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CESUCA – Faculdade INEDI
Direito Processual Civil I
DIREITO
SAULO PALHARES LAINI
O NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
A crise do processo civil é a crise de todo o judiciário que por conta de uma cultura altamente litigante somado à extrema formalização do processo, à tecnocracia tanto de servidores públicos como órgão públicos, engessa-o tornando a lide morosa, cansativa, ineficiente e estressante.
Há muito tempo e em vários países buscam-se medidas alternativas de resolução de conflitos a fim de dar maior celeridade ao processo e alcançar uma justiça mais recíproca, benéfica e eficiente.
O novo Código de Processo Civil vem ao encontro dessa busca por melhorias no judiciário e apresenta várias alterações que garantem a observância de vários dos princípios que regem o processo civil melhorando a prestação jurisdicional.
Dentre os pontos que alteram o Código até então vigente, tem-se: 1) quanto aos processos: a) passam a ser julgados por ordem cronológica; b) juiz deve apresentar lista pública de quais julgará; c) podem ser arquivados no início da análise caso contrariem jurisprudência e d) prazos passam a ser contados em dias úteis, e não corridos, como hoje. 2) quanto aos recursos: a) alguns deles são exstintos, como embargos infringentes cíveis; b) contudo, existirá modalidade de reapreciação das decisões dos Tribunais proferidas por maioria, com prosseguimento do julgamento em nova sessão e com a presença de novos julgadores em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial e c) multa de até 20% do valor da causa para recursos comprovadamente protelatórios. 3) quanto aos julgamentos: a) Ações iguais vão ser julgadas de uma só vez e b) ações que tratem de interesses de grupos podem ser convertidas em ações coletivas. 4) quanto aos advogados: a) advogados públicos receberão honorários em causas vitoriosas; b) prazos dos processos vão ser suspensos entre 20/12 e 20/01, permitindo férias aos advogados; c) podem fazer defesas por videoconferências em cidades onde têm escritórios e d) juízes não podem analisar causas de escritórios que tenham parentes até terceiro grau. 5) quanto à conciliação: a) serão criados centros judiciários para audiências de conciliação; b) réu será citado primeiro para a conciliação, só depois para a defesa e c) ações de família terão regras para priorizar inicialmente a conciliação. 6) quanto à família: a) mantém prisão para não pagadores de pensões alimentícias; b) separação judicial antes do divórcio, como previsto no Código Civil e c) amplia para as uniões estáveis a participação dos dois cônjuges em ações judiciais que envolvam imóveis do casal. 7) quanto às empresas: juiz de primeira instância não poderá decretar intervenções judiciais. 8) quanto aos bancos: Banco do Brasil e Caixa passam a ter monopólio sobre depósitos judiciais. 9) quanto às terras: em invasões superiores a um ano, juiz deve primeiro tentar conciliação antes da reintegração de posse. 10) quanto ao crédito: permite a inscrição do nome no sistema de proteção ao crédito para pessoas que não efetivarem pagamentos previstos em sentenças irrecorríveis.
Com essas alterações espera-se que o novo CPC traga as suas inovações socialmente mais benéficas e que o Brasil, com o tempo, mude a sua matriz cultural de uma litigância excessiva para um padrão de litigância mais “selecionada”, onde a formação do operador se volte muito mais para identificação de possibilidades de composição do que para a apresentação de uma petição perante o Poder Judiciário como solução prioritária para uma situação de conflito.

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