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I. A Riqueza das nações (1776) 
 
1. A Divisão do Trabalho (cap. I) 
 
“Em toda sociedade desenvolvida, o agricultor geralmente é apenas 
agricultor, e o operário de indústria somente isso. Também o trabalho que 
é necessário para fabricar um produto completo quase sempre é dividido 
entre grande número de operários”. (p. 66-67) 
 
 
Conceito: 
 
• redução progressiva do número das diversas operações produtivas levadas 
a cabo por um único trabalhador, conduzindo à especialização máxima – 
uma operação! 
• mas essa redução também se verifica na divisão técnica do trabalho 
global. 
 
Razões pelas quais a divisão do trabalho determina um aumento da 
capacidade produtiva do próprio trabalho: 
 
1ª) Aumento da habilidade (destreza) do trabalhador, pois pode dedicar-se 
cada vez mais a menos funções (operações). 
 
2ª) Quanto menor o número de operações realizadas, menor a perda de 
tempo consumido na passagem de uma tarefa a outra. 
 
“É impossível passar com muita rapidez de um tipo de trabalho para 
outro, porque este é executado em lugar diferente e com 
ferramentas muito diversas. Um tecelão do campo, que cultiva uma 
pequena propriedade, é obrigado a gastar bastante tempo em 
passar do seu tear para o campo, e do campo para o tear. Se os 
dois trabalhos puderem ser executados no mesmo local, certamente 
ESQUEMAS DE AULA – PROF. ÉDIL GUEDES – HPE – ADAM SMITH 1 
a perda de tempo é muito menor. Mas, mesmo nesse caso, ela 
ainda é muito considerável. Geralmente, uma pessoa se 
desconcerta um pouco ao passar de um tipo de trabalho para 
outro. Ao começar o novo trabalho, raramente ela se dedica logo 
com entusiasmo; sua cabeça ‘está em outra’, como se diz, e, 
durante algum tempo ela mais flana do que trabalha seriamente. O 
hábito de vadiar e de aplicar-se ao trabalho indolente e 
descuidadamente adquiridos naturalmente — e quase 
necessariamente — por todo trabalhador do campo que é obrigado 
a mudar de trabalho e de ferramentas a cada meia hora e a fazer 
vinte trabalhos diferentes a cada dia, durante a vida toda, quase 
sempre o torna indolente e preguiçoso, além de fazê-lo incapaz de 
aplicar-se com intensidade, mesmo nas ocasiões de maior urgência. 
Independentemente, portanto, de sua deficiência no tocante à 
destreza ou rapidez, essa razão é suficiente para reduzir sempre e 
consideravelmente a quantidade de trabalho que ele é capaz de 
levar a cabo”. (p. 68-69) 
 
 
3ª) Quanto mais confinada e ligada a atividade a operações particulares, 
determinadas, tanto mais fácil a invenção de máquinas que ensejam ao 
trabalho maior produtividade. 
 
 “As pessoas têm muito maior probabilidade de descobrir com maior 
facilidade e rapidez métodos para atingir um objetivo quando toda 
a sua atenção está dirigida para esse objeto único, do que quando 
a mente se ocupa com uma grande variedade de coisas. Mas, em 
conseqüência da divisão do trabalho, toda a atenção de uma 
pessoa é naturalmente dirigida para um único objeto muito simples. 
Eis por que é natural podermos esperar que uma ou outra das 
pessoas ocupadas em cada setor de trabalho específico logo 
ESQUEMAS DE AULA – PROF. ÉDIL GUEDES – HPE – ADAM SMITH 2 
acabe descobrindo métodos mais fáceis e mais rápidos de executar 
seu trabalho específico, sempre que a natureza do trabalho 
comporte tal melhoria. Grande parte das máquinas utilizadas nas 
manufaturas em que o trabalho está mais subdividido constituiu 
originalmente invenções de operários comuns, os quais, com 
naturalidade, se preocuparam em concentrar sua atenção na 
procura de métodos para executar sua função com maior 
facilidade e rapidez, estando cada um deles empregado em 
alguma operação muito simples. Quem quer que esteja habituado a 
visitar tais manufaturas deve ter visto muitas vezes máquinas 
excelentes que eram invenção desses operários, a fim de facilitar e 
apressar a sua própria tarefa no trabalho. Nas primeiras bombas de 
incêndio um rapaz estava constantemente entretido em abrir e 
fechar alternadamente a comunicação existente entre a caldeira e 
o cilindro, conforme o pistão subia ou descia. Um desses rapazes, 
que gostava de brincar com seus companheiros, observou que, 
puxando com um barbante a partir da alavanca da válvula que 
abria essa comunicação com um outro componente da máquina, a 
válvula poderia abrir e fechar sem ajuda dele, deixando-o livre para 
divertir-se com seus colegas. Assim, um dos maiores 
aperfeiçoamentos introduzidos nessa máquina, desde que ela foi 
inventada, foi descoberto por um rapaz que queria poupar-se no 
próprio trabalho. 
Contudo, nem todos os aperfeiçoamentos introduzidos em máquinas 
representam invenções por parte daqueles que utilizavam essas 
máquinas. Muitos deles foram efetuados pelo engenho dos 
fabricantes das máquinas, quando a fabricação de máquinas 
passou a constituir uma profissão específica; alguns desses 
aperfeiçoamentos foram obra de pessoas denominadas filósofos ou 
ESQUEMAS DE AULA – PROF. ÉDIL GUEDES – HPE – ADAM SMITH 3 
pesquisadores, cujo ofício não é fazer as coisas, mas observar cada 
coisa, e que, por essa razão, muitas vezes são capazes de combinar 
entre si as forças e poderes dos objetos mais distantes e diferentes. 
Com o progresso da sociedade, a filosofia ou pesquisa torna-se, 
como qualquer ofício, a ocupação principal ou exclusiva de uma 
categoria específica de pessoas. Como qualquer outro ofício, 
também esse está subdividido em grande número de setores ou 
áreas diferentes, cada uma das quais oferece trabalho a uma 
categoria especial de filósofos; e essa subdivisão do trabalho 
filosófico, da mesma forma como em qualquer outra ocupação, 
melhora e aperfeiçoa a destreza e proporciona economia de 
tempo. Cada indivíduo torna-se mais hábil em seu setor específico, o 
volume de trabalho produzido é maior, aumentando também 
consideravelmente o cabedal científico”. (p. 69-70) 
 
O resultado geral: 
 
• A multiplicação das atividades e da produção – o bem-estar 
coletivo. 
 
É a grande multiplicação das produções de todos os diversos ofícios 
— multiplicação essa decorrente da divisão do trabalho — que gera, 
em uma sociedade B E M D I R I G I D A , aquela riqueza universal 
que se estende até as camadas mais baixas do povo. Cada 
trabalhador tem para vender uma grande quantidade do seu 
próprio trabalho, além daquela de que ele mesmo necessita; e pelo 
fato de todos os outros trabalhadores estarem exatamente na 
mesma situação, pode ele trocar grande parte de seus próprios bens 
por uma grande quantidade, ou — o que é a mesma coisa — pelo 
preço de grande quantidade de bens desses outros. Fornece-lhes 
em abundância aquilo de que carecem, e estes, por sua vez, com a 
ESQUEMAS DE AULA – PROF. ÉDIL GUEDES – HPE – ADAM SMITH 4 
mesma abundância, lhe fornecem aquilo de que ele necessita; 
assim é que em todas as camadas da sociedade se difunde uma 
abundância geral de bens. 
 
• Maior integração social: 
 
O casaco de lã, por exemplo, que o trabalhador usa para 
agasalhar-se, por mais rude que seja é o produto do trabalho 
conjugado de uma grande multidão de trabalhadores. O pastor, o 
selecionador de lã, o cardador, o tintureiro, o fiandeiro, o tecelão, o 
pisoeiro, o confeccionador de roupas, além de muitos outros, todos 
eles precisam contribuir com suas profissões específicas para fabricar 
esse produto tão comum de uso diário. 
 
• O outro lado: 
 
Com o avanço da divisão do trabalho, a ocupação da maior parte 
daqueles que vivem do trabalho, isto é, da maioria da população, 
acaba restringindo-se a algumas operações extremamente simples, 
muitas vezes a uma ou duas. Ora, a compreensão da maiorparte 
das pessoas é formada pelas suas ocupações normais. O homem 
que gasta toda sua vida executando algumas operações simples, 
cujos efeitos também são, talvez, sempre os mesmos ou mais ou 
menos os mesmos, não tem nenhuma oportunidade para exercitar 
sua compreensão ou para exercer seu espírito inventivo no sentido 
de encontrar meios para eliminar dificuldades que nunca ocorrem. 
Ele perde naturalmente o hábito de fazer isso, tornando-se 
geralmente tão embotado e ignorante quanto o possa ser uma 
criatura humana. O entorpecimento de sua mente o torna não 
somente incapaz de saborear ou ter alguma participação em toda 
conversação racional, mas também de conceber algum sentimento 
ESQUEMAS DE AULA – PROF. ÉDIL GUEDES – HPE – ADAM SMITH 5 
generoso, nobre ou terno, e, conseqüentemente, de formar algum 
julgamento justo até mesmo acerca de muitas das obrigações 
normais da vida privada. Ele é totalmente incapaz de formar juízo 
sobre os grandes e vastos interesses de seu país; e, a menos que se 
tenha empreendido um esforço inaudito para transformá-lo, é 
igualmente incapaz de defender seu país na guerra. A uniformidade 
de sua vida estagnada naturalmente corrompe a coragem de seu 
espírito, fazendo-o olhar com horror a vida irregular, incerta e cheia 
de aventuras de um soldado. Esse tipo de vida corrompe até mesmo 
sua atividade corporal, tornando-o incapaz de utilizar sua força física 
com vigor e perseverança em alguma ocupação que não aquela 
para a qual foi criado. Assim, a habilidade que ele adquiriu em sua 
ocupação específica parece ter sido adquirida à custa de suas 
virtudes intelectuais, sociais e marciais. Ora, em toda sociedade 
evoluída e civilizada, este é o estado em que inevitavelmente caem 
os trabalhadores pobres — isto é, a grande massa da população — 
A MENOS QUE O GOVERNO TOME ALGUMAS PROVIDÊNCIAS PARA IMPEDIR QUE TAL 
ACONTEÇA. (Vol II, LIVRO QUINTO — A Receita do Soberano ou do 
Estado, CAP. I — Os Gastos do Soberano ou do Estado, PARTE 
TERCEIRA - OS GASTOS COM AS OBRAS E AS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS, 
Artigo II — Os gastos das instituições para a educação da juventude, 
p. 243) 
ESQUEMAS DE AULA – PROF. ÉDIL GUEDES – HPE – ADAM SMITH 6 
2. Origens da divisão do trabalho (cap. II) 
 
 
PRINCÍPIO FUNDANTE: “Ela é a conseqüência necessária, embora muito lenta e 
gradual, de uma certa tendência ou propensão existente na natureza humana 
que não tem em vista essa utilidade extensa [a geração dessa riqueza (opulence) 
geral], ou seja: a propensão a intercambiar, permutar ou trocar uma coisa pela 
outra”. (p. 73) 
 
Então: 
 
‰ NÃO é fruto de uma SABEDORIA HUMANA que visasse a essa opulência geral, a 
essa utilidade extensiva; 
‰ trata-se de uma condição natural que se vai, no tempo, efetivando; ou, 
em outras palavras, de uma natureza em-si (potentia) que é cada vez mais 
para-si (actus); 
‰ não resulta de uma diversidade natural de talento, pois que, ao contrário, 
todos os homens nascem iguais; inversamente, essa diversidade de talentos 
é ela própria fruto da divisão do trabalho mesma (ver p. 75); 
‰ “é uma conseqüência necessária das faculdades da razão e da fala” (p. 
73) D necessidade inata “de persuadir” D tendência inata ao “comércio 
espiritual” e ao “comércio das idéias” 
‰ não é fruto de uma sabedoria que surgisse do nada, de uma RAZÃO 
EXTERIOR, mas, pode afirmar- se, esse processo de ampliação da 
prosperidade geral pela difusão do intercâmbio “decorre da racionalidade 
da natureza humana, ou seja, do fato de que o homem, na medida em 
que se acha dotado de uma razão que ele pode expressar aos demais 
através da palavra, pode realizar plenamente sua própria natureza 
unicamente ao submeter cada atividade que desempenhe à lei da 
comunicação e da troca” (C. Napoleoni, pp. 51-52) “Numa sociedade 
civilizada, o homem a todo momento necessita da ajuda e da 
cooperação de grandes multidões, e sua vida inteira mal seria suficiente 
para conquistar a amizade de algumas pessoas” (ver resto: A. Smith, RN, p. 
74) 
‰ a visão de Smith é OTIMISTA: não uma natureza essencialmente 
desagregadora como em Hobbes, mas uma natureza que tende à 
integração recíproca. 
‰ A mesma propensão que gera a diferença de talentos faz com que a 
diferença seja útil (ver pp. 75-76) 
ESQUEMAS DE AULA – PROF. ÉDIL GUEDES – HPE – ADAM SMITH 7 
 
2.1.2. A divisão do trabalho limitada pela extensão do mercado (cap. III) 
 
PROPOSIÇÃO FUNDAMENTAL: “Como é o poder de troca que leva à divisão do 
trabalho, assim a extensão dessa divisão deve ser sempre limitada pela extensão 
desse poder, ou, em outros termos, pela extensão do mercado” (p. 77) 
 
 
Propensão à troca D natural 
Poder de troca D sociedade 
 
 
A natureza tende à integração recíproca, mas — tanto em Smith 
como, mais ainda, em Ricardo — começa a tomada de 
consciência de que no campo da História, das instituições 
historicamente determinadas, há problemas complexos quanto 
à realização dessa tendência. 
 
 
 
‰ o mercado reduzido não estimula a especialização, pois a parcela 
excedente de sua produção (que ultrapassa os limites de seu 
consumo pessoal) não terá como trocar-se em grande medida. 
 
 (associação da extensão dos mercados ao acesso ao mar e à navegação) 
 
 
 
2.2. A origem e o uso do dinheiro (cap. IV) 
 
 
Divisão do trabalho D economia de subsistência é residual D generalização da troca: 
 
 
“Todo homem vive por meio da troca, ou se torna em certa medida um 
comerciante, e toda a sociedade transforma-se no que é propriamente uma 
SOCIEDADE COMERCIAL” (p. 81) 
 
ESQUEMAS DE AULA – PROF. ÉDIL GUEDES – HPE – ADAM SMITH 8 
Empecilhos no início da divisão do trabalho: 
‰ o excedente de um indivíduo pode não corresponder às necessidades do outro e 
vice-versa; ou apenas pode ser uma VERDADE UNILATERAL: um tem o que o outro 
precisa, mas não o contrário; e isso pode dar-se em cadeia (exemplo dos 
comerciantes açougueiro, cervejeiro e padeiro). 
‰ como a troca é uma RELAÇÃO DUAL, diminui, por isso, em todos a possibilidade de se 
ajudarem. 
‰ assim, o ideal é que todos os comerciantes, uma vez já adotada a divisão do 
trabalho, prudentemente, tivessem “além dos produtos diretos de seu próprio 
trabalho, uma certa quantidade de alguma(s) outra(s) mercadoria(s) — 
mercadoria ou mercadorias tais que, em seu entender, poucas pessoas 
recusariam receber em troca de seus próprios trabalhos” (p. 82). Exemplos de 
Smith: 
 
gado (antiguidade – Grécia); sal (Abissínia); conchas (Índia); bacalhau seco (Terra 
Nova); fumo (Virgínia); açúcar (colônias inglesas no Oeste da Índia); peles ou 
couros preparados; pregos etc. 
 
‰ mas, tendencialmente, a função de instrumento de troca atribui-se universal e 
historicamente aos metais. 
‰ vantagens dos metais: 
o CONSERVAÇÃO: não perdem valor; difícil outro bem menos perecível. 
o DIVISIBILIDADE: sem perda alguma, em qualquer número de partes D os 
fragmentos perdidos recuperam-se por fusão. 
‰ Dificuldades: 
o No caso do ouro, a pesagem requer a exatidão necessária, as diferenças 
de quantidade pequenas representam uma grande diferença no valor dos 
metais preciosos. 
Surge a instituição do DINHEIRO CUNHADO ou moeda. Gravação 
oficial: meio de garantir oficialmente a quantidade e a qualidade 
uniformes dos metais-dinheiro. 
‰ Depois: diminuição do valor (peso) original D dívidas dos governos etc. Fraude D 
redistribuição do valor. 
 MONTANTE NOMINAL DE MOEDA X EXPRESSÃO REAL DE VALOR 
 
ESQUEMAS DE AULA – PROF. ÉDIL GUEDES – HPE – ADAM SMITH 9 
3. A teoria smithiana do valor (caps. V a VII) 
 
3.1. Preço real e preço nominal 
 
O que é o valor de uma mercadoria? 
 
“O valor de qualquer mercadoria, para a pessoaque a possui, mas não 
tenciona usá-la ou consumi-la ela própria, senão trocá-la por outros bens, 
é igual à quantidade de trabalho que essa mercadoria lhe dá condições 
de comprar ou comandar”. (p. 87) 
 
O valor é o “preço real” de cada coisa: 
 
“O preço real de cada coisa — ou seja, o que ela custa à pessoa que 
deseja adquiri-la — é o trabalho e o incômodo que custa a sua aquisição. 
O valor real de cada coisa, para a pessoa que a adquiriu e deseja vendê-
la ou trocá-la por qualquer outra coisa, é o trabalho e o incômodo que a 
pessoa pode poupar a si mesma e pode impor a outros”. (p. 87) 
 
Aqui surge a definição do valor como trabalho comandado. O trabalho 
incorporado à mercadoria que eu possuo e quero trocar é o fundamento 
da relação de valor, mas não é a definição do valor. Trata-se de uma 
analogia de proporcionalidade: 
 
“O que é comprado com dinheiro ou com bens, é adquirido pelo trabalho, 
tanto quanto aquilo que adquirimos com o nosso próprio trabalho. Aquele 
dinheiro ou aqueles bens na realidade nos poupam este trabalho. Eles 
contêm o valor de uma certa quantidade de trabalho que permutamos por 
aquilo que, na ocasião, supomos conter o valor de uma quantidade igual. 
O trabalho foi o primeiro preço, o dinheiro de compra original que foi pago 
por todas as coisas”. (p. 87) 
ESQUEMAS DE AULA – PROF. ÉDIL GUEDES – HPE – ADAM SMITH 10 
 
Cálculo da proporção: 
 
• Diferentes tipos de trabalho: não é só a quantidade de trabalho que 
vai determinar a proporção, mas também os diferentes graus de 
dificuldade e de engenho. 
• Difícil encontrar um critério exato: ajuste pela pechincha (higgling) e 
pelo regateiro (bargaining) do mercado: igualdade aproximativa. 
 
Sobre o preço em dinheiro e a necessidade de uma medida precisa: 
 
• O dinheiro (ouro e prata) é uma mercadoria: seu preço varia. 
• Abundância ou escassez das minas (que eventualmente se 
conhecem) ⇒ mais ou menos trabalho para trazer esses metais das 
minas para o mercado: maior ou menor a quantidade de trabalho 
que eles (os metais) permitem comprar ou comandar. 
• Uma mercadoria cujo valor muda constantemente jamais pode ser 
uma medida exata do valor de outras mercadorias. 
 
O trabalho como medida invariável: 
 
“...quantidades iguais de trabalho têm valor igual para o trabalhador, sempre e 
em toda parte. Estando o trabalhador em seu estado normal de saúde, vigor e 
disposição, e no grau normal de sua habilidade e destreza, ele deverá aplicar 
sempre o mesmo contingente de seu desembaraço, de sua liberdade e de sua 
felicidade. O preço que ele paga deve ser sempre o mesmo, qualquer que seja a 
quantidade de bens que receba em troca de seu trabalho. Sempre e em toda 
parte valeu este princípio: é caro o que é difícil de se conseguir, ou aquilo que 
custa muito trabalho para adquirir, e é barato aquilo que pode ser conseguido 
facilmente ou com muito pouco trabalho”. (p. 89) 
 
ESQUEMAS DE AULA – PROF. ÉDIL GUEDES – HPE – ADAM SMITH 11 
 
Observações: 
• É o preço desses bens que varia, não o valor do trabalho que os 
compra. 
• Noção de trabalho médio. Não é clara, entretanto, a identificação 
desse trabalho médio a um tempo socialmente necessário, nas 
condições de produção dadas, para a produção das mercadorias. 
• O mesmo preço nominal às vezes tem valores muito diferentes: Smith 
aqui pretende dizer que a expressão quantitativa (monetária) de 
valor não diz o quantum de trabalho, de riqueza, se obtém ou se 
dispende. 
• Smith também ironiza a diminuição da quantidade de metal puro 
contido nas moedas pelos Estados para mostrar a perda de valor 
real na mesma expressão nominal monetária. 
• O valor do trigo varia pouco no longo prazo, mas muito no curto 
prazo; com o da prata ocorre o inverso. 
 
3.1. Fatores que compõem o preço das mercadorias (cap. VI) 
 
Sociedades primitivas: 
 
• O trabalho é a única medida. 
• Padrão de troca: “a proporção entre as quantidades de trabalho 
necessárias para adquirir os diversos objetos”. 
• Quantidades iguais de trabalho, considerando-se a sua qualidade 
(dificuldade, destreza e engenho). 
• A quantidade de trabalho normalmente empregada em adquirir ou 
produzir uma mercadoria regula o valor de troca, ou seja, a 
capacidade de comprar ou comandar uma determinada 
quantidade de trabalho (que pode expressar-se em mercadorias). 
 
Depois da acumulação do capital (os meios de produção) nas mãos de 
pessoas particulares, as coisas se modificam: 
 
“No momento em que o patrimônio ou capital se acumulou nas mãos de pessoas 
particulares, algumas delas naturalmente empregarão esse capital para 
ESQUEMAS DE AULA – PROF. ÉDIL GUEDES – HPE – ADAM SMITH 12 
contratar pessoas laboriosas, fornecendo-lhes matérias-primas e subsistência a fim 
de auferir lucro com a venda do trabalho dessas pessoas ou com aquilo que este 
trabalho acrescenta ao valor desses materiais”. (p. 102) 
 
O que é o lucro então? 
 
... o valor que os trabalhadores acrescentam aos materiais desdobra-se, pois, em 
duas partes ou componentes, sendo que a primeira paga os salários dos 
trabalhadores, e a outra, os lucros do empresário, por todo o capital e os salários 
que ele adianta no negócio (p. 102). 
 
Mas os lucros são regidos por outra lógica, que não a do tempo de 
trabalho: 
 
... o empresário não poderia ter interesse algum em empregar um patrimônio 
maior, em lugar de um menor, caso seus lucros não tivessem alguma proporção 
com a extensão do patrimônio investido (p. 102). 
 
Seriam eles algo como uma remuneração de um outro tipo de trabalho? 
 
Poder-se-ia talvez pensar que os lucros do patrimônio não passam de uma 
designação diferente para os salários de um tipo especial de trabalho, isto é, o 
trabalho de inspecionar e dirigir a empresa. No entanto, trata-se de duas coisas 
bem diferentes; o lucro é regulado por princípios totalmente distintos, não tendo 
nenhuma proporção com a quantidade, a dureza ou o engenho desse suposto 
trabalho de inspecionar e dirigir. 
 
Em cada setor ou ramo da produção, a concorrência (para baixo) e a 
busca de lucros máximos tenderiam a criar uma situação em que a 
proporcionalidade universal se estabelecesse: a mesma taxa de lucro. 
ESQUEMAS DE AULA – PROF. ÉDIL GUEDES – HPE – ADAM SMITH 13 
Com a renda da terra, dá-se mais ou menos o mesmo. Smith fala 
novamente de uma dedução de parcela do produto do trabalho, com 
ironia: 
“No momento em que toda a terra de um país se tornou propriedade privada, os 
donos das terras, como quaisquer outras pessoas, gostam de colher onde nunca 
semearam [“love to reap where they never sowed”], exigindo uma renda, mesmo 
pelos produtos naturais da terra. A madeira da floresta, o capim do campo e 
todos os frutos da terra, os quais, quando a terra era comum a todos, custavam 
ao trabalhador apenas o trabalho de apanhá-los, a partir dessa nova situação 
têm o seu preço onerado por algo mais, inclusive para o trabalhador. Ele passa a 
ter que pagar pela permissão de apanhar esses bens, e deve dar ao proprietário 
da terra uma parte daquilo que o seu trabalho colhe ou produz”. (p. 103) 
 
Apenas estes três componentes determinam o preço das mercadorias. 
Exemplos de Smith sobre a existência virtual inalienável destes três 
componentes: 
• O manufator independente: 
 
Um manufator independente, que tem capital suficiente tanto para comprar 
materiais como para manter-se até poder levar seu produto ao mercado, deve 
ganhar tanto os salários de um trabalhador contratado por um patrão quanto o 
lucro que o patrão realiza pela venda do produto do trabalhador. E no entanto, 
tudo o que esse manufator independente ganha é geralmente chamado de 
lucro; também nesse caso,os salários são confundidos com o lucro. (p. 106) 
 
• O horticultor proprietário: 
 
Um horticultor que cultiva pessoalmente sua própria horta desempenha ao 
mesmo tempo três funções: proprietário da terra, responsável direto pela 
exploração da terra e trabalhador. Conseqüentemente, seu produto deve pagar-
ESQUEMAS DE AULA – PROF. ÉDIL GUEDES – HPE – ADAM SMITH 14 
lhe a renda que cabe ao primeiro, o lucro que cabe ao segundo e os salários que 
cabem ao terceiro. No entanto, comumente tudo é considerado como proventos 
de seu trabalho. Nesse caso, tanto a renda da terra como o lucro são 
confundidos com os salários. (p. 106) 
 
ESQUEMAS DE AULA – PROF. ÉDIL GUEDES – HPE – ADAM SMITH 15

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