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SUSPENSÃO Suspensões são definidas como preparações farmacêuticas obtidas pela dispersão de uma fase sólida insolúvel ou praticamente insolúvel em uma fase líquida, a fase dispersa é partícula sólida; a fase dispersante é o líquido. Os principais elementos são: PA, veículo e agente suspensor; além de aromatizantes, conservantes, edulcorantes e corantes. O que se deve considerar a respeito da fase sólida: tamanho das partículas, densidade, proporção em relação ao liquido e carga elétrica. Quanto ao liquido: densidade, viscosidade, polaridade e proporção em relação a fase dispersa. Estabilidade química e física: - sedimentação lenta; - facilidade de redispersão; - ausência de aglomerados e de cristais; - facilidade de escoamento e bom espalhamento - Suspensão oral: uma leve agitação deverá suspender as partículas sólidas e manter a uniformidade do fármaco em suspensão. É indicada para pacts com dificuldade de deglutir a forma farmacêutica sólida ou para crianças. IMPORTANTE: as doses administradas devem conter sempre a mesma quantidade de fármaco para um dado volume. -Suspensão tópica: Quando uma suspensão se destina à aplicação cutânea ou nas mucosas é importante que a viscosidade permita que seja facilmente espalhada pela superfície afetada a cobrir, mas não ser tão móvel que não seja retida no local de aplicação. Uma forma deste tipo deverá secar rapidamente, promovendo a formação de uma película protetora na área coberta. Vantagens do uso de suspensão: Insolubilidade dos fármacos nos veículos usados, sabor e odor desagradáveis, que os compostos podem apresentar em solução e ou em pó, Prolonga a ação medicamentosa, retardando a absorção do fármaco por via injetável, Maior estabilidade química das substâncias ativas quando em suspensão, Menor resistência à ingestão em relação às formas farmacêuticas sólidas. _________________ A molhabilidade é tanto maior quanto menor for o ângulo de contato. Quando na preparação de uma suspensão as partículas sólidas não são suficientemente molhadas pela fase dispersante, observa-se que tendem a flutuar, aglomerando-se à superfície. Cosθ = γS – γS/L / γL γS = tensão superficial do sólido. γS/L = tensão interfacial sólido/liquido γL = tensão superficial do liquido Cosθ = ângulo de contato Para que o agente molhante atue eficientemente é conveniente que confira ao sistema um EHL entre 6 e 9. Estas substâncias evitam o fenômeno da flutuação, sendo os mais usados: > Tensoativos como o polissorbato, o lauril sulfato de sódio o dioctilssulfosuccinato de sódio e agentes emulsivos do tipo O/A. > Monoestearato de alumínio, Spans, CMC, goma arábica, Aerosil, bentonita, hidróxido de alumínio e outros. >> Requisitos: alta concentração na interface, rápida difusão no agente dispersante, atoxicidade, quimicamente inerte. >> Lei de Stokes: indica a velocidade de sedimentação que se aproxima de zero à medida que a diferença entre a densidade das partículas e do líquido dispersante tende a se anular. Só se aplica para sistemas desfloculados. Partículas devem dispersar-se homogeneamente no veículo. dx/dt = d2 (ρi – ρe) g / 18η dx/dt é a velocidade de sedimentação d2 é do diâmetro das partículas ρi é a densidade da partícula ρe é a densidade do meio g é a constante gravitacional η é a viscosidade do meio >> ocorre crescimento dos cristais quando a concentração é superior ao coeficiente de solubilidade da subst. > decorrente de variação de T, polimorfismo da subst. E diferença de granulometria das partclas em suspensão. >> solução: diminuir a tensão superficial. Sistemas defloculados: As partículas existem como entidades separadas; A velocidade de sedimentação é rápida; O sedimento é facilmente redisperso; A suspensão desfaz-se mais rapidamente; o sobrenadante é límpido. Sistema floculado: As partículas formam agregados; A velocidade de sedimentação é lenta; O sedimento não se dispersa com facilidade; A suspensão mantém-se mais tempo com bom aspecto; o sebrenadante permanece sempre turvo. ENERGIA DE REPULSÃO devido aos íons ao redor das partículas sólidas criam uma ddp, o POTENCIAL ZETA. Altas forças de repulsão > alto potencial zeta > tendência de formar sedimento compacto (defloculado). Aumento da viscosidade da fase dispersante melhora a estabilidade do produto. Para veículos aquosos: goma arábica, goma adraganta, alginatos (é o melhor devido a maior faixa de pH), metilcelulose, carboximetilcelulose sódica (maior faixa de pH), carbopol. Adjuvantes: Tampões - estabilidade química, tonicidade e compatibilidade fisiológica - são eletrólitos, podem interferir com a estabilidade física da suspensão Modificadores de densidade - sacarose, glicerina ou propilenoglicol Flavorizantes, corantes e essências - mesmas substâncias para soluções, devendo-se considerar: - solubilidade meio dispersante -atoxicidade - compatibilidade c/ outros componentes – estabilidade Conservantes - ésteres do ácido p-hidroxibenzóico: metil, etil, propil e butil éster - efetivos contra fungos e leveduras, menos efetivos contra bactérias - estáveis em pH 7-9 - 0,1 - 0,2%- Uso Interno e Externo Ácidos orgânicos e seus sais (Uso Oral) - ácido benzóico -0,1% pH < 5 - efetivos contra fungos e leveduras, menos efetivos contra bactérias - pH 7-9 - 0,1 - 0,2%- Uso Interno e Externo Floculação controlada Sólido + líquido (sólido + suspensor) + líquido (sólido + molhante) + (líquido + suspensor) (sólido + molhante + suspensor) + líquido >> Partículas de carga positiva: utilizar agente floculante de carga negativa e somente após adicionar o agente suspensor >> Partículas de carga negativa: contrário. Exemplo a. Envolvimento das partículas com uma substância carregada positivamente b. Adição dos edulcorantes e aromatizantes necessários c. Floculação parcial das partículas por ação de composto carregado negativamente d. Adição de agente suspensor >>>> medição do grua de floculação <<<< Є = 4.π.η.m/є Є = potencial zeta m = mobilidade eletroforética є = constante dielétrica da fase Preparo geral Redução tamanho das partículas do fármaco > Molhagem fármaco com agente molhante > (+ gelatina) Adição agente floculante > (agitação vigorosa) Obtenção de um veículo estruturado: agente suspensor + veículo (aquoso ou oleoso) + adjuvantes > Envasamento Tanque com agitação, afunilado em baixo para coletar amostra e evitar a sedimentação ________________________________________________________________________ EMULSÕES Sistema heterogeneo, constituido de um liquido imiscivel disperso num outro liquido. De acordo com a hidrofilia ou lipofilia da fase dispersante classificam-se os sistemas em óleo em água (O/A) ou água em óleo (A/O). Fase dispera = fase interna Fase dispersante = fase externa ou continua A/O (fase interna água/ fase externa óleo) O/A (fase interna óleo/fase externa água) Vantagens - tornou-se possivel oter diluição de um oleo em um liquido; - Casos em que o fármaco apresenta um gosto tão desagradável que torna intolerável a sua administração por via oral, mas torna-se aceitável quando em forma de emulsão - FASE AQUOSA: dissolve componentes hidrossolúveis – umectantes, P.A (s), conservantes, corantes - FASE OLEOSA: podem ser constituída por óleos, resinas, essências, ceras, gorduras, e substâncias lipossolúveis, antioxidantes e conservantes. Mudam a viscosidade do sistema. Os compostos gordurosos estão sujeitos à oxidação pelo oxigênio atmosférico e por agentes microbianos, devendo ser protegidos. - AGENTE EMULSIFICANTE: são substâncias capazes de promover o abaixamento da tensão superficial entre dois líquidos imiscíveis, diminuindo a energia necessária para dispersar um dos líquidos. - devem ser compatíveis com outras matérias primas - não podem interferir na estabilidade/eficácia da substância ativa - devem ser estáveis/não se deteriorar após a preparação - não podem apresentar toxicidade - devem ser isentos de odor, sabor ou cores fortes - devem ser capazes de produzir e manter a emulsificação. Podem ser naturais esintéticos: Naturais: origem vegetal ou animal e sólidos finamente divididos. Sintéticos: iônicos (catiônicos e aniônicos) e não iônicos. Agentes emulsificantes primários ou verdadeiros: atuam promovendo o abaixamento da tensão superficial, são denominados TENSOATIVOS (reduz tensão superficial e interfacial entre dois líq. Imiscíveis; reduz força de repulsão entre eles; diminui atração de cada um por suas próprias moléculas) > Agentes emulsificantes secundários ou auxiliares: têm a propriedade de promover o aumento da viscosidade. CLASSIFICAÇÃO - Gomas (arábica e adraganta): originam facilmente emulsões O/A; Gema de ovo: é um excelente emulgente tipo O/A, Gelatina: origina emulsões do tipo O/A é um colóide protetor cuja eficiência depende do pH do meio TEORIA DA EMULSIFICAÇÃO - Teoria da Película Adsorvida: Leva em consideração a diferença das tensões interfaciais dos líquidos. Um óleo se dispersa formando um sistema O/A, quando a tensão interfacial entre água e a película (tensoativo) é menor que a tensão entre óleo película. A película se curva (côncava) do lado em que a tensão é maior e sua tendência é envolver o líquido nesse lado. O emulgente deve apresentar Adsorção Positiva formando uma película que envolve as gotículas da fase dispersa. > A/O -maior uniformidade > O/A - retirada mais facilmente >> estabilidade desejada sob armagenagem? -limitações de custo? -estável em algum pH específico? -equipamento disponível? Sistema EHL: sistema equilíbrio hidrófilo. É capacidade que um agente emulsificante tem de se equilibrar entre a parte hidrofílica e a parte lipofílica. A escala de EHL varia de 1 a 50 e aumenta conforme a subst. se torna mais hidrofílica. Isso é importante para estabelecer um intervalo de eficácia máxima para cada agente emulsificante. O valor do EHL é caracterizado de cada emulsão, depende da sua composição quantitativa e qualitativa e correspondente ao ponto máximo de estabilidade, razão por que o agente emulsivo deve ser escolhido dentro do valor do EHL obtido na preparação. É aconselhável a mistura de um emulsificante de baixo EHL com outro de alto EHL, em proporções adequadas, de forma a se obter, no final, o EHL requerido para determinada preparação. O valor pelo método de Temperatura de Inversao de Fases (PIT) de EHL pode ser calculado com base no volume de fases, concentrações do emulsificante e efeito dos aditivos. De forma geral, quando se aumenta a T, diminui-se o EHL e ocorre quebra nas ponte de H. quanto maior o PIT, menor a coalescência, mais estável a emulsão. >> Fatores que interferem na estabilidade das emulsões: - método de preparo - diferença de densidade entre duas fases - viscosidade da fase continua - carga das partículas ou concentração de íons na fase aquosa - temperatura de estocagem - força de agitação - pH - tensão superficial - tamanho da partícula > emulsão instável: - coalescência: reagrupamento dos glóbulos da fase dispersa com consequente separação das fase. Irreversível. - floculação e formação de creme: reunião de vários glóbulos da fase dispersa em floculo. Processo reversível, sob agitação, porem indesejável. Solução: reduzir tamanho da partícula, aumentar a viscosidade da fase continua, diminuição da diferença de densidade entre as duas fases.
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