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Manual de Ergonomia UNINOVE 2019

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MANUAL DE ERGONOMIA EM 
ODONTOLOGIA/UNINOVE 
Erros e Acertos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que 
as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia 
impossível. ” 
 (Charles Chaplin) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANUAL DE ERGONOMIA EM 
ODONTOLOGIA/UNINOVE 
Erros e Acertos 
 
 
 
 
 
Residência Multiprofissional Em Atenção Básica e Saúde da 
Família – Uninove/MS 
 
 
 
Residentes 
 Patricia Gonçalves Mendes 
 Thalita Molinos Campos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 2015 
 
 
 
 
Agradecimentos 
 
Coordenadora do Curso de Residência em Atenção 
Básica/Saúde da Família/Uninove/Ms 
Preceptoras 
 
Patrícia Elaine Gonçalves Tozzo 
 
Mestre e Doutora em Odontologia Preventiva e Social - UNESP 
Especialista em Saúde Coletiva - CFO 
Professora Colaboradora da Faculdade de Odontologia - 
UNINOVE 
Cirurgiã-Dentista na CEI-Betty Lafer - UNIBES 
Membro da Câmara Técnica em Saúde Coletiva – CROSP 
Marcia Lopes 
Doutora em Ciências Odontológicas – USP 
Professora da Clínica Escola de Atenção Básica da Universidade 
Nove de Julho 
Preceptora da Residência Multiprofissional em Atenção 
Básica/Saúde da Família 
 
 
Apoio 
Universidade Nove de Julho/ Clínica Escola de Odontologia 
 
Aos Alunos da Graduação Aluna da Residência 
Ana Carolina do Carmo 
Domênica G. Lima Santos Monaliza Medina Vieiro 
Moroni Alves 
 
 
SÃO PAULO 2015 
 
 
 
 
Sumário 
 
Objetivo ....................................................................................... 10 
Introdução ................................................................................... 10 
Disposição dos Equipamentos dentro do Box de Atendimento
 ...................................................................................................... 11 
Posicionamento do Equipo ........................................................ 12 
Posicionamento do Auxiliar e o Cirurgião Dentista ............... 17 
Postura de Trabalho .................................................................. 18 
Problemas de Trabalhar em Pé ................................................ 20 
Classificações das Posições Sentadas........................................ 22 
Posicionamento do Paciente ...................................................... 23 
Posição da Cabeça do Paciente em relação ao Cirurgião-
Dentista e o Auxiliar .................................................................. 24 
Organização do Trabalho .......................................................... 25 
DORT - Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho 26 
Medidas para um melhor aproveitamento de trabalho: ........ 26 
Medidas para um melhor aproveitamento de tempo: ............ 26 
Conclusão .................................................................................... 27 
Referências Bibliográficas ......................................................... 28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Objetivo 
A ergonomia tem como objetivo trazer conforto, segurança, prevenir 
agravos à saúde e contribuir para um trabalho mais eficiente. 
Introdução 
 O nome Ergonomia (ergon – trabalho; nomos – regras) pode ser 
entendido como a ciência de aplicação de conhecimentos relativos ao 
homem, ao processo e aos produtos, buscando funcionamento harmônico e 
seguro do sistema homem-máquina, no caso da profissão Cirurgião 
Dentista seria operador-máquina-paciente. 
Em nossa profissão, nos submetemosa condições não favoráveis à 
nossa saúde na execução do nosso trabalho, ou seja: inúmeros atendimentos 
realizados ao dia, campo visual restrito e área de trabalho pequena, o que 
nos obriga a fixar uma posição incorreta e o esquecimento dos cuidados 
com a postura, propiciando o aparecimento de patologias. A ergonomia 
odontológica visa, principalmente: 
▪ Propiciar maior conforto no trabalho; 
▪ Prevenir stress e fadiga visual, física e psíquica; 
▪ Prevenir patologias (dormência, perda de força, varizes nas pernas e 
afecções músculo-esqueléticas relacionadas ao trabalho). 
▪ Além da posição correta de trabalho, os profissionais ainda estão 
expostos aos riscos que vão além da postura. Os riscos ocupacionais 
devem ter uma atenção especial do profissional, para que a longo 
prazo não traga problemas ainda maiores. Como exemplos de riscos 
ocupacionais temos: 
▪ FÍSICOS: Ruído, vibração, radiação ionizante, temperaturas 
extremas, iluminação deficiente ou excessiva, umidade e 
outros. Causados por: alta rotação, compressor de ar, 
aparelho radiográfico, laser, fotopolimerizadores, autoclave, 
ar condicionado, etc. 
▪ QUÍMICOS: Poeira, névoa, vapores, gases, mercúrio e 
produtos químicos em geral. Causados por: amalgamadores, 
desinfetantes químicos e gases medicinais. 
▪ ERGONÔMICOS: Postura incorreta, ausência de 
profissional auxiliar, falta de capacitação profissional auxiliar, 
atenção eresponsabilidades constantes, ritmo excessivo, falta 
de planejamento, repetições constantes, etc. 
 
 
 
 
▪ MECÂNICOS OU DE ACIDENTES: espaço físico 
subdimensionado, arranjo físico inadequado, instrumental impróprio, 
etc. 
▪ POR AUSÊNCIA DE CONFORTO NO AMBIENTE DE 
TRABALHO 
▪ BIOLÓGICOS: probabilidade de evento adverso em virtude da 
presença de um agente biológico. 
 
Disposição dos Equipamentos dentro do Box de Atendimento 
Para se obter um atendimento adequado e facilitar o trabalho dos 
profissionais, o box geralmente é composto por: uma pia (1), torneira de 
água com pedal (2), guardanapo de papel (3), um equipo contendo cadeira 
do paciente (4), cuspideira (5), refletor (6), mesa auxiliar fixa (7), conexões 
para as canetas de alta e baixa rotação e seringa tríplice (8), sugadores (9), 
mochos para operador e auxiliar (10) e mesa auxiliar móvel (11) e dois 
lixos um para resíduos contaminados (12) e outro para resíduos 
comuns(13). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imagens do Box de atendimento da Clínica Escola de Odontologia da 
Universidade Nove de Julho 
 
1 
2 
3 
4 7 
5 
6 
8 
9 
 
10 
11 
13 
10 12 
 
 
 
 
 
 
Posicionamento do Equipo 
 
Para Dentista Destro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para o Dentista Canhoto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dentre as posições do operador em relação ao paciente temos: 
• Para o dentista destro: 7hs, 9hs e 11hs 
• Para o dentista canhoto: 1hs, 3hs e 5hs 
• Para o dentista destro e canhoto 12hs 
Sendo as posições de 7 horas e 5 horas as de maior desvantagem, por conta 
de a posição da coluna vertebral ficar muito desfavorável. 
Posições 
Correta de 
Trabalho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Posição 7 horas (dentista destro) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Posição 5 horas (dentista canhoto) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Posição 9 horas (dentista destro) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Posição 3 horas (dentista destro) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Posição 11 horas (dentista destro) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Posição 1 hora (dentista destro) 
 
 
 
Posição 12 horas (dentista destro e canhoto)Posicionamento do Auxiliar e o Cirurgião Dentista 
 
 
O auxiliar do dentista destro deve se posicionar às 3 horas ou às 5 
horas, e o do dentista canhoto às 7 horas ou 9 horas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Correto 
 
 
 
Postura de Trabalho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Correto 
 
 
O ângulo formado pelo posicionamento dos joelhos deve ser de 90°, 
para facilitar a circulação do sangue. As costas devem ser mantidas retas, 
apoiadas no encosto do mocho na região lombar, e a cabeça inclinada 
levemente para frente e para baixo. 
 
 
 
 
 
 
Postura de Trabalho 
 
➢ Sentar no mocho com as coxas paralelas ao chão, formando um 
ângulo de 90 graus com as pernas e os pés bem apoiados no chão. 
 
 
 
 
 
➢ Manter as costas relativamente retas e apoiadas no encosto do 
mocho, na região renal, e a cabeça ligeiramente inclinada para frente 
e para baixo. 
➢ Posicionar o 
paciente deitado na 
cadeira, de tal maneira 
que a sua boca fique ao 
mesmo nível que os 
seus joelhos, evitando 
alterações no seu 
sistema circulatório e 
problemas futuros. 
 
➢ Ajustar a altura 
da cadeira 
odontológica de acordo 
com a estatura da 
equipe para a posição 
sentada, sendo ideal 
que o dentista e 
auxiliar possuam a 
mesma estatura: subir a 
altura do assento até 
que uma das pernas de 
ambos caiba sob o 
encosto, sem sofrer 
pressão. 
 
➢ Trabalhar com os cotovelos junto ao corpo ou apoiados em local que 
esteja ao nível dos mesmos. 
 
➢ Ter tudo ao alcance mínimo, eliminando movimentos supérfluos e 
realizando os movimentos mais curtos. 
 
 
➢ Utilizar o sugador de alta potência durante todo o procedimento, 
evitando que o paciente levante para cuspir, acarretando perda de 
tempo e mudança na posição do mesmo. 
Problemas de Trabalhar em Pé 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Errado Correto 
 
Cãibras, complicações nas veias e artérias, varizes nas pernas e pés, 
flebites, dores e deformações nos pés. Por isso, aconselha-se trabalhar 
sentado, uma vez que se tem melhor acesso e visibilidade do campo 
operatório,maior conforto para a equipe,menor consumo de 
energia,aumento da produtividade, menor desgaste físico, aumento do 
equilíbrio e estabilidade e maior conforto e segurança ao paciente. A 
inclinação do corpo para trabalhar em pé deve ser para frente e não para 
lateral. 
Dentre as atividades que podem ser feitas em pé estão: 
• Moldagem 
• Registro de mordida 
• Seleção de cores e instalação de próteses 
• Radiografias 
• Educação em saúde do paciente. 
 
 
 
 
Classificações das Posições Sentadas 
 
 
 
 Posição A Posição B Posição C 
 Errado Correto Errado 
 
 
A- Compressão da cavidade abdominal e da veia safena podendo acarretar 
obstrução das veias da perna e problemas no tórax e na virilha. Não 
apoiar os pés nas rodinhas do mocho. 
 
B- Posição Correta com o ângulo de 90° 
 
 
C- Deslocamento do ponto de equilíbrio – consequências à coluna. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Posicionamento do Paciente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mandíbula Maxila 
 
 
• Posicionar o apoio da cabeça do paciente, de acordo com a área que 
irá trabalhar: para cima, se o trabalho for realizado na mandíbula e 
para baixo se o mesmo for executado na maxila. 
 
• Posicionar o paciente deitado na cadeira, de tal maneira que a sua 
boca fique no mesmo nível que os seus joelhos, evitando alterações 
no seu nível circulatório e consequentemente, problemas futuros. 
 
 
 
 
 
 
 
Posição da Cabeça do Paciente em relação ao Cirurgião-Dentista e o 
Auxiliar 
 
 
Manter uma distância de 30 a 40 cm entre a boca do paciente e os olhos da 
equipe profissional. 
 
 
 
Correto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Organização do Trabalho 
 
A Organização da mesa de trabalho, pode simplificar o tempo de 
trabalho, prevenir a tensão e a fadiga e facilitar a ergonomia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Errado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Correto 
 
 
 
 
 
 
 
 
DORT - Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho 
 
Caracterizado pela ocorrência de vários sintomas concomitantes ou 
não, que afetam nervos, tendões, músculos e estruturas de suporte, sendo 
mais comum nos membros superiores e coluna. Se tem um consenso de que 
as partes dos membros mais afetados no cirurgião-dentista são o pescoço, 
os ombros e as costas. Podendo resultar em doenças graves como a bursite 
(inflamação mais comum nos ombros, cotovelos e quadril) e a epicondolite 
(inflamação dos tendões do cotovelo). 
 
 
Medidas para um melhor aproveitamento de trabalho: 
 
1- Organização física dos consultórios 
2- Organização administrativa 
3- Planejamento dos atendimentos 
4- Instrumental adequado e suficiente 
 
 
Medidas para um melhor aproveitamento de tempo: 
 
5- Sistema eficaz de esterilização 
6- Controle do fluxo de pacientes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conclusão 
 
Com o uso da ergonomia no nosso dia a dia, podemos se beneficiar 
de uma vida profissional mais saudável e segura. 
Vale lembrar que além da posição ergonômica favorável no trabalho 
do Cirurgião – Dentista, a vida social, uma alimentação equilibrada, a 
prática de exercícios físicos, o tempo de sono suficiente resultam em 
qualidade de vida, gerando melhores condições de saúde e, 
consequentemente, melhor desempenho profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências Bibliográficas 
 
• BARROS, O. B, Ergonomia 1- A eficiência e o Rendimento e a 
filosofia correta de trabalho em odontologia. Editora Pancast, 1991 
 
• BARROS, O. B. Ergonomia 2 – O Ambiente Físico de Trabalho, a 
Produtividade e a Qualidade de Vida em Odontologia. São Paulo: 
Pancast, 1993. 
 
• PORTO, F. A. O Consultório Odontológico. São Carlos: Scritti, 
1994. PRZYSIEZNY, W. L. Distúrbios osteomusculares 
relacionados ao trabalho: um enfoque ergonômico. Revista Tecno-
cientifica Dynamis, 2000.

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