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PREVIDENCIÁRIO - SALARIO CONTRIBUIÇÃO

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FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCAIS
APLICADAS DO ARAGUAIA – FACISA
COORDENAÇÃO DO CURSO DE DIREITO
	
WILLIAN GONÇALVES LINO DE OLIVEIRA
		SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO
Barra do Garças-MT
Maio-2015
 WILLIAN GONÇALVES LINO DE OLIVEIRA
		SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO
Trabalho elaborado sob orientação do Prof. Vinicios Matos, para obtenção de nota avaliativa parcial do segundo bimestre, da Faculdade de Ciências Jurídicas sociais e aplicadas do Araguaia- FACISA.
Barra do Garças – MT
Maio-2015
SALÁRIO CONTRIBUIÇÃO
O salário de contribuição, instituto exclusivo do Direito Previdenciário, é a expressão que quantifica a base de calcula da contribuição previdenciária dos segurados a previdência social, configurando a tradução numérica do fato gerador. Ao afirmarmos que o fato gerador da contribuição é a atividade remunerada, é necessário quantificar este evento, de modo que possa ser tributado. Aí entra o salário-de-contribuição. 
Apesar do salário de contribuição ser base-de-cálculo para os segurados, excepcionalmente, o mesmo também é base da contribuição do empregador doméstico e da conta patronal do microempreendedor individual – MEI. O salário-de-contribuição não é aplicado ao segurado especial, que tem regra própria de custeio, sobre a produção rural, salvo quando contribui facultativamente como contribuinte individual.
Não seria exagero afirmar que o salário-de-contribuição configura o conceito de maior relevância para o direito previdenciário, não só devendo à sua utilização no custeio, mas também pelo fato de o mesmo ser referência para o calcula do salário-de-benefício do segurado, responsável pela quantificação do benefício a ser concedido. Ademais, indiretamente, ajudará a fixar a base-de-cálculo da contribuição das empresas.
O Direito do Trabalho é fonte de maior relevância. Entretanto, não se pode, de pronto, admitir que conceitos trabalhistas tenham exatamente o mesmo significado no âmbito previdenciário, embora seja o defendido pela maioria.
Como fonte do Direito Previdenciário, é lícito ao aplicador do Direito buscar uma predefinição do conceito de salário-de-contribuição, a partir do conceito trabalhista de remuneração, mas sem aceitar imediato a similitude. 
A remuneração é vista como gênero, englobando como espécies o salário, a gorjeta e comissões, além das chamadas conquistas sociais. O salário a parte fixa da remuneração, prevista contratualmente pela contraprestação do serviço. 
Apesar de o conceito de salário-de-contribuição ser intimamente ligado à contribuição do trabalhador, é também parcialmente utilizado como base de cálculo da contribuição das empresas. Pois, devido à ausência de limite para a contribuição da empresa – a aplicação às empresas diz respeito tão somente à identificação das parcelas integrantes e não integrantes. Por isso, repetem-se aqui comentários já feitos por ocasião da definição da base de cálculo das contribuições patronais.
O fato gerado para o trabalhador ocorre em momento idêntico ao da empresa, isto é, quando da ocorrência do crédito jurídico, momento em que a remuneração passa a ser devida, ainda que não paga - é a prestação do serviço. Todos os comentários feitos sobre a hipótese de incidência da contribuição patronal, incide sobre a folha de pagamento são aqui diretamente aplicáveis.
A definição legal do plano de custeio é assim feita (art. 28. Da Lei 8.212/91), entendendo-se por salário-de-contribuição:
I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma, ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo a disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa;
II - Para o empregado doméstico: a remuneração registrada na Carteira de
Trabalho e Previdência social;
III - Para o contribuinte individual a remuneração auferida era uma ou mais
Empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês;
IV - Para o segurado facultativo: o valor por ele declarado.
SEGURADOS EMPREGADO E AVULSO
A lei determina que a base dos segurados empregados e avulsos seja também a remuneração, ainda que creditada ou devida. A incidência também independe do efetivo pagamento. 
A lei também faz expressa menção a irrelevância do título do pagamento feito aos segurados empregados e avulsos, ou seja, em sendo o valor pago retribuição pelo trabalho do segurado, ter-se-á configurada a remuneração. E expediente comum algumas empresas tentarem camuflar o salário-de-contribuição e, por consequência, sua própria base de cálculo, com denominações criativas que induzem a conclusão de que tais valores são indenizatórios ou ressarcitórios. O que vale e a realidade dos fatos, não a denominação adotada.
São igualmente incluídos os ganhos habituais sob a forma de utilidades, muito conhecidos como salario utilidade. São pagamentos feitos em forma de algum bem distinto de pecúnia. Embora não pareça, também estão aí inseridos outros ganhos habituais, mesmo que pagos em dinheiro. A menção não é expressa, já que incluídos no conceito de remuneração, pois, se pagos com habitualidade, são evidentemente decorrentes da prestação laborai.
Somente estarão excluídos do salário-de-contribuição valores não remuneratórios e não habituais. Caso o pagamento tenha sido feito uma única vez, sem habitualidade, mas s e claramente decorrente do trabalho, ainda assim e remuneração. Os ganhos eventuais somente excluem-se da base se expressamente desvinculados do salário do trabalhador.
EMPREGADO DOMESTICO
O salário-de-contribuição do empregado doméstico e o registrado em sua CTPS. E expediente comum entre os empregadores domésticos o registro em carteira por um salário mínimo e o pagamento de valor acima deste, em evidente sonegação. 
O recolhimento da contribuição e responsabilidade do empregador doméstico, sendo, todavia, exigível do empregado a comprovação do pagamento destes valores. Caso não o sejam, o INSS concedera benefício no valor de um salário mínimo, até que o recolhimento venha a ser comprovado.
As despesas com o empregado doméstico relativas a alimentação, vestuário, higiene ou moradia não tem natureza salarial nem se incorporam a remuneração para quaisquer efeitos, apesar de não poderem ser descontadas dos empregados (salvo moradia). Tais parcelas, portanto não integram o salário-de-contribuição. A mesma lei estendeu as empregadas domesticas a estabilidade provisória da gestante, desde a confirmação da gravidez até 5 (cinco) meses após o parto.
	
CONTRIBUINTE INDIVIDUAL
Para o contribuinte individual, configura-se o salário-de-contribuição a partir de todos os valores a estes pagos por pessoas físicas e jurídicas, dentro do mês, em decorrência de serviços prestados.
Esta categoria de segurado obrigatório sofreu profunda alteração com o advento da Lei nº 9.876/99. Até então, vigia o conhecido salário-base, que funcionava como espécie de remuneração fictícia, desvinculada da verdadeira remuneração do contribuinte individual.
O salário-de-contribuição para o segurado contribuinte individual será obtido a partir da sua remuneração, mensurado mês a mês, obedecendo, naturalmente, os limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição. É sabido que, na atualidade, os contribuintes individuais, na imensa maioria, simplesmente arbitram um valor como base-de-calculo e efetuam suas contribuições mensais sobre este montante, raramente vinculado com sua real remuneração. Este procedimento, ainda que amplamente difundido, e ilegal, pois somenteo segurado facultativo e quem pode fixar o valor que quiser para fins de contribuição. 
Apesar da regra geral explicitada, cabe notar que o contribuinte individual, assim como o segurado facultativo, pode optar pelo recolhimento reduzido de 11% sobre o salário mínimo, abrindo mão da aposentadoria por tempo de contribuição. Esta condição funciona como uma exceção à regra geral para os contribuintes individuais - aqueles que fizerem está opção terão seus salários-de-contribuição fixados em salário mínimo, e não a partir da remuneração, que é a regra geral.
	4.1. O Salário-base
O salário-base, ficção legal desvinculada da real remuneração do trabalhador, era dividido em dez classes, sendo a classe 1 o salário mínimo e a classe 10 o teto do salário-de-contribuição. Em sua gênese, o salário-base era dividido em número de salários mínimos, o que deixou de ocorrer com a publicação da Lei nº 8.213/91 - PBPS, adotando-se, à época, classes com valores desvinculados do mínimo.
De modo geral, o segurado ingressava na classe inicial, mesmo que sua efetiva remuneração fosse superior ao salário mínimo. A progressão para as classes seguintes era voluntaria, não sendo o segurado obrigado a progredir na tabela
Entretanto, a progressão não poderia ser feita a qualquer momento, mas somente para os segurados que tivessem cumprido o interstício, isto e, o número mínimo de meses de permanência em cada classe. A lei determinava que o segurado deveria permanecer certo lapso temporal em uma classe, antes de possibilitar sua progressão. O tempo de permanência era variável de uma classe a outra, indo de 12 a 60 meses.
Como requisito adicional, o segurado deveria estar com suas contribuições em dia para possibilitar a progressão. Por ser totalmente desvinculado da efetiva remuneração do trabalhador, o segurado poderia progredir na tabela, ainda que sua remuneração não tivesse se alterado ou, mesmo, reduzido.
A importância do interstício era evitar fraudes ao sistema previdenciário, pois os segurados poderiam contribuir sobre o mínimo pela maior parte de vida laborai, vindo a aumentar a contribuição para o máximo nos três últimos anos, que era, em regra, o período abrangido pelo cálculo do benefício, também alterado pela Lei nº 9.876/99.
	4.2. A Regra de Transição
Fica extinta a escala transitória de salário-base, utilizada para fins de enquadramento e fixação do salário-de-contribuição dos contribuintes individual e facultativo filiados ao Regime Geral de Previdência Social, estabelecida pela Lei nº 9.876, de 26 de novembro de 1999 (art. 9S).
Todos os contribuintes individuais estão sujeitos a regra do salário-de-contribuição, que e então obtido a partir da remuneração do trabalhador, obedecendo-se os limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição. 
Com o advento da Orientação Normativa MPS/SPS nº 5, de 23 de dezembro de 2004, ficou dispensado a analise contributiva realizada para a concessão de benefícios aos segurados contribuinte individual e facultativo, a qual verificava o enquadramento correto e o cumprimento dos interstícios segurados na escala de salários-base, nos períodos em que este foi utilizado. Com isso se ganha tempo com a exclusão de um procedimento moroso que, atualmente, pouco influi no valor final do benefício do segurado.
SEGURADO FACULTATIVO
A Grosso modo, todas as regras referentes aos contribuintes individuais, sejam definitivas ou transitórias, são aplicáveis aos segurados facultativos. Obviamente, como este segurado não exerce atividade remunerada, a exceção e a base de incidência pela nova regra - o valor declarado.
Tal valor declarado pode ser qualquer um, desde que compreendido entre um salário mínimo e o teto do salário-de-contribuição. Não há necessidade de o segurado facultativo seguir parâmetros fixos de contribuição. Poderá, se desejar, variar sua contribuição todo mês. Obviamente, a responsabilidade do recolhimento recai, aqui, sobre o próprio segurado.
Caso o facultativo já seja filiado ao RGPS em período anterior a Lei nº 9.876/99, também obedeceria a regra de transição do salário-base, nos moldes já explicitados, até o advento da Lei nº 10.666/03.
LIMITES DO SALARIO-DE-CONTRIBUICAO
	6.1. Limite Mínimo
O limite mínimo do salário-de-contribuição corresponde ao piso salarial, legal ou normativo da categoria ou, ainda, inexistindo este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês.
Como se observa, o limite mínimo do salário-de-contribuição, como regra, não e necessariamente o salário mínimo, mas sim o piso salarial da categoria profissional. Somente caso não haja piso e que a base mínima de contribuição será equivalente ao salário mínimo.
Também deve-se atentar para a quantificação do salário mínimo, que não e necessariamente mensal. Se o trabalhador foi contratado no meio do mês, ou se trabalha somente meio expediente, o valor percebido por mês pode ser inferior ao salário mínimo mensal, já que a aferição da remuneração será feita por parâmetro horário ou diário. A visualização do mínimo mensal e somente uma das expressões possíveis do salário mínimo, que pode ser quantificado em dias ou em horas.
Assim, o segurado que não trabalhe todos os dias, ou cumpra expediente parcial, contribuirá sobre valor inferior ao mínimo mensal, tendo este período de contribuição computado, sendo-lhe, mesmo assim, assegurado o pagamento do mínimo mensal, quando da ocorrência de algum evento determinante. 
Se o contribuinte individual recebe algo em torno de um salário mínimo, certamente não iria pagar sobre este valor se soubesse da possibilidade de garantir o mesmo benefício pagando muito menos. Já para o segurado empregado, inclusive o doméstico e avulso não há esta possibilidade, já que sua contribuição e descontada pelo empregador ou pelo sindicato/órgão gestor de mão de obra, respectivamente.
Também o segurado facultativo, assim como o contribuinte individual, terá o salário mínimo mensal como base mínima de contribuição, de modo a manter-se a paridade entre contribuição e benefício.
	6.2. Limite Máximo
O limite máximo do salário-de-contribuição e fixado em lei, sofrendo as mesmas atualizações dos benefícios de prestação continuada da Previdência Social.
Assim, todo o segurado, ainda que receba remuneração muito superior ao teto fixado, contribuirá somente sobre a base máxima, ficando o excesso a salvo de qualquer cobrança. Este limite não se aplica a contribuição patronal, que e desprovida de qualquer limite máximo.
O limite máximo, aliás, tem uma aparente logica, pois, se o segurado irá obter seu benefício limitado a certo teto, parece justo que sua contribuição também obedeça a este mesmo teto.
COMPOSIÇÃO DO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO
Em regra, o salário de contribuição será composto por parcelas remuneratórias decorrentes do trabalho, inclusive a verba recebida como gratificação natalina, mais conhecido como 13º salário.
Para o empregado e o avulso, o salário de contribuição será formado pela remuneração mensal total, devida ou creditada, pela empresa que preste serviço, incluindo-se na definição de remuneração as gorjetas, tal qual o faz o artigo 457, da CLT, bem como as utilidades habituais pagas ao trabalhador.
Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos, a alimentação, habitação, vestuário outras prestações “in natura” que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado, não sendo permitido em caso algum o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas.
De efeito, mesmo que a pessoa jurídica não pague a remuneração no mês, a quanta devida será considerada como salário de contribuição e deverá ser paga a respectiva contribuição previdenciária 
Da mesma forma, o adiantamento de remuneração referente aos meses subsequentes também integrará o salário de contribuição, se creditado antecipadamente, o conhecido ‘vale’, bem como a verba conhecida como hora de repouso e alimentação, integra a composiçãosalarial do segurado empregado pelo tempo que ficar à disposição da empresa. 
O adicional noturno, de insalubridade e de periculosidade pagos pela empresa são verbas que possuem natureza remuneratória em decorrência do trabalho à noite, nocivo a saúde e perigoso, devendo incidir contribuição previdenciária.
O salário maternidade é considerado como salário maternidade é considerado como salário de contribuição, pois trata-se de benefício previdenciário. 
O Total das diárias de viagem integrará o salário de contribuição, se excedentes a 50% da remuneração mensal, conquanto se trate teoricamente de verba indenizatória, mas neste caso o valor é tão alto que o legislador o presumiu como remuneração disfarçada, seguindo o regime do artigo 547 §2°, da CLT.
Além, as horas extras pagas aos empregados e domésticos que ultrapassam a jornada diária de trabalho possuem natureza remuneratória, razão pela qual integram o salário de contribuição. Nesse sentido é o entendimento do STJ no informativo 514.
Por sua vez, não integram o salário de contribuição:
Os benefícios da Previdência social, exceto o salário maternidade;
Assim, não haverá desconto de contribuição previdência sobre nenhum benefício pago no âmbito do RGPS, exceto o salário maternidade, único benefício considerado como salário de contribuição em razão de herança do tempo em que era uma prestação trabalhista.
Inclusive, o artigo 195, inciso II, da Constituição Federal, instituiu uma imunidade, ao prever que as contribuições previdenciárias não incidirão sobre as aposentarias e pensão pagas no Regime Geral de Previdência Social.
Revendo posicionamento de 2013, em 26 de fevereiro de 2014 a 1° Seção do STJ no Julgamento em Recurso Especial 1.230.957 restaurou a sua tradicional jurisprudência no sentido de que o salário-maternidade integra o salário de contribuição.
As ajudas de custo e adicional mensal recebidos pelo aeronauta nos termos da Lei n° 9.528/97 de 30 de outubro de 1973.
No caso de transferência provisória, o empregador é obrigado a pagar ao aeronauta, além do salário, um adicional mensal, nunca inferior a vinte e cinco por cento do salário recebido.
Na transferência permanente, o aeronauta, além do salário, terá assegurado o pagamento de uma ajuda de custo, nunca inferior ao valor de quatro meses de salário, para indenização de despesas de mudança e instalação na nova base, bem como o seu transporte, por conta da empresa, nele compreendidos a passagem e a translação da respectiva bagagem.
A parcela “in natura” recebida de acordo com os programas de alimentação aprovados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, nos termos da Lei n° 6.321, de 14 de abril de 1976;
O programa de alimentação ao trabalhador (PAT) é aquele aprovado e gerido pelo Ministério do Trabalho e Emprego, nos termos da Lei n° 6.321/1976. Não integra a remuneração, a parcela “in natura”, sob forma de utilidade alimentação, fornecida pela empresa regularmente inscrita no PAT aos trabalhadores por ela diretamente contratados, de conformidade com os requisitos estabelecidos pelo órgão gestor competente.
Todavia, se for paga em dinheiro, integrará o salário de contribuição, conforme o antigo entendimento do STJ, e o atual da própria Receita Federal do Brasil.
As importâncias recebidas a guisa de aviso prévio indenizado, férias e terço indenizados, licença-prêmio indenizada, incentivos à demissão e multa de 40% sobre o Valor do FGTS, pois ostentam natureza indenizatória;
A respeito, a Lei 8.212/91 é silente no que concerne o aviso prévio indenizado integra ou não o salário de contribuição. Até o advento do Decreto 6.727/2009, o Regulamento previa que o aviso prévio indenizado não compunha o salário de contribuição. No entanto, o citado dispositivo foi revogado, passando o Regulamento a também silenciar a respeito, em uma tentativa frustrada do Poder Executivo da União de fazer incidir contribuição previdenciária sobre o aviso prévio indenizado.
Vale frisar que o aviso prévio indenizado possui natureza não remuneratória, razão pela qual não comporá o salário de contribuição, não podendo o Regulamento da Previdência Social, por seu ato legal secundário, dispor no sentido contrário.
As importâncias referentes aos ganhos eventuais e aos abonos expressamente desvinculados do salário; indenização por tempo de serviço, anterior a 05 de outubro de 1988, do empregado não optante pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS.
De acordo com a Secretaria da Receita Federal do Brasil, o abono único previsto em Convenção Coletiva de Trabalho, desde que desvinculado do salário e pago sem habitualidade não irá integrar o salário de contribuição.
A parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da legislação própria. Contudo, de acordo com o antigo posicionamento tradicional do STJ, se fosse pago em dinheiro, integrava o salário de contribuição.
Entrementes, em 10/03/2010, ao julgar o RE 478.410, o STF tornou posição diversa da do STJ, afirmando que mesmo o vale-transporte pago em dinheiro não integrará o salário de contribuição, por não afetar o caráter não salarial da verba, sendo esta a posição a ser adotada atualmente. 
A ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de mudança de local de trabalho do empregado, na forma do artigo 470 da CLT.
Logo, fazendo uma interpretação a contrário senso, se a ajuda de custo for paga em mais de uma parcela, integrará o salário de contribuição.
As diárias para viagens, desde que não excedam a 50% da remuneração mensal.
Para tanto, apenas as diárias de viagem que ultrapassem a metade da remuneração mensal terão natureza de remuneração para efeito previdenciário.
A importância recebida a título de bolsa de complementação educacional de estagiário, quando pago nos termos da Lei n° 6.494, de 7 de dezembro de 1977.
Assim, a bolsa paga pelo estagiário regular não possui natureza remuneratória, tanto que o estagiário não é segurado obrigatório do RGPS.
A participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com a lei específica;
Vale ressaltar que o artigo 2°, da Lei 10.101/2000, exige que a participação nos lucros ou resultados seja objeto de negociação entre a empresa e seus empregados, através de comissão ou acordo/convenção coletiva.
O abono do programa de integração Social-PIS e do Programa de Assistência ao Servidor Público-PASEP;
Os valores correspondentes a transportes, alimentação e habitação fornecida pela empresa ao empregado contratado para trabalhar em localidade distante da de sua residência, em canteiro de obras ou local que, por força da atividade, exija deslocamento e estada, observadas as normas de proteção estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego;
 Isto porque as referidas parcelas não se destinam a remunerar o trabalho, sendo gastos extraordinários da empresa em razão do labor prestado em local distante.
A importância paga o empregado a título de complementação ao valor do auxílio-doença, desde que este direito seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa;
O valor das contribuições efetivamente pagos pela pessoa jurídica relativo a programa de previdência complementar, aberto ou fechado, desde que disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes, observado, no que couber, os arts. 9° e 468 da CLT;
Os valores relativos à assistência prestada por serviços médicos ou odontologia próprio da empresa ou por ela conveniado.
O valor correspondente a vestuário, equiparados e outros acessórios fornecidos ao empregado e utilizados no local do trabalho para prestação dos respectivos serviços;
O ressarcimento de despesas pelo uso de veículos do empregado e o reembolso creche pago em conformidade com a legislação trabalhista, observado o limite máximo de seis anos de idade, quando devidamente comprovadas as despesas realizadas;
O valor relativo a plano educacional, ou bolsa de estudo, que vise à educação básica de empregados e seus dependentes e, desde que vinculada às atividades desenvolvidas pela empresa, à educação profissionale tecnológico de empregados, nos termos da Lei 9.394, de 20 de dezembro de1996, desde que não sejam utilizados em substituição de parcela salarial.
A importância recebida a título de bolsa de aprendizagem garantia ao adolescente até quatorze anos de idade, de acordo com o disposto no art.64 da Lei n° 8.069 de 13 de julho de 2013.
Os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais;
O valor da multa prevista no § 8° do artigo 477 da CLT;
O valor correspondente ao vale-cultura;
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
	IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário. 14. Ed.- Rio de Janeiro: Impetus, 2009
	MARTINS, Sergio Pinto. Direito da Seguridade Social. 34. Ed. São Paulo. Atlas, 2014

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