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03_Direito_Constitucional

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1 
1099352 E-book gerado especialmente para ELIZIOMAR PASCOAL DA SILVA
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Constituição: princípios fundamentais ........................................................................................... 1 
 
2 Aplicabilidade e interpretação das Normas Constitucionais. Vigência e Eficácia das Normas 
Constitucionais. .................................................................................................................................. 4 
 
3 controle de Constitucionalidade: sistemas difuso e concentrado. Ação Direta de 
Inconstitucionalidade. Ação Declaratória de Constitucionalidade. Arguição de Descumprimento de 
Preceito Fundamental ......................................................................................................................... 6 
 
4 Direitos e Garantias Fundamentais: direitos e deveres individuais e coletivos, direitos sociais, direitos 
de nacionalidade, direitos políticos..................................................................................................... 19 
 
5 Organização Político-Administrativa: competência da União, dos Estados e Municípios ............... 53 
 
6 Administração Pública: disposições gerais. Servidores Públicos .................................................. 65 
 
7 Organização dos Poderes .......................................................................................................... 84 
 
8 Poder Executivo: atribuições e responsabilidades do Presidente da República ............................ 85 
 
9 Poder Legislativo: processo legislativo, fiscalização contábil, financeira e orçamentária ............... 91 
 
10 Poder judiciário: disposições gerais. Supremo Tribunal Federal, superior Tribunal de Justiça, 
Tribunais Federais e Juízes Federais, dos Tribunais e juízes do Trabalho ......................................... 108 
 
11 Funções Essenciais à justiça: Ministério Público, Advocacia Pública, Advocacia e Defensoria 
Públicas .......................................................................................................................................... 122 
 
Questões.................................................................................................................................... 130 
 
Respostas .................................................................................................................................. 133 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos!
1099352 E-book gerado especialmente para ELIZIOMAR PASCOAL DA SILVA
 
1 
 
Os princípios fundamentais ou constitucionais são aqueles que guardam os valores fundamentais da 
ordem jurídica. Nos princípios constitucionais, condensam-se bens e valores considerados fundamentos 
de validade de todo o sistema jurídico. 
Os princípios constituem ideias gerais e abstratas, que expressam, em menor ou maiores escala todas 
as normas que compõem a seara do direito. Poderíamos dizer que cada área do direito retrata a 
concretização de certo número de princípios, que constituem o seu núcleo central. Eles possuem uma 
força que permeia todo o campo sob seu alcance. Daí por que todas as normas que compõem o direito 
constitucional devem ser estudadas, interpretadas, compreendidas à luz desses princípios. Os princípios 
consagrados constitucionalmente servem, a um só tempo, como objeto da interpretação constitucional e 
como diretriz para a atividade interpretativa, como guias a nortear a opção de interpretação. 
Os princípios constituem a base, o alicerce de um sistema jurídico. São verdadeiras proposições 
lógicas que fundamentam e sustentam um sistema. 
Sabe-se que os princípios, ao lado das regras, são normas jurídicas. Os princípios, porém, exercem 
dentro do sistema normativo um papel diferente dos das regras. As regras, por descreverem fatos 
hipotéticos, possuem a nítida função de regular, direta ou indiretamente, as relações jurídicas que se 
enquadrem nas molduras típicas por elas descritas. Não é assim com os princípios, que são normas 
generalíssimas dentro do sistema. 
Serve o princípio como limite de atuação do jurista. No mesmo passo em que funciona como vetor de 
interpretação, o princípio tem como função limitar a vontade subjetiva do aplicador do direito, vale dizer, 
os princípios estabelecem balizamentos dentro dos quais o jurista exercitará sua criatividade, seu senso 
do razoável e sua capacidade de fazer a justiça do caso concreto. 
Os princípios constitucionais estão contidos nos artigos 1º ao 4º da Constituição Federal (CF). 
 
Artigo 1º da CF: A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre 
iniciativa, o pluralismo político. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes 
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
 
O artigo define a forma de Estado (Federativa) e a forma de Governo (República) em duas palavras 
“República Federativa”, “formada pela União indissolúvel” (nenhum ente pode pretender se separar), 
numa Federação não existe a hipótese de separação, “constitui em Estado Democrático de Direito”. Essa 
expressão trás em si a ideia do Estado formado a partir da vontade do povo, voltado para o povo e ao 
interesse do povo (o povo tem uma participação ativa, sempre com o respeito aos Direitos e garantias 
fundamentais), e tem por fundamentos: 1) Cidadania; 2) Soberania; 3) Dignidade da pessoa humana; 4) 
Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e 5) Pluralismo político. 
 
Artigo 2º da CF: São poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o 
Executivo e o Judiciário. 
a) O Poder Executivo é um dos poderes governamentais, segundo a teoria da separação dos poderes 
cuja responsabilidade é a de implementar, ou executar, as leis e a agenda diária do governo ou do 
Estado.). O poder executivo varia de país a país. Nos países presidencialistas, o poder executivo é 
representado pelo seu presidente, que acumula as funções de chefe de governo e chefe de estado. 
1 Constituição: princípios fundamentais 
 
1099352 E-book gerado especialmente para ELIZIOMAR PASCOAL DA SILVA
 
2 
b) O Poder Legislativo é o poder de legislar, criar leis. No sistema de três poderes proposto por 
Montesquieu, o poder legislativo é representado pelos legisladores, homens que devem elaborar as leis 
que regulam o Estado. O poder legislativo na maioria das repúblicas e monarquias é constituído por um 
congresso, parlamento, assembleias ou câmaras. O objetivo do poder legislativo é elaborar normas de 
direito de abrangência geral (ou, raramente, de abrangência individual) que são estabelecidas aos 
cidadãos ou às instituições públicas nas suas relações recíprocas. 
 c) O Poder judiciário é um dos três poderes do Estado moderno na divisão preconizada por 
Montesquieu em sua teoria da separação dos poderes. Ele possui a capacidade de julgar, de acordo com 
as leis criadas pelo Poder Legislativo e de acordo com as regras constitucionaisem determinado país. 
Ministros, desembargadores e Juízes formam a classe dos magistrados (os que julgam). 
 
Artigo 3º da CF: Traz os objetivos da República Federativa do Brasil. É uma norma programática. 
Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: construir uma sociedade livre, justa 
e solidária, garantir o desenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as 
desigualdades sociais e regionais, promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, 
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
 
Artigo 4º da CF: Traz os princípios que regem o Brasil nas suas relações internacionais. A República 
Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: independência 
nacional, prevalência dos direitos humanos, autodeterminação dos povos, não-intervenção, igualdade 
entre os Estados, defesa da paz, solução pacífica dos conflitos, repúdio ao terrorismo e ao racismo, 
cooperação entre os povos para o progresso da humanidade, concessão de asilo político. A República 
Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América 
Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. 
 
Outros princípios fundamentais estão espalhados por todo o texto constitucional, de forma explícita ou 
implícita. Muitos de forma até repetitiva, para que não sejam desconsiderados. As colisões de princípios 
são resolvidas pelo critério de peso, preponderando o de maior valor no caso concreto, pois ambas as 
normas jurídicas são consideradas igualmente válidas. Por exemplo: o eterno dilema entre a liberdade de 
informação jornalística e a tutela da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas (CF, 
art. 220, §1º). Há necessidade de compatibilizar ao máximo os princípios, podendo prevalecer, no caso 
concreto, a aplicação de um ou outro direito. 
 
TÍTULO I 
Dos Princípios Fundamentais 
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e 
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania; 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou 
diretamente, nos termos desta Constituição. 
 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário. 
 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
 III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras 
formas de discriminação. 
 
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes 
princípios: 
I - independência nacional; 
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3 
II - prevalência dos direitos humanos; 
III - autodeterminação dos povos; 
IV - não-intervenção; 
V - igualdade entre os Estados; 
VI - defesa da paz; 
VII - solução pacífica dos conflitos; 
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; 
X - concessão de asilo político. 
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e 
cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de 
nações. 
 
Além dos princípios estampados nos artigos 1º ao 4º da Constituição Federal, podemos observar 
outros princípios destinados a melhor aplicabilidade dos direitos constitucionais. 
 
PRINCÍPIO DA UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO: Na conformidade desse princípio, as normas 
constitucionais devem ser consideradas não como normas isoladas e dispersas, mas sim integradas num 
sistema interno unitário de princípios e regras. 
 
PRINCÍPIO DA CONCORDÂNCIA PRÁTICA OU DA HARMONIZAÇÃO: Formulado por Konrad 
Hesse, esse princípio impõe ao intérprete que os bens constitucionalmente protegidos, em caso de 
conflito ou concorrência, devem ser tratados de maneira que a afirmação de um não implique o sacrifício 
do outro, o que só se alcança na aplicação ou na prática do texto. 
 
PRINCÍPIO DA FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO: Também formulado por Konrad Hesse, 
esse princípio estabelece que, na interpretação constitucional, deve-se dar primazia às soluções ou 
pontos de vista que, levando em conta os limites e pressupostos do texto constitucional, possibilitem a 
atualização de suas normas, garantindo-lhes eficácia e permanência. 
 
PRINCÍPIO DO EFEITO INTEGRADOR: De acordo com esse princípio, na resolução dos problemas 
jurídico-constitucionais, deve-se dar prioridade às interpretações ou pontos de vista que favoreçam a 
integração política e social e possibilitem o reforço da unidade política, porquanto essas são as finalidades 
precípuas da Constituição. Assim, partindo de conflitos entre normas constitucionais, a interpretação deve 
levar a soluções pluralisticamente integradoras. 
 
PRINCÍPIO DA MÁXIMA EFETIVIDADE: Segundo esse princípio, na interpretação das normas 
constitucionais, deve-se atribuir-lhes o sentido que lhes empreste maior eficácia. Destarte, as normas 
constitucionais devem ser tomadas como normas atuais e não como preceitos de uma Constituição futura, 
destituída de eficácia imediata. O princípio da máxima efetividade significa o abandono da hermenêutica 
tradicional, ao reconhecer a normatividade dos princípios e valores constitucionais, principalmente em 
sede de direitos fundamentais. Exemplo: art. 37, CF – direito de greve dos funcionários públicos. 
Recentemente o STF decidiu sobre a matéria, reconhecendo que o direito não pode ser sonegado diante 
da omissão legislativa, prevendo a aplicação do direito de greve dos funcionários utilizando as regras do 
direito de greve no âmbito privado. 
 
PRINCÍPIO DA SUPREMACIA CONSTITUCIONAL: consiste em considerar a Constituição como o 
conjunto de normas fundamentais de um dado sistema jurídico. É a lex fundamentalis. Supremacia da CF 
também em sentido axiológico. 
 
PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE: presunção de legitimidade dos atos do 
poder público, tendo o intérprete que partir da premissa de que os atos do poder público são compatíveis 
com a CF. Evidentemente essa presunção não é absoluta, é relativa iuris tantum. 
 
PRINCÍPIO DA INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO: A aplicação do princípio da 
interpretação conforme a Constituição só é possível quando, em face de normas infraconstitucionais 
polissêmicas ou plurissignificativas, existem diferentes alternativas de interpretação, ou seja, o texto 
permite extraírem-se interpretações diversas, umas em desconformidade e outras de acordo com a 
Constituição, sendo que estas devem ser preferidas àquelas. Entretanto, na hipótese de se chegar a uma 
1099352 E-book gerado especialmente para ELIZIOMAR PASCOAL DA SILVA
 
4 
interpretação manifestamente contrária à Constituição, impõe-se que a norma seja declarada 
inconstitucional. 
 
PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE: Também chamado de postulado da razoabilidade, informa a busca 
de interpretações mais justas porque adequadas, necessárias e proporcionais, para servir na solução do 
conflito entre princípios, ajudando o intérprete na ponderação de bens e interesses. Esse princípio se 
divide em três dimensões: a) Adequação (utilidade – é a adequação entre meios e fins); b) Necessidade 
(vedação do excesso – dever de buscar restringir o mínimo possívelos direitos fundamentais); c) 
Proporcionalidade (significa correlação entre custo e benefício). 
 
 
Como regra geral, todas as normas constitucionais apresentam eficácia, algumas jurídica e social e 
outras apenas jurídicas. Eficácia social verifica-se na hipótese de a norma vigente, isto é, com 
potencialidade para regular determinadas relações, ser efetivamente aplicada a casos concretos. Eficácia 
jurídica, por sua vez, significa que a norma está apta a produzir efeitos na ocorrência de relações 
concretas; mas já produz efeitos jurídicos na medida em que a sua simples edição resulta na revogação 
de todas as normas anteriores que com ela conflitam. 
Em relação à classificação e aplicabilidade das normas constitucionais é tradicional a teoria de José 
Afonso da Silva. Para o citado autor as normas constitucionais podem ser: 
 
De aplicabilidade imediata e eficácia plena: São consideradas aquelas que não dependem de 
atuação legislativa posterior para a sua regulamentação, isto é, desde a entrada em vigor da Constituição 
estas normas já estão aptas a produzirem todos os seus efeitos. A título de exemplo podemos apontar as 
normas referentes às competências dos órgãos (CF, art. 48 e 49) e os remédios constitucionais (CF, art. 
5°, LXVIII, LXIX, LXX, LXXI, LXXII, LXIII). 
 
De aplicabilidade imediata e eficácia contida ou restringível: São normas constitucionais em que 
o legislador constituinte regulou suficientemente a matéria, mas possibilitou ao legislador ordinário 
restringir os efeitos da norma constitucional. Estas normas constitucionais têm aplicabilidade imediata, 
quer dizer, com a entrada em vigor da Constituição elas já são aplicáveis, no entanto, uma lei posterior 
poderá restringir, conter seus efeitos. 
Temos como exemplo o art. 5°, XIII da Carta Republicana de 1988, que diz ser livre o exercício de 
qualquer trabalho, oficio ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer. 
Observando este artigo veremos que, se não houver uma lei regulamentado as profissões, qualquer 
pessoa poderá exercer qualquer tipo de atividade. No entanto, o legislador ordinário poderá, através de 
lei, estabelecer requisitos para o exercício de algumas profissões, como é o caso da profissão de 
advogado, onde a Lei 8.906/94 veio a estabelecer a necessidade de conclusão do curso de bacharelado 
em direito e ainda a aprovação no exame de ordem para aqueles que pretendam exercer a mencionada 
profissão, assim, é de se apontar que a lei veio restringir o alcance da norma constitucional, 
estabelecendo requisitos para o exercício profissional. 
 
De aplicabilidade mediata e eficácia limitada: Classificam-se como normas de aplicabilidade 
mediata e eficácia limitada aquelas que precisam de atuação legislativa posterior para que possam gerar 
plenamente todos os direitos e obrigações e se subdividem em: 
2 Aplicabilidade e Interpretação das Normas Constitucionais; 
Vigência e Eficácia das Normas Constitucionais 
1099352 E-book gerado especialmente para ELIZIOMAR PASCOAL DA SILVA
 
5 
- Normas de eficácia limitada quanto aos princípios institutivos, que são as normas onde o legislador 
constituinte traça esquemas gerais de estruturação e atribuições dos órgãos, entidades ou institutos, para 
que o legislador ordinário os estruture em definitivo, mediante Lei. 
Conforme apontado pelo professor Paulo Bonavides, “as exigências de uma legislação posterior que 
lhes complete a eficácia são de ordem ou natureza meramente técnica ou instrumental”. 
Podemos citar como exemplos a previsão de criação do Código de Defesa do Consumidor (CF, art. 
5°, XXXII), a regulamentação do direito de greve do servidor público (CF, art. 37, VII), a organização 
administrativa e judiciária dos Territórios Federais (CF, art. 33). 
- Normas de eficácia limitada quanto aos princípios programáticos, que são “aquelas normas 
constitucionais, através das quais o constituinte, em vez de regular direta e imediatamente determinados 
interesses, limitou-se a traçar-lhes os princípios para serem cumpridos pelos seus órgãos como 
programas das respectivas atividades, visando à realização dos fins sociais do Estado”. São normas que 
dependem de ações metajurídicas para serem implementadas, temos como exemplo o direito ao salário 
mínimo digno (CF, art. 7º, IV), o direito à moradia, ao trabalho, a segurança (CF, art. 6º). 
Certo é que pela própria natureza de direitos que exigem do Estado uma conduta prestativa, positiva, 
nem sempre é possível a sua pronta concretização, haja vista a carência e a limitação de recursos 
financeiros para a realização dos atos estatais. 
Consoante o entendimento de Gilmar Ferreira Mendes, estes direitos não dependem apenas de uma 
decisão jurídica, mas exigem atuações legislativas e administrativas para a sua real concretização, ou 
seja, são limitados pela conhecida teorização da Reserva do Financeiramente Possível. 
Onde o Estado não possuindo recursos suficientes para ofertar todas as prestações relacionadas como 
direitos fundamentais sociais, deve eleger aquelas que julga mais pertinentes de acordo com as 
condições do momento. 
Assim, leciona o citado autor: “Observe-se que, embora tais decisões estejam vinculadas 
juridicamente, é certo que a sua efetivação está submetida, dentre outras condicionantes à reserva do 
financeiramente possível”. 
A partir desse critério, poder-se-ia considerar irrazoável a condenação do Estado ao pagamento de 
medicamento extremamente caro, enquanto outros cidadãos carecem ainda dos medicamentos mais 
baratos (e por vezes tanto quanto ou mais essenciais), por falta de recursos públicos. Isso pode, a 
princípio, ofender a dignidade humana daquela pessoa, e até mesmo um alegado “mínimo para a 
existência” (se identificável). Porém, não pode o Judiciário fechar os olhos para o macro e aliviar sua 
consciência diária ao proteger o micro. 
Não se ignora que a realização dos direitos econômicos, sociais e culturais - além de caracterizar-se 
pela gradualidade de seu processo de concretização - depende, em grande medida, de um inescapável 
vínculo financeiro subordinado às possibilidades orçamentárias do Estado, de tal modo que, comprovada, 
objetivamente, a alegação de incapacidade econômico-financeira da pessoa estatal, desta não se poderá 
razoavelmente exigir, então, considerada a limitação material referida, a imediata efetivação do comando 
fundado no texto da Carta Política. 
Portanto, com fundamento no que até agora debatido, pode surgir o seguinte questionamento: estas 
normas não têm nenhuma eficácia jurídica? O ilustre professor Ingo Wolfgang Sarlet diz: 
“(...) Os direitos fundamentais sociais de cunho prestacional, independentemente da forma de sua 
positivação (mesmo quando eminentemente programáticos ou impositivos), por menor que seja sua 
densidade normativa ao nível da Constituição, sempre estarão aptos a gerar um mínimo de efeitos 
jurídicos, já que não há mais praticamente quem sustente que existam normas constitucionais (ainda mais 
quando definidoras de direitos fundamentais) destituídas de eficácia e, portanto, de aplicabilidade”. 
Baseado no ensinamento do professor Ingo, destacamos os efeitos normalmente atribuídos a estas 
normas: 
a) Acarretam a revogação dos atos normativos anteriores e contrários ao seu conteúdo e, por via de 
consequência, sua desaplicação, independentemente de um declaração de inconstitucionalidade, 
ressaltando-se que entre nós o Supremo Tribunal Federal consagrou a tese da revogação, em detrimento 
da assim chamada inconstitucionalidade superveniente. 
b) Contêm imposições que vinculam permanentemente o legislador, no sentido de que não apenas 
está obrigado a concretizar os programas, tarefas, fins e ordens mais ou menos concretas previstas na 
norma, mas também que o legislador, ao cumprir seu desiderato, não se poderá afastar dos parâmetros 
prescritosnas normas de direitos fundamentais a prestações. 
c) Implicam a declaração de inconstitucionalidade (por ação) de todos os atos normativos editados 
após a vigência da Constituição, caso colidentes com o conteúdo das normas de direitos fundamentais, 
isto é, caso contrários ao sentido dos princípios e regras contidos nas normas que os consagram. 
1099352 E-book gerado especialmente para ELIZIOMAR PASCOAL DA SILVA
 
6 
d) Geram um direito subjetivo de cunho negativo no sentido de que o particular poderá sempre exigir 
do Estado que se abstenha de atuar em sentido contrário ao disposto na norma de direito fundamental 
prestacional. Cuida-se, portanto, de uma dimensão negativa dos direitos positivos, já que as normas que 
os consagram, além de vedarem a emissão de atos normativos contrários, proíbem a prática de 
comportamentos que tenham por objetivo impedir a produção dos atos destinados à execução das 
tarefas, fins ou imposições contidas na norma de natureza eminentemente programática. 
e) Por fim, ainda verifica-se a possibilidade de ser exigido do Estado a concretização dos direitos 
prestacionais, através da ação direta de inconstitucionalidade por omissão (CF, art. 103, § 2º) ou através 
do mandado de injunção (CF, art. 5º, LXXI). 
 
Concluindo, não há, numa Constituição, cláusulas a que se deve atribuir meramente o valor material 
de conselhos, avisos ou lições. Todas têm a força imperativa de regras, ditadas pela soberania nacional 
ou popular aos seus órgãos. Muitas, porém, não revestem dos meios de ação essenciais ao seu exercício 
os direitos, que outorgam, ou os encargos, que impõem: estabelecem competências, atribuições, 
poderes, cujo uso tem de aguardar que a legislatura, segundo o seu critério, os habilite a se exercerem. 
 
 
 
Pela sua própria natureza, a Constituição é tida como a primeira lei positiva, como ápice do 
ordenamento jurídico. Assim, a supremacia da Constituição importa, num primeiro momento, o aspecto 
material (de forma que as leis e atos normativos não podem contrariar as normas constitucionais); e, 
também, um aspecto formal (pois é a Constituição que fixa a organização, a estrutura, a composição, as 
atribuições e o procedimento dos Poderes). 
Dessa forma podemos afirmar que nenhum ato estatal tem validade se não estiver, formal e 
materialmente, em conformidade com a Constituição (esta é uma condição de constitucionalidade). 
A condição de constitucionalidade alcança, inclusive, as próprias modificações da Constituição. 
Entretanto, essa nova manifestação do poder constituinte derivado, para não desvirtuar a supremacia da 
Constituição, deve ter limites, características e formas bem definidas, justamente para a não 
caracterização de sua própria inconstitucionalidade. 
Em consequência, mesmo as emendas constitucionais estão sujeitas à condição de 
constitucionalidade. A sanção desta condição de constitucionalidade é indispensável à garantia da 
supremacia da Constituição. Se o ato inconstitucional prevalece, a Constituição não é a lei suprema. 
Destarte, o "controle de constitucionalidade" também é condição da supremacia da Constituição. 
As normas constitucionais são aquelas previstas na Constituição Federal. A inconstitucionalidade é 
a situação de conflito existente entre uma lei e a Constituição. Não existe nada mais importante do 
que o controle da constitucionalidade das normas infraconstitucionais, ou seja, o controle da regularidade 
dessas normas, em face dos princípios da Lei Fundamental. 
A norma inconstitucional é inválida e não pode produzir nenhum efeito. É nula, exatamente 
porque conflita com a Lei Fundamental. Não basta, porém, que se saiba que essa norma é 
inconstitucional. É preciso que exista a potencialidade da sanção de invalidez dessa norma, isto é, que 
seja sempre possível retirar, prontamente, da ordem jurídica, a norma infraconstitucional que conflite com 
a Constituição, porque se isso não for possível, a Constituição deixará de ser uma Lei Fundamental, e a 
inconstitucionalidade prevalecerá. A Constituição deixará de ser efetiva, porque suas normas não serão 
obedecidas, e as leis inconstitucionais continuarão sendo aplicadas. 
3 Controle de Constitucionalidade: sistema difuso e concentrado; 
ação Direta de Inconstitucionalidade; Ação Declaratória de 
Constitucionalidade e Arguição de Descumprimento de Preceito 
Fundamental 
1099352 E-book gerado especialmente para ELIZIOMAR PASCOAL DA SILVA
 
7 
Antes de adentrarmos especificamente no assunto proposto, vamos abordar de forma sintética o 
controle e constitucionalidade como um todo. 
O controle de constitucionalidade é o exame da adequação das normas à Constituição, do ponto de 
vista material ou formal, de maneira a oferecer harmonia e unidade a todo o sistema. 
O controle típico mais comum, no entanto, é o jurisdicional, que recebe tal denominação por ser 
exercido por um órgão integrado ao Poder Judiciário. 
O objetivo do controle da constitucionalidade é preservar a supremacia da Constituição sobre as 
demais normas do ordenamento jurídico. O conceito de lei inclui as emendas constitucionais e todas as 
outras normas previstas no art. 59 da Constituição Federal (inclusive as medidas provisórias). 
O controle preventivo da constitucionalidade dos projetos de emendas à Constituição Federal e 
dos projetos de lei federal, que tem por objetivo evitar que normas inconstitucionais ingressem no 
ordenamento jurídico, em primeiro lugar é feito pelas comissões da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal (em especial a Comissão de Constituição e Justiça e Redação da Câmara e a Comissão de 
Constituição e Justiça e Cidadania do Senado). Logo, o controle preventivo ocorre durante a feitura da 
lei. 
Os pareceres negativos das Comissões de Constituição e Justiça costumam ser terminativos, 
acarretando a rejeição e o arquivamento do projeto. Os próprios regimentos internos da Câmara e do 
Senado, porém, admitem que os projetos rejeitados pelas comissões sejam levados para votação se o 
plenário der provimento a recurso nesse sentido, apresentado por um décimo dos membros da Casa 
respectiva. 
O controle preventivo também pode ser efetivado pelo Presidente da República, via sanção e veto. 
Sanção e veto são atos privativos dos chefes do Poder Executivo. O veto baseado na 
inconstitucionalidade é denominado veto jurídico; quando fundado no argumento de que a norma contraria 
o interesse público, o veto é denominado veto político. 
Excepcionalmente, o controle preventivo da constitucionalidade é feito pelo Poder Judiciário 
(normalmente via mandado de segurança impetrado por um parlamentar que não deseja participar de um 
ato viciado), quando a tramitação do projeto fere disposições constitucionais (vício formal). 
O controle repressivo da constitucionalidade, que visa expulsar as normas inconstitucionais do 
ordenamento jurídico, atipicamente, é feito pelo Poder Legislativo, que tem poderes para editar decreto 
legislativo sustando atos normativos do Presidente da República que exorbitem o poder regulamentar ou 
os limites da delegação legislativa (inc. V do art. 49 da CF). O Congresso também pode rejeitar medida 
provisória por entendê-la inconstitucional. 
O controle jurisdicional da constitucionalidade das leis e atos normativos, também chamado de controle 
repressivo típico, pode se dar pela via de defesa (também chamado de controle difuso, aberto, incidental 
e de via de exceção) e pela via de ação (também chamada de controle concentrado, reservado, direto 
ou principal). 
 
Sistema Difuso 
Pela via de exceção (controle difuso), qualquer Juiz ou Tribunal que estiver analisando um caso 
concreto deve manifestar-se sobre a inconstitucionalidade alegada ou verificada. Vale dizer: qualquer 
órgão judicante singular, Tribunal Estadual ou Tribunal Federal, por provocação ou de ofício, tem 
competência para apreciar a constitucionalidadedas leis e atos normativos pela via de exceção. Estes 
não julgam a inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo, apenas apreciam a questão e deixam de 
aplicá-la por achar inconstitucional àquele caso específico que está julgando. 
Essa manifestação, contudo, só é legítima quando indispensável para que se chegue ao julgamento 
do mérito do processo. A declaração de inconstitucionalidade, portanto, não é o objeto principal do 
processo, mas a apreciação do incidente é essencial para que o pedido seja analisado. Por isso, diz-se 
que o procedimento é incidenter tantum, ou seja, a exceção é apreciada como incidente da ação e, após 
resolvê-la, o Juiz julga o pedido principal. 
O efeito da declaração no controle difuso é inter partes, só valendo para o caso concreto e a decisão 
tem eficácia ex tunc, ou seja, retroativa. 
A questão da inconstitucionalidade de Lei Federal, Estadual, Distrital ou Municipal reconhecida pelo 
controle difuso pode chegar ao Supremo Tribunal Federal por meio do Recurso Extraordinário (art. 102, 
III, “a”, “b” e “c” da CF). 
Há a possibilidade de que a decisão proferida em um caso concreto tenha a sua abrangência ampliada, 
passando a ser oponível contra todos, ou seja, erga omnes. Reconhecida incidentalmente por decisão 
definitiva do Supremo Tribunal Federal, a inconstitucionalidade deve ser comunicada ao Senado, o qual, 
no momento em que julgar oportuno, editará Resolução (art. 52, X, da CF) suspendendo, no todo ou em 
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8 
parte, a execução da lei ou ato normativo federal, estadual, distrital ou municipal, cujos efeitos vincularão 
a todos apenas após a publicação da resolução, é o efeito ex nunc, ou seja, irretroativo. 
 
Sistema Concentrado 
O controle concentrado (ação direta) surgiu no Brasil através da Emenda Constitucional n°16, que 
atribuiu ao Supremo Tribunal Federal (na esfera federal) competência para processar e julgar 
originariamente a representação de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual. 
A competência para processar e julgar as leis dependerá de seu âmbito jurisdicional, pois o Supremo 
Tribunal Federal é o órgão de cúpula do Poder Judiciário e o guardião da Constituição Federal, e o 
Superior Tribunal de Justiça é o guardião da Constituição Estadual, assim cada um julga a ADI dentro do 
seu âmbito. Se houver violação da Constituição Federal e Constituição Estadual, respectivamente, quem 
irá julgar é o STF e o STJ. 
Através desse modelo de controle, é feita a declaração de inconstitucionalidade da lei ou do ato 
normativo objetivando alcançar a invalidação da lei para firmar a segurança das relações jurídicas. Não 
se discute nenhum interesse subjetivo, por não haver partes (autor e réu) envolvidas no processo. Logo, 
ao contrário do sistema difuso, o sistema concentrado possui natureza objetiva, com interesse maior de 
propor alguma espécie de controle para discutir se uma lei é ou não inconstitucional e na manutenção da 
supremacia constitucional. 
São várias as espécies de controle exercido contra uma lei que seja interpretada como inconstitucional, 
são elas: ações diretas de inconstitucionalidade, que podem ser genérica, interventiva e por omissão; 
ação declaratória de constitucionalidade e arguição de descumprimento de preceito fundamental. A ação 
direta de inconstitucionalidade, denominada ADI, tem como princípio fundamental propor a 
inconstitucionalidade de uma lei, diferente do controle difuso, onde está inconstitucionalidade é aplicada 
a um caso específico. 
Poucos têm legitimidade para propor a ação de inconstitucionalidade (art. 103 da CF). Os legitimados 
(Presidente da República, Mesa do Senado Federal, Mesa da Câmara dos Deputados, Mesa da 
Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Governador de Estado ou do DF, 
Procurador- Geral da República, Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, partido político 
com representação no Congresso Nacional e confederação sindical ou entidade de classe de âmbito 
nacional) são classificados em universais, genéricos (podem propor a ação sobre qualquer matéria) e 
temáticos, específicos (que devem demonstrar que a pretensão por eles deduzida guarda relação de 
pertinência direta com os seus objetivos institucionais – pertinência temática). 
São legitimados temáticos as confederações sindicais e as entidades de classe de âmbito nacional, a 
mesa da Assembleia Legislativa (ou da Câmara Distrital do DF) e o Governador de Estado (ou do DF). 
Os demais são legitimados universais. 
O artigo 97 da CF consagra uma cláusula chamada de reserva de plenário, onde nela especifica que 
ao ser declarada a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, esta deve ser feita através da maioria 
absoluta da totalidade dos membros do tribunal, sob pena de nulidade da decisão. 
A interpretação conforme a constituição é uma técnica de interpretação das leis inconstitucionais, 
utilizada em razão do princípio da presunção de constitucionalidade das leis e atos normativos. Este 
princípio faz com que a declaração de inconstitucionalidade seja uma medida excepcional, pois não cabe 
ao juiz deixar de aplicar uma lei por mera suspeita, sem que haja robusta comprovação de sua 
incompatibilidade vertical. Chama-se de incompatibilidade vertical, pois é a Constituição Federal quem 
rege todas as outras espécies normativas de modo hierárquico, tanto do ponto de vista formal 
(procedimental), quanto material (conteúdo da norma). 
Não se deve antecipar a declaração da inconstitucionalidade de uma lei, antes do julgador tentar 
interpretá-la de alguma maneira que seja possível compatível com a constituição. Pra tanto deve existir o 
chamado "espaço de decisão", ou seja, um espaço para o julgador encontrar mais de uma forma de 
interpretação do dispositivo legal e verificar se uma delas é compatível com a Constituição. Essa 
interpretação aplica-se tanto ao controle difuso, como ao concentrado. 
 
Ação Direta de Inconstitucionalidade 
 
A ação direta de inconstitucionalidade genérica tem por objetivo retirar do ordenamento jurídico a lei 
contemporânea estadual ou federal, que seja incompatível com a Constituição Federal (CF). Busca, 
então, obter a invalidade dessa lei, pois relações jurídicas não podem basear-se em normas 
inconstitucionais. Logo, por meio dessa ação, garante-se a segurança jurídica das relações. 
Fica a cargo do Supremo Tribunal Federal, a função de processar e julgar, originariamente, a ADI 
de lei ou ato normativo federal ou estadual. 
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9 
Tem legitimidade para propor uma ADI, todos aqueles que estão prescritos no artigo 103 da 
Constituição Federal, vejamos: 
 
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de 
constitucionalidade: 
I - o Presidente da República; 
II - a Mesa do Senado Federal; 
III - a Mesa da Câmara dos Deputados; 
IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; 
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; 
VI - o Procurador-Geral da República; 
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; 
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. 
§ 1º - O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de 
inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal. 
§ 2º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma 
constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, 
em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias. 
§ 3º - Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade,em tese, de norma legal 
ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto 
impugnado. 
 
Tratando-se de arguição de inconstitucionalidade de lei estadual ou municipal perante a Constituição 
Estadual, a competência originária será dos Tribunais de Justiça de cada Estado (CF, art. 125, §2º). 
No tocante aos legitimados, o STF prescreve que alguns devem demonstrar interesse na aludida 
representação, em relação à sua finalidade institucional. 
Todos os membros acima citados são neutros ou universais, possuidores de legitimação ativa 
universal, ou seja, não precisam demonstrar a pertinência temática, exceto os dos incisos IV - Mesa de 
Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V- o Governador de Estado ou do 
Distrito Federal e IX- confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional, que são autores 
interessados ou especiais, isto é, que devem demonstrar o interesse na propositura da ação relacionado 
à sua finalidade institucional. 
Não é a mesa do Congresso Nacional quem propõe a ADI, e sim a Mesa da Câmara e do Senado. A 
propositura de uma ação desse tipo, não está sujeita a nenhum prazo de natureza prescricional ou de 
caráter decadencial, pois de acordo com o vício imprescritível, os atos constitucionais não se invalidam 
com o passar do tempo. O procedimento que uma ação direta de inconstitucionalidade deve seguir está 
prescrito na Lei nº 9.868/99, ao final transcrita. 
Uma vez declarada à inconstitucionalidade da lei ou ato normativo em discussão, a decisão terá os 
seguintes efeitos: 
 Ex tunc: Retroativo como consequência do dogma da nulidade, que por ser inconstitucional, torna-
se nula desde o nascimento, por isso perde seus efeitos jurídicos. Excepcionalmente podem ser 
restringidos os efeitos daquela declaração, bem como decidir que só tenha eficácia a partir de seu trânsito 
em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. 
 Erga omnes: Será assim oponível contra todos. 
 Vinculante: Relaciona-se aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública Federal, 
Estadual e Municipal. Uma vez decidida procedente a ação dada pelo STF, sua vinculação será 
obrigatória em relação a todos os órgãos do Poder Executivo e do Judiciário, que daí por diante deverá 
exercer as suas funções de acordo com a interpretação dada pelo STF. Esse efeito vinculante aplica-se 
também ao legislador, pois esse não poderá mais editar nova norma com preceito igual ao declarado 
inconstitucional. 
 Repristinatório: Em princípio será restaurada uma lei que não poderia ser revogada. Se a lei é 
nula, ela nunca teve eficácia. Se nunca teve eficácia, nunca revogou nenhuma norma. Se nunca revogou 
nenhuma norma, aquela que teria supostamente “revogada” continua tendo eficácia. Eis o efeito 
repristinatório da decisão. 
Em regra, não cabe intervenção de terceiros na ADI; entretanto, em razão da relevância da matéria e 
a representatividade dos postulantes, o relator poderá admitir a manifestação escrita ou oral de outros 
órgãos ou entidades, que atuarão como amicus curiae (amigo da corte), nos termos do art. 7º, §2º, da Lei 
nº 9.868/99 e do art. 482, §3º, do Código de Processo Civil, para que o tribunal decida a causa com 
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conhecimento de todas as repercussões. Como requisitos para que o amicus curiae possa intervir na ADI 
temos a relevância da matéria e representatividade adequada. 
 
Ação Declaratória de Constitucionalidade 
A ação declaratória de constitucionalidade foi introduzida no ordenamento jurídico brasileiro pela 
Emenda Constitucional nº. 3 de 17 de março de 1993, com a alteração da redação do art. 102, I, “a”, e 
acréscimo do § 2º ao art. 102, bem como do § 4º ao art. 103, tendo sido regulamentado o seu processo 
e julgamento pela Lei nº. 9.868/99. 
Trata-se de ação que visa declarar a constitucionalidade de lei ou ato normativo federal. O órgão 
competente para apreciar a ação declaratória de inconstitucionalidade é o STF, de forma originária. 
Em tese, toda lei é constitucional, porém, isso se trata de presunção relativa, admitindo-se assim prova 
em contrário, declarando-se quando necessário à inconstitucionalidade da lei ou ato normativo. Desta 
forma, o objetivo da ação é transformar uma presunção relativa de constitucionalidade em absoluta ( jure 
et de jure), não mais se admitindo prova em contrário. Ou seja, julgada procedente a ação, tal decisão 
vinculará os órgãos do Poder Judiciário e a Administração Pública, que não mais poderão declarar a 
inconstitucionalidade da aludida lei, ou agir em desconformidade com a decisão do STF. 
Os legitimados para a propositura da referida ação são: o Presidente da República; a Mesa do Senado 
Federal; a Mesa da Câmara dos Deputados; a Mesa da Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa 
do Distrito Federal; o Governador de Estado ou do Distrito Federal; o Procurador-Geral da República; o 
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; partido político com representação no Congresso 
Nacional; confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. 
Alguns destes legitimados devem demonstrar interesse na aludida representação, em relação à sua 
finalidade institucional. Todos os membros acima citados são legitimados neutros ou universais, não 
precisa demonstrar a pertinência temática, exceto a Mesa da Assembleia Legislativa de Estado ou do 
Distrito Federal; Governador de Estado ou do Distrito Federal e confederação sindical ou entidade de 
classe de âmbito nacional, sendo denominados legitimados interessados ou especiais. 
A pertinência temática refere-se à necessidade de demonstração, por alguns legitimados, como as 
entidades de classe e as confederações sindicais, de que o objeto da instituição guarda relação 
(pertinência) com o pedido da ação direta proposta por referida entidade. 
O rito da ação inicia-se com a petição inicial proposta pelos legitimados do art. 103 da CF. Esta 
indicará, entre outros elementos, a existência de relevante controvérsia judicial sobre a aplicação da 
disposição objeto da ação declaratória (art. 14, inc. III, da Lei n°. 9.868/99), ou seja, polêmica que põe em 
risco a presunção (relativa) de constitucionalidade de uma lei ou ato normativo. 
Em seguida, ela é distribuída e vai para o relator. 
Em caso de lesão irreparável poderá ser concedida medida liminar para determinar a suspensão, pelo 
prazo de 180 dias, dos processos judiciais que discutem aquela lei (art. 21, da Lei n°. 9.868/99). 
Na prática, a ação declaratória de constitucionalidade é uma avocatória parcial (posição questionada 
por alguns), ou seja, o STF chama para si o julgamento da matéria constitucional (e não de todo o 
processo) em debate perante qualquer juiz ou tribunal e profere uma decisão vinculante quanto ao tema 
constitucional. 
Diante da possibilidade de se declarar a inconstitucionalidade de uma lei em ação declaratória de 
constitucionalidade ou mesmo em arguição de descumprimento de preceito fundamental (arts. 23 e 24 da 
Lei n°. 9.868/99 e art. 11 da Lei n°. 9.882/99), entendemos que o Advogado-Geral da União sempre deve 
ter oportunidade de se manifestar nessas ações. Sua manifestação deve ser colhida antes do parecer do 
Procurador-Geral da República, nos termos do art. 8.º da Lei n°. 9.868/99. 
Caso ainda se mostre necessário o esclarecimento de algum fato, o relator poderá requisitar 
informações adicionais, designar perícia ou fixar data para, em audiência pública, ouvir depoimento de 
pessoas com experiência e autoridade na matéria. 
O relator poderá, ainda, solicitar informações a outros tribunais acerca da aplicação da norma 
impugnada no âmbito de sua jurisdição. 
Todas as diligências suplementares devem ser concluídas em 30 dias, contados da determinação do 
relator. 
A Intervenção deamicus curiae (“Amigo da Corte”) é uma forma de intervenção assistencial por parte 
de entidades que tenham representatividade adequada para se manifestar nos autos sobre questão de 
direito pertinente à controvérsia constitucional. Não são partes dos processos; atuam apenas como 
interessados na causa. Há situações em que o amicus curiae é intimado ou requisitado a se manifestar 
nos autos (como no caso da intervenção do Conselho Administrativo de Defesa Econômica [CADE], da 
Comissão de Valores Mobiliários [CVM] e do Instituto Nacional de Propriedade Industrial [INPI]); há vezes 
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em que ele ingressa livremente mas só pode permanecer se admitido por despacho (a exemplo da 
intervenção em ações de controle concentrado); há casos em que não se limita a informar questões fático-
probatórias, passando a realmente opinar na causa, enfim, as características variam em cada caso 
previsto na lei. 
Esse instrumento tem por finalidade servir como fonte de conhecimento em assuntos inusitados, 
inéditos, difíceis e controversos, auxiliando os juízes na melhor decisão a ser tomada sobre a questão 
levada a julgamento. Sua importância é observada frente ao mundo moderno onde o conhecimento é 
distribuído por especialistas diversos, dada sua vastidão. Portanto, o amicus não pode ser desprezado 
em decisões judiciais em que questões relevantes possam refletir em toda a sociedade. Sua função 
precípua é trazer à colação aos autos parecer ou informação sobre a matéria objeto da discussão pelo 
tribunal. 
As decisões definitivas de mérito (tomadas por um mínimo de seis ministros e desde que presentes 
oito na sessão de julgamento), proferidas pelo STF nas ações declaratórias de constitucionalidade de lei 
ou ato normativo federal, produzem eficácia contra todos (erga omnes) e efeito vinculante, relativamente 
aos demais órgãos do Poder Judiciário e ao Poder Executivo (art. 102, § 2.º, da CF). 
Sua eficácia é ex tunc (retroativa), privilegiando a presunção de constitucionalidade das leis. A questão 
é polêmica, pois pode violar os princípios do livre acesso à Justiça (art. 5º, inc. XXXV, CF), do devido 
processo legal (art. 5, inc. LIV, CF), do contraditório e da ampla defesa (art. 5, inc. LV, CF). Afinal, a ação 
tem por pressuposto fático e jurídico a existência de decisões judiciais dando pela inconstitucionalidade 
de norma ou lei debatida, o que significa que processos concretos poderão ser atropelados sem a 
manifestação dos interessados (a Lei n.º 9.868/99 veda a intervenção de terceiros). 
 
 
Da decisão que declara a constitucionalidade da lei, não cabe qualquer recurso 
ou ação rescisória. 
 
Veja-se a Lei nº 9.868/99 na íntegra: 
LEI No 9.868, DE 10 DE NOVEMBRO DE 1999 
 
 
Dispõe sobre o processo e julgamento 
da ação direta de inconstitucionalidade e 
da ação declaratória de 
constitucionalidade perante o Supremo 
Tribunal Federal. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a 
seguinte Lei: 
 
CAPÍTULO I 
DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE E DA 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade e da 
ação declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal. 
 
CAPÍTULO II 
DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 
Seção I 
Da Admissibilidade e do Procedimento da 
Ação Direta de Inconstitucionalidade 
 
Art. 2o Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade: (Vide artigo 103 da Constituição Federal) 
I - o Presidente da República; 
II - a Mesa do Senado Federal; 
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III - a Mesa da Câmara dos Deputados; 
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou a Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal; 
V - o Governador de Estado ou o Governador do Distrito Federal; 
VI - o Procurador-Geral da República; 
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; 
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. 
Parágrafo único. (VETADO) 
 
Art. 3o A petição indicará: 
I - o dispositivo da lei ou do ato normativo impugnado e os fundamentos jurídicos do pedido em relação 
a cada uma das impugnações; 
II - o pedido, com suas especificações. 
Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de procuração, quando subscrita por 
advogado, será apresentada em duas vias, devendo conter cópias da lei ou do ato normativo impugnado 
e dos documentos necessários para comprovar a impugnação. 
 
Art. 4o A petição inicial inepta, não fundamentada e a manifestamente improcedente serão 
liminarmente indeferidas pelo relator. 
Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial. 
 
Art. 5o Proposta a ação direta, não se admitirá desistência. 
Parágrafo único. (VETADO) 
 
Art. 6o O relator pedirá informações aos órgãos ou às autoridades das quais emanou a lei ou o ato 
normativo impugnado. 
Parágrafo único. As informações serão prestadas no prazo de trinta dias contado do recebimento do 
pedido. 
Art. 7o Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação direta de inconstitucionalidade. 
§ 1o (VETADO) 
§ 2o O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, 
por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a manifestação de 
outros órgãos ou entidades. 
 
Art. 8o Decorrido o prazo das informações, serão ouvidos, sucessivamente, o Advogado-Geral da 
União e o Procurador-Geral da República, que deverão manifestar-se, cada qual, no prazo de quinze dias. 
 
Art. 9o Vencidos os prazos do artigo anterior, o relator lançará o relatório, com cópia a todos os 
Ministros, e pedirá dia para julgamento. 
§ 1o Em caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou circunstância de fato ou de notória 
insuficiência das informações existentes nos autos, poderá o relator requisitar informações adicionais, 
designar perito ou comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão, ou fixar data para, em 
audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e autoridade na matéria. 
§ 2o O relator poderá, ainda, solicitar informações aos Tribunais Superiores, aos Tribunais federais e 
aos Tribunais estaduais acerca da aplicação da norma impugnada no âmbito de sua jurisdição. 
§ 3o As informações, perícias e audiências a que se referem os parágrafos anteriores serão realizadas 
no prazo de trinta dias, contado da solicitação do relator. 
 
Seção II 
Da Medida Cautelar em Ação Direta de Inconstitucionalidade 
 
Art. 10. Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta será concedida por decisão da 
maioria absoluta dos membros do Tribunal, observado o disposto no art. 22, após a audiência dos órgãos 
ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado, que deverão pronunciar-se no prazo 
de cinco dias. 
§ 1o O relator, julgando indispensável, ouvirá o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da 
República, no prazo de três dias. 
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§ 2o No julgamento do pedido de medida cautelar, será facultada sustentação oral aos representantes 
judiciais do requerente e das autoridades ou órgãos responsáveis pela expedição do ato, na forma 
estabelecida no Regimento do Tribunal. 
§ 3o Em caso de excepcional urgência, o Tribunal poderá deferir a medida cautelar sem a audiência 
dos órgãos ou das autoridades das quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado. 
 
Art. 11. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do 
Diário Oficial da Uniãoe do Diário da Justiça da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez 
dias, devendo solicitar as informações à autoridade da qual tiver emanado o ato, observando-se, no que 
couber, o procedimento estabelecido na Seção I deste Capítulo. 
§ 1o A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será concedida com efeito ex nunc, salvo se 
o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa. 
§ 2o A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso existente, salvo 
expressa manifestação em sentido contrário. 
 
Art. 12. Havendo pedido de medida cautelar, o relator, em face da relevância da matéria e de seu 
especial significado para a ordem social e a segurança jurídica, poderá, após a prestação das 
informações, no prazo de dez dias, e a manifestação do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral 
da República, sucessivamente, no prazo de cinco dias, submeter o processo diretamente ao Tribunal, 
que terá a faculdade de julgar definitivamente a ação. 
 
Capítulo II-A 
Da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão 
Seção I 
Da Admissibilidade e do Procedimento da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão 
 
Art. 12-A. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade por omissão os legitimados à 
propositura da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade. 
 
Art. 12-B. A petição indicará: 
I - a omissão inconstitucional total ou parcial quanto ao cumprimento de dever constitucional de legislar 
ou quanto à adoção de providência de índole administrativa; 
II - o pedido, com suas especificações. 
Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de procuração, se for o caso, será 
apresentada em 2 (duas) vias, devendo conter cópias dos documentos necessários para comprovar a 
alegação de omissão. 
 
Art. 12-C. A petição inicial inepta, não fundamentada, e a manifestamente improcedente serão 
liminarmente indeferidas pelo relator. 
Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial. 
 
Art. 12-D. Proposta a ação direta de inconstitucionalidade por omissão, não se admitirá desistência. 
 
Art. 12-E. Aplicam-se ao procedimento da ação direta de inconstitucionalidade por omissão, no que 
couber, as disposições constantes da Seção I do Capítulo II desta Lei. 
§ 1o Os demais titulares referidos no art. 2o desta Lei poderão manifestar-se, por escrito, sobre o objeto 
da ação e pedir a juntada de documentos reputados úteis para o exame da matéria, no prazo das 
informações, bem como apresentar memoriais. 
§ 2o O relator poderá solicitar a manifestação do Advogado-Geral da União, que deverá ser 
encaminhada no prazo de 15 (quinze) dias. 
§ 3o O Procurador-Geral da República, nas ações em que não for autor, terá vista do processo, por 15 
(quinze) dias, após o decurso do prazo para informações. 
 
Seção II 
Da Medida Cautelar em Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão 
 
Art. 12-F. Em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o Tribunal, por decisão da maioria 
absoluta de seus membros, observado o disposto no art. 22, poderá conceder medida cautelar, após a 
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audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão 
pronunciar-se no prazo de 5 (cinco) dias. 
§ 1o A medida cautelar poderá consistir na suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo 
questionado, no caso de omissão parcial, bem como na suspensão de processos judiciais ou de 
procedimentos administrativos, ou ainda em outra providência a ser fixada pelo Tribunal. 
§ 2o O relator, julgando indispensável, ouvirá o Procurador-Geral da República, no prazo de 3 (três) 
dias. 
§ 3o No julgamento do pedido de medida cautelar, será facultada sustentação oral aos representantes 
judiciais do requerente e das autoridades ou órgãos responsáveis pela omissão inconstitucional, na forma 
estabelecida no Regimento do Tribunal. 
 
Art.12-G. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar, em seção especial 
do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça da União, a parte dispositiva da decisão no prazo de 10 
(dez) dias, devendo solicitar as informações à autoridade ou ao órgão responsável pela omissão 
inconstitucional, observando-se, no que couber, o procedimento estabelecido na Seção I do 
 
Capítulo II desta Lei. 
Da Decisão na Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão 
 
Art. 12-H. Declarada a inconstitucionalidade por omissão, com observância do disposto no art. 22, 
será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias. 
§ 1o Em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providências deverão ser adotadas no 
prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal, tendo 
em vista as circunstâncias específicas do caso e o interesse público envolvido. 
§ 2o Aplica-se à decisão da ação direta de inconstitucionalidade por omissão, no que couber, o disposto 
no Capítulo IV desta Lei. 
 
CAPÍTULO III 
DA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE 
Seção I 
Da Admissibilidade e do Procedimento da 
Ação Declaratória de Constitucionalidade 
 
Art. 13. Podem propor a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal: (Vide 
artigo 103 da Constituição Federal) 
I - o Presidente da República; 
II - a Mesa da Câmara dos Deputados; 
III - a Mesa do Senado Federal; 
IV - o Procurador-Geral da República. 
 
Art. 14. A petição inicial indicará: 
I - o dispositivo da lei ou do ato normativo questionado e os fundamentos jurídicos do pedido; 
II - o pedido, com suas especificações; 
III - a existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação 
declaratória. 
Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de procuração, quando subscrita por 
advogado, será apresentada em duas vias, devendo conter cópias do ato normativo questionado e dos 
documentos necessários para comprovar a procedência do pedido de declaração de constitucionalidade. 
 
Art. 15. A petição inicial inepta, não fundamentada e a manifestamente improcedente serão 
liminarmente indeferidas pelo relator. 
Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial. 
 
Art. 16. Proposta a ação declaratória, não se admitirá desistência. 
 
Art. 17. (VETADO) 
 
Art. 18. Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação declaratória de 
constitucionalidade. 
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Art. 19. Decorrido o prazo do artigo anterior, será aberta vista ao Procurador-Geral da República, que 
deverá pronunciar-se no prazo de quinze dias. 
 
Art. 20. Vencido o prazo do artigo anterior, o relator lançará o relatório, com cópia a todos os Ministros, 
e pedirá dia para julgamento. 
§ 1o Em caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou circunstância de fato ou de notória 
insuficiência das informações existentes nos autos, poderá o relator requisitar informações adicionais, 
designar perito ou comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão ou fixar data para, em 
audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e autoridade na matéria. 
§ 2o O relator poderá solicitar, ainda, informações aos Tribunais Superiores, aos Tribunais federais e 
aos Tribunais estaduais acerca da aplicação da norma questionada no âmbito de sua jurisdição. 
§ 3o As informações, perícias e audiências a que se referem os parágrafos anteriores serão realizadas 
no prazo de trinta dias, contado da solicitação do relator. 
 
Seção II 
Da Medida Cautelar em Ação Declaratória 
de ConstitucionalidadeArt. 21. O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir 
pedido de medida cautelar na ação declaratória de constitucionalidade, consistente na determinação de 
que os juízes e os Tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou 
do ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo. 
Parágrafo único. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção 
especial do Diário Oficial da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo o 
Tribunal proceder ao julgamento da ação no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de perda de sua 
eficácia. 
 
CAPÍTULO IV 
DA DECISÃO NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 
E NA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
Art. 22. A decisão sobre a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo 
somente será tomada se presentes na sessão pelo menos oito Ministros. 
 
Art. 23. Efetuado o julgamento, proclamar-se-á a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da 
disposição ou da norma impugnada se num ou noutro sentido se tiverem manifestado pelo menos seis 
Ministros, quer se trate de ação direta de inconstitucionalidade ou de ação declaratória de 
constitucionalidade. 
Parágrafo único. Se não for alcançada a maioria necessária à declaração de constitucionalidade ou de 
inconstitucionalidade, estando ausentes Ministros em número que possa influir no julgamento, este será 
suspenso a fim de aguardar-se o comparecimento dos Ministros ausentes, até que se atinja o número 
necessário para prolação da decisão num ou noutro sentido. 
 
Art. 24. Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação direta ou procedente 
eventual ação declaratória; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação direta 
ou improcedente eventual ação declaratória. 
 
Art. 25. Julgada a ação, far-se-á a comunicação à autoridade ou ao órgão responsável pela expedição 
do ato. 
 
Art. 26. A decisão que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato 
normativo em ação direta ou em ação declaratória é irrecorrível, ressalvada a interposição de embargos 
declaratórios, não podendo, igualmente, ser objeto de ação rescisória. 
 
Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de 
segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria 
de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha 
eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. 
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Art. 28. Dentro do prazo de dez dias após o trânsito em julgado da decisão, o Supremo Tribunal Federal 
fará publicar em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da União a parte dispositiva do 
acórdão. 
Parágrafo único. A declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, inclusive a 
interpretação conforme a Constituição e a declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de 
texto, têm eficácia contra todos e efeito vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à 
Administração Pública federal, estadual e municipal. 
 
CAPÍTULO V 
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E FINAIS 
 
Art. 29. O art. 482 do Código de Processo Civil fica acrescido dos seguintes parágrafos: 
"Art. 482. ........................................................................... 
§ 1o O Ministério Público e as pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela edição do ato 
questionado, se assim o requererem, poderão manifestar-se no incidente de inconstitucionalidade, 
observados os prazos e condições fixados no Regimento Interno do Tribunal. 
§ 2o Os titulares do direito de propositura referidos no art. 103 da Constituição poderão manifestar-se, 
por escrito, sobre a questão constitucional objeto de apreciação pelo órgão especial ou pelo Pleno do 
Tribunal, no prazo fixado em Regimento, sendo-lhes assegurado o direito de apresentar memoriais ou de 
pedir a juntada de documentos. 
§ 3o O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá 
admitir, por despacho irrecorrível, a manifestação de outros órgãos ou entidades." 
Art. 30. O art. 8o da Lei no 8.185, de 14 de maio de 1991, passa a vigorar acrescido dos seguintes 
dispositivos: 
"Art.8o ............................................................................. 
I - ..................................................................................... 
........................................................................................ 
n) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Distrito Federal em face da sua Lei 
Orgânica; 
....................................................................................... 
§ 3o São partes legítimas para propor a ação direta de inconstitucionalidade: 
I- o Governador do Distrito Federal; 
II - a Mesa da Câmara Legislativa; 
III - o Procurador-Geral de Justiça; 
IV - a Ordem dos Advogados do Brasil, seção do Distrito Federal; 
V - as entidades sindicais ou de classe, de atuação no Distrito Federal, demonstrando que a pretensão 
por elas deduzida guarda relação de pertinência direta com os seus objetivos institucionais; 
VI - os partidos políticos com representação na Câmara Legislativa. 
§ 4o Aplicam-se ao processo e julgamento da ação direta de Inconstitucionalidade perante o Tribunal 
de Justiça do Distrito Federal e Territórios as seguintes disposições: 
I - o Procurador-Geral de Justiça será sempre ouvido nas ações diretas de constitucionalidade ou de 
inconstitucionalidade; 
II - declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma da Lei Orgânica 
do Distrito Federal, a decisão será comunicada ao Poder competente para adoção das providências 
necessárias, e, tratando-se de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias; 
III - somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou de seu órgão especial, poderá o 
Tribunal de Justiça declarar a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do Distrito Federal ou 
suspender a sua vigência em decisão de medida cautelar. 
§ 5o Aplicam-se, no que couber, ao processo de julgamento da ação direta de inconstitucionalidade de 
lei ou ato normativo do Distrito Federal em face da sua Lei Orgânica as normas sobre o processo e o 
julgamento da ação direta de inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal." 
 
Art. 31. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 
 
Trata-se de ação prevista pelo art. 102, §1º da Constituição Federal e regulamentada pela Lei nº 
9.882/99. 
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É proposta perante o Supremo Tribunal Federal e tem por objeto evitar ou reparar lesão a preceito 
fundamental, em decorrência de ato do Poder Público. 
Por preceitos fundamentais, de acordo com um conceito amplo, devem ser entendidos os princípios 
constitucionais sensíveis (art. 34, VII da CF), os direitos e garantias fundamentais previstos nos arts. 1º e 
5º da CF, os objetivos do Estado brasileiro, as cláusulas pétreas, bem como outras disposições 
constitucionais que se mostrem fundamentais para a preservação dos valores mais relevantes protegidos 
pela Constituição. Pode-se dizer que preceito fundamental é tudo aquilo que estrutura a Constituição. 
Os legitimados da ADPF encontram-se no art. 103, bem como no art. 2º da Lei nº 9.882/99; são os 
mesmos legitimados da ADI e ADC. 
O art. 1º da Lei nº 9.882/99 prevê duas espécies de ação de descumprimento de preceito fundamental, 
a saber: arguição autônoma(que tem por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, 
resultante de ato do Poder Público) e arguição incidental ou por equiparação (tem cabimento diante 
de relevante controvérsia sobre lei ou ato normativo federal, estadual e municipal, inclusive aqueles 
anteriores à Constituição). 
A ADPF autônoma subdivide-se ainda em preventiva e repressiva. Sendo o objetivo da primeira 
situação evitar lesão a preceito fundamental resultante de ato do Poder Público. E o objetivo da segunda 
situação reparar a lesão a preceito fundamental resultante de ato do Poder Público. 
A natureza da ADPF é subsidiária, residual – princípio da subsidiariedade da ADPF. Isso significa que 
só caberá ADPF quando não houver qualquer outro meio eficaz para sanar a lesividade com efeito erga 
omnes (ADI ou ADC). 
O art. 5º da Lei nº 9.882/99 estabelece que o Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria 
absoluta de seus membros (pelo menos 6 ministros), poderá deferir pedido de medida liminar na ADPF. 
Todavia, em caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, em período de recesso, a 
liminar poderá ser concedida pelo relator ad referendum (para aprovação) do Tribunal Pleno. 
Essa liminar poderá consistir na determinação de que juízes e tribunais suspendam o andamento de 
processo ou os efeitos de decisões judiciais, ou de qualquer outra medida que apresente relação com a 
matéria objeto da ADPF, até o julgamento desta, observados os limites da coisa julgada. 
Julgada a ação, far-se-á comunicação às autoridades ou órgãos responsáveis pela prática dos atos 
questionados, fixando-se as condições e o modo de interpretação e aplicação do preceito fundamental. 
A decisão é imediatamente autoaplicável, na medida em que o presidente do STF determinará o imediato 
cumprimento da decisão, lavrando-se o acórdão posteriormente. Essa decisão terá efeitos contra todos 
(erga omnes) e vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Público. 
Cabe ressaltar, que da decisão que julgar procedente ou improcedente a ADPF não caberá qualquer 
tipo de recurso, bem como ação rescisória. 
Veja-se a Lei: 
 
LEI No 9.882, DE 3 DE DEZEMBRO DE 1999 
 
 
Dispõe sobre o processo e julgamento da arguição de 
descumprimento de preceito fundamental, nos termos do 
§ 1o do art. 102 da Constituição Federal. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a 
seguinte Lei: 
 
Art. 1o A arguição prevista no § 1o do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo 
Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do 
Poder Público. 
Parágrafo único. Caberá também arguição de descumprimento de preceito fundamental: 
I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, 
estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição; (Vide ADIN 2.231-8, de 2000) 
II – (VETADO) 
 
Art. 2o Podem propor arguição de descumprimento de preceito fundamental: 
I - os legitimados para a ação direta de inconstitucionalidade; 
II - (VETADO) 
§ 1o Na hipótese do inciso II, faculta-se ao interessado, mediante representação, solicitar a propositura 
de arguição de descumprimento de preceito fundamental ao Procurador-Geral da República, que, 
examinando os fundamentos jurídicos do pedido, decidirá do cabimento do seu ingresso em juízo. 
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§ 2o (VETADO) 
 
Art. 3o A petição inicial deverá conter: 
I - a indicação do preceito fundamental que se considera violado; 
II - a indicação do ato questionado; 
III - a prova da violação do preceito fundamental; 
IV - o pedido, com suas especificações; 
V - se for o caso, a comprovação da existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação do 
preceito fundamental que se considera violado. 
Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de mandato, se for o caso, será 
apresentada em duas vias, devendo conter cópias do ato questionado e dos documentos necessários 
para comprovar a impugnação. 
 
Art. 4o A petição inicial será indeferida liminarmente, pelo relator, quando não for o caso de arguição 
de descumprimento de preceito fundamental, faltar algum dos requisitos prescritos nesta Lei ou for inepta. 
§ 1o Não será admitida arguição de descumprimento de preceito fundamental quando houver qualquer 
outro meio eficaz de sanar a lesividade. 
§ 2o Da decisão de indeferimento da petição inicial caberá agravo, no prazo de cinco dias. 
 
Art. 5o O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir 
pedido de medida liminar na arguição de descumprimento de preceito fundamental. 
§ 1o Em caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, em período de recesso, poderá 
o relator conceder a liminar, ad referendum do Tribunal Pleno. 
§ 2o O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo ato questionado, bem como o 
Advogado-Geral da União ou o Procurador-Geral da República, no prazo comum de cinco dias. 
§ 3o A liminar poderá consistir na determinação de que juízes e tribunais suspendam o andamento de 
processo ou os efeitos de decisões judiciais, ou de qualquer outra medida que apresente relação com a 
matéria objeto da arguição de descumprimento de preceito fundamental, salvo se decorrentes da coisa 
julgada. (Vide ADIN 2.231-8, de 2000) 
§ 4o (VETADO) 
 
Art. 6o Apreciado o pedido de liminar, o relator solicitará as informações às autoridades responsáveis 
pela prática do ato questionado, no prazo de dez dias. 
§ 1o Se entender necessário, poderá o relator ouvir as partes nos processos que ensejaram a arguição, 
requisitar informações adicionais, designar perito ou comissão de peritos para que emita parecer sobre a 
questão, ou ainda, fixar data para declarações, em audiência pública, de pessoas com experiência e 
autoridade na matéria. 
§ 2o Poderão ser autorizadas, a critério do relator, sustentação oral e juntada de memoriais, por 
requerimento dos interessados no processo. 
 
Art. 7o Decorrido o prazo das informações, o relator lançará o relatório, com cópia a todos os ministros, 
e pedirá dia para julgamento. 
Parágrafo único. O Ministério Público, nas arguições que não houver formulado, terá vista do processo, 
por cinco dias, após o decurso do prazo para informações. 
 
Art. 8o A decisão sobre a arguição de descumprimento de preceito fundamental somente será tomada 
se presentes na sessão pelo menos dois terços dos Ministros. 
§ 1o (VETADO) 
§ 2o (VETADO) 
 
Art. 9o (VETADO) 
 
Art. 10. Julgada a ação, far-se-á comunicação às autoridades ou órgãos responsáveis pela prática dos 
atos questionados, fixando-se as condições e o modo de interpretação e aplicação do preceito 
fundamental. 
§ 1o O presidente do Tribunal determinará o imediato cumprimento da decisão, lavrando-se o acórdão 
posteriormente. 
§ 2o Dentro do prazo de dez dias contado a partir do trânsito em julgado da decisão, sua parte 
dispositiva será publicada em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da União. 
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§ 3o A decisão terá eficácia contra todos e efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder 
Público. 
 
Art. 11. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, no processo de argüição de 
descumprimento de preceito fundamental, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de 
excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus 
membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu 
trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. 
 
Art. 12. A decisão que

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