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A Adolescência e a questão da escolha profissiona.identidade ocupacionall

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A Adolescência e a questão da escolha profissional 
Dra. Rosemarie Elizabeth Schimidt Almeida1 
Md. Alfredo Jorge Sallum All’Osta2 
Amanda Camilotti Siqueira 
Camila Belavenuta 
Daniele Aline Lacerda de Lima 
Tamires Pereira Carvalho3 
 
RESUMO 
A adolescência é um período de transição e ajustamento no qual ocorrem 
diversas mudanças. Esta fase do desenvolvimento humano revela-se como um 
período da formação de identidade, em que o adolescente se vê obrigado a 
“aceitar” essas mudanças que acontecem em sua totalidade como sujeito 
biopsicossocial, e a estabelecer novas relações com o meio social. Dessa 
forma, o adolescente está ingressando no mundo adulto e a sociedade espera 
que este comece a traçar seu futuro ao escolher uma profissão. Assim, o 
presente estudo tem como objetivo analisar quais as implicações que essas 
mudanças têm na escolha de uma carreira profissional e como a orientação 
vocacional pode contribuir nesse sentido, baseado em um levantamento 
bibliográfico no banco de dados Scielo e em autores da Psicanálise. Com 
relação aos estudos feitos, pode ser observado que há um enfoque sobre 
sexualidade, drogas na adolescência em detrimento da questão da escolha 
profissional. Outrossim ,os que abordam a questão da escolha profissional 
voltados para a modalidade estatística. Tais resultados ressaltam a importância 
da modalidade clínica, que considera os múltiplos aspectos do 
desenvolvimento do adolescente, a questão da escolha vocacional e 
profissional e sua complexidade. Bem como, a função psicoprofilática do 
processo de orientação vocacional neste período da vida, como um fator de 
apoio para o bem estar e qualidade de vida dos adolescentes. 
 
Palavras-chave: adolescência; desenvolvimento; orientação vocacional e 
profissional. 
 
1
 Coordenadora e supervisora do Projeto de Extensão: Atendimento à Comunidade em 
Orientação Vocacional. Docente do Departamento de Psicologia e Psicanálise-UEL/PR. 
2
 Supervisor do Projeto de Extensão: Atendimento à Comunidade em Orientação 
Vocacional. Docente do Departamento de Psicologia e Psicanálise-UEL/PR 
3
 Acadêmicos do Curso de Psicologia-UEL/PR. Bolsistas do Projeto de Extensão, 
Universidade Estadual de Londrina. (amandacsiqueira@gmail.com) 
(cabelavenuta@hotmail.com)(danizinha_lacerda@hotmail.com) (tamirespcarvalho@gmail.com) 
 
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 A adolescência é entendida como uma fase de transição, crise que 
inicia-se com a puberdade,concomitante ao desenvolvimento da adolescência. 
Há que se considerar que cada cultura vive a sua própria adolescência, visto 
que a mesma é fundada num pressuposto psicossociocultural. É um período da 
vida perpassado por mudanças e transformações. A faixa etária da qual o 
adolescente está inserido pode variar dos 10 anos e se estender até os 27 
anos, sendo que isso depende das condições internas e o meio em que está 
inserido o adolescente. De acordo com a etiologia da palavra, adolescência 
significa crescer e adoecer ao mesmo tempo, e esse são um dos motivos que 
indicam a razão pela qual a psicologia tem muito interesse em analisá-la. 
Compreendendo então, que a adolescência é um acontecimento que vai além 
de modificações corporais, faz-se uma leitura desse período como sendo um 
fenômeno biopsicossocial, pois envolve desde o aparecimento de caracteres 
sexuais, como todas as relações que o adolescente estabelece com o mundo. 
(ABREU, 1999). Como descrito anteriormente, na adolescência ocorrem as 
principais mudanças psicológicas e corporais, em que o adolescente se vê 
obrigado a “aceitar” essas transformações que acontecem em sua totalidade 
como sujeito social e biológico, pois nessa etapa ele começa a estabelecer 
novas relações com o meio social. Em detrimento disso, dolorosamente o luto 
do corpo e dos pais infantis começa a acontecer, com isso, o adolescente 
enfrenta um período de contradições e sentimentos ambivalentes que ocorrem 
em virtude dessas intensas mudanças e a elaboração desses lutos favorece a 
aceitação dos papéis confiados a essa etapa. Desta forma, é compreensível 
que surja uma angústia acompanhada de diversas defesas que tem como 
objetivo negar a perda da infância. (Outeiral, 2003) O período da adolescência 
não é turbulento só para aqueles que a vivem, mas também para os pais, já 
que se trata de uma verdadeira fase de revolução no meio social e 
principalmente no familiar, o que também coloca os pais em conflito. Eles se 
vêem obrigados a fazerem o luto do corpo infantil do filho, assim como diante 
de questões como o envelhecimento e a morte, além de tudo isso é um 
momento que desperta nos pais uma revisão critica de suas conquistas e 
valores. Uma reedição de fatos da suas próprias adolescências. 
Ao mesmo tempo, mesmo que de maneira frágil a identidade do adolescente 
está sendo estruturada, assim como a definição de valores e ideologias que 
aos poucos, permite que o adolescente se insira no mundo adulto. Sobre isso, 
Aberastury e Knobel (1981), afirmam que quando houver a maturidade 
biológica acompanhada de uma maturidade afetiva e intelectual é que o 
adolescente estará dando entrada efetivamente no mundo adulto. Entretanto, 
isso não garante certezas, pois ao mesmo tempo surgem as crises e o medo 
de não ser compreendido, mostrando que o adolescente ainda não se 
desvinculou totalmente de seu passado. Além disso, outra questão vivida pelo 
adolescente é a identidade sexual, já que é nesse período que ocorre a 
passagem da bissexualidade para a heterossexualidade. Então, o adolescente 
deve organizar sua identidade, através de um processo que se dá por 
oscilações e mudanças constantes de comportamentos, humor, entre outras. É 
nesse momento em que acontecem as identificações, que podem ser com 
ídolos, professores, ou seja, pessoas que esse indivíduo considera como 
importantes em sua vida. (Outeiral, 2003) 
Com todas essas mudanças, físicas e psíquicas, o adolescente sente a 
necessidade de planejar a própria vida, adaptar-se ao novo mundo e controlar 
todas as mudanças que ocorrem. É justamente neste período de conflitos que 
os meios cultural, social e histórico, exercem seu poder e espera que o 
adolescente faça sua escolha profissional, pois nessa fase o adolescente 
escolhe o que fazer e quem ser. Envolvidos nessa escolha estão os vínculos 
estabelecidos pelo adolescente, segundo Bohoslavsky (1998), estes vínculos 
são formados a partir das relações primárias (família) e secundarias 
(professores, psicólogos, técnicos e outros profissionais). Assim, a partir das 
identificações o adolescente forma e modifica sua identidade pessoal, que está 
sempre em movimento, também definida pela Orientação vocacional como 
identidade vocacional. Por isso é fundamental que o psicólogo responsável 
pelo processo de orientação vocacional, seja sensível ao ponto de conseguir 
relacionar a maioria dos itens que o analisando trás e que fazem parte da vida 
dele. Intervir sob o ponto de vista de uma modalidade clínica e não somente 
estatística. 
Assim como no processo de orientação vocacional é analisado a identidade 
vocacional, se faz necessário eleger também a identidade ocupacional, pois 
nessa etapa mais avançada do processo, a pessoa sabe “o que fazer”, “de que 
modo”, “onde” e “à maneira de quem”, enquanto que a identidade vocacional é 
uma resposta ao “para que” e ao “por que” da assunção dessa identidade 
ocupacional. Ao fazer um diagnóstico da identidade ocupacional é importante 
analisar o que o objeto interno está reclamando, para que seja provável 
analisar os vínculos estabelecidos com determinadas profissões, o ensaio que 
o adolescente está antecipando e planejar intervenções precisas.Portanto, em 
toda escolha profissional do adolescente, envolve uma vocação e uma 
reparação. Por vocação compreendemos ser um chamado de objetos internos 
que necessitam da reparação fornecida pelo ego, assim, a carreira escolhida 
pelo adolescente seria uma resposta do ego ao objeto danificado. 
(Bohoslavsky,1998) 
Com isso, verifica-se que a escolha profissional pode ser feita de maneira não 
autêntica, de modo que o adolescente possa estar reparando algum objeto ou 
situação da qual ainda não foi elaborada e resolvida, o que futuramente pode 
vir a despertar sentimentos ambivalentes a esta escolha. Melanie Klein (apud 
Bohoslavsky, 1998) diz que a reparação nunca é total, esta permanece no nível 
da fantasia e possivelmente, seja uma manifestação do instinto de vida. Dessa 
forma, para falarmos em reparação é necessário que o ego esteja fortalecido e 
seja capaz de aceitar a realidade, tolerar a dor, aceitar a responsabilidade pelo 
ódio do objeto e desenvolver comportamentos que possibilitem a reconstrução 
do objeto danificado. (Bohoslavsky,1998) 
Para o mesmo autor, na escolha está implícita o sentido que o adolescente 
está dando para sua vida e dessa forma, pressupõe um luto de objetos e de 
seu próprio self, tal fato explica porque a entrada nessa nova etapa é 
decorrente de diversos conflitos e patologias. Quando este luto é bem 
elaborado, aos poucos vai se fazendo a dissociação do objeto e criando-se 
maneiras de lidar com a culpa e o que ela representa. Elaborar e superar as 
perdas do objeto, nesse caso o objeto carreira profissional. 
Ao prestar serviços em orientação vocacional é possível observar entre os 
adolescentes dois tipos de escolhas futuras, uma é conhecida como madura e 
a outra como ajustada. A primeira pressupõe a elaboração dos conflitos e a 
identificação passa a ser instrumental, pois há uma identificação consigo 
mesmo. Entretanto, a escolha ajustada é aquela que nega ou adia os conflitos, 
não há o exame do mundo interior e sim a prorrogação do mesmo, mas quem 
escolhe tem o conhecimento do que é ou não possível. (Bohoslavsky,1998) 
A partir das leituras feitas dos autores: A.Aberastury & Mauricio Knobel, José 
Outeiral e Rodolfo Bohoslavsky, durante o projeto de orientação vocacional da 
Universidade Estadual de Londrina, surgiu o interesse em realizar um 
levantamento bibliográfico, sobre o assunto. O objetivo geral deste trabalho 
foi: realizar um aporte teórico sobre o desenvolvimento da adolescência e a 
questão da Escolha profissional. E em conseqüência disso, os objetivos 
específicos: levantamento bibliográfico (Base Scielo) referente ao tema; e de 
favorecer a capacitação acadêmica dos alunos envolvidos no projeto de 
orientação vocacional da Universidade Estadual de Londrina. Resultados: Foi 
utilizada a base de dados SciELO, entre os anos de 1995 e 2009, utilizando 
como palavras-chave: adolescência, orientação vocacional e escolha 
profissional. Dentre os 421 artigos encontrados, foram selecionados 8 dos 
quais demonstraram ser relacionados com o tema da pesquisa. 
Durante a pesquisa pode-se notar que não existem muitos artigos sobre a 
adolescência e seu desenvolvimento relacionados com as escolhas 
profissionais. Os artigos encontrados sobre a adolescência em sua grande 
maioria abordam a gravidez na adolescência; sua prevenção e os cuidados, o 
abuso de drogas e violência sexual. Enquanto que os artigos pesquisados 
sobre orientação vocacional e profissional abordam em sua maioria o 
desenvolvimento de instrumentos como testes. Considerações Finais: Pode-
se concluir então, que a pesquisa na área do desenvolvimento do adolescente 
e as suas implicações na escolha profissional carecem de mais estudos, pois, a 
adolescência durante este estudo revelou-se como uma etapa crítica e de 
muitas transformações, que pode influenciar diretamente na escolha de uma 
carreira. Entretanto, quando existe um trabalho de profilaxia,através da 
modalidade clínica na abordagem do processo de orientação vocacional e 
profissional, a entrada do adolescente nesse novo mundo é facilitada, 
possibilitando que o adolescente ao escolher os caminhos que deseja para o 
futuro, os faça com mais determinação e de forma madura. 
 
 
 
 
 
 
 
Referência Bibliográfica 
 
ABERASTURY, A; KNOBEL, M. Adolescência Normal. 10ª ed. Porto Alegre: 
Artes Médicas, 1981. 
 
ABREU,R.E. Influência da família, da escola e da escolha profissional na 
determinação do perfil psicossocial dos adolescentes. Dissertação. 
Universidade Estadual de Londrina, 1999. 
 
BOHOSLAVSKY, R. O Quadro de Referência. In: Orientação Vocacional: a 
estratégia clínica. São Paulo: Martins Fontes, 1993. pg. 72-90. 
 
OTEIRAL, J. Adolescer: estudos revisados sobre a adolescência. Rio de 
Janeiro: Revinter, 2003. 
 
 
 
Referências Consultadas 
 
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