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Excludentes de Ilicitude

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Estado De Perigo:
O estado de necessidade é a possibilidade de se sacrificar um direito para salvar outro direito. Na verdade, estamos diante de uma questão de ponderação de interesses. Há diversos requisitos:
 Perigo atual: A lei dispõe que o perigo tem que ser atual, o que significa que o perigo iminente não se encontra resguardado pelo estado de necessidade. Contudo, a doutrina entende que o perigo iminente também está resguardado pelo estado de necessidade. Como a prova de vocês é objetiva, devemos verificar aquilo que o examinador está pedindo. Ele pode falar que “de acordo com a lei, considera-se estado de necessidade (...)” ou ele pode falar que “de acordo com a melhor doutrina, considera-se estado de necessidade (...)”. Além disso, não precisa estar sofrendo uma lesão ou um dano! Basta o perigo de dano.
Exemplo: um cachorro Pit Bull correndo na direção do meu filho é perigo atual.
 Que não provocou por sua vontade: O agente não pode ter provocado dolosamente o perigo, mas culposamente pode.
Exemplo: se o agente afundou o próprio barco para receber o dinheiro do seguro, ele provocou o perigo com dolo, por sua própria vontade, de propósito. Dessa forma, ele não poderá alegar estado de necessidade para ficar na tábua de salvação.
Nem podia de outro modo evitar: Não existe outra opção menos gravosa para o agente. Não há nada de diferente que ele possa fazer para resolver aquele problema. Sempre que houver outro modo (atípico ou menos gravoso), ele terá que optar por este.
  4) Direito próprio ou alheio: Se o direito for próprio, não tem problema, ele pode fazê-lo. Se o direito for alheio, ele deverá atentar para a disponibilidade do bem nos seguintes termos:
a) Se o bem alheio era Indisponível: Pode atuar normalmente em estado de necessidade.
b) Se o bem alheio era Disponível: Só pode atuar em duas situações, ou seja, atuar junto com o terceiro ou atuar a pedido do terceiro.
 5) Cujo sacrifício era razoável exigir: O direito que eu salvei tem que ser de valor IGUAL ou MAIOR do que o do direito sacrificado. Sendo assim, não é possível alegar o estado de necessidade, para salvar um direito de valor menor, do que aquele do bem sacrificado.
Exemplo: bombeiro que entra em uma casa desmoronando e só tem duas opções: salvar a mãe (lado esquerdo) ou 10 pessoas (lado direito). O que ele escolhe? Pelo estado de necessidade, ele é obrigado a escolher as 10 pessoas (lado direito). Isto ocorre pelo fato de o Código Penal ter adotado apenas 01 Estado de Necessidade, que é o da Teoria Unitária ou Unificada.
	Código Penal
	TEORIA UNITÁRIA
OU
TEORIA UNIFICADA
	Estado de Necessidade JUSTIFICANTE
	Exclui a Antijuridicidade
	Bem Salvo > Bem Sacrificado
	Bem Salvo = Bem Sacrificado
	TEORIA DUALISTA
OU
TEORIA DIFERENCIADORA
	Estado de Necessidade JUSTIFICANTE
	Exclui a Antijuridicidade
	Bem Salvo > Bem Sacrificado
	+
	Estado de Necessidade EXCULPANTE
	Exclui a Culpabilidade
	Bem Salvo = Bem Sacrificado
	Bem Salvo < Bem Sacrificado
Quem tinha o dever legar de enfrentar o perigo não pode alegar o estado de necessidade. Porém, isso é só para deixar de enfrentar o perigo! Depois que vencer a inércia, poderá alegar o estado de necessidade para ponderar os bens, que serão salvos durante a situação de perigo. E isso é só para quem tem o dever LEGAL. O dever contratual poderá ser deixado de lado, nas situações de estado de necessidade. Sendo assim, o policial não poderá usar uma pessoa como escudo. Por outro lado, o segurança pessoal poderá fazê-lo. O resumo é que aquele que tem o dever legal de enfrentar o perigo (policial, bombeiro,...) não pode alegar o estado de necessidade para deixar de agir. Porém, depois que ele começa a agir, ele pode naturalmente alegar o estado de necessidade, para justificar as suas escolhas de salvamento.
 Além disso, se o sujeito sacrificar o bem de maior valor, para salvar o bem de menor valor, será possível reduzir a pena de 1/3 a 2/3. 
Exemplos: Se uma pessoa dá o comando para o cachorro me morder: Legítima Defesa (pois o cachorro foi mero instrumento). Mas se um cachorro se desprende e vem correndo para me morder, é Estado de Necessidade (pois a legítima defesa é para agressão humana).
Legítima Defesa
	A Legítima Defesa é considerada, pelo Código Penal, como um Excludente de Ilicitude. Isso implica dizer que quem age em legítima defesa não comete crime. Não confunda: não é a mesma coisa que dizer que o crime existe, mas não existe pena. Simplesmente não houve crime e, portanto, não há que se falar em pena. Confira a literalidade do Código Penal: Exclusão de ilicitude 
Art. 23 – Não há crime quando o agente pratica o fato
I – em estado de necessidade;
II – em legítima defesa;
III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito
 Não obstante, o próprio Código deixa claro que os excessos serão puníveis, conforme segue: Excesso punível
Parágrafo único – O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
 	O legislador permite que se pratiquem condutas que, em outras hipóteses, seriam crimes, como “Matar Alguém” (Homicídio) ou “Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem” (Lesão corporal), por exemplo. Todavia, esse dispositivo não é um salvo-conduto para que homicídios e lesões corporais sejam indefinidamente praticados, nem tampouco concede ao cidadão o direito de “fazer justiça com as próprias mãos”. De acordo com o Código Penal, entende-se por Legítima Defesa:
 Legítima defesa
Art. 25 – Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Analisemos o conceito passo-a-passo:
1)    Uso moderado
A legítima defesa deve ser feita com moderação. O ato de defesa deve ser proporcional à gravidade da ameaça ou agressão. A avaliação da gravidade é subjetiva e deverá ser analisada caso a caso. Fica fácil compreender a intenção do legislador quando criamos exemplos hipotéticos exagerados, veja:
Exemplo 1: Mulher de 50 Kg agride homem de 100 Kg, faixa preta de Karatê com tapas. Homem revida com cinco disparos de arma de fogo, matando a agressora. Nesse caso, considerada a distância física entre os agentes e a incapacidade da agressora em causar qualquer dano à vítima, pode-se caracterizar o excesso na legítima defesa.
Exemplo 2: Homem de 100 Kg, com uma barra de ferro na mão, avança agressivamente contra jovem asmático de 70 kg, que atira uma pedra que acerta o crânio do agressor, levando-o a óbito. Trata-se de caso típico de legítima defesa, amparado pelo Art. 25 do Código Penal.
2)    Meios necessários
Na Legítima Defesa, quem sofre injusta agressão pode usar dos meios disponíveis para ver-se incólumes. Assim, pouco importa se a arma utilizada é própria (feita para ser arma) ou imprópria (improvisada). É irrelevante se está registrada no SINARM, no SIGMA ou se não está registrada. Nesse último caso, haverá o crime de posse ilegal de arma de fogo (Lei 10.826/03), mas não o crime de homicídio, caso caracterizada a Legítima Defesa.
Também cabe frisar o fato de que não existe número mínimo ou máximo de disparos para que se caracterize a Legítima Defesa. Caso a vítima descarregue os 18 tiros de sua pistola e ainda assim o agressor – incrivelmente – tenha capacidade de oferecer perigo real ou iminente, é cabível que a vítima troque os carregadores e continue disparando até que cesse a agressão.
Por outro lado, caso a vítima tenha efetuado único disparo capaz de cessar a agressão e, ainda assim, continuado disparando , responderá pelo excesso previsto no Parágrafo Único do Art. 23 exposto acima.
Exemplo 1: Idosa gaúcha, sozinha em seu apartamento, recebe invasor com os 6 tiros de seu revólver. Caso típico de legítima defesa, independentemente do número de disparos.
Exemplo 2: Para evitar ter seu carro roubado, jovem atropela o assaltante repetidas vezes, mesmo tendo a chance de evadir-se do local na primeira ocasião. Configura-seo excesso na legítima defesa.
 
3)    Agressão atual ou iminente
Ao contrário do que o senso comum prega, não é necessário à vítima aguardar o primeiro ataque do agressor para iniciar a sua defesa. O que é bem razoável, pois se fosse o cidadão forçado a sofrer o primeiro disparo para que pudesse, finalmente, efetuar o seu próprio, haveria enorme desvantagem à vítima. Assim, a Legítima Defesa pode ser utilizada em situações em que a agressão é atual ou iminente, ou seja, ainda está por vir. Significa dizer que se o ataque do agressor é inequívoco e inexorável, a vítima já pode se defender. 
Exemplo: Depois de receber diversas ameaças de morte de B, A encontra B em um beco escuro. B levanta a camiseta com a mão esquerda enquanto sua mão direita aproxima-se do cós de sua calça. Mesmo sem esperar B sacar sua arma, A já está autorizado pela Lei a iniciar sua defesa contra B.
4. A Direito seu ou de Outrem
De acordo com o Código Penal, não é apenas a vítima que pode “se beneficiar” da Excludente de Ilicitude de que tratamos. O texto da Lei também prevê que não existe crime quando se age em defesa de terceiros, legitimando, por exemplo, o pai que, em flagrante, mata o estuprador da filha para defendê-la.
 
5. Justiça com as próprias mãos
A Legítima Defesa, conforme prevista na legislação em vigor no Brasil não autoriza ninguém a fazer justiça pelos próprios meios. Caso não haja agressão real ou iminente, ou seja, se a agressão já se consumou ou simplesmente não se sabe quando – e se – vai, de fato, ocorrer, a ação da vítima contra o agressor não estará amparada pela excludente.
Exemplo: Pai flagra estuprador imediatamente após consumar o ato com sua filha. O estuprador foge e é perseguido pelo pai que, ao alcançá-lo, agride-o a socos e pontapés até a morte. Por mais compreensível que seja a atitude do pai desse exemplo, esta conduta, de acordo com a legislação em vigor, é criminosa e não estará amparada pela legítima defesa.
 
Diferença entre legítima defesa e estado de necessidade:
		No estado de necessidade há conflito entre vários bens jurídicos diante de uma situação de perigo, que não pode ser prevista, em que o perigo decorre de comportamento humano, animal ou ainda por evento da natureza. Deste modo, o perigo não tem destinatário certo e os interesses em conflito são legítimos. Encontra previsão legal no artigo 23, I, do Código Penal, sendo exemplificado no artigo 24 do mesmo Código. Portanto, o estado de necessidade exclui o caráter antijurídico de uma conduta criminosa.
Já na legítima defesa, há ameaça ou ataque por pessoa imputável, a um bem jurídico, podendo este ser de outrem. Trata-se, portanto, de agressão humana, que possui destinatário certo e os interesses do agressor são ilegítimos. Tem como requisito subjetivo o conhecimento da situação de fato justificante e como requisitos objetivos a proteção de direito próprio ou alheio, uso moderado dos meios necessários (não adiantando encontrar o meio necessário e sim usá-lo moderadamente, ou seja, de maneira suficiente a repelir a agressão), que seja injusta a agressão e que ela esteja ocorrendo ou prestes a ocorrer, conforme preceitua o Código Penal em seu artigo 25. 
Certo é que, na legítima defesa temos uma ação defensiva com aspectos agressivos, enquanto que no estado de necessidade a ação é agressiva com o intuito defensivo. 
Fontes: LFG jus brasil, penal em resumo.

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