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Direito social à saúde e fornecimento de medicamentos - Artigo

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Artigos
Quinta, 10 de Março de 2011 08h59
CRISTINA  APARECIDA  DA  SILVA:  Acadêmica  de  Direito  no  Insituto  Toledo  de  Ensino  ­
Botucatu (SP)
O fornecimento de medicamentos: política essencial para a efetivação do
direito à saúde
Orientadora: Tatiana Stroppa: Mestre em Direito Constitucional, Docente de Direito
Constitucional e Advogada.
SUMÁRIO:  1  INTRODUÇÃO;2  DIREITOS  FUNDAMENTAIS;  3  DIREITO  À  VIDA;  4
DIREITO Á SAÚDE; 4.1 Prestação Farmacêutica como concretização do direito à saúde (
lei  8080/60);  5  QUESTÕES  RELEVANTES  APONTADAS  PELA  DOUTRINA  E  PELA
JURISPRUDÊCIA;  5.1  Críticas  à  Judicialização  Excessiva;  6  CONSIDERAÇÕES  FINAIS;
REFERÊNCIAS. 
Resumo:  O  presente  estudo  abordará  como  o  judiciário  tem  efetivado  a  norma
constitucional a respeito dos medicamentos essenciais a saúde e que medidas devem ser
tomadas para garantir políticas sociais e econômicas que visem  atender a racionalização e
a universalização do atendimento da população, bem como a efetividade desse mecanismo,
à luz da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. 
PALAVRAS CHAVE: Direito à saúde. Direito à vida. Fornecimento de medicamentos. 
1. Introdução
O presente estudo abordará como o  judiciário  tem efetivado a norma constitucional a
respeito  dos medicamentos  essenciais  a  saúde  e  que medidas  devem  ser  tomadas  para
garantir  políticas  sociais  e  econômicas  que  visem    atender  a  racionalização  e  a
universalização do atendimento da população, bem como a efetividade desse mecanismo, à
luz da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. 
2. Direitos Fundamentais
Os direitos  fundamentais que conhecemos hoje não surgiram de elucubrações dos
legisladores, mas por estes são reconhecidos e constitucionalizados.
Para entendermos melhor, será necessário revermos o contexto histórico[1].
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Pautado por uma evolução do ordenamento jurídico, que, anteponde­se a agressões
variadas  à  dignidade  do  ser  humano  (escravidão,  tortura,  imposições  religiosas,  miséria,
etc), foi respondendo com a criação de novas instâncias de alforria do cidadão, com novos
círculos de proteção, que a toda evidência, em relação de interação e de tensão dialética,
vieram a ressignificar o próprio quadro das relações econômicas e sociais.
Em  outras  palavras,  esses  níveis  de  proteção  do  indivíduo  constituem  produto  de
conquistas humanitárias que, passo a passo, foram sendo reconhecidas pelo ordenamento
jurídicos dos diversos países.
A Constituição  Federal  1988,  conhecida  como  a  constituição  cidadã,  consagrou­se
como direito de todos e dever do Estado, Esta declaração de acesso universal e igualitário
foi uma grande conquista, que teve influência direta de um movimento da década de 1970
conhecido como Reforma Sanitária[2].Formado por lideranças populares, sindicais, médicos
e sanitaristas, discutia os caminhos da saúde no País e brigava pelo atendimento integral e
igualitário, além da descentralização do sistema. O constituinte foi sensível a estes pleitos e,
além de estender a proteção a  todos,  indistintamente, estabeleceu no artigo 198, que  “as
ações  e  serviços  públicos  de  saúde  integram  uma  rede  regionalizada  e  hierarquizada  e
constituem um sistema único.”
            Longe da hegemonia de um soberano, cuja vontade era a lei, concebeu­se um
Estado  em  que  às  funções  do  poder  fossem  atribuídas  a  órgãos  distintos,  impedindo  a
concentração de poderes e o arbítrio de uma ou de um grupo de pessoas.
 Com a idéia de Estado de Direito surgiram esses direito fundamentais.
Os  direitos  de  primeira  geração[3],  também  denominados  direitos  civis,  ou
individuais,  e  políticos.  São  os  direitos  de  defesa  do  indivíduo  perante  o  Estado.  Sua
preocupação é a de definir uma área de domínio do Poder Público, simultaneamente a outra
de domínio individual, na qual estaria forjado um território absolutamente inóspito a qualquer
inserção  estatal.  Em  regras,  são  integrados  pelos  direitos  civis  e  políticos,  dos  quais  são
exemplo o direito à vida, à intimidade, à inviolabilidade de domicílio etc. Trata­se de diretos
que  representam  uma  ideologia  de  afastamento  do  Estado  das  relações  individuais  e
sociais. O Estado deveria ser apenas o guardião das  liberdades, permanecendo  longe de
qualquer  interferência  no  relacionamento  social.  São  as  chamadas  “liberdades  públicas
negativas” ou “direitos negativos”, pois exigem do Estado um comportamento de abstenção.
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, apresenta, por exemplo, o
direito  de  propriedade,  sem  qualquer  limitação  (ainda  não  havia  a  concepção  do
cumprimento da função social da propriedade).
Esses direitos traduzem uma etapa de evolução na proteção da dignidade humana.
Sua  essência  é  a  preocupação  com  as  necessidades  do  ser  humano.  Se  os  direitos
fundamentais  de  primeira  geração  tinham  como  preocupação  limitar  o  arbítrio  do  poder
estatal, os de segunda geração partem de um : o homem, liberto do jugo do Poder Público,
reclama agora uma nova forma de proteção da sua dignidade, como seja, a satisfação das
necessidades mínimas para que se tenha dignidade e sentido na vida humana. A posição
inicial  (Estado apenas como policial das  liberdades negativas) recebe novo enfoque. Essa
nova forma de alforria coloca o Estado em uma posição diametralmente oposta àquela que
foi posicionada em relação aos direitos fundamentais de primeira geração. Se o objetivo dos
direitos aqui estudados é o de dotar o ser humano das condições materiais minimamente
necessárias ao exercício de uma vida digna, o Estado, em vez de se abster, deve fazer­se
presente,  mediante  prestações  que  venham  a  garantir  a  satisfação  das  necessidades
mínimas que refletem a dignidade de sua vida.
Por  isso,  os direitos  fundamentais de  segunda geração[4]  são aqueles que exigem
uma  atividade  prestacional  do  Estado,  no  sentido  de  buscar  a  superação  das  carências
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individuais  e  sociais.  Então,  em  contraposição  aos  direitos  fundamentais  de  primeira
geração – chamados de direitos negativos ­ , os direitos fundamentais de segunda geração
costumam  ser  denominados  direitos  positivos,  pois,  como  se  disse,  reclamam  não  a
abstenção,  mas  a  presença  do  Estado  em  ação  voltadas  à  minoração  dos  problemas
sociais.  Constituem  os  direitos  fundamentais  de  segunda  geração  os  direitos  sociais,  os
econômicos  e  os  culturais,  quer  em  sua  perspectiva  individual,  quer  em  sua  perspectiva
coletiva. 
Referindo­se  aos  hoje  chamamos  Direitos  fundamentais  de  segunda  geração,  que
são  os  direitos  sociais,  econômicos  e  culturais,  Themistocles  Brandão  Cavalcanti[5]
manifestou da seguinte forma:
 “o começo do nosso século viu a inclusão de uma
nova categoria de direitos as declarações e, ainda mais
recentemente,  nos  princípios  garantidores  da  liberdade
das nações e das normas da convivência  internacional.
Entre os direitos chamados sociais,  incluem­se aqueles
relacionados  com  o  trabalho,  o  seguro  social,  a
subsistência,o amparo à doença, à velhice, etc”  
Como conclui Manoel Gonçalves Ferreira Filho, “a primeira geração seria dos direitos
de  liberdade,  a  segunda,  dos  direitos  de  igualdade,  a  terceira,  assim,  complementaria  o
lema  da  Revolução  Francesa:  liberdade,  igualdade  e  fraternidade”.  (Direitos  humanos
fundamentais. São Paulo: Saraiva, 1995. p.57)
A tarefa fundamental do Estado Democrático de Direito consiste, pois em“superar as
desigualdades sociais e regionais e  instaurar um regime democrático que realize a  justiça
social” (Silva ,1995, p.123).
Ao  analisarmos  o  contexto  histórico  do  Brasil,  o  quanto  progride  no  sentido  que
existiram mudanças significativas. No nosso Estado de Direito. Tanto que temos através da
magna carta um Estado­garantidor.
3.Direito à Vida
Por que foi  importante para nós a manifestação de nossa carta magna mencionar o
direito a vida? Mais, do que uma lei, nossa carta magna nos trouxe uma expectativa de um
Estado  Democrático  de  Direito  e  preocupado  com  o  social  e  fica  para  trás  a  visão  que
tínhamos de um Estado inerte sem  regulamentações nem normas .
A Constituição Federal garante no “caput” do artigo 5º que todos são iguais perante a
lei,  sem distinção de qualquer natureza,  garantindo–se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança
e  à  propriedade.  O  direito  à  vida  é  o  mais  fundamental  de  todos  os  direitos,  já  que  se
constitui em pré–requisito à existência e exercício de todos os demais direitos.
A  Constituição  Federal  proclama,  portanto,  o  direito  à  vida,  cabendo  ao  Estado
assegurá­lo  em  sua  dupla  acepção,  sendo  a  primeira  relacionada  ao  direito  de  continuar
vivo e a segunda de se ter vida digna quanto à subsistência.
Anote­se  que  o Estatuto  da Criança  e  do Adolescente  (Lei  8.069/90),  em  que  seu
art.7º afirma que “a criança e o adolescente têm a proteção à vida e à saúde, mediante a
efetivação  de  políticas  sociais  públicas  que  permitam  o  nascimento  e  o  desenvolvimento
sadio  e  harmonioso,  em  condições  dignas  de  existência”,  E  o  art.  8º  complementa  esta
garantia, afirmando que “incumbe ao Poder Público propiciar apoio alimentar à gestante e à
nutriz que dele necessitem”.
                       O  início de mais preciosa garantia  individual deverá ser dado pelo biólogo,
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cabendo ao  jurista,  tão –somente,  dar­lhe o enquadramento  legal,  pois  do ponto de  vista
biológico a vida se  inicia com a fecundação do óvulo pelo espermatozóide,  resultando um
ovo  ou  zigoto.  Assim  a  vida  viável,  portanto,  começa  com a  nidação,  quando  se  inicia  a
gravidez. Conforme adverte o biólogo Botella Lluzirá, o embrião ou feto representa um ser
individualizado, com uma carga genética própria, que não se confunde nem com a do pai,
nem com a da mãe, sendo inexato afirmar que a vida do embrião ou do feto está englobada
pela  vida  da mãe.  A  Constituição  é  importante  ressaltar,  protege  a  vida  de  forma  geral,
inclusive uterina.
4.Direito à saúde.
A República  Federativa  do  Brasil  consagrou  o  direito  à  saúde  como  um  direito  de
todos  e  dever  do  Estado  (Art.  196),  precisando  este,  então,  desenvolver  atividades  que
possam  realmente  assegurar  aos  indivíduos  o  completo  desenvolvimento  físico, mental  e
social,  conforme  conceito  adotado  pela  Organização  Mundial  da  Saúde  (OMS).  Neste
contexto,  o  fornecimento  de  medicamentos  passa  a  ser  uma  política  essencial  para  dar
efetividade ao direito à saúde.
Assim, o presente trabalho analisa o direito à saúde a partir da proteção dada pela 
Constituição Federal de 1.988 e, após, enfoca a Lei 8.080/90 como o intuito de ressaltar que
não  basta  somente  a  garantia  mas  que  são  necessárias  ações  governamentais  e  o
engajamento social para que tal direito seja concretizado.
Finalmente,  surgi  o  direito  a  saúde,  o  que    trouxe  um  rouxinol  de  oportunidades  a
pessoas e a uma sociedade, que precisa não somente da vida, mas da manutenção dessa
vida.
O que adiantava viver? Se não  tínhamos bem definido que caso  ficasse doente,  o
Estado esquecia do  cidadão. E  só  lembrava dele,  no ano de eleição. Será que  só o que
devemos esperar das pessoas?
O direito à saúde é um desdobramento do direito à vida. Sem este direito elementar
os demais não podem aflorar e se efetivar no plano da  realidade. A saúde é o estado de
completo bem­estar social físico, mental e espiritual do homem, e não apenas, a ausência
de infecções e doenças, conforme definiu a Organização Mundial de Saúde. A Constituição
Federal  de  1988  reconhece  o  direito  à  saúde  como  sendo  fundamental.  Isso  revela  a
preocupação  do  Constituinte  com  a  vida  humana,  que  é  o  bem  supremo  e  que  merece
amparo na Lei Maior. O intuito do texto constitucional é formidável. Todavia não se realiza
na  prática,  pois  a  integral  saúde  física  e  mental  do  homem  é  algo,  até  o  momento,
inalcançável. O exemplo brasileiro é esclarecedor nesse sentido, porque a incolumidade do
indivíduo,  nos  casos  de  doença  ou  mal  –estar,  não  tem  sido,  do  ponto  de  vista  da
efetividade, direito de todos, muito embora seja dever do Estado.
Infelizmente quando se fala em Estado, muitas vezes, nos decepcionamos por  falta
de atitudes de líderes federais, estaduais e municipais, que parecem esquecer a realidade
social e a determinação constitucional de proteção à saúde e à vida.
Será que a saúde pode ser incluída como direito fundamental? O que a Constituição
aborda sobre o assunto? O que é o conceito de direito a saúde? Quais medidas podem ser
esperadas num Estado de Direito, em relação à saúde? O que tem previsto a lei 8080/90,
sobre medicamentos? Além dessas, outras questões intrigantes será abordado no decorrer
do presente trabalho.
Quando  se  fala  em  saúde  ou  mesmo  em  políticas  relativas  à  saúde,  torna­se
necessário  compreender  o  que  é  saúde,  para  isso  traremos  as  definições  de  vários
doutrinadores.
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Para Celso Ribeiro Bastos[6],
  A  Saúde  é  um  direito  de  todos  e  um  dever  do
estado  (Art  196)  na  sua  prestação  desempenha  papel
importantíssimo. O sistema único o que se refere o Art
198. Ele consiste numa integração das ações e serviços
públicos  de  saúde,  tendo  por  diretrizes  o  princípio  da
descentralização, no nível de cada esfera de governo, o
atendimento integral e a participação da comunidade.
 Existe também a participação da iniciativa privada.
À iniciativa privada é dada complementar a situação do
Sistema Único, sendo certo, no entendo, que preferência
deve  ser  dada  a  entidades  filantrópicas  é  as  sem  fins
lucrativos.  Na  mesma  linha  de  idéia  proíbe­se
destinação  de  fundos  públicos  para  auxilio  ou
subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.
Da  mesma  sorte  veda­se  a  participação  do  capital
estrangeiro na assistência à saúde no País.
 Quanto ao Serviço de Saúde, goza ele de inúmeras
competências  elencadas  no  Art  200,  que  vão  desde  o
controle e a  fiscalização até a colaboração na proteção
do  meio  ambiente  –  As  Leis  nº  8,080,  de  19/09/1990  e
8.142, de 28/12/1990 desempenham a matéria. 
Neste mesmo diapasão, Alexandre de Moraes[7] entende que
A  saúde  é  direito  de  todos  e  dever  do  Estado,
garantido mediante  políticas  sociais  e  econômicas  que
visem  à  redução  do  risco  de  doenças  e  de  outros
agravos  e  ao  acesso  universal  e  igualitário  a  ações  e
serviços  para  a  sua  promoção  proteção  e  recuperação
(CF,  art.  196.)  sendo  de  relevância  pública  as  ações  e
serviços  de  saúde  cabendo  ao  Poder  Público  dispor,
nos  termos  da  lei,sobre  sua  regulamentação,
fiscalização e controle, devendo sua execução ser  feita
diretamente  ou  por  meio  de  terceiros  e,  também,  por
pessoa física ou jurídica de direito privado.( CF, art.197).
 Importante, também, trazer  definição de Manoel Gonçalves Ferreira Filho[8].”
 
Esta  é  afirmada  com  direito  detodos  e  dever  do
Estado.  As  ações  serviços  de  saúde  são  consideradas
de  relevância pública,  devendo essas ações e  serviços
públicos  de  saúde  ser  integrados  numa  rede
regionalizada  e  hierarquizada,  constituindo um sistema
único.  Entretanto,  a  assistência  à  saúde  é  livre  de
iniciativa privada.
André Ramos Tavares[9] diz que
O direito à saúde é um direito de todos, constituindo
um dever  do Estado  sua  efetivação.  (art.196 da CF/88).
Consvante Marcus Orcone Correia e Érica
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Paula Correia,  a  compreensão do que seja  saúde:”
implica  sua  conceituação  a  partir  da  ótica  de  uma
política  destinada  à  prevenção  e  do  tratamento  dos
males  que  afligem  o  corpo  e  a  mente  humana,  com  a
criação inclusive de um sistema organizado que atenda
aos doentes.”. 
Com muita pertinência observa Julio César de Sá Rocha
A conceituação da saúde deve ser entendida como
algo  presente:  a  concretização  da  sadia  qualidade  de
vida.Uma vida com dignidade. Algo a ser continuamente
afirmado diante da profunda miséria por que atravessa a
maioria  da  nossa  população.  Conseqüentemente  a
discussão  e  a  compreensão  da  saúde  passa  pela
afirmação  da  cidadania  plena  e  pela  aplicabilidade  dos
dispositivos  garantidores  do  direito  sociais  da
Constituição Federal.
Por fim, importante colacionar as palavras de Luiz Alberto David Araújo[10]
O art. 6º da Constituição Federal  indicou a saúde como
um  direito  social,  incluindo  –o,  portanto,  no  rol  dos
chamados Direitos Fundamentais. Na verdade, o direito
à saúde constitui um desdobramento do próprio direito
à  vida.  Logo,  por  evidente,  não  poderia  deixar  de  ser
considerado como um direito fundamental do indivíduo.
Nesse  sentido,  o  art.  196  prescreve  que  à  saúde  é  um
direito  de  todos  e  um  dever  do  Estado,  criando,  por
assim  dizer,  um  direito  subjetivo  público  de  atenção  à
saúde,  cuja  tutela  tanto  pode  dar­se  pela  via  coletiva
como pela universal.
Realmente,  o  Estado  deve  promover  políticas  sociais  e  econômicas  destinadas  a
possibilitar o acesso universal igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e
recuperação  da  saúde.  Ademais,  deve  preocupar­se  igualmente  com  a  prevenção  de
doenças e outros agravos, mediante a  redução dos  riscos  (arts.166 e 198,  II). Por  fim,  o
tema relaciona­se diretamente com a dignidade da pessoa humana e o direito à igualdade,
que  pressupõem  o  Estado–garantidor,  cujo  dever  é  assegurar  o  mínimo  de  condições
básicas para o indivíduo viver e desenvolver­se.
Diante da conceituação da saúde, fica claro que num Estado de Direito Democrático,
o  direito  à  saúde  deve  ser  acompanhando  por  um Estado,  que manifeste  e  preocupa­se
com  seu  povo.  Tal  desiderato  deve  ser  aplicado  no  plano  concreto,  com  efetividade  não
podendo permanecer no plano abstrato.
Sobre esse tema, já se manifestou o Supremo Tribunal Federal:
“O  direito  público  subjetivo  à  saúde  representa
prerrogativa  jurídica da República  (art.196). Traduz bem
jurídico  constitucionalmente  tutelado,  por  cuja
integridade deve velar, de maneira responsável, o Poder
Público,  a  quem  incumbe  formular  ­e  implementar  –
políticas sociais e econômicas que visem a garantir, aos
cidadãos, o acesso universal e  igualitário à assistência
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médico­hospitalar.  O  caráter  programático  da  regra
inscrita  no  art.196  da  Carta  Política  –que  tem  por
destinatários todos os entes políticos que compõem, no
plano  institucional,  a  organização  federativa  do  Estado
Brasileiro  –  não  pode  converter­se  e  promessa
institucional  inconseqüente,  sob  pena  de  o  Poder
Público, fraudando justas expectativas nele depositadas
pela  coletividade,  substituir,  de  maneira  ilegítima,  o
cumprimento de seu  impostergável dever por um gesto
de  infidelidade  governamental  ao  que  determina  a
própria determina a própria Lei fundamental do Estado”
(RE  267.612  –RS  ,  DJU    23/08/2000,  Rel.  min.  Celso  de
Mello).
Interessante  é  ainda  trazer  à  colocação  o  constante  no  V.  Acórdão,  oriundo  do
Tribunal  de  Justiça  do  Distrito  Federal  e  dos  territórios  (Relator  Waldir  Leôncio  Júnior),
citando a r. sentença analisada e o mestre José Afonso da Silva:
“A saúde é um direito social conforme entende o art.
6º  da  Constituição  e  como  direito  fundamental  do
cidadão  não  é  norma  programática,  não  encerra
somente uma promessa de atuação do Estado, mas tem
aplicação  imediata.  Na  lição  do  insigne
constitucionalista  José  Afonso  da  Silva  ‘os  direitos
sociais,  como  dimensão  dos  direitos  fundamentais  do
homem,  são  prestações  positivas  estatais,  enunciadas
em  normas  constitucionais,  que  possibilitam  melhores
condições de vida aos mais fracos, direitos que tendem
a  realizar  a  igualização  de  situações  sociais  desiguais.
São, portanto, direitos que se conexionam com o direito
de  igualdade.  Valem  como  pressupostos  do  gozo  dos
direitos  individuais na medida em que criam condições
materiais  mais  propicias  ao  auferimento  da  igualdade
real,  o  que,  por  sua  vez,  proporciona  condição  mais
compatível  com o  exercício  efetivo da  liberdade’ Não  é
despiciendo  registrar  ainda  que  se  insere  entre  os
objetivos  fundamentais  da  República  Brasileira
‘estabelecer  uma”.  sociedade  livre,justa  e  solidária’,
tendo­se em vista a realização da justiça social, ou seja,
busca  a  nação  a  promoção  do  ‘bem    de  todos,  sem
preconceitos  de  origem,  raça,  sexo,  cor,  idade  e
quaisquer outras formas de discriminação.””.
A  Constituição  protege,  portanto,  a  cura  e  a  prevenção  de  doenças  através  de
medidas que asseguram a integridade física e psíquica do ser humano como conseqüência
direta do fundamento da dignidade da pessoa humana.
José Cretella Júnior, na obra “Comentários à Constituição de 1988”, vol. III,pág.4331,
citando Zanobini asseverou que:
“nenhum  bem  da  vida  apresenta  tão  claramente
unidos o interesse individual e o interesse social, como
o da saúde, ou seja, do bem ­ estar físico que provém da
perfeita harmonia de todos os elementos que constituem
o seu organismo e de seu perfeito funcionamento. Para
o  indivíduo  saúde  é  pressuposto  e  condição
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indispensável  de  toda  atividade  econômica  e
especulativa,  de  todo  prazer  material  ou  intelectual.  O
estado de doença não só constitui a negação de  todos
estes  bens,  como  também  representa  perigo,  mais  ou
menos próximo, para a própria existência d indivíduo e,
nos casos mais graves, a causa determinante da morte.
Para  a  corpo  social  a  saúde  de  seus  componentes  é
condição  indispensável  de  sua  conservação,  da defesa
interna e externa, do bem­estar geral, de todo progresso
material, moral e político.”
Destaca­se aqui  a  fundamentalidade do direito à  saúde,  o qual  será especificamente
analisado em tópico posterior.
O  direito  à  saúde  é  um  direito  fundamental  do
homem  (Silva,1995),  forte  na  Declaração  Universal  dos
Direitos do Homem e com base na sistemática adotada
pela  Constituição  Brasileira  e  em  constitucionalismo
“comunitário”  brasileiro  (Cittadino,1999),  em  que,
utilizando  –se  de  uma  validade  derivada  de  todos  os
atores  que  influem  no  processo  de  concretização  de
uma  constituição  –quaisquer  que  sejam  eles
(comunidade, política, direito,...) – e tendo como norte a
idéia  de  uma  constituição  aberta,  os  direitos
fundamentais  positivados  são  legitimadosjustamente
por  esse grupo de  intérpretes,  visto  que  tais  direitos  “
fazem  parte  da  consciência  ética­jurídica  de  uma
determinada comunidade histórica” (Cittadino,1999.p.18)
Para Sueli Dallari(1988 (a)), o  fato de a saúde ser direito  fundamental do homem é
indiscutível, pois:
“ninguém  tem  dúvidas  de  que  o  artigo  25  da
Declaração  Universal  dos  Direitos  do  Homem,  da
Organização  das  Nações  Unidas,  assinada  pelo  Brasil,
quando  enumera  a  saúde  como  uma  das  condições
necessárias  à  vida  digna,  está  reconhecendo  o  direito
humano fundamental à saúde”. (p.57)
Por  ser  o  direito  fundamental  do  homem  à  saúde  um  direito  auto­aplicável  (vide
art.5º,  §1º,CF/88),  essa  compreensão  passa  a  ser  um  dos  pilares  da  efetivação  de  tal
direito,  como  se  demonstrará,  destacando,  assim,  ao  Poder  Judiciário  um  papel  decisivo
nesse sentido.
4.1­Prestação Farmacêutica como concretização à saúde (Lei 8080/90)
Oportunamente  ocorrem  algumas  mudanças  significativas,  em  nosso  Estado  de
direito com as  leis  infraconstitucionais, abordando o que a magna carta  já havia permitido
que mais do que um direito a vida, a preservação dessa vida, deveria ser supervisionada
pelo Estado.
Nossa  Constituição  Federal  incumbiu  ao  Estado,  através  do  Sistema  Único  de
Saúde, o  fornecimento de medicamento ao cidadão, no caso o  requerente. Assim aduz o
seu artigo 6º:
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  “São  direitos  sociais  a  educação,  a  saúde,  o
trabalho,  o  lazer,  a  segurança,  a  previdência  social,  a
proteção  à maternidade  e  à  infância,  a  assistência  aos
desamparados,  na  forma  desta  Constituição”(grifo
nosso).
A  Lei  Maior,  como  já  dito,  garante  o  direito  social  à  saúde  como  um  direito
fundamental (além da  inviolabilidade do direito à vida e da dignidade da pessoa humana).
Ora,  se  o  Estado  não  fornece  medicamentos  ao  cidadão  e  essa  falta  de  medicamento
compromete  a  saúde  dele  de  maneira  direta,  está  desrespeitando  os  preceitos
fundamentais da inviolabilidade do direito à vida e à dignidade da pessoa humana.
                       Mister  fazermos menção ao doutrinador Alexandre  de Morais,  que afirma:
“Direitos  Sociais  são  fundamentais  ao  homem  caracterizando­se  como  verdadeiras
liberdades  positivas,  de  observância  obrigatória  do  Estado  Social  de  Direito”.(in
Direito Constitucional, 6º Ed.Saraiva­São Paulo,1999, p.186­grifo nosso).
Nessa mesma linha, vale ressaltar o artigo 196 de nossa Constituição:
  “A  saúde  é  direito  de  todos  e  dever  do  Estado,
garantido mediante  políticas  sociais  e  econômicas  que
visem à redução do risco de doença e de outros agravos
e  ao  acesso  igualitário  às  ações  e  serviços para  a  sua
promoção, proteção e recuperação.” (grifo nosso).
Nossa  legislação  infraconstitucional  também  coloca  a  saúde  como  uma  das
condições essenciais à dignidade humana, assegurando o direito à saúde como um direito
público  subjetivo.  É  o  que  faz  a  lei  Complementar  nº  791,  de  09/03/1995,  em  artigo  2º,
parágrafos 1º  e 2º, no qual há imposição legal ao Poder Público para prover condições e
garantias para o exercício do direito individual à saúde.
Não  há  como  olvidar  que  a  Lei  8080/90,  regulamentadora  do  S.U.S,  prevê
expressamente   como  uma de suas obrigações o fornecimento de medicamentos:
 “Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde
(SUS):
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica:”  grifo nosso.
Indubitável, portanto, que é obrigação do Poder Público garantir o direito à saúde a
todo  indivíduo. Esse direito é  regido pelos princípios da universalidade e da  igualdade de
acesso ás ações e serviços que promovam, protejam e recuperem a saúde.
É de bom alvitre, a titulo ilustrativo, trazer a decisão do Min. Celso de Mello, proferida
no RE 393.175, de 1/02/06 (transcrita no Informativo 414, do STF), que vem ao encontro de
nossos  dizeres,  além  de  demonstrar  como  nossa  mais  alta  corte  vem  reconhecendo  o
direito à saúde.
5. Questões relevantes apontadas pela Doutrina e pela  Jurisprudência
            A saúde foi tratada com um direito social fundamental de todo e qualquer ser
humano. Mas, como ensina Noberto Bobbio em sua obra “A Era dos Direitos”, o momento
histórico não é discutir as declarações dos direitos, mas sim sua efetivação!
É  interessante observar quando se  fala em   Direito à saúde,  imediatamente somos
remetidos  à  idéia  de  tratamentos,  medicamentos  e  hospitais,  Estamos,  na  verdade
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condicionando  a  pensar  em  doenças  e  não  em  saúde.  Talvez  em  razão  disso,  o  que
atualmente mais afligem governantes e governados, é a doença instalada, e não as formas
de evitá­la.
                       Nos últimos anos, o que vem provocando certa discussão é a  respeito da
distribuição  gratuita  de  medicamentos  especiais  não  constantes  da  Portaria  GM
2577/2006,do Ministério da Saúde.
                       Trazer a tona, alguns  julgados sobre esses  litígios, porque os Tribunais dos
Estados  tem  concedido  mandados  de  segurança  interpostos  por  cidadão  doentes  que
necessitem destes medicamentos. Estas decisões têm atingido Estados, Municípios, Distrito
Federal e União, que se vêem obrigados a fornecê­los por ordem judicial.
            Nesse diapasão, a título de ilustração, em percentuais de quanto do orçamento
é comprometido com essas decisões judiciais, o parecer da Procuradora do Estado do Rio
Grande do Sul­  Doutora  Janaína Barbier Gonçalves[11] :
É importante observar que a Procuradoria –Geral do
Estado do Rio Grande do Sul não contesta as ações em
que  são  demandados  medicamentos  excepcionais
prescritos  em  acordo  com  os  protocolos  do Ministério
da  Saúde.Ocorre  que,  atualmente,  na  maioria  das
decisões  judiciais  do  Brasil,não  são  observados  os
protocolos.  È  possível  constatar,  com  base  nos  dados
fornecidos  pela  Secretaria  Estadual  da  Saúde  do  Rio
Grande  do  Sul,  que,  em  que  pese  o  crescimento  na
aquisição  dos  medicamentos  na  esfera  administrativa,
as despesas oriundas de decisões judiciais continuam a
ter  um  crescimento  vertiginoso.  Para  ilustrar,
excelentíssimo  Presidente,  senhoras  e  senhores,
atualmente, no Rio Grande do Sul, 41% do orçamento da
Secretaria Estadual da Saúde são gastos com políticas
de assistência farmacêutica, sendo que 87.966 pacientes
são  atendidos  pela  via  administrativa,  e  20.497
pacientes,  pela  via  judicial.  Portanto,  afere­se  que  hoje
18,92%  do  orçamento  da  assistência  farmacêutica  do
estado  estão  sendo  administrados  pelo  Judiciário.  No
ano  de  2008,  houve,  no  Rio  Grande  do  Sul,  um
acréscimo  de  40%  no  valor  destinado  à  aquisição  de
medicamentos na via administrativa. Todavia, na prática
verifica­se  que  o  esforço  empregado  pelo  Estado  não
diminuiu  o  número de  ações  judiciais,  pois,  no  ano de
2008,  houve  um  aumento  de  16%  em  relação  ao  ano
2007.É importante ressalvar que, na via  judicial, apenas
14,31%da demanda é relativa a medicamentos especiais
e  9,4%  é  relativo  a  medicamentos  excepcionais
prescritos de acordo com os protocolos do Ministério da
Saúde,  medicamentos  cujo  fornecimento  compete  ao
Estado,  enquanto  76,23%  das  demandas  judiciais  em
que  o  Estado  é  réu  abrangem  medicamentos  que  não
são  da  sua  competência,  sendo  que  18,25%  são
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relativos  a  medicamentos  excepcionais  prescritos  em
desacordo  com  os  protocolosclínicos  e  46,84%
referentes  a  medicamentos  que  não  fornecidos  pelo
SUS,entre  eles  medicamentos  importados  e  sem
registros  na  ANVISA.Ainda,  constata­se  que  66%  dos
medicamentos  do  elenco  dos  excepcionais,  fornecidos
através da  via  judicial,  não  atendem aos protocolos de
diretrizes clínicas e terapêuticas do Ministério da Saúde.
Em razão das decisões judiciais, o Estado hoje tem
de  distribuir  aproximadamente  3.300  apresentações
farmacêuticas,  sendo  que  apenas  cerca  de  500  fazem
parte  dos  elencos  fornecidos  administrativamente  e
2.800  são  fornecidos  por  força  de  determinações
judiciais,  em  antecipação  de  tutela,  para  fornecimento
em  48  ou  72  horas,  sob  pena  de  bloqueio  de  verbas
públicas. Esses números  revelam, que em sua maioria,
as ações judiciais no Estado do Rio Grande do Sul não
decorrem  de  descontinuidade  dos  estoques;  por  outro
lado,  também  revelam  que  os  protocolos  existentes
precisam  ser  revisados  com  maior  freqüência  pelo
Ministério da Saúde,  o que não vem ocorrendo.
Em decorrência destas decisões surgiram inúmeros pedidos de conta cautela, pelos
quais  o  ente  estatal  vai  ao  Supremo  Tribunal  Federal  pleitear  a  suspensão  da  medida
judicial  em  vigor.  Estes  pedidos  são  decididos  pelo  Presidente  do  Tribunal,no  caso
presente,a ministra Ellen Gracie.
A cada decisão da ministra, tenta­se estabelecer um padrão de conduta do tribunal.
No  entanto  o  fato  de  se  decidir,  vezes  pela  obrigatoriedade  de  distribuição  de  remédios,
ainda que caríssimos e fora da lista, vezes pela prevalência do direito coletivo a saúde em
detrimento  do  direito  individual,  tem  dificultado  o  estabelecimento  de  parâmetros
seguros.Cobra­se do Tribunal maior clareza e coerência. Busquei, com este estudo, extrair
algumas conclusões sobre a posição do STF.
Para tanto, ao pesquisar encontrei uma tabela de todas as decisões sobre a questão
proferidas pela Presidência em 2007. [12]
            Analisando as decisões, podemos perguntar a respeito qual a interpretação do
direito à saúde, qual seja, se é um direito individual ou coletivo?[13]
 A responda é Depende. Porque, o que está em jogo
na  decisão.  Apesar  de  restar  clara  uma  associação
direta entre vida e saúde, está associação não abrange
todos os aspectos constitucionais do direito a vida, mas
somente àqueles ligados a existência biológica. Explico.
Vida,  no  contexto  constitucional,  não  é  considerada
apenas  no  seu  sentido  biológico  de  incessante  auto­
atividade funcional, engloba elementos materiais (físicos
e  psíquicos)  e  imateriais  (espirituais).  O  conceito
envolve  o  direito  à  dignidade  da  pessoa  humana,  o
direito  à  privacidade,  o  direito  à  integridade  físico­
corporal, o direito à integridade moral e, especialmente,
o direito à existência. Da análise das decisões pode­se,
em princípio, afirmar que nos casos que implicam risco
de vida do cidadão, o direito assume caráter individual.
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Em  outras  palavras,  sempre  que  o  fornecimento  de
medicamento significar manutenção da vida biológica, o
Estado tem a obrigação de atender a demanda, seja qual
for. Os fundamentos das decisões lidos individualmente
não permitem esta afirmação, no entanto, analisando ­as
em conjunto, é o que se verifica.
            Para embasar essa idéia vamos comparar duas Ações de Suspensão n.3193 e
a  Ação  de  Suspensão  de  Segurança  n.3274.  Ambas  interpostas  por  Estados  membros
contra decisões dos respectivos Tribunais de Justiça, que decidiram pela obrigatoriedade do
fornecimento de medicação especial, não constante da listagem do Ministério da Saúde.
                       No caso da Ação de Suspensão n.3193 o Estado do Rio Grande do Norte,
requereu a suspensão da liminar com os seguintes argumentos:
1.Ocorrência  de  grave  lesão  à  ordem  e  economia
pública,  porquanto  a  decisão  impugnada  afronta  o
principio da legalidade orçamentária, pois “o Estado não
tem previsão orçamentária para suprir a população com
todos  os  medicamentos  que  esta  demande,  não
podendo  arcar  com  o  provisionamento  integral  de
fármacos  de  que  necessite  cada  cidadão  residente  no
território estadual”.
2.A existência de lesão à ordem administrativa, dado
que  os  medicamentos  solicitados  não  estão
relacionados  pela  lista  do  Ministério  da  Saúde,  o  que
“engessa  a  Administração  Pública,  impedindo­a  de
oferecer um medicamento similar”.
3.Que  os  artigos  196  e  198,  II  da  Constituição
Federal  são  normas  programáticas  que  “não  sinalizam
no sentido do fornecimento de medicamentos”.
A  ministra  Ellen  Gracie  indeferiu  a  suspensão  por
que:
1.A paciente é comprovadamente hipossuficiente.
2.A  enfermidade  em  questão  é  muito  grave
(carcinoma inflamatório de mama com metástase óssea
e pulmonar).
3.Há urgência na utilização do medicamento.
Já no caso da Ação de Suspensão de Segurança 3274, o Estado de Goiás que,da
mesma  forma  que  o  Estado  do  Rio  Grande  do  Norte,  também  foi  condenado  ao
fornecimento de medicamento não constantes do programa do SUS, argumentou que:
1.A  grave  lesão  à  ordem  pública,  considerada  em
termos  de  ordem  administrativa,  dado  que  a
determinação do fornecimento desses medicamentos de
alto custo financeiro, por não  integrarem a Portaria GM
2577/2006  do  Ministério  da  Saúde,  encontra­se  à
margem  do  programa  estatal  de  fornecimento  de
medicamentos  e,  por  conseguinte,  da  própria
programação orçamentária do Poder Público.
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2.  Há  grave  lesão  à  saúde  pública,  porquanto  a
determinação  de  entrega  de  medicamentos  não
previstos  em  portarias  do  Ministério  da  Saúde
compromete  a  racionalização  do  sistema  para  o
fornecimento de medicamentos básicos à população.
3.    Há  grave  lesão  à  economia  pública,  diante  da
necessidade  de  realocação  das  verbas  orçamentárias
para  a  aquisição  de medicamentos  de  alto  custo,  para
atender uma pequena parcela da população.
4.  A  possibilidade  de  ocorrência  do  denominado
“efeito multiplicador”,  já  verificado  pelo  incremento  do
número de demandas judiciais da mesma natureza.
Desta vez, a ministra deferiu a suspensão com os seguintes argumentos:
1.A  paciente  está  submetida  a  tratamento  de
infertilidade,  cujos  medicamentos  prescritos,  em  sua
maioria,  não  estão  albergados  pela  Portaria  GM
2577/2006  do  Ministério  de  Saúde  e,  por  força  do
acórdão,  o  Estado  de  Goiás  está  sendo  obrigado  a
custear  tais  medicamentos,  “  o  que  configura  lesão  à
ordem  pública,considerada  em  termos  de  ordem
administrativa, porquanto a execução de decisões como
a ora  impugnada afeta o  já abalado sistema público de
saúde.
2.A  gestão  da  política  nacional  de  saúde,  que  se
realiza  de  forma  regionalizada,  busca  uma  maior
racionalização  entre  o  custo  e  o  benefício  dos
tratamentos que devem ser  fornecidos gratuitamente, a
fim de atingir o maior número possível de benefícios.
3.”  Entendo  que  a  norma  do  artigo  196  da
Constituição  da  República,  que  assegura  o  direito  à
saúde,refere­se,  em  princípio,  à  efetivação  de  políticas
públicas  que  alcancem  a  população  como  um  todo,
assegurando­lhe acesso universal e  igualitário, e não a
situações  individualizadas.  A  responsabilidade  do
Estado  em  fornecer  os  recursos  necessários  à
reabilitação da saúde de seus cidadãos não pode vir  a
inviabilizar o sistema público de saúde.”
            Comparando as duas decisões, houve divergência, o que diferenciou uma da
outra?  Foi  o  fator  manutenção  davida  biológica  seria  o  mote  para  determinar  a
responsabilidade do Estado no atendimento de um direito individual à saúde.
            O saudoso professor André Franco Montoro gostava de lembrar em suas aulas
que a palavra “sentença” vem do verbo “sentir”. Que no fundo, o magistrado “sente” qual a
decisão  justa e, então, busca os argumentos  lógicos­jurídicos para embasar sua decisão.
Lendo  as  decisões  do  Supremo  Tribunal  Federal  sobre  a  matéria,  fica  claro,  que  só
podemos concordar.
5.1 Críticas à Judicialização Excessiva  
O  papel  do  Poder  Judiciário  ,  em  um  Estado  Constitucional  democrático,  é  o  de
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interpretar  a  Constituição  e  as  leis,  resguardando  direitos  e  assegurando  o  respeito  ao
ordenamento  jurídico,  Em  muitas  situações,  caberá  a  juízes  e  tribunais  o  papel  de
construção do sentido das normas  jurídicas  indeterminados e de princípios. Em  inúmeros
outros casos, será necessário efetuar a ponderação entre direitos fundamentais e princípios
constitucionais  que  entram  em  rota  de  colisão,  hipóteses  em  que  os  órgãos  judiciais
precisam  proceder  a  concessões  recíprocas  entre  as  normas  ou  fazer  escolhas
fundamentadas.
            O tema versado resultam de duas conseqüências relevantes[14]. A primeira:
como  cláusulas  gerais  que  são,  comportam  uma  multiplicidade  de  sentidos  possíveis  e
podem  ser  realizados  por  meio  de  diferentes  atos  de  concretização.  Em  segundo  lugar,
podem eles entrar em rota de colisão entre si. A extração de deveres  jurídicos a partir de
normas dessa natureza e estrutura deve ter como cenário principal as hipóteses de omissão
dos  Poderes  Públicos  ou  de  ação  que  contravenha  a  Constituição.  Ou,  ainda,  de  não
atendimento do mínimo existencial.
                        Em  suma,  onde  não  haja  lei  ou  ação  administrativa  implementando  a
Constituição,  deve  o  Judiciário  agir.  Havendo  lei  e  atos  administrativos,  e  não  sendo
devidamente cumpridos, devem os juízes e tribunais igualmente intervir. Porém, havendo lei
e  atos  administrativos  implementados  a  Constituição  e  sendo  regularmente  aplicada,
eventual interferência judicial deve ter a marca da autocontenção.
            Algumas críticas são tecidas ao Judiciário, a primeira e mais frequentemente
crítica oposta à jurisprudência brasileira se apóia na circunstância de a norma constitucional
aplicável  estar  positivada  na  forma  de  norma  programática[15]  .  O  artigo  196  da
Constituição  Federal  deixa  claro  que  a  garantia  do  direito  á  saúde  se  dará  por  meio  de
políticas  sociais  e  econômicas,  não  através  de  decisões  judiciais.  A  possibilidade  de  o
Poder Judiciário concretizar, independentemente de mediação legislativa, o direito à saúde
encontra  forte  obstáculo  no  modo  de  positivação  do  artigo  196,que  claramente  defere  a
tarefa aos órgãos executores de políticas públicas.
            Uma outra vertente crítica enfatiza a impropriedade de se conceber o problema
como de mera interpretação de preceitos da Constituição. Atribui­se ou não ao Judiciário a
prerrogativa de aplicar de maneira direta e imediata o preceito que positiva o direito à saúde
seria,  antes  um  problema  de  desenho  institucional[16].  Pode­se  entender  que  a  melhor
forma de otimizar a eficiência dos gastos públicos com saúde é conferir a competência para
tomar  decisões  nesse  campo  ao  Poder  Executivo,  que  possui  visão  global  tanto  dos
recursos disponíveis quanto das necessidades a serem supridas. Esta teria sido a opção do
constituinte  originário,  ao  determinar  que  o  direito  á  saúde  fosse  garantido  através  de
políticas sociais e econômicas. As decisões judiciais que determinam a entrega gratuita de
medicamentos   pelo Poder Público  levariam, portanto  , á alteração do arranjo  institucional
concebido pela Constituição de 1988.
                        Uma  terceira  impugnação  á  atuação  judicial  na  matéria,  repetidamente
formulada, diz respeito à intrigada questão da legitimidade democrática. Não são poucos os
que sustentam a  impropriedade de se  retirar dos poderes  legitimados pelo voto popular a
prerrogativa de decidir de que modo os recursos públicos devem ser gastos. Tais recursos
são obtidos  através da  cobrança de  impostos. É próprio  povo –  que paga os  impostos  –
quem deve decidir de que modo os recursos públicos devem ser gastos[17]. E o povo pode,
por exemplo, preferir priorizar medidas preventivas de proteção da saúde , ou concentrar a
maior parte dos  recursos públicos na educação das novas gerações. Essas decisões são
razoáveis,  e  caberia  ao  povo  tomá­las,  diretamente  ou  por meio  de  seus  representantes
eleitos. [18]
            Essas foram apenas algumas críticas tecidas pelo Professor Luiz Barroso,que
no meu entender, com a demanda de litígios, merecem considerações. Afinal  a sociedade
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é a maior  interessada,  que  seus  direitos  sejam  reservados  e  garantidos  à  todos  e  não  a
uma classe específica.
6. Considerações finais:
As  normas  constitucionais  garantem  o  direito  à  saúde  e,  consequentemente,  o
fornecimento  de medicamentos. Portanto,  o Poder Público  deve observar  respeitar  e  agir
para  a  concretização  do  direito  à  saúde,  a  fim  de  que  os  princípios  garantidos  pela
Constituição  surtam  efeito  na  sociedade  principalmente  as  normas  programáticas,  que
visam esse objetivo, serem implantas no mundo do “ser” e não somente do “dever ser”.
                        Fica  claro,  que  o  Estado  fica  numa  situação  de  “choque”  está  sujeito  a
fiscalização orçamentária  e a garantir  que as normas do  caso em estudo  são as normas
programáticas sejam cumpridas.
            O que vai prevalecer num caso concreto: Será que a efetividade dos Direitos
sociais  frente  à  real  capacidade  do  Estado?  O  Judiciário  tem  tentando  modular  esses
efeitos  perante  a  sociedade,  de  maneira  a  não  prejudicar  nem  a  coletividade  nem  o
individuo,  o  que  responde  essa  indagação  é  a  interpretação  do  constituinte  originário
pretendia,  ou  seja,  a  busca  efetiva  da  Constituição,  por  meio  da  plena  eficácia  de  suas
normas.  Nem  sempre  é  o  que  ocorre  em  fatos  concretos,  muitas  vezes  o  ritmo  dessas
possibilidades materiais, não se adéquam a realidade, por isso o Judiciário age, quando se
trata  de  questão  urgente,  é  que  certamente  são  casos  excepcionais  que  não  dá    para
esperar, a elaboração de uma norma ser aprovada até mover a máquina do Estado, talvez
seja tarde demais, para o individuo que aguarda a decisão.
Diante dessa inércia legislativa que o judiciário faz, “cruza os braços e espera”? Não,
atua! Pois, então surge comentários que o Judiciário está  legislando, não está cumprindo
art. 60 § 4,III da Constituição Federal  de 1988 na divisão dos poderes.
Porém a de concordar que o Judiciário atua por causa da  inércia,  senão os outros
poderes  freariam. Que é  o objetivo de Estado Democrático de Direito.
 Importante salientar que nossa intenção não foi exaurir o tema do direito à saúde e
sim ampliar as discussões sobre o assunto. Nosso desejo é que o texto apresentado possa
enriquecer futuros debates sobre o assunto e lembrar que a Constituição Federal garante o
direito  à  saúde  e  que  cabe  a  todos  lutar  por  sua  efetivação,  em  atendimento  à  vontade
constitucional e para busca do bem comum.
Referências:
BASTOS,  Celso  Ribeiro.Curso  de  Direito  Constitucional.São  Paulo:  Celso  Bastos
Editora, 2002. 1º ed.p.768 e 769.
MORAES,  Alexandre.  Direito  Constitucional.  23º  ed.  Editora  Atlas.S.A.  SãoPaulo:
Athas, 2008. p. 808.  
FILHO,  Manoel  Gonçalves  Ferreira.  Curso  de  Direito  Constitucional.  Ed.  Saraiva.  3º
ed.ver.e atual.São Paulo: Saraiva 2003.p.368
TAVARES, André Ramos.Curso de Direito Constitucional. 6.ed.ver.e atual.São Paulo:
Saraiva, 2008 p.786.
ARAÚJO,  Luiz  Alberto  David/Vidal  Serrano  Nunes  Júnior.  Curso  de  Direito
Constitucional. 12.ed.revisão e atual.São Paulo: Saraiva, 2008 p. 111 e 485/486.
SCHWARTZ,  Germano  André  Doederlein.  Direito  à  saúde:  efetivação  em  uma
perspectiva sistêmica. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2001 p.50,51
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DALLARI, Sueli Gandolfi. Os Estados  brasileiros  e  o  direito  à  saúde. Editora Kucitec
kumanismo, Ciências e Tecnologia. São Paulo: 1995. p.19.
Cavalcanti,  Themistocles  Brandão.  Princípios  gerais  do  direito  privado.3.ed.  Rio  de
janeiro: Borsoi ,1966. p.202. 
BRANCO, Luciana Temer Castelo . Abrangência do Direito à Saúde : Fornecimento de
medicamento  especiais  é  Dever  do  Estado?  Disponível  em:
www.cepam.sp.gov.br/arquivos/artigos/lt_saude.pdf , Acesso em :22/03/2010
GONÇALVES, Janaína Barbier. Parecer ao Presidente do Supremo Tribunal Federal,
Ministro  Gilmar  Mendes.  Disponível  em:
www.stf.jus.br/cms/processoAudienciaPublicaSaude/.../PGERS.pdf, Acesso em: 22/03/2010
BARROSO, Luiz Roberto. Da  falta de efetividade à  judicialização excessiva: Direito à
saúde,  fornecimento  gratuito  de  medicamentos  e  parâmetros  para  atuação  judicial,
Disponível  em:http://www.lrbarroso.com.br/pt/noticias/medicamentos.pdf  ,  Acesso  em
22/03/2010.
Notas:
[1]  ARAÚJO,  Luiz  Alberto  David/Vidal  Serrano  Nunes  Júnior.  Curso  de  Direito
Constitucional. 12.ed.revisão e atual.São Paulo: Saraiva, 2008 –Pg.111
[2]  BRANCO, Luciana Temer Castelo . Abrangência do Direito à Saúde : Fornecimento
de  medicamento  especiais  é  Dever  do  Estado?  Acesso  em  22/03/2010  disponível:
:www.cepam.sp.gov.br/arquivos/artigos/lt_saude.pdf
[3]  ARAÚJO,  Luiz  Alberto  David/Vidal  Serrano  Nunes  Júnior.  Curso  de  Direito
Constitucional. 12.ed.revisão e atual.São Paulo: Saraiva, 2008 pg.116­117
[4] Idem ao anterior
[5] CAVALCANTI,Themistocles Brandão.  Princípios gerais do direito privado.3.ed. Rio
de Janeiro: Borsoi ,1966. p.202.
[6]  BASTOS,  Celso  Ribeiro.Curso  de  Direito  Constitucional.São  Paulo:  Celso  Bastos
Editora, 2002. 1º ed.p.768 e 769.
[7] MORAES, Alexandre. Direito Constitucional. 23º ed. Editora Atlas.S.A. São Paulo:
Athas, 2008. p. 808.  
[8] FILHO, Manoel Gonçalves Ferreira. Curso de Direito Constitucional. Ed. Saraiva. 3º
ed.ver.e atual.São Paulo: Saraiva 2003.p.368
[9]  TAVARES,  André  Ramos.Curso  de  Direito  Constitucional.  6.ed.ver.e  atual.São
Paulo: Saraiva, 2008 p.786
[10]  ARAÚJO,  Luiz  Alberto  David/Vidal  Serrano  Nunes  Júnior.  Curso  de  Direito
Constitucional. 12.ed.revisão e atual.São Paulo: Saraiva, 2008 p.485­486.
[11]  Gonçalves,  Janaína  Barbier  –    Parecer  ao  Presidente  do  Supremo  Tribunal
Federal,  Ministro  Gilmar  Mendes,  Acesso  em  :  22/03/2010  –disponível:
www.stf.jus.br/arquivo/cms/processoAudienciaPublicaSaude/.../PGERS.pdf
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[12] Anexo : Tabela de Julgados efetuados durante o período de 2007.
[13]  BRANCO,  Luciana  Temer  Castelo  –  Doutora  em  Direito  Constitucional,
coordenadora  de  Assistência  Jurídica  do  Cepam,  em  artigo–Abrangência  do  Direito  à
Saúde:  Fornecimento  de  Medicamentos  especiais  é  dever  do  Estado?    Disponível  em:
www.cepam.sp.gov.br/arquivos/artigos/lt_saude.pdf, Acessado em: 22/03/2010
[14] BARROSO, Luiz Roberto. Da falta de efetividade à judicialização excessiva: Direito
à  saúde,  fornecimento  gratuito  de  medicamentos  e  parâmetros  para  atuação  judicial,
Disponível  em:  http://www.lrbarroso.com.br/pt/noticias/medicamentos.pdf  ,  Acesso  em
22/03/2010.  pg.21
[15] Segundo José Afonso da Silva, Aplicabilidade das normas constitucionais,  1999,
pp.83­4.  “A  saúde é  (...)  dever  do Estado...’],  aí,  não  impõe propriamente  uma obrigação
jurídica, mas traduz um princípio, segundo o qual a saúde e o desporto para todos e cada
um  se  incluem  entre  os  fins  estatais,  e  deve  ser  atendido.  Sente­se,  por  isso,  que  as
preocupações  tem  eficácia  reduzida...”V.também:  TJRJ,j.  17  dez.  1998,  MS  220/98,
Rel.Des. Antonio Lindberg Montenegro:  “ Mandado de Segurança.  Impetrantes portadores
de  insuficiência  renal  crônica.  Fornecimento  de  remédio  (CELLCEPT),  pelo  Estado.  As
normas programáticas  estabelecidas  na Constituição Federal  não  conferem ao  cidadão o
direito  subjetivo  de  exigir  do  Estado  o  fornecimento  de  remédios  de  alto­custo.em
detrimento  de  outros  doentes,  igualmente  carentes.  Na  execução  de  sua  obrigação  de
saúde pública a administração há que atender aos interesses mais imediatos da população.
Impropriedade da via mandamental para atendimento do direito reclamado”.
[16]  Sobre  noção  de  desenho  institucional,  v.  F.  Schauer,  Playing  by  the  Rules:  a
philosophical  examination  of  rule­based  decision­making  in  law  and  in  life,  1998;Noel
Struchiner,  Para  falar  de  regras.  O  positivismo  conceitual  como  cenário  para  uma
investigação filosófica acerca dos casos difíceis do direito. Tese de doutorado apresentada
à PUC­Rio,2005.
[17]  O  argumento  é  assim  sintetizado  por  Ingo  Wolfgang  Sarlet,  Algumas
considerações  em  torno  do  conteúdo,  eficácia  e  efetividade  do  direito  à  saúde  na
Constituição de 1988, Interesse Público 12:102,2001.
[18] TJRJ, j,20 set. 1994, Apelação Cível 1994.001.01749, Rel.Des. Carpena Amorim.
Conforme a NBR 6023:2000 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), este texto científico publicado em
periódico eletrônico deve ser citado da seguinte forma: SILVA, Cristina Aparecida da. O fornecimento de medicamentos:
política essencial para a efetivação do direito à saúde. Conteúdo Jurídico, Brasília­DF: 10 mar. 2011. Disponível em:
<http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.31494>. Acesso em: 04 jun. 2015.

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