Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
LEI 8.112/90 INTRODUÇÃO A lei 8.112/90 instituiu o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais. A Lei 8.112/90 alcança: União Autarquias federais Fundações públicas federais CONCEITOS IMPORTANTES Servidor → pessoa legalmente investida em cargo público (o que torna alguém um servidor público é a INVESTIDURA, sendo que, ela é dada com a POSSE). Cargo público → conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. Cargos públicos: Acessíveis a todos os brasileiros (estrangeiros excepcionalmente: universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos da lei 8.112/90). Criados por lei. Com denominação própria e vencimentos pagos pelos cofres públicos Provimento pode ser em: caráter efetivo em comissão CONCURSO PÚBLICO PRAZO DE VALIDADE O prazo de validade do concurso público é: de até 2 anos prorrogável uma única vez, por igual período (A Administração prorroga apenas se quiser) Lei 8.112/90 → Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado. Constituição Federal, art. 37: "IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira". Segundo a lei 8.112/90 não poderia ser aberto novo concurso enquanto houver concurso anterior vigente. Mas atenção que segundo a regra constitucional, poderá ser aberto novo concurso nesse caso, mas deve ser observada a prioridade na nomeação. De acordo com o STF, os candidatos aprovados dentro das vagas tem direito subjetivo à nomeação dentro do prazo de validade do concurso. Entretanto, o próprio STF reconhece que, em virtude do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, ocorrendo situações excepcionais, relevantes, supervenientes, imprevisíveis e extraordinárias, nem mesmo os aprovados dentro das vagas teriam direito a nomeação. Seria o caso, por exemplo, de um concurso feito para um órgão novo, que na prática, por falta de verbas, jamais foi efetivamente instalado. Nessa situação a nomeação de candidatos que iriam receber, mas não iriam sequer trabalhar pela inexistência física do órgão, violaria o princípio supracitado. Assim, no que se refere ao aprovados dentro das vagas: Regra Direito subjetivo à nomeação Exceção Não tem direito à nomeação (ocorrendo situações excepcionais) RESERVA DE VAGAS PARA DEFICIENTE: Nos termos da Lei 8.112/90, é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% das vagas oferecidas no concurso. A lei 8.112/90 não estabeleceu um patamar mínimo, mas legislação específica diz que é de 5%. REQUISITOS PARA INVESTIDURA: Requisitos básicos para investidura em cargo público: nacionalidade brasileira (nato ou naturalizado); gozo dos direitos políticos; quitação com as obrigações militares e eleitorais; nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; idade mínima de dezoito anos; aptidão física e mental. Esses são os requisitos básicos, as atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos, mas eles devem estar estabelecidos em lei. DA POSSE E DO EXERCÍCIO Posse → dada com a assinatura do respectivo termo (na posse é que ocorre a investidura). Exercício → efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de confiança. A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação do ato de provimento. É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em exercício, contados da data da posse. PERDA DO PRAZO PARA: Tomar posse: o ato de provimento é tornado sem efeito Entrar em exercício: O servidor será EXONERADO (cargo) ou o ato de designação tornado sem efeito (função de confiança) REGRAS REFERENTES À POSSE: Pode ser dada mediante procuração específica. Existe posse apenas nos casos de provimento de cargo por nomeação (única forma de provimento originária). Apresenta declaração de bens e valores e declaração quanto estar ou não em exercício de outro cargo, emprego ou função pública. Depende de prévia inspeção médica oficial (só pode ser empossado se for julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo). PROVIMENTO Provimento é o modo pelo qual um cargo público é preenchido. Essas formas, assim como as de vacância, configuram um rol taxativo, isto é, existem apenas essas hipóteses expressamente previstas na lei. São Formas de PROVIMENTO de cargo público (7 hipóteses - rol taxativo): NOMEAÇÃO (única originária, as outras modalidades são formas derivadas de provimento - ou secundárias); PROMOÇÃO (forma híbrida - é também forma de vacância); READAPTAÇÃO (forma híbrida - é também forma de vacância); REVERSÃO; APROVEITAMENTO; REINTEGRAÇÃO; RECONDUÇÃO. NOMEAÇÃO Trata-se da única forma originária de provimento de cargo público, sendo feita: em caráter efetivo → quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira; em comissão (inclusive na condição de interino) → para cargos de confiança vagos. PROMOÇÃO É uma forma híbrida, pois ela é tanto modalidade de provimento como de vacância de cargo público. Ela é aplicada apenas nos cargos escalonados em carreira. Trata-se de progresso dentro da carreira e não da troca de cargo (lembre-se que a Constituição Federal não permite o ingresso em cargo púbico de provimento efetivo sem concurso). Vale lembrar que a promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo posicionamento na carreira a partir da data de publicação do ato que promover o servidor. READAPTAÇÃO Aplicada no caso de o servidor (estável ou não) sofrer uma limitação (física ou mental) que seja incompatível com as atribuições do cargo que ocupa, mas que ainda pode exercer outro cargo cujo atribuições não estejam impossibilitadas pela sua limitação sofrida. Caso o readaptando seja julgado incapaz para o serviço público, ele será aposentado por invalidez (e não exonerado). Seria o caso de um servidor que exerce atividades eminentemente externas (como um oficial de justiça) sofrer um acidente que o deixe paraplégico. Como cadeirante ele não terá aptidão física para as atribuições do cargo, mas ele pode exercer normalmente funções internas, sendo readaptado em um cargo dessa natureza. Requisitos: Cargos de atribuições afins Respeitada habilitação exigida Mesmo nível de escolaridade Equivalência de vencimentos (não pode reduzir o subsídio ou remuneração) Se não existir cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga. REVERSÃO Trata-se retorno à atividade de servidor aposentado, podendo ocorrer de duas modalidades: 1) DE OFÍCIO - quando tiver sido aposentado por invalidez e junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria (no caso de o cargo estiver provido, ele exercerá suas atribuições como excedente até a ocorrência de vaga). Nesse caso a própria administração, verificando tal situação, o reverterá ao cargo. 2) Mediante solicitação (no interesse da administração),desde que: seja feita a pedido do servidor; a aposentadoria tenha sido voluntária; ele seja estável enquanto na atividade; a aposentadoria tenha ocorrido nos 5 anos anteriores à solicitação haja cargo vago. A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação. Mas caso não haja cargo vago, a consequência depende da modalidade de reversão: 1. De ofício - exercerá suas funções como excedente. 2. A pedido - somente pode ser feita se houver cargo vago No caso de ser revertido, o servidor perceberá, em substituição aos proventos da aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente à aposentadoria. REINTEGRAÇÃO A reintegração é a reinvestidura do servidor ESTÁVEL no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens. Dessa forma, quando o servidor tiver sido demitido de maneira indevida e essa demissão for invalidade, ele voltará ao seu cargo, recebendo esse instituto o nome de reintegração. Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade (poderá posteriormente ser aproveitado em outro cargo, obedecidas as regras do aproveitamento). Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade. Se o cargo do servidor que estiver sendo reintegrado estiver sendo ocupado, lembre-se que o cargo é dele, o atual ocupante é quem deverá deixar o cargo, ocorrendo para ele uma das seguintes hipóteses: 1) recondução ao cargo anterior (sem direito à indenização); 2) aproveitado em outro cargo; 3) colocado em disponibilidade. APROVEITAMENTO Trata-se do retorno do servidor em disponibilidade (exemplo: servidor estável cujo órgão para o qual estava lotado foi extinto, fica em disponibilidade e recebe proporcionalmente ao tempo trabalhado). O aproveitamento é feito em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o cargo anteriormente ocupado. A disponibilidade ocorre nas hipóteses de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, extinção do cargo ou declaração de sua desnecessidade no órgão ou entidade,o servidor estável que não for redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu aproveitamento. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial. RECONDUÇÃO A recondução ocorre quando o servidor passa de um cargo para outro e acontece alguma das hipóteses previstas na lei, fazendo com que ele deixe o cargo atual, mas possa retornar ao seu cargo anterior. Entretanto, ele somente poderá utilizar a reversão caso seja estável no cargo para o qual deseja retornar e que antes de assumir o cargo novo, tenha solicitado o POC (posse em outro cargo inacumulável). Dessa forma, a recondução é o retorno do servidor ESTÁVEL ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de: 1. inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo (exemplo: era técnico e estável, passou no concurso de analista mas foi reprovado no estágio probatório, ele será reconduzido ao cargo de técnico) 2. reintegração do anterior ocupante. Ao ser reconduzido, caso seu cargo de origem encontre-se ocupado, ele poderá ser aproveitado em outro cargo (obervadas as regras do aproveitamento). VACÂNCIA São as hipóteses em que o cargo do servidor é desocupado, ficando livre para ser preenchido por outro servidor. O rol taxativo (7 modalidades) previsto na lei 8.112/90 diz que a vacância do cargo público decorrerá de: Exoneração; Falecimento; Demissão; Promoção; Aposentadoria; Readaptação; Posse em outro cargo inacumulável. EXONERAÇÃO A exoneração não é forma de punição, trata-se apenas do desligamento do servidor por algum dos motivos previstos em lei . Ela pode ser feita: 1) à pedido do servidor; 2) de ofício (pela própria administração). A exoneração de ofício será feita: quando não satisfeitas as condições do estágio probatório; quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido (15 dias); cargos em comissão. Essas hipóteses de exoneração de ofício previstas na Lei 8.112/90 são direcionadas para o servidor não estável. Entretanto, a Constituição Federal prevê algumas situações de exoneração que alcançam o servidor estável: Mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar e garantida a ampla defesa (art. 41, § 1º, III); Corte de despesas com excesso de pessoal (art. 169, § 3º). FALECIMENTO Essa forma de vacância não enseja maiores explicações, pois com a morte do servidor, seu cargo será declarado vago e apto para ser provido por outra pessoa. DEMISSÃO A demissão é a penalidade aplicada para o servidor que cometer uma infração funcional grave. Os detalhes e regras da demissão são estudadas em tópico próprio (regime jurídico disciplinar). PROMOÇÃO A promoção já foi estudada no tópico de provimento. Vale lembrar que trata-se de uma forma híbrida, pois ela caracteriza tanto forma de provimento, como forma de vacância de cargo público. APOSENTADORIA A aposentadoria pode ocorrer de três formas: por invalidez permanente compulsória voluntária READAPTAÇÃO A readaptação já foi estudada no tópico de provimento. Vale lembrar que trata-se de uma forma híbrida, pois ela caracteriza tanto forma de provimento, como forma de vacância de cargo público. POSSE EM OUTRO CARGO INACUMULÁVEL (POC) Essa forma de vacância é utilizada quando o servidor quer se afastar do cargo para assumir um outro cargo, mas sem desligar-se definitivamente da Administração. Caso ele seja estável e seja inabilitado no estágio probatório do novo cargo, por exemplo, ele poderá ser reconduzido (se pedir exoneração corta o vínculo e não poderá ser eventualmente reconduzido). RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR Pelo exercício irregular de suas atribuições, o servidor irá responder na esferas: Administrativa Civil (obrigação de reparar o dano) Penal (abrange crime e contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade) Essas esferas são independentes, podendo cumular-se. Dessa forma, a absolvição ou condenação em uma delas, como regra geral, em nada influência nas demais. Apesar da independência das esferas, caso o servidor seja absolvido criminalmente (negada a existência do fato ou sua autoria), a responsabilidade administrativa será afastada. A responsabilidade civil do servidor é SUBJETIVA (somente será configurada se ele agiu com dolo ou culpa). Ela decorre de ato omissivo ou comissivo (ação ou omissão), doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. PENALIDADES DISCIPLINARES Assim como as formas de provimento e de vacância, as penalidades administrativas possuem um rol taxativo (7 modalidades): advertência; suspensão; demissão; cassação de aposentadoria; cassação da disponibilidade; destituição de cargo em comissão; destituição de função comissionada. Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais. O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar. ADVERTÊNCIA Trata-se da penalidadeutilizada em caso de infrações funcionais leves. Aplicada nos casos de violação de proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever funcional (art. 116) previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que não justifique imposição de penalidade mais grave. Principais características da ADVERTÊNCIA: Feita sempre por escrito (não existe advertência verbal). Em caso de reincidência, será convertida em suspensão (se cometer nova falta punível com advertência na sequência de outra, antes do prazo do cancelamento, essa advertência se converte em suspensão). Cancelamento do registro → após 3 anos (caso não pratique outra falta, não possui efeitos retroativos). HIPÓTESES: Não observar os deveres do servidor (art. 116 da lei 8.112/90) ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato; retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição; recusar fé a documentos públicos; opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço; promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição; cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado; coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político; manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil; recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. SUSPENSÃO Durante o prazo em que estiver suspenso, o servidor não receberá sua remuneração e esse período também não será computado como tempo de serviço para qualquer efeito. A Lei 8.112/90 define que o prazo máximo de suspensão é de 90 dias. Essa penalidade será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão Durante o período de suspensão o servidor perde a remuneração, entretanto, quando houver conveniência para o serviço (ato discricionário), a penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço. HIPÓTESES DE SUSPENSÃO: reincidência das faltas punidas com advertência; violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão. cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa (exceto em situações de emergência e transitórias); exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; recusa injustificada a realizar inspeção médica. O servidor que injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada pela autoridade competente, será suspenso pelo prazo de até 15 dias, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação. Essa hipótese de suspensão é diferenciada das demais, pois além de prever um prazo menor, caso o servidor cumpra a determinação, a penalidade será encerrada. A suspensão será cancelada dos registros no prazo de 5 anos, caso não pratique nova infração nesse período (mas esse cancelamento não opera efeitos retroativos, ele não irá receber o período em que ficou afastado). Cancelamento dos registros (caso não pratique nova falta nesse prazo - não produz efeitos retroativos): Advertência - 3 anos Suspensão - 5 anos DEMISSÃO É o desligamento do servidor ativo, em caráter de penalidade (é diferente de exoneração, pois exoneração não é penalidade). HIPÓTESES: crime contra a administração pública; abandono de cargo (ausência intencional por +30 dias consecutivos); inassiduidade habitual (falta injustificada ao serviço por 60 dias, interpoladamente, no período de 12 meses); improbidade administrativa; incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; insubordinação grave em serviço; ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; aplicação irregular de dinheiros públicos; revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; corrupção; acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117: valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública; participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; praticar usura sob qualquer de suas formas; proceder de forma desidiosa; utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares. CASSAÇÃO DA APOSENTADORIA OU DISPONIBILIDADE Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão. Exemplo: Na atividade servidor, que já possuía tempo de serviço para aposentar-se voluntariamente pratica uma falta funcional (dia 10), sem seguida, o servidor temendo a punição se aposenta (dia 15). No dia 20 um PAD é instaurado em virtude dessa infração. Se a consequência desse PAD for a penalidade de demissão, ele terá sua aposentadoria cassada. DESTITUIÇÃO DA FUNÇÃO DE CONFIANÇA E DO CARGO EM COMISSÃO A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão. Caso o servidor tenha sido exonerado e seja constatada penalidade punível com suspensão ou demissão, essa exoneração será convertida em destituição. PRESCRIÇÃO DA AÇÃO DISCIPLINAR Trata-se da perda do direito que o Estado possui de punir o servidor pela prática de alguma infração funcional. O prazo prescricional não começa na data da prática do ato, mas sim da data em que a administração teve ciência do mesmo. PRAZOS Advertência 180 dias Suspensão 2 anos Demissão/Cassação/Destituição 5 anos EXERCÍCIOS 1) A investidura em cargo público ocorrerá com a nomeação do servidor, após aprovação em concurso público. 2) A investidura no cargo público ocorre com a nomeação, sendo de trinta dias o prazo para o nomeado tomar posse. 3) Em relação à Lei no 8.112/90, que dispõe sobre o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das Autarquias e das Fundações, é correto afirmar que a) suas disposições aplicam-se, também, aos servidores públicos civis dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como às respectivas autarquias e fundações. b) servidor público é a pessoa que foi nomeada para um cargo público, após sua aprovação em concurso público. c) cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. d) essa lei é aplicada para os servidores públicos civis federais da Administração Direta e Indireta. e) servidor é a pessoa legalmente investida em emprego público. 4) OSr. Jorge não foi aprovado em estágio probatório para o primeiro cargo público que ocupou. Nesse caso, ele será a) demitido. b) transferido. c) reaproveitado. d) readaptado. e) exonerado de ofício. 5) Jéssica, servidora pública federal, aposentou-se por invalidez em 2011. Decorridos dois anos, a junta médica oficial declarou insubsistentes os motivos de sua aposentadoria. Cumpre salientar que Jéssica, no início de 2013, completou 70 (setenta) anos de idade. A propósito do tema e nos termos da Lei nº 8.112/90, a) aplica-se, no caso, o instituto da recondução. b) aplica-se, no caso, o instituto da readaptação. c) é possível a reversão, independentemente da idade, devendo Jéssica, posteriormente, requerer sua aposentadoria por idade. d) não é possível a reversão, uma vez que Jéssica completou setenta anos de idade. e) é possível a recondução de Jéssica, independentemente da idade, devendo, posteriormente, requerer sua aposentadoria por idade. 6) A promoção, a readaptação e a posse em outro cargo inacumulável incluem-se entre os fatos que geram a situação de vacância do cargo público. 7) O instituto da reintegração previsto na lei 8.112/90 é aplicada apenas para o servidor público estável que tiver invalidada sua demissão por meio de uma decisão judicial ou administrativa. Nesse caso, ele terá o ressarcimento de todas as vantagens. 8) Segundo a Lei n.º 8.112/1990, são consideradas formas de provimento e de vacância de cargo público a promoção e a readaptação. 9) A reversão e o aproveitamento são formas de provimento de cargo público. 10) Anulado o ato de demissão, o servidor estável será reintegrado ao cargo por ele ocupado anteriormente, exceto se o cargo estiver ocupado, hipótese em que ficará em disponibilidade até aproveitamento posterior em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis. 11) Considere que determinado servidor público tenha sido investido em novo cargo, compatível com as suas limitações decorrentes de acidente de trânsito. Nessa situação, é correto afirmar que o referido servidor está em provimento originário. 12) O ingresso no serviço público, é sabido, depende da realização de concurso público de provas e títulos, como forma de expressão do princípio da isonomia. Dentre as formas de provimento de cargo público, a a) readaptação é a determinação judicial da investidura do servidor afastado por invalidez, em razão da cessação das condições que o incapacitavam. b) reversão garante ao servidor que sofreu limitações físicas a classificação em outro cargo cujas funções sejam compatíveis com sua capacidade. c) reintegração é a reinvestidura do servidor no cargo que ocupava anteriormente, por decisão judicial ou administrativa, sendo-lhe assegurada o ressarcimento de todas as vantagens cabíveis. d) recondução é a classificação do servidor em outra unidade integrante do mesmo órgão, a pedido ou por decisão administrativa, na forma da lei. e) readaptação é a classificação do servidor em outra unidade integrante do mesmo órgão, para garantir a adaptação de suas condições físicas e psicológicas ao novo cargo. 13) As sanções penais, civis e administrativas são independentes entre si e, por esse motivo, não poderão ser acumuladas. 14) A absolvição de servidor público na esfera penal, em virtude da inexistência de prova suficiente para a sua condenação, implica que, no âmbito disciplinar administrativo, o servidor não poderá ser punido em virtude do mesmo fato. 15) Claudia e Joana são servidoras públicas federais, tendo praticado faltas disciplinares no exercício de suas atribuições. Claudia faltou ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante o período de doze meses. Joana, de histórico exemplar vez que nunca sofrera qualquer penalidade administrativa, opôs resistência injustificada à execução de determinado serviço. Cumpre salientar que ambas as servidoras ainda não foram processadas administrativamente embora a Administração já tenha conhecimento dos fatos praticados. Nos termos da Lei no 8.112/1990, as ações disciplinares relativas às infrações praticadas pelas servidoras prescreverão em a) 5 anos e 2 anos, respectivamente, contados tais prazos a partir da data em que os fatos se tornaram conhecidos pela Administração. b) 2 anos e 180 dias, respectivamente, contados tais prazos a partir da data em que os fatos se tornaram conhecidos pela Administração. c) 5 anos e 180 dias, respectivamente, contados tais prazos a partir da data em que os fatos se tornaram conhecidos pela Administração. d) 2 anos, contado tal prazo da data em que praticadas as condutas. e) 5 anos, contado tal prazo da data em que praticadas as condutas. GABARITO: 1. Errado 2. Errado 3. C 4. E 5. D 6. Certo 7. Certo 8. Certo 9. Certo 10. Errado 11. Errado 12. C 13. Errado 14. Errado 15. C
Compartilhar