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TÓPICOS EM LIBRAS AULA DE 1 A 9

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TÓPICOS EM LIBRAS
Aula 2: Especificidades da língua de sinais e os parâmetros que regem a formação de sinais e o uso da LIBRAS
O que você entende por gramática?
Quando relembramos nossos tempos de colégio, nos vêm à mente as aulas de língua portuguesa e as “chatices” (pelo menos para a maioria) das regras gramaticais. Colocação pronominal, predicativo do sujeito, oração subordinada substantiva objetiva direta etc. Isso porque entendemos (ou nos foi assim ensinado) que a gramática reduz-se à idéia de “um livro em que se expõem as normas de uso de uma determinada língua”. Mas não é bem assim...
 Sem maiores aprofundamentos, podemos entender gramática no contexto da capacidade lingüística: todo ser humano é dotado de capacidade lingüística. Em segundo lugar, há que se pensar em gramática como um sistema, mentalmente compartilhado entre os usuários de uma língua, cujo funcionamento e estrutura não dependem de uma educação formal para serem aprendidos. Isto equivale a dizer, por exemplo, que qualquer falante, mesmo alguém considerado analfabeto, possui uma gramática (um conjunto de regras em sua mente), a qual aprendeu no convívio com a sua comunidade lingüística.
E a língua de sinais?
A língua de sinais, a exemplo de qualquer língua oral, tem uma gramática própria, constituída por um conjunto de regras presente na mente dos seus usuários. Poderemos ter a tendência a acreditar que a língua de sinais seja uma espécie de “língua oral sinalizada”. Em conseqüência disso, acabaremos acreditando que o léxico (dicionário mental), os aspectos sintáticos, semânticos, pragmáticos e quirológicos da LIBRAS constituem um emaranhado de sinais, aleatoriamente utilizados, que mais pareceriam uma língua oral mal falada.
Por isso, podemos afirmar que os surdos, como qualquer ouvinte, possuem uma língua, na medida em que, dotados desta capacidade lingüística, decodificam logicamente o mundo, organizando-o em suas mentes, através dos recursos físicos e mentais dos quais dispõem. Assim, sua capacidade lingüística exterioriza-se, formando uma língua específicaque, ao invés de sinais orais e auditivos, usa sinais espaciais e visuais, valendo-se do pleno funcionamento de sua visão, de suas mãos e do restante do corpo como um todo.
Basta aprender os sinais que já estamos nos comunicando?
Na LIBRAS, os níveis de descrição da língua são os já conhecidos sintático, semântico, pragmático. Em função da língua de sinais usar as mãos como principal canal de manifestação, temos ainda o nível quirológico que diz respeito justamente ao aspecto manual em si.
Desfazendo mitos...
A língua de sinais não é uma língua universal, conforme muitos pensam. Cada país tem a sua própria língua de sinais. Além disso, há variações regionais dentro de cada país. Assim, podemos citar: a ASL (American Sign Language), a LSF (língua de sinais francesa), a Língua de Sinais Urubu Kaapor (Maranhão, Brasil) etc.
Uma boa descrição da língua de sinais não pode ser feita, naturalmente, a partir da mesma lógica utilizada para a descrição de línguas orais. Afinal, a modalidade lingüística é totalmente diferente. No entanto, existem parâmetros que regem o uso da língua de sinais. Costuma-se apresentar cinco parâmetros que possibilitam entender a formação dos sinais e as bases para os seus usos durante a produção discursiva. Vamos conhecer esses parâmetros?
Assim, percebeu-se que um sinal é produzido a partir da combinação de elementos espaciais, visuais e motores que determinam o lugar onde as mãos devem estar na hora da produção do sinal, como as mãos devem estar configuradas, para que direção elas devem estar apontando, se devem ou não estar se movimentando e como deve ser feito este movimento. Além disso, é preciso considerar a posição do corpo e a expressão facial que acompanham a produção desse sinal para que ele seja plenamente entendido em seu contexto de produção.
Expressão facial e/ou corporal:
Alguns sinais só podem ser diferenciados a partir da observação da expressão facial que acompanha a sua produção de acordo com o contexto discursivo. Em termos de configuração das mãos de movimento, ponto de articulação e orientação, os sinais correspondentes à palavra e a expressão “triste” e “por exemplo” são praticamente os mesmos.
Configuração das mãos:
Trata-se do formato que a mão ou as mãos assumirão no momento da produção de sinais. Existem mais de quarenta formatos em que as mãos podem ficar configuradas, além do alfabeto manual. 
Ponto particular:
Mesmo se as configurações das mãos estiverem correta, o sinal pode não ser correspondido se, acaso, não for feito no adequado ponto do espaço em relação ao corpo. Este ponto ser relativo a alguma parte do corpo que é tocada no momento da produção do sinal. Ou, então, relativo a um espaço neutro (vertical ou horizontal).
Movimento:
A produção de um sinal pode exigir um movimento específico ou nenhum tipo de movimento.
Isto pode estabelecer diferenças semânticas e/ou gramaticais. O movimento é um parâmetro bastante complexo, pois pode acabar uma serie de formas e de direções diferentes, identificáveis a partir da maneira ( continuo, refreado, de retenção), de frequência, do tipo e direcionalidade.
Orientação:
No momento da produção do sinal, as palmas das mãos estão voltadas para uma determinada direção, a essa peculiaridade dá-se o nome de orientação. Essa direção é crucial para determinar, por exemplo, o uso sintático-semântico de alguns verbos. 
Comentários:
Como se pode perceber, o desenvolvimento de habilidades necessárias para atingir fluência na língua de sinais exige a ampliação e intensificação de competência relativa a consciência corporal. Um usuário de LIBRAS precisa perceber para que direção apontar, como seu corpo esta posicionado, aprendendo a dominar os movimentos em favor de uma construção frasal satisfatória para o cumprimento de sua intenção discursiva.
TÓPICOS EM LIBRAS
Aula 3: Políticas linguísticas e educacionais
IInclusão ou preconceito?
Parece oportuno pensar em que medida políticas (educacionais, lingüísticas...), no afã de defender minorias lingüísticas e preservar a língua, podem ser transformar em práticas sutis de preconceito. Afinal, políticas lingüísticas e políticas de línguas, expressas em leis, projetos de lei e outros tipos documentos oficiais, refletem contextos sócio-históricos e servem não apenas como dado, mas também como pano de fundo para uma discussão sobre o preconceito no contexto brasileiro.  
Não é raro detectar, tanto nos discursos sobre o direito à diferença quanto naqueles que procuram proteger grupos sociais, atitudes preconceituosas e certa crença de estarem os seus propositores investidos de autoridade suficiente para avaliar o grau e intensidade do problema do outro. Uma atitude que implicitamente reforça aquelas idéias contra as quais o próprio grupo parece lutar.
Perspectivas de política lingüística na sociedade
Essas são questões que auxiliam a estudar políticas lingüísticas sob o ponto de vista das relações entre sujeito e sociedade na pós-modernidade. Daí, uma discussão sobre a dimensão ética das políticas. É preciso perceber que as políticas também nomeiam e categorizam indivíduos a partir de determinado ponto de vista.
	Pretende-se, na perspectiva das políticas lingüísticas, uma ética que ultrapasse a idéia humanitária dos direitos humanos e dos direitos lingüísticos e que permita superar o dualismo do sujeito-ético como vítima e sujeito ético como piedoso (cf. Chauí, 1999).  Em outras palavras, a proposição de políticas lingüísticas será eticamente efetiva se acompanhada de ações propositivas em torno do sujeito e da sociedade. Se, ao contrário, decorrer tão somente de consenso sobre a injustiça e preconceito, poderá representar apenas uma forma de “acalmar a consciência”. Muito mais uma forma de “redimir-se de pecados”, de autopunição do que de construir e de viver uma sociedade justa. 
Perspectivas de política lingüística na educação
Em termos da atuação pedagógica, é bom pensar sobre a necessidadede se estabelecer um olhar sobre os aprendizes que ultrapasse qualquer tipo de hierarquização. Interessa reconhecer a existência de alunos, pesquisadores, sujeitos que não podem se eximir, nem serem eximidos de suas responsabilidades, nem privados de seus direitos. Nesse sentido, deixa-se de lado a lógica de “atendimento ao aluno” e se passa à lógica e à dinâmica de extração e ampliação de suas potencialidades.
Nesse contexto não existiria “o surdo”, “o deficiente”. O problema está em não nos deixarmos levar uma identificação do sujeito feita a partir de uma “deficiência”. Seria negar a surdez enquanto único fator preponderante para identificar um sujeito. O sujeito surdo não é constituído única e exclusivamente de sua surdez, enquanto fato físico. Há milhões de outras facetas nesse sujeito para as quais freqüentemente não se busca olhar.
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Aula 4: Cultura em comunidades sinalizantes
Cultura surda?
A sociedade passou a ser apresentada, e continua paulatinamente a ser, à língua, aos hábitos, às diferenças e semelhanças com os ouvintes, às necessidades (educativas) especiais dos sujeitos surdos. Aqueles sujeitos que até então eram vistos como deficientes auditivos limitados em suas capacidades, passam a ser reconhecidos como sujeitos (surdos) complexos, com identidade própria e com um conjunto de hábitos, transmitidos principalmente através da sua língua, ao qual tem se convencionado chamar de “cultura surda”.
Embora bastante recorrente, o termo “cultura surda” ainda é alvo de muita polêmica. Para além da dificuldade habitual de se definir o que é ou não é cultura, os sujeitos surdos estão – quer queiram, quer não - inseridos em uma comunidade ouvinte e convivem com esses ouvintes, trocando experiências diariamente.
Não há um país, estado, cidade ou mesmo bairro de surdos. O que se pode encontrar com facilidade são associações e instituições que constituem uma espécie de reduto das ditas “comunidades surdas”, embora essas comunidades não estejam restritas a esses ambientes, suas atividades e formas de interação.
Cultura a partir da relação familiar
Os sujeitos surdos são, em sua grande maioria, filhos de pais ouvintes. Situação que provoca, por maior a rejeição que tenha sofrido da família ou a falta de conhecimento sobre língua de sinais e surdez, algum tipo de interação com o que é conhecido como “cultura ouvinte”. Há também os casos em que pais surdos têm filhos ouvintes, o que pode provocar um redimensionamento de condutas e valores não no sentido de abandonar ou renegar a “cultura surda”, mas de estabelecer novas relações e interesses em relação à “cultura ouvinte”. 
Podem ser identificadas também famílias em que pais surdos têm filhos surdos e todos no núcleo daquela família são usuários e dominam LIBRAS como sendo sua língua materna. Percebe-se mesmo diferença no desempenho lingüístico desses surdos, pois não sofreram tanta influência da língua oral (portuguesa) no processo de aquisição da língua de sinais. Vale lembrar que muitos surdos não têm acesso às associações de surdos nem mesmo à língua de sinais e ainda aprenderam a língua de sinais com o apoio da língua portuguesa escrita ou oral.
Ensinar Libras ou ensinar a falar?
Muitos surdos são oralizados. Em função do método educativo utilizado durante a sua formação (durante muitos anos optou-se pelo chamado Oralismo nas escolas especializadas), alguns surdos simplesmente não compartilham os mesmos hábitos dos surdos que dominam a língua de sinais.
Cultura surda ou cultura dos surdos?
como se pode perceber só pela diversidade existente entre os outros, uma definição exata sobre o que é “cultura surda” é difícil e mesmo a sua existência ou não é causa de polêmica. Há, inclusive, para alguns pesquisadores diferença entre “cultura surda” e “cultura dos surdos”.
Cultura surda
A cultura surda surge de maneira mais ou menos involuntária, apoiada pelas escolas especializadas da atualidade, mas que ultrapassam o espaço físico, abrangendo o social e imaginário, uma vez que se solidificou a partir da noção de LIBRAS como uma língua igual a outra qualquer. 
Cultura dos surdos
A cultura dos surdos surge como tendo sido criada pelas antigas instituições dos surdos que os isolavam e tentavam promover uma “higienização social”.
LIBRAS e outras linguagens de sinais
Ademais, precisamos nos preocupar com a afirmação “a linguagem de sinais é a língua da comunidade surda brasileira”, pois no Brasil existem surdos que têm como língua materna outra língua de sinal que não a LIBRAS.
Nomenclaturas adotadas neste curso
Dai, optamos neste curso por utilizar expressões como “sujeito sinalizante”, “sinalizante” ( podemos abranger todos os que dominam a linguagem de sinais e sejam seus usuários assíduos, embora que na maioria das vezes estejamos nos referindo aos surdos que têm a língua de sinais brasileiras como língua materna ou L1), “comunidade de sinalizantes”, “cultura de sinalizantes”.
Colocando-se no lugar do outro...
Bem da verdade, os sujeitos surdos sinalizantes possuem suas próprias estratégias de compartilhar hábitos, valores, a língua e suas variações em ambientes de todos os tipos, inclusive aqueles que seriam pensados como exclusivamente de ouvintes por pessoas que não têm conhecimento da “cultura surda”.
A cultura surda no cotidiano
Já pensou em como é a casa de uma pessoa surda? O que ela precisa fazer para saber se alguém está tocando a campainha da casa? E se o telefone estiver tocando? Será que surdos possuem um telefone? Será que dá para usar um despertador para não perder a hora para o trabalho? Quais as diferenças mais marcantes entre a “cultura surda” e a “cultura ouvinte”? O que seria considerado “falta de educação” para um também o seria para outro?
TÓPICOS EM LIBRAS
Aula 5: Aspectos sociolinguísticos da língua de sinais
Língua e linguagem
Antes mesmo de falarmos pela primeira vez já possuímos, portanto, um sistema mental através do qual estruturamos nosso pensamento, nosso conhecimento de mundo. Dessa forma, cada povo desenvolve uma língua específica possibilitado pelas infinitas combinações permitidas pelas regras desse sistema inato.
Isso quer dizer que se uma criança nasce no Japão, a faculdade de aprender japonês é a mesma de uma criança que nasce no Brasil. Apenas cada criança irá desenvolver a língua específica do meio em que vive.
Língua e sociedade
Podemos, por isso, estabelecer várias perspectivas para descrever a linguagem que privilegiam alguns de seus aspectos, suas formas de manifestação etc. Podemos, por exemplo, pensar na língua como um meio de comunicação, como uma estrutura, como um valor social, entre outras formas.
Aspectos sociolinguísticos  
Variação linguística
Em português, existem varias manifestações de variações linguísticas, como a variação histórica ( escrevia-se farmácia com “ph”, por exemplo) e a variação regional. E em LIBRAS isso também ocorre? Como já dito, a língua de sinais não é universal. Não só não universal como tampouco é homogênea, existindo manifestações diversas de acordo com região, idade, sexo, tempo, status social e estilo. A LIBRAS apresenta todas essas variações como qualquer outra língua.
Padronização 
Toda a língua passa por um processo de padronização que diz respeito à escolha de uma das sua manifestações dialetais como sendo a representante de todas as outras formas. Isto se da a partir de critérios sócio-políticos, econômicos e culturais, e não propriamente linguísticos.
Família de línguas
Existem vários tipos de língua de sinais que apresentam semelhança entre si. O português, por exemplo, é originado das línguas latinas, que por sua vez são originadas do latim vulgar. Já em relação à LIBRAS, é derivada em partes da língua de sinais francesa, por isso é semelhante a outras línguas de sinais da Europa.
Usuários e minoria linguísticas
Se observarmos o fato de os surdos não constituem um grupo étnico, nós poderíamos tender a não perceber as comunidades sinalzantes como minorias linguísticas. No entanto, se considerarmosa modalidade linguística, a quantidade, os lugares, associações onde se reúnem, teremos uma comunidade linguística especifica. 
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Aula 6:Algumas categorias gramaticais da libras: pronomes, advérbios, adjetivos
Categorias gramaticais
Em LIBRAS, podemos identificar basicamente as mesmas categorias gramaticas já conhecida pelos estudos das línguas orais, como pronome, adjetivos etc. Precisamos, no entanto, estar atentos para as formas de funcionamentos e uso de cada uma d3las dentro do discurso, pois se trata de uma língua cuja modalidade é viso-espacial. Isso provoca modificações no conceito de cada uma delas.
O sistema pronominal
O sistema pronominal da língua brasileira de sinais, a exemplo do português, é formado por três pessoas do discurso. Dependendo da configuração de mãos utilizada e de direção para qual aponta no espaço, as pessoas do discurso podem ser especificadas. Podem aparecer tanto no singular quanto no plural.
	
Pessoa do discurso
	Singular
	Plural
	Primeira pessoa
	Eu
	Nós
	Segunda pessoa
	Tu / Você
	Vós / Vocês
	Terceira pessoa
	Ele(a)
	Eles(as)
Observação: Lembre-se que pessoa do discurso refere-se à forma pronominal cuja função é a de indicar: a) aquele que fala (emissor); b) para quem fala (destinatário); c) de quem se fala (não faz parte da interlocução).
Em LIBRAS, o sujeito da ação pode apontar alternadamente para o interlocutor e para si próprio, mãos formando o número dois, para significar “nós dois”. Da mesma forma, pode-se especificar tanto a primeira quanto a segunda e terceiras pessoas em três pessoas, quatro pessoas, plural, etc.      
Nas frases em LIBRAS o sujeito pode ser omitido (no caso das primeira e segunda pessoas) desde que o contexto possibilite identificá-lo. No caso da terceira pessoa, essa não será apontada se, mesmo estando presente, não for intenção do usuário ressaltar a sua presença por motivos culturais como, por exemplo, isso ser ou não falta de educação.
O sistema pronominal em LIBRAS: pronomes demonstrativos e advérbios de lugar
Em termos de sinais utilizados, essas duas categorias não apresentam diferença, sendo possível diferenciá-las apenas a partir do contexto. As relações estabelecidas são as mesmas da norma padrão encontrada em boa parte das línguas orais, a saber: este/isto/aqui, esse/isso/aí, aquele/aquilo/lá.
O sistema pronominal em LIBRAS: pronomes interrogativos
Os pronomes como QUE e QUEM (que + pessoa ou quem) são utilizados no início ou final da frase, dependendo do contexto. QUANDO pode ser especificado em relação ao passado ou ao futuro, dependendo da direção do movimento da mão.
 sistema pronominal em LIBRAS: pronomes possessivos
Os possessivos não apresentam concordância de número (pelo menos não em relação ao objeto) e nem de gênero. Concordam sempre em relação à pessoa do discurso. Eles são: a) “meu”; b) “teu/seu”; c) “dele”; d) “nosso”; e) “vosso”; f) “deles”.
Advérbios de tempo
São utilizados como uma espécie de marca sintática para indicar o tempo verbal na frase. Em geral, ficam no início da frase.
Adjetivos
Não há concordância em relação ao gênero ou ao número. São fundamentais para a formação de classificadores descritivos, assumindo de maneira icônica a qualidade/forma de um objeto. São posicionados na frase logo após o substantivo.
TÓPICOS EM LIBRAS
Aula 7: Princípios de estruturação de uma sentença em LIBRAS
Estrutura de sentenças
Para estudar a construção de frases em LIBRAS, é preciso pensar que esta linguagem se estrutura a partir de recursos espaciais e visuais, ou seja, se utiliza do espaço para dar coerência e coesão as palavras que formam a sentença.
Em Libras, encontramos quatro tipos de frases:
Afirmativa
Negativa
Interrogativa
Exclamativa
Como você já sabe, as frases, na língua portuguesa, seguem a ordem SVO (sujeito-verbo-objeto). Em LIBRAS, no entanto, as sentenças nem sempre seguem essa ordem, pois não seguem necessariamente uma sequencia linear de ideias.
EX: TODO PROFESSOR BRASILEIRO FALA PORTUGUÊS 
A frase que você esta vendo seguem uma ordem: a tal da SVO. Teoricamente, toda a frase pronunciada por um falante tende a esta nessa ordem, ainda que ela possa ocorrer invertida também, como: “um carro eu comprei ontem”.
A organização tópico-comentário é recorrente em LIBRAS.
Ela consiste em colocar o tópico no inicio da frase, seguindo de comentário.
 EX: COMER BANANA O MACACO GOSTA
A frase, e português o macaco gosta de comer banana, ficaria, e LIBRAS, comer banana, o macaco gosta. O tópico da frase passou para o inicio, invertendo a ordem SVO.
É importante lembrar que a ordem SVO também é usada na língua de sinais (LIBRAS). Esta ordem pode se vista, sobretudo, quando são utilizados verbos como flexão, ou seja, aqueles que o uso revela facilmente o sujeito, como, por exemplo, os verbos perguntar e ajudar.
TÓPICOS EM LIBRAS
Aula 8: Categorias gramaticais da libras: verbos e classificadores
Estrutura de sentenças
Em LIBRAS, encontramos categorias gramaticais que também estão presentes nas línguas orais. Sendo assim, na língua dos sinais, encontraremos itens lexicais que podem ser classificados como verbo, advérbio, adjetivo e pronome. A categoria artigo, no entanto, recorrente em inúmeras línguas orais, não existe em LIBRAS.
Embora o conceito atribuído às categorias gramaticais de LIBRAS seja semelhante ao das línguas orais, suas formas de classificação e de funcionamento são diferentes. Portanto, a LIBRAS não pode ser estudada tendo como base a Língua Portuguesa, já que sua gramática é independente da língua oral.
A ordem dos sinais na construção de uma frase em LIBRAS obedece a regras próprias, que refletem a forma de o surdo processar suas idéias tendo como parâmetro a sua percepção visual-espacial da realidade.
Independência sintática do português em relação à linguagem de LIBRAS:
Português 
Eu irei para casa
LIBRAS
Eu ir casa (neste caso, a preposição não é utilizada em LIBRAS porque está incorporada ao verbo).
Tanto em LIBRAS quanto nas línguas orais, a ideia de verbo como ação pode ser mantida, assim como a de que é possível encontrar verbos que exigem ou não determinado tipo de concordância. Existem duas classificações:
Direcionais 
Verbos que tem concordâncias. A direção do m0ovimento marca no ponto inicial o sujeito e no objeto. 
Não-direcional 
Verbos não tem concordância. Para os verbos não-direcionais, existem duas subclasses:
Ancorados no corpo: soa verbos que exigem proximidade ao corpo. Os que melhor representam são os de estado cognitivo ou emotivo. 
EX: gosta, odiar, pegar, falar.
Verbos que incorporam o objeto: quando o verbo incorpora o objeto, alguns parâmetros se modificam para especificar as informações.
A importância dos classificadores para comunicação em LIBRAS
Definição dos classificadores
Um classificador (CI) é uma forma que estabelece um tipo de concordância em uma língua. Na linguagem de LIBRAS, os classificadores são formas representadas por configurações de mão que, podem vir junto aos verbos de movimento e de localização para classificar o sujeito ou o objeto que esta ligdo à ação do verbo.
Os classificadores como ícones 
Em LIBRAS, são marcadores de concordância de gênero para pessoas, animais ou coisas. Eles são muito importantes, já que ajudam a construir a estrutura sintática por meio de recursos corporais. Às vezes, eles se referem ao objeto ou ser como um todo.
TÓPICOS EM LIBRAS
Aula 9: Compreensão de diálogos
Melhorar a sua capacidade de compreender diálogos em LIBRAS;
Aumentar o seu vocabulário de LIBRAS;
Ser capaz de melhorar  suas expressões faciais objetivando tornar a comunicação em LIBRAS  mais eficaz.
Web aula de LIBRAS 9
 Definições importantes para o aprendizado da LIBRAS
A atuação de educadores bilíngues (surdos e ouvintes) como interlocutores no processo de aquisição da linguagem é de fundamental importância na execução de um projeto que visa à educação dos surdos nas mesmas condições dos outros alunos ouvintes. As crianças com surdezdevem ser expostas desde a infância, ou melhor, desde o nascimento, à língua de sinais (L1) para que tenham melhores desempenhos acadêmicos, linguísticos e sociais.
A surdez é uma experiência visual que traz ao sujeito a possibilidade de constituir sua subjetividade através de experiências cognitivo-linguísticas diversas, mediadas por formas alternativas de comunicação simbólica que encontram na língua de sinais seu principal meio de concretização.
As experiências às quais esse grupo de pessoas é exposto na vida diferenciam sua percepção e inserção no mundo. Há surdos que têm consciência de sua diferença e necessitam de recursos essencialmente visuais nas suas interações. Outros nasceram ouvintes e, portanto, a audição tinha funcionalidade e o português era L1; outros surdos somente tiveram experiências educacionais oralistas; há ainda os surdos que viveram isolados de toda e qualquer forma padronizada de comunicação.
O grande desafio para o sistema educacional é lidar com as diferenças e buscar alternativas de como atingir a todos os alunos surdos com histórias linguísticas tão distintas. Não se nega que a pessoa surda apresente uma limitação auditiva, porém busca-se uma concepção de sujeito com potencialidades, traduzidas por construções artísticas, linguísticas e culturais visuais, e não orais-auditivas.
Língua: conjunto do vocabulário de um idioma e de suas regras gramaticais; idioma. Por exemplo: inglês, português, LIBRAS.
Linguagem é a capacidade que o homem e alguns animais possuem de se comunicar, expressar seus pensamentos. A linguagem é tudo o que envolve significação; pode ser humana (pintura, música, cinema), animal (abelhas, golfinhos, formigas) ou artificial (linguagens de computador, código Morse, código internacional de bandeiras) .
Língua de sinais ou língua gestual: refere-se ao uso de gestos e sinais em vez de sons na comunicação. É a língua dos surdos e possui a sua própria estrutura gramatical através do canal comunicação visual. A língua de sinais dos surdos urbanos brasileiros é a LIBRAS; em Portugal é a LGP.
LIBRAS: Língua Brasileira de Sinais. É um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos dos surdos brasileiros. Existem diferenças regionais, variações praticadas em cada unidade da Federação, como ocorre com qualquer língua.
 O que devemos observar para iniciar o aprendizado
Stokoe, em 1960, já apontava a importância das expressões faciais que devem ser analisadas como fazendo parte da estrutura gramatical das línguas de sinais. Expressões faciais são formas de comunicar algo; um sinal pode mudar completamente seu significado em função da expressão facial utilizada pelo sinalizador.
Existem dois tipos diferentes de expressões faciais: as afetivas e as gramaticais (lexicais e sentenciais). Segundo esses autores, as afetivas referem-se a sentimentos e/ou emoções – por exemplo, raiva, medo, alegria, desconfiança, entre outras. Já as expressões faciais gramaticais lexicais estão ligadas ao grau dos adjetivos – por exemplo, nos sinais bonito, bonitinho e lindo.
Segundo Ferreira Brito (1993; 1995), a língua brasileira de sinais é uma língua natural, com estrutura própria e regida pelos princípios universais. Ainda para esta autora, as expressões faciais e corporais têm funções importantes na Língua Brasileira de Sinais, uma vez que elas preenchem a função de entonação, com o intuito de diferenciar as sentenças afirmativas das negativas, das que têm como objetivo a solicitação, e mesmo das sentenças imperativas.
As expressões não manuais, ou seja, decorrentes de movimentos da face, dos olhos, da cabeça ou do tronco, têm diferentes papéis nas línguas de sinais, sendo eles:
a) marcação de construções sintáticas;
b) diferenciação de itens lexicais.
As expressões não manuais são aquelas que marcam sentenças interrogativas de resposta tipo “sim” e “não”, sentenças interrogativas, orações relativas, topicalizações, concordância e foco. Em relação às expressões não manuais que marcam diferenciação de itens lexicais.
Os estudos iniciais da Libras buscaram comprovar e descrever a composição dessa língua:
Unidades mínimas da libras
Configuração de mão (CM)
Ponto de articulação (PA)
Movimento (Mov.)
Orientação da mão (Or.)
Expressões faciais (Exp.)
Para realizarmos a comunicação em língua de sinais, a execução correta dos movimentos, a posição das mãos e dos dedos, o local do corpo, as expressões corporais e faciais são importantíssimos. Observe os dedos e a posição da mão, do alfabeto e dos números, pois, se houver uma inversão, muda-se a palavra ou o sinal.
Ex: faca/ taca, foca/toca, (F e T somente invertem a posição do dedo indicador quando se faz a datilologia dessas palavras.)
A Configuração das Mãos pode ser da datilologia (alfabeto manual) ou possíveis movimentos feitos com a mão predominante (mão direita para os destros e esquerda para os canhotos) ou com as duas mãos.
Ponto de articulação é o local onde se faz o sinal, podendo tocar alguma parte do corpo ou estar em um espaço neutro.
Os sinais podem possuir movimento ou não. 
A palavra número tem movimento quando é executada, mas telefone já não apresenta movimento.
Os sinais possuem orientação e direção – por exemplo, os verbos “ir” e “vir” se opõem em relação ao direcionamento.
A língua de sinais trabalha o corpo e as expressões faciais para elucidar, clarear e dar as reais dimensões dos assuntos tratados. 
 É necessário que o sinal venha acompanhado de expressões que o identifiquem.
Composição da língua de sinaisSegundo Britto (1995), as sentenças da LIBRAS são mais flexíveis no que diz respeito à ordem das palavras ou constituintes do que as sentenças do português, de modo que a topicalização, muito mais frequente do que no português, pode ser considerada regra geral na LIBRAS.
Para muitas pessoas, a comunicação por meio dos sinais ocorre pela soletração das vogais e consoantes, mas o uso do alfabeto datilológico é apenas um dos recursos das línguas de sinais, cuja função é a soletração de palavras tais como nomes próprios, siglas, empréstimos, que ainda não possuem sinais próprios ou que, para determinado grupo ou pessoa, seja desconhecido. Os pronomes são indicados por apontamento.
As frases interrogativas – quem, como, quando, onde e por que são representados por meio da expressão facial e, na maioria das vezes, no final das frases.
Os sinais de pontuação – vírgulas, ponto final e ponto de interrogação –, às vezes, são desenhados no ar.
Os verbos são usados no infinitivo.
O tempo é marcado sintaticamente por meio de advérbios de tempo e estes geralmente vêm no começo da frase, mas podem ser usados também no final.
Os adjetivos são sinais que formam uma classe específica na LIBRAS e sempre estão na forma neutra, não havendo, portanto, marca para gênero (masculino e feminino) nem para número (singular e plural).
Em LIBRAS, os classificadores são configurações de mãos que, relacionadas a coisa, pessoa e animal, funcionam como marcadores de concordância, substituindo o nome que as precede, podendo vir junto ao verbo para classificar o sujeito ou o objeto que está ligado à ação do verbo. Exemplo: o verbo “cair” para pessoa é diferente do verbo “cair” para papel. Existem diferenças entre os numerais cardinais e ordinais. Os números também apresentam variações. Números cardinais para: número do ônibus, da casa, do apartamento, do telefone etc.
Por onde começar a aprender libras
Aprender a sinalizar: oi, obrigado, por favor, desculpa, bom dia, boa tarde e boa noite faz toda diferença e aproxima nossa teoria da prática, faz com que tenhamos uma concepção com uma atitude condizente.
Na educação, o aprendizado ocorre com maior fluidez quando ele é funcional, quando os alunos percebem sua utilidade no dia a dia. Temos que aproximar a escola e o ensino da vida dos alunos. Agora que temos um vínculo criado através das atitudes de boas maneiras, podemos iniciar o aprendizado deste idioma, a LIBRAS, mas nunca esquecendo que ele precisa ser contextualizado.
O aprendizado dasletras auxiliará na escrita dos nomes, dos endereços ou de qualquer informação que não tenha sinal padronizado. Os números ajudam a identificar RG, CPF, telefone, celular ou qualquer coisa que use numeral.
Qualquer sinal deve ser criado por pessoas surdas, e nunca por ouvintes. Este sinal será como uma identificação pessoal, será algo com características próprias para determinada pessoa, lugar, comida, bebida etc.
Por exemplo: um homem pode ter um bigode que para a pessoa surda que está elaborando o sinal o caracterize ou uma pessoa pode ter algo na testa, uma mancha ou uma pinta que chame a atenção ou que seja algo que somente esta pessoa possui ficando estes o sinal para identificá-las.
A experiência mostra que a aprendizagem de uma língua, oral ou gestual, ocorre com maior rapidez quando as aulas têm constantemente o uso da língua que esta sendo ensinada para que o aluno possa pensar e interagir somente nesta língua, sem buscar na sua L1 recursos para L2, uma que vez cada idioma tem sua estrutura gramatical, sintática, semântica e morfológica própria. 
Aprender língua de sinais requer atenção visual, discriminação visual, memória visual, expressão corporal e facial, além de agilidade manual, pois é uma língua percebida pela visão.
Pensar em temas geradores para adquirir vocabulário em contexto é a ideia central.

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