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Caderno Ciencia Política - Geovane Peixoto FBDG

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Beatriz Rosier
Faculdade Baiana de Direito
CIÊNCIA POLÍTICA
Prof. Geovane Peixoto
Ciência Política
Para Kant, ciência é tudo que possa ser objeto de certeza apodítica, evidente. 
Segundo Aristóteles, a ciência tinha por objeto os princípios e as causas. 
“A ciência é a generalização da experiência, e a filosofia, a generalização da ciência.”
A ciência, tomada pela valoração positivista, está acima da filosofia, na medida em que esta se confunde com a metafísica.
A ciência política é indiscutivelmente aquela onde as incertezas mais afligem o estudioso. 
A ciência política tem por objeto o estudo dos acontecimentos, das instituições e ideias políticas, tanto em sentido teórico (doutrina) como em sentido prático (arte), referido ao passado, ao presente e às possibilidades futuras. Tanto os fatos, como as instituições e as ideias, podem ser tomados como foram ou deveriam ter sido, como são ou devem ser e como serão ou deverão ser. 
Ciência política pelo prisma jurídico:
Teoria Geral do Estado de Hans Kelsen – O estado, sendo Kelsen, pertencendo ao mundo do dever-ser, se explica pela unidade das normas de direito do determinado sistema, do qual ele é apenas nome ou sinônimo. A força coercitiva deste nada mais significa que o grau de eficácia da regra de direito, ou seja, da norma jurídica. 
A doutrina de Kelsen tem sua originalidade em banir do Estado todas as implicações de ordem moral, ética, histórica, sociologia. 
Essa teoria, que faz de todo Estado um Estado de Direito, uma vez aceita, apagaria na consciência dos juristas o sentido de valores, os escrúpulos normais de equidade e favoreceria o despotismo das ditaduras totalitárias – ex: Alemanha Nazista. 
A Teoria Geral do Estado só chegou ao Brasil em 1940 por conveniência ditatorial. 
Política
Harmonização de interesses. Tudo o que está relacionado a polis e à vida em coletividade. 
Aristóteles – a política é a ciência que tem por objetivo a felicidade humana e divide-se em ética, que se preocupa com a felicidade individual do homem na cidade-estado, e na política propriamente dita, que se preocupa com a felicidade coletiva. 
Se constrói dentro de um grupo que entende a necessidade de uma convivência social – as relações geram o poder
Política = politicagem (Hannah Arendt)
 Exercício de pessoas que usam o campo político para atender os interesses pessoais. 
Corrupção da ética gera uma subversão do sentido de política. A política não é corrupta, e sim as pessoas.
Nietzsche diz que, a partir da morte de Deus, a ciência passa a ser o método que diz o que é certo ou errado.
Acontece um processo de cientifização do direito – o direito é fruto da política.
Relação política-direito: o direito possui autonomia cientifica, mas socialmente ele não possui autonomia sem a política. Todo fenômeno jurídico é antes um fenômeno político.
Sociedade
Conceito
Grupo de seres humanos em coletividade buscando organização. 
Sociedade natural X sociedade como um ato de escolha
Sociedade natural (organicista) 
A sociedade é o valor primário. 
Aristóteles: “O homem é um ser social (...) é um animal político” 
Santo Tomás de Aquino: “O homem é, por natureza, animal social e político” 
A vida solitária em uma exceção: 
excellentia naturae – indivíduo notadamente virtuoso 
corruptio naturae – anomalia mental 
mala fortuna – só por acidente, o indivíduo passa a viver em isolamento 
Ranelletti: “Onde quer que se observe o homem, seja qual for a época, o homem sempre é encontrado em estado de convivência e combinação com outros”. Para ele, associar-se com outros seres humanos é uma condição essencial de vida. 
RESUMO: a sociedade é um fato natural, o produto da conjugação de um simples impulso associativo natural e da cooperação da vontade humana. 
Sociedade como um acordo de vontades (mecânica):
O indivíduo é o valor primário. Contrato hipotético celebrado entre os homens – contratualistas. É a negativa do impulso associativo natural. Só a vontade humana justifica a existência da sociedade.
Platão: Pensa em uma organização social construída racionalmente sem qualquer menção à existência de uma necessidade natural. 
Thomas Hobbes: O homem vive inicialmente em estado de natureza, que é uma permanente ameaça. No estado de natureza, são egoístas, luxuriosos, inclinados a agredir os outros e insaciáveis. É uma guerra de todos contra todos. A partir daí interfere a razão humana, levando à celebração do contrato social, que estabelece o estado social. Nele, o homem deve esforçar-se pela paz e abrir mão de seus direitos em nome da nova comunidade. 
A preservação da vida em sociedade depende da existência de um poder invisível, que é o Estado – grande e robusto homem artificial, construído pelo homem natural para sua proteção e defesa – é o Leviatã.
Montesquieu: Também se refere ao homem em estado natural.
Existem leis que levam o homem a escolher a vida em sociedade:
O desejo de paz
As necessidades, principalmente a procura de alimentos
A atração natural entre os sexos opostos
O desejo de viver em sociedade
Após serem levados por essas leis, os homens se unem em sociedade, passam a sentir-se fortes, a igualdade natural que existia entre eles desaparece e o estado de guerra começa. 
Rousseau: Exerceu muita influência sobre a Revolução Francesa e na defesa dos direitos naturais da pessoa humana. Ideia de que o povo é soberano e a igualdade é um dos objetivos fundamentais da sociedade. A ordem social é um direito sagrado que serve de base a todos os demais. O ato de associação produz um corpo moral e coletivo – o Estado –, sendo o soberano quem exercita o poder de decisão – o soberano. A soberania é inalienável e indivisível. 
Vontade geral = sempre reta e tende constantemente à utilidade pública.
O pacto fundamental faz com que os homens se tornem iguais por convenção e de direito.
Atualmente predomina a aceitação de que a sociedade é resultante de uma necessidade natural do homem, sem excluir a participação da consciência e da vontade humana.
Estado
Conceito: Instituição que tem o objetivo de estabelecer o bem-estar social. O Estado surge a partir da sociedade e não existe sem ela.
Três elementos clássicos na construção do Estado: 
humano 
base territorial 
relações de poder. 
teleológico - o Estado precisa ter uma finalidade (foi introduzido depois). 
Marx 
“Na verdade, direito, Estado, poder... são superestruturas sustentadas por interesses econômicos.” 
Max Weber
Aquela comunidade humana que, dentro de um território, reivindica para si, de maneira bem-sucedida, o monopólio da violência física legitima. 
Elementos do Estado
Povo 
População: Todas as pessoas presentes no território do Estado, num determinado momento, inclusive estrangeiros e apátridas. É um dado quantitativo, independe de qualquer laço jurídico. 
Povo: Conjunto de pessoas vinculadas de forma institucional e estável a um determinado ordenamento jurídico. A nacionalidade é primaria e originária, ou secundária e derivada. São diferenciadas pelo seu fato gerador: quando o individuo nasce, ele possui uma nacionalidade própria, primaria. Quando o individuo tem a vontade de possuir outra nacionalidade e a adquire, é uma nacionalidade secundária
*Estado do Vaticano não tem povo, só população. 
Nação: Não só o vínculo político, mas também a questão cultural e o sentimento de pertencimento. Darcy Ribeiro afirma que não somos uma nação, apenas um povo. 
Nacionalidade
Primária: reconhece o nacional nato, ligado à origem da pessoa, ao nascimento dela.
JUS SOLIS (territorialidade): Quem nasce no Brasil é brasileiro. Se ambos os pais estiverem a serviço de Estado estrangeiro no Brasil, o filho não é brasileiro. Pai ou mãe brasileiros fora do país, o filho pode ser brasileiro (nacionalidade primaria). Se a criança nasce fora do país, mas o pai, brasileiro, vai na embaixada registrar ele, é brasileiro, ou quando a pessoa vem ao Brasil para tirar os documentos.
JUS SANGUINIS (parentesco): Se possuir pai ou mãe brasileiros,independente do lugar que nasceu, pode ser brasileiro.
Secundária: Deriva da aquisição de um direito pelo preenchimento de requisitos (naturalização)
Nacionalidade quinquenária: Quando uma pessoa mora por, no mínimo, 15 anos no Brasil, com bom comportamento, pode pedir nacionalidade brasileira.
Nacionalidade ordinária: Quando uma pessoa tem, no mínimo, 4 anos de residência, bom comportamento, sabe ler e escrever em português, tem emprego e economia própria e boa saúde, pode pedir nacionalidade brasileira.
Radicação precoce: Quando a pessoa se muda com menos de 5 anos, quando faz 18 pode escolher ter nacionalidade brasileira.
Estrangeiro morador de país de língua portuguesa: Necessita fixar residência por, no mínimo, 1 ano e possuir idoneidade moral (a boa-fé é presumida, a má-fé é comprovada). O português é uma exceção: pode ir na regra de 1 ano com bom comportamento e tem outra opção: se ele não quiser se tornar brasileiro e só fazer tudo o que o brasileiro pode fazer, ele deve morar por 1 ano no Brasil e ter boa conduta para pleitear a sua naturalidade e, havendo reciprocidade, esse português poderá exercer todos os direitos brasileiro, mesmo sem estar naturalizado. (Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta firmado entre Brasil e Portugal).
Brasileiro nato X naturalizado: O brasileiro naturalizado (nacionalidade secundária) não pode ser presidente da república, ou vice, ou presidente da câmara, do senado... O naturalizado não pode ser ministro do STF, diplomata pelo Brasil ou estar nas Forças Armadas. Só podem assumir esses cargos os brasileiros natos. 
Perda de nacionalidade: a partir do momento que você adquire outra nacionalidade você perde a sua, exceto:
Se for uma nacionalidade originaria
Se você adquirir a naturalização em outro estado, salvo se for manutenção ou para manter direitos civis.
Cidadania: Aquele que integra o povo de um estado passa, em decorrência desse vínculo, a ter um conjunto de direitos políticos (participar das decisões políticas do estado) e civis (direitos fundamentais – inerentes a dignidade do ser humano- direito a vida, a liberdade, privacidade, liberdade de expressão...). O conceito de cidadania depende de quando e onde ele é feito.
Cidadania no Brasil: completamente manipulada, vivemos em um Estado de não-cidadania. Temos diversos instrumentos de caráter reivindicatório e não os utilizamos. A reforma trabalhista e o silêncio de uma sociedade que consente com a regressão cidadã. 
Cidadania na América Latina: pautada no status, na inércia, e deve ser pautada na ação para que ocorra mudanças políticas. Cidadania na américa latina sofre um processo de retrocesso, volta ao passado.
Território
Conceito
Extensão do exercício do poder do estado. Porção geográfica sob a qual o estado exerce o seu poder.
Parte do globo terrestre na qual se acha efetivamente fixado o elemento populacional, com exclusão da soberania de qualquer outro Estado. 
Relação território-poder
O território define-se pelo exercício do poder.
Bases em que o estado exerce o poder mesmo fora do território. 
Se o governo americano coloca uma bandeira em determinado espaço no brasil, esse espaço passa a ser solo americano mesmo estando no brasil – consulado/embaixada (território emprestado temporariamente a certo país) – dentro desse espaço regem as leis do país que está usando esse espaço.
Se um navio/avião (menos avião que transporta o presidente) entra em um território que for excluído da proteção de qualquer estado, então ali vão reger as ordens do local de origem do navio/avião. 
O território de um estado é definido pelos locais os quais ele pode exercer as suas atribuições. 
Existe estado sem território? Palestina. 
Não basta dizer “este é o meu território”, precisa do reconhecimento da ordem internacional, e não existe esse reconhecimento da palestina pela ONU (membros natos do conselho de segurança da ONU: Rússia, China, Franca, Inglaterra e Estados Unidos).
Domínio Marítimo
O mar territorial também faz parte do domínio do Estado. Surgiu por questões militares, pois o país se tornaria mais vulnerável se não houvesse proteção nessa área marítima.
Plataforma continental = sobsolo que está submerso, pertence ao Estado costeiro independente da distância alcançada.
Domínio Aéreo
Pertence ao estado todo o espaço aéreo até a atmosfera sobreo domínio terrestre e o mar territorial. 
Uma aeronave precisa da autorização do Estado para sobrevoar o Estado aéreo alheio. 
Nômades
Para que os nômades possam construir um ordenamento estatal eles precisam seguir esses pré-requisitos:
Possuir a intenção de ter seu território como objeto de ocupação móvel. 
Possuir a capacidade de excluir, através da força, a presença de outras tribos nômades no espaço geográfico. 
Poder soberano
Conceitos
Energia básica que anima a existência de uma comunidade humana num determinado território, conservando-a unida, coesa e solidária. 
Força com potencial de modificação. – Edvaldo Brito
É o poder inerente ao Estado que lhe dá imperatividade interna e independência política externa.
Tipos de poder
Existem várias manifestações de poder – estado, religião, poder natural (fatores da natureza), poder político, poder familiar.
Poder de fato
Se garante por aqueles que exercem o poder, utiliza a violência física como instrumento da manutenção. A sociedade onde ele exerce exterioriza em primeiro lugar o aspecto coercitivo com a nota da dominação material e o emprego frequente de meios violentos para impor a obediência. 
Poder de direito: 
Amparado por uma ordem jurídica, conjunto de regras sistematizadas juridicamente para estabelecer o poder. Busca a sua base de apoio mais na competência e no consentimento dos governados do que na força e coerção. 
Estado: instituição de organização social 
Estado de direito: instituição de organização social pautada em ordem jurídica 
É com a modernidade que saímos do conceito de estado para o conceito de estado de direito.
Max Weber: Temos que entender que existem três categorias capazes de fundamentar o poder: 
pessoal – Quem exerce o poder exerce porque tem carisma (poder de fato) para que consiga adesão da população
tradicional – O poder se justifica porque está dentro de um âmbito de tradição. 
*podem não ter racionalidade nenhuma
racional (jurídica/legal) – se constrói a partir da razão, que dá origem ao estado de direito. 
Legitimidade e legalidade do poder político
Legalidade: A observância das leis, isto é, o procedimento da autoridade em consonância estrita com o direito estabelecido. Traduz a noção de que todo poder estatal deverá atuar sempre conforme as regras jurídicas vigentes. 
Legitimidade: É a legalidade acrescida de sua valoração. Entram as crenças de determinada época, que presidem à manifestação do consentimento e da obediência. É o que dá conformidade à legalidade.
A legalidade é questão de forma, a legitimidade, questão substancial, relativa à consonância do poder com a opinião pública, de cujo apoio depende. A legalidade é a conformação do governo com as disposições de um texto constitucional precedente. A legitimidade é a fiel observância dos princípios da nova ordem jurídica proclamada.
Formas de estado
Estado unitário: É a forma de Estado que possui uma centralização do poder. Nele, o monarca designa quem serão os representantes políticos. O centro de poder controla todas as coletividades regionais e locais. 
Centralizado: quando centraliza o poder e a sua execução.
Descentralizado: quando, embora existe um poder centralizado, admite-se outras instancias responsáveis pela execução das decisões políticas, mas estão subordinadas ao poder central.
Dentro do Estado existem as províncias, subordinadas ao poder central. 
Confederação: Junção de Estados soberanos para a formação de um modelo que não retira a soberania das partes integrantes. Celebraram um tratado internacional para formar uma união dissolúvel (as partes têm o poder de sair do pacto na hora que quiser). Exemplo: Confederação norte-americana.Federação: Surgem a partir do reconhecimento da falibilidade do sistema confederativo. As partes integrantes possuem autonomia legislativa, administrativa, financeira e política – capacidade de escolher seus próprios governantes, ter normas próprias, gerir os seus próprios interesses, mas tudo dentro de limites estabelecidos pelo sistema jurídico, já que estamos em um Estado de Direito.
União: representa o todo
Estados: partes integrantes
O presidente é chefe de estado e chefe de governo.	
Segundo a cláusula de vedação da cessação, os estados membros não podem sair do acordo.
A Constituição Federal impõe os limites da atuação de cada um dos entes federais – governo federal, estadual, municipal. 
Separação vertical: União, Estado e Município
Separação horizontal: Executivo, Legislativo e Judiciário
	Confederação 
	Federação
	As partes são soberanas
	As partes são autônomas 
	A base jurídica é o tratado internacional
	A base jurídica é a constituição 
	Admite-se a cessação 
	Não se admite a cessação. 
Formas de governo
Aristóteles: Para ele, existem três formas de governo puras, que são feitas para atender a sociedade:
Monarquia: governo de um só, é a exigência unitária na organização do poder político, exprimindo o respeito à lei.
Aristocracia: governo de alguns, dos melhores, envolve a noção de força da cultura, força da inteligência, dos que tomam as rédeas do governo.
Democracia: governo de todos, deve atender aos reclamos de conservação e observância dos princípios de liberdade e de igualdade.
No entanto, cada uma dessas formas pode sofrer degeneração, passando a ser governos impuros, que são feitos para atender aos interesses pessoais de quem governa:
Tirania: governo de um só que vota o desprezo da ordem jurídica. 
Oligarquia: governo do dinheiro, da riqueza desonesta, dos interesses econômicos antissociais.
Demagogia: governo das multidões rudes, ignaras e despóticas. 
Maquiavel: Sustenta a existência de ciclos de governo.
Anarquia: os homens escolhem o mais robusto e valoroso para ser o chefe e passam a obedecê-lo. Depois de um tempo percebem que precisam dar valor aos homens mais justos e sensatos.
Tirania: a monarquia eletiva vira hereditária e os herdeiros da monarquia começam a se degenerar.
Aristocracia: para solucionar os males da tirania, os mais ricos e nobres organizam conspirações e tomam o poder.
Oligarquia: os descendentes dos aristocratas não viveram a tirania e passaram a utilizar o governo em seu proveito próprio. 
Democracia: o povo destituiu os oligarcas e resolveu governar por si mesmo. Mas quando o próprio povo passa a ser governante acontece a degeneração pois cada um passa a usar o governo para proveito próprio e volta para a anarquia. 
A única maneira de evitar as degenerações seria conjugar a monarquia, aristocracia e democracia em um governo só.
Montesquieu 
Governo republicano: o povo, como um todo, ou somente uma parcela do povo, possui o poder soberano.
Monarquia: um só governa, mas de acordo com as leis fixas e estabelecidas.
Governo despótico: um só governa sem obedecer a leis e regras, realizando tudo por sua vontade e seus caprichos. 
Monarquia: 
Um indivíduo assume a função de governar o Estado e centraliza o poder em suas mãos. Exemplo: Grã-Bretanha
Monarquia absoluta: não sujeita a limitações jurídicas. 
Monarquia constitucional: o rei continua governando, mas está sujeito a limitações jurídicas, estabelecidas na Constituição. 
Características fundamentais da monarquia:
Vitaliciedade: O monarca pode governar enquanto viver ou enquanto tiver condições para continuar governando. 
Hereditariedade: A escolha do monarca se faz pela verificação da linha de sucessão. 
Irresponsabilidade: O monarca não tem responsabilidade política, não deve explicações ao povo ou a qualquer órgão sobre as suas decisões. 
República
Coloca os interesses coletivos acima dos interesses individuais. O desenvolvimento da ideia republicana se deu através das lutas contra a monarquia absoluta e pela afirmação da soberania popular. Surge como símbolo de todas as reivindicações populares. É a expressão democrática do governo, a limitação do poder dos governantes e a atribuição de responsabilidade política, podendo, assim, assegurar a liberdade individual. 
Características fundamentais da república:
Temporariedade: O Chefe de Governo recebe um mandato com o prazo de duração pré-determinado, além de ser proibida reeleições sucessivas.
Eletividade: O Chefe de Governo é eleito pelo povo.
Responsabilidade: O Chefe de Governo é politicamente responsável, devendo prestar contas de sua orientação política ao povo ou a um órgão de representação popular. 
Sistemas de governo
Parlamentarismo
Um corpo de ministros com a função de governar o Estado. Assenta fundamentalmente na igualdade e colaboração entre o executivo e o legislativo. 
Chefe de Estado: Monarca – representa o Estado perante ordem internacional.
Chefe de Governo: Primeiro-Ministro – comanda politicamente e administrativamente o Estado na ordem interna, garantindo sua governabilidade. 
O Primeiro-Ministro é geralmente um membro do partido que tem o maior número de representantes. No entanto, a escolha pode recair em alguém que seja de um partido menor, mas que revele melhores condições para conseguir a composição de um grupo majoritário. 
Principais características do parlamentarismo:
Distinção entre Chefe de Estado e Chefe de Governo
O Chefe de Estado não participa das decisões políticas, a sua única função é representar o Estado. Nas repúblicas parlamentares, a sua escolha é feita por eleição no Parlamento e seu mandato é relativamente longo. Além das funções de representação e além de atuar como vínculo moral do Estado, colocado acima das disputas políticas, ele desempenha um papel de especial relevância nos momentos de crise, quando é necessário indicar um novo Primeiro-Ministro à aprovação do Parlamento. 
O Chefe de Governo é a figura política central do parlamentarismo, pois é ele que exerce o Poder Executivo. Ele é apontado pelo Chefe de Estado para compor o governo e só se torna Primeiro-Ministro após a aprovação do Parlamento. 
Chefia de governo com responsabilidade política
O Chefe do Governo não tem mandato com prazo determinado. No entanto, existem dois fatores que podem determinar a sua demissão: 
Perda da maioria parlamentar: se, após as eleições, o seu partido não conseguir maioria parlamentar, o outro partido adquire a chefia do governo. 
Voto de desconfiança: se um parlamentar desaprova uma medida tomada pelo chefe de governo, ele propõe um voto de desconfiança. Se for aprovado, significa que o Chefe de Governo está contrariando a maioria do povo. Sendo assim, deve se demitir. 
Possibilidade de dissolução do parlamento
Pode ocorrer de duas formas:
Quando o Primeiro-Ministro percebe que só conta com uma maioria e acredita que a realização de eleições pode aumentar essa maioria.
Quando o Primeiro-Ministro recebe um voto de desconfiança, mas entende que o Parlamento é quem está em desacordo com a vontade popular. Nesse caso, ele pode pedir ao Chefe de Estado dissolver o parlamento e declarar novas eleições. 
Presidencialismo
Foi um resultado da aplicação das ideias democráticas, concentradas na liberdade e na igualdade dos indivíduos e na soberania popular. Surgiu nos Estados Unidos no século XVIII.
Separação dos poderes:
Legislativo: criar as leis.
Executivo: executar as leis.
Judiciário: julgar os casos.
O sistema presidencial utiliza muito o sistema de freios e contrapesos: sistema que estabelece controle recíproco e fiscalização entre os poderes para preservar a harmonia entre eles. Como forma de aprimorar o sistema, atribuiu-se funções de outros poderes a cada um dos poderes. Exemplo: impeachment – quem julga é o Legislativo, e não o Judiciário. 
Presidencialismo de coalisão: é lícita a negociação das posições estratégicas. Se torna ilícito quando há procura por cargos com maior orçamento e/ou com corrupção.
Principaiscaracterísticas do presidencialismo:
O Presidente da República é o Chefe de Governo e o Chefe de Estado
Ele exerce o papel de vínculo moral do Estado e desempenha as funções de representação ao mesmo tempo em que exerce a chefia do poder executivo.
A chefia do executivo é unipessoal
A responsabilidade pela fixação das diretrizes do poder executivo cabe exclusivamente ao Presidente da República. Ele é demissível a qualquer momento pois, assim como não necessita da concordância do Congresso para escolhê-lo, não depende também do legislativo para a sua manutenção ou substituição. O vice-presidente não tem qualquer atribuição, só podendo tomar conhecimento dos assuntos do governo quando são públicos, ou quando o Presidente da República o permite.
O Presidente da República é escolhido pelo povo.
É essencial que o representante derive do grande conjunto da sociedade não de uma parte inapreciável, nem de uma classe privilegiada dela. É suficiente para esse governo que as pessoas que o administrem sejam designadas direta ou indiretamente pelo povo.
Colégios eleitorais: todos os votos de um Estado cabem ao partido que obtiver nele a maioria dos votos populares – como acontece nos EUA.
Eleição direta pelo povo – como acontece aqui no Brasil.
O Presidente da República é escolhido por um prazo determinado
O chefe do executivo é eleito por um prazo fixo predeterminado, findo o qual o povo é novamente chamado a escolher um novo governante. O limite máximo para cada governante permanecer no poder é de 2 mandatos consecutivos.
O Presidente da República tem o poder de veto. 
Os projetos aprovados pelo legislativo devem ser remetidos ao Presidente da República para receberem sua sanção, que é a manifestação de concordância. 
O ministério no presidencialismo brasileiro
A CF faz dos Ministros de Estado auxiliares do Presidente da República no exercício do Poder Executivo. 
São atribuições deles:
Referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente
Expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos
Apresentar ao Presidente da República relatório anual dos serviços prestados pelo Ministério
Praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República.
Os Ministros de Estado são escolhidos livremente pelo Chefe do Poder Executivo dentro de brasileiros maiores de 21 anos e que se encontrem no exercício de seus direitos políticos. 
A Vice-Presidência no presidencialismo brasileiro
O Vice-Presidente é, pela CF, o substituto do Presidente, em caso de impedimento, e seu sucessor, no caso de vaga. São requisitos para ser candidato à vice-presidência: ser brasileiro maior de 35 anos e achar-se no exercício de deus direitos políticos. 
A CF88 faz do vice-presidente membro do Conselho de Defesa Nacional, propiciando-lhe o desenvolvimento de função consultiva do Presidente da República em assuntos pertinentes à manutenção estável do sistema federativo e das instituições democráticas. 
O Congresso e a competência das Câmaras
O Poder Legislativo é o Congresso, que se divide em Câmara dos Deputados e Senado.
Câmara dos Deputados: representa a totalidade dos cidadãos, dos contribuintes, do povo como fonte primária do poder político, composta de representantes populares em número proporcional aos habitantes ou de eleitores. 
Senado: menos popular, a assembleia dos Estados, cabendo a cada Estado igual número de senadores. 
A eleição do Presidente da República e o “impeachment” no sistema presidencial brasileiro
A escolha do presidente se faz entre brasileiros maiores de 35 anos e no exercício dos direitos políticos. 
No presidencialismo brasileiro, consideram-se crimes de responsabilidade todos os atos que forem contra a CF ou que ferirem: a existência da União; o livre exercício dos poderes; o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; a segurança interna do país; a probidade na administração; a lei orçamentária e o cumprimento das leis e das decisões judiciais. 
Compete à Câmara dos Deputados admitir a acusação contra o presidente. Após a votação na Câmara, o processo segue para o Senado, onde será julgado. 
O presidencialismo no Brasil
Estreou com a Constituição de 1891. 
O regime presidencialista nasceu da influência norte-americana e não sob a pressão de fatos políticos ou de condições existentes. 
Regimes de governo
Autocracia 
Estado tomado por um ou por um grupo, maquiados de interesse coletivo, para a realização de interesses pessoais. São regimes marcados pelo autoritarismo. Não há limites para o poder. É um governo autoritário, de poder absoluto, que governa conforme sua arbitrariedade todos os níveis governamentais.
Democracia
É um governo do povo, pelo povo e para o povo. O povo participa das tomadas de decisões. O Estado Democrático moderno nasceu das lutas contra o absolutismo, sobretudo através da afirmação dos direitos naturais da pessoa humana. Princípios que passaram a nortear os Estados: supremacia da vontade popular; preservação da liberdade e igualdade de direitos. 
Democracia direta ou participativa
Surgiu na Grécia: o povo, reunido na Ágora, para o exercício do poder político, transformava a praça pública no grande recinto da nação. A Ágora fazia o papel do Parlamento nos tempos modernos. Era a democracia de uma cidade, de um povo que desconhecia a vida civil, que se devotava por inteiro à coisa pública. A democracia era privilégio de uma minoria social de homens livres apoiados sobre a maioria de homens escravos. O cidadão via no Estado o dado condicionante de toda a existência. 
As bases da democracia grega:
Isonomia: igualdade de todos perante a lei
Isotimia: livre acesso ao exercício das funções públicas para todos os cidadãos.
Isagoria: direito da palavra, da igualdade reconhecida a todos de falar nas assembleias populares. 
Democracia indireta ou representativa
É caracterizada pela presença do sistema representativo. O Estado moderno já não é mais o Estado-cidade de outros tempos, mas o Estado-nação. Não é possível adotar a técnica de conhecimento e captação da vontade dos cidadãos semelhante àquela que se consagrava na Grécia. Os cidadãos não participam mais das tomadas de decisões. O povo agora escolhe representantes que irão participar das tomadas de decisões. 
Bases da democracia indireta:
Soberania popular: se traduz através da vontade geral.
Sufrágio universal: pluralidade de candidatos e partidos.
Observância constitucional do princípio da distinção de poderes: separação nítida no sistema presidencial e aproximação no regime parlamentar.
Igualdade de todos perante a lei.
Princípio da fraternidade social.
A representação como base das instituições políticas.
Limitação das prerrogativas dos governantes.
O Estado de direito
Liberdade de opinião, de reunião, de associação e de fé religiosa.
Temporariedade dos mandatos eletivos.
Existência plenamente garantida das minorias políticas. 
Democracia semidireta
Acontece quando se alteram as formas clássicas da democracia representativa para aproximá-la cada vez mais da democracia direta. É um meio termo entre a democracia direta dos antigos e a democracia representativa dos modernos. O povo não é apenas colaborador político, como acontece na democracia indireta, mas também colaborador jurídico. O povo não só elege, como legisla. Uma base de representação popular, mas que admite que haja instrumentos de participação popular direta. 
Instrumentos da democracia semidireta:
Plebiscito: é uma consulta prévia à opinião popular sobre uma futura iniciativa legislativa.
Referendo: consulta à opinião popular para a introdução de uma emenda constitucional ou de uma lei ordinária, quando esta afeta um interesse público relevante. 
Iniciativa popular de projeto de lei: um certo número de eleitores tem o direito de propor uma emenda constitucional ou um projeto de lei.
Ação popular: todos os cidadãos podem propor a ação popular, a fim de proteção do patrimônio coletivo. Os indivíduos provocam uma decisão judiciária.
Orçamentoparticipativo: o orçamento é criado e consultado pelo povo. Não é uma decisão do povo, mas consulta-o.
Partidos políticos 
Uma reunião de pessoas, com as mesmas convicções e os mesmos propósitos políticos, e que intentam apoderar-se do poder estatal para fins de atendimento de suas reivindicações. 
Composição de ordenamentos partidários:
Um grupo social
Um princípio de organização
Um acervo de ideias e princípios, que inspiram a ação do partido.
Um interesse básico que é a tomada do poder
Um sentimento de conversação desse poder ou de domínio do aparelho governativo quando este lhes chega às mãos. 
Ele passa por um debate ideológico, mas a busca pela execução de processos ideológicos é fundamental. Ele busca a efetivação de atos, no exercício do poder, que tem como objetivo concretizar os valores. 
Quanto à organização interna:
Partidos de quadros: mais preocupados com a qualidade dos seus membros do que com a quantidade.
Partidos de massas: buscam o maior número de adeptos e procuram servir de instrumento para que indivíduos de condição econômica inferior possam aspirar às posições do governo. 
Quanto à organização externa:
Monopartidária: um único partido no Estado. Os debates políticos são travados dentro do partido, não havendo, assim, um caráter necessariamente antidemocrático.
Bipartidária: dois partidos disputam os cargos majoritários, mas isso não impede a existência de outros partidos, pouco expressivos. Deve ter autenticidade do sistema, que deve decorrer de circunstâncias históricas, em função das quais a maioria do eleitorado se concentra em duas grandes correntes de opinião. Exemplo: Inglaterra e EUA.
Pluripartidária: existência de vários partidos igualmente dotados da possibilidade de predominar sobre os demais. Exemplo: Brasil.
O Brasil: 
1) Pluripartidarismo - Na Proclamação da República até o Governo Vargas. Os mais importantes foram o PSD (governo), UDN e o PTB. 
2) Bipartidarismo - Em 1965 - Aliança Renovadora Nacional (ARENA) do governo X Partido do Movimento Democrático Nacional (MDB), a oposição. 
3) Pluripartidarismo - Em 1979 a ARENA e MDB foram extintos pelo governo, restabelecendo-se no país o pluripartidarismo.
Quanto ao âmbito de atuação:
Vocação universal: quando pretendem atuar além das fronteiras do Estado.
Nacional: quando tem adeptos em número considerável em todo o território do Estado.
Regional: o âmbito de atuação se limita a determinada região do Estado.
Local: âmbito municipal.

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