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Aula 7 O Viver e Fazer de um Povo

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Aula 7: O Viver e Fazer de um Povo-hist. E geog.
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1. Demonstrar que não existem diferenças entre os termos cultura e civilização;
2. compreender que os preconceitos culturais são tão fortes que até se confundem por vezes com diferenças biológicas ou raciais;
3. identificar as duas principais características da cultura brasileira;
4. destacar a importância do convívio da produção cultural popular com a produção cultural erudita no cotidiano da sociedade brasileira;
5. verificar a importância de se trabalhar a questão indígena de modo mais reflexivo e menos exótico;
6. reconhecer a necessidade de se analisar os diversos itens culturais dos indígenas para bem caracterizá-los.
 Tópico 1 - Cultura e Civilização: preconceito racial e cultural
O termo “cultura”, em seu sentido antropológico, significa o conjunto das criações, materiais ou não, de um povo ou grupo social. É, portanto, um conceito neutro, despido de sentido valorativo. Nesse sentido, ele corresponderia exatamente ao termo “civilização”.
Mas, infelizmente, o que se constata na maioria dos trabalhos dos historiadores do mundo ocidental e, sobretudo, nos livros didáticos , é uma diferenciação entre os dois termos: aplica-se a palavra cultura aos grupos sem escrita, ditos “primitivos” e o termo “civilização” aos povos de cultura mais complexa, já possuidores de escrita e de um tipo de organização mais elaborado.
Raramente vemos nos livros, por exemplo, a expressão ”civilização indígena” ou “cultura europeia” , o que demonstra uma diferenciação preconceituosa estabelecida entre povos sem escrita, ditos sem civilização ou sem história e os que possuem as três. 
“Na verdade, não existem povos sem história ou povos infantis. Todos são adultos, mesmo os que não conservaram o diário de sua infância ou adolescência” 
 Claude Lévi-Strauss
É antiga essa atitude de discriminar as culturas ou povos, diferentes de um certo modelo.
A antiguidade denominava tudo o que não participava da cultura greco-romana com o nome de “bárbaro”. A civilização ocidental, em seguida, utilizou o termo “selvagem”, no mesmo sentido.
Nos dois casos existe a recusa de admitir o próprio fato da diversidade cultural, lançando do lado de fora tudo o que não se harmoniza com os padrões sob os quais se vive.
“Modos selvagens”, “parece primitivo”, “programa de índio” são expressões que ouvimos e até empregamos no cotidiano para discriminar alguma atitude que condenamos.
Ao inferiorizar “selvagens”, ou “bárbaros”, apenas estamos tomando atitudes típicas: “o bárbaro é, em primeiro lugar, aquele que acredita na barbárie”. 
 Claude Lévi-Strauss
Esse conjunto de preconceitos se origina do etnocentrismo, ou seja, a atitude que cada povo tem de se achar melhor do que os que dele diferem.
Os preconceitos culturais são tão fortes que até se confundem por vezes com diferenças biológicas ou raciais.
Isso provoca a situação de colocar os preconceitos racial e cultural  de mãos dadas, e não nos damos conta de que estamos sendo claramente preconceituosos quando falamos, por exemplo, das contribuições do índio, do negro e do branco na formação da cultura brasileira.
Falar de contribuição de etnias à civilização é surpreendente quando queremos justamente acabar com o preconceito racial. Seria supor que os grandes grupos étnicos que compõem a humanidade deram contribuições específicas ao patrimônio comum, ignorando-se que essas “contribuições” são muito mais frutos de fatores sociológicos, geográficos e históricos do que de raciais. Segundo Claude Lévi-Strauss “nada, no estado atual da ciência, permite afirmar a superioridade ou inferioridade intelectual de um povo em relação a outro”.
O trato de problemas relativos à diversidade cultural constitui um desafio, na medida em que somente uma atitude neutra e não valorativa pode deixar a criança à vontade para elaborar seu próprio julgamento de si e dos outros. Não se trata de não avaliar padrões culturais, mas avaliá-los sem estabelecer “a priori” um modelo como certo e os demais como errados.
 
 Fonte: Adaptação do cap.3 - Estudos Sociais –Teoria e Prática Ed Access
Há quem confunda o processo de globalização surgido neste fim de século com o direito de propor a diluição e a pasteurização de expressões culturais ancestrais. Há quem confunda a dinâmica das identidades culturais com o espaço necessário para, aproveitando essa velocidade, nivelar tudo e todos.
E, diante do grande perigo da imposição de um só modelo cultural, diante do auge das propostas de massificação, de uniformização das expressões artísticas, o que surge, reforçada e espontânea, é a reafirmação das identidades culturais dos povos. É como se, para participar de algo coletivo, fortalecesse o individual. O antídoto que é, ao mesmo tempo, impulso.
Tratar de criar barreiras para que se neutralize o perigo de as relações entre países ignorarem tudo que não diga respeito direto às relações comerciais é, mais do que nunca, uma medida essencial. Fala-se a cada instante de integração de economias, de abertura aos capitais apátridas, silenciando sobre o alvo final, o sujeito desse processo: o indivíduo de cada país, seu povo. Nada melhor, para diluir identidades, que eliminá-las, transformando o indivíduo em receptador (e, na quase totalidade das vezes, em vítima) do resultado de um processo capaz de transformar a humanidade em uma só massa.
Existe a inegável necessidade de inserir os países, sobretudo aqueles que se encontram nas periferias dos grandes centros econômicos, em um cenário mais amplo. 0 mapa global, que antes sabia identificar o que era o Terceiro Mundo, é agora dividido em novas nomenclaturas para as mesmas categorias. Países subdesenvolvidos passaram a ser países em desenvolvimento e agora se chamam emergentes. Mudam os termos, não a essência, não as necessidades - a não ser, é claro, seu agravamento.
Para quem crê que um país é algo mais do que um amontoado de gráficos e perspectivas de negócio, a melhor defesa contra esse risco é buscar cada vez mais estabelecer a cultura como peça-chave no relacionamento entre as nações.
Não se pode negar que, no ritmo vertiginoso de nossos tempos, aos países do Sul, como o Brasil, não resta outra saída a não ser encontrar e assegurar espaço próprio no mapa do mundo. E é precisamente nessa hora que o relacionamento no campo das artes e da cultura deve ser priorizado. Ao menos, é claro, que se queira transformar países e gente em produtos expostos em prateleiras de supermercados planetários.
O Brasil é um país cuja cultura tem várias características, sendo que ao menos duas delas são essenciais: a diversidade Se explica pelas múltiplas raízes que formaram o povo brasileiro. 
Embora na maioria das vezes nós mesmos não reconheçamos este fato, somos, na verdade, um exemplo nítido da gente desta região vasta e única chamada América Latina: filhos de muitos pais, de muitas mães e de uma só terra.e a dinâmica.
No emaranhado da formação da cultura brasileira - vale dizer, da identidade brasileira, soma de muitas identidades isoladas - existem fortes raízes indígenas, africanas, europeias, e mais recentemente, árabes e asiáticas.
Elas, em seu conjunto, fizeram de nós um povo que soube reunir muitas vozes, muitas faces, muitas cores, em uma só alma.
E é essa a alma que os brasileiros expressam através de sua arte, de sua cultura.
Na América Latina, somente outros dois países - México e Cuba - apresentam uma diversidade cultural de raízes tão amplas e profundas como a do Brasil.
0 Brasil nasceudessa diversidade, dessa cultura múltipla, e a partir delas construiu sua identidade.
As expressões de nossa cultura mostram que pode e deve existir uma variedade enorme de linguagens para descrever um mundo, capaz de torná-lo, ao mesmo tempo, único e múltiplo.
Nosso país é um exemplo claro e inegável desse mundo.
A segunda característica essencial da cultura brasileira é o seu dinamismo.
Partindo dessa diversidade, dessa cultura múltipla, o povo brasileiro sempre soube renovar sua expressão, com grande agilidade e em alta velocidade, sem jamais perder suas tantas raízes.
E o resultado é termos hoje, como sempre, uma cultura aberta, que recebe e assimila influências sem perder em nenhum momento seu eixo, seu tônus vital.
Essa enorme capacidade de assimilação faz com que, em nossa cultura, exista uma forma pessoal, digamos assim, de se expressar. Recebemos as influências, as elaboramos, e logo as devolvemos.
Exemplo: o barroco brasileiro. Trata-se talvez da primeira expressão de uma arte brasileira, considerando-se como ponto de partida  a chegada dos portugueses, há cinco séculos.
Outro exemplo de nossos dias e bastante citado, tão evidente  é a Bossa Nova. Trata-se, evidentemente, de um ritmo musical brasileiro reelaborado com fortes influências do jazz norte-americano.
0 samba renovado, enriquecido dessas influências, acabou transformado em outra coisa, e terminou sendo influência fundamental para a renovação do próprio jazz, graças às inovações rítmicas, harmônicas e melódicas.
É possível ainda perceber claramente esta linguagem local, essa voz brasileira, em todas as expressões das artes, mesmo daquelas que nos chegaram já delineadas e supostamente prontas - da pintura modernista ao rock, do cinema ao balé, da literatura à música sinfônica.
Assim, vamos enriquecendo ainda mais a diversidade que nos moldou. A facilidade da cultura brasileira em dialogar com outras culturas, enriquecendo-se e enriquecendo-as, é evidente.
Nosso barroco nasce, desde logo, do barroco trazido de Portugal, que tem diferenças do espanhol, e assim por diante. Ocorre que em nenhum outro lugar da América Latina será possível encontrar os traços deste barroco. Mais do que qualquer outro país latino-
-americano de colonização espanhola, soubemos traduzir em linguagem própria essa influência fundamental e comum a todos. A própria origem lusitana está sensivelmente diluída, ou seja: recebemos, assimilamos, adaptamos, devolvemos.
O Brasil tem uma cultura de fortes e profundas raízes populares, que convive e muitas vezes interage com uma cultura que os estudiosos chamam de “ superior”, mais sofisticada, ao menos na teoria.
É importante recordar que mesmo essa cultura guarda uma forte e nítida influencia das raízes populares das quais está impregnada. 
Basta observar a literatura de João Guimarães Rosa, ou a música de Heitor Villa Lobos, para ficarmos em duas obviedades.
São expressões de uma arte altamente elaborada, mas que em nenhum momento deixa de mostrar um mergulho profundo na alma do Brasil- ou seja, em suas raízes mais autenticas.
Dentro da expressão das artes, normalmente classificada como “popular”, os exemplos de sofisticação, elaboração e refinamento, também são comuns. É só observar a música de Pixinguinha ou de Ernesto Nazareth , para ficarmos em apenas dois exemplos.
São poucos os países nos quais, de maneira tão clara como no Brasil, a arte mostra o que se vê e o que não se vê, mas existe, e é palpável. As expressões de nossa cultura, das nossas artes abrem espaços para a compreensão da realidade, para sua interpretação.
As artes brasileiras souberam e sabem "antecipar um mundo a ser conquistado, um mundo possível, enquanto desafiam a ordem estabelecida", como quis o escritor uruguaio Eduardo Galeano ao falar da literatura latino-americana contemporânea.
A imaginação criadora do povo brasileiro, que explode na obra de nossos artistas, revela a nossa verdadeira face. Nossa memória coletiva, nosso imaginário, as dores e derrotas, as alegrias e as conquistas, as pequenas vinganças contra o dia a dia feito de distâncias e injustiças, as fontes de nossa esperança: tudo isso está nas canções e nas pinturas, nas danças e nas histórias elaboradas e inventadas ao longo dos tempos.
Dessa forma, no resultado dessa força de criação que o povo brasileiro expressa através de seus artistas, está a nossa verdadeira cara, a síntese mais esclarecedora da nossa verdadeira identidade.
Nas artes brasileiras fica nítido que revelar a realidade não significa copiá-la. Somos - vale repetir - um povo latino-americano. Portanto, vivemos uma realidade muito mais mágica e delirante que a mais imaginativa das imaginações de qualquer artista.
Em nosso país, ao longo dos tempos, a imaginação abriu portas para que pudéssemos compreender essa realidade, e muitas vezes, pressentiu as transformações que viriam - para o bem e para o mal. Ao interpretar a realidade, ao ajudar-nos a redescobrir essa realidade, a arte nos ajuda a conhecê-la. E conhecer, reconhecer a realidade é o primeiro passo para começar a mudá-la.
“Na história do ser humano não existe nenhuma experiência de mudança social que não tenha se desenvolvido a partir de um aprofundamento da consciência da realidade", também afirma Eduardo Galeano. E nisso as artes brasileiras tiveram e têm uma contribuição evidente e fundamental. Basta observarmos a música popular ao longo deste século - para ficarmos, agora, em apenas um exemplo.
Há algumas outras características que é preciso mencionar. Primeiro, a extensão territorial brasileira. Como propôs certa vez o mestre Antônio Cândido, o Brasil, com sua extensão e sua diversidade cultural, bem poderia conformar uma espécie de luso-américa, em comparação com a América hispânica.
Entre um gaúcho do Rio Grande do Sul e um habitante do Pará existem tantas semelhanças e tantas diferenças como as que encontramos entre um uruguaio e um hondurenho, entre um chileno e um mexicano. Portanto, se existe - e certamente existe - alguma unidade cultural na América Latina como um todo, no Brasil ela também se dá, a partir de uma diversidade importante.
Claro que a própria história e o desenvolvimento do Brasil como Estado, como nação, contribuíram para que essa unidade existisse justamente a partir (e não apesar) da diversidade. Mas também deve ficar claro que os brasileiros têm plena noção dessa diversidade, e que dela nasceu a nossa identidade - rica, variada, múltipla e única. Essa é a identidade que devemos revelar ao mundo. E, para isso, o trabalho do Estado pode - e deve - contribuir de maneira cabal.
É comum notarmos, sobretudo nas colônias mais recentes, chegadas ao Brasil ao longo dos últimos cem anos, que seus integrantes, mesmo procurando preservar suas raízes culturais originais, sentem-se e definem-se como brasileiros. E o resto da sociedade os considera da mesma forma - mesmo quando os abriga sob denominações genéricas que muitas vezes são equivocadas.
A grande colônia de polacos do Paraná é, na verdade, formada em sua imensa maioria pelos cerca de 800 mil habitantes cuja origem é a Ucrânia; ou os turcos, que se espalham por todo o território nacional, e que na verdade são, em sua imensa maioria, libaneses e sírios.
Em uma cidade como São Paulo, que concentra colônias poderosas de descendentes de italianos e japoneses, ocorre esse fenômeno de maneira bastante nítida: enquanto preservam boa parte de seus costumes (de suas raízes culturais, de sua identidade), esses descendentes integram-se - e integram, agregam as suas raízes - na sociedade brasileira. Ninguém é definido, no Brasil, como "ítalo-
-brasileiro", ou como "germano-brasileiro". Podem ser tratados como “italiano", "japonês", "turco" ou "polaco", mas serão sempre considerados brasileiros - e assim se consideram.
É importante notar ainda - e esta é outra das características fundamentais da cultura brasileira - que a enorme capacidade de assimilação cultural de nosso povo fez com que, no campo das artes, nos tornássemos exatamente aquiloque na estrutura social e econômica não conseguimos ser até hoje: um país efetivamente democrático. A sociedade brasileira continua sendo desigual, segregadora, injusta.
A cultura brasileira inclui, assimila, elimina diferenças, dá voz aos que não têm voz. Somos uma sociedade excludente. Temos uma cultura inclusiva. Nada, nas nossas artes, na nossa cultura, segrega. Nas artes, os brasileiros sentem que é real e possível o que o cotidiano muitas vezes lhes nega, ou aquilo que o sistema nega a cada instante às grandes maiorias: "a certeza de que somos todos feitos dos muitos barros de uma mesma terra múltipla e única“.
Erro de português
Quando o português chegou 
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio. 
Que pena! 
Fosse uma manhã de sol
O índio teria despido 
O português.
(Oswald de Andrade, 1925)
Até hoje, nas escolas, o tratamento dado aos índios não é feito de modo correto. Vê-lo como um indivíduo diferente e exótico, lembrar dele somente na comemoração das datas cívicas, enfeitar os alunos com peninhas e riscos nos rostos é, no mínimo, desrespeitoso e antiético.
“Falar do índio é abordar, com seriedade, os problemas que ele vem enfrentando em sua trajetória. É falar das precárias condições em que vivem, é falar da dizimação que seu povo vem sofrendo, é falar da luta pela demarcação de suas terras...”
 Série XII Ensino Fundamental Programa 28 Programa Um Salto para o Futuro
A colonização do Brasil deu início a um sistemático processo de genocídio dos índios brasileiros, que passam a ser perseguidos, expulsos de suas terras, escravizados e mortos sem resistir. Além disso, foram dizimados por doenças transmitidas pelos colonizadores, contra as quais seu organismo não tinha defesas. Com o extermínio de povos inteiros, suas culturas e idiomas foram perdidos definitivamente. 
Calcula-se que, quando os portugueses apontaram nestas terras, os indígenas somavam cerca de 4 milhões de pessoas. Hoje, depois de cinco séculos, a população indígena contém aproximadamente 400 mil pessoas.
Desde a década de 1980, porém, a população indígena tem crescido sem cessar. Esse processo foi impulsionado, em primeiro lugar, pela organização dos indígenas, que têm reivindicado seus direitos de forma ostensiva.
A Constituição brasileira reconhece aos índios “os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam”. Eles são usufrutuários. Desse modo, as terras indígenas são patrimônio da União, à qual compete demarcá-las e protegê-las. 
O desrespeito inicial sofrido pelos indígenas ainda continua: perseguição pelos fazendeiros, empresas de madeiras e mineradoras que tentam explorar as riquezas minerais e florestais de seus territórios.
Ao longo do século XX, os irmãos Vilas Boas( Orlando, Cláudio e Leonardo) criaram o Parque Nacional do Xingu, no norte do Mato Grosso, onde vivem vários grupos, conservando sua cultura e modo de vida. 
Outro fato importante  nesse período foi a criação da FUNAI (Fundação Nacional do Índio) que hoje funciona com a gestão participativa do índio.
Ao longo do século XX, os irmãos Vilas Boas( Orlando, Cláudio e Leonardo) criaram o Parque Nacional do Xingu, no norte do Mato Grosso, onde vivem vários grupos, conservando sua cultura e modo de vida. 
Outro fato importante  nesse período foi a criação da FUNAI (Fundação Nacional do Índio) que hoje funciona com a gestão participativa do índio.
Segundo a FUNAI há atualmente 215 diferentes sociedades indígenas, que somam uma população superior a 345 mil pessoas, com 180 línguas. Porém, se lembrarmos que na época do descobrimento eram faladas pelo menos 1300 línguas, veremos que esse número representa uma perda irreparável.
Mesmo assim, a cultura indígena é marcante em nosso cotidiano: palavras de origem tupi (Pacaembu, Morumbi, Itatiba etc.), uso de ervas medicinais, a culinária ( milho e da mandioca), e hábitos como o gostar de tomar banho etc.
Para trazer toda essa problemática para a sala de aula é importante o uso de vários recursos: notícias de jornal, filmes, trazer as lendas e histórias indígenas para ler com os alunos, visitar museus, fazer entrevistas com antropólogos... etc.

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