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PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, CONTABILIDADE E ECONOMIA CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS TÚLIO JOSUÉ PINHEIRO DOS SANTOS REDES DE COOPERAÇÃO: UMA SAÍDA PARA A SOBREVIVÊNCIA DAS PEQUENAS EMPRESAS DO SETOR FARMACÊUTICO DO RIO GRANDE DO SUL NO PERÍODO DE 2005 A 2009 Porto Alegre Dezembro/2014 TÚLIO JOSUÉ PINHEIRO DOS SANTOS REDES DE COOPERAÇÃO: UMA SAÍDA PARA A SOBREVIVÊNCIA DAS PEQUENAS EMPRESAS DO SETOR FARMACÊUTICO DO RIO GRANDE DO SUL NO PERÍODO DE 2005 A 2009 Projeto de Monografia apresentado como requisito à aprovação na disciplina de Técnicas de Pesquisa em Economia do Curso de Ciências Econômicas da Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Orientador: Prof. Carlos Eduardo Porto Alegre Dezembro/2014 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 3 2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA ..................................................... 5 3 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA ............................................................... 7 4 DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS ..................................................................................... 9 4.1 OBJETIVO GERAL .......................................................................................................... 9 4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................ 9 5 REVISÃO DA LITERATURA ....................................................................................... 10 6 METODOLOGIA ............................................................................................................ 23 7 ESTRUTURA PROVISÓRIA ........................................................................................ 24 8 CRONOGRAMA ............................................................................................................. 25 9 REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 26 3 1 INTRODUÇÃO Hoje, cada vez mais as micro e pequenas empresas, para competirem com as médias e grandes empresas, buscam alternativas e saídas para ganhar um espaço no mercado. Entretanto, esse espaço no mercado se torna cada vez menor. De acordo com os dados da GEM (Global Entrepreneurship Monitor) 44% dos brasileiros sonham em ter seu próprio negócio, o que aumenta a competitividade entre as pequenas empresas. E não somente o sonho em empreender, o Brasil se destaca em relação à probabilidade de abrir um negócio nos próximos 05 anos. 19% dos entrevistados, de acordo com a Endeavor, alegam ser muito provável esta hipótese. Se esta informação for comparada com a pesquisa GEM 2011, o Brasil fica atrás dos EUA (20%), à frente da União Europeia (10%), China (9%), Coreia do Sul (8%) e Japão (4%). Com esse aumento da competitividade, novas formas de organizações empresariais, como uma alternativa para o ganho do mercado, vem surgindo e tornando-se cada vez mais praticáveis no mercado. As Redes de Cooperação, assunto que será explanado ao longo do trabalho, é uma das formas organizacionais que não havia se falado nesse termo até antes de 1990 no Brasil (SILVA, 2005). As Redes de Cooperação ou redes empresariais são organizações nas quais empresas se agrupam para conseguirem obter ganhos que na maioria das vezes as pequenas empresas não conseguem por si só. As Redes de Cooperação reúnem empresas que possuem objetivos comuns, em uma entidade juridicamente estabelecida, mantendo, no entanto, a independência e a individualidade de cada participante. Sua formação permite a realização de ações conjuntas, facilitando a solução de problemas comuns e viabilizando novas oportunidades. As empresas que integram uma rede conseguem reduzir custos, dividir riscos, conquistar novos mercados, qualificar produtos e serviços e ter acesso a novas tecnologias (SILVA, 2005). Uma das vantagens é o ganho de escala. Para exemplificar melhor pode-se considerar a seguinte situação: duas empresas decidem comprar 500 unidades de um produto X, cada uma por conta própria, talvez elas consigam comprar por um bom preço. Entretanto, se essas mesmas duas empresas decidiram fazer uma comprar conjunta, ou seja, comprarem juntas 1000 unidades desse mesmo produto X, a barganha para redução de custos será maior podendo ocasionar uma redução no preço tornando o produto bastante competitivo. 4 No Brasil, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) identificou 778 Redes de Cooperação que operam em 79 segmentos diferentes de acordo com a Revista Conhecer de abril de 2014. O Rio Grande do Sul possui 168 centrais de negócios, número esse que equivale a 21,6% do total de centrais do Brasil, sendo considerado o estado com maior número de Redes Empresariais no Brasil. Além disso, as pequenas empresas são a maioria no mercado brasileiro. A quantidade de pequenas empresas equivale a 99,1% dos empreendimentos que geram 52,3% de empregos e representam 20% do PIB. Abaixo somente do setor de supermercados, o setor de farmácias é o segundo no ranking de números de Redes de Cooperação existentes no Brasil, com 70 redes operando nesse segmento, de acordo com a Revista Conhecer de abril de 2014 - SEBRAE. O segmento farmacêutico vem crescendo no Brasil passando da 10ª para a 6ª colocação no mercado farmacêutico mundial em 2013. E para o ano de 2016, acredita-se que o Brasil alcance a 4ª posição, ficando atrás apenas dos EUA, China e Japão, segundo projeção do IMS Health (companhia que mede e pesquisa dados relacionados à saúde mundial) e da OMS (Organização Mundial de Saúde). É nesse contexto que poderá ser observado e analisado que as empresas do segmento de farmácias podem se diferenciar e ganhar cada vez mais espaço no mercado brasileiro apesar do grande nível competitivo. Podendo, além disso, sobreviverem mais. 5 2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA É pensando no bem estar e em um maior envolvimento das pequenas empresas no mercado competitivo, que este trabalho pretende responder como a organização em redes de cooperação pode aumentar o período de sobrevivência dos pequenos negócios. Os pequenos negócios são partes fundamentais para o desenvolvimento e distribuição de renda de um país. Quando verifica-se no âmbito regional e espacial são eles que estão ofertando para famílias, os produtos e serviços necessários para complementação das suas necessidades. Entretanto, as médias e grandes empresas estão cada vez mais aumentando e tentando conquistar um espaço maior no mercado. Para isso, elas precisam expandir seu território de atuação e como consequência competirem com as pequenas empresas que estão distantes dos centros urbanos instalando-se neste local. Com essa competição, as pequenas empresas que não sobrevivem ao grande ataque dos “oligopólios”, são na maioria familiares - de acordo com o SEBRAE 90% das empresas brasileiras são familiares - que pensam em ter seu próprio negócio e conquistar seu local no mercado. Entretanto, para conseguirem se manter, precisam ter as vantagens, ou melhor, precisam conquistar as vantagens que as empresas de grande porte usufruem, como um menor nível de custo de produção e diferenciação dos produtos. Menor custo de compra em grandesquantidades e obtendo ganhos em escala, e por diferenciação através de métodos inovadores. Muitos pequenos negócios possuem barreiras para conseguirem esses dois tipos de saídas, porém isso vem mudando com o surgimento de um novo modelo organizacional. Podem existir várias saídas para que os pequenos negócios não fiquem vulneráveis a este tipo de ataque, porém aqui, irá se tratar das organizações das empresas em Redes de Cooperação. As Redes de Cooperação são formas organizacionais onde as empresas que possuem um segmento em comum, se unem para que sejam mais competitivas e adquiram vantagens. Uma das principais vantagens são os ganhos de escala. Ganhos de escala através da redução de custos, uma vez que havendo a redução de custo, há uma redução de preços. Preços esses que podem ser competitivos e que podem aumentar a chance de sobrevivência dessas empresas. Cada vez mais a taxa de sobrevivência das pequenas empresas aumentando. A pesquisa Sobrevivência das empresas no Brasil de 2013, realizada pelo SEBRAE, mostra que 6 das empresas constituídas no ano de 2005 a 2007 a taxa de sobrevivência aumentou de 73,6% para 75,6% respectivamente. Entretanto, o que irá ser analisado neste trabalho não é se as pequenas empresas estão ou não sobrevivendo mais no Brasil, e sim comparar a diferença e conseguir demonstrar se as empresas organizadas em Redes de Cooperação tendem a sobreviver mais que os pequenos negócios em geral. Outro fator que deve ser levado em conta é que nem todos os segmentos são beneficiados ao se organizarem em Redes de Cooperação. Estudos ainda não demonstram quais setores são mais passíveis para esse tipo de organização, porém, pode-se observar alguns segmentos como o de farmácias, materiais de construção, supermercados e imobiliárias por exemplo, que se organizam dessa forma e ganham cada vez mais o mercado. No decorrer desse trabalho a analise irá se focar apenas no segmento de farmácia. Um setor em alta, com grande nível de crescimento. Buscando verificar as empresas desse setor e compará-las com as empresas organizadas em Redes de Cooperação desse mesmo segmento. Além disso, identificar se as empresas que atuam de forma coletiva tendem a sobreviver mais que as empresas que atuam de forma individual no período de 2005 a 2009 no estado do Rio Grande do Sul do segmento de farmácias. 7 3 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA Tradicionalmente o setor das pequenas e médias empresas é considerado importante por suas capacidades de gerar empregos ou contribuir para a produção industrial. Durante os anos 80, o interesse em estudar as pequenas e médias empresas aumentou em razão das dificuldades das grandes em sustentar o nível de emprego em grande parte da Europa Ocidental (SEBRAE, 1996). O que poderá ser visto nesse trabalho é que também durante esse mesmo período de 1980, o Brasil foi sustentado pelas pequenas e médias empresas no que se refere a geração de empregos e surgimento de novos negócios. Apesar das pequenas empresas serem fator importante na economia e no desenvolvimento local de determinado território, historicamente, as micro e pequenas empresas (MPE) tendem a apresentar dificuldades no mundo da competição em função de itens como: custos elevados de produção, escala reduzida, pouca informação gerencial particularmente em relação ao comportamento de mercado, colaboradores não suficientemente capacitados, deficiência no campo da tecnologia de produto e processo, deficiência em termos das linhas de créditos específicas disponíveis e utilização inadequada das práticas e técnicas de gestão disponíveis (ANTUNES, BALESTRIN, VERSCHOORE, 2010, p. 19). Entretanto, as Redes de Cooperação entre MPEs, têm o intuito de enfrentar e superar as dificuldades observadas, sob duas óticas distintas e inter-relacionadas: i) suportando o desenvolvimento de ações coletivas das empresas (por exemplo: desenvolvendo uma marca comum, incrementando ações de marketing comuns, realização de compras coletivas); ii) colaborando para o desenvolvimento de atividades de gestão específicas no âmbito de cada empresa individual (ANTUNES, BALESTRIN, VERSCHOORE, 2010, p. 19). O segmento de farmácia, que é o setor que será analisado nesse trabalho, passa por um período de crescimento. A elevação da renda e a melhora na sua distribuição têm favorecido o consumo de medicamentos nos últimos anos no Brasil. Hoje 54% da população brasileira consomem remédios regularmente, conforme o estudo Saúde, Medicalização e Qualidade de Vida, do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ). Adicionalmente, a indústria farmacêutica, em franca ascensão, contribui de forma decisiva para o crescimento do produto e da renda nacional (LEONARDI, 2014). 8 Os pequenos negócios do segmento farmacêutico optam por se organizar em Redes de Cooperação para competir com as grandes empresa. Essa melhor condição de competitividade, ocorre em função dos ganhos de escala obtidos quando as empresas se organizam em Rede. Os três principais ganhos são: Compras conjuntas, Centro de distribuição conjunto e marketing compartilhado. Através destas ações em conjunto as pequenas farmácias conseguem negociar melhores preços com os fornecedores, dividir custos de armazenamento e distribuição e fortalecer a marca no mercado. Da perspectiva do consumidor, aumentam as chances de compra de uma empresa vinculada a uma marca forte e reconhecida, do que de uma farmácia que não tenha estas possibilidades, portanto, como tendência, acredita-se que não sobrevivam pequenas farmácias que não estejam vinculadas à Redes de Cooperação (ZORTÉA, 2014). Este trabalho focará em demonstrar que, as empresas organizadas em Redes de Cooperação tendem a ficar mais tempo no mercado e competir com as médias e grandes empresas. Podendo assim, ser uma forma de apresentar uma saída para a sobrevivência das pequenas empresas e explicar as vantagens que estas ganharão ao fazer parte de uma Rede de Cooperação. Além disso, o estudo desse tema trará para a sociedade todo o benefício para o desenvolvimento local e principalmente para o desenvolvimento dos territórios mais afastados das capitais. A disseminação das informações para ás micro e pequenas empresas trarão mais benefícios que ainda estão sendo usufruídos pelas grandes empresas. 9 4 DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS 4.1 OBJETIVO GERAL O objetivo geral deste trabalho é responder se a organização em redes de cooperação é uma opção de saída para a sobrevivência dos pequenos negócios do setor farmacêutico que atuam no mercado de forma individual e não colaborativa durante o período de 2005 e 2009. 4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS - O que são Redes de Cooperação e abordar o assunto no Brasil e no mundo; - Relatar sobre o processo de crescimento das pequenas empresas do setor farmacêutico; - Analisar a base de dados do SRF cruzando as informações de tempo de sobrevivência das empresas individuais e as empresas organizadas em Redes de Cooperação para verificar a variação de aumento ou redução do tempo de existência. 10 5 REVISÃO DA LITERATURA Não é de um período mais recente que as pequenas empresas vêm a fazer parte do processo produtivo da economia. Com a transação do período feudal, no qual prevalecia a organização em corporações de oficio, para o capitalismo, houve o surgimento de pequenas unidades de produção (AMATO NETO, 2006, p. 22). Com o aumento da divisão econômica do trabalho veio também um crescente aumento da produtividade, que foi mais intensivo com a chegada da Revolução industrial, trazendo inovações tecnológicas duranteo século XVIII e XIX. Com inúmeros entraves para o desenvolvimento dessas empresas advindos de duas forças: Os oligopólios, que fornecem os insumos para essas empresas e controlam os preços de venda, e os oligopsônios, que compram esses produtos determinando o preço de compra. Um estudo pela New Scientist realizado no Instituto Federal de Tecnologia de Lausanne, na Suíça, pela equipe de matemáticos coordenados pelo Prof. James Glattfelder revelou que 20% das vendas mundiais são controladas por apenas 1.318 grandes empresas. Muito nas mãos de poucos. E isso não só prejudica o desempenho das micro e pequenas empresas por conta da grande competitividade, como também na distribuição de renda para a sociedade. Antes de analisar qual a necessidade das empresas organizarem-se em Redes de Cooperação, o surgimento dos pequenos negócios no Brasil deve ser conhecido. A partir do fim da Primeira Guerra mundial, alguns países europeus ficaram com suas economias enfraquecidas, ao contrário dos Estados Unidos que crescia a cada dia e lucrava sempre mais com a exportação de alimentos e de produtos industrializados. Com esse crescimento vem um aumento de empregos, de renda, preço baixo, ganho de competitividade e aumento do consumo (JUNIOR, 2008). O problema é que os EUA se acostumaram com o grande crescimento levado pelo consumo interno e pelas exportações entre o período de 1918 a 1928. Porém a Europa se recuperava e deixava de importar produtos. Os EUA como seu principal ofertante sofreu as consequências. Não tendo mais para quem vender uma grande quantidade de produtos surge uma série de fatores que levou o mundo a uma das maiores crises do mercado como, queda de preço, redução de produção, aumento do desemprego, e mais redução de consumo completando o círculo vicioso. A paralisia do comércio era inevitável. 11 Em 1929 a queda das ações da bolsa de Nova Iorque marcou o início da Grande Depressão, como ficou conhecida a crise de 1929, atingindo vários países incluindo o Brasil. Neste período o Brasil era voltado para a produção agrária, tendo como principal produto o café e como principal demandante os EUA. Com essa redução das exportações de café e para que o preço fosse mantido grande parte da produção foi comprada pelo governo brasileiro e como uma saída para a desvalorização queimou o café para que houvesse a sustentação da demanda, do emprego e das causas do efeito multiplicador (JUNIOR, 2008). Os produtores de café para sair da crise, são induzidos a investir no setor industrial e é a partir da década de 30 que ocorre a expansão desse setor e o PSI (Processo de Substituição de Importações). De acordo com os economistas da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), principalmente Celso Furtado e Raúl Prebisch, traduzidas pelas palavras de Fonseca, essa [...] crise da agroexportação induz ao crescimento industrial por forçar o governo a adotar políticas voltadas a resolver problemas em seu próprio âmbito, como os déficits públicos e do balanço de pagamentos. Para tanto, atua em variáveis básicas, como as taxas de câmbio, de juros e de impostos, contribuindo para incentivar a industrialização (FONSECA, 2003, p. 3). Foi a partir desse período que o Brasil passou por transformações estruturais. A sociedade passa de um perfil agroexportador para uma base industrializada. Antes, havia grandes números de empresas compostas apenas por grupos familiares, de perfil rural, e pouco diferenciada, a partir desse período e ao longo das décadas observam-se empresas de grande porte, de perfil urbano, com padrões complexo de gestão empresarial e organização interna, com estrutura diferenciada e especializada (DINIS E BOSCHI, 1978, p. 21). Com essa mudança na estrutura produtiva, estímulos para investimentos foram gerados, como pode-se verificar com a criação do CREAI (Carteira de Crédito Agrícola e Industrial), em 1937, um sistema de empréstimos para a compra de máquinas e equipamentos já que o Brasil não possui uma estrutura produtiva para criação de bens de capital inovadores. Além disso, a modernização era necessária, caso contrário, as empresas que não se ajustassem ao novo modelo de produção poderiam não sobreviver. As empresas que seguiam o padrão, muitas vezes tinham dificuldades para competir diante das grandes empresas que se formavam (DINIS E BOSCHI, 1978, p. 21). 12 Cada vez mais o processo de industrialização era crescente, deixando de lado cultura agroexportadora, porém os incentivos aos investimentos em equipamentos e tecnologias para a modernização eram cada vez mais regrados pelo regime burocrático. As empresas agora passam a ser mais dependentes de novos investimentos - capital intensivo - e da utilização de tecnologia avançada. É nesse contexto que acontece a crise do sistema de industrialização em 1960 (DINIS E BOSCHI, 1978, p. 21). No início, o PSI trazia um aumento no nível de emprego e do mercado consumidor. O aumento do nível de emprego devido à necessidade de mão-de-obra, apesar de desqualificada, para a produção, e consequentemente um aumento do consumo advindo de um aumento de renda. Entretanto, esse crescimento não durou por muito tempo. As empresas necessitavam de tecnologias mais sofisticadas e poupadoras de mão-de-obra com o avanço da industrialização (FONSECA, 2003, p. 22). Esse avanço aumentava a necessidade de tecnologias importadas, o que agravada ainda mais a balança de pagamentos e o estrangulamento externo. E ainda gerava contradições ao modelo que exigia, para sua reprodução, um aumento do investimento em bens de capital e de mão-de-obra qualificada, o que não havia em grande quantidade na América Latina. Um completo divórcio entre as funções macroeconômicas de produção (virtuais) que seriam mais adequadas a uma tal dotação de recursos e aquelas que resultam por agregação das funções microeconômicas efetivamente adotadas pelos empresários no processo de substituição de importações, face ao sistema de preços relativos existentes. (TAVARES, 1972, p. 52). Com a necessidade de máquinas e equipamentos mais sofisticados para reduzir o custo de mão-de-obra dentro das empresas, vem um aumento do desemprego gerado não somente por esse fator, mas também pelo êxodo rural no início da década de 1960 (FONSECA, 2003, p. 24). A crise do processo industrial afetou principalmente a indústria de transformação. Somente no estado de São Paulo foram mais 550 mil postos de trabalhos reduzidos durante o período de 1981 a 1983 (MASSEI, 1989, p. 71). Com isso, foi necessária uma saída para o desemprego, onde surgiram as iniciativas individuais em meados da década de 1980, fazendo com que o número de microempresas aumentasse e que o segmento de prestação de serviços, onde a exigência de pessoal é mínima, se desenvolvesse no período da “década perdida” como ficou conhecida a década de 1980. 13 Com isso, o surgimento do estatuto das microempresas foi criado em 27 de novembro de 1984. Denominou-se de Estatuto da Microempresa porque aglutinou, em uma só lei, diversos assuntos de interesse das microempresas. Esta lei concedeu tratamento diferenciado, simplificado e favorecido às microempresas nos campos administrativo, tributário, previdenciário, trabalhista, creditício e de desenvolvimento empresarial (MELCHOR, 1999). Além do crescimento do número de micro e pequenas empresas durante o período da década perdida, o aumento dos empregos gerados por estas empresas eram de grande relevância. Alguns indicadores da indústria de transformação paulista, retratados por estatísticas do MTE/RAIS, apontam que só no ano de 1986 surgiram 13.781 novos estabelecimentosindustriais contra 13.850 estabelecimentos acrescidos à estrutura industrial das Mpe’s no período de 1981 a 1985 (MASSEI, 1989, p. 73). A partir dos anos 1990 a dinâmica da economia brasileira começou a se modificar. As grandes taxas de inflação, a redução de crédito e o desemprego foram se revertendo, entretanto as empresas precisariam se alinhar a um novo padrão organizacional e tecnológico que predominava nos países capitalistas avançados (ANJOS, 2002, p. 43). Para Olave e Amato Neto (2001), a partir do crescimento da internacionalização da economia intensificou-se a necessidade da reorganização dos fatores produtivos e os modos de gestão empresarial com a finalidade de compatibilizar a organização com padrões internacionais de qualidade e produtividade. Devido a esse fato, as organizações adotam novas formas de gestão de trabalho, nos seus produtos e nos seus processos de produção, inovando na preocupação de se ajustar com as exigências mundiais. É lógico pensar que o uso da tecnologia têm significativas implicações nos processos produtivos e condicionam as empresas na adoção de novas estratégias. Entre essas estratégias encontram-se a formação de redes entre empresas, uma prática atual que pretende garantir a sobrevivência e competitividade principalmente das pequenas e médias empresas, criando desta forma, uma nova arquitetura organizacional e inovando na formação de relacionamento entre empresas. Um contraponto ao processo de fusão das grandes empresas é a formação de redes empresariais. As redes empresariais, ou redes de cooperação são formas organizacionais onde empresas com objetivos comuns se unem para melhor competirem no mercado e terem vantagens comparativas frentes as outras empresas de pequeno ou grande porte. De acordo com Balestrini e Verschoore (2010), dentre as vantagens estão: a) ganhos de escala e poder de mercado: 14 [...] esta vantagem está associada exclusivamente para o tamanho da rede, das empresas que a compõem. Quanto maior o número de empresas, maior é o ganho de escala e maior seu poder de mercado. Com as empresas comprando insumos de forma ampla, podem barganhar com fornecedores, fazendo com que reduza o custo e o preço do produto final e ganhe espaço no mercado [...]; b) acesso a soluções: [...] onde partes dos problemas das empresas podem ser internalizadas como acesso ao crédito, auxílio contábil, capacitação de associados, etc. Tudo que esteja vinculado à rede para o desenvolvimento dos seus associados [...]; c) aprendizagem e inovação: [...] com as empresas agrupadas e cooperando o fator de aprendizagem como desenvolvimento de habilidades coletivas, e o fator inovação que são desenvolvidas nas redes juntas com os associados, fazem com que as empresas se diferenciem [...]; d) redução de Custos e Riscos: [...] com as empresas organizadas em cooperação, este fator é reduzido e dissipado entre os associados. Os custos estão vinculados não só ao ganho efetivo de escala que essas empresas absorvem, mas também relacionado aos custos internos advindos do gerenciamento de suas dependências, o estabelecimento, a manutenção, etc. Os riscos estão ligados à aquisição de recursos. Recursos estes que podem vir da própria rede, já que este tipo de organização facilita o relacionamento e o acesso a recursos tanto da própria empresa quanto da rede. Porém, há 15 inúmeras dificuldades para geração de recursos, e dificuldades ainda maiores quando a aquisição é feita externamente. A complementaridade entre as empresas faz com que esses custos e ricos sejam reduzidos [...]; e) relações sociais: [...] esta vantagem está associada a como as pessoas de uma determinada comunidade se relacionam e trocam informações de forma que, isso possa trazer benefícios individuais ou coletivos. Isso possibilita um aumento de confiança, das relações entre os associados, um maior espaço para contatos e discussões dos problemas internos [...]. Entretanto, essas vantagens estão relacionadas às empresas agrupadas em Redes de Cooperação. Os pequenos negócios apesar de estarem a cada ano participando mais do processo competitivo entre as empresas, e como um grande aumento de número de empresas de pequeno porte no Brasil, estão mais expostos à mortalidade antes dos dois anos de vida. As empresas por estarem agrupadas em Redes de Cooperação tendem a sobreviver mais, pois possuem vantagens, como já ditas anteriormente, que as pequenas empresas sozinhas na maioria dos casos não conseguem obter. Sendo os pequenos negócios responsáveis por 99% dos empreendimentos brasileiros, de acordo com o diretor-técnico do SEBRAE, Carlos Alberto dos Santos e, apesar do índice de mortalidade está diminuindo a cada ano, como se pode observar na pesquisa realizada pelo SEBRAE (Gráfico 1), a sobrevivência dos pequenos negócios ainda é uma das preocupações em tempos atuais já que o Brasil passar por problemas de produtividade e competitividade. 16 Gráfico 1 – Taxa de mortalidade de empresas até dois anos, evolução no Brasil. Fonte: SEBRAE, 2013. Apesar das particularidades históricas e culturais de cada uma das regiões e países, muitos ensinamentos podem ser colhidos e aplicados em diferentes partes do mundo. O relacionamento entre empresas, pequenas ou grandes, supõe competição e cooperação. A competição por novos mercados é uma das atividades que vêm afetando o relacionamento entre empresas com maior intensidade. Essa tendência histórica se tornou mais intensa a partir dos anos 90, com a plena abertura ao comércio internacional por parte de países da América Latina, das repúblicas independentes da então União Soviética, dos países do Leste Europeu, e da China (SILVA, 2005). No caso japonês esse período teve início em 1947, momento pós-guerra, quando o país começou a se reconstruir e assegurar financiamento às pequena e médias empresas. Em 1975 o país adotou políticas de reestruturação, abandonando os setores estagnados e valorizando os com melhores perspectivas. Em 1980 o Japão utilizou desses mesmos segmentos que apresentavam melhoras para começarem a modernização e promover reformas estruturais auxiliando o desenvolvimento de grupos locais, na integração em cooperativas, na construção de armazéns conjuntos além de proporcionar serviços de consultoria. Ainda no caso japonês, pode-se verificar, a partir da concepção de Amato Neto (2000) que as pequenas empresas são importantes para o desenvolvimento local e social do país, não só porque as pequenas empresas são propícias à inovação e geração de emprego, mas também, como sua utilidade de servirem como fornecedoras para as grandes empresas, atuando no 26,40% 24,90% 24,40% 23,00% 23,50% 24,00% 24,50% 25,00% 25,50% 26,00% 26,50% 27,00% Empresas constituídas em 2005 Empresas constituídas em 2006 Empresas constituídas em 2007 17 interior de uma organização como é o caso da keiretsu do grupo Toyota. Essas interações acabaram por servir de paradigma para o estudo de Redes de Cooperação no mundo. O sistema de estratégia japonês baseia-se em três forma de integração industrial, que segundo Fleury e Fleury (2001) são: A indústria, a empresa e a rede de interempresarial que foram se formando ao longo da história do país e que se classificam em três formas: a) os agrupamentos horizontais de companhias de diferentes indústrias e setores que os japoneses denominam de kijo shudam ou zaibatsu (como é o caso da Mitsubishi); b) os agrupamentos verticais, os keiretsu, dominados por uma empresacom suas fornecedoras (como exemplo a Toyota); e c) os agrupamentos ad hoc, em que as empresas participam de um arranjo temporário de atividades, com duração limitada, como em determinados projetos incentivados pelo governo ou mesmo por iniciativa de associações empresariais. No caso italiano ocorreu um pouco diferente do japonês. A experiência italiana, diferentemente do que ocorreu no Japão, conduziu a reconstrução e desenvolvimento do país no período pós-guerra com a criação de redes de pequenas e médias empresas dinâmicas e flexíveis em cada região, sem o apoio de grandes estruturas industriais, financeiras e comerciais. Assim, na Itália, observa-se que os grandes grupos industriais têm sua importância reduzida e as empresas de médio porte têm seu valor limitado. Por outro lado, as empresas com menos de 100 empregados representam 99% do total e geram 70% dos empregos. Dessa forma, o país, hoje uma potência industrial de destaque no cenário internacional, é um exemplo do papel preponderante das redes de cooperação de pequenas empresas no desenvolvimento nacional. (SILVA 2005, p. 2). Ainda na Itália, as empresas de pequeno e médio porte foram essenciais para o desenvolvimento e reconstrução do país no período pós-guerra. Sem a ajuda das empresas de grande porte e sem auxílio das instituições financeiras, foram se formando, em várias regiões, inúmeros grupos industriais. Dessa forma, o país se tornou uma grande potência industrial e um grande proponente para o agrupamento das empresas em Redes de Cooperação. 18 Um dos exemplos que pode-se verificar é uma “marca” italiana chamada Benetton. Segundo Ribault; Martinet e Lebidois (1995), entende-se como uma “rede de redes”. A estrutura de Benetton é formada por um núcleo que compreender várias redes em seu grupo de coordenação, como: rede de produção, a rede financeira, rede de vendas, etc. Já na Alemanha as pequenas empresas não possuem benefícios em termos legais, porém as microempresas estão isentas de várias exigências. Para que haja uma compensação da desvantagem em relação as grandes empresas como recursos humanos, recursos financeiros, acesso a fornecedores e a capital financeiro, as pequenas empresas buscam se integrar, de forma temporária ou permanente. De acordo com a CETEB (Centro de Ensino Tecnológico de Brasília), na Alemanha em 1970 as pequenas empresas correspondiam a 98,8% do total de empresas do país empregando 44,2% da força de trabalho existente. No Chile, segundo Amato Neto (2000), a partir dos anos 90, o Estado valorizou medidas de busca de competências e conhecimentos rápidos, por meio da criação de redes de confiança. Para isso, uma instituição sistematiza relações de confiança entre empresas com o objetivo de estimular as condições locais favoráveis ao desenvolvimento da competitividade e da cooperação. Amato Neto (2000) cita ainda que na Argentina, a perspectiva não é positiva uma vez que sua situação política e econômica vem sendo prejudicada por uma série de fatores, inclusive o elevado déficit da balança de exportações dentro do MERCOSUL. O país apresenta altos custos de mão-de-obra, frete e energia. Com a crise, agravada pela incerteza e desconfiança, cada empresa procura a autossuficiência e isso dificulta a cooperação entre si. No México, o Programa de Desenvolvimento Empresarial vai além do apoio creditício e concentra-se na capacitação tecnológica e gerencial, no acesso à informação especializada, à assistência técnica e na criação de novas formas de cooperação interempresarial como o associativismo. (AMATO NETO, 2000). Na América latina pode-se observar alguns traços em comum. Segundo Amato Neto (2000), a grande parte dos países sofreram com a abertura comercial no início dos anos 90 e vem sendo ainda mais prejudicados, em relação à economia, com o aumento da globalização, fazendo com que os investimentos se enfraqueçam atingindo o governo nacional, aumento o desemprego e a perda do poder aquisitivo da população. 19 Os pesquisadores apresentados nessa abordagem sobre redes de cooperação ao redor do mundo deram maior destaque às experiências que vêm ocorrendo no Japão e na Itália. Apesar das particularidades históricas e culturais de cada um desses países, muitos ensinamentos podem ser colhidos e aplicados em outras partes do mundo, inclusive no Brasil. Na indústria japonesa, há uma forte dependência dos pequenos fornecedores para com as grandes empresas, e esta relação pode ser duradoura quando há bom desempenho, particularmente quanto à qualidade dos produtos fornecidos. Nos distritos industriais italianos, verifica-se o agrupamento de pequenas empresas que assim conseguem economias de escala semelhantes às das grandes e passam a ter maior poder de barganha além de desenvolverem o senso de responsabilidade e de confiança entre seus integrantes, permitindo assim maior intercâmbio e cooperação. (SILVA 2005). A exemplo das experiências internacionais, com o sucesso das empresas se agrupando em Redes de Cooperação, o Brasil vem tornando-se cada vez mais comum o sistema empresariado e também nas universidades estudarem esse tema e se aperfeiçoarem. O sistema empresarial busca medidas para que se estabeleça vantagens para competirem com as grandes empresas e com o mercado internacional. As universidades buscam entender melhor os ganhos obtidos pelas pequenas empresas quando elas agrupam-se em Redes de Cooperação e também influenciado a formulação de políticas governamentais para beneficiar ainda mais as pequenas empresas. Além disso, o setor público foi impulsionado pela criação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio em 1999, que também incorporou o Comércio Exterior. O Ministério tinha como função elaborar uma nova política industrial e que englobou, em 2000, a formulação de diretrizes para apoiar as micro e pequenas empresas. De acordo com Silva (2005) as pesquisas relacionadas à cooperação entre empresas tiveram início na década de 1990 e foram realizadas no Estado de São Paulo através do acompanhamento de projetos de implementação de Pólos e Distritos Industriais. Santos; Pereira e França (1994) falam sobre uma experiência no estado de São Paulo com 615 empresas e 9 projetos que foram implementados no ano de 1991 e 1992. Essa análise já foi expandida para outras regiões do estado de São Paulo e que poderá ser vista, de forma 20 simplificada, neste trabalho. Abaixo (Quadro 1) poderá ser observado os projetos e as empresas associadas que participaram dessa experiência. Essa primeira avaliação serviu de base para disseminar a importância e a possibilidade de ações cooperativas entre empresas concorrentes serem alastradas para outras regiões e estados. Quadro 1 – Setores de Redes de Cooperação do estado de São Paulo Setores Empresas associadas Confecção 155 Têxtil faccionista 58 Têxtil industrial 69 Derivados da mandioca 26 Cerâmica vermelha 125 Calçadista 37 Confecção 32 Confecção 57 Moveleiro 57 Fonte: Adaptado de Santos; Pereira e França (1994, p.49) No ano de 1994 foi possível observar os principais resultados obtidos desses 9 Pólos que estavam sendo integrados. A seguir segue uma preliminar: O projeto Pólo promove inovação no sentido de introduzir essa cultura de cooperação entre empresários brasileiros de micro e pequenas empresas. Promove o fortalecimento das entidades empresariais de base. Os empresários participantes observaram a importância de conhecer as tecnologias emergentes em seus respectivos setores de atuação. As empresas estão procurando evoluir sua dinâmicaadministrativa e seus processos produtivos com o objetivo de maximizar os seus resultados. Desta avaliação preliminar dois aspectos gerais merecem destaque: - O projeto Pólo representa uma grande inovação em termos de metodologia de abordagem e mobilização dos empresários com vistas a solucionar problemas comuns; - A experiência desenvolvida pode ser aplicada com pequenos ajustes a outros setores de atividade e outras localidades do território nacional. 21 Com a implementação dos projetos propostos em cada área (Marketing, Produção e Gestão Empresarial), observa-se um desenvolvimento setorial e regional nas quais as empresas integrantes do Pólo atuam. Observa-se a conscientização para a preservação do meio ambiente por parte dos empresários integrantes do Projeto Pólo. Propicia um melhor relacionamento entre os setores envolvidos nos diferentes elos que compõem a cadeia produtiva. Foram fortalecidas as relações entre as empresas integrantes dos Pólos estabelecidos nas diferentes regiões e as comunidades locais. Constata-se que a cooperação entre micro e pequenas empresas é uma estratégia que permite atingir dois alvos: - Soluciona, através da união de esforços e recursos, a dificuldade que uma pequena empresa tem de isoladamente financiar projetos de modernização, como compra de equipamentos, pesquisa tecnológica e outros; - Através da cooperação, as empresas conseguem resolver problemas comuns ao segmento e presentes em todas elas, os quais extrapolam o ambiente de controle de uma só empresa (SANTOS; PEREIRA e FRANÇA, 1994, p.160-164). No Rio Grande do sul, existe o programa de Redes de Cooperação que é estudado pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel). Esse programa organizado pela UCPel tem como objetivo orientar e incentivar as empresas se organizarem em Redes de Cooperação oferecendo toda a base e suporte para que ocorra a colaboração. O Governo do Estado também dá o suporte para que o programa aconteça de forma positiva. Como já dito anteriormente a organização das empresas em Redes são reafirmadas através das premissas de funcionamento do programa pela UCPel: As Redes de Cooperação reúnem empresas que possuem objetivos comuns, em uma entidade juridicamente estabelecida, mantendo, no entanto, a independência e a individualidade de cada participante. Sua formação permite a realização de ações conjuntas, facilitando a solução de problemas comuns e viabilizando novas oportunidades. As empresas que integram uma rede conseguem reduzir custos, dividir riscos, conquistar novos mercados, qualificar produtos e serviços e ter acesso a novas tecnologias. Dispõem de uma central de negócios que permite obter condições mais vantajosas para seus integrantes, considerando-se que um volume maior de negócios exige novos mercados, possibilitando diminuir os custos na compra de matéria-prima, o ajuste de 22 prazos de pagamento e ganho em qualidade. Assim, fica mais fácil oferecer ao empreendedor preços acessíveis e produtos melhores. A central de marketing compartilhado possibilita desenvolver campanhas publicitárias para a rede, melhorando a comunicação com os consumidores, fortalecendo a marca, firmando um conceito comum a custos acessíveis a todos. É possível estabelecer parcerias com fornecedores, distribuidores, prestadores de serviços, consultorias para recursos humanos, entre outros. Dessa maneira, as empresas se qualificam e podem competir com mais força no mercado. São destacados os seguintes benefícios às empresas integradas em redes: - permite a definição de estratégias conjuntas; - preserva a individualidade e protege os dados das empresas; - valoriza marcas e possibilita marketing compartilhado; - reduz custos de produção e riscos de investimentos; - intensifica a comunicação e o acesso à informação; - amplia a escala produtiva e as dimensões de mercado; - facilita o acesso ao crédito; e - facilita a capacitação gerencial. De acordo com Silva (2005), [...] a importância que as redes de cooperação têm para o desenvolvimento econômico e social do Brasil, bem como para a valorização das microempresas e empresas de pequeno porte como agentes desse desenvolvimento [...] Essa contribuição é mais significativa e tem maior alcance econômico e social quando conta com o apoio de órgãos públicos, não só em forma de subsídio financeiro ou tributário mas com assessoria técnica e administrativa, e facilidades de acesso e incorporação de novas tecnologias. 23 6 METODOLOGIA Para chegar a uma conclusão sobre o problema de pesquisa explanado no início deste trabalho, utilizar-se-á dos dados do Secretaria da Receita Federal (SRF), onde irá conter o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), Classificação Nacional de Atividade Econômica, municípios, data de abertura e setor econômico (Serviço, indústria, comércio e agronegócios) das empresas do Rio Grande do Sul que será disponibilizada pelo SEBRAE. Com essa base de dados poderá ser comparada as empresas que foram criadas e quais destas no período de dois anos vieram a fechar, podendo serem comparadas com as empresas agrupadas em Redes de Cooperação do setor de farmácia. Os dados da SRF serão utilizados para fazer o comparativo das empresas organizadas em Redes de Cooperação com as empresas que não fazem parte deste tipo de organização, ou seja, empresas que trabalham individualmente. Os dados recolhidos como base serão dos anos de 2005 a 2009, podendo ser comparadas em dois períodos de tempo diferentes. Além disso, para que a comparação possa ser realizada sem que as conclusões se comprometam, técnicas estatísticas serão utilizadas como Teste Não Paramétrico de Médias de Mann-Whitney, “[...] usado para testar se duas amostras independentes provêm de populações com médias iguais”. 24 7 ESTRUTURA PROVISÓRIA 1 INTRODUÇÃO 2 BREVE HISTÓRICO DO PROCESSO INDUSTRIAL BRASILEIRO E AS REDES DE COOPERAÇÃO NO BRASIL E NO MUNDO 2.1 PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO 2.2 COMO SURGIRAM AS REDES DE COOPERAÇÃO 2.3 O QUE SÃO REDES DE COOPERAÇÃO? 3 REDES DO SETOR FARMACÊUTICO NO BRASIL 3.1 CENÁRIOS ECONÔMICO DO SEGMENTO DE FARMÁCIAS 3.2 REDES DE FARMÁCIAS NO BRASIL 4 REDES DE COOPERAÇÃO FARMACÊUTICAS NO RIO GRANDE DO SUL: 2005 - 2009 4.1 MÉTODOS UTILIZADO - TESTE NÃO PARAMÉTRICO DE MÉDIAS 4.2 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS 5 CONCLUSÃO REFERÊNCIAS 25 8 CRONOGRAMA 2015 Mar Abr Mai Jun Jul Férias Ago Set Out Nov Dez Capitulo 2 x x Capitulo 3 x x x Capitulo 4 x x x Introdução x Conclusão x Revisão x Defesa x 26 9 REFERÊNCIAS AMATO NETO, Jose. 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