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Disciplina: Mecânica dos Solos I Professora: Júlia Righi Curso: Engenharia Civil 5º período AULA 8 INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA Notas de aula: Professora Cátia Martins MÉTODOS DIRETOS - Permitem a observação direta do subsolo ou através de amostras coletadas ao longo de uma perfuração ou a medição direta de propriedades in situ – escavações, sondagens e ensaios de campo. MÉTODOS SEMI-DIRETOS (ensaios in situ) - Ensaios realizados, em geral, nos furos de sondagem, destinados a medir diretamente propriedades específicas do solo. São considerados métodos semi-diretos de prospecção porque não há coleta de amostras. MÉTODOS INDIRETOS - As propriedades geotécnicas dos solos são estimadas indiretamente pela observação a distância ou pela medida de outras grandezas do solo – sensoriamento remoto e ensaios geofísicos. EXEMPLOS PRÁTICOS – métodos indiretos de prospecção “Ensaios geofísicos no aterro sanitário de Cuiabá-MT” Andreza Thiesen LaureanoI; Shozo ShiraiwaII • Revista Brasileira de Geofísica -Este trabalho mapeou a condutividade elétrica do subsolo e associou a provável contaminação causada pelo atual aterro sanitário de Cuiabá, MT, através do método eletromagnético indutivo e do Radar de Penetração no Solo (GPR). - A primeira célula de disposição de lixo e as lagoas de tratamento de chorume nunca foram impermeabilizadas, sendo fontes potenciais de contaminação do subsolo. Os resultados sugerem que todo o aterro estava contaminando o subsolo. Caracterização geológica e hidrogeológica As profundidades teóricas de investigação variaram de 7,5 a 60 m. Foram investigadas 25 linhas. Como se pretendia investigar a condutividade elétrica do subsolo (sem a influência do lixo), não foram realizados ensaios sobre as células de disposição de lixo. RESULTADOS - A condutividade elétrica aparente nas regiões sem contaminação oscilou entre 4 e 16 mS/m. Existe uma correlação entre os valores elevados de condutividade e uma provável contaminação por chorume proveniente do lixo, uma vez que a condução elétrica ocorre principalmente através de íons, que são abundantes no chorume. A vantagem de se usar dois ou mais métodos geofísicos para investigações de contaminação é que os resultados se tornam mais consistentes. O GPR dá uma noção mais exata de qual profundidade inicia a contaminação, enquanto o método eletromagnético indutivo mostra a variação de intensidade da contaminação ao longo do perfil. Trado manual Trado mecânico O QUE É? Sondagem à percussão ou Sondagem de simples reconhecimento é um processo de exploração e reconhecimento do subsolo. Utilizado para se obter informações para definir o tipo e a dimensão das fundações que servirão de base para as edificações. A Sondagem SPT é utilizada para conhecer o material do subsolo utilizando um amostrador para trazer esse material até a superfície. Para levar o amostrador até a profundidade desejada usa- se a cravação por golpes. Aproveita-se essa cravação para medir a resistência do solo a essa penetração. Equipamento para sondagem tipo SPT PARA QUE SERVE O ENSAIO? As informações do subsolo são importantes para o engenheiro projetista geotécnico e para o construtor. Quando o projetista tem informações insuficientes ele superdimensiona o projeto para cobrir possíveis erros. O construtor pode fazer um orçamento e planejamento muito mais apurado com um projeto e uma sondagem bem feitos. OBJETIVOS DA SONDAGEM Definir a estratigrafia do solo; Identificar a natureza do solo em cada camada; Medir a resistência do solo em cada camada; Determinar o nível do lençol freático. PARA QUE TIPO DE OBRAS? A sondagem é aplicável a todas as obras, sejam elas edificações, transporte, barragens, etc.; Em edificações é mais comum em obras de grande porte, porém deveria ser usada em todas as obras. NORMAS SOBRE SONDAGEM NBR 8036 – Programação de sondagens de simples reconhecimento dos solos; NBR 7250 – Identificação e descrição de amostras de solo obtidas em sondagem de reconhecimento de solos; NBR 6484 – Sondagem de simples reconhecimento com SPT; NBR 6502 – Rochas e Solos EXECUÇÃO DA SONDAGEM Definem-se na planta do terreno os locais dos furos seguindo a NBR 8036. Equipe de topografia marca esses furos com piquetes. EXECUÇÃO DA SONDAGEM Após a locação a equipe de sondagem vai até o local dos piquetes com os equipamentos; Entre os principais estão: - Torre tripé; - Tubos de revestimentos; - Sapatas de revestimento; - Hastes; - Trépano; - Amostrador; - Martelo; - Trena; - Cabeça de bater; - Bomba d´água; - Recipiente para amostras. INÍCIO DA SONDAGEM 1- A equipe de sondagem faz a limpeza ao redor dos piquetes e monta os equipamentos com cuidado especial para evitar o tombamento do tripé; 2- Crava-se um tubo de revestimento de 1 metro e o retira; 3- A primeira amostra é retirada da profundidade de 1 até 1,45m. 4- Coloca o amostrador dentro do furo, acopla outra haste de 1 metro e marca-se 3 segmentos de 15 cm. 5- Anota-se o número de golpes (martelo padrão de 65 Kg caindo de uma altura de 75 cm), sendo que o valor da resistência à penetração (Nspt) consiste no número de golpes aplicados na cravação dos 30 cm finais. 6- Depois do primeiro metro são feitos os avanços por lavagem; 7- Crava-se o tubo de revestimento com a bica de lavagem para o avanço do furo; 8- Monta-se o sistema de coleta de água de lavagem 9- Monta-se a bomba motorizada de água e sua tubulação. A lavagem é feita com trépano em movimentos verticais e giratórios. 10- O furo vai avançando por lavagem; 11-Atingida a profundidade de 2 m desligam a bomba e retira-se o trépano; 12- Coloca-se o amostrador e segue exatamente como foi executado o primeiro furo; 13- Emenda-se as hastes e repete-se o procedimento até atingir o impenetrável; IMPENETRÁVEL • Critérios da NBR 6484 baseados no número de golpes e na penetração; • No campo interrompe a sondagem quando ultrapassam 60 golpes para uma penetração do amostrador menor que 30 cm; • O mais comum é interromper quando tenta-se avançar com o equipamento por 3 períodos de 10 minutos e a penetração seja inferior a 5 cm em cada período. FINALIZAÇÃO Envia os resultados/boletim de campo, junto com as amostras para o laboratório – realização do BOLETIM DE SONDAGEM, que deve conter: • Cabeçalho, nome da empresa de sondagem, nome do cliente, informações do furo, cota, nível do lençol; • Registros das profundidades e cotas das várias camadas do subsolo; • Numeração das amostras coletadas; • Número de golpes dos primeiros 30 cm e dos 30 cm finais do amostrador em cada metro de profundidade; • Gráfico com o número de golpes em cada profundidade; • Descrição das amostras de solo em cada camada.
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