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ANTIGONA - Análise

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CESUCA – Faculdade INEDI
Direito Processual Civil I
DIREITO
SAULO PALHARES LAINI
ANTÍGONA - ANÁLISE DA OBRA À VISTA DA IDEIA DE JUSTIÇA
Antígona é uma obra de Sófocles que retrata o eterno embate entre o direito natural e o direito positivo, ou seja, entre a justiça e a lei.
Poliníce, filho de Édipo e Jocasta, ao tentar realizar um golpe de Estado para tomar o poder de Tebas, entra em combate com seu irmão Eteócles, que havia assumido o reino de Tebas e exilado Poliníce por divergências. Durante a batalha os irmãos encerram um duelo que leva ambos à morte.
Ficando o reino de Tebas sem sucessor natural, assume Creonte, irmão de Jocasta, e decreta que a Eteócles seja feito funeral com todas as pompas e honrarias devidas enquanto a Poliníce igual tratamento é negado, pois o julga ser traidor.
Creonte promulga uma lei para selar os destinos distintos aos irmãos concedendo todas as honras de sepultura à Eteócles, arguindo que este “lutando em prol da cidade, morreu com inigualável bravura”, e proíbe, sob pena de morte, que se enterre ou que se lamente a perda de Poliníce, “que só retornou do exílio com o propósito de destruir, totalmente, pelo fogo, Tebas, o país natal”. Alegava Creonte estar, assim, cumprindo com seu dever de governante, demonstrando como merecem ser tratados os inimigos e os amigos da cidade, independente de quem sejam.
Antígona, que não vê justiça no tratamento dado a seu irmão Poliníce, desobedece o decreto de Creonte e enterra o irmão. A descoberta de seu ato leva-a a julgamento perante Creonte que, aduzindo o descumprimento de uma determinação legal a todos imposta, sentencia Antígona à morte. Segue-se um diálogo entre Creonte e Antígona no qual se tem um debate sobre a justiça, direito natural, e a lei, direito positivo. Há um conflito entre as Leis do Estado e as Leis morais.
A lei e o direito são meios para se chegar a um fim, qual seja, a justiça, e, a justiça não pode ser a vontade tirânica de um governante que, no caso do julgamento de Antígona, foi legislador e julgador. Creonte colocava sua autoridade acima de qualquer justiça, que era, aliás, a sua vontade revestido de poderes ilimitados, uma instância jurídico-política suprema.
À luz da justiça, meta a ser alcançada por toda organização social, faculdade de julgar segundo a lei e melhor consciência, propriedade de ser justo como o desejo democrático da maioria da população de todas as comunidades, é certo que a decisão tirânica e extremamente positivista de Creonte não reflete a compreensão e o entendimento do justo tanto do povo como para Antígona e seu próprio filho Hémon, que entendia ser o governo algo coletivo e não algo de vontade de um só, isolado.

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