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Universidade São Judas Tadeu Arquitetura e Urbanismo Superquadras e Unidade de Vizinhança Fundamentos do Projeto de Urbanismo e Paisagismo II ARQ3AM-MCB Carolina Otayek Fernanda Fagundes Giselle Franklin São Paulo 2017 Questões Com base nos conteúdos das aulas, nos textos recomendados, em pesquisa própria e no documentário “Superquadras”, responder às seguintes questões: 1) Quais os elementos e componentes de uma Unidade de Vizinhança, segundo sua formulação por Clarence Perry? 2) Quais as principais interpretações da noção de unidade de vizinhança segundo a abordagem de Ferreira & Gorowitz (2007)? 3) Quais as principais críticas que podem ser feitas à noção de unidade de vizinhança empregada no planejamento urbano e urbanismo modernista? 4) Como as concepções do Novo Urbanismo norte-americano (FARR, 2013) e posteriores (MEHAFFY et al, 2010) em relação à unidade de vizinhança – ou simplesmente “vizinhança” – se diferenciam das concepções modernistas? a. Em relação à mobilidade urbana; b. Em relação aos equipamentos e serviços públicos, e a usos e ocupação do solo; c. Em relação à densidade populacional; d. Em relação ao verde urbano e às águas; e. Em relação ao consumo de energia. Superquadras e Unidade de Vizinhança A Unidade de Vizinhança segundo a formulação por Clarence Perry possui alguns princípios básicos de localização dos seus elementos e componentes sendo estes: o tamanho que deve atender a demanda conforme a escola elementar situada na U.V; limites que proponham ruas que atendam somente os tráfego local e não sejam cruzada por vias arteriais e rotas de grandes fluxos e formam o limite físico da U.V; espaços públicos que promovam sociabilidade a partir das relações de vizinhança onde os indivíduos façam atividades conjuntas; equipamentos áreas institucionais que devem ser agrupadas em lugares centrais e comuns; comércio local que atenda a população e localiza-se na junção de ruas de tráfego e estão juntos um dos outros e o sistema viário com uma hierarquização de ruas, facilitando a circulação interior. Ferreira e Gorowitz abordam a Unidade de Vizinhança de acordo com o princípio de Perry, porém mostrando as pequenas variações que essa apresenta na suas diversas aplicações. Devem ser auto-suficiente, promovendo sociabilidade possuir um local que as distâncias sejam acessíveis a pé facilitando a comunicação dessa sociedade, tendo o comércio e escolas em um local que se constituem igualmente em um ponto de encontro. Podemos observar como isso ocorre pela análise de cidades como: Radburn que compõe sistema viário hierarquizado e recuperam a escala suburbana, estimulando a participação do conjunto; Harlow que possui um centro de distrito onde há maior quantidade de comércios que são ligados pelas U.V, estas que se separam por extensas áreas verdes, deixando uma impressão de dispersão de cidade e não de uma unidade que integra ao conjunto; Cumbernauld dispõe um centro principal permitindo um trajeto a pé até o mesmo, abandonando o princípio da divisão hierárquica com isso quando a cidade se expande há a necessidade de criar centros próximos; Milton Keynes que a partir de Cumbernauld busca de maior liberdade de movimento não agrupam as habitações em uma U.V e os centros são localizados próximos as ruas principais perdendo o caráter de unidades autônomas; Brasília favorece o acesso dos equipamentos a todos de modo que nas vias secundárias há os comércios entrequadras atendendo as necessidades de seus moradores e nas vias principais equipamentos de lazer proporcionando integração das U.V, consequentemente dos indivíduos de outros bairros. As críticas que surgiram pelo conceito de unidade de vizinhança como desvantagem um fator de solidão e isolamento, onde se assume que os indivíduos não têm suas vidas centradas em colégios primários e não gostam de estar confinados em uma área que limita as vias e divide a área urbana, e como vantagens formam uma área de integração humana. O novo urbanismo propõe estabelecer uma relação entre os espaços regionais e locais através de um sistema de transporte para estimular uma divisão de solo e organização das áreas residenciais retomando conceitos da cidade jardim para uma maior participação da comunidade nos espaços, sendo prioritário a escala do pedestre. A distribuição dos equipamentos se faz a partir das escolas de ensino fundamental que podem ser compartilhadas com os bairros vizinhos, além de campos esportivos de uso duplo com retenção de águas pluviais e corredores de transporte público, sendo assim propõe um uso misto do solo, também existe uma comunidade com locais de trabalho, ateliês de artistas e pequenos escritórios que são integrados ao tecido do bairro. São diversas as opções de habitação incluindo casas unifamiliares, casas em fita, edifícios de apartamentos baixos, habitações unifamiliares com varandas de frente para ruas que agradam os pedestres, para reduzir os ruídos do trânsito são usados pomares e jardins sobre os taludes. As ocupações se formam por uma densidade em núcleos junto a serviço de circulação de nível superior e com a cidade sempre projetada para os pedestres para transitarem facilmente a pé ou usando as opções de transporte público e ciclovias que conectam todo o sistema da cidade, os centros se ficam mais ocupados tendo oportunidades de uso misto com moradia e trabalho. Um exemplo de relação entre o verde urbano e às águas pode ser citado o Holiday Boulder no Colorado, Estados Unidos, onde usam tecnologias para melhorar qualidade da água integrada a um parque que recarrega o lençol freático e limpa a água e vedações que economizam energia nas edificações e reduzem a dependência de fontes de combustíveis não renováveis aumentando a qualidade do ar. Sendo um bairro com uma grande área verde, parques, áreas de encontro ruas arborizadas, confortável para os pedestres e ciclistas, não apenas para os automóveis. O consumo de energia no novo urbanismo se reduz devido ao seu projeto ideal onde as áreas mais densas e mais próximas servem para trazer a relação de várias sociedades, fazendo com que a viagem se minimize e reduza tanto o consumo quanto o uso do automóvel, nas unidades de vizinhança ocorre também pouca iluminação nas ruas à noite, rotatória com economia de energia e suas próprias usina de geração de energia do distrito. A cidade projetada pelos modernistas deixam se ser pensada como um todo contínuo e passa a ser abordada fracionadamente, as áreas verdes e livres tornam-se espaços mais desconfortáveis e perigosos. Possuindo um desenho que prioriza quatro funções urbanas, que são trabalhar, habitar, lazer, e circulação, e ocorre uma expansão urbana periférica debaixa densidade, pois a escala vista é a do veículo o que distancia as áreas criando outras concentrações que dispersa a população formando locais de pouca densidade. Diferentemente, as concepções modernistas trazem consigo o crescimento industrial que faz com que o carro seja priorizado em diversas situações, pois criam habitações unifamiliares que formam bairros dependentes deste meio de transporte que se estendem ao longo das vias transitáveis criando subúrbios, além dos centros comerciais segregados forçando também a mobilização das pessoas criando grandes construções rodoviárias. Em relação com o espaço verde e sistemas de parques se torna elementar para o planejamento e conexão com o tecido urbano incrementando o embelezamento, saneamento e áreas verdes na nova imagem urbana. Após a guerra, no processo de urbanização, industrialização e desenvolvimento dos transportes rodoviários no modernismo acabaram induzindo um rápido crescimento do consumo de energia, para atendê-lo foi inserido dois sistemas fundamentais, o elétrico - para alimentar as cidades, o setor de serviços e uma parte das indústrias, e o do petróleo e gás - para suprir os transportes e outra parte das indústrias. Contudo é possível através dessas informações perceber que há maneiras diferentes de se obter um projeto urbanístico, onde cada um possui suas vantagens e desvantagens, cabendo ao autor do projeto fazer as melhores adaptações e pensando sempre na sustentabilidade e nas relações entre os indivíduos que adensam essas áreas. Concluímos que cada fator que forma o adensamento na cidade traz consequências para a definição da mesma, ou seja, o coeficiente de aproveitamento, a área, os tamanhos de lotes e as definições de tipologias podem trazer um adensamento maior ou menor para determinada área. Como podemos observar no exercício que no caso de casas geminadas em lotes pequenos uma densidade maior do que em lotes maiores com o mesmo coeficiente de aproveitamento; relacionando também com edifícios verticais a densidade que de acordo com cada coeficiente de aproveitamento fornece uma densidade maior ou menor, mas ao mesmo tempo, maior que a densidade de casas já que verticalizando consegue-se inserir mais habitantes em pouco espaço.
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