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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO ELETRICIDADE E MAGNETISMO CAMPO MAGNETICO ESTACIONÁRIO MOTOR CC Cuiabá/MT Ago/2014 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO ELETRICIDADE E MAGNETISMO Discentes: Renan Yagi, Renner Siqueira e Werleson Nery. Relatório técnico apresentado como requisito parcial para obtenção de aprovação na disciplina Eletricidade e Magnetismo, no Curso de Engenharia Elétrica, na Universidade Federal de Mato Grosso. Profº. Walkyria Krysthie Arruda Gonçalves Martins Cuiabá/MT Ago/2014 1 Objetivos Familiarizar o aluno com a montagem em laboratório; Mostrar o comportamento dinâmico de uma bobina alimentada com uma corrente Ial, dentro de um campo magnético B, que lhe é externo. Este aparato representa um motor elétrico elementar de corrente contínua (motor CC) e é destinado a uma visualização concreta das grandezas e análises envolvidas no comportamento dinâmico de um dipolo magnético imerso em um campo externo. 2 Materiais o 1 varivolt; o 1 retificador de onda completa; o 1disjuntor; o 1 conjunto motor/gerador elementar; o 1 núcleo de ferro (tipo U); o 2 bobinas 1200/1200 espiras; o 4 bobinas de Helmholtz; o 1 fonte CC; o 1 voltímetro CA; o 1 voltímetro CC; o 1 amperímetro CA; o Cabos para ligação. 3 Fundamentação teórica 3.1 Motor CC O Motor de Corrente Contínua é composto fundamentalmente pelo estator e pelo rotor (fig.1). Figura 1 – Motor CC dividido em suas partes principais: Estator e Rotor. O estator é formado por: Carcaça - É a estrutura suporte do conjunto e tem a finalidade de conduzir o fluxo magnético. Pólos de Excitação - Tem a finalidade de gerar o fluxo magnético. São constituídos de condutores enrolados sobre núcleos de chapas de aço laminadas cujas extremidades possuem um formato que se ajusta a armadura e são chamadas de sapatas polares. Pólos de comutação - São colocados na região interpolar e são percorridos pela corrente de armadura. Compensam o efeito da reação da armadura na região de comutação, evitando o deslocamento da linha neutra em carga, reduzindo a possibilidade de centelhamento. Enrolamento de Compensação - É um enrolamento distribuído na periferia da sapata polar e percorrido pela corrente de armadura. Sua finalidade é também compensar a reação da armadura, mas agora em toda a periferia do rotor, e não somente na região transversal. Evita o aparecimento de faíscas provocadas por uma diferença de potencial entre espiras devido a distribuição não uniforme da indução no entreferro. Conjunto Porta Escovas e Escovas - O porta escovas permite alojar as escovas e está montado de tal modo que possa ser girado para o ajuste da zona neutra. As escovas são compostas de material condutor e deslizam sobre o comutador quando este gira, pressionadas por uma mola, proporcionando a ligação elétrica entre a armadura e o exterior. E o rotor, por sua vez é formado por: Rotor com Enrolamento - Centrado no interior da carcaça, é constituído por um pacote de chapas de aço silício laminadas, com ranhuras axiais na periferia para o enrolamento da armadura. Este enrolamento está em contato elétrico com as lâminas do comutador. Comutador - É o conversor mecânico que transfere a energia ao enrolamento do rotor. O comutador é constituído de lâminas de cobre isoladas por meio de lâminas de mica. Eixo - É o elemento que transmite a potência mecânica desenvolvida pelo motor. Figura 2 – Esquema simplificado de um Motor CC e seus componentes. No motor de corrente contínua, o fluxo magnético do estator é gerado nas bobinas de campo pela corrente contínua, portanto trata-se de um campo magnético cuja intensidade é contínua. Quanto ao rotor, que podemos chamar de armadura também é alimentado por tensão contínua e a interação dos campos magnéticos do estator (chamado de campo) e da armadura produzem o torque para a movimentação do rotor. 3.2 Características de um motor cc A máquina de corrente contínua (MCC) consiste em um enrolamento de campo (no estator), que estabelece o fluxo magnético Ф, e um enrolamento de armadura (no rotor). O funcionamento de um motor de corrente contínua está baseado nas forças produzidas da interação entre o campo magnético e a corrente de armadura no rotor, que tendem a mover o condutor num sentido que depende do sentido do campo e da corrente na armadura. O comutador é o conversor mecânico que transfere a energia ao enrolamento do rotor, possibilitando a circulação de corrente alternada no rotor através de uma fonte de corrente contínua. As escovas são compostas de material condutor e deslizam sobre o comutador quando este gira, pressionadas por uma mola, proporcionando a ligação elétrica entre a armadura e o exterior. Figura 3 – Características principais de um Motor CC. Atualmente, o desenvolvimento das técnicas de acionamentos de corrente alternada (CA) e a viabilidade econômica têm favorecido a substituição dos motores de corrente contínua (CC) pelos motores de indução acionados por inversores de freqüência. Apesar disso, devido às suas características e vantagens, que serão analisadas adiante, o motor CC ainda se mostra a melhor opção em inúmeras aplicações, tais como: o Máquinas de Papel; o Bobinadeiras e desbobinadeiras; o Laminadores; o Máquinas de Impressão; o Extrusoras; o Prensas; o Elevadores; o Movimentação e Elevação de Cargas; o Moinhos de rolos; o Indústria de Borracha; o Mesa de testes de motores. 3.3 Princípio do funcionamento de um motor cc Para compreender um motor CC pode-se observar a figura 3 admitindo o sentido do campo magnético da direita para esquerda, podemos deduzir as forças que fazer a bobina girar em um sentido. Admitindo-se o sistema de coordenadas cartesianas, quando a espira se encontrava sobre o plano xOz, pode-se identificar o sentido do campo magnético B(-ax) e o vetor elemento de corrente dado pelo produto da corrente pelo vetor comprimento do campo( IL(-az), IL(az), IL(ax) e IL (-ax). Pela expressão da força sobre uma carga em movimento: Neste caso existem quatro forças atuando sobre a espira, uma para cada lado do quadrilátero, logo temos: Como o produto vetorial entre vetores no mesmo sentido (0º) ou sentido opostos (180º) é zero, tense apenas duas forçãs atuando neste caso: Já em um motor CC, os fios da espira estão ligados a um comutador para que no instante em que o momento magnético se alinhar com o campo a qual a espira está submetida, devido a inércia, o comutador fará com que a corrente mude de sentido após completar meia volta, isto se da devido as escovas deslizantes de polaridades únicas encontradas no motor de corrente contínua, deste modo a espira irá ter duas novas forças, podendo ser encontradas obedecendo o mesmo raciocínio de cima porém em outro sentido, assim a espira não irá parar de girar e o sentido de sua corrente ficará se alternando. Temos que o Torque ou Conjugado para uma única espira (fig. 4) é dado pela expressão: Onde, Ƭ = Torque sofrido pela espira; m = Momento de dipolo magnético; B = Campo magnético externo. Mas Conclui-se então, que para se obter o torque sofridopor uma bobina, basta multiplicar pelo número N de espiras que esta possui. Figura 4 – Torque e forças magnéticas sofridos por uma espira devido a um campo B externo. 4 Procedimentos experimentais No dia 4 de setembro de 2013, foi realizada a experiência de motor de Corrente Continua. Com intuito de analisar o movimento gerado no motor CC em função do fluxo magnético com a corrente continua. Inicialmente foram dadas as devidas instruções aos alunos, bem como uma introdução teórica sobre o assunto. 1º Procedimento - Primeiramente, montou-se o circuito 1 onde se utilizou de 4 bobinas de Helmholtz, interligadas uma na outra através de cabos, conectadas em um fonte CC que forneceu um corrente continua no valor de 3 A. Figura 5 - Representação gráfica do circuito 1. - Em seguida, montou se o circuito 2 com interligações iniciais no varivolt, onde se percorreu uma corrente alternada, no voltímetro, onde se obteve a diferença de potencial igual a 23 V, no disjuntor, no retificador de ondas, onde converte a corrente alternada em continua, e em duas espiras retangulares justapostas uma na outra. Figura 6 - Representação gráfica do circuito 2. - Depois, montou- se o circuito 3 a partir da união do circuito 1 e do circuito 2. Figura 7 - Representação gráfica do circuito 3. - ligou-se o circuito 1, através da fonte cc, em seguida, ligou-se também o disjuntor do circuito 2. 2º Procedimento - Montou-se o circuito 1 através do acoplamento das duas bobinas, de 1200 espiras cada, sobre o suporte de núcleo de ferro (tipo U), interligados na fonte cc, onde se percorreu uma corrente continua. Figura 8 - Representação gráfica do circuito 1 do 2º Procedimento. - já no circuito 2, montou-se com interligações iniciais no varivolt, onde se percorreu outra corrente alternada, no voltímetro, no disjuntor, no retificador de ondas, onde converte a corrente alternada em continua, e finalmente no conjunto motor/gerador elementar Figura 9 - Representação gráfica do circuito 2 do 2º Procedimento. - Depois, montou- se o circuito 3 a partir da união do circuito 1 e do circuito 2. Figura 10 - Representação gráfica do circuito 3 do 2º Procedimento. - Ligou-se o circuito 1, através da fonte cc, em seguida, ligou-se também o disjuntor do circuito 2. 3º Procedimento - No 3º procedimento segui-se o mesmo procedimento de montagem no circuito 2 e 3. Mas com alteração da polaridade no circuito 1, gerando um percurso de corrente contraria ao do 2 procedimento. Figura 11 - Representação gráfica do circuito 1 do 3º Procedimento. 5 Resultados e análises De acordo com o que foi feito no laboratório a primeira parte do experimento a corrente criou um campo magnético nas espiras de Helmholtz, que o olhando de frente ia de direita para esquerda, então quando, e só quando colocamos corrente foi colocada na espira é que a bobina tentou se alinhar e quando isso ocorreu o comutador fez com que a corrente da bobina invertesse, fazendo com que ela buscasse novamente o alinhamento com o campo, isso quer dizer que o momento magnético tentou se alinhar com o campo externo e o comutador quando o momento estava quase para se alinhar com o campo mudasse para o contrário novamente fazendo assim o giro continuar. Antes de começar a segunda parte, teve-se que descobrir se as bobinas que iriam produzir o campo estavam no mesmo sentido ou se elas estavam em sentido opostos, foi testado então com alimentado as bobinas e se puxo a parte móvel do núcleo de ferro para ver se esta sai com facilidade, notou-se que isto, ocorreu então ficou constatado que elas estavam em sentido opostos. Então se alterou a ligação e o mesmo foi feito para ver se estava certo dessa vez quando foi puxada a parte móvel não desgrudou do restante e então ficou evidente que agora as bobinas estavam produzindo fluxo para o mesmo sentido. Na segunda parte do experimento quando utilizamos um motor/gerador com espiras para criar o campo externo com um núcleo de ferro, o mesmo ocorreu quando se alimentou o conjunto do comutador fazendo assim que com que a armadura, ou seja, as espiras que sofreram uma força que fez com que girasse. Houve também um torque antes mesmo da alimentação ao qual é possível de explicação, este giro se chama conjugado de relutância onde o campo magnético gerado pelas bobinas de 600+600 espiras criou e entre a armadura e o núcleo de ferro havia um espaço ao qual a armadura gira o conjugado de relutância tende a diminuir esse espaço que se chama espaço entre ferro e assim produziu um giro sem ao menos ter uma corrente na armadura. Na terceira e ultima parte do experimento foi alterado o sentido do campo das bobinas ao qual fez com que torque mudasse de direção assim como as forças na armadura também invertessem. 6 Conclusão Podemos concluir que toda vez que houver um campo magnético em cima de uma espira e colocarmos corrente sobre essa espira ela criará um momento magnético, e esse momento magnético tentará se alinhar com o campo, desta forma se for colocado um comutador ele fara com que esse momento nunca se alinhe com o campo devido ao funcionamento do mesmo que quando a armadura gira e está chegando com o alinhamento do campo ele inverte esse momento e faz com que o mesmo tente alinhar de novo e a mesma inversão se repete fazendo assim girar sem parar. Também foi possível ver um giro sem mesmo ter uma corrente na armadura o que nos fez perceber que há outro tipo de torque que é o de relutância que nada mais é do que o campo tentando fazer com que o seu caminho tenha o menor espaçamento entre ferro e isto se chama torque de relutância. Além disso, foi possível ver que o sentido de rotação da armadura é de acordo com o sentido do campo, quando invertemos o sentido do campo que estava agindo sobre a espira observamos que ela rodou para o outro lado, assim como quando se inverte a corrente que entra na armadura, que também faz com que a própria armadura rode ao contrário. 7 Referências Bibliográficas HAYT, William H.; BUCK, John A. Eletromagnetismo. 8.ed . Porto Alegre: AMGH, 2013. UTFPR. Acionamentos Industriais: Motores de Corrente Contínua. Disponível em: < http://pessoal.utfpr.edu.br/oliveira/arquivos/MotoresCC.pdf >. Acessado em 12 de set. de 2013. HONDA, Eng. Flavio. Motores de Corrente Contínua: Guia rápido para uma especificação precisa. Disponível em: < http://www.siemens.com.br/medias /FIL ES/29 10_20060505141908.pdf >. Acessado em 12 de set. de 2013.
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