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Aula 01 TUTELAS NO NCPC (2)

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PROCESSO CAUTELAR E PROCEDIMENTOS ESPECIAIS – Prof. Francis Vanine de Andrade Reis
ROTEIRO PARA AULA 01
TUTELAS NO NCPC
ESPÉCIES DE TUTELA NO NCPC: definitivas e provisórias – as definitivas são baseada em cognição exauriente (plenária, sem limitações probatórias e realizada após o completo devido processo legal) – as PROVISÓRIAS são baseadas em cognição sumária (realizada apenas com base nas alegações e provas trazidas pelo autor ao processo – incompleta utilização do devido processo legal) – estas podem ser divididas em tutelas de urgência e tutelas de evidência.
Urgências de tutela – generalidades: situações de necessidade de fruição imediata, ou tão logo quanto possível, do bem da vida buscado pela parte – criação urgente de regra de conduta a regular a situação conflituosa das partes – é possível a conciliação com o devido processo legal? Ex.: mulher que pede o afastamento do marido do lar sob o argumento de que está sendo violentada; venda irregular de estoque; busca e apreensão de menor em situação de risco – FUNDAMENTO: combate ao dano marginal do processo (“tempo como inimigo”) – CARACTERÍSTICA: excepcionalidade.
Origem histórica das tutelas de urgência: interditos romanos� – pretor romano: funções administrativas (não separação de “poderes”) – possuía o imperium (poder de impor) e não a jurisdictio (dizer o direito), que era função do iudex (árbitro privado). Nos sistemas procedimentais das legis actiones e do per formulas o pretor não julgava, só aceitava (no primeiro) a causa das partes e entrega a fórmula do julgamento (no segundo) para o árbitro decidir quem tinha razão (procedimento da actio). Nos interdicta (interditos), o próprio pretor autorizava a realização de algum ato, sem ouvir a outra parte, por conta da urgência em situações específicas e de forma provisória. Cabia depois a utilização da actio se fosse necessário. A actio envolvia decisão de inteligência do iudex (passava pela cognição); os interdicta envolviam decisão de vontade do praetor.
Tutelas de urgência no CPC/1973: no CPC/1973 há duas espécies de tutelas de urgência: 1. processo e medidas incidentais cautelares; 2. antecipação de tutela. Todas são fundamentadas na urgência e têm como característica comum a provisoriedade (podem ser alteradas, posteriormente, pelo mesmo julgador no mesmo processo – “não formação de coisa julgada” – cognição sumária e superficial). A importância em sua diferenciação está nos objetivos e requisitos diversos�.
TUTELAS PROVISÓRIAS NO NCPC: a Lei 13.105/2015, em vigor a partir de 17/03/2016, o NCPC passa a prever dois grandes grupos de tutelas: DEFINITIVAS� e PROVISÓRIAS. As, PROVISÓRIAS, por sua vez, marcadas pela alterabilidade, podem ser divididas em TUTELAS DE URGÊNCIA e TUTELAS DE EVIDÊNCIA. As tutelas de urgência são divididas, por sua vez, em duas espécies: TUTELA ANTECIPADA (satisfativa) e TUTELA CAUTELAR (protetiva ou preparatória). Ambas, ainda, quanto à forma de requerimento, podem ser ANTECEDENTES ou INCIDENTAIS (308, §1º, NCPC).
CAUTELARES: têm como objetivos: 
asseguramento da fruição do bem da vida em risco, com sua proteção, ou dos meios para sua obtenção – proteção do bem, partes e elementos de prova�; 
preparação, com a colheita de meios de prova para permitir a busca do vem da vida (e.g. produção antecipada de provas).
ANTECIPATÓRIAS: tem como objetivo a fruição do bem da vida antes da prolatação da sentença�. Visam antecipar a execução do todo ou de parte de uma decisão que poderá ser confirmada pela decisão final – envolve atendimento do pedido mediato. 
Tutelas de urgência e princípios constitucionais do processo – possibilidade de conciliação? Fundamento constitucional das tutelas de urgência: art. 5º, XXXV, CF (proteção à ameaça a direito) – discussão entre efetividade e “segurança”/”certeza” – princípio da ponderação de valores� - no choque entre direitos fundamentais, sacrificar o menos relevante no mínimo possível para atender o mais relevante – CRÍTICA: a definição da relevância é ato solitário do juiz – como conciliar o devido processo legal com as urgências de tutela – questões operacionais e legislativas – situações de sacrifício devem ser excepcionalíssimas.
TÉCNICA PROCESSUAL DIFERENCIADA NA TUTELA DE URGÊNCIA: Liminar = decisão proferida no início do processo (in limine litis), antes mesmo de oitiva do réu (inaudita altera parte) – medida judicial tomada antes do contraditório (diferido) – pode ser concedida incidentalmente (cumulação de pedidos) ou em caráter antecedente.
� Sobre o tema, conferir: BAPTISTA DA SILVA, Ovídio Araújo. Jurisdição e Execução na Tradição Romano Canônica. 3. Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2007; CRETELLA JÚNIOR, José. Curso de Direito Romano: o direito romano e o direito civil brasileiro. 28. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2003; MIRANDA FILHO, Juventino Gomes de. O Caráter Interdital da Tutela Antecipada. Belo Horizonte: Del Rey, 2003.
� No NCPC, há grande fungibilidade entre a tutela cautelar e antecipatória pela uniformização dos requisitos. Há diferenciação, portanto, somente nos objetivos e procedimento para concessão da modalidade antecedente.
� Defendendo a presença de coisa julgada e mérito na tutela cautelar, Fredie Didier Júnior defende a presença de tutelas definitivas cautelares e satisfativas. A posição, porém, é isolada.
� Para Ovídio A. Baptista da Silva, as cautelares envolvem segurança para a execução.
� Para Ovídio A. Baptista da Silva, antecipação envolve execução para segurança.
� Sobre o tema, conferir: ZAVASCKI, Teori Albino. Antecipação da Tutela. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. Princípios da necessidade e proporcionalidade.
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