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Evolução histórica do Direito Inglês

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Artigos
Sexta, 29 de Agosto de 2014 05h45
ANA BEATRIZ XIMENES DE QUEIROGA:
O Direito Inglês
 
RESUMO: Este artigo tem por objetivo tratar do direito inglês, analisando e detalhando
sua  estrutura.  Assim,  o  trabalho  se  destina,  de  modo  geral,  à  explanação  daquele
ordenamento  jurídico,  com  todas  as  suas  nuances;  para  tanto,  serão  observados  os
seguintes  objetivos  específicos:  examinar  sua  progressiva  evolução,  apresentando  a
trajetória desde o período anglo­saxônico, passando pela  formação da common  law  e  da
equity  até  chegar  aos  dias  atuais;  discorrer  sobre  a  estrutura  do  direito  inglês,  incluindo
suas divisões, o processo, conceitos e fontes – jurisprudência, legislação, costume, doutrina
e razão. A pesquisa empreendida tem caráter sócio­jurídico, é essencialmente bibliográfica
e  jurisprudencial  e  utiliza  o  método  de  abordagem  dedutivo,  bem  como  os  métodos  de
procedimento  histórico,  comparativo  e  hermenêutico.  Inicialmente,  realiza­se  a  análise  do
ordenamento  jurídico  inglês,  a  partir  de  sua  evolução  histórica  e  configuração  atual;  em
seguida, é feito um estudo acerca de sua organização estrutural. O estudo deve contribuir
para esclarecer os juristas acerca de um direito tão diferente do brasileiro, dando­lhes uma
noção de direito comparado, a fim de aumentar­lhes os horizontes do conhecimento.
Palavras­chave: Direito Inglês. Common Law. Equity. Estrutura.
 
1.     INTRODUÇÃO 
No artigo que ora se apresenta, cuidar­se­á do direito aplicado na  Inglaterra,  tendo
em vista a enorme diferença com o direito brasileiro,  uma vez que o primeiro decorre do
sistema anglo­saxônico ao passo que o segundo se originou do romano­germânico.
A  relevância  desta  investigação  se  desdobra  em  duas  vertentes,  pois  que  tanto
permite  um maior  conhecimento  acerca  daquele  ordenamento  jurídico  alienígena,  quanto
permite uma avaliação individual do leitor acerca dos acertos e erros do supracitado direito
e de que modo este pode influenciar positivamente o sistema adotado no Brasil.
Nesse  diapasão,  pretender­se­á,  de  um modo  geral,  analisar  o  direito  inglês,  com
base  em  sua  evolução  histórica,  nos  (poucos)  corpos  legais  que  os  tutelam  e  no
entendimento  dos  tribunais,  além  de  trazer  a  exposição  doutrinária  existente  sobre  a
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temática.
Com relação à natureza da pesquisa, realmente é de cunho sócio­jurídico, uma vez
que o aspecto social emerge da importância de se ter uma noção sobre direito comparado,
especialmente no mundo globalizado dos dias atuais.
 No que  tange ao método de abordagem, será utilizado essencialmente o  indutivo,
porque  através  dele  serão  analisadas  decisões  jurisprudenciais  tomadas  em  casos
concretos,  bem  como  proceder­se­á  ao  estudo  das  teorias  existentes,  com  o  fito  de
estabelecer as regras gerais que tutelam o mencionado direito.
 Os métodos de procedimento utilizados serão: o histórico, mediante o qual será feita
a  análise  pormenorizada  da  evolução  do  ordenamento  jurídico  da  Inglaterra  e  das
consequências  decorrentes  de  tal  progresso;  o  comparativo,  que  permitirá  verificar  as
diferenças  em  relação  ao  sistema  romano­germânico  e  o  hermenêutico,  considerado
essencial em todo desenvolvimento de pesquisas jurídicas.
A  técnica  de  coleta  de  dados  será,  em  suma,  a  pesquisa  bibliográfica,  através  da
qual serão selecionadas informações sobre o tema, aglutinadas em livros e artigos jurídicos.
3. HISTÓRIA
3.1. Período Anglo­saxônico
Foi  um  período  marcado  por  dominações  estrangeiras,  quando  o  direito  não  era
muito  conhecido  nem  comum  aos  povos  ingleses.  Acabou  com  a  invasão  normanda  em
1066.
Cessado  o  domínio  romano  sobre  a  ilha  –  o  qual  durou  quatro  séculos,  mas  não
deixou muitos  vestígios  –,  houve a  invasão dos  povos bárbaros,  que dividiram entre  si  a
Inglaterra.
As leis dessa época foram feitas após a conversão ao Cristianismo, mas são poucas
e muito limitadas. Sua peculiaridade é serem escritas na língua local, ao invés de usarem o
latim, como de praxe.
3.2. Período da formação da Common Law (1066­1485)
Iniciou­se  com a  invasão normanda  (em 1066)  e  permaneceu até  a  dinastia Tudor
(em 1485), sendo marcado principalmente pela  formação do direito unificado da Common
Law.
A conquista da Inglaterra pelos normandos não modificou imediatamente a condição
da ilha, pois o rei Guilherme proclamou que o direito existente até então não seria alterado.
Todavia,  aqueles  povos  trouxeram  um  poder  mais  centralizado,  tanto  que  o
feudalismo inglês diferiu dos demais, pois, por mais que os senhores feudais fossem fortes,
o  rei  cuidou  para  que  nenhum  deles  pudesse  ser  uma  ameaça,  colocando­se  como
suserano único.
Enquanto  os  ingleses  foram  governados  por  Guilherme  I,  a  lei  era  aplicada  pelos
senhores feudais, em assembléias chamadas County Court ou Hundred Court. O rei apenas
participava da justiça em casos especiais, como quando a paz do reino estava ameaçada.
Quando  Henrique  II  assumiu,  em  1154,  planejou  criar  um  sistema  jurídico  que
aplicasse uma lei comum para a Inglaterra toda, sem exceções. Ele sabia que não poderia
mudar os costumes do local sem causar um desastre, então pensou que seria mais seguro
pegar  os  princípios  já  existentes,  os  costumes,  e  fazer  com  que  eles  adquirissem  novos
significados.
O rei criou os Tribunais Reais (ou Tribunais de Westminster) e, para atrair os casos
para  eles,  utilizou  diferentes  táticas,  dependendo  da  matéria.  Para  os  casos  criminais,
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existia o conceito de  “Paz do Rei”, partindo da premissa de que cada homem  teria a sua
paz, ocorrendo crime quando esta era violada.
O delito mais grave consistia em perturbar a paz do rei (o homem mais importante do
reino). O Rei Henrique II defendia que a Paz do Rei estava em toda a Inglaterra e que todos
os crimes ocorridos deveriam ser julgados pelos Tribunais Reais.
Para os casos civis, o rei estabeleceu o júri, mas apenas os seus tribunais poderiam
utilizá­lo  e  quem  não  quisesse  submeter­se  aos  julgamentos  antigos  (duelo  ou  prova  –
algumas impossíveis, como andar pelo fogo e não se queimar) poderia procurar o rei. Em
geral,  os  jurados  eram  pessoas  que  conheciam  o  caso,  mas  também  poderiam  ser
circumstantibus[1].
Com essas mudanças efetuadas pelo  rei,  utilizar  a  justiça  real  tornou­se popular  e
Henrique II  teve de criar novos Tribunais Reais para absorver a demanda, dando força ao
novel sistema, que passou a contar com juízes itinerantes e mais especializados.
Além disso, Henrique  II  criou os writs  (ou mandados  reais)  como  instrumento  para
que os súditos transferissem suas causas do Tribunal dos Lordes para o Real. Consistiam
em fórmulas rígidas para cada tipo de causa.
Conseguia­se um writ através dos Chanceleres, oficiais da coroa que verificavam se
o caso deveria ou não ir aos Tribunais. Cada mandado seguia um rito especial, que indicava
como  se  julgaria,  a  sequência  dos  atos,  as  possibilidades  de  representação,  meios  de
executar a decisão e até o vocabulário.
O formalismo era decisivo no resultado final do writ e, ainda hoje, tal característica é
considerada  relevante.  Dessa  conjuntura,  nasceu  a  frase  do  direito  inglês  “Remedies
precede Rights”, ou seja, o processo é mais importante que o direito.
Destarte, o rei Henrique II ficou conhecido como aquele que conseguiu unificar as leis
da Inglaterrae criar o sistema da common law, deixando várias consequências importantes
para  a  forma  atual  do  direito  inglês,  como  a  diminuição  do  direito  privado[2],  a
incompatibilidade com o direito ocidental[3] e o fortalecimento do processo[4].
3.3. Formação da Equity (1485­1832)
A common law, marcada pela rigidez formal, não permitia ao sistema a liberdade de
se  adaptar  às  necessidades  sociais  que  surgiam  com  o  decorrer  do  tempo,  gerando
injustiças  e,  inevitavelmente,  envelhecendo.  Nessa  conjuntura,  surgiu  um  sistema  rival
chamado equity.
Quando  acontecia  alguma  injustiça  durante  um  julgamento  dos  Tribunais  Reais,  a
parte perdedora tinha a chance de apelar para o rei. Assim, o sucumbente deveria não só
apelar aos Tribunais de Westminster, como também dirigir­se aos Chanceleres e pedir para
levar seu caso ao monarca que, junto com o Conselho, decidia.
 Ocorre  que,  durante  a Guerra  das Duas Rosas,  o  rei  não  tinha mais  tempo para
deliberar sobre cada lide, atribuindo essa tarefa ao Chanceler, que ganhou mais autoridade
e autonomia.
 Como eram, em geral, clérigos, decidiam com base na equidade, ou seja, de acordo
com  o  que  era  justo,  seguindo  a  lei  moral,  olhando  para  cada  caso  particularmente,
inspirando­se no direito canônico.
Com o passar do tempo, a jurisdição dos Chanceleres cresceu e estes passaram a
ser juristas, não mais clérigos, apesar de ainda seguirem um processo baseado nos direitos
canônico  e  romano,  aproximando  suas  decisões  ao  ideal  de  justiça  e  satisfazendo  a
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população.  A  Chancelaria  tinha  poderes  para  forçar  a  execução  de  sanções  ou  a
apresentação de provas e documentos, sendo mais eficiente.
Durante um período, parecia que a common law seria trocada pela equity, um novo
sistema, apoiado pelos reis e pela população, mas isso não aconteceu, principalmente pela
resistência dos juristas e do Parlamento, que apoiavam a common law contra os reis.
Após um grande conflito entre os dois  tipos de  tribunais, decidiu­se estabelecer um
meio termo, onde os dois sistemas coexistiriam, mas não perfeitamente, pois a equity  teria
que se adaptar, não poderia ir contra as decisões tomadas pelos tribunais da common law,
devendo obedecer à jurisprudência – equit follows the law[5].
Assim,  a  equity  é  vista  hoje  como  algo  que  veio  aperfeiçoar  o  sistema  inglês  e
integrá­lo, não substituí­lo.
Por essa  junção de sistemas, hoje se diz que o direito  inglês possui uma estrutura
dualista. Existiam tribunais separados, uns para aplicar a common law, outros para a equity,
com regras diferentes para cada e advogados que atuavam especificamente em um ou no
outro[6].
3.4. Período Moderno (1832­)
Entre 1873­1875 as organizações judiciárias mudaram em razão dos Judicature Acts,
que unificaram as jurisdições inglesas, permitindo que todos os tribunais pudessem aplicar
tanto as regras da common law quanto as da equity – antes, em um mesmo assunto, podia
ser necessário intentar duas ações: uma no tribunal de common law e outra no Tribunal da
Chancelaria.
Convencionou­se também que, em caso de conflito, seriam aplicadas as soluções da
equity.  Ainda  assim,  a  estrutura  dualista  é  forte,  existindo  assuntos  deixados  na
competência  dos  common  lawyers  e  outros  nas  dos  equity  lawyers,  enquanto  os  juízes
possuem competência para atuar nos dois casos.
Houve  também  uma  ordenação  maior  das  regras,  mas  não  uma  codificação  no
sentido  francês,  pois  ainda  predomina  a  obra  dos  tribunais.  São  apenas  indicações,
orientações, pois os  juristas  ingleses permanecem fieis ao direito  tradicional, baseando­se
nos law reports, que mostram a jurisprudência.
4. ESTRUTURA
4.1. Divisões do Direito
O  direito  de matriz  romano­germânica  foi  dividido  em  dois  grandes  grupos,  Direito
Público e Privado,  além de outras  subdivisões,  enquanto que,  no direito  inglês,  a  grande
divisão existente é entre a common law e a equity.
4.2. Processo Inglês Atual
 
Na  evolução  histórica  do  direto  inglês,  o  processo  tomou  uma  posição  central.  O
jurista  inglês não precisava ser  formado nas universidades, pois ele aprendia na praxis a
levar o processo, sendo considerado um direito de processualistas e práticos.
Hoje  em  dia,  o  processo  inglês  ainda  é  fundamental,  mas  mudou  bastante.  Os
advogados agora devem passar pela universidade e o processo tornou­se mais simples, o
que  não  significa  que  empobreceu,  pois  enriqueceu  quanto  à  essência  e  tornou­se mais
rigoroso.
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O que mais se modificou nos  tribunais de  justiça  foi a presença do  júri,  que não é
mais essencial. O processo é preparado para destacar os desacordos para que, durante a
audiência pública (the day in Court) esses pontos sejam elucidados por  técnicas de prova
orais, como testemunhas, e a decisão deve ser imediatamente tomada.
Diz­se que os juristas ingleses não se preocupam com o resultado ou com a decisão
e  sim  com  o  processo.  Essa  declaração  não  pode  ser  considerada  completamente
verdadeira, pois uma das ideias centrais é que todos devem ter um processo regular e justo,
com  base  na  lealdade  dos  dois  lados,  assim,  acreditam  que  alcançam  o  resultado mais
correto.
4.3. Conceitos
Enquanto  no  direito  de  tradição  romana  tudo  foi  racionalizado,  dividido  de  acordo
com temas, como direito de família, na Inglaterra o que existem são divisões históricas que
vieram de casos concretos e que, muitas vezes, não podem nem ser traduzidas para outras
línguas, como a noção de trust[7].
Outro exemplo da diferença entre os sistemas romano­germânico e anglo­saxônico é
legal rule e regra de direito que, apenas em teoria, são correspondentes. Para o jurista que
vem  do  primeiro  sistema,  a  regra  de  direito  é  o  principal  guia,  sempre  geral  e  abstrata,
dirigindo  a  conduta  do  cidadão,  muitas  vezes  ligadas  à  moral  e  com  o  escopo  de
estabelecer a ordem social.
Já  no  sistema  inglês,  por  ser  essencialmente  jurisprudencial,  a  legal  rule  se  aplica
apenas para o caso concreto com que se está lidando e para cuja resolução ela foi emitida.
5. FONTES DO DIREITO INGLÊS
A principal fonte do direito inglês é a jurisprudência, seguida da lei. Desempenhando
papel secundário, estão o costume, a doutrina e a razão.
5.1. Jurisprudência
Os ingleses distinguem as jurisdições em dois tipos: a alta justiça, administrada pelos
Tribunais Superiores, e a baixa justiça, administrada por uma série de jurisdições
 inferiores ou por organismos “quase judiciários”.
Os  Tribunais  Superiores  não  se  limitam  a  resolver  processos:  suas  decisões
constituem precedentes que devem ser seguidos no  futuro. Originalmente, aquelas cortes
existiam em quantidade significativa, mas foram suprimidas e reunidas em um novo tribunal
superior único – o Supremo Tribunal de Justiça – através dos Atos de Justiça de 1873­1875.
A organização posta em funcionamento por eles foi modificada várias vezes, sendo
composta atualmente por três organizações: o Alto Tribunal de Justiça, o Tribunal da Coroa
e o Tribunal de Apelo.           
O primeiro é formado de três seções – Banco da Rainha, Chancelaria e Família – por
questão  de  conveniência,  pois  cada  uma  das  seções  é  competente  para  estatuir  sobre
qualquer causa que seja da alçada do Alto Tribunal de Justiça, podendo, entretanto, existir
juízes especializados em certas regras especiais de processo para o exame de diferentes
tipos de assunto.
Esses magistrados são  recrutados entre os advogados para os quais a elevação à
dignidade de juiz de Sua Majestade constitui o coroamento do sucessoprofissional e social.
As questões são submetidas, em primeira instância, ao julgamento de um único árbitro, que
pode ser assistido por um júri, dependendo da matéria.
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Ao Tribunal da Coroa compete o julgamento da matéria criminal. A justiça poder ser
aí feita segundo a natureza da infração, tanto por um juiz do Alto Tribunal de Justiça, quanto
por  um  juiz  de  circuito  (magistrado  profissional,  que  exerce  sua  atividade  em  tempo
integral),  como  também  por  um  advogado  investido  temporariamente  das  funções  de
árbitro. Ao lado deste, encontra­se o júri, caso o acusado se declare inocente.
O  Tribunal  de  Apelo  constitui  um  segundo  grau  de  jurisdição.  As  questões  são
submetidas lá, em princípio, a um colégio de três juízes: o recurso é rejeitado caso não se
estabeleça uma maioria para modificar a decisão contra a qual foi formado.
As decisões tomadas pelo Tribunal de Apelo podem ser revisadas mediante recurso
para o Comitê de Apelo da Câmara dos Lordes, a qual não profere mais de trinta a quarenta
decisões por ano, possuindo caráter excepcional.
A  pendência  é  normalmente  examinada  por  no  máximo  cinco  e  no  mínimo  três
Lordes. Cada um destes exprime separadamente sua opinião, chamada speech (discurso,
fala), e o recurso é rejeitado se não se formar uma maioria para admiti­lo.
A Câmara dos Lordes consiste na jurisdição suprema para todo o Reino Unido e seus
juízes têm de aplicar frequentemente outros direitos, distintos do inglês.
Há  ainda  a  Comissão  Judiciária  do  Conselho  Privado,  a  qual,  teoricamente,  dá
simples pareceres à Coroa para guiar o exercício de sua prerrogativa e cujas decisões têm,
quando se referem a questões de common law, uma autoridade praticamente idêntica aos
acórdãos da Câmara dos Lordes.
A  maior  parte  dos  assuntos  é  resolvida,  no  entanto,  fora  da  alçada  daqueles
tribunais, por jurisdições inferiores ou organismos quase judiciários. Estes não participam do
Poder Judiciário e as sentenças que proferem têm seu interesse limitado à espécie por eles
julgada.
As  jurisdições  inferiores  são  formadas  pelos  tribunais  de  condado,  cujos  juízes,
designados  juízes  de  circuito,  desempenham  um  papel  essencial  na  administração  da
justiça civil inglesa, exercendo uma competência que lhes foi atribuída por lei.
O  Alto  Tribunal  de  Justiça,  embora  tenha  competência  ilimitada,  recusa­se,  em
princípio, a apreciar questões nas quais o  interesse em jogo seja  inferior a duas mil  libras
esterlinas,  e  estas  pendências  são  habitualmente  julgadas  pelos  tribunais  de  condado,
assim como as referentes ao divórcio.
Os assuntos de menor importância, menos de 200 libras, podem ser julgados por um
auxiliar  do  juiz  ou  podem  ser  remetidas  a  árbitros  que  proferirão  a  decisão.  O  envio  à
arbitragem também pode ser feito se as partes assim decidirem.
Em matéria  criminal,  as  infrações menores  são  julgadas  por  magistrados,  simples
cidadãos aos quais foi conferido o título de juiz da paz. Eles não são juristas: exercem suas
funções com a assistência de um secretário, sem qualquer retribuição.
Os  magistrados  têm  certa  competência  em  matéria  civil  no  domínio  do  direito  da
família e no caso de créditos de natureza previstos pela lei (taxas e rendas a coletividades
públicas ou empresas de utilidade pública).
Em numerosos casos, os acusados têm a possibilidade de solicitar o seu julgamento
pelos  magistrados,  encontrando  aí  a  vantagem  de  não  poderem  ser  condenados  a  uma
prisão  superior  a  seis meses,  porque  os  poderes  dos magistrados  são  limitados,  porém,
nessa hipótese, também não se beneficiarão da presença de um júri.
O recurso contra as decisões dos tribunais dos magistrados, quando autorizado, vai
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ou para o Tribunal da Coroa ou para a seção do Banco da Rainha.
Já em matéria administrativa e para as dificuldades surgidas na esfera de certas leis,
há  diversos  organismos,  muito  variados  na  sua  composição,  bem  como  nas  suas
atribuições e nos seus poderes, denominados Bancadas, Comissões ou Tribunais.
Assim,  uma  competência  quase  judiciária  é  reconhecida,  devendo  os  litígios  ser
apreciados por eles antes de poderem ser submetidos ao Supremo Tribunal de Justiça. São
chamados  a  atuar  apenas  como  tribunais  inferiores,  compostos,  regra  geral,  por  não
juristas.  Existem  em  matéria  econômica,  fiscal,  de  propriedade  imobiliária,  social,  de
inquilinato e militar, com o fito de descongestionar os verdadeiros tribunais de justiça.
Todos  os  organismos  em  questão  funcionam  sob  o  controle  do  Alto  Tribunal  de
Justiça. Não existe, na Inglaterra, uma hierarquia das jurisdições ordinárias e nem qualquer
tribunal superior especializado em litígios nas quais uma das partes é a administração.
Pode­se  considerar  como  uma  norma  constitucional  costumeira  o  princípio  de  que
nenhuma  decisão  contenciosa  possui  condições  de  ser  tomada  sem  que  se  submeta  ao
controle  dos  tribunais  superiores  de  justiça,  tendo  o  Poder  Judiciário,  de  certa  forma,  o
direito nato de controlar esse tipo de questão.
Todos  os  contenciosos  são  decididos,  na  Inglaterra,  pelo  Supremo  Tribunal  de
Justiça,  ou  pelo menos  sob  seu  controle. As  partes  podem se  dirigir  diretamente  ao Alto
Tribunal  de  Justiça  ou  ao  Tribunal  da  Coroa,  em  todos  os  casos.  Esses  tribunais
normalmente  encaminharão  o  processo  a  uma  jurisdição  inferior,  mas  cabe­lhes  se
pronunciar sobre este ponto.
Quanto ao Poder Executivo, a presença de um agente que o represente aparenta ser
incompatível, para os ingleses, com a autonomia e com a dignidade do Poder Judiciário. O
estatuto  reconhecido  ao  Ministério  Púbico  parece­lhes,  por  outro  lado,  que  destrói  a
igualdade  tão necessária em matéria penal, entre a acusação e o acusado. Por  isso, não
há, na Inglaterra, o Ministério Público, tampouco o Ministério da Justiça.
Nada  obstante,  as  regras  que  as  decisões  judiciárias  estabeleceram  devem  ser
seguidas, sob pena de destruírem toda a certeza e comprometerem a própria existência da
common law.
Contudo, a necessidade de certeza e de segurança só foi realmente sentida após a
primeira metade  do  século XIX,  quando  a  regra  do  precedente  foi  estabelecida,  impondo
aos juízes ingleses o recurso às regras criadas pelos seus predecessores.
Anteriormente  a  esta  época,  houve  a  preocupação  de  assegurar  a  coesão  da
jurisprudência  e  considerou­se  o  que  tinha  sido  julgado  para  encontrar  a  solução  que
comportava um litígio, mas nunca se tinha adotado o princípio de que fosse rigorosamente
obrigatório seguir os precedentes.
A tendência legalista do século XIX conduziu, na Inglaterra, à submissão a uma regra
mais  estrita  do  precedente.  Este  só  é  obrigatório  quando  constituído  pelas  decisões
emanadas  dos  tribunais  superiores  –  do  Supremo  Tribunal  de  Justiça  e  da  Câmara  dos
Lordes.  As  demais  deliberações  (emanadas  de  outros  tribunais  ou  organismos  quase
judiciários) têm valor meramente de persuasivo.
A  decisão  inglesa  está  reduzida  a  um  simples  dispositivo  que  dá  a  conhecer  a
solução dada pelo juiz ao litígio, uma vez que os magistrados ingleses não têm de motivar
as suas decisões.
Entretanto, ao menos nos tribunais superiores, o juiz, em um comentário, expõe, de
forma dedutiva, as regras e os princípios do direito inglês, a propósito da decisão tomada.
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Nessa  exposição,  frequentemente,  emprega  fórmulas  e  anuncia  regras  que,por  sua
generalidade, ultrapassam o âmbito do processo. 
Hodiernamente, a evolução da sociedade parece exigir mais  flexibilidade, em razão
do ritmo acelerado de transformação a que está submetida. Na Inglaterra, conservou­se a
regra do precedente, mas fez­se a adaptação às necessidades da época atual, elaborando
novas doutrinas e utilizando, sobretudo, a técnica das distinções.
Nas  razões  dadas  pelos  juízes  em  apoio  das  suas  decisões,  o  jurista  inglês  deve
distinguir  aquilo  que  constitui  o  suporte  necessário  da  decisão  do  que  foi  declarado  sem
absoluta  necessidade.  Só  a  primeira  parte  constitui  uma  regra  jurisprudencial  que  se
incorpora no direito inglês, devendo ser seguida no futuro.
A regra do precedente não pôde ser admitida rigorosamente na equity, senão quando
esta  perdeu  a  sua  característica  originária,  deixando  de  ser  equidade  propriamente  dita,
para  se  tornar  um  agrupamento  de  regras  de  direito  complementares  ou  retificadoras  do
sistema de common law.
Existem poucas diferenças entre o modo como funciona a norma supracitada, tanto
na common law stricto sensu, como no da equity. A regra reveste o mesmo rigor em ambos
os casos.
A  aplicação  do  regulamento  do  precedente  na  interpretação  das  leis  acaba
sobrecarregando a estas com uma massa de decisões jurisprudenciais, cuja autoridade se
substituiu à dos textos legais.
 O espírito geral da disposição legal arrisca­se a ser esquecido e a finalidade que ela
procurava  atingir  perde­se  de  vista,  no  emaranhado  das  decisões  que  se  destinaram  a
resolver,  cada  uma  delas,  um  ponto  de  pormenor  particular.  A  exclusão  do  controle  dos
tribunais  é,  então,  determinada  pelo Parlamento,  no  exercício  do  seu  poder  soberano  de
legislar.
Estatisticamente  falando,  75%  dos  acórdãos  da  Câmara  dos  Lordes,  25%  dos
acórdãos  do  Tribunal  de  Apelo  e  10%  das  decisões  do  Alto  Tribunal  de  Justiça  são
publicados, eliminando­se, assim, um grande número de decisões que não são dignas de
se considerarem como precedentes, evitando­se que os juristas ingleses sejam submersos
pela avalanche de precedentes.
5.2. Legislação
Uma  segunda  fonte  do  direito  inglês  é  a  lei,  que  pode  ser  dividida  em  lei
propriamente dita e disposições regulamentares variadas tomadas para a execução da lei,
pelas autoridades, e que os autores  ingleses agrupam sob o nome genérico de  legislação
delegada ou de legislação subsidiárias.
A Constituição, na  Inglaterra, é um conjunto de  regras de origem  legislativa ou, na
maioria  das  vezes,  jurisprudencial,  que  garantem  as  liberdades  fundamentais  e  que
concorrem para  limitar o arbítrio das autoridades. Para o Parlamento, o único  limite a sua
onipotência é o controle exercido pela opinião pública.
Segundo  a  teoria  clássica,  a  lei  seria  uma  fonte  secundária  do  direito,  trazendo
apenas corretivos e adjunções aos princípios, devendo ser interpretadas restritivamente.
Apesar de hoje sua função ser igual àquela desempenhada no continente europeu, a
regra que contém a lei só será definitivamente admitida e plenamente incorporada no direito
inglês na forma e na medida em que forem aplicadas e interpretadas pelos tribunais.
Especialmente após a guerra de 1939, multiplicaram­se as leis de inspiração dirigista
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(que  se  opõe  ao  liberalismo),  visando  à  construção  de  uma  nova  sociedade.  Elas
constituem  regras  tão  estranhas  ao  sistema  tradicional,  que  é  impossível manter,  no  que
lhes diz respeito, os princípios de interpretação tradicionais na Inglaterra.
Não  existe,  na  Inglaterra,  uma  hierarquia  de  jurisdições  administrativas  opostas  às
jurisdições de ordem judiciária. O Poder Judiciário controla soberanamente a aplicação das
novas leis.
Contudo,  gerido  por  comissões  administrativas  de  títulos  diversos,  o  novo
ordenamento jurídico pode constituir um direito de administração por oposição ao direito dos
juristas, interessando mais diretamente aos particulares e à economia inglesa que o direito
cuja aplicação continua inteiramente nas mãos dos juristas e das jurisdições tradicionais.
A  lei  desempenha,  na  Inglaterra  de  hoje,  uma  função  que  não  é  inferior  à  da
jurisprudência.  Contudo,  o  direito  inglês  continua  a  ser  essencialmente  jurisprudencial
devido à  tradição e ao  fato de a  jurisprudência orientar o seu desenvolvimento em certos
setores que se mantêm muito importantes.
5.3. Costume
O  direito  inglês  não  é  consuetudinário.  Sempre  foi  uma  ficção  o  costume  geral
imemorial  do  reino,  sobre  o  qual  teoricamente  está  fundada  a  common  law.    Esta  pôde
retirar algumas das suas regras dos vários costumes locais outrora em vigor, porém o seu
processo  de  constituição  baseou­se  na  elaboração  de  um direito  jurisprudencial,  fundado
sobre a razão, que substituísse o direito da época anglo­saxônica, alicerçado no costume. 
A  common  law  teve  por  efeito  fazer  desaparecer  o  direito  consuetudinário  da
Inglaterra, existente nos costumes locais. Toda importância destes lhes é retirada por uma
regra  que  exige  que  sua  existência  seja  anterior  a1189,  para  ser  obrigatório.  Esse
requerimento de antiguidade não se aplica ao âmbito comercial.
Quando  um  costume  é  consagrado  pela  lei  ou  pela  jurisprudência,  ele  perde  seu
caráter  consuetudinário,  juntamente  com  a  flexibilidade  e  as  possibilidades  de  evolução,
características  que  antes  lhe  eram  conferidas,  para  se  tornar  uma  norma  jurisprudencial
submetida à regra do precedente.
Em matéria constitucional, há as convenções da Constituição, um costume ao qual a
teoria não reconhece caráter jurídico, mas que domina a vida política inglesa, sucedendo o
mesmo  no  âmbito  penal  –  o  júri  é  apenas  uma  instituição  para  a  qual  o  juiz  tem  livre
liberdade  de  recorrer  ou  não  para  formar  o  seu  juízo  (o  costume  impõe,  em  diferentes
casos, que se recorra a ele).
5.4. Doutrina e razão
Na Inglaterra, certas obras doutrinárias, escritas por juízes, receberam a qualificação
de  livros  de  autoridade,  alcançando  tal  prestígio  que,  nos  tribunais,  se  consideraram
repositórios autorizados do direito da sua época, dotados de uma autoridade comparável à
que  a  lei  tem  nos  países  de  tradição  romano­germânica.  Depois  da  supressão  do
formalismo, no século XIX, a função da doutrina se ampliou.
Quanto à  razão, esta serviu de base para a elaboração da common  law. Enquanto
regras mais acuradas não forem estabelecidas, a razão continua a ser a fonte inesgotável, a
qual os  tribunais  recorrerão,  tanto para preencher as  lacunas do sistema de direito  inglês
como para guiar a evolução deste sistema.
Nos países em que o direito escrito se apresenta principalmente sob a forma de um
direito  legislativo,  a  razão,  mais  que  completar  uma  ordem  jurídica,  desempenha  uma
função  na  interpretação  da  lei.  Esta,  no  direito  inglês,  foi  substituída  pela  técnica  de
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distinções,  a  qual  visa  estabelecer  novas  regras,  cada  vez  mais  precisas,  ao  invés  de
aplicar uma regra preexistente.
Os sistemas de direito da  família  romano­germânica são  fechados, ao passo que a
common  law  é  um  sistema  aberto,  onde  outras  normas,  baseadas  na  razão,  são
continuamente elaboradas. Porém, há uma tendência para colocar em primeiro plano, mais
que a intervenção da razão, os princípios jurídicos que resultam do conjunto das decisões
judiciárias.
Procurar  uma  solução  razoável  que  comporta  um  litígio,  quando  na  matéria  não
existe  qualquer  precedente,  nemqualquer  regra  legislativa,  nem  qualquer  costume
obrigatório, é procurar a solução que está mais em harmonia com os dispositivos jurídicos
existentes  e  que  parece  a  mais  satisfatória,  em  atenção  à  preocupação  primária  de
segurança, temperada pela justiça, que é a base do direito.
O trabalho implica que se procurem, para fazer aplicação deles, os princípios gerais
que  se  destacam  das  regras  existentes.  Prestar­se­á  atenção  também  à  doutrina  e  às
decisões judiciárias que não têm o caráter estrito de precedentes obrigatórios. O desejo de
assegurar a coesão das decisões de justiça supõe, então, um recurso à lógica.
6. CONCLUSÃO
 No período anglo­saxônico, a Inglaterra foi invadida por diversos povos e as poucas
leis  criadas  nessa  época  não  eram  conhecidas  nem  comuns  aos  ingleses.  Em  seguida,
houve a formação da common law, entre 1066 a 1485, marcada pela unificação do direito e
pela  transição de seus aplicadores – uma vez que os senhores  feudais perderam espaço
para os Tribunais Reais.
  O  excesso  de  formalismo  da  common  law  fez  surgir  um  sistema  rival  chamado
equity,  baseado  na  lei moral  e  no  direito  canônico.  Após  certo  conflito,  estabeleceu­se  a
coexistência entre ambos e, atualmente, prevalece a unidade da jurisdição.
 Quanto à estrutura, o direito inglês é centrado no processo, especialmente na regra
do devido processo legal, ao passo que, em relação às fontes, a jurisprudência se destaca
como  personagem  central,  seguida  da  lei.  Desempenhando  papel  secundário,  estão  o
costume, a doutrina e a razão.
Destarte,  procurou­se  expor  de  forma  detalhada  e  fundamentada,  através  desta
pesquisa, a relevância do direito aplicado na Inglaterra para o mundo atual, especialmente
pelo destaque assumido por esse país na História.
Nesse  sentido,  a  common  law  influenciou  o  direito  de  diversos  Estados,    quer  ex­
colônias ou membros da Commonwealth[8], a exemplo dos Estados Unidos, Nova Zelândia,
África, do Sul, País de Gales, Irlanda, Irlanda do Norte, etc.
7. REFERÊNCIAS
CHURCHILL, Winston. A History of The English­speaking Peoples. Vol. único. Henry
Steele Commager, 1994.
DAVID, René. Os Grandes Sistemas do Direito Contemporâneo. 3. ed. São Paulo:
Martis Fones, 1998.
Trusts (Administração de terceiros) em países estrangeiros. 18 de  julho de 2006.
Disponível em: . Acesso em: 24 de julho de 2014.
[1] Ver o caso através das evidências.
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[2] O sistema formado pelas jurisdições reais extinguiu as jurisdições feudais/individuais
que  tratavam  de  litígios  privados.  Assim,  toda  a  ação  era,  em  certa medida,  questão  de
direito público.
[3]  O  sistema  inglês  extraiu  seus  principais  elementos  da  própria  história  e  de  suas
tradições,  não  incorporando  o  direito  romano  nem  o  canônico,  como  os  outros  países
fizeram.
[4] Considerando que a forma do writ, e não, o que era justo, determinava o andamento
do processo, os juristas neste se concentraram, algo que é seguido até os dias atuais
[5] A equidade segue a lei (tradução livre).
[6] Os registros deixados pelos juristas dessa época encontram­se em peças como os
English Reports –  compilações judiciárias usadas para ver a jurisprudência.
 
[7]  A  palavra  trust  (fideicomisso)  significa  a  custódia  e  administração  de  bens,
interesses  ou  valores  de  terceiros.  Trata­se  de  qualquer  tipo  de  negócio  jurídico  que
consista  na  entrega  de  um  bem  ou  um  valor  a  uma  pessoa  (fiduciário)  para  que  seja
administrado em favor do depositante ou de outra pessoa por ele indicada (beneficiário).
O trust tem sua origem no direito comum da Inglaterra, que permitia ao instituidor de
um  fundo  ou  benefício  transferir  bens  para  outra  pessoa  (fiduciário)  a  fim  de  ser
administrado para o benefício de  terceiros (beneficiários). Apesar de o  fiduciário possuir o
título da propriedade, ele é obrigado  legalmente a administrar a propriedade em benefício
de terceiros e não, próprio.
 
[8]A Commonwealth é uma organização  intergovernamental  composta por   53 países
membros, todos  independentes. À exceção de Moçambique e Ruanda, as demais nações
que  integram  essa  organização,  faziam  parte  do  Império  Britânico,  do  qual  se
desenvolveram.
 
Conforme a NBR 6023:2000 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), este texto científico publicado em
periódico eletrônico deve ser citado da seguinte forma: QUEIROGA, Ana Beatriz Ximenes de. O Direito Inglês. Conteúdo
Jurídico, Brasília­DF: 29 ago. 2014. Disponível em: <http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.49678>. Acesso
em: 04 jun. 2015.

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