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Teoria do Delito

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Aula 05- Teoria do Delito
O Caráter Fragmentário do Direito Penal:
Apesar da multiplicidade de atos ilícitos, o direito penal trabalha apenas com uma pequena parcela desses atos, ataca os atos que ofendem de forma mais grave o bem jurídico.
Conceito de Crime:
Conceito Material e Formal: Material, o crime pode ser definido como toda ação ou omissão consciente, voluntária e dirigida a uma finalidade, que cria um risco juridicamente proibido e relevante a bens considerados importantes para a paz social. Formal, conduta proibida por lei com ameaça de pena criminal.
Conceito Analítico: Existem diversas doutrinas sobre tal conceito, as mais importantes são: uma diz que o crime é fato típico, antijurídico (ilícito) e culpável, sendo essa a doutrina majoritária conhecida como tripartida, a outra diz que o ilícito é um fato típico e antijurídico, conhecida como teoria bipartida, ainda existe a teoria quadripartida, que diz que o crime é fato típico, antijurídico, culpável e punível. 
Sistemas Penais ou Teorias Penais e os Elementos Constitutivos do Crime:
É um conjunto de teorias intrinsecamente relacionadas, desenvolvidas durante determinado período da evolução dogmática penal.
Sistema Clássico: Sistema oriundo do século XX. Um dos fatos marcantes desse sistema, foi afastar a responsabilidade penal objetiva, já que esses penalistas (Franz Von Liszt, Beling e Radbruch) instituíram o dolo e a culpa como elemento fundamental para o crime, essa doutrina teve grande influência do positivismo jurídico, que estudava apenas o crime, sem interferência de outras ciências, como a sociologia, a filosofia e a psicologia.
O sistema resultou na conjugação de duas importantes teorias, 1- Teoria causal ou naturalista da ação, vê a ação como a inervação muscular, produzida por energias de um impulso cerebral, que provoca modificações no mundo exterior; 2- Teoria psicológica da culpabilidade, é o vínculo psicológico que une o autor ao fato praticado por meio da culpa ou dolo.
Os penalistas clássicos, subdividiam em 2 aspectos, 1- Aspecto objetivo: Antijuridicidade e fato típico; 2- Aspecto subjetivo: Culpabilidade (era visto como vínculo psicológico que une o autor ao fato)
Críticas ao Sistema Clássico: Os autores clássicos acreditavam que a ação e a omissão de um delito era crime, o que foi alvo de muitas críticas no caso da omissão, se questionavam, como o não fazer poder ser considerado crime¿
Os clássicos examinavam apenas a intenção, o dolo do agente no âmbito da culpabilidade, ignorando a verificação da ação deste, algo que é indissociável na prática.
Como consequência da crítica anterior, vamos imaginar que uma pessoa pule um muro e coloque suas mãos sob um bem alheio, como podemos saber se sua intenção era apenas invadir um domicílio ou praticar furto¿ ficava a critério do infrator.
Se atentaram que era indispensável analisar a intenção do sujeito.
RESUMO DO SISTEMA CLÁSSICO:
Sistema Neoclássico: A doutrina alemã reconheceu diversos erros, como os citados acima então foram em busca do aperfeiçoamento da teoria do crime. Reinhard Frank vinculou a culpabilidade a reprovabilidade, ou seja, só poderia ser considerado culpado aquele que tivesse uma conduta reprovada pela sociedade. Por exemplo pessoas que cometem o ilícito, obrigadas, caso não cometam serão mortas, estas não têm reprovabilidade ou seja não são culpadas. 
A teoria de Frank resultou na compreensão de que a culpabilidade deveria estar ligada a exigibilidade de conduta reversa (só age com conduta perversa, comete o ilícito, quem poderia ter se comportado de outra forma).
Deveria também se relacionar com a culpa ou dolo e imputabilidade (antes vista como pressuposto da culpabilidade, passa agora a ser considerada seu elemento). 
Em resumo, de acordo com a teoria de Frank, denominada “psicológico- normativa da culpabilidade” ou “normativa da culpabilidade”, uma das bases do sistema neoclássico, a culpabilidade tem os seguintes elementos: a) imputabilidade; b) dolo ou culpa; c) exigibilidade de conduta diversa.
RESUMO DO SISTEMA NEOCLÁSSICO:
Sistema Finalista: Hans Welzel percebe que cada pessoa deve ter o conhecimento de causa e efeito de seus atos, sendo responsáveis por suas atitudes, devendo ser observado a intenção do autor. O penalista mencionado, passou a sustentar que o dolo ou culpa deveriam fazer parte do fato típico e não da culpabilidade.
Welzel notou que o dolo deve possuir apenas dois elementos: consciência e vontade.
A consciência da ilicitude deve ser retirada do dolo e mantida na culpabilidade,
Mas não como consciência atual (individual), e sim como consciência potencial da ilicitude.
As ideias desse autor resultaram em duas novas teorias: teoria finalista da ação e teoria normativa pura da culpabilidade, os pilares do sistema finalista.
Teoria Finalista da Ação: Diz que o homem tem conhecimentos de causa e efeito, nos casos típicos, no caso de crime culposo, são considerados atípicos, EXP: Gestante que ingere remédio abortivo sem saber, não responderá criminalmente por aborto, no sistema clássico a gestante seria denunciada.
Graças à teoria finalista, foi possível diferenciar um fato típico de crime doloso e outro de crime culposo (afinal, o dolo e a culpa saíram da culpabilidade e se agregaram ao fato típico, ao lado da conduta, que pode ser dolosa ou culposa).
CULPABILIDADE: A retirada do dolo e da culpa promoveu a reestruturação, passando ela a conter os seguintes elementos: a) Imputabilidade; b) Exigibilidade de conduta diversa; c) potencial consciência da ilicitude.
TEORIA SOCIAL DA AÇÃO: É enquadrado dentro do sistema finalista e não ganhou muitos adeptos, pois acreditam que uma conduta socialmente aceita é irrelevante no âmbito penal, ou seja, nessa teoria o costume revoga a norma
Sistema Funcionalista: Essa concepção é denominada funcionalismo, isto é, a tese segundo a qual a dogmática deve ser interpretada à luz da função do direito penal. No seu contexto é que se deu o desenvolvimento da teoria da imputação objetiva: A imputação objetiva, ao considerar a ação típica uma realização de um risco permitido dentro do alcance do tipo, estrutura o ilícito à luz da função do direito penal. 
Imputação Objetiva: sustenta que um resultado só pode ser atribuído a quem realizou um comportamento gerador de um risco relevante e proibido, que se produziu neste resultado. (Criador Claus Roxin)
A relação de imputação objetiva constitui elemento do fato típico (elemento normativo implícito), cuja função é servir como critério limitador à relação de causalidade material. Serve para barrar aquelas situações injustas, em que a aplicação rigorosa da teoria da equivalência dos antecedentes conduz a soluções absurdas.
Substituição da Relação de causalidade material: Roxin, procura uma teoria cabível a crimes materiais, para o autor, a imputação objetiva dev
e substituir o dogma da causalidade, que restringiria o alcance do nexo causal, sendo contrariado por Jakobs, que diz que a causalidade física não deve ser abandonada, deve servir de freio para imputação objetiva.
Parece-nos que, em face de nosso ordenamento jurídico, notadamente por conta do art. 13, caput, do CP, deve-se preferir a concepção de Jakobs.
INSUFICIÊNCIA DAS TEORIAS TRADICIONAIS: A preocupação central da teoria é identificar os critérios jurídicos para que alguém possa ser considerado o responsável por determinado resultado jurídico, não do ponto de vista meramente causal (relação causa-efeito), mas sob um aspecto valorativo, vale dizer, quando é justo considerar alguém como o verdadeiro responsável por determinada lesão ou ameaça de lesão a algum bem jurídico.
Criação de um risco relevante e proibido:
Para que exista imputação objetiva o agente tem de produzir (ou aumentar) um risco relevante e proibido, caso contrário (i. e., riscos irrelevantes, permitidos ou diminuídos), ter-se-á um fato penalmente atípico.
Riscos irrelevantes: Os riscos gerais da vida são irrelevantes penalmente. Quem se aproveitade tais riscos não pode ser considerado como responsável pelo resultado. Este não será obra sua, mas desses riscos gerais da vida (ex.: aquele que instiga alguém a praticar um esporte radical ou a fazer uma viagem de carro numa estrada perigosa não pode ser responsabilizado pela morte da pessoa, ainda que tenha desejado esse resultado).
Riscos Permitidos: A criação de riscos permitidos afasta a imputação objetiva do resultado (e, como consequência, a responsabilidade penal). Por exemplo os riscos autorizados em face de sua utilidade social, como o decorrente tráfego de automóveis, também se entendem por risco permitido as situações às quais se aplica o princípio da confiança
Criação de um risco proibido e relevante no resultado:
Quando houver a criação de um risco relevante e proibido, será preciso verificar se ele efetivamente se produziu no resultado, a fim de que este possa ser imputável objetivamente ao autor.
Causas Imprevisíveis: Não se pode imputar alguém por um resultado no qual o autor não tem controle. EXP: Se uma vítima de atropelamento vier a óbito causado por um incêndio no hospital, o motorista não será responsabilizado.
Riscos que não tiveram nenhuma influência no resultado: Não deve ser imputado, aquele que, independentemente de sua ação cause um resultado prejudicial a terceiros. EXP: Um funcionário, sem usar os equipamentos de proteção, contrai uma infecção em ambiente de trabalho, porém mesmo estando com os equipamentos tal infecção teria o atingido. 
Resultados não compreendidos no fim de proteção da norma:
Para que haja imputação objetiva, será preciso que o agente tenha produzido um resultado compreendido dentro do fim de proteção da norma. Exemplo: há uma norma que exige dos ciclistas, durante à noite, que se utilizem de um farol. Essa norma tem como finalidade evitar acidentes pessoais. Se dois ciclistas andam com farol apagado, e o que vai à frente é abalroado por um caminhão, não se pode imputar esse resultado ao outro ciclista, ainda que se demonstrasse que o fato de ele ter utilizado o farol evitaria a morte do ciclista que seguia à frente. A norma de proteção visa evitar acidentes pessoais, e não de terceiros.
Risco Compreendido no Alcance do Tipo
Em termos de crimes dolosos, há três hipóteses em que se aplica:
a) Autocolocação dolosa em perigo:
A vítima que se coloca dolosamente numa situação de perigo exclui, com essa atitude, a responsabilidade de terceiros pelas lesões que vier a sofrer. Exemplo: a pessoa que pratica contato sexual desprotegida com um portador do vírus HIV, ciente dessa circunstância, afasta a responsabilidade do parceiro decorrente do contágio venéreo.
b) Heterocolocação consentida em perigo
A mesma solução se aplica quando a vítima consente em que outrem a coloque numa situação de perigo, como no caso de quem pede carona a um motorista visivelmente embriagado, vindo a ferir-se num acidente automobilístico.
c) Responsabilidade de terceiros:
A responsabilidade de terceiros no resultado afasta a imputação objetiva de quem deu início ao processo causal. É o caso do erro médico. Para Roxin, quando o erro substitui o perigo gerado, só o médico responde pelo resultado (ex.: a morte do paciente por choque anafilático afasta a responsabilidade pelo óbito de quem havia lesionado o falecido). Quando, por outro lado, o erro não impede a realização do resultado, é preciso distinguir se o médico agiu com culpa leve (hipótese em que haverá responsabilidade do médico e da pessoa que havia provocado as lesões no falecido) ou culpa grave (só o médico responde).

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