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O milagre econômico brasileiro

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Aula 7: O “Milagre econômico brasileiro” (1967-1973) 
Lago (1989) “A retomada do crescimento e as distorções do ‘milagre’: 1967-1973”. 
I. CONTEXTO HISTÓRICO 
A) QUADRO POLÍTICO: 1968: março, explosão bomba consulado dos EUA/SP (um 
ferido grave); morre estudante e protestos, Rio; abril, greve em MG; maio, greves em São 
Bernardo e Osasco (SP); junho, ‘Passeata Cem Mil’ Rio; explosão bomba QG do Exercito em SP 
(morre um soldado); julho, atentados direita teatros Rio/SP; setembro, discurso deputado 
Marcio Moreira Alves (MDB) vinculando Exército à tortura; outubro, Congresso UNE/SP 
(presos 920 estudantes); novembro, atentados terroristas continuam. 
(13) Ato Institucional no. 5, fechamento Congresso e suspensão garantias 
constitucionais, centenas pessoas presas (JK, Lacerda, Caetano e Gil); começa censura 
imprensa (permanece até inicio de 1975); 1969: janeiro, cassados 39 parlamentares, 3 
ministros do STF e 1 do STM; agosto, Costa e Silva sofre isquemia cerebral, assume Junta 
Militar no lugar do vice-presidente Pedro Aleixo; setembro, sequestro embaixador EUA (troca 
por 15 presos, entre eles José Dirceu); AIs-12, 13 e 14 instituem penas de banimento e de 
morte e prisão perpétua (todo cidadão perigoso à segurança nacional); outubro, Congresso 
reaberto, eleição Presidente General Médici; 
1970: março, sequestro cônsul japonês em SP (troca 5 presos); junho, sequestro 
embaixador Alemanha (troca 40 presos); novembro, eleições legislativas, ARENA 2/3 da 
Câmara; dezembro, sequestro embaixador suíço (troca 70 presos); 1971: fevereiro, deputado 
Ulisses Guimarães eleito presidente MDB; dezembro, Médici nos EUA, Nixon “para onde o 
Brasil for, irá o resto da América Latina”; 1972: janeiro, Exercito descobre guerrilha Araguaia; 
abril, campanha militar contra guerrilha Araguaia; maio, Emenda Constitucional no. 2, 
regulando eleições diretas governadores; outubro de 1974; agosto, censura proíbe notícias 
sobre sucessão presidencial; 1973: junho, Médici indica general Geisel para sucessor; 
dezembro, eliminada guerrilha Araguaia. 
 
B) QUADRO ECONÔMICO: 
 PIB IND INFL. BAL.COM. C/C DÍV.EXT 
 % % % US$ mil. US$mil US$bil 
1968 9,8 14,2 25,49 26,0 (508,0) 3,8 
1969 9,5 11,2 19,31 378,0 (281,0) 4,3 
1970 10,4 11,9 19,27 232,0 (562,0) 5,3 
1971 11,3 11,9 19,46 (341,0) (1.037,0) 6,6 
1972 12,1 14,0 15,70 (244,0) (1.489,0) 9,5 
1973 14,0 16,6 15,57 7,0 (1.688,0) 12,6 
 
II. DOIS SUB-PERÍODOS: 
A) março 67/agosto 69 - Marechal Costa e Silva – Delfim Neto (Fazenda) e Hélio 
Beltrão (Planejamento) 
B) outubro 69/março 73 - General Emilio G. Médici – Delfim Neto (Fazenda) e João 
Paulo R. Velloso (Planejamento). 
III. META PRINCIPAL: CRESCIMENTO PARA LEGITIMAR O REGIME MILITAR 
IV. CARACTERÍSTICA BÁSICA: MUDANÇA NO DIAGNÓSTICO DOS PROBLEMAS DA 
ECONOMIA (também mudança na linha militar – “tropa x intelectuais” - 
e dos tecnocratas no comando da economia). 
DIVERGÊNCIAS SOBRE AS CAUSAS DA INFLAÇÃO: DEMANDA OU CUSTOS. 
A. Diagnóstico de Campos/Bulhões: i. Problema básico – Inflação; ii. Problemas 
decorrentes: Estagnação e Desequilíbrio Externo; iii. Causas da Inflação: Inflação de Demanda - 
sancionada pela expansão monetária, embora considerassem também alguns elementos de 
“custos”, como salários, mas cuja pressão se fazia via demanda agregada. 
B. Diagnóstico de Delfim Neto: i. Causas da Inflação - pressões sobre o nível de preços 
com origem em custos (em grande parte gerados pela crise de estabilização, tais como o custo 
do crédito e a inflação corretiva); ii. Solução: crescimento com “controle de preços” (trade-off) 
– compatibilizar queda no ritmo de aumento dos preços com taxas acentuadas de crescimento 
e emprego. 
V. MUDANÇA DE ÊNFASE EXPLICITADA NAS DIRETRIZES DO GOVERNO E NO 
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO (PED) 
Objetivos fundamentais: 
a)ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO (fortalecimento da empresa privada e ampliação 
do mercado interno, visando a sustentação da demanda de bens de consumo, especialmente 
duráveis). 
b) CONTENÇÃO DA INFLAÇÃO (estabilização gradual, mas sem metas específicas). 
ESTRATÉGIA: crescimento com aumento de investimentos, redução do papel do setor público, 
incentivos ao comércio exterior, aumento de empregos e objetivos sociais. 
VI. EXECUÇÃO DA POLÍTICA ECONÔMICA – muito facilitada pelo saneamento das 
finanças públicas na administração Campos/Bulhões e pelas condições de liquidez da 
economia mundial: 
a) Política Monetária - "flexível e gradualmente expansionista”, com redução taxa de 
juros; 
b) Política de Crédito – expansionista, para o consumo (crédito ao consumidor -CDC) 
e agricultura; 
1967 marca o ponto de inflexão da política monetária, que se tornou expansiva, após 
forte restrição da liquidez em 1966. Para compensar os possíveis efeitos da expansão 
monetária sobre a inflação, foram instituídos controles de preços. 
c) Controle de Preços- inicialmente CONEP (caráter voluntário); depois, em 1967, CIP 
– Conselho Interministerial de Preços (controle compulsório); 
d) Política Fiscal – também "flexível" e gradualmente expansionista, com incentivos 
fiscais e juros subsidiados; crescente financiamento do déficit público através da emissão de 
títulos, mantendo elevado o nível de dispêndio (especialmente para investimentos em 
infraestrutura); 
e) Política Cambial e de Comércio Exterior- introdução das minidesvalorizações 
cambiais (1968), incentivando aumento das exportações; 
f) Política de Investimentos - empréstimos externos e investimento direto; ação do 
BNDE também para setor privado; extensão da correção monetária aos vários instrumentos 
financeiros da economia (inicialmente apenas títulos e financiamento habitacional) 
g) Política Salarial – preocupação com custos manteve formula anterior, mas atenuando os 
efeitos negativos sobre o salário real (expandindo demanda); 
VII. RESUMO DA ESTRATÉGIA ADOTADA – “a equipe de Delfim aproveitou o espaço criado pela 
administração anterior e utilizou os instrumentos de política econômica disponíveis para 
estimular abertamente o crescimento econômico. Mas todas as declarações em favor do 
desenvolvimento do setor privado e da livre operação do mercado contrastavam com a 
proliferação de incentivos, subsídios ou isenções específicos, que tornavam o papel do 
governo extremamente importante para viabilizar certas operações do setor privado”. (Correa 
do Lago ). 
VIII. RESULTADOS ALCANÇADOS 
1. PIB –crescimento acelerado (em grande parte viabilizado pelo setor externo – 
disponibilidade de liquidez a juros baixos, aliada à “boa vontade” dos EUA, além da posição 
favorável dos ‘termos de troca’ diante do aumento dos preços das ‘commodities’ exportáveis e 
expansão do comercio internacional). Taxa Média, crescimento real 1968/1973 de 11,1%; 
2. INFLAÇÃO – redução, mas fortemente induzida pelo controle de preços. Taxa 
Média, 1968/1973 18,2% (IPC-RJ/FGV) 
Quatro fatores atuaram diretamente sobre os custos de produção: a) capacidade 
ociosa herdada do período anterior; b) controle direto sobre preços industriais e juros; c) 
política salarial (apesar de atenuada), houve queda salário real; d) política agrícola (subsídios e 
isenções fiscais para compra fertilizantes e tratores) expandindo produção. 
3. POLÍTICA MONETÁRIA E CREDITÍCIA 
a) DIVERSIFICAÇÃO DE HAVERES FINANCEIROS – com correção monetária e de 
instrumentos financeiros com rendimentos pré-fixados, embutindo uma expectativa de 
inflação, mudança de comportamento dos poupadores (redirecionamento de suas aplicações 
para haveres não monetários: poupança, depósitos à prazo, letras de câmbio, letras 
imobiliárias, títulos dadívida pública federal, estadual e municipal). Consequência: FORTE 
EXPANSÃO DE MOEDA INDEXADA. 
b) OPERAÇÕES DE "OPEN-MARKET" - passaram a ser efetuadas a partir de 1967, 
quando o BACEN passou a vender ORTNs ao sistema bancário com cláusula de recompra, uma 
vez decorridos 30 dias da emissão. "Por esse processo, os bancos puderam aplicar seus 
excedentes de encaixe em títulos rentáveis, os quais eram revendidos ao BACEN ou ao 
mercado, no momento em que os bancos tivessem necessidade de expandir os seus 
empréstimos". “A política de “mercado aberto” foi facilitada, a partir de 70, pela criação das 
LTNs, títulos de curto prazo (máximo um ano), com tipo de rendimento mais adequado para 
operações de mercado aberto e sem vinculação com a geração de recursos para cobrir déficits 
orçamentários do governo federal.” 
4. POLÍTICA DE JUROS E PROCESSO DE CONCENTRAÇÃO BANCÁRIA: 
Política de Juros - i) controle direto das taxas através da fixação de taxas máximas de 
aplicação e captação; ii) incentivos aos bancos comerciais (através da manipulação dos 
coeficientes e da composição dos depósitos compulsórios e de uma redução gradual do custo 
do redesconto) "em troca" de uma contenção dos níveis de juros dos empréstimos; iii) taxas de 
juros dos empréstimos oficiais (subsidiada) como instrumento de incentivo a setores 
específicos (podendo ser negativas em termos reais). 
Concentração Bancária - noção generalizada que sistema bancário era bastante 
ineficiente. 
Concentração promovida de forma ativa, através de vantagens fiscais às fusões e 
incorporações (1971), beneficiando a formação de conglomerados (incluindo instituições não 
financeiras). 
5. MERCADO ACIONÁRIO COMO FONTE DE FINANCIAMENTO DE LONGO PRAZO 
IX. POLÍTICA FISCAL 
a) Redução do Déficit Público (Reforma Tributária quase toda ‘baixada’ por decreto-
lei, usando as prerrogativas do AI-5), mas com grande renúncia fiscal através de incentivos 
fiscais; 
b) ORÇAMENTO FISCAL COM SUPERÁVIT, MAS ORÇAMENTO MONETÁRIO COM 
DÉFICIT (JUROS + CM da DÍVIDA + CRÉDITO SUBSIDIADO) - CONFUSÃO NAS CONTAS FISCAIS, 
principalmente em função da "CAIXA PRETA" DO BACEN (Orçamento Monetário); 
X. FINANÇAS ESTADUAIS E MUNICIPAIS E POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL 
a) 1967/1973 finanças dos estados e municípios subordinadas e controladas pelo 
governo federal (Constituição de 67), como forma de controlar os governadores (eleitos de 
forma indireta); 
b) Proliferação de Incentivos Fiscais: Regiões (nordeste, norte, centro-oeste) e 
setores (Exportação, Agricultura, Industria, Pesca, Reflorestamento); 
c) "BRASIL GRANDE" – PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO NACIONAL, principal obra: 
Rodovia Transamazônica, Ponte Rio-Niteroi (69/74); 
XI. CRESCIMENTO DAS ESTATAIS E PARTICIPAÇÃO DO ESTADO 
a) Proliferação de empresas federais, estaduais e municipais; 
b) Criação “Holdings Setoriais”, as “BRAS” (SIDERBRÁS, ELETROBRÁS, TELEBRÁS); 
c) Fontes de Financiamento – além do Tesouro, recursos externos (explicando parte 
do aumento da dívida externa); 
d) Observação Síntese: “Como supridor de crédito e de subsídios e demandante de 
bens, o Estado podia intervir ativamente na economia, o que ocorreu de forma permanente 
entre 1967 e 1973, sem que se possa falar de um agravamento do ‘grau de estatização' da 
economia, e sim de um forte centralismo na condução da economia. Acentuava-se, porém, a 
dependência do setor privado nos subsídios governamentais, notadamente, no caso dos 
setores exportador e agrícola, que permaneceriam um fator duradouro de expansão 
monetária, enquanto o esforço de investimentos das estatais, ao exigir recursos externos em 
volume crescente, iniciava um processo de endividamento para com o exterior que se 
agravaria em anos futuros.” (Correa do Lago) 
XII. SETOR EXTERNO 
1 Forte expansão das Políticas ; 
2. Causas: a) Medidas Econômicas - política cambial, política de incentivos à 
exportação; 
b) Fatores Exógenos – forte crescimento da economia mundial, evolução favorável 
dos termos de troca, crescente liquidez no mercado internacional de capitais; 
c) Instrumentos - CONCEX (68), Trading Companies (72), BEFIEX (72); 
d) Observação Fundamental: i. “As políticas cambial e de comércio exterior 
implementadas no período foram claramente bem sucedidas no sentido de aumentar as 
exportações do país e a sua capacidade de importar, contribuindo direta e indiretamente para 
o crescimento da indústria e do produto como um todo”. (Correa do Lago). 
e) Escalada do Endividamento Externo e Acumulação de Reservas: “Não caracterizou, 
necessariamente, um caso de crescimento liderado por dívida externa, mas estava lançado o 
processo de aumento de participação dos empréstimos a taxas de juros flutuantes no total dos 
empréstimos externos e da redução das taxas concessionais, fixas, dos organismos 
internacionais, que teriam efeitos dramáticos no final da década de 70”. (Correa do Lago) 
XIII. POLÍTICA SALARIAL, DISTRIBUIÇÃO DA RENDA E EMPREGO. 
a) Caráter autoritário do regime - especialmente após 1968 (AI 5); 
b) ‘CRESCER BOLO PARA DEPOIS DISTRIBUIR’, frase atribuída a Delfim Netto, 
caracteriza a questão dos salários e renda no período, embora “um dos aspectos sociais 
favoráveis da retomada do crescimento econômico foi o crescimento do nível de emprego” 
(Correa do Lago); 
c) “Os salários não se beneficiaram proporcionalmente do forte crescimento do 
produto e da produtividade no período, a massa salarial não parece ter crescido como 
proporção da renda interna", mantendo-se uma taxa de lucro e capacidade de investimentos 
elevados. É essa a tendência sugerida pelos insatisfatórios indicadores de distribuição 
funcional da renda urbana disponível e da participação dos salários no valor da transformação 
industrial.” (Correa do Lago). 
d) “Observa-se no caso da industria de transformação uma tendência de amento da 
relação salário do pessoal total/salário do pessoal ligado à produção, que estaria ligado a um 
aumento, no período considerado, da remuneração relativa de ocupações administrativas e de 
supervisão, ou seja de posições mais qualificadas.” (Bacha) 
e) “Em suma, no período 1967-1973, a política salarial e a política de relações 
trabalhistas do governo tiveram como resultado uma contenção dos níveis do salário real, 
dentro do espírito de combate à inflação de custos, favorecendo a acumulação de capital via 
manutenção elevada da taxa de lucro, e possibilitando uma política de remuneração seletiva 
para o pessoal de nível mais elevado”. (Correa do Lago). 
f) “Quanto à distribuição pessoal da renda, apesar de alguns problemas 
metodológicos para a comparação dos dados disponíveis, existe consenso de que ocorreu uma 
deterioração significativa entre 60 e 70, e, novamente entre 70 e 72, que se deveu a diversos 
fatores. Essa concentração levou diversos autores a afirmar que o crescimento econômico no 
“período do milagre”, de 68 a 73, beneficiou apenas uma pequena parcela da população 
brasileira e que o crescimento da indústria de bens de consumo durável foi baseado na 
demanda de um estrato muito pequeno da população” (Correa do Lago) 
g) CONCLUSÃO: Embora pareça “claro que os trabalhadores, de uma maneira geral, 
não se beneficiaram do crescimento da renda real do país de forma proporcional à sua 
evolução, a infraestrutura social do país melhorou apreciavelmente” (Correa do Lago). 
 
Macarini (2006) “A política econômica do governo Costa e Silva, 1967-1969 
A literatura tendeu a tratar em bloco todo o período entre 1967 até o final do 
governo Médici (1973), como período de continuidade na condução das políticas econômicas 
heterodoxa do “milagre econômico”. 
Com a mudança de conjuntura política no final de 1968 (AI5) houve implementação 
de política econômica ortodoxa no combate a inflação comandada pelo Delfim Neto. 
Duas fase das política econômica do governo Costa e Silva: a) heterodoxa,1967-
1968, afastando-se da linha do PAEG (ortodoxa) e b) ortodoxa, 1969, com o “ataque mortal à 
inflação”. 
 
Macarini (2005) “A política econômica do governo Médici, 1970-1973 
A literatura tendeu a tratar o período 1967 a 1973 (Costa e Silva e Medici) em bloco. 
Foco na continuidade da política econômica, com o mesmo comando (Delfm Neto) e as 
mesmas diretrizes (crescimento acelerado). 
Essa perspectiva não configura um retrato fiel da condução da política econômica 
(bem mais complexa e não linear). 
O discurso e a prática de 1967-1968 do Delfim Neto não se projetam sobre todo o 
período até 1973. 
Inflexão (mudança) de política econômica em 1969 (efeito da conjuntura política do 
AI5). 
O “milagre” desponta apenas na virada de 1969 a 1970: modelo agrícola exportador. 
Cenário de crescimento de 1972-1973 foi totalmente distinto do de 1967-1968. 
Descontinuidade da política econômica da ditadura. 
Governo Médici: projeto nacional de desenvolvimento econômico em um ritmo para 
a superação do subdesenvolvimento. 
Conjuntura favorável: interno (ascensão cíclica) e externo (expansão do comércio e 
do movimento de capitais). 
A recuperação estava em curso desde 1967, mas somente a partir de 1970, o 
crescimento é “milagroso”, com a política homogênea de modelo agrícola exportador e Brasil 
Potência.

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