vai ao Poder Judiciário compeli­lo a cumprir obrigação e mais perdas e danos, com fundamento na
Lei “X”.
 
­         “B”, na sua contestação, faz uma argüição incidental de inconstitucionalidade da lei “X”. O Juiz antes de discutir o mérito terá que verificar
se a lei “X” é inconstitucional, pois a forma que decidir a prejudicial decidirá o mérito.
 
­         Juiz declara a lei como constitucional e, portanto, a ação como procedente. 
 
­         “B” apela para o Tribunal e este submete a questão a Câmara. ­ “Argüida a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público,
o relator, ouvido o Ministério Público, submeterá a questão à turma ou câmara, a que tomar o conhecimento do processo” (art. 480 do
CPC).
 
“Se a alegação for rejeitada prosseguirá o julgamento, se for acolhida será  lavrado o acórdão, a  fim de ser submetida a questão ao Tribunal
pleno”  (art.  481  do  CPC).  Se  o  entendimento  dos  Desembargadores  da  Câmara  for  pela  constitucionalidade,  podem  declará­la  sem
necessidade  de  instaurar  incidente  de  inconstitucionalidade,  pois  o  princípio  de  reserva  de  Plenário  é  restrito  à  declaração  de
inconstitucionalidade. Mas  se  o  entendimento  for  pela  inconstitucionalidade,  não  podem  declará­la  antes  de  ser  instaurado  um  incidente  de
inconstitucionalidade. Lavra­se o 1º acórdão de encaminhamento ao Pleno ou Órgão Especial (princípio da reserva de plenário), transferindo a
competência  da  questão  prejudicial  ao  Pleno  ou  Órgão  Especial  (Cisão  da  competência).  Decidido  pela  inconstitucionalidade  por  maioria
absoluta, lavra­se o 2º acórdão e volta ao órgão fracionário de origem para que complete o julgamento aplicando a decisão do Pleno. A Câmara
dá provimento à apelação e lavra­se o 3º acórdão.
 
“Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a argüição de inconstitucionalidade, quando  já houver
pronunciamento  destes  ou  do  plenário  do  Supremo  Tribunal  Federal  sobre  a  questão”  (art.  481,  parágrafo  único  do  CPC).  Os  órgãos
fracionários dos Tribunais não submeterão ao Plenário a argüição de inconstitucionalidade de processos de mesma tese jurídica, caso já exista
decisão do Plenário sobre  tal matéria. Assim, a Câmara declarará a  inconstitucionalidade se reportando a decisão da  tese  jurídica  já  tomada
pelo Pleno. Até mesmo o Juízo monocrático pode se reportar à decisão tomada pelo Supremo e declarar a inconstitucionalidade.
 
­         “A” recorre do 3º acórdão, interpondo recurso extraordinário no Supremo Tribunal Federal (art. 102, III, “a”, “b” e “c” da CF). O recurso
extraordinário é distribuído à 1a turma.
 
“A decisão que enseja a interposição de recurso ordinário ou extraordinário não é a do plenário que resolve o incidente de  inconstitucionalidade,
mas  a  do  órgão  (Câmara,  Grupo  ou  Turmas)  que  completa  o  julgamento  do  feito”  (súmula  513  do  STF).    Se  os  ministros  da  1a  turma
entenderem  pela  constitucionalidade,  poderão  declará­la  sem  instaurar  incidente  de  inconstitucionalidade.  Mas  se  entenderem  pela
inconstitucionalidade,  não  poderão  declará­la  antes  de  instaurar  incidente  de  inconstitucionalidade,  em  que  o  Pleno  decidirá  pela  maioria
absoluta. Decididos  pela  inconstitucionalidade,  volta  ao  órgão  fracionário  para  que  complete  o  julgamento  aplicando  a  decisão  do  pleno.   O
recurso extraordinário foi conhecido, mas não provido.
 
O efeito da decisão é “ex tunc” e “inter parte”, ou seja, gera efeitos apenas entre A e B, não gerando nenhum efeito em relação a C.
 
3.  Matéria afetada ao Pleno:
Segundo o regimento interno do Supremo Tribunal Federal, quando entra o 1º caso e é de matéria relevante, a  turma não decide nem pela
inconstitucionalidade e nem pela constitucionalidade, afeta o processo para o pleno, pois seria precipitado julgar pela constitucionalidade quando
o Tribunal todo votaria pela inconstitucionalidade.
 
Ao ser afetada, devolve­se a competência ao Pleno (ele decidirá tanto a questão prejudicial como o próprio recurso) e neste  instante, caberia
intervenção de 3º pelos legitimados na via de ação.
 
­         Legitimados a intervenção:
09/02/15 Controle de constitucionalidade
www.webjur.com.br/doutrina/Direito_Constitucional/Controle_de_constitucionalidade.htm 4/15
 
Ministério Público e as pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela edição do ato questionado: “Ministério Público e as pessoas
jurídicas de direito público responsáveis pela edição do ato questionado, se assim o requererem, poderão se manifestar no incidente de
inconstitucionalidade, observado os prazos e as condições fixadas no Regimento Interno do Tribunal” (art. 482, §1º do CPC).
 
Legitimados universais e os especiais que demonstrem pertinência temática: “Os titulares do direito de propositura referidos no art. 103
da Constituição poderão manifestar­se, por escrito, sobre a questão constitucional objeto deapreciação pelo órgão especial ou Pleno do
Tribunal,  no  prazo  definido  em  Regimento,  sendo­lhes  assegurado  o  direito  de  apresentar  memoriais  ou  de  pedir  a  juntada  de
documentos” (art. 482, §2º da CF).
 
“Amicus Curiae”  (amigo  da  Corte):  outros  legitimados  que  não  os  da  ADIN  poderão  intervir  desde  que  tenham  representatividade
adequada nas ações que produzem efeitos coletivos e haja relevância. Ex: CUT.
 
“O relator, considerando a relevância da matéria e a  representatividade dos postulantes, poderá admitir, por despacho  irrecorrível, a
manifestação de outros órgãos ou entidades” (art. 482, §3º da CF). O relator pode autorizar ou não a intervenção do “amicus curiae”,
pois não é um direito processual.
 
O Procurador Geral da República será ouvido em todos os processos que envolvam constitucionalidade.
 
­         Efeito da decisão: Nada obstante tudo o que aconteceu, os efeitos da decisão continuam “ex tunc” e “inter parte”, pois o legislador, ao
permitir a intervenção, quis enriquecer o debate universal e assim facilitar o trabalho de julgamento do Supremo Tribunal Federal.
 
Há  uma  proposta  de  alteração  da  Constituição  e  da  lei  no  sentido  de  que  embora  a  decisão  seja  proferida  no  processo  concreto,  com  a
intervenção dos legitimados tal decisão poderia produzir efeitos para outras pessoas.
 
 
4.  Extensão subjetiva dos efeitos da decisão:
O  Presidente  do  Supremo  Tribunal  Federal  pode  estender  os  efeitos  daquela  decisão  a  outra  pessoa  através  de  um  oficio  ao  Senado,
afirmando que declarou a  inconstitucionalidade da  lei  (artigo 178 do Regimento  Interno do STF). A comunicação sempre é  feita ao Senado,
mesmo que fosse declarada a inconstitucionalidade de uma lei municipal frente à Constituição Federal
 
O  Presidente  do  Senado  coloca  a  matéria  em  deliberação  e,  se  forem  pela  manutenção  da  inconstitucionalidade,  expedirão  resolução,
suspendendo  arbitrariamente  os  efeitos  da  lei  declarada  inconstitucional.    Não  revogam  a  lei,  apenas  suspendem  os  seus  efeitos  (a  lei
permanece vigente, mas não é eficaz).
 
“Compete privativamente ao Senado Federal: suspender a execução no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva
do Supremo Tribunal Federal” (art. 52, X da CF). O Senado Federal só pode suspender a execução da mesma forma que o Supremo tenha
decidido. Se julgou parcialmente inconstitucional, suspende em parte, se julgou totalmente inconstitucional, suspende no todo. Há quem afirme
que não precisa ser na mesma extensão.
 
Segundo o Supremo Tribunal Federal, a edição da resolução pelo Senado não é vinculada, mas sim discricionária, pois o ato de legislar envolve
juízo discricionário (juízo político de conveniência e oportunidade do legislador). Portanto, o Senado pode não vir a expedir a resolução e não há
como obrigá­lo.
 
A resolução produz efeitos “erga omnes” e “ex nunc” a partir do momento em que for publicada na Imprensa Oficial. Assim, não retroage, mas
atinge as relações constituendas (em vias de se constituir).
 
Na via de ação, não é feita a comunicação ao Senado, pois a decisão do Supremo já produz efeitos erga omnes. Na via de exceção, a decisão
produz efeitos inter partes, mas pode vir a produzir efeitos erga omnes se o Senado assim determinar após comunicação do Supremo.
 
 
Via de ação direta: Controle concentrado
 
1.  Quatro situações:
 
­         ADIN genérica (Ação Direta de Inconstitucionalidade)
 
­         ADECON (Ação Direta de Constitucionalidade)
 
­         ADIN interventiva
 
­         Argüição de descumprimento de preceito fundamental
 
­         ADIN por omissão
 
 
ADIN genérica (Ação Direta de Inconstitucionalidade)
 
1.  Competência:
09/02/15 Controle de constitucionalidade
www.webjur.com.br/doutrina/Direito_Constitucional/Controle_de_constitucionalidade.htm 5/15
A competência é originária do Supremo Tribunal Federal,  pois estamos num controle concentrado  (art.  102,  I,  “a” da CF). A ADIN  tem por
objetivo retirar do ordenamento jurídico a norma submetida ao controle direto de constitucionalidade.
 
2.  Objeto:
A Ação Direta de Inconstitucionalidade tem por objeto a lei ou ato normativo federal ou estadual.
 
Segundo o Supremo Tribunal Federal, somente as normas federais ou estaduais com abstração, generalidade e normatividade que poderão
ser objeto de ADIN, estando de fora aquelas que produzem efeitos concretos. Estas serão discutidas em controle difuso.
 
­         Podem ser objeto de ADIN:
 
Todas as espécies normativas do artigo 59 da Constituição Federal,  isto é, emendas à constituição,  leis complementares,  leis
ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções.
 
Se as medidas provisórias forem convertidas em lei, ou perderem a sua eficácia, a ADIN será prejudicada pela perda do objeto.
 
Tratados Internacionais  incorporados no ordenamento  jurídico: Os tratados  internacionais são celebrados pelo Presidente da
República.  Contudo,  para  serem  incorporados  ao  ordenamento  jurídico  nacional,  dependem  de  referendo  do  Congresso
Nacional, via decreto­legislativo aprovado por maioria simples e promulgado pelo presidente do Senado (art. 49, I, da CF), e,
por fim, de promulgação e publicação por decreto do Presidente da República (é o decreto presidencial que dá força executiva
ao tratado).
 
Para a maioria da doutrina, o tratado internacional incorporado no ordenamento jurídico tem força de lei ordinária.
 
Entretanto, é relevante lembrar que os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em
cada  Casa  do  Congresso  Nacional,  em  dois  turnos,  por  3/5  dos  votos  dos  respectivos  membros,  serão  equivalentes  ás
emendas constitucionais (art. 5º, §3º da CF).
 
O regimento interno do Tribunal: pode ser objeto de ADIN, pois são normas estaduais, genéricas, abstratas e autônomas.
 
Resoluções do Conselho Internacional de Preços (resoluções administrativas que incidam sobre atos de caráter normativo).
 
Resoluções  administrativas  dos  Tribunais,  inclusive  dos  Tribunais  Regionais  do  Trabalho,  salvo  as  convenções  coletivas  de
Trabalho.
 
Lei  distrital: O Distrito  Federal  acumula  a  competência  dos  Estados  e Municípios,  assim  se  tratar  de  matéria  estadual  será
objeto de ADIN, mas se tratar de matéria municipal, não será objeto de ADIN.
 
­         Não podem ser objeto de ADIN:
 
Súmulas  de  jurisprudência:  Não  cabe  ADIN  para  sumulas,  pois  não  possuem  o  grau  de  normatividade  qualificada
(obrigatoriedade).
 
Regulamentos de execução ou decreto (ato normativo do Executivo): Não podem ser objeto de ADIN, pois não têm autonomia.
Trata­se de questão de legalidade e não de constitucionalidade.
 
Entretanto, o regulamento ou decreto autônomo será objeto de ADIN, podendo, até mesmo, ser objeto de controle repressivo
no Poder Legislativo, quando importar em abuso de poder regulamentar.
 
Norma decorrente de poder constituinte originário: Não cabe ADIN para norma decorrente de poder constituinte originário.
 
Lei municipal: Não cabe ADIN para lei municipal, pois a Constituição Federal só previu para federal e estadual. Este silêncio em
estabelecer controle concentrado de lei municipal é denominado de silêncio eloqüente.
 
Entretanto, é importante lembrar que cabe argüição de descumprimento de preceito fundamental de lei municipal confrontada
perante a Constituição Federal.
 
Lei distrital: O Distrito Federal acumula a competência dos Estados e Municípios, assim se tratar de matéria municipal não será
objeto de ADIN, mas se, tratar de matéria estadual será objeto de ADIN. Ex: lei distrital tributária tratava na 1a parte de ICMS e
na segunda de ISS, só a 1a parte é objeto de ADIN.
 
3.  Ato anterior à Constituição:O  ato  anterior  à  Constituição  não  pode  ser  objeto  de  controle  de  constitucionalidade.  O  vício  de  inconstitucionalidade  é  congênito,  assim  o
problema  em  face  da  nova  passa  a  ser  um  problema  de  recepção  ou  revogação.  Assim,  não  se  pode  falar  em  inconstitucionalidade
superveniente.
 
Não podemos esquecer que, na argüição de preceito fundamental, é possível o controle de atos normativos anteriores à Constituição.
 
09/02/15 Controle de constitucionalidade
www.webjur.com.br/doutrina/Direito_Constitucional/Controle_de_constitucionalidade.htm 6/15
4.  Legitimidade:
A  legitimidade para propositura da ADIN é constitucional,  assim como na ação popular e, portanto, a  legislação  infraconstitucional não  pode
restringir e nem ampliá­la.
 
 Conforme jurisprudência, há legitimados universais e especiais que, além de suas atribuições próprias, têm atribuições comuns como a de zelar
pela supremacia da Constituição, acionando, se for o caso, o Judiciário com tal finalidade.
 
4.1. Legitimados universais ou neutros:
Os  legitimados universais podem  impugnar qualquer  ato  impugnável  independentemente  de  sua matéria. Não  precisam demonstrar
pertinência temática.
 
­         Presidente da República (art. 103, I da CF).
 
­         Mesa do Senado Federal: órgão diretivo (art. 103, II da CF).
 
­         Mesa da Câmara dos Deputados: órgão diretivo (art. 103, III da CF).
 
­         Procurador­Geral da República (art. 103, VI da CF).
 
­         Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (art. 103, VII da CF).
 
­                 Partido  Político  com  representação  no Congresso Nacional  (art.  103,  VIII  da  CF):  basta  que  o  Partido  Político  tenha  um
parlamentar no Congresso Nacional para ter representação. Se o parlamentar mudar de Partido a ADIN será extinta.
 
4.2  Legitimados especiais ou interessados ou temáticos:
Os  legitimados especiais só podem  impugnar determinados atos,  isto é, aqueles que  tenham pertinência  temática com os  interesses
específicos dos legitimados. Mesmo com a necessidade de pertinência  temática, o processo continua tendo cunho objetivo,  tendo por
finalidade assegurar a Constituição.
 
­         Governador do Estado ou do Distrito Federal (art. 103, V da CF): Para que o Governador tenha pertinência temática, basta que
o ato normativo esteja prejudicando o seu Estado, pouco importando quem expediu o ato normativo.
 
­         Mesa da Assembléia Legislativa ou Câmara Legislativa do Distrito Federal (art. 103, IV da CF).
 
­                 Confederação  Sindical  (art.  103,  IX  da  CF):  A  Federação  é  resultante  da  reunião  de  pelo  menos  cinco  Sindicatos,  já  a
Confederação é resultante da  reunião de  três Federações  (art. 533 da CLT). Tanto a Federação como a Confederação  são
chamadas de Associações de grau superior. A Confederação é a de maior grau e a única legitimada.
As centrais sindicais, como CUT, CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores), Força Sindical não podem ingressar com ADIN,
pois não são Confederações Sindicais.
 
­         Entidade de classe de âmbito nacional (art. 103, IX da CF): A entidade de classe precisa ter base social e ser de âmbito nacional
(representatividade adequada). Exige­se que haja filiados em nove unidades da federação.
Ex: A Associação Paulista do Ministério Público não pode propor ADIN, pois não é de âmbito nacional.
 
5.  Procedimento da ADIN:
 
­         Proposição da inicial da ADIN por um dos legitimados: A petição inicial indicará o dispositivo de lei ou do ato normativo impugnado e os
fundamentos jurídicos do pedido, bem como o pedido e suas especificações (art. 3º, I e II da Lei 9868/99).
A petição inicial, quando subscrita por advogado, deverá vir acompanhada de instrumento de procuração e será apresentada em 2 vias,
devendo conter cópias  da  lei  ou  do  ato  normativo  impugnado e  dos  documentos  necessários  para  comprovar  a  impugnação  (art.  3º,
parágrafo único da Lei 9868/99).
Assim que proposta a ação, o requerente não poderá desistir ou fazer acordo, pois vigora o princípio da indisponibilidade da instância e o
processo não é subjetivo (art 5º da Lei 9868/99).
O Relator poderá indeferir liminarmente a inicial inepta, não fundamentada e a manifestamente improcedente (art. 4º da Lei 9868/99). Da
decisão que indefere a petição inicial, cabe agravo de instrumento (art. 4º, parágrafo único da Lei 9868/99).
 
­         O Relator pedirá informações aos órgãos ou autoridades das quais emanou a lei ou ato normativo impugnado (art 6º da Lei 9868/99).
Tais informações devem ser prestadas no prazo de 30 dias, contados do recebimento do pedido (art 6º, parágrafo único da Lei 9868/99).
 
­         Decorrido o prazo das informações, serão ouvidos, sucessivamente, o Advogado­Geral da União e o Procurador­Geral da República, que
deverão se manifestar, cada qual no prazo de 15 dias (art. 8º da Lei 9868/99).
 
Intervenção  do  Advogado­Geral  da  União  é  vinculada:  Se  fosse  um  processo  subjetivo,  a  intervenção  seria  para  garantir
contraditório, mas aqui é para demonstrar que não afronta a Constituição.
O Advogado­Geral da União é citado para defender o ato como constitucional.  “Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a
inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado­Geral da União, que defenderá o
09/02/15 Controle de constitucionalidade
www.webjur.com.br/doutrina/Direito_Constitucional/Controle_de_constitucionalidade.htm 7/15
ato ou texto impugnado” (art. 103, §3º da CF).
 
Intervenção do Procurador­Geral da República como custos legis quando não for o requerente. 
“O Procurador­Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de  inconstitucionalidade e em todos os processo de
competência do Supremo Tribunal Federal” (art. 103, §1º da CF).
 
­         Vencidos os prazos, o Relator lançará o relatório, com cópia a todos os Ministros e pedirá dia para julgamento (art. 9º da Lei 9868/99).
 
Perícia na ADIN: “Em caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou circunstância de fato ou de notória  insuficiência das
informações existentes nos autos, poderá o relator requisitar  informações adicionais, designar perito ou comissão de peritos para
que  emita  parecer  sobre  questão,  ou  fixar  data  para,  em  audiência  pública,  ouvir  depoimentos  de  pessoas  com  experiência  e
autoridade na matéria” (art. 9º, §1º da Lei 9868/99).
 
“O Relator poderá, ainda, solicitar informações aos Tribunais Superiores, aos Tribunais federais e aos Tribunais estaduais acerca
da aplicação da norma impugnada no âmbito de sua jurisdição” (art. 9º, §2º da Lei 9868/99).
 
“As informações, perícias e audiências a que se referem os parágrafos anteriores serão realizadas no prazo de 30 dias, contados da
solicitação do Relator” (art. 9º, §3º da Lei 9868/99).
 
­         A declaração de inconstitucionalidade será proferida pelo voto da maioria absoluta dos membros do STF (Pleno), desde que presente o
quórum de instalação da sessão de julgamento, que é de oito ministros (art. 22 da Lei 9868/99). Assim, declara o ato como nulo (aquele
que não produz efeitos válidos e, portanto, não pode ser convalidado).
“Julgada a ação, far­se­á a comunicação à autoridade ou ao órgão responsável pela expedição do ato” (art. 25 da Lei 9868/99).
“A decisão que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo em ação direta ou em ação declaratória é
irrecorrível, ressalvada a interposição de embargos de declaração, não podendo, igualmente, ser objeto de ação rescisória” (art. 26 da
Lei 9868/99).
 
6.  Efeitos da decisão:
O Supremo declara a inconstitucionalidade, produzindo efeitos “erga omnes”, “ex tunc” e vinculante através da maioria absoluta do Pleno.
 
“As decisões definitivas de mérito proferidas peloSupremo Tribunal Federal nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias
de  constitucionalidade  produzirão  eficácia  contra  todos  e  efeito  vinculante,  relativamente  aos  demais  órgãos  do  Poder  Judiciário  e  à
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal” (art. 102, §2º da CF).
 
7.  Possibilidade de intervenção de terceiros:
O artigo 7º da lei 9868/99 não admite intervenção de 3º na ação direta. O §1º deste mesmo artigo admitia a intervenção de outros  legitimados,
mas  foi vetado. O §2º deste artigo e o artigo 482, §3º do Código de Processo Civil admitem e o cabimento é  tão amplo que abrange até  o
“amicus curiae”.
 
O Supremo considerou o veto como inócuo e fazendo uma interpretação sistemática da lei decidiu que cabe intervenção de terceiros na ADIN e
os efeitos continuam erga omnes, pois são concedidas em via de controle abstrato.
 
8.  Medida cautelar:
 
­         Competência: Originária do Supremo Tribunal Federal (art. 102, I, “p” da CF).
 
­         Legitimidade: Os mesmos legitimados da ADIN. 
A  medida  cautelar  sempre  será  incidental,  nunca  preparatória.  Na  inicial,  destina­se  um  capítulo  à  medida  cautelar  com  seus
fundamentos  “fumus  boni  iuris”  (demonstração  da  viabilidade  jurídica  da  tese)  e  “periculum  in  mora”  (demonstração  de  que  a
inconstitucionalidade pode gerar conseqüências graves).
 
­         Concessão da medida:
 
 Regra: A medida  cautelar  será  concedida,  após audiência do  requerido,  através de maioria  absoluta  do Plenário,  observado o
quórum de instalação (presença de 8 ministros), e gerará a suspensão da eficácia da lei ou ato normativo impugnado.
“Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta será concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do
Tribunal,  observado o  disposto  no  art.  22,  após  a  audiência  dos  órgãos  ou  autoridades  que  emanaram  a  lei  ou  ato  normativo
impugnado, que deverão pronunciar­se no prazo de 5 dias”  (art. 10 da Lei 9868/99). – No período de  recesso o Presidente do
Supremo pode conceder a liminar monocraticamente, mas depois será submetida ao Plenário.
O Procurador­Geral da República e o Advogado­Geral da União também podem ser ouvidos no prazo de 3 dias, se o relator julgar
indispensável (art. 10, §1º da Lei 9868/99).
“No  julgamento do pedido de medida cautelar, será  facultada sustentação oral aos  representantes  judiciais do  requerente e das
autoridades ou órgãos responsáveis pela expedição do ato, na forma estabelecida no Regimento do Tribunal” (art. 10, §2º da Lei
9868/99).
09/02/15 Controle de constitucionalidade
www.webjur.com.br/doutrina/Direito_Constitucional/Controle_de_constitucionalidade.htm 8/15
 
Exceção: A medida cautelar será concedida sem audiência do requerido (“inaldita altera parte”) em caso de excepcional urgência e
gerará suspensão da eficácia da lei.
“Em caso de excepcional urgência o Tribunal poderá deferir a medida cautelar sem a audiência dos órgãos ou das autoridades das
quais emanou a lei ou ato normativo impugnado” (art. 10, §3º da Lei 9868/99).
 
­         Eficácia:
“A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos (erga omnes), será concedida, com efeito “ex nunc”, salvo se o Tribunal entender
que deva conceder­lhe eficácia retroativa” (art.11, §1º da Lei 9868/99).
 
Enquanto a decisão de concessão da cautelar  tem eficácia “erga omnes” e “ex nunc”, a decisão de mérito  tem eficácia “ex  tunc”,  ou
seja, vai retroceder àquele período que não tinha sido atingido pela cautelar.
 
9.  Súmula vinculante:
A súmula vinculante obriga os juízes das instâncias inferiores a seguirem as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) com relação a temas
específicos.
 
“O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação mediante decisão de 2/3 de seus membros, após reiteradas decisões sobre
matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos
do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou
cancelamento na forma estabelecida em lei” (art. 103A da CF).
 
“A súmula  terá por objetivo a validade, a  interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia  atual  entre
órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre
questão idêntica” (art. 103A, §1º da CF).
 
“Sem prejuízo do que vier a ser estabelecida em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que
podem propor ação direta de inconstitucionalidade” (art. 103A, §2º da CF).
 
“Do ato administrativo ou decisão  judicial que contrariar a  súmula aplicável ou que  indevidamente a aplicar,  caberá  reclamação ao Supremo
Tribunal Federal que, julgando­a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja
proferida com ou sem a aplicação da súmula conforme o caso” (art. 103 A §3º da CF).
 
 
Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADECON ou ADC)
 
1.  Introdução da ADC:
A 1a parte da alínea “a” do artigo 102 da Constituição foi fruto do poder constituinte originário e a 2a, que trata da ADC, foi fruto do poder de
reforma (EC 3/93). Uma norma constitucional pode ser  inconstitucional se for fruto de poder de reforma, mas de poder constituinte originário
nunca.
 
Ex:  A  LC  70/91  que  instituiu  o  COFINS  foi  objeto  de  controle  de  constitucionalidade  na  via  de  exceção  e  o  Judiciário  declarou  a
inconstitucionalidade.  O  Presidente  da  República  ajuizou  uma  Ação  Declaratória  de  Constitucionalidade  no  Supremo,  decidindo  este  pela
constitucionalidade da LC 70/91 e também da própria EC 3/93.
 
Mesmo  antes  da  regulamentação  da  Ação  Declaratória  de  Constitucionalidade  pela  lei  9868/99,  tal  mecanismo  pôde  ser  utilizado,  pois  o
Supremo o entendeu como de eficácia plena.
 
2.  Soluções do Supremo sobre a constitucionalidade da ADC:
 
­                 Contra a afirmação de que a ADC era desnecessária,  visto que as  leis  gozam de presunção de  validade até  que  seja  declarado o
contrário,  o  Supremo  decidiu  que  a  ADC  é  um  mecanismo  de  aperfeiçoamento  de  interesses,  pois  com  sua  decisão  evita­se  a
perpetuação das demandas.
 
­         Frente à afirmação de que a ADC transformaria o Supremo em órgão consultivo da correção de conduta dos demais poderes e que por
emenda constitucional não se pode dar mais poder ao Supremo, pois violaria o principio da separação dos poderes que é clausula pétrea,
o Supremo decidiu que quando julga esta exercendo sua atividade típica (diminuição de conflitos), não está sendo mero órgão consultivo
de correção de conduta.
 
­                 Em contraposição à afirmação de que a decisão da ADC  iria atingir  todos os processos que na 1a  instancia estão  submetidos a um
controle constitucionalidade, sem que aquelas pessoas pudessem ter garantido o princípio do contraditório no STF, o Supremo decidiu
que não há o que se falar em contraditório, pois estamos no controle abstrato processo objetivo e não há lide, mas ainda que o princípio
do contraditório devesse estar presente, já esta, pois estão presentes as teses contrárias.
 
­         Frente à afirmação de que o Juiz de 1a instância estaria obrigado a decidir como o Supremo decidiu e assim o princípio hierárquico iria
incidir  no  exercício  da  atividade  jurisdicional  típica,  sendo  ferido  o  principio  do  livre  convencimento,  o  Supremo  decidiu  que  não  há
ingerência do princípio hierárquico, pois quando decide na ADC que a lei é constitucional e incide sobre todos os processos, o Juiz não
esta obrigado a decidircomo o STF decidiu, pois  já está decidido,  tem efeito vinculante. O STF, quando decide a ADC, esta  também
decidindo a prejudicial em todos os processos. O Supremo é o juiz da prejudicial em todos os processos concretos.
 
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Se o Juiz quiser decidir contra a decisão do Supremo pela constitucionalidade caberá Reclamação (medida processual constitucional disciplinada
na lei 8038/90) para que a decisão seja cassada num prazo de 72 horas, pois assim preserva­se a competência do STF (art. 102, I, “l” da CF).
A reclamação garante a coercibilidade do efeito vinculante, isto é, garante a incidência da decisão do STF.
 
3.  Competência:
A competência é originária do Supremo Tribunal Federal, pois estamos num controle concentrado (art. 102, I, “a” da CF).
 
4.  Objeto:
A ação declaratória de constitucionalidade tem por objeto lei ou ato normativo federal. Desta forma, não há identidade entre os objetos da ADIN
e ADC, pois na ADIN há ainda a lei ou ato normativo estadual e na ADC apenas o federal.
 
5.  Legitimação constitucional (art. 103 da CF):
 
­         Presidente da República (art. 103, I da CF).
 
­         Mesa do Senado Federal (art. 103, II da CF).
 
­         Mesa da Câmara dos Deputados (art. 103, III da CF).
 
­         Mesa da Assembléia legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal (art. 103, IV da CF).
 
­         Governador do Estado ou do Distrito Federal (art. 103, V da CF).
 
­         Procurador­Geral da República (art. 103, VI da CF).
 
­         Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.  (art. 103, VII da CF).
 
­         Partido Político com representação no Congresso Nacional (art. 103, VIII da CF).
 
­         Confederação Sindical ou entidade de classe de âmbito nacional (art. 103, IX da CF).
 
Há identidade entre os legitimados universais da ADC e os da ADIN.
 
6.  Procedimento:
O procedimento é basicamente o mesmo da ADIN genérica, só que aqui o Advogado­Geral da União não será citado, visto que não há ato ou
texto impugnado.
 
Na ADC, é requisito obrigatório a demonstração de controvérsia relevante sobre a norma objeto da demanda (art. 14, III da Lei 9868/99).
 
A decisão da ADC, por maioria absoluta dos membros do STF,  também produz efeitos “erga omnes”, “ex tunc” e vinculante em  relação aos
demais órgãos do Poder Judiciário e Poder Executivo. Não produz efeito vinculante apenas em relação ao Poder legislativo.
 
Tendo em vista que quando o Supremo Tribunal Federal decide a Ação Direta de Constitucionalidade decide também a prejudicial em todos os
processos concretos, haverá diversidades processuais nos processos concretos:
 
­         Se o juiz não tinha decidido: Não decidirá mais, irá se reportar ao que o STF já decidiu, julgando a ação improcedente.
 
­         Se o  juiz  tinha decidido pela  inconstitucionalidade e transitou: O efeito vinculante não tem força capaz de rescindir automaticamente a
sentença transitada em julgado, mas pode servir de fundamento para ação rescisória e cabe liminar.
 
­         Se o  juiz  já  tinha decidido pela constitucionalidade, mas não  transitou. Houve recurso e a decisão do STF sobre a prejudicial  foi pela
constitucionalidade: O Tribunal confirma a decisão do Juiz, aplicando a decisão do STF no recurso da parte.
 
­                 Se o  juiz  tinha decidido pela  inconstitucionalidade, mas não  transitou. Houve  recurso e a decisão do STF sobre a prejudicial  foi pela
constitucionalidade: O Tribunal irá desfazer a decisão do juiz.
 
7.  Medida cautelar na ADC:
 
­         Competência: Supremo Tribunal Federal.
 
­         Legitimidade: Os mesmos legitimados. A medida cautelar sempre será incidental, nunca preparatória.
 
­         Concessão da medida: “O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de
medida cautelar na ação declaratória de constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes e os Tribunais suspendam o
julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objetivo da ação até seu julgamento definitivo” (art. 21 da
Lei 9868/99).
 
­         Eficácia: A decisão de concessão da cautelar tem eficácia “erga omnes” e vinculante, em razão do poder geral de cautela do STF.
 
 
ADIN e ADC
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1.  Caráter dúplice da ADIN e da ADC:
Proclamada  a  constitucionalidade,  julga­se  improcedente  a  ADIN  ou  procedente  a  ADC  e  proclamada  a  inconstitucionalidade,  julga­se
procedente a ADIN e  improcedente a ADC (art. 24 da Lei 9868/99). Pouco  importa se é ADIN ou ADC, o que é  relevante é o  resultado do
julgamento, que sempre será a declaração da constitucionalidade ou inconstitucionalidade.
 
“As decisões definitivas de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Federal nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias
de  constitucionalidade  produzirão  eficácia  contra  todos  e  efeito  vinculante,  relativamente  aos  demais  órgãos  do  Poder  Judiciário  e  à
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal” (art. 102, §2º da CF).
 
Tanto a declaração de constitucionalidade como a de inconstitucionalidade tem eficácia contra todos e efeito vinculante.
 
2.  Manipulação da eficácia na ADC e na ADIN (trazida da Constituição de Portugal baseada em
decisões na Alemanha):
 
­         Regra: O Supremo declara a inconstitucionalidade, produzindo efeitos “erga omnes” e “ex tunc”, através da maioria absoluta do Pleno.
Assim, declara o ato como nulo (aquele que não produz efeitos válidos e, portanto, não pode ser convalidado).
 
­         Exceção: “Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista as razões de segurança jurídica ou de excepcional
interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de 2/3 de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou
decidir  que  ela  só  tenha  eficácia  a  partir  de  seu  trânsito  em  julgado  ou  de  outro  momento  que  venha  a  ser  fixado”  (art.  27  da  Lei
9868/99).
 
O Supremo Tribunal Federal poderá declarar a inconstitucionalidade, mas manter alguns efeitos da decisão (reconhecer uma eficácia limitada),
em razão de interesse jurídico (segurança jurídica ou de excepcional interesse social), por meio de 2/3 dos seus membros. Assim, declara o ato
como nulo, mas nem tanto, não pronuncia a sua nulidade. Dissocia o juízo da inconstitucionalidade do juízo de nulidade.
 
O Supremo  Tribunal  Federal  poderá  restringir  os  efeitos  pessoais  da  declaração  e  declarar  que  ela  só  tenha  eficácia  temporal  a  partir  de
determinado momento, isto é, que os efeitos sejam “ex nunc”.
 
 Ex: Uma  lei criou, em determinado Estado, várias carreiras. Tal  lei padecia de vício de  iniciativa, pois não  foi proposta pelo Chefe do Poder
Executivo. Algumas pessoas prestaram concurso e estão trabalhando. Após 3 anos, o Governador ajuizou uma ADIN.  O STF afirmou que a lei
é  inconstitucional, mas  que  a  nulidade  só  irá  ocorrer  a  partir  de  agora,  preservando  os  atos  daqueles  funcionários,  por  razões  de  situação
jurídica. STF reconheceu a inconstitucionalidade, mas não proferiu sua nulidade.
 
 
ADIN interventiva
 
1.  Conceito de intervenção:
É  uma  medida  através  da  qual  quebra­se  excepcional  e  temporariamente  a  autonomia  de  determinado  ente  federativo,  nas  hipóteses
taxativamente previstas na Constituição Federal. Trata­se de mecanismo utilizado para assegurar a permanência do pacto federativo, ou seja,
para impedir a tentativa de secessão (princípio da indissociabilidade do pacto federativo).A  intervenção é uma exceção, pois em regra todos os entes  federativos são dotados de autonomia.  “A organização político­administrativa do
Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos da Constituição” (art. 18 da CF).
 
2.  Decretação da intervenção:
Cabe ao Presidente da República decretar e executar a  intervenção, após aprovação pelo Congresso Nacional  (art. 49,  IV e 84, X da CF).
Cabe ao Conselho da República e ao Conselho de Defesa Nacional opinar sobre a intervenção federal. (art. 90, I e 91, §1º, II da CF).
 
No caso da ADIN interventiva, a decretação também será pelo Presidente da República, mas dependerá de requisição do STF (art. 36, III da
CF).
 
3.  Pressupostos fáticos da intervenção:
Rol taxativo.
 
­         Para manter a integridade nacional (art. 34, I da CF).
 
­         Para repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra (art. 34, II da CF).
 
­         Para pôr termo a grave comprometimento da ordem pública (art. 34, III da CF).
 
­         Para garantir o livre exercício de qualquer dos poderes nas unidades da federação (art. 34, IV da CF).
 
­         Para reorganizar as funções da unidade da Federação que (art. 34, V da CF):
 
Suspender o pagamento da dívida fundada por mais de 2 anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
 
Deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei.
 
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­         Para prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial (art. 34, VI da CF).
 
­                 Para  assegurar  a  observância  dos  seguintes  princípios  constitucionais  (art.  34,  VII):  São  denominados  pela  doutrina  de  princípios
constitucionais sensíveis e são tão importantes que se desobedecidos pelo Estado­membro, podem dar ensejo à política mais grave que é
a intervenção federal.
 
Forma republicana, sistema representativo e regime democrático (art. 34, VII, “a” da CF).
 
Direitos da pessoa humana (art. 34, VII, “b” da CF).
 
Autonomia municipal (art. 34, VII, “c” da CF).
 
Prestação de contas da administração pública, direta e indireta. (art. 34, VII, “d” da CF)
 
Aplicação  do  mínimo  exigido  da  receita  resultante  de  impostos  estaduais,  compreendida  a  proveniente  de  transferência,  na
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde (art. 34, VII, “e” da CF).
 
4.  Ação Interventiva:
É um mecanismo de controle de constitucionalidade abstrato de ato normativo, assim como a ADIN e a ADC.  O controle de constitucionalidade
no Brasil começou por via de exceção, mas na via de ação começou com a ação interventiva.
 
­         Competência: Supremo Tribunal Federal por maioria absoluta. – Na ação interventiva estadual a competência do Tribunal de Justiça.
 
­         Objeto da ação interventiva:  lei ou ato normativo estadual (distrital  também) que viole princípios constitucionais sensíveis. Na ação
interventiva estadual, é objeto a lei municipal que desrespeitar os princípios indicados na Constituição Estadual.
Haverá ação interventiva quando os Estados ou Distrito federal editar qualquer ato normativo que contrarie os princípios constitucionais
sensíveis (intervenção normativa). Pode existir  intervenção  federal em razão da conduta administrativa de governo, mas esta não  tem
relação alguma com controle de constitucionalidade (intervenção política).
 
­                 Legitimidade:  Procurador­Geral  da República.  Só  o Procurador­Geral  da República  pode  propor  ação  interventiva  junto  ao  STF,
solicitando que este requisite ao Presidente a decretação da intervenção (art. 36, III da CF). Na Ação interventiva estadual, a legitimidade
ativa é do Procurador­Geral de Justiça.
O  Procurador­Geral  da  República  não  está  obrigado  e  nem  será  compelido  a  ajuizar  ação  perante  o  Supremo,  em  razão  da
independência funcional do Ministério Público.
 
­         Finalidade da ação interventiva é dupla:
 
Jurídica: Objetiva a declaração de inconstitucionalidade formal ou material de lei ou ato normativo estadual.
 
Política: Objetiva a decretação de intervenção federal no Estado­membro ou Distrito Federal.
 
­         Procedimento:
O  Presidente,  recebendo  a  requisição  do  STF,  independentemente  de  apreciação  do  Congresso  Nacional,  expede  decreto  de
intervenção, que limitar­se­á a suspender no mundo jurídico a execução do ato impugnado (art. 36, §3º da CF).
 
Somente se a intervenção normativa for inoperante passa­se à efetiva, o Presidente decretará a intervenção, executando­a através da
nomeação  de  interventor  e  afastando  as  autoridades  responsáveis  do  cargo.  Cessados  os motivos  da  intervenção,  as  autoridades
afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal (art. 36, §4º da CF).
 
O Supremo Tribunal Federal, quando declara a inconstitucionalidade em face de ADIN, não comunica ao Senado, pois a sua decisão
produz  por  si  só  efeitos  “erga  omnes”.  Já  na  interventiva,  a  suspensão  da  eficácia  do  ato  se  da  com  o  Decreto  do  Presidente  da
República e não com a decisão do STF.
 
Na Ação interventiva estadual, cabe ao Governador decretar a intervenção estadual.
 
 
Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF)
 
1.  Natureza jurídica da norma constitucional que prevê a argüição de descumprimento de preceito
fundamental:
“A argüição de descumprimento e preceito  fundamental, decorrentes desta Constituição,  será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal,  na
forma da lei” (art. 101, §1 da CF).
 
O Supremo Tribunal Federal a considerou como norma constitucional de eficácia jurídica limitada, assim enquanto não houvesse lei, a argüição
de descumprimento de preceito fundamental não poderia ser apreciada.
 
09/02/15 Controle de constitucionalidade
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2.  Conceito:
Assim como a ADIN e ADECON, é um mecanismo de controle abstrato previsto na Constituição.
 
3.  Características:
 
­         Competência: Originária do Supremo Tribunal Federal (art. 102, §1º da CF).
 
­         Legitimados: Os mesmo legitimados da ADIN genérica, ou seja, os legitimados universais e especiais (art. 2º, I da Lei 9.882/99).
 
­         Pólo passivo: Órgão responsável pela edição do ato.
 
­         Princípio da subsidiariedade: Só cabe ADPF se não houver outro meio processual eficaz para sanar essa lesividade (art. 4º, §1º da Lei
9882/99).
 
4.  Espécies:
 
­         Argüição autônoma: Tem por objetivo evitar (preventiva) ou reparar (repressiva)  lesão a preceito fundamental,  resultante de ato do
Poder Público (art. 1º da Lei 9882/99).
 
Descumprimento de preceito fundamental (objeto): A lei e a Constituição Federal não conceituaram o que vem a ser preceito
fundamental,  de  tal  sorte  que  o  conceito  continua  aberto  à  construção  doutrinaria  e  jurisprudencial  (tendência  restritiva).  A
doutrina menciona como exemplos a clausula pétrea e os princípios constitucionais sensíveis.
 
Ato  do Poder Público: Enquanto  na ADIN  e  na ADC  fala­se  em ato  normativo,  na ADPF  fala­se  apenas  em  ato,  podendo
assim, por exemplo, recair sobre decretos regulamentares.
 
Diferentemente da ADIN e da ADC, na ADPF pode existir um controle abstrato municipal.
 
­         Argüição por equiparação ou equivalência: O Legislador ordinário também considera como descumprimento de preceito fundamental
a controvérsia constitucional relevante sobre lei ou ato normativo, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição.
 
“Caberá também argüição de descumprimento de preceito fundamentalquando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre
lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores a Constituição” (art.1º, parágrafo único, I da lei 9.882/99).
 
Segundo  a  lei  9.882/99,  a  ADPF  pode  ser  utilizada  para  alcançar  direitos  pré­constitucionais.  Entretanto,  o  STF  ainda  não  decidiu  se  é
constitucional.
 
5.  Procedimento:
 
­                 Proposição da ADPF no Supremo Tribunal Federal por um dos  legitimados:  “A petição  inicial  deverá conter a  indicação do preceito
fundamental que se considera violado; a indicação do ato questionado; a prova da violação do preceito fundamental; o pedido, com suas
especificações e se for o caso, a comprovação da existência de controvérsia  judicial  relevante sobre aplicação do preceito  fundamental
que se considera violado” (art. 3º, I, II, III, IV e V da Lei 9882/99).
“A petição inicial, acompanhada de instrumento de mandato, se for o caso, será apresentada em 2 vias, devendo conter cópias do ato
questionado e dos documentos, necessários para comprovar a impugnação” (art. 3º, parágrafo único da Lei 9882/99).
“A  petição  inicial  será  indeferida  liminarmente,  pelo  relator,  quando  não  for  o  caso  de  argüição  de  descumprimento  de  preceito
fundamental,  faltar  algum  dos  requisitos  prescritos  nesta  lei  ou  for  inepta”  (art.  4º  da  Lei  9882/99).  Da  decisão  de  indeferimento  da
petição inicial cabe agravo, no prazo de 5 dias (art. 4º, §2º da Lei 9882).
 
­         STF, por decisão de maioria absoluta de seus membros, pode deferir pedido de liminar em ADPF (art. 5º da Lei 9882/99).
“Em  caso  de  extrema  urgência  ou  perigo  de  lesão  grave,  ou  ainda,  em período  de  recesso,  poderá  o  relator  conceder  a  liminar  ad
referendum do Tribunal Pleno” (art.5º, §1º da Lei 9882/99). 
“O  relator  poderá  ouvir  os  órgãos  ou  autoridades  responsáveis  pelo  ato  questionado,  bem  como  o  Advogado­Geral  da  União,  ou  o
Procurador­Geral da República, no prazo comum de 5 dias” (art.5º, §2º da Lei 9882/99).
“A  liminar poderá consistir na determinação de que  juízes e  tribunais suspendam o andamento do processo ou os efeitos de decisões
judiciais,  ou  de  qualquer  outra  medida  que  apresente  relação  com  a  matéria­objeto  de  argüição  de  descumprimento  de  preceito
fundamental, salvo de decorrente de coisa julgada” (art. 5º, §2º da Lei 9882/99).
 
­         Apreciado o pedido de liminar, o relator solicitará as informações às autoridades responsáveis pela prática do ato questionado, no prazo
de 10 dias (art. 6º da Lei 9882/99).
“Se entender  necessário,  poderá o  relator  ouvir  as  partes nos processo que ensejaram a  argüição,  requisitar  informações  adicionais,
designar perito ou  comissão de peritos para que emita parecer  sobre a questão,  ou ainda  fixar  data para declarações,  em audiência
pública, de pessoas com experiência e autoridade na matéria” (art. 6º, §1º da Lei 9882/99).
“Poderão ser autorizadas, a critério do relator, sustentação oral e juntada de memoriais, por requerimento dos interessados no processo”
09/02/15 Controle de constitucionalidade
www.webjur.com.br/doutrina/Direito_Constitucional/Controle_de_constitucionalidade.htm 13/15
(art. 6º, §2º da Lei 9882/99).
 
­         Decorrido o prazo das informações, o relator lançará o relatório, com cópia a todos os ministros e pedirá dia para julgamento (art. 7º da
Lei 9882/99).
“O  Ministério  Público,  nas  argüições  que  não  houver  formulado,  terá  vista  do  processo,  por  5  dias,  após  o  decurso  do  prazo  para
informações” (art. 7º, parágrafo único da Lei 9882/99).
 
­         STF decidirá por quórum de maioria absoluta se presentes pelo menos 2/3 (oito) dos Ministros (art. 8º da Lei 9882/99). – A decisão é
irrecorrível, não pode ser objeto de ação rescisória (art. 12 da Lei 9882/99).
A decisão tem efeitos “erga omnes”, “ex tunc” e vinculante. 
Também pode haver manipulação da eficácia. “Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, no processo de argüição de
descumprimento de preceito  fundamental, e  tendo em vista  razões de segurança  jurídica ou de excepcional  interesse social, poderá o
Supremo Tribunal Federal, por maioria de 2/3 dos seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha
eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou outro momento que venha a ser fixado” (art. 11 da Lei 9882/99).
 
ADIN por omissão
 
1.      Introdução:
A situação de  inconstitucionalidade não decorre somente de comportamento positivo do Poder Público, mas  também de um comportamento
negativo (de um não fazer), isto é, quando alguém deveria fazer alguma coisa e não fez, gerando a inoperância da norma constitucional.
 
Para sanar a omissão de determinados atos que acabam por impedir o exercício de direitos constitucionais há a ADIN por omissão (via de ação)
e o mandado de injunção. Estes mecanismos foram criados em razão da síndrome da inefetividade das normas constitucionais. O mandado de
injunção  é  um  mecanismo  de  defesa  de  direito  individual  (visa  suprir  uma  omissão  para  o  exercício  do  direito)  e  não  de  controle  de
constitucionalidade. Há quem entenda que é mecanismo de controle na via de exceção ou defesa.
 
2.      Conceito:
É um mecanismo de controle abstrato previsto na Constituição. (art. 103, §2º da CF): Teve como fonte a Constituição de Portugal.
 
­         Pressupostos: Existência de uma norma constitucional de eficácia limitada. (norma em que há direito previsto, mas que não pode ser
exercido pela falta da lei).
 
­         Finalidade: Introduzir no ordenamento jurídico uma lei para que possa ser exercido o direito previsto na Constituição.
 
3.      Ciência ao órgão omisso:
Declarada a  inconstitucionalidade por omissão da medida para tornar efetiva a norma constitucional, será dada ciência ao Poder  competente
para adoção das providencias necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê­lo em trinta dias (art. 103, §2º da CF).
 
­         Em se tratando de ato de natureza administrativa: A comunicação tem natureza mandamental. A autoridade competente deverá
fazê­lo em 30 dias, sob pena de crime de desobediência.
 
­         Em se tratando de falta legislativa: A comunicação tem natureza declaratória. O Poder competente não está obrigado a fazer a  lei,
pois o ato de legislar envolve conveniência e oportunidade.
 
4.      Procedimento:
O procedimento é basicamente o mesmo da ADIN, só que aqui o Advogado­Geral da União não será citado, visto que não há ato  ou  texto
impugnado a ser defendido e também não há possibilidade da concessão de medida liminar.
 
 
Interpretação conforme e a declaração parcial de inconstitucionalidade sem
redução de texto
 
1.  Eficácia:
Assim como a declaração de constitucionalidade e a de inconstitucionalidade na ADIN ou ADC, a interpretação conforme e a declaração parcial
de inconstitucionalidade sem redução de texto tem eficácia “erga omnes” e efeito vinculante (art. 28, parágrafo único da Lei 9868/99).
 
2.  Interpretação Conforme a Constituição:
É um mecanismo de controle de constitucionalidade.   Frente a normas polissêmicas,  aquelas que  comportam várias  interpretações,  deve­se
buscar  uma  interpretação  que  leve  a  um  juízo  de  compatibilidade  ente  o  ato  e  a  Constituição,  excluindo­se  todas  as  demais  (princípio  da
conservação das normas). Portanto, quando o sentido da norma é unívoco, não cabe interpretação conforme a Constituição.
 
O Supremo Tribunal Federal declara a norma constitucional (salva a norma) desde que interpretada de um único modo, ou seja, de acordo com
a  interpretação  conferida  pelo  Poder  Judiciário.  Assim,  indica  qual  seria  a  interpretação  conforme,  através  da  qual  não  se  configura  a
inconstitucionalidade.
 
09/02/15Controle de constitucionalidade
www.webjur.com.br/doutrina/Direito_Constitucional/Controle_de_constitucionalidade.htm 14/15
Ex: O artigo 90 da  lei 9099/95 determina que  “As disposições desta  lei não se aplicam aos processos penais cuja  instrução  já  tiver  iniciada”.
Entretanto,  esta  lei  possui  normas  de  conteúdo  penal  benéfico  e  segundo  o  artigo  5º,  LX  da Constituição,  deve  retroagir  para  beneficiar  o
acusado. O Conselho Federal da OAB ajuizou ADIN, alegando que uma lei ordinária não pode excluir a aplicação da norma penal benéfica. O
Supremo  interpretou  o  artigo  90  como  constitucional,  afirmando  que  as  disposições  da  lei  não  se  aplicam,  salvo  as  penais  benéficas,  aos
processos penais cuja instrução já tiver iniciada. Assim, exclui o sentido que impeça a aplicação das disposições penais benéficas.
 
Ex: O artigo 7º, §2º do EOAB determina que “o advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difamação ou desacato puníveis
qualquer manifestação de sua parte no exercício de sua atividade em juízo, ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB,
pelos  excessos  que  cometer”. O §3º  do mesmo artigo  determina  que  “O  advogado  somente  poderá  ser  preso  em  flagrante,  por motivo  de
exercício da profissão, em caso de crime inafiançável, observando o disposto no IV”.  “O Tribunal deferiu, ainda em parte, o pedido de medida
liminar para dar ao §3º do art. 7º, a  interpretação de que o dispositivo não abrange a hipótese de crime de desacato à autoridade  judiciária.
Assim, o Supremo considerou  o  §3º  como  constitucional, mas  com uma  ressalva  de  que  não  pode  ser  aplicado  à  autoridade  judiciária,  isto
significa que o advogado será preso quando desacatar o juiz, embora o crime de desacato seja afiançável.
 
3.  Declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto:
Com a declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução do texto, a norma nem parte dela será retirada do mundo jurídico, mas a sua
aplicação será limitada, não se permitindo que ela alcance situações em que, caso houvesse sua incidência, haveria inconstitucionalidade.
 
O Supremo Tribunal Federal declara a inconstitucionalidade apenas de alguns aspectos da norma, permanecendo o seu texto intacto, para que
possa incidir em outros casos. Faz­se expressa alusão pela inconstitucionalidade para determinada interpretação ou de determinada hipótese de
aplicação da norma.
 
Ex: Determinada lei institui um tributo, sujeito ao princípio da anterioridade, afirmando que terá exigência imediata. Tal lei é impugnada perante o
Supremo Tribunal Federal. Se o Supremo declarar a sua inconstitucionalidade total estará impedindo também a exigência do tributo no exercício
financeiro seguinte. Assim o Supremo declara a inconstitucionalidade apenas da exigência do tributo no mesmo exercício da publicação da  lei,
permanecendo o texto intacto para incidir o tributo a partir do primeiro dia do exercício seguinte.
 
 
 
Controle do Estado
 
1.  Controle na via de exceção ou defesa:
Cabe ao Tribunal de Justiça, após declarar a inconstitucionalidade, remeter essa declaração à Assembléia Legislativa para que esta suspenda a
execução da lei.
 
Diferentemente, no controle de constitucionalidade frente à Constituição Federal, cabe ao Senado suspender a execução no todo ou em parte,
de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal (art. 52, X da CF). Neste controle, a comunicação sempre é
feita ao Senado, mesmo que fosse declarada a inconstitucionalidade de uma lei municipal frente à Constituição Federal.
 
2.  Controle na via de ação:
O  art.  125,  §2º  da  Constituição  Federal  possibilitou  aos  Estados  disciplinarem  na  própria  Constituição  Estadual  uma  ação  de
inconstitucionalidade para combater  lei ou ato normativo estadual ou municipal que contrarie norma da Constituição Estadual.   Cada Estado
criará o seu sistema de controle de concentrado de constitucionalidade.
 
­         Competência: Tribunal de Justiça do Estado.
 
­         Objeto: Lei ou ato normativo estadual ou municipal que contrarie a Constituição Estadual. 
Uma  lei municipal não pode ser objeto de ADIN, mas pode ser objeto de controle de  constitucionalidade no Tribunal  de  Justiça,  já  a  lei
estadual pode ser objeto de controle tanto no Supremo Tribunal Federal (guardião da Constituição Federal) como no Tribunal de Justiça
(guardião da Constituição Estadual).
 
­         Legitimados: Cada Estado irá disciplinar os legitimados à propositura da ação de inconstitucionalidade de leis ou ato normativos estaduais
ou municipais.
 
Segundo o artigo 90 da CESP, são legitimados:
 
Legitimados Universais: Os  legitimados universais podem  impugnar qualquer ato  impugnável  independentemente  de  sua matéria.
Não precisam demonstrar pertinência temática.
 
Governador do Estado.
 
Mesa Assembléia Legislativa.
 
Procurador­Geral de Justiça.
 
Conselho da Seção Estadual (Seccional) da Ordem dos Advogados do Brasil.
 
09/02/15 Controle de constitucionalidade
www.webjur.com.br/doutrina/Direito_Constitucional/Controle_de_constitucionalidade.htm 15/15
Partido Político com assento na Assembléia Legislativa ou na Câmara Municipal.
 
Legitimados Especiais:  Os  legitimados  especiais  só  podem  impugnar  determinados  atos,  isto  é,  aqueles  que  tenham  pertinência
temática com os interesses específicos dos legitimados.
 
Prefeito.
 
Mesa da Câmara Municipal.
 
Entidades Sindicais ou de Classe desde que demonstrem pertinência temática.
 
­         Repetição de normas da Constituição Federal pela Constituição Estadual:
Segundo Supremo Tribunal Federal, uma norma reproduzida na Constituição Estadual pode ser objeto de controle de constitucionalidade
no Tribunal de Justiça. A norma da Constituição Estadual serve como padrão de confronto mesmo sendo copia do artigo da Constituição
Federal.
Tendo em vista que o constituinte paulista copiou os princípios gerais do sistema tributário federal, sempre que a lei municipal tratar desse
assunto será passível de controle abstrato, desde que através da norma copiada.
 
­         Processo de curso simultâneo com objeto coincidente:
Como a lei estadual pode ser objeto de controle abstrato tanto no Supremo Tribunal Federal como no Tribunal de Justiça, dependendo de
qual constituição violar, poderá ocorrer de existir duas ações com o mesmo pedido e causa de pedir, só que uma no STF e outra no TJ.
O Supremo Tribunal Federal mandará suspender o processo estadual que corre no Tribunal de Justiça até que decida no STF e quando
decidir, estará decidido. O efeito vinculante levará à extinção do processo no TJ que estava suspenso até o julgamento do mérito. O STF só
não extingue de imediato por precaução (art. 102, I a e 125 §2º da CF).

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