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FRANÇOIS QUESNAY, A FISIOCRACIA E O TABLEAU ÉCONOMIQUE 
 
 
Os Fisiocratas: grupo de reformadores sociais franceses, 
discípulos intelectuais de François Quesnay (1694-1774). 
 
 
Entendendo a FISIOCRACIA: 
 
‰ Reação contra o mercantilismo colbertista, que, segundo Roberto 
Campos, “tanto amordaçara a economia francesa no reinado de Luís 
XV”: desenvolvimento com a industrialização forçada, às expensas da 
agricultura. 
‰ Queriam reformar a França, que passava por desordens econômicas e 
sociais, causadas principalmente por uma combinação heterogênea das 
piores características do feudalismo e do capitalismo comercial, a saber: 
ƒ A tributação estava desordenada e era ineficiente, opressiva e 
injusta; 
ƒ A agricultura ainda usava a tecnologia feudal, feita em pequena 
escala, ineficiente, e continuava sendo uma fonte de poder feudal 
que inibia o avanço do capitalismo; 
ƒ O governo era responsável por um emaranhado extra-
ordinariamente complexo de tarifas, restrições, subsídios e 
privilégios nas áreas da indústria e do comércio. 
� tudo isso resultava em um CAOS social e econômico, que 
culminou com a Revolução Francesa. 
‰ Ingênua ênfase à AGRICULTURA, como a única atividade “produtiva”. 
‰ Carreira meteórica, porém curta. Schumpeter: “inexistia em 1750, 
tornou-se a grande moda entre 1760 e 1770, para eclipsar-se em 1780”. 
‰ Contribuições germinais e duradouras (um de seus grandes 
reabilitadores foi Marx, em meados do século XIX). 
‰ Líder: Quesnay, sem dúvida. 
‰ Melhores formuladores: Marquês de Mirabeau (Tableau Économique 
avec sés explications, 1760) e Dupont de Nemours (a quem se atribui a 
expressão Physiocracie) 
 
Influências recebidas: 
 
‰ Uma certa inveja da “Revolução Agrícola” inglesa, que lograra 
aglomerar minifúndios, racionalizar a tributação e liberar o comércio de 
restrições mercantilistas (coisas que muito empobreceram a agricultura 
sob o colbertismo de Luís XIV). 
‰ O cientificismo (veja-se a mini-biografia de Quesnay). 
 
Quesnay – mini-biografia: 
 
‰ Médico renomado, da corte de Luis XV desde 1748, procurou criar uma 
Ciência Econômica à semelhança das Ciências Naturais; 
‰ Para ele, a economia se reduzia a números, nada teria a ver com 
questões morais, e sendo independente do processo histórico humano; 
‰ Considera como naturais: o direito à vida com liberdade e o direito à 
propriedade sem restrições; 
‰ Proprietário de terras, volta sua atenção aos problemas agrícolas; 
‰ Depois de alguns ensaios, lança em 1758 o célebre Tableau 
Économique, uma simples folha impressa na gráfica real: mas era a 
primeira sistematização do encadeamento dos fatos econômicos, 
mostrando como ocorre a circulação da renda entre as atividades, a 
partir da agricultura; 
 
“Tentei construir um quadro fundamental da ordem econômica, 
para nele representar as despesas e o produto numa forma fácil de 
aprender e para formar uma clara opinião sobre os arranjos e 
desarranjos que o Governo pode ocasionar”. 
(Carta de Quesnay ao Marquês de Mirabeau) 
 
Críticas: 
 
‰ A Fisiocracia não percebera que a vantagem da Inglaterra foi justamente 
a diversificação econômica, melhor aparelhamento comercial e, 
sobretudo, fabril; 
François Quesnay e a Fisiocracia – HPE – Esquemas de Aula 2
‰ Smith observaria a função das manufaturas no alargamento dos 
mercados; 
‰ Hume enfatizaria o papel estimulante do mercado industrial para o 
desenvolvimento agrícola. 
 
Méritos de Quesnay e da Fisiocracia: 
 
‰ Afirmação da interdependência e circularidade dos fatos econômicos; 
‰ Alguns atribuem ao formato em “zigue-zague” do Tableau uma antevisão 
do multiplicador keynesiano; 
‰ Segundo Marx, tais seriam os méritos: 
ƒ Primeira sistematização do processo de reprodução capitalista; 
ƒ A descrição da produção do capital como reprodução, 
ensaiando-se uma descrição dos sucessivos passos de geração da 
renda, circulação monetária e trocas entre os estratos econômicos; 
ƒ A busca da origem do excedente ou da mais-valia; 
‰ Paralelo entre Quesnay e Ricardo: para o primeiro, o excedente 
agrícola possibilita a condução das atividades estéreis do setor não-
agrícola; para o segundo, a eficiência da agricultura condiciona toda a 
economia, inclusive o fundo de salários e os insumos; 
‰ A consideração do capital como uma série de “adiantamentos”: os 
avances premieres e os avances anuelles, como “capital fixo” e “capital 
de giro”. 
Influência dos Fisiocratas: 
• Durou cerca de duas décadas, como na afirmação de Schumpeter, e 
terminou quando seu membro politicamente mais influente, Turgot, 
perdeu seu cargo de controlador geral das finanças, em 1776. 
 
ANÁLISE DO QUADRO ECONÔMICO: 
 
Citação de Sócrates (Xenofonte): 
“Quando a agricultura prospera, todas as outras artes florescem com ela; 
mas quando se abandona o cultivo da terra, por qualquer razão que seja, 
François Quesnay e a Fisiocracia – HPE – Esquemas de Aula 3
todos os outros trabalhos, em terra ou no mar, desaparecem ao mesmo 
tempo”. 
 
A NAÇÃO SE REDUZ A ESTAS TRÊS CLASSES DE CIDADÃOS: 
 
a) a CLASSE PRODUTIVA: 
 
‰ “a que faz renascer as riquezas anuais da nação”, efetua os 
adiantamentos das despesas com os trabalhos da agricultura e 
paga anualmente as rendas dos proprietários de terras; 
 
b) a CLASSE DOS PROPRIETÁRIOS: 
 
‰ o soberano, os possuidores de terras e os dizimeiros: “esta 
classe subsiste pela renda ou produto líquido do cultivo da 
terra, que lhe é pago anualmente pela classe produtiva, depois 
que esta descontou, da reprodução que faz renascer a cada ano, 
as riquezas para o reembolso de seus adiantamentos anuais e à 
manutenção de suas riquezas de exploração”. 
c) a CLASSE ESTÉRIL: 
 
‰ todos os cidadãos ocupados em outros serviços e trabalhos 
que não a agricultura, e cujas despesas são pagas pela classe 
dos proprietários, os quais, por sua vez, tiram suas rendas da 
classe produtiva. 
Suposição: 
Um reino cujo território, com a mais desenvolvida 
agricultura, proporcionasse todos os anos uma reprodução 
no valor de 5 bilhões. 
Além disso: 
ƒ preços constantes; 
ƒ livre concorrência comercial; 
ƒ total segurança da propriedade das riquezas de 
exploração da agricultura. 
 
François Quesnay e a Fisiocracia – HPE – Esquemas de Aula 4
REFLEXÕES DE QUESNAY SOBRE O QUADRO: 
 
Com relação à CLASSE ESTÉRIL: 
 
™ Como se vê, os adiantamentos da classe estéril nada produzem; “ela os 
gasta, eles lhes são devolvidos e permanecem sempre em reserva de 
ano para ano”; 
™ As vendas da CLASSE ESTÉRIL resultaram em 2 bilhões, dos quais 1 
bilhão é despendido na subsistência dos agentes que compõem esta 
classe; 
™ Logo, não há reprodução, mas sim consumo ou absorção de produtos e 
isso porque esta classe subsiste apenas com o pagamento sucessivo da 
retribuição devida a seu trabalho; 
™ O outro bilhão é reservado à reposição dos adiantamentos anuais desta 
classe. 
 
Com relação à CLASSE PRODUTIVA: 
 
™ Há um fundo anual de 3 bilhões nas mãos da classe produtiva. 
™ 2 bilhões {ouvrage (manufaturas) e alimentos} são utilizados no trabalho direto 
da reprodução dos 5 bilhões “que esta classe faz renascer anualmente para restituir e 
perpetuar as despesas que desaparecem pelo consumo”; 
™ o outro 1 bilhão é retirado das vendas desta mesma classe e destinado aos “juros” 
dos adiantamentos de sua implantação (avances premières). 
François Quesnay e a Fisiocracia – HPE – Esquemas de Aula 5

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