Buscar

Livro III - Dos Fatos Jurídicos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Sumário
Sumário 4
Capítulo V – DA INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO 7
Negócio Jurídico Inexistente 8
Nulidade 8
Espécies de Nulidade 9
9
Temos diversos tipos de nulidades começando pela: 9
Absoluta: que é quando há um interesse social, além do interesse privado, para que se anule um negócio, sendo assim ofende preceitos de toda a sociedade. 9
Relativa: Podem ser consideradas como anuláveis, contém vícios para que se determine a invalidade, mais pode ser afastado ou sanado, 9
Total: Quando atinge todo o negócio jurídico 9
Parcial: Afeta somente uma parte dele, sendo assim não prejudicará a parte válida, somente a que puder ser prejudicada, 9
Textual: Quando a lei especifica o fim que tomara a nulidade, 9
Virtual: Quando o legislador pode utilizar-se de linguagem de expressão. 9
Causas de Nulidade 9
Anulabilidade 11
Causas de anulabilidade 11
Diferenças entre nulidade e anulabilidade 12
Disposições Especiais 12
Conversão do Negócio Jurídico 13
Características da simulação 14
Espécies de simulação 14
Hipóteses legais de simulação 15
Efeitos da simulação 15
Simulação e institutos afins 16
TÍTULO II – DOS ATOS JURÍDICOS LÍCITOS 17
Dos Atos Jurídicos Lícitos 17
17
É ato justo ou permitido. Ato que é conforme à lei, aos princípios do direito. São ações humanas que tornam os atos lícitos ou atos ilícitos, tendo a ação do agente alcançado o seu objetivo, pois, todo ato tem seus efeitos de acordo ou desacordo com o ordenamento jurídico. 17
Os atos jurídicos lícitos consistem em três divisões que são conhecidos como: 17
Sentido estrito: basta que você tenha a simples intenção de se tornar proprietário de algo 17
Ato-fato: você encontra na casa de um amigo um tesouro sem querer e ele terá que dividir com você meio a meio; 17
Negócio Jurídico: nada mais é que a vontade qualificada do agente. Se o agente sente vontade comprar ou vender. 17
      17
Críticas a inovação 17
Sendo que no sentido estrito e no ato-fato manda que o código aplique, apenas o que couber. Não podendo dizer que a fraude contra os credores em matéria de ocupação, pois fere os princípios disciplinadores do negócio jurídico.       18
TÍTULOS III – DOS ATOS ILÍCITOS 18
Dos Atos Ilícitos 18
Responsabilidade contratual e extracontratual 19
Responsabilidade civil e responsabilidade penal 19
Responsabilidade subjetiva e responsabilidade objetiva 20
Imputabilidade e responsabilidade 21
A responsabilidade dos privados de discernimento 22
A responsabilidade dos menores 23
Pressupostos da responsabilidade extracontratual 23
Ação ou omissão 24
Culpa ou dolo do agente 24
Relação de causalidade 25
Dano 26
Atos lesivos não considerados ilícitos 26
O art. 188 do Código Civil declara não constituírem atos ilícitos os praticados em legitima defesos ou em exercício regular de um direito ou em estado de necessidade 26
A legítima defesa 26
O exercício regular e o abuso de direito 27
O estado de necessidade 28
TÍTULO IV – DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA 29
Da Prescrição 29
Conceito e requisitos 30
Pretensões imprescritíveis 31
Prescrição e institutos afins 31
Disposições legais sobre a prescrição 32
Renúncia da prescrição 33
Das causas que impedem ou suspendem a prescrição 33
Das causas que interrompem a prescrição 34
Da Decadência 35
Conceitos e características 35
Disposições legais sobre a decadência 36
Da Prova 36
Meios de prova 37
Confissão 37
Documento 38
Testemunha 40
Presunção 41
Perícia 42
Referência 42
Capítulo V – DA INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO
Negócio Jurídico Inexistente
A invalidade pretende explanar e abranger duas classificações, que são: a Nulidade e a Anulabilidade do negócio Jurídico, resumidamente falando eles são empregados a dizer quando o negócio não produz efeitos pré-desejados por ambas as partes, sabendo que a nulidade visa tornar nulo interesses de ordem publica em geral envolvendo toda nossa sociedade de modo geral, já a Anulabilidade visa os interesses de pessoas privadas, individuais e especificas de uma pessoa ou grupo separados.
Muito se discute em relação a “vontade”, se ela fora manifestada pela pessoa que participou do negócio jurídico, a vontade é muito importante no processo de invalidade, dependendo dela o negócio invalida ou não.
O negócio jurídico inexistente parte-se de preceitos elementares que são considerados mais valorativos dentro da percepção de uma questão de consentimento da pessoa correlacionada a vontade, sem consentimento o negocio poderá não se validar, basicamente algo que é inexistente falta alguns fatores essenciais para a sua formação.
Nulidade
A nulidade é uma punição que é imposta aos negócios com o objetivo de produzir futuros efeitos que eles possam causar nulidade caracteriza-se também quando ofende preceitos de ordem publica, ou seja, envolve a todos, sociedade e toda a população.
Espécies de Nulidade
Temos diversos tipos de nulidades começando pela:
 Absoluta: que é quando há um interesse social, além do interesse privado, para que se anule um negócio, sendo assim ofende preceitos de toda a sociedade.
 Relativa: Podem ser consideradas como anuláveis, contém vícios para que se determine a invalidade, mais pode ser afastado ou sanado,
 Total: Quando atinge todo o negócio jurídico
 Parcial: Afeta somente uma parte dele, sendo assim não prejudicará a parte válida, somente a que puder ser prejudicada,
 Textual: Quando a lei especifica o fim que tomara a nulidade,
 Virtual: Quando o legislador pode utilizar-se de linguagem de expressão.
Causas de Nulidade
Para finalizarmos a invalidade iremos por fim mostrar as causas de nulidade de acordo com o ART.166. C.C, que diz inicialmente que é Nulo: negócio jurídico celebrado por absolutamente incapaz ,quando for ilícito,impossível o seu objeto, quando o motivo ter fim ilícito,quando não revestir de prescrição em lei, quando for preterida uma solenidade expressa em lei, quando tiver por fim fraudar lei imperativa e por fim quando a lei considerar taxativamente nula.
Os dos casos expressos que geralmente ocorrem em maior número em relação a casos cotidianos, podemos citar os casos de absolutamente incapazes que são impedidos de contrair qualquer tipo de negócio sem o acompanhamento de um maior de idade para obtê-lo, podemos citar um exemplo de: um absolutamente incapaz, que tem por objetivo de contrair negócio em uma loja de celulares, pretende ele comprar um celular de ultima geração avaliado em cerca de 1000 reais e junto com ele um plano fidelizado, poderá esse menor contrair negócio? Com certeza não, a não ser que seja feito em nome de um maior, pai ou mãe, ou membro da família, se agir este de má fé utilizando-se de falsos registros ou documentos, o negócio anulara automaticamente quando for descoberto tal ato ilícito.
Podemos citar também os casos de objetos ilícitos como mercadorias contrabandeadas ou falsificadas que são consideradas ilícitas pelo fato de não obterem notas fiscais, e não pagarem impostos para o governo do estado ou união é muito comum em mercadorias de contrabando materiais eletroeletrônicos, muitas operações já foram feitas pela Policia Rodoviária Federal e também pela Policia Federal, e obtiveram grande êxito para seus fins penais, se encaixa em nulidade afirmativamente sabendo que é de interesse Ordem Publica Geral.
Anulabilidade
É a sanção imposta pela lei aos atos e negócios jurídicos realizados por pessoa relativamente incapaz ou eivados de algum vicio do consentimento ou vicio social. Ela visa à proteção do consentimento ou refere-se à incapacidade do agente.
O negocio jurídico anulável produz efeitos até ser anulado em ação. A anulabilidade é prescritível e admite confirmação, como forma de sanar o defeito caracterizado.
Causas de anulabilidade
O art. 171 do CC declara que:
“Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negocio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
II – por vicio resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores”.
Outra causa não mencionada na lei é a faltade consentimento de outrem que a lei estabeleça como validade.
Diferenças entre nulidade e anulabilidade
     Anulabilidade                                                      Nulidade
- refere-se a questão de interesse particular             - interesse de ordem publica
- pode ser suprida pelo juiz ou sanada              - não pode ser sanada pela
pela confirmação                                                  confirmação, nem suprida
                                                                               pelo juiz
- não pode ser pronunciada de oficio e não         - deve ser pronunciada  de
opera antes de julgada por sentença                     oficio pelo juiz
- seu efeito é ex nunc                                             - seu efeito é ex tunc
- a sentença é de natureza desconstitutiva           - natureza constitutiva
- só pode ser alegada pelos interessados ou         - pode ser alegada   por
prejudicados                                                         qualquer interessado
- a decadência ocorre em prazos mais ou             - não se valida com decurso
menos curtos                                                         do tempo
Disposições Especiais
De acordo com o art. 183 CC, “a invalidade do instrumento não induz a do negocio jurídico  sempre que este puder provar-se por outro meio”.
Dispõe  o art. 184 que: “respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negocio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável”.
Esse artigo ainda prescreve “a invalidade da obrigação principal não implica a das acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal”.
Havendo anulação do negocio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se achavam e, não sendo possível, serão indenizadas com o equivalente, art. 182 CC.
O código abre exceção aos incapazes (art. 181) de que ninguém pode reclamar, por uma obrigação anulada, pagou a um incapaz, se não provar que reverteu em proveito dele a importância paga.
Conversão do Negócio Jurídico
Admite-se a conversão do negocio nulo em outro, de natureza diversa, desde que se possa inferir que a vontade das partes era realizar o negocio subjacente.
Dois são os requisitos a serem observados:
- O objetivo: à necessidade de que o segundo negocio, em que se converteu o nulo, tenha os mesmos elementos fáticos deste.
- O subjetivo: relativo à intenção das partes de obter o efeito resultante do negocio em que se converte o inválido.
 
A Simulação
Simulação é uma declaração falsa, enganosa que visa apresentar um negócio do que realmente deseja. A simulação tem o conluio entre os contratantes que visa pelo intencional desacordo entre a vontade interna com objetivo de criar um negócio jurídico que na realidade não existe, ou quer esconder sob determinada aparência ou ao negócio que realmente deseja.
Características da simulação
Simulação todos os negócios jurídicos bilaterais e unilaterais onde existe acordo entre as vontades produzindo um efeito a partir de sua ciência.
Outras características são: é sempre acordada com a outra parte, ou com as pessoas a quem ela se destina; é uma declaração deliberadamente desconforme com a intenção; não ultima características é resumo simples do que é a simulação ela e realizada com o único intuito de enganar terceiros ou fraudar a lei.
Espécies de simulação
A simulação se subdivide em duas espécies, a absoluta e a relativa.
A primeira é a simulação absoluta, quando parte da declaração enganosa que aparentemente cria se um negocio bilateral ou unilateral sem intenção de realizar nenhum negocio fingem um ato jurídico que na verdade não existe.
A outra é a simulação relativa quando a um desacordo entre as partes daí duas partes se juntam para enganar uma terceira ou fraudar a lei, sob a aparência de um negocio fictício para realização de outro negocio que e o verdadeiro em parte ou em todo do primeiro.
Antigamente se distinguia a simulação inocente da fraudulenta com o novo código não se diferencia mais assim ambas conduzem ao mesmo resultado, nulidade do negócio jurídico e subsistência do dissimulado se for o caso.
Um exemplo dessa simulação fraudulenta maliciosa, fraude conta credores e a pratica maliciosa de devedores como uma forma de esconder seus patrimônios para colocá-lo a salvo de pagar qualquer divida temos ai o objetivo que e o ato prejudicial ao credor e o subjetivo que é a ma fé sua verdadeira intenção e prejudicar o credor.
Hipóteses legais de simulação
A simulação é aceita somente no que dispõe o § 1º do Art. 167 do Código Civil:
“Art. 167. (...)
§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I – aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitirem;
II – contiverem declaração, confissão, condição ou clausula não verdadeira;
III – os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados”
As hipóteses de simulação aceitas estão classificadas da seguinte maneira:
Por interposição da pessoa: A parte que figura no contrato não é a pessoa que deve aproveitar os resultados do mesmo, mas sim outra pessoa, um titular fingido ou testa de ferro. Visa-se, por este expediente, encobrir o nome da pessoa a quem realmente se pretende outorgar ou transferir os direitos.
Por ocultação da verdade na declaração: a simulação, neste caso, resulta de declaração, confissão, condição, ou cláusula falsa.
Por falsidade de data: neste caso, as datas apostas aos documentos não são verdadeiras.
Efeitos da simulação
“Art. 167 É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma” (caput)
Simulação não se confunde com dissimulação, embora em ambas haja o propósito de enganar. Na simulação, procura aparentar o que não existe; na dissimulação oculta-se o que é verdadeiro. Na simulação, há o propósito de enganar sobre a existência de situação não-verdadeira, na dissimulação, sobre a inexistência de situação real.
O Novo Código Civil, a simulação, seja relativa, seja a absoluta, acarreta a “nulidade” do negócio simulado. Se relativa, subsistirá o negócio dissimulado, se válido for na sua substância e na forma.
Simulação e institutos afins
A simulação difere de outros defeitos de negócio jurídico, pois ela aparenta um negócio jurídico inexistente sob forma de negócio desejado pelas partes.
O erro é uma falsa representação positiva da realidade, ou seja, é o engano fático representado por uma falsa noção em relação a uma pessoa, ao objeto do negócio ou a um direito. Por outro lado, a ignorância traduz total desconhecimento sobre esses elementos. Porém, no Código Civil, erro e ignorância são tratados como sinônimos.
O dolo consiste no artifício malicioso, astucioso, ardiloso provocado por uma das partes ou por terceiro, em prejuízo de outrem, quando da celebração do negócio jurídico.
A coação traduz a violência psicológica apta a influenciar a vítima a realizar negócio jurídico que lhe é prejudicial. Este tipo de coação, portanto, embaraça a vontade.
A reserva mental configura-se quando o agente emite declaração de vontade resguardando o íntimo propósito de não cumprir a finalidade projetada. Enquanto a reserva mental não for manifestada, não interessa para o direito. Todavia, uma vez manifestada, e dela tomando conhecimento a outra parte, uma primeira corrente sustenta a invalidade do negócio.
O estado de perigo invalida o negócio jurídico, configurado quando o agente se vê diante de uma situação de perigo de dano, conhecida pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. Em havendo estado de perigo, o negócio jurídico é anulável.
TÍTULO II – DOS ATOS JURÍDICOS LÍCITOS
Dos Atos Jurídicos Lícitos
É ato justo ou permitido. Ato que é conforme à lei, aos princípios do direito. São ações humanas que tornam os atos lícitos ou atos ilícitos, tendo a ação do agente alcançado o seu objetivo, pois, todo ato tem seus efeitos de acordo ou desacordo com o ordenamento jurídico.
Os atos jurídicoslícitos consistem em três divisões que são conhecidos como:
 Sentido estrito: basta que você tenha a simples intenção de se tornar proprietário de algo
 Ato-fato: você encontra na casa de um amigo um tesouro sem querer e ele terá que dividir com você meio a meio;
 Negócio Jurídico: nada mais é que a vontade qualificada do agente. Se o agente sente vontade comprar ou vender.
     
Críticas a inovação
Sendo que no sentido estrito e no ato-fato manda que o código aplique, apenas o que couber. Não podendo dizer que a fraude contra os credores em matéria de ocupação, pois fere os princípios disciplinadores do negócio jurídico.      
TÍTULOS III – DOS ATOS ILÍCITOS
Dos Atos Ilícitos
O art. 186 escreve: “aquilo que, por opção ou omissão voluntária, negligencia ou imprudência violar o direto e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
Aquele que pratica abuso de direito, ou seja. “o titular de um direito que, ao exercê-lo excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes” (art. 187), também comete ato ilícito.
Pondera Sérgio Cavalieri Filho que o ato ilícito tal como o licito, também é uma vontade humana só que contraria ao ordenamento jurídico. O ato ilícito é fonte de obrigação: a de indenizar ou ressarcir o prejuízo causado.
O novo código civil de 2002 teve mudanças na moção de ato ilícito, foi dividido em três artigos 186, 187, 927. O art. 159 antecessor do art. 189 do diploma de 1916, que tratava do ato ilícito e da obrigação de reparar dano. O art. 159 do diploma de 1916, antecessor ao art. 186 tratava do ato ilícito levantando que por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direitos, ou causar prejuízo a outrem, foi obrigado a reparar o dano.
Agora o art. 186 do novo código, tratou somente do ato ilícito, prevendo a obrigação de reparar o dano, como conseqüência deste, referindo art. 927. Aguiar Dias critica o novo código, que trata somente em reparar os danos, sem base na culpa.
Deve-se lembrar que existem vários autores não consideram o dano elemento que integra o ato ilícito, e também vários outros estendem que não existe ato ilícito sem dano.
Responsabilidade contratual e extracontratual
No caso contratual uma pessoa descumpre uma obrigação pré-estabelecida em um contrato, exemplo: eu contrato um cantor X para cantar em uma festa que esta realizando, e no dia ele não cumpre com sua obrigação, X tem a obrigação de reparar os danos que me causou.
Agora quando a responsabilidade não deriva do contrato, mas infração ao dever de conduta, conforme o art. 927 diz – se que ele é extracontratual ou aquiliana. Embora as duas teorias tem como conseqüência a obrigação de ressarcir dano causado, o código civil Brasileiro distingui as duas espécies de responsabilidade, acolhendo a teoria dualista.
Extracontratual disciplina-se nos art. 186 e 187, sob o titulo de “Dos atos ilícitos”, complementando a regulamentação nos art. 927 e a contratual tem como conseqüência na inexecução dos das obrigações, nos art. 389 e 395.
Podemos diferenciá-los, por exemplo, no contratual o lesado encontra-se em posição mais favorável, pois, só está obrigado a demonstrar que a prestação foi descumprida, sendo presumida a culpa do inadimplente. Agora no extracontratual o lesado tem obrigação de provar culpa em dobro do causador do dano.
Responsabilidade civil e responsabilidade penal
Entre os romanos, não havia nenhuma distinção entre responsabilidade civil e penal. Houve uma distinção feita por L e X Aquilia: mesmo assim a responsabilidade continua sendo penal, a indenização pecuária passou a ser a única forma de sanção nos casos de atos lesivos não criminosos.
A ilicitude é chamada de civil ou penal. Visando o dever violando na norma jurídica. Quando na responsabilidade penal, infringe uma normal penal de direito publico. Por que o interesse era da sociedade. Agora quando o interesse era da sociedade agora quando a responsabilidade é civil, nesse caso o lesado é privado, o lesado poderá querer ou não a reparação. No caso que o acusado transgride também a lei penal, passa então a se de obrigação civil e penal.
A responsabilidade penal é pessoal e a pena não pode ultrapassar a pessoa de delinqüente. Na responsabilidade civil, existem responsabilidades por trás de outrem. A responsabilidade penal é individual e não podendo ser transferido, respondendo assim o réu em privação de sua liberdade.
Agora no civil a responsabilidade patrimonial; quem responde é o patrimônio do devedor, ninguém pode ser preso por divida civil, exceto, o devedor da pensão alimentícia.
Algumas diferenças são facilmente retratadas, por exemplo, a tipicidade é requisito genérico do crime, no civil, qualquer ação ou omissão pode gerar as responsabilidades somente quando viole o direito e cause prejuízo a outrem.
A culpabilidade no penal para a condenação, que a culpa tenha certo grau ou intensidade na área civil é mais ampla, mesmo a culpa sendo levíssima obriga a indenização
A imputabilidade, por exemplo, no penal, somente maiores de 18 anos são responsáveis criminalmente. No civil, o menor de 18 responde pelo prejuízo que causou, somente se nenhum responsável dispuser de meios suficientes e se a indenização não a privar de seu necessário sustento.
Responsabilidade subjetiva e responsabilidade objetiva
Quando a culpa é o fundamento da responsabilidade civil, diz se que esta é a teoria clássica também chamada de teoria da culpa ou subjetiva. Subjetiva é quando
a responsabilidade se baseia na idéia de culpa.
Há casos que a lei ordena em determinadas situações a reparação de um dano sem culpa. Nesse caso é chamada de responsabilidade legal ou objetiva, por que esta teoria se satisfaz apenas com o dano e o nexo de casualidade. Nesta teoria todo dano é indenizável, e independente da culpa, deve ser reparado por quem. a ele se liga por nexo de causalidade. Quando a culpa é presumida, o autor da ação só precisa provar a ação ou omissão e o dano resultante da conduta do réu.
A teoria de risco tenta explicar a responsabilidade objetiva, levantando a idéia que toda pessoa que exerce uma atividade cria um risco de dano par terceiros. Mesmo não havendo culpa, deverá repará-lo. No caso de responsabilidade objetiva não se exige a prova de culpa do agente para que seja obrigado a reparar o dano, em alguns casos ela é presumida pela lei.
A responsabilidade civil desvia da noção de culpa para a idéia de risco, encarada como “risco-proveito”, que se baseia no principio que é reparável o dano causado a outrem em conseqüência de uma atividade em beneficio do responsável, ou “risco-criado”, a que subordina todo aquele que, sem ser responsável de culpa, expuser alguém a suportá-lo, em razão de uma atividade perigosa; ou ainda “risco profissional”, decorrente da atividade ou profissão do lesado, como ocorre nos acidentes de trabalho.
O Código Civil brasileiro filiou-se à teoria subjetiva. É o que se pode verificar no art. 86, que erigiu o dolo e a culpa como fundamentos para a obrigação de reparar o dano.
A responsabilidade subjetiva subsiste como regra necessária, sem prejuízo da adoção da presunção de culpa, em dispositivos vários e esparsos. Sendo a teoria subjetiva insuficiente para atender às imposições do progresso, cumpre ao legislador fixar especialmente os casos em que deverá ocorrer a obrigação de reparar, independentemente daquela noção.
Imputabilidade e responsabilidade
Para que alguém pratique um ato ilícito e seja obrigado a reparar o dano causado, é necessário que tenha capacidade de discernimento. Aquele que não pode querer e entender, não incorre em culpa e, por isso, não pratica ato ilícito (CC, art. 186).
A responsabilidade dos privados de discernimento
A concepção clássica considera que, sendo o privado de discernimento (amental, louco ou demente) um inimputável, não é ele responsável civilmente. Se vier a causar dano a alguém, o ato equipara-se à força maior ou ao caso fortuito. Se a responsabilidade não puderser atribuída ao encarregado de sua guarda, a vítima ficará irressarcida.
Pessoas assim geralmente têm um curador, incumbido de sua guarda ou vigilância. E o Código Civil responsabiliza o curador pelos atos dos curatelos que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia (art. 932, II), independentemente de culpa de sua parte (art. 933). Contudo, se as pessoas por eles responsáveis não tiverem obrigação e responder pelos prejuízos que causarem, ou não dispuserem de meios suficientes, respondem os próprios curatelos.
Observe-se que a vítima somente não será indenizada pelo curador se este não tiver patrimônio suficiente para responder pela obrigação. Não se admite, mais, que dela se exonere, provando que não houve negligência de sua parte. A indenização, que deverá ser equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem (CC art. 928, caput e parágrafo único). Neste caso, ficará a vítima irressarcida, da mesma maneira que ocorreria na hipótese de caso fortuito.
Se o alienado mental não tem curador nomeado, mas vive em companhia do pai, este responde pelo ato do filho (art. 931, inciso I do CC) e decorre de omissão culposa na vigilância de pessoa privada de discernimento, não a fazendo internar ou não obstando ao ato danoso. E, se o amental não está sob o poder de ninguém, responderão seus próprios bens pela reparação, pois “a reparação do dano causado por pessoas nessas condições, se há de resolver fora dos quadros de culpa”. Seria neste caso, uma hipótese de responsabilidade objetiva (Aguiar Dias).
A responsabilidade dos menores
Aquele que não pode querer e entender não incorre em culpa e, por isso, não pratica ato ilícito (art. 186 CC). A maioridade civil é alcançada somente aos 18 anos (CC. art. 5°). Os menores de 16 anos são absolutamente incapazes. E os maiores de 16 e menores de 18 anos são relativamente incapazes. Considera-se, portanto, no primeiro caso, que não têm o necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil: e, no segundo, que têm o discernimento reduzido. Ora, para que alguém pratique um ato ilícito e seja obrigado a reparar o dano causado, é necessário que tenha plena capacidade de discernimento.
O Código Civil responsabiliza os pais pelos atos praticados pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e companhia (art. 932, inciso I). Deste modo, a vítima não ficará irressarcida. Os pais são responsáveis pelos atos do filho menor de 18 anos.
Se o menor estiver sob tutela, a responsabilidade nesses casos será do tutor (art. 932, II). Se o pai emancipa o filho, voluntariamente, a emancipação produz todos os efeitos naturais do ato, menos o de isentar o primeiro da responsabilidade pelos atos ilícitos praticados pelo segundo, consoante proclama a jurisprudência. Tal não acontece quando a emancipação decorre do casamento ou das outras causas previstas no art. 5° parágrafo único, do código civil.
Pressupostos da responsabilidade extracontratual
Com base a analise do art. 186 cc onde disciplina a responsabilidade extracontratual, seus quatro elementos essenciais ação ou omissão, culpa ou dolo do agente, relação de causalidade e dano. (art.186- refere-se ao ato ilícito).
Ação ou omissão
Venha causar dano a outrem. A responsabilidade pode derivar do ato próprio (art. 939, 940, 953, etc.), de ato de terceiro que esteja sob a guarda do agente (art. 932), e ainda, de danos causados por coisas (art. 937) e animais (art. 936). Coisas que lhe pertençam, neste ultimo caso, a culpa do dano é presumida.
Para que se configure a responsabilidade por omissão é necessário que exista o dever jurídico de praticar determinado fato (de não se omitir) e que se demonstre que, com sua prática, o dano poderia ter sido evitado.
Nestes dois aspectos verifica-se o fato de ação (causa que favoreceu o objeto em estudo), e a omissão (onde percorre o fato de não fazer ou de ter evitado determinado ato). Exemplo do atropelamento é uma ação praticada, e a omissão é o efeito de uma ação em decorrer dela, quando existe um ato do agente causador que possibilita negligência de sua parte é caracterizada uma omissão de socorro.
Culpa ou dolo do agente
Dolo é a violação deliberada, intencional, do dever jurídico. Consiste na vontade de cometer uma violação de direito, e a culpa na falta de diligência.
A culpa, com efeito, consiste na falta de diligência que se exige do homem médio. Para que a vítima obtenha a reparação do dano, exige o referido dispositivo legal que prove dolo ou culpa do agente (imprudência, negligência ou imperícia), demonstrando ter sido adotada, entre nós, a teoria subjetiva.
Embora não mencionada expressamente, a imperícia está abrangida pela negligência, como tradicionalmente se entende. Como essa prova muitas vezes presume a culpa, como no art. 936 CC, e, no parágrafo único do art. 927 CC, dispõe que “haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos específicos em lei” (leis especiais admitem, em hipóteses especificas, casos de responsabilidade independentemente de culpa fundada no risco), “ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem”.
Verifica-se, assim que a responsabilidade subjetiva subsiste como regra necessária, sem prejuízo da adoção da responsabilidade objetiva, nos casos especificados em lei ou de exercício de atividade perigosa.
As espécies da teoria subjetiva são:
Culpa lata ou grave: imprópria ao comum dos homens e a modalidade que mais se avizinha do dolo,
Culpa leve: falta evitável com atenção extraordinária,
Culpa levíssima: falta só evitável com atenção extraordinária ou com especial habilidade.
Culpa grave ao dolo se equipara (culpa lata dolus equiparatur).
Assim, se em determinado dispositivo legal constar a responsabilidade do agente por dolo, deve-se entender que também responde por culpa grave (CC art. 392). No cível, a culpa mesmo levíssima obriga a indenizar (in lege aquila et levíssima culpa venit).
Em geral, não se mete o dano pelo grau de culpa. O montante do dano é apurado com base no prejuízo comprovado pela vítima. Todo dano provado deve ser indenizado, qualquer que seja o grau de culpa.
Relação de causalidade
É o nexo casual ou etnológico entre a ação ou omissão do agente e o dano verificado. Vem expresso no verbo “causar”, empregado no art. 186. Sem ela, não existe a obrigação de indenizar. Se houve o dano, mas sua causa não está relacionada com o comportamento do agente, inexiste a relação de causalidade e, também, a obrigação de indenizar.
As excludentes da responsabilidade civil, como a culpa da vitima e o caso fortuito e a força maior (CC, art. 393), rompem o nexo de causalidade, afastando a responsabilidade do agente. Assim, por exemplo, se a vitima, querendo suicidar-se, atira-se sob as rodas do veículo, não se pode afirmar ter o motorista “causado” o acidente, pois na verdade foi um mero instrumento da vontade da vítima, esta sim responsável exclusiva pelo evento.
Dano
Sem a prova do dano ninguém pode ser responsabilizado civilmente. O dano pode ser patrimonial (material) ou extra patrimonial (moral). Mesmo que haja violação de um dever jurídico, e que tenha existido culpa até mesmo dolo por parte do infrator, nenhuma indenização será divida, uma vez que não se tenha verificado prejuízo.
A inexistência de dano torna sem objeto a pretensão à sua reparação. Ás vezes a lei presume o dano, como sem objeto a pretensão à sua reparação. Ás vezes a lei presume dano, como sucedia na revogada Lei de Impressa, que pressupunha a existência de dano moral em casos de calunia, difamação e injúria praticadas pela imprensa. Acontece o mesmo em ofensas aos direitos da personalidade.
Atos lesivos não considerados ilícitos
O art. 188 do Código Civil declara não constituírem atos ilícitos os praticados em legitima defesos ou em exercício regular de um direito ou em estado de necessidade
A legítima defesa
O próprio “cumprimento do dever legal” atua no exercício de regular de um direitoreconhecido aquele que pratica um ato no estrito cumprimento do dever legal. Se o ato foi praticado contra o próprio agressor, e em legitima defesa, não pode o agente ser responsabilizado civilmente pelos danos provocados.
Entretanto, se por engano ou erro de pontaria, terceira pessoa foi atingida (ou alguma coisa de valor), neste caso deve o agente reparar o dano. Mas terá ação regressiva contra o agressor, para se ressarcir da importância desembolsada.
Somente a legítima defesa real, e praticada contra o agressor, deixa de ser ato ilícito, apesar do dano causado, impedindo a ação de ressarcimento de danos. Se o agente, por erro de pontaria atingir um terceiro, ficará obrigado a indenizar os danos a este causados, ficando, porém, com direito a ação regressiva contra o injusto ofensor.
A legítima defesa putativa também não se exime o réu de indenizar o dano, pois, somente exclui a culpabilidade e não a antijuridicidade do ato. Uma vez que se trata de erro de fato, não há que cogitar da aplicação do referido artigo. Na legitima defesa putativa, o ato de quem a pratica é ilícito, embora não punível por ausência de culpabilidade em grau suficiente para a condenação criminal. No cível, entretanto, a culpa mesmo levíssima obriga a indenizar. E não deixa de haver negligencia na apreciação equivocada dos fatos.
O exercício regular e o abuso de direito
A doutrina do abuso do direito não exige, para que o agente seja obrigado a indenizar o dano causado, que venha a infringir culposamente um dever preexistente. Mesmo agindo dentro do seu direito, pode, não obstante, em alguns casos, ser responsabilizado.
Prevalece na doutrina, hoje, o entendimento de que o abuso de direito prescinde da idéia de culpa. O abuso de direito ocorre quando o agente, atuando dentro dos limites da lei, deixa de considerar a finalidade social de seu direito subjetivo, ao exercê-lo, causando prejuízo a outrem. Embora não haja violação aos limites objetivos da lei, o agente desvia-se dos fins sociais a que esta se destina.
Também serve de fundamento para a aplicação, entre nós, da referida teoria, o art. 5º da Lei de Introdução ao Código Civil, que determina ao juiz, na aplicação da lei, o entendimento aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. É que a ilicitude do ato abusivo se caracteriza sempre que o titular do direito se desvia da finalidade social para a qual o direito subjetivo foi concedido.
Observa-se que a jurisprudência, em regra, e já há muito tempo, considera como abuso de direito o ato que constitui o exercício egoístico, anormal do direito, sem motivos legítimos, nocivos a outrem contrários ao destino econômico e social do direito em geral.
O instituto do abuso de direito tenha aplicação em quase todos os campos do direito, como instrumento destinado a reprimir o exercício anti social dos direitos subjetivos.
O estado de necessidade
Embora a lei declare que o ato praticado em estado de necessidade não é ato ilícito, nem por isso libera quem o pratica de reparar o prejuízo que causou. Pelo código de 1916, os danos porventura decorrentes de atos praticado em estado de necessidade só podiam dizer respeito às coisas e nunca às pessoas. O novo incluiu, contudo, expressamente no inciso II do art. 188, a lesão a pessoa.
Embora o art. 188, II, aparente estar em contradição com o art. 929, explica-se o teor do ultimo pela intenção de não se deixar irressarcida a vitima inocente de um dano. Por outro lado, justifica-se a afirmação do primeiro, de que praticado em estado de necessidade não é ilícito, por ter o agente direito à ação regressiva contra o terceiro causador da situação de perigo.
O art. 65 do CCP proclama fazer coisa julgada, no cível, a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade. Sendo o réu absolvido criminalmente por ter agido em estado de necessidade, está o juiz cível obrigado a reconhecer tal fato. Mas dará a ele o efeito previsto no CC e não no CP, qual seja o de obrigá-lo a ressarcir o dano causado a vitima inocente, com direito, porém, a ação regressiva contra o provocador da situação de perigo.
TÍTULO IV – DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA
Da Prescrição
A prescrição nada mais é do que o prazo dado ao individuo, a um ente personalizado para recorrer a seus direitos. “O decurso do tempo tem grande influência na aquisição e na extinção de direitos”.
Existe, porém duas espécies de prescrição, a extintiva e a aquisitiva também denominada como usucapião. Em alguns países eles as tratam conjuntamente em um único capítulo.
O código civil brasileiro regulamentou a extintiva na Parte Geral, dando ênfase à força extintora do direito, a que extingue ele. Já no direito das coisas, parte referente aos modos de aquisição do domínio, tratou da prescrição aquisitiva, em que predomina a força geradora, que da inicio.
Em alguns casos, no entanto, ocorrem os dois fenômenos: alguém ganha e, em conseqüência alguém perde. Como o elemento “tempo” é comum às duas espécies de prescrição, dispõe o art. 1.244 do Código Civil que as causas que obstam, suspendem ou interrompem a prescrição também se aplicam à usucapião.
O instituto da prescrição é necessário para que haja tranqüilidade na ordem jurídica, pela consolidação de todos os direitos.
Para distinguir prescrição de decadência, o atual Código Civil optou por uma fórmula que sana dúvidas. Prazos deprescrição são, apenas e exclusivamente, os taxativamente discriminados na Parte Geral, nos arts. 205(regra geral) e 206(regras especiais), sendo de decadência todos os demais, estabelecidos como complemento de cada artigo que rege a matéria, tanto na Parte Geral como na Especial.
Conceito e requisitos
Pontes de Miranda afirma que a prescrição seria uma exceção que alguém tem contra o que não exerceu, durante um lapso de tempo fixado em norma, sua pretensão ou ação, o que a caracteriza é que ela visa extinguir uma ação, mas não o direito propriamente dito.
São requisitos da prescrição;
Existência de uma ação exercitável; (actio nota)
Inércia do titular da ação pelo seu não exercício;
Continuidade dessa inércia durante certo lapso de tempo;
Ausência de algum fato ou ato a que a lei confere eficácia impeditiva, suspensiva ou interruptiva do curso prescricional, que é seu fator neutralizante.
Todavia, o primeiro elemento deve ser atualizado, tento em vista que a moderna doutrina e novo Código Civil exigem não uma ação exercitável, mas uma pretensão. E o último não constitui propriamente elemento conceitual da prescrição, implicando apenas na não tipificação ou em mera forma alternativa de contagem do prazo.
Portanto pode-se dizer, pois, que a prescrição tem como requisitos, a violação do direito, com o nascimento da pretensão, da inércia do titular e do curso do tempo fixado em lei.
“Atendendo-se a circunstancia de que a prescrição é instituto de direito material, usou-se o termo “pretensão”, que diz respeito à figura jurídica do campo do direito material, conceituando-se o que se entende por essa expressão no art. 189, que tem a virtude de indicar que a prescrição se inicia no momento em que há violação do direito.”
José Carlos Moreira Alves, em
“A parte geral do projeto de Código Civil Brasileiro”, p. 151-152.
Pretensões imprescritíveis
Todas as ações são prescritíveis, a prescritibilidade é a regra, a imprescritibilidade, a exceção. São imprescritíveis as que versam sobre;
Os direitos da personalidade;
O estado das pessoas;
Os bens públicos;
Bens confiados à guarda de outrem, a título de depósito, penhor ou mandato;
O direito de família no que concerne à questão inerente à pensão alimentícia, à vida conjugal, ao regime de bens;
A pretensão do condômino de a qualquer tempo exigir a divisão da coisa comum, de pedir-lhe a venda ou a meação do muro divisório;
A exceção de nulidade;
Sempre será possível pleitear sua invalidade por meio de exceção de nulidade.
Prescrição e institutos afins
São Institutos que possuem afinidades com a Prescrição a Preclusão e a Perempção.
A Preclusão é um Institutodo direito penal e se refere à perda de uma faculdade processual, como a perda do prazo para apresentar o rol de testemunhas. Impede que se renovem as questões já decididas, dentro da mesma ação.
A Perempção é um Instituto do direito processual que se refere ao direito de demandar judicialmente quando a parte der causa por três vezes a extinção do processo. Não extingue o direito material, nem a pretensão, que passam a ser oponíveis somente como defesa.
O critério clássico, no direito brasileiro, consiste em colocar o elemento diferenciador no campo de incidência de cada um dos institutos. Assim, a prescrição atinge diretamente a ação e, por via oblíqua, faz desaparecer o direito por ela tutelado (o que parece é a ação que protege o direito).
O critério mais aceito na doutrina é o apresentado por Agnelo Amorim Filho, denominado “critério cientifico”, baseado na classificação dos direitos subjetivos e nos tipos de ações correspondentes. Segundo ele, são sujeitas a prescrição somente as ações de natureza condenatórias, em que se pretende a imposição da pretensão ao cumprimento de uma prestação, pois a prescrição é a extinção da pretensão devida.
Disposições legais sobre a prescrição
Buscando origens antigas tem-se do fato de que, na Roma antiga, certos prazos para o exercício de direitos eram “pré-escritos” limitando a reclamação de direitos subjetivos.
A prescrição, portanto, diz respeito aos efeitos que o transcurso do tempo pode causar sobre direitos subjetivos.
No Brasil temos dois conceitos de prescrição:
Prescrição extintiva, relacionada para extinguir relações jurídicas e
Prescrição Aquisitiva, para consolidar relações que se perpetuam no tempo. Este tipo de prescrição se refere à usucapião.
Neste contexto somente estão submetidos aos prazos prescricionais os direitos subjetivos patrimoniais, isto é, aqueles que conferem ao titular uma pretensão de exigir de alguém um determinado comportamento.
São direitos subjetivos que permitem o seu titular exigir de outrem um determinado comportamento apreciável economicamente. Tendo em vista no caso de direito de crédito, caso o devedor não houver a obrigação, o credor pode exigir o pagamento exercendo sua pretensão.
Neste momento nasce a prescrição que seria o prazo no percurso do tempo para exercer tal direito e é a partir dessa pretensão vem à prescrição. Perdendo este prazo o prescrito em lei o titular desde direito subjetivo não tem mais como exigir tal pagamento. Sendo assim o art 189 da lei civil esclarece que a prescrição não é e não poderia ser a perda do direito da ação, mas a neutralização da pretensão.
Renúncia da prescrição
Só é possível renunciar à prescrição depois de sua efetiva ocorrência, até porque ninguém pode renunciar a algo que ainda não é seu. Esta renuncia ocorre quando um devedor se propõe a pagar uma divida já prescrita, sendo essa chamada de renuncia expressa.
Das causas que impedem ou suspendem a prescrição
Nas causas impeditivas evitam que a prescrição se inicie, ou seja, pendente uma causa impeditiva, o prazo prescritivo sequer se inicia. As causas suspensivas paralisam temporariamente a causa da prescrição quando já se iniciou a fluência do prazo. E todas as causas suspensivas ou impeditivas são de natureza extrajudiciais sendo que elas não decorrem de nenhum modo de ato praticado em juízo.
São as seguintes
entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
entre os ascendentes e os descendentes;
entre os tutelados e curatelados, durante o exercício da tutela ou da curatela;
contra os ausentes do País em serviço publico da União dos estados ou dos municípios.
na união estável;
no caso do plano familiar enquanto menores, não ocorrendo prescrição, contra absolutamente incapazes.
Das causas que interrompem a prescrição
As causas interruptivas da prescrição ocorrem geralmente em sede trabalhista e nos juizados especiais cíveis. A simples proposição da demanda, por si só, já serve para interrupção do prazo prescricional. A súmula 268 do tribunal superior do trabalho confirmando que a ação trabalhista, ainda que arquivada, interrompe a prescrição somente em relação aos pedidos idênticos.
Alguns prazos prescricionais
ação popular: cinco anos
ação trabalhista: prazo prescritível de cinco anos para reclamar os créditos resultantes das relações trabalhistas, respeitando o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho, para propositura da ação;
ação reparatória de acidente de trabalho: cinco anos;
ação de cobrança de alugueis em prédios urbanos ou rústicos: três anos;
ação para o consumidor exigir reparação de danos: cinco anos;
segurado contra seguradora para pagamento da indenização da ocorrência de sinistro: um ano.
Da Decadência
Conceitos e características
Segundo Francisco Amaral, “decadência é a perda do direito potestativo pela inércia de seu titular em período determinado em lei”. Seu objetivo são os direitos potestativos de qualquer espécie, disponíveis ou indisponíveis.
Um dos critérios usados pela doutrina para distinguir prescrição de decadência consiste em considerar que, na primeira, o prazo começa a fluir no momento em que o direito nasce.
Também se diz que a prescrição resulta exclusivamente da lei, enquanto a decadência pode resultar da lei (legal), do testamento e do contrato (convencional). O Código Civil de 1916 não se referia, expressamente, à decadência, também denominada caducidade. O novo Código Civil, contudo, inspirado no Código Civil Italiano, optou por uma fórmula segura de distinção, considerando prescricionais somente prazos taxativamente discriminados na Parte Geral, nos art. 205 (regra geral) e 206 (regras especiais).
Na decadência, que é instituto do direito substantivo, há perda de um direito previsto em lei. O legislador estabelece que certo ato tenha que ser exercido dentro de um determinado tempo, fora do qual ele não poderá mais efetivar-se porque dele decaiu seu titular.
Segundo o entendimento da Comissão Revisora do Projeto que se transformou no atual Código, manifestado para justificar a desnecessidade de se definir decadência, esta ocorre quando um direito potestativo não é exercido, extrajudicialmente ou judicialmente. Os direitos potestativos são direitos sem pretensão, pois são insuscetíveis de violação, já que eles não se opõem um dever de quem quer que seja, mas uma sujeição de alguém.
Na seqüência adquiri a referida comissão. Logo, se a hipótese não é de violação de direito, quando se exercer, judicialmente, o direito de anular um negócio jurídico, não é para condenar ninguém. Está apenas exercendo um direito por via judicial.
Disposições legais sobre a decadência
Com relação à decadência, o Código Civil trata apenas de suas regras gerais:
Art. 211: “A parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação”. O art. 210 nos fala que é dever de ofício, conhecer a decadência, quando “estabelecida por lei”. Prescreve o art. 207: “Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição”.
O art. 208 determina que se aplique à decadência o disposto nos art. 195 e 198, inciso I, que dizem respeito a incapazes. E o art. 109 proclama: “É nula a renuncia à decadência fixada em lei”. O fim predominante desta é o interesse geral, sendo os casos legalmente previstos versam sobre questões de ordem pública. Daí a razão de não se admitir que as partes se afastem a incidência da disposição legal.
O referido dispositivo, contudo, considera irrenunciável apenas o prazo de decadência estabelecido em lei, e não os convencionais, como o pactuado na retro venda em que , por exemplo, pode se estabelecer que o prazo da decadência do direito de resgate seja de um ano a partir da compra e venda, e, depois, renunciar-se a esse prazo, prorrogando-o até por três anos, que é o limite máximo estabelecido em lei.
Da Prova
Prova é o meio empregado para demonstrar a existência do ato ou negócio jurídico. Deve ser admissível (não proibidapor lei e aplicável ao caso em exame), pertinente (adequada à demonstração dos fatos em questão) e concludente (esclarecedora dos fatos controvertidos).
   Não basta alegar: é preciso provar, pois alugare nihil et allegatum non probare paria sunt (nada alegar e alegar e não provar quer dizer a mesma coisa). O que se prova é o fato alegado, não o direito a aplicar, pois é atribuição do Juiz conhecer e aplicar o direito (iura novit cúria). Por outro lado, o ônus da prova incumbe a quem alega o fato e não a quem o contesta, sendo que os fatos notórios independem de prova.
     A regulamentação no Código Civil e no Código de Processo Civil. Ao primeiro cabe a determinação das provas a indicação do seu valor jurídico e as condições de admissibilidade, ao diploma Processual Civil, o modo de constituir a prova e de produzi-la em Juízo.
    Qualquer meio de prova pode ser utilizado, desde que não proibido, como estatui o art.332 do Código de Processo Civil: “Todos os meios legais bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste código são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda ação ou defesa”.
Meios de prova
Dispõe o art.212 do Código Civil: “Salvo o negócio a que se impõe forma especial o fato jurídico pode ser provocada mediante:
confissão;
documento;
testemunha;
presunção;
perícia”
Confissão
   Ocorre a confissão quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e favorável ao adversário (CPC, art.348). Pode ser judicial (em Juízo) ou provocada, expressa ou presumida (ou ficta) pela revelia (CPC, art. 302 e 319). Tem como elementos essenciais, a capacidade da parte, a declaração de vontade e o objeto possível.
    “Não tem eficácia a confissão se provém de quem não é capaz de dispor do direito a que se referem os fatos confessados” (CC, art. 213). “Se feita a confissão por um representante, somente é eficaz nos limites em que este pode vincular o representado” (art.213, parágrafo único).
    A confissão, como foi dito, é prova que consiste em manifestação de uma parte reconhecendo situação favorável à outra. Desse modo, somente quem ostenta essa posição na relação jurídica pode confessar.
    Nas ações que versarem sobre bens imóveis, a confissão de um cônjuge não valer é sem a do outro (CPC, art. 350, parágrafo único). Não vale também, a confissão relativa a direitos indisponíveis (CPC, art. 351). “A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou coação” (CC, art. 214).
Documento
O documento pode ser público ou particular. Tem função apenas probatória. Públicos são os documentos elaborados por autoridade pública, no exercício de suas funções como as certidões, etc. Particulares quando elaborados por particulares uma carta, um telegrama, por exemplo, podem constituir importante elemento de prova.
   Documentos não se confundem com instrumentos públicos ou particulares. O instrumento é criado com a finalidade precípua de servir de prova, como, por exemplo, a escritura pública, ou letra de câmbio. Os instrumentos públicos são feitos perante o oficial público, observando-se os requisitos do art.215. Os particulares são realizados somente com a assinatura dos próprios interessados.
    Dispõe o art.221 que “o instrumento particular, feito e assinado, ou somente assinado por quem esteja na livre disposição e administração de seus bens, prova as obrigações convencionais de qualquer valor; mas os seus efeitos, bem como os da cessão, não se operam, a respeito de terceiros, antes de transcritos no registro público”.
   Mesmo sem testemunha o documento particular vale entre as próprias partes, por força do art. 219, que prescreve:”As declarações constantes de documentos assinados presumem-se verdadeiras relações aos signatários”.
  Em princípio, o instrumento deve ser exibido no original. Estatui o art.216, porém, que farão prova como os originais,”as certidões textuais de qualquer peça judicial, do protocolo das audiências, ou de outro qualquer livro a cargo do escrivão, sendo extraídas por ele, ou sob a sua vigilância, e por ele subscritas, assim como os traslados de autos, quando por outro escrivão consertados”. Esta regra é repetida no art. 365 do Código de Processo Civil.
  O art.217 acrescenta que “terão a mesma força probante os traslados e as certidões, extraídos por tabelião ou oficial de registro, de instrumentos ou documentos lançados em suas notas”.
  Certidão é a reprodução do que se encontra transcrito em determinado livro ou documento. Quando integral, abrangendo todo o conteúdo da anotação, chama-se verbo ad verbum. Se abranger apenas determinados pontos indicados pelo interessado, denomina-se certidão em breve relatório. Translado é cópia do que se encontra lançado em um livro ou em autos.
  Acrescenta o art.11 da referida lei: “os documentos produzidos eletronicamente e juntados aos processos eletrônicos  com garantia da origem signatários, na forma estabelecida nesta Lei, serão considerados originais para todos os efeitos legais.
  O telegrama, quando lhe for contestada a autenticidade, faz prova mediante conferência com o original assinado. (CC, art. 222). “A cópia fotográfica de documento. Conferida por tabelião de notas, valerá como prova de declaração da vontade, mas, impugnada sua autenticidade, deverá ser exibido o original” (art.223).
A prova não supre a ausência do título de crédito, ou do original, nos casos em que a lei ou circunstâncias condicionarem o exercício do direito à sua exibição” (art. 223, parágrafo único), em razão dos princípios da literalidade e fonográficos e, em geral, quaisquer outras reproduções mecânicas ou eletrônicas de fatos ou de coisas fazem prova plena destes, se a parte, contra quem forem exibidos, não lhes impugnar a exatidão (art.225), não se exigindo que sejam autenticadas.
  Os livros e fixas dos empresários e sociedades provam contra as pessoas a que pertencem, e, em seu favor, quando escriturados sem vício extrínseco ou intrínseco, forem confirmados por outros subsídios (art.226).
A prova resultante dos livros e fichas não é bastante nos casos em que a lei exige escritura pública, ou escrito particular revestido de requisitos especiais, e pode ser ilidida pela comprovação da falsidade ou inexatidão dos lançamentos (art. 226, parágrafo único).
   Aduza-se, por fim, que “os documentos redigidos em língua estrangeira serão traduzidos para o português para ter efeitos legais no País” (art.224). Determina o art.124 da mencionada lei que os escritos em língua estrangeira, para produzirem efeitos no Brasil, terão, necessariamente, de ser traduzidos para o vernáculo e registrada tal tradução.
Testemunha
As testemunhas podem ser tanto instrumentarias quanto judiciárias. As testemunhas instrumentárias são aquelas que assinam o instrumento, já as testemunhas judiciárias são aquelas que prestam depoimento em juízo. Sabemos que a prova testemunhal é menos segura que a documental.
A prova testemunhal é alvo de duras criticas dentro do sistema jurídico por ter alto grau de subjetividade. Sendo assim tem-se uma restrição a sua admissibilidade ampla.
Atualmente, embora não se admita prova exclusivamente testemunhal nos contratos, vem-se tendo uma tendência para considerar que é admissível a prova testemunhal.
Existem pessoas que não podem servir como prova testemunhal, segundo o art. 228, CC:
menores de dezesseis anos;
aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem discernimento para a prática dos atos da vida civil;
os cegos e surdos, quando a ciência do fato que se quer provar dependa dos sentidos que lhes faltam;
interessado no litígio, o amigo intimo ou inimigo capital das partes;
e os cônjuges, os ascendentes, os descendentes e os colaterais, até o terceiro grau de alguma das partes, por consangüinidade, ou afinidade.
Porém, para prova de fatos que só elas conheçam, o juiz pode admitir o depoimento das referias pessoas (art. 228 parágrafo único)
No art. 229 do Código Civil dispõe de que ninguém é obrigado a depor em juízosobre o fato:
cujo respeito, por estado ou trabalho, deva guardar segredo;
que não possa responder e sem desonra própria, de seu cônjuge, parente em grau sucessível, ou amigo intimo;
que o exponha, ou as pessoas referidas na letra antecedente, a perigo de vida, ou de dano patrimonial imediato.
Presunção
Presunção nada mais é do que a dedução que se tem de um fato conhecido para chegar a um fato desconhecido.
As presunções podem ser legais ou comuns. Legais são que as decorrentes da lei, já as comuns são as que são baseadas no que ordinariamente acontece, na experiência de vida.
As presunções legais se dividem absolutas e relativas. As absolutas são as que não admitem prova em contrario, a presunção neste caso então é indiscutível. As relativas são as, ao contrario das Absolutas, admitem provas em contrario.
Perícia
O Código de Processo Civil designa a prova pericial em exame e vistoria. Exame é a analise de alguma coisa para assistenciar o juiz a formar sua convicção. Vistoria é pericia, porém circunscrita à inspeção ocular.
O documento mencionado também relaciona como prova pericial a Avaliação. O arbitramento é forma de avaliação. É o exame pericial destinado a apurar o valor de determinado bem.
O STJ já considera que a recusa do investigado em submeter-se ao exame de DNA, quando aliada à comprovação de relacionamento sexual entre o investigado e a mãe do autor impúbere, gera automática presunção de veracidade das alegações postas na exordial.
Referência
GONÇALVES, Carlos Roberto, “Direito civil brasileiro, volume 1: parte geral” Carlos Roberto Gonçalves – 8ª Ed. – São Paulo: Saraiva, 2010

Outros materiais