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Direito Administrativo - Resumo em quadro

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Direito administrativo e sua evolução histórica
	Antiguidade
	Em códigos antigos, como de Hamurábi e de Manu, pode-se verificar que já havia uma noção de ‘coisa pública’, ainda que muito simples, a qual pode ser verificada pela preocupação com mantença da população e com os mais fracos. Assim, a idéia de público é a luta de todos para manter a união da sociedade e do Estado, afinal a vida já é difícil em grupo, imagina sozinho.
	Idade Média
	Tem-se a pulverização e a descentralização do poder. Assim, cada feudo parecia um pequeno Estado, visto que o senhor do feudo tinha poder de vida e morte sobre seus servos. Em alguns feudos havia o direito à primeira noite em outros não. Cada feudo possuía um padrão monetário, o que dificultava o comércio, o que era agravada pela proibição da usura pela igreja.
	Idade Moderna
	Com a passagem da idade média para a moderna, tem-se a concentração de poder nas mãos do soberano, assim emergem os Estados monárquicos, sob a forma absolutista. Os monarcas tinham como função a emissão de moedas e manter a segurança externa e interna do reino. Tais aspectos foram propícios ao comércio, o qual, além de uma moeda em comum, podia contar com a segurança, o que os dotava de maior estabilidade. Ademais, nesse período tem-se a reforma protestante, a qual não condenava o lucro, tal fato é inclusive explicitado por Weber em seu livro “a ética protestante e o espírito do capitalismo”. Nota-se, pois, uma mudança do método feudal para o mercantil.
- Correlacionar: Renascimento, Reforma Protestante, Webber, Administração Pública e Burocracia.
- Estado de Polícia: corresponde ao período dos Estados Absolutistas, ocasião em que o soberano buscava controlar a vida do cidadão. Tanto que o rei ditava as regras e decidia sempre os casos em última instância. O rei era legis solutus (a solução da lei) e melhor ele nunca errava (the king can do no wrong) e por isso não podia ser responsabilizado. Assim, o direito público se resumia ao preceito de que o rei tinha um direito ilimitado para administrar.
	Idade Contemporânea
	- Estado Liberal: Estado absenteísta, o qual não deveria intervir, só quando necessário. Emergem os direitos de primeira geração.
- Estado de Bem Estar Social: Estado providência, no qual o Estado passa a atuar mais fortemente, aumentando os serviços públicos. Emergem os direitos de segunda geração. Constituição Mexicana de 17 e Alemã de 19.
- Estado Gerencial: surge diante da crise do Estado de Bem Estar Social, ocasião em que o Estado deve parar de ser o provedor, para ser regulador.
	Os três tipos de sociedades, conforme Max Weber.
	Autoridade
(poder de impor a vontade. É o querer mandar)
	Legitimidade
(a justificativa para obedecer, motivo pelo qual alguém quer obedecer outro alguém)
	Características e exemplos
	Sociedade Tradicional
	Está no sangue, na hereditariedade (eu mandão pq meu pai mandava)
	Está na tradição (eu obedeço pq meus pais obedeciam, pq as coisas sempre foram assim).
	Sociedade patriarcal, patrimonialista e conservadora.
O poder não é racional e pode ser transmitido por herança.
Ex: clã e monarquia.
	Sociedade Carismática
	Reside no fato do líder ser amado pelos seus súditos. 
	Está na empatia, no amor, no carisma.
Baseia-se na devoção afetiva, no arrebatamento pessoal e na influencia que aquele líder traz átona
	Sociedade instável, pois o próximo líder pode não ser carismático.
Tal poder não pode ser delegado, nem dado de herança, pois o carisma está naquela pessoa.
Ex: Getúlio, Fidel, Hitler.
	Sociedade Legal, Racional ou Burocrática
	Está na lei.
A) autoridade formal da lei: está no procedimento legislativo prévio.
B) autoridade material da lei: está no fato de que a lei simboliza a justiça, que nela está contida a justiça
	Se obedece a lei pq ela é impessoal e pq ela é a sede da razão e da justiça.
	
	Burocracia
	Surgimento
	No início do século XX, Max Weber publicou um livro denominado “Burocracia”, ocasião em que descreveu sobre as grandes organizações de sua época, considerando o século XX como o século das burocracias. Vê-se, portanto, que Weber partiu de uma realidade já existe na Alemanha, analisando-a e descrevendo-a. Ademais, verifica-se que a burocracia não se limita a forma de organização do Estado, podendo englobar outras instituições como as escolas, as empresas privadas, as igrejas. 
	Conceito e objetivo
	A burocracia é uma forma de organização humana que se baseia na racionalidade, com o intuito de se alcançar maior eficiência, ou seja, busca adequar os meios aos objetivos pretendidos, com o menor desgaste possível.
Para tanto, a burocracia se baseia na previsibilidade, isto é, faz-se necessário prever antecipadamente todas as ocorrências e padronizar sua execução, com fincas a se atingir a máxima eficiência. 
	Fatores para o seu desenvolvimento
	1) Fixação de uma economia monetária.
2) Aumento quantitativo e qualitativo do serviço público
3) Superioridade técnica ---- meritocracia, concurso público.
	Patologias/disfunções
(Merton ao analisar a burocracia percebeu a presença de conseqüências imprevistas e indesejadas, as quais levam a burocracia a ineficiência e imperfeições) 
	1) As normas deixam de ser meio e se tornam fim em si mesmas: descompasso entre a realidade fática e o jurídico.
2) Caráter formal das comunicações: se de um lado isso impede a incerteza e serve como meio de prova, de outro lado tem-se o problema do papelório, o excesso de formalismo e maior morosidade.
3) Excesso de centralidade: tem-se a uniformização e a padronização das decisões, todavia isso impede que se levem em conta especificidades do caso concreto, e o que é o direito senão a análise deste? As decisões são estereotipadas, não se buscando novas soluções.
4) Demora no acesso e obtenção dos serviços: inefeitvidade do serviço e descrédito da instituição
5) Alienação do Trabalho: o trabalhador desconhece para que serve o seu trabalho, qual é o fim dele. Desconhece o significado de suas próprias tarefas dentro da organização como um todo.
6) Visão de sistema fechado: o funcionário está voltado para dentro da organização, suas normas, sua rotina, o que impede que haja influencia do local, tornando impossível a resposta aos interesses coletivos e do cliente. Criam-se conflitos entre o funcionário e os clientes, pois aquele os atende de forma padronizada, estando preso aos regulamentos, sendo inflexível e se esquecendo das especificidades de cada caso. 
	Estado Gerencial
	Surgimento
	Diante de uma série de crises que eclodem no mundo, como a crise de 1979, percebe-se a ineficiência dos padrões burocráticos na administração e a incapaciade do Estado Social em atender as demandas dos cidadãos. Verifica-se, portanto, a necessidade de reconstrução e reforma do Estado, por meio de uma administração pública gerencial. 
	Brasil
	No Brasil tal reforma se dá nos anos 90, ocasião em que o FHC se torna presidente e coloca Luiz Carlos Bresser Pereira no Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado (MARE). 
Entretanto, nossa CR adotava o modelo do Estado de Bem Estar Social até a emenda constitucional 19/98, a qual estava fundada em um modelo gerencial.
	Conceito
	O Estado gerencial é aquele que não prove diretamente o desenvolvimento econômico e social, mas sim atua como REGULADOR e FACILITADOR do desenvolvimento, gerenciando-o.
	Objetivos
	1) Delimitação das funções do Estado: reduzindo seu tamanho e desinchando-o, por meio da terceirização, privatização e publicização.
2) Redução do grau de interferência do Estado: menos voltado para a proteção e mais voltado para a promoção de capacidade de competição
3) Aumento de governança do Estado: é o aumento de sua capacidade de tornar efetiva as decisões de governo
4) Aumento de governabilidade: é o aumento do poder do Estado, por meio de instituições políticas que garantam uma melhor intermediação com os interesses da sociedade.
	Divisão do domínio econômicoA) Privado: neste âmbito impera a lei de mercado (de Adam Smith). Nota-se que o Estado não atua neste âmbito, exceto subsidiariamente, conforme o artigo 173 da CR. Assim, o Estado pode atuar quando o particular não puder ou não quiser fazê-lo, ou seja, em caso de relevante interesse coletivo e imperativo de segurança nacional. 
B) Público - se subdivide em:
Estatal: é o domínio típico do Estado, com atividades exclusivas do mesmo, como a emissão de moedas e a segurança externa e interna. 
Não-estatal: são aquelas atividades da área social e científica que não são exclusivas do Estado, mas que também não são atividades da área privada, voltadas apenas para o lucro. Ex: escolas, universidades, centros de pesquisa, creche, hospitais. 
Aqui o Estado age junto com o particular (ex: UEPG e CESCAGE). 
	O que é?
	-Privatização: processo que transforma uma organização estatal em empresa privada.
-Publicização: processo que transforma uma organização pública estatal em uma organização pública não estatal.
-Terceirização: processo que transfere para o setor privado os serviços auxiliares ou de apoio.
	Direito Administrativo Comparado e suas contribuições
	Direito Francês
	- O direito administrativo francês se origina de fato com a Revolução Francesa, após a queda da bastilha. Assim, eles queriam negar tudo que existia no Antigo Regime, não podendo, portanto, usar as leis e os juízes do Estado de Polícia. Criam para tanto uma estrutura denominada de Contencioso Administrativo, onde as causas administrativas seriam julgadas pelo Conselho de Estado.
Adotou-se um critério subjetivo, ou seja, seria julgado pelo Conselho de Estado qualquer coisa em que estivesse presente a Administração. Ficando, assim, para a Justiça Comum os casos entre particulares. 
Já a Corte de Cassação era um tribunal que julgava os conflitos de competência. 
- Caso Blanco: ocorrido em 1873, e que envolveu uma menina (Agnès Blanco) que, ao atravessar uma rua da cidade francesa de Bordeaux, foi colhida por uma vagonete da Companhia Nacional de Manufatura de Fumo. Ocasião em que ocorreu um conflito de competência negativo, no qual a Corte de Cassação decidiu que o caso cabia ao Conselho de Estado. O Conselho de Estado julgou pela responsabilidade do Estado em termos publicísticos. 
- Nota-se que as decisões do contencioso passaram a ser tão freqüentes que acabaram modificando a lei. Vê-se, pois, uma forte vertente jurisprudencial. Ademais, verifica-se que as decisões do contencioso faziam coisa julgada formal e materialmente, visto que decidiam definitivamente uma controvérsia, ao contrário do que ocorre no Brasil, onde não se faz coisa julgada material, pois a decisão sempre pode ser revista pelo judiciário. 
- Com este aprendeu-se sobre a auto executoriedade dos atos administrativos, serviços públicos, princípio da legalidade, responsabilidade extracontratual do Estado. 
	Direito Alemão
	- Nunca houve uma revolução burguesa na Alemanha, assim o desenvolvimento do direito administrativo se deu de forma distinta da França.
- Teoria do fisco: se dividiam os atos do rei em ius imperium e ius gestiones. Os atos ius imperium eram aqueles que não poderiam ser apreciados pelo judiciário, uma vez que o rei nunca era (the king can do no wrong). Já os atos de ius gestiones poderiam sim ser apreciados, todavia quem seria julgado não era o Estado (pessoa jurídica de dto público), e sim o fisco (pessoa jurídica de direito privado). Percebe-se, pois, o quão ilógica é esta teoria, uma vez que uma mesma pessoa não pode ter duas personalidades jurídicas diferentes ao mesmo tempo.
- Com este se aprendeu métodos de estudo e pesquisa para o direito administrativo, o princípio da proporcionalidade e da razoabilidade, bem como a teoria dos conceitos jurídicos indeterminados.
	Direito Italiano
	É uma síntese entre o direito Alemão e o Francês. Aprendendo-se com este a figura da administração indireta e o desenho das autarquias, bem como a teoria do interesse público primário e secundário.
	Common Law
	Caracteriza-se por um direito consuetudinário, onde o direito de liberdade dos indivíduos é muito forte.
Acham um absurdo a adm ter um direito próprio, esta deve se submeter as mesmas regras/leis aplicadas aos indivíduos. Todavia, com o Estado de Bem Estar Social começa a se desenvolver o direito administrativo. 
Com este se aprendeu a unicidade de jurisdição (afinal julgar a adm já é julgar), o princípio do devido processo legal e o processo de agencificação (agencias reguladores).
	Direito Brasileiro
	- Brasil colônia: os órgãos que existiam neste período eram tão somente a representação do poder do rei. As normas utilizadas eram as da metrópole Portugal, as quais sejam as ordenações afonsinas e filipinas. As sesmarias, por exemplo, eram uma concessão de uso de bem público. Nota-se que não havia um dto adm propriamente dito, e sim uma estrutura administrativa. 
	
	- Brasil império: a divisão do poder era quadripartitie, sendo que o poder moderador e o executivo eram comandados pelo imperador. Já o judiciário era indicado pelo imperador. Verifica-se, portanto, que a vontade que prevalecia era a do imperador, existindo assim um império quase absolutista.
Tinha um Conselho de Estado, todavia este era consultivo (decisão não impositiva, não vinculada) e não deliberativo. 
	
	- Brasil república: torna a divisão tripartite do poder. Sendo que o direito constitucional teve influencia americana, enquanto que o direito administrativo teve influencia francesa. 
- No Brasil as decisões se baseavam em livros doutrinários, sendo que essas decisões influenciaram o legislativo.
- Com a revolução de 30 se teve um aumento do Estado.
	
	- Tendências:
a) do princípio da legalidade para o princípio da jurisdicidade
b) participação popular
c) crise da noção de serviço público.
- Crise do Direito Administrativo:
a) esvaziamento do seu conteúdo, devido a transferência de várias empresas públicas para o setor privado. Todavia, ainda existem várias empresas públicas, bem como agências reguladoras.
b) várias disciplinas do direito adm passaram a ser autônomas, como o direito tributário, ambiental e urbanístico. Mas, isso é normal em uma ciência, onde os estudos vão se ampliando e se especificando, separando-se assim de sua ciência original.
c) direito adm. cria estruturas para outra área cuidar.
d) O direito adm. surge como um dto de emancipação, como uma forma de limitar o poder do Estado. Mas, tbm possui um caráter de dto de dominação, ante a existência dos atos unilaterais, impositivos.
e) O dto adm deve se adequar ao novo paradigma de Estado Democrático, estabelecendo assim atos menos impositivos e mais consensuais
	Direito Administrativo – objeto e conceito
	Objeto
	1° critério: legalista (estuda apenas a leis e os atos adm.), empírico (tentativa/erro, cria-se a lei conforme os casos), exegético (interpretação literal) e caótico.
2° critério: distingue a CIÊNCIA DA ADMINISTRAÇÃO do DIREITO ADMINISTRATIVO, sendo que aquele pesquisa as necessidades, enquanto que este busca satisfazê-las. Assim, o critério se torna técnico científico de investigação do objeto das atividades administrativas
	Conceito
	a) Escola do Serviço Público: o Direito Administrativo é o ramo da ciência jurídica que estuda os serviços públicos. Assim, eles transferiram o problema conceitual do Direito Administrativo para o que seja serviço público, o qual pode ser entendido em sentido amplo ou sentido estrito.
b) Critério teleológico: o Direito Administrativo estuda os atos concretos do Estado voltados para a concretização de uma utilidade pública.
c) Critério das relações jurídicas: o Direito Administrativo estuda a relação jurídica entre o Estado, no exercício de atividades administrativas, e os cidadãos. Mas, o Dto Adm não se resume a isso, ocasião em que se excluiria a gestão do bem público.
d) Critério do Poder Executivo: o Direito Administrativo é o ramo da ciência jurídicaque estuda o Poder Executivo. Mas, onde ficam as atividades administrativas do Poder Judiciário e do Poder Legislativo?
---Conceito: O direito administrativo objetivo é o conjunto de normas jurídicas cujo objeto são as relações jurídicas travadas entre os particulares (pessoas naturais, jurídicas e sociedade civil organizada) e o Estado (seus agentes, órgãos, pessoas jurídicas e aqueles que lhe faça às vezes) ou entre os membros da federação, ou, ainda, entre os componentes de uma dada pessoa política, decorrentes do exercício das atividades administrativas (fomento, polícia, serviços públicos, intervenção e gestão do patrimônio público), dirigidas à concretização dos fins estatais, que após a constituição da república de 1988, é a efetividade do Estado Democrático de Direito. Cientificamente, é o ramo da ciência jurídica que expõe, sistematiza e interpreta essas mesmas normas, isto é, o primeiro se constitui em objeto do segundo.
---OBS: 
Normas jurídicas empregado de forma geral, não só pública.
Estado = poder público, abrangendo todos os entes.
Federação: qualquer membro desta.
Componentes: agentes, órgãos, pessoas jurídicas, privadas, e aqueles que lhe faça às vezes.
	Valores, princípios e teorias
	A teoria dos valores
	“Os valores são regras morais reconhecidas como justas e obrigatória pelos homens”. Percebe-se, portanto, que valorar é uma atividade humana que se baseia na idéia de preferência, sendo o mecanismo de preferência o binômio amor/ódio.
Em uma sociedade democrática os valores predominantes são o da maioria. Todavia, os valores da maioria não podem ser ilimitados e absolutos, devendo, portanto, serem limitados pelos direitos fundamentais da minoria, para que esta um dia possa se tornar a maioria ou, ao menos, arejar esta maioria, caso contrário ter-se-ia uma total estagnação. Nota-se, pois, que os valores são mutáveis, ante a pressão da minoria. 
Por se basear em uma idéia de preferência os valores não são universais, visto que cada indivíduo tem suas preferências. Assim, os valores tradicionais de uma sociedade vivem em constante choque com os valores individuais, sendo que desse choque tem-se uma evolução dos valores sociais.
Os valores provocam mudanças no sistema jurídico, o qual responde por meio dos princípios. Os valores relacionam-se com o direito em razão da precedência e da abrangência que possuem com relação às normas. Os valores não têm normatividade, mas a inspiram. Sendo assim, não existem valores jurídicos. 
	Princípios x valores
	- Os princípios possuem maior concretude que os valores e são mais abstratos que as regras.
- Os princípios são dotados de validade e os valores de preferibilidade.
- Os valores não são universais, os princípios tendem a sê-lo, abarcam todos que estão em seu âmbito de validade/território.
- Os valores são teleológicos e os princípios são deontológicos.
- Os princípios possuem característica jurídica (previsão e conseqüência), sendo que por meio deles já é possível saber se algo é lícito/ilícito. 
	Conceito de princípios
	Princípios são valores positivados. Princípio é o mandamento nuclear de um sistema, é a disposição fundamental, o alicerce, que irradia sua força para as demais regras. 
	Muller
	A teoria estruturante do direito surgiu em meados dos anos 60, com uma concepção nova, pós positivista, da teoria do direito, uma vez que afirma que a norma jurídica não está contida no texto legal, afinal o texto não manda você fazer ou deixar de fazer algo. Por isso, o correto é falar a norma contida/ínsita em tal artigo, afinal a norma jurídica só é trazida para fora em cada processo individual de decisão.
A norma jurídica é um conceito complexo, pois é composta pelo programa da norma e pelo âmbito da norma. O programa da norma é obtido mediante a interpretação literal, a busca pelos elementos lingüísticos, pelo significado dos vocábulos e expressões contidos no texto. Já no âmbito da norma se utiliza a interpretação sistemática, onde se analisa as normas jurídicas aplicáveis ao caso. Após este processo, cabe ao jurista interligar o programa da norma com o âmbito da norma, assim texto + contexto = norma. 
Assim, concretizar é produzir, diante da provocação de um caso que exige uma solução, a norma jurídica defensável para esse caso. Deve-se, portanto, extrair do texto legal e da análise do caso concreto uma norma aplicável ao caso. 
Dessa forma, se critica muitas vezes o método de decisão do STF que se utiliza de ponderação, preferência, o que traz decisões dissonantes e instáveis. Já a metódica estruturante de Muller, por retirar as ponderações axiológicas, é dotada de maior previsibilidade e segurança jurídica.
	Karl Engish
	Criou a teoria dos conceitos jurídicos indeterminados, onde cada conceito tem uma zona de certeza positiva (olho e tenho certeza de que se trata), uma zona de certeza negativa (olho e tenho certeza de que não se trata) e uma zona cinzenta (pode ser ou pode não ser).
Nota-se que as balizas que dividem essas zonas podem ser movidas de acordo com o caso concreto e com justificativa no método usado. Assim, por meio da interpretação literal eu posso verificar se determinado conceito pertence à zona de certeza ou não. Se pertencer à zona cinzenta, posso me valer da interpretação sistemática, ocasião em que posso mover a baliza para que se possa abranger esse conceito dentro da zona positiva ou negativa, dependendo do caso.
	Princípios
	Características
	Sub-princípios
	Princípio da legalidade
 
	- É o princípio capital, basilar do Estado de Direito, visto que o Estado se submete à lei, a qual deve ser cumprida. Se opõe ao poder autoritário. 
Tem-se, pois, um governo de leis e não de homens (rule of law, not of men).
- Acepções: 
a) princípio da estrita legalidade: o Estado só pode fazer o que a lei manda, o que ela autoriza, dá azo. 
b) princípio da jurisdicidade: a lei não contém todo o direito, isso é um mito do positivismo. Assim, a tendência é o princípio da jurisdicidade, onde o Estado deve fazer tudo que o direito manda, ou seja, inclui-se agora o princípio não só a lei.
- SÓ A LEI INOVA NA ORDEM JURÍDICA, todavia existem alguns casos especiais, os quais não são exceções.
- Casos especiais:
a) Art. 84, VI da CF. Não é caso de decreto autônomo, visto que este não existe no Brasil, havendo aqui apenas decretos executivos. Os decretos autônomos são aqueles que inovam no ordenamento jurídico, existindo no dto europeu como um ranço do poder legislativo que o rei possuía. No Brasil, apenas a lei pode inovar no ordenamento, cabendo aos decretos a fiel execução da lei, conforme o art. 84, IV da CF. O fato do presidente dispor sobre a organização e o funcionamento da adm federal não pode ser considerado decreto autônomo, pois é um poder mto limitado, uma vez que não pode implicar em aumento de despesas, nem em criação ou extinção de órgãos. Já a alínea ‘b’ permite a extinção de funções ou cargos, todavia somente quando vagos. Assim, querer dizer que no Brasil existe decreto autônomo é fazer assimilações errôneas com o dto alienígena. 
b) medida provisória: só é usado em caso de relevância e urgência, devendo ser submetida de imediato ao CN.
c) lei delegada: a assembléia dá uma autorização para o executivo dispor somente sobre determinada matéria, podendo cassar essa autorização a qq tempo. 
d) Estado de defesa (calamidade ou instabilidade institucional, para restabelecer a ordem e a paz social): tem-se uma situação de anormalidade que precisa de uma resposta rápida, assim o executivo pode decretar estado de defesa, mas deve submeter a apreciação do CN em 24h, caso contrário cessa o estado de defesa.
e) Estado de sítio (ineficiência do estado de defesa, declaração de guerra, comoção grave e de repercussão nacional): o CN tem que dar uma autorização prévia. 
f) discricionariedade
	a) presunção de legitimidade e veracidade: presumem legais e verdadeiros os atos exarados pela Administração. A presunção de legitimidaderefere-se à conformidade do ato com a lei, já a presunção de veracidade diz respeito aos fatos, isto é, que são verdadeiros os fatos alegados pela Administração. Ex: certidões, declarações, as quais são todas dotadas de fé pública.
b) hierarquia: forma de organização piramidal trazida pelo modelo burocrático, onde se tem o escalonamento em plano vertical dos órgãos e cargos. As normas tbm emanam dos superiores para os subordinados, os quais ficam vinculados a estas e tem o dever de obediência, salvo se manifestamente ilegal.
Está ligado com o princípio da legalidade pq as cadeias hierárquicas estão todas previstas em lei.
Disso decorre o PODER DE AUTOTUTELA, ou seja, os órgãos superiores controlam os atos dos inferiores, assim a adm cuida dela mesmo.
c) especialidade: é o princípio que autoriza a descentralização adm, com a criação de uma nova PJ por meio da LEI. Isso ocorre qndo um serviço público é demasiadamente específico, como a UEPG. 
Neste caso, se tem o PODER DE TUTELA, onde um ente controla o outro ente por ele criado, mas só pode analisar a qualidade e a finalidade deste.
	Princípio da impessoalidade
	- A Administração deve tratar todos os administrados sem discriminações, sejam essas benéficas ou detrimentosas. Isto é, nem perseguições, nem favoritismo.
- Acepções:
a) finalidade pública: o Estado deve buscar a concretização do interesse público independentemente de quem seja o administrado.
b) isonomia (mesma norma): igualdade formal, posteriormente, tem-se a igualdade material.
	X
	Princípio da moralidade
	São padrões de conduta considerados éticos e honestos.
A moralidade indica o correto uso da competência dentro de padrões éticos para que se obtenha a finalidade pública 
A moralidade adm é gênero do qual improbidade adm é espécie (é a moralidade no que se refere ao dinheiro/recursos públicos).
É diferente do princípio da legalidade, neste caso se tem o desvio de finalidade, onde pode se usar um meio lícito para atingir algo ilícito.
	- Deste princípio decorrem dois deveres:
a) dever de prestar contas: é um dever ínsito a aquele que administra coisa que não é sua. Assim, o presidente deve prestar anualmente as contas referentes ao exercício anterior ao CN. O tribunal de contas auxilia neste controle. 
b) dever de probidade: é a moralidade no que se refere ao dinheiro/recursos públicos. Conforme o art. 37, §4°, aquele que comete atos de improbidade terá: perda da função pública, suspensão dos dtos políticos, indisponibilidade dos bens e deverá ressarcir o erário, sem prejuízo de ação penal.
Constitui crime de responsabilidade os atos do presidente contra a probidade adm.
	Princípio da publicidade
	- Publicidade é tornar explícito um ato, uma lei. É divulgar, tornar transparente.
- A publicidade permite o direito à informação, direito este tão importante que possui um remédio constitucional específico, o habeas data. A informação é importante pq só a partir dela que eu posso resolver agir ou não, assim ela permite a participação popular.
- A publicidade é requisito de eficácia do ato.
- Nem todo ato deve ser publicado. Exceções:
a) matérias de segurança
b) informações referentes a cadastros individuais
	a) do silêncio: o silêncio no dto adm não tem o condão de gerar concordância, visto que trata de dtos indisponíveis (assim como nas relações matrimonias, já nos contratos o silencio pode gerar concordância pq se refere à dtos disponíveis). Ex: Mesmo que a adm não fale que B não pode construir uma casa na beira do rio ele não está autorizado a fazê-la.
b) da motivação: é a exposição dos motivos, a adm tem o dever de justificar seus atos, explicitar os pqs, expor os fundamentos de fato e de dto. 
A motivação em regra não exige forma, devendo ser feita previamente ou no momento do ato, mas jamais posteriormente, visto que é causa do ato.
Todo ato adm deve ser motivado, independentemente dele ser vinculado ou discricionário. Logicamente que os atos discricionários possuem uma motivação mais extensa, enquanto que o vinculado a motivação é mais concisa, visto que se limita a mostrar que no caso estavam presentes os requisitos descritos em lei.
Existem divergências se a motivação é sub-princípio da publicidade ou princípio autônomo, isto porque todo ato precisa ser motivado, mas nem todo ato precisa ser publicado.
	Princípio da eficiência
	- Princípio da eficiência: é fazer o máximo com o mínimo possível, princípio este derivado da economia. Assim, o agente público deve realizar suas atribuições com presteza, perfeição, rendimento. Está conectado a melhoria da qualidade do serviço público e ao princípio da celeridade, visto que não há eficiência com morosidade excessiva. 
- No dto eficiência deve ser entendida sobre 3 formas:
a) eficácia: é a produção de efeitos dentro de um sistema.	
b) eficiência em sentido estrito: relação custo benefício.
c) efetividade: relação causa e efeito, verifica se o ato atingiu seu objetivo.
- O que faz uma lei ser efetiva? Para uma lei ser efetiva não basta que ela seja eficaz, sendo necessária toda uma estrutura de fiscalização, conscientização e inversão financeira. 
A grellher de fatibilidade é uma enquete feita sobre a lei para ver se ela teria efetividade.
- Análise econômica do direito: nem sempre as políticas sociais podem ser tidas como eficientes apenas com base no dinheiro, na relação custo beneficio, pois não são mensuráveis o impacto social que elas produzem. 
Outrossim, o Estado deve sempre pensar que suas decisões e seus atos possuem impactos econômicos (ex: lissing em dólar) 
	- Direito a greve e o sub-princípio da continuidade do serviço público: o direito à greve é constitucional, todavia ficou condicionado à criação de lei complementar. Mesmo sem a criação de uma lei especifica os agentes podem sim fazer greve, aplicando-se o dispositivo geral, exceto no que se refere aos serviços essenciais.
A greve aplica-se para o aumento de salário e para melhorar as condições de trabalho, o que, por conseguinte, melhora a eficiência.
	Princípio da razoabilidade e proporcionalidade
	- O princípio da razoabilidade e da proporcionalidade são dois princípios distintos, assim um não decorre do outro, ao contrário do que afirma Celso Antônio e Maria Sylvia.
- Tais princípios são postulados de aplicação da norma, mostram como as normas devem ser aplicadas.
a) Princípio da Razoabilidade: aplica-se as regras, ocasião em que se faz análise da:
- Equidade: relação entre os elementos do caso concreto e os elementos da norma. (ex: redução da alíquota do carro).
- Congruência: comparação entre o caso concreto e a realidade/mundo exterior. (ex: caso de aposentadoria, se a expectativa de vida é de 70 anos não tem pq se aposentar com 40)
- Equivalência: análise de duas grandezas (ex: a taxa judiciária não deve ser a mesma para aqueles que brigam por uma galinha e aqueles que brigam por milhões)
b) Princípio da Proporcionalidade: aplica-se aos princípios, faz uma análise da:
- Adequação: a restrição de um interesse deve ser adequada/idônea para garantir a existência do outro interesse.
- Necessidade: a restrição deve ser a menor possível para a proteção do interesse contraposto (ex: não quer tirar o sangue, tira apenas o fio de cabelo)
- Proporcionalidade em sentido restrito: o beneficio logrado com a restrição deve compensar o grau de sacrifício imposto ao interesse contraposto.
	X
	Deveres Poderes da Administração
	Deveres
	Dever de probidade – já explicados anteriormente.
	
	Dever de prestar contas – já explicados anteriormente.
	
	Dever de eficiência – já explicados anteriormente.
	Poderes
	1) Poder hierárquico: se baseia na estrutura piramidal trazida pelo modelo burocrático, ocasião em que se tem o escalonamento em plano vertical dos órgãos e agentes da Administração, com fincas a se organizá-la. Nota-se que este poder hierárquico está previsto em lei, estando correlacionado com o princípio da legalidade. 
- Pq não existehierarquia no Poder Judiciário e no Legislativo?
Não existe hierarquia no poder judiciário por causa do princípio do livre convencimento do juiz, corolário da independência do judiciário. Já no poder legislativo não há que se falar em hierarquia por que não existe subordinação entre um ente e outro, havendo na verdade distribuição de competências. 
{competência exclusiva (os 3 momentos da ação estatal ficam na mão da União e não pode ser delegado, ex: emitir moeda), privativa (apenas a função legislativa fica na mão da União, pode ser delegado se autorizado por LC), comum (os 3 momentos ficam na mão dos 3 entes), concorrente para legislar (União estabelece normas gerais, e Estados normas mais específicas com a realidade local, é o sistema de densificação que vai trazendo a norma mais próxima da realidade), residual do Estado e suplementar do Município}
- Efeitos:
a) editar atos normativos
b) controlar: a Administração deve controlar seus atos ilegais, inconvenientes ou inoportunos, sendo que só quem pode revogá-los ou anulá-los é o próprio agente que fez o ato ou o seu superior hierárquico, jamais um subordinado poderá fazê-lo. Atos ilegais = anular. Atos discricionários inconvenientes ou inoportunos = revogar.
c) dar ordens: o superior hierárquico pode dar ordens ao seu subordinado, o qual tem o dever de obediência, devendo assim cumprir as ordens, salvo se forem elas manifestamente ilegais. 
d) Avocar: o superior hierárquico pode chamar para si a competência de seus subordinados, todavia deve-se tomar cuidado para não gerar a supressão das instâncias.
e) Delegar: superior hierárquico delega/entrega para seu subordinado uma competência sua. Todavia, nem tudo pode ser delegado, como os atos políticos e aqueles que ferem direito subjetivo público do administrado.
- Subordinação x Vinculação: o poder de subordinação só existe nas estruturas hierarquizadas, ocasião em que se tem o poder de autotutela. Já a vinculação, existe no caso da descentralização, ocasião em que se tem apenas o poder de tutela, podendo apenas se verificar se aquele órgão está cumprindo sua finalidade.
	
	2) Poder disciplinar: é o poder conferido a Administração para se APURAR AS INFREÇÕES e APLICAR AS PENALIDADES aos seus agentes públicos. Este poder decorre umbilicalmente do poder hierárquico, uma vez que quem aplica a sanção é o superior hierárquico e não o subordinado. Outrossim, a aplicação da sanção deve obedecer ao princípio da proporcionalidade, caso contrário pode ser revista e modificada pelo judiciário. Nota-se que, ao contrário da seara penal em que a sanção já é previamente fixada, na esfera administrativa tem-se a discricionariedade da pena, a qual pode ir desde a advertência até a demissão.
Verifica-se, ainda, que só existe um único ilícito, o qual pode afetar várias esferas. Assim, um ato ilícito pode ter repercussões na seara penal, civil e administrativa, sem constituir bis in idem, como no caso da improbidade administrativa. 
	
	3) Poder regulamentar: também chamado por alguns autores de poder normativo. De antemão é necessário definir que regulamento é o ato geral e abstrato de competência privativa do chefe do poder executivo, expedido com a finalidade de produzir disposições operacionais e uniformizadoras para a fiel execução da lei. 
- Correlação com o princípio da legalidade:
Nota-se, portanto, que só a lei pode inovar no ordenamento jurídico, enquanto que o regulamento apenas explica/dispõe sobre o que já está previsto em lei, não inovando em nada. Vê-se, portanto, que alguém só pode fazer ou deixar de fazer algo em virtude de lei, conforme o princípio da legalidade e que se o regulamento inovasse em algo seria uma afronta a tal princípio. 
Vislumbra-se que a contenção do poder do Estado se dá por meio dos dtos fundamentais, da distribuição de competência e da separação dos poderes, e que admitir que o regulamento inovasse também seria uma afronta a isso.
- Propósito/finalidade do regulamento: é a aplicação uniforme da lei, que se dá pela:
a) limitação à discricionariedade: o regulamento define um modus procedendi (procedimento para a aplicação da lei) e densifica os conceitos vagos, tornando-os mais concretos (o que é mulher honesta, o que é decibéis --- discricionariedade técnica, quando se usa de outras ciências para preencher os conceitos vagos). 
b) decomposição analítica do conteúdo de conceitos sintéticos
- Omissão: caso a ausência de um regulamento frustre a execução da lei é possível entrar com mandado de injunção, podendo o presidente incorrer em crime de responsabilidade (art. 85, VII)
	
	4) Poder de polícia: Desde os primórdios verifica-se a incessante busca do ser humano por sua segurança e de seus bens, a qual é a todo instante ameaçada, sendo, portanto, necessário a existência de um poder de polícia que limite o exercício do direito à liberdade e à propriedade. Nota-se, portanto, que o poder de polícia limita o exercício de tais direitos e não o direito em si. Assim, apesar do poder de polícia estar associado com a própria noção de Estado, José Cretella Júnior adverte que a expressão somente nasce com a jurisprudência norte-americana (police power).
 - Terminologia problemática: têm-se críticas a terminologia poder de polícia, uma vez que é utilizada para designar coisas distintas, gerando assim grandes confusões, dentre elas o fato de remeter-se ao Estado de Polícia (período das monarquias absolutistas em que o soberano era detentor de todo o poder, o qual não encontrava limites). Assim, Lucia Valle Figueredo usa a nomenclatura ‘limitações externas a liberdade e a propriedade’ para se referir ao poder de polícia, todavia essa nomenclatura tbm possui problemas, afinal o que é o dto senão a limitação, confunde, pois, este conceito com o próprio objeto do dto. 
- Conceituação: é deveras penosa, sendo assim mais fácil identificar quando de sua ocorrência do que defini-lo. Celso Antônio Bandeira de Mello define o poder de polícia, promovendo uma bipartição do conceito. Em sentido amplo, refere-se ao complexo de atos legislativos e executivos que tutelam a liberdade e a propriedade dos indivíduos. Em sentido estrito, por sua vez, relaciona-se exclusivamente com as intervenções do Poder Executivo que pretendem evitar atividades particulares conflitantes com os interesses coletivos.
Em suma poder de polícia é: a atividade da Administração Pública, expressa em atos normativos ou concretos, de condicionar, com fundamento em sua supremacia geral e na forma da lei, a liberdade e a propriedade dos indivíduos, mediante ação ora fiscalizadora, ora preventiva, ora repressiva, impondo coercitivamente aos particulares um dever de abstenção (“non facere”) a fim de conformar-lhes os comportamentos aos interesses sociais consagrados no sistema normativo.
- Características:
a) provir privativamente de autoridade pública: nunca pode ser delegada, pois o Estado nasce para garantir a segurança. Mas, as atividades materiais de polícia podem ser delegadas, como colocar o radar. 
b) imposição coercitiva pela administração: a adm. não pede autorização ao judiciário para agir, é o que se chama de AUTO-EXECUTORIEDADE, ex: para fechar uma casa de bingo não pede autorização.
c) abranger genericamente as atividades: a limitação é geral e materializada em cada ato.
- Distinção do poder de polícia com:
a) serviço público: o poder de polícia fornece apenas uma comodidade indireta, ou seja, ele não te dá nada, mas fiscaliza, por exemplo, quem faz sua comida. Já o serviço público fornece uma comodidade direta para a população, por isso somos usuários dos serviços. 
b) limitações de liberdade e propriedade: não são limitações gerais, e sim concretas, assim a servidão incide sobre a sua propriedade em específico e não aos demais. Ex: tombamento, servidão e desapropriação.
- Competência: a competência para exercer o poder de polícia é daquele que tem competência legislativa sobre a matéria.
- Polícia judiciária (civil): procura responsabilizar, persecução penal.- Polícia adm (militar): paralisa atividades anti-sociais. Não se diz que aquela é de repressão e essa de prevenção.
	
	5) Poder discricionário e poder vinculado:
- Poder vinculado: quando há uma única solução dada pela lei diante do caso concreto, quando a lei já fixa os requisitos necessários, não dando margem de apreciação subjetiva.
- Poder discricionário: quando há pelo menos duas possíveis soluções diante do caso, quando a lei não indica um único caminho, havendo margem para a análise dos critérios de oportunidade e conveniência, ou seja, o que é melhor para aquele momento. 
Alguns acham que a discricionariedade é um defeito da lei, mas isso não é verdade. Seu fundamento tem ordem prática e jurídica, pois permite a constante atualização da lei, para que esta melhor atenda os casos concretos, além de pode densificar conceitos vagos.
- O poder discricionário pode ser aplicado quando:
a) a lei expressamente conferir essa possibilidade: a lei abre margem para a discricionariedade. Ex: pena disciplinar.
b) a lei for omissa: a lei contém um espaço em branco para ser preenchido por um ato discricionário. Ex: proibi-se o comercio de drogas, mas o que define o que é droga é uma portaria expedida pela adm.
c) prever as competências, mas não descrever as condutas: quando se prescreve, por exemplo, que compete ao município de PG a fiscalização sanitária, mas não se diz as condutas que o fiscal deve praticar, ficando esta margem em aberto para o mesmo. 
- Motivação: todo ato adm deve ser motivado, independentemente dele ser vinculado ou discricionário. Logicamente que os atos discricionários possuem uma motivação mais extensa, enquanto que o vinculado a motivação é mais concisa, visto que se limita a mostrar que no caso estavam presentes os requisitos descritos em lei. 
- Controle pelo poder judiciário: geralmente se dá por meio da análise da motivação, a qual contém os indícios de vícios e abuso de poder. O controle se fundamenta na:
a) teoria do desvio de poder (finalidade): todo ato deve ter como finalidade o interesse público. Alguns atos usam meios legítimos para atingir fins ilegítimos, ocasião em que se usa a adm publica para atingir fins diversos do interesse público. Aqui o ato apenas tem aparência de legal. A comprovação do desvio de poder mostra-se dificultosa, uma vez que o agente procura ocultar o vício, não declarando a sua verdadeira intenção e procurando produzir a falsa impressão de que o ato é legal. Para tanto, Cretella Júnior define alguns indícios, critérios para a comprovação do desvio de poder, sendo eles: motivação insuficiente ou contraditória; Irracionalidade do procedimento, acompanhada da edição do ato; Contradição do ato com as resultantes dos atos; Camuflagem dos fatos; Inadequação entre os motivos e os efeitos.
b) teoria dos motivos determinantes: os motivos do ato devem indicar a decisão a ser tomada. A motivação e a decisão devem apontar para o mesmo caminho, deve haver uma relação lógica ente elas.
c) Razoabilidade
d) Moralidade
- Ronald Dworkin: no plano deontológico até poderia haver discricionariedade. Todavia, diante do caso concreto somente haverá uma única resposta concreta, afinal esta não é criada e sim encontrada, pois pré-existe no ordenamento jurídico. A resposta correta é encontrada por meio de uma apurada técnica de interpretação, com a utilização dos princípios e considerando a integralidade do sistema normativo. 
	
	6) Uso e abuso de poder:
- Uso de poder: é o uso normal pelos agentes públicos do poder e das prerrogativas conferidas pela lei. Quando o agente está agindo conforme suas competências e atribuições, sem exorbitá-las.
- Abuso de poder: é a conduta ilegítima do administrador que exorbita as prerrogativas a ele conferidas pela lei. É o uso anormal dos poderes. 
- Espécies de abuso de poder:
a) excesso de poder: é a usurpação da competência, ou seja, quando o agente se utiliza de competências de outro (ex: prof se utiliza das competências do reitor) ou exorbita as próprias competências (prof pode mandar o aluno sair da sala, mas não pode tirá-lo a força) 
b) desvio de poder: (explicado anteriormente)
- Efeitos: a adm utilizado-se do seu poder de autotutela pode corrigir o ato viciado. A correção jurisdicional do ato viciado se dá por meio do mandado de segurança.
	Serviços Públicos
	Conceito
	Serviço público (SP) é toda comodidade que a lei atribui ao Estado com o objetivo de satisfazer as necessidades coletivas, podendo ser prestada diretamente pelo Estado ou por meio de delegatários, sob regime total ou parcialmente público.
O conceito de serviço público é mutável no tempo e no espaço, isso porque as necessidades da coletividade também se alteram.
A titularidade do serviço público é do Estado, mas as necessidades são da coletividade. Não há que se confundir a titularidade do serviço público com a titularidade da prestação, pois o Estado pode delegá-la. Todavia, nem todo serviço público pode ser delegado, o que ocorre nas hipóteses de segurança nacional interna e externa, na prestação jurisdicional e no poder de polícia. Isso porque são atividades típicas/exclusivas do Estado.
Diferença com Poder de Polícia: comodidade direta/indireta.
	Princípios
	1) Continuidade: segundo este princípio o serviço público não pode parar, o que tem relação com os contratos administrativos e com o exercício da função pública. Quanto aos contratos, por exemplo, é inaplicável a exceção de contrato não cumprido contra a Administração, além desta ter o privilégio da encampação (retomada coercitiva da concessão de serviço público pelo poder concedente). No que se refere ao exercício da função pública, existem as normas que exigem a permanência do servidor quando este pede exoneração pelo prazo fixado em lei, além da discussão quanto ao direito de greve.
	
	2) Generalidade: o serviço público é geral e deve atender a todos que preencham os requisitos legais para serem usuários do serviço. Baseia-se, pois, na igualdade material, atendendo a todos que estejam na mesma situação fática. Ex: Bolsa família e UEPG, para se ingressar nesses serviços deve-se cumprir determinados requisitos.
	
	3) Eficiência: é fazer o máximo com o mínimo possível, princípio este derivado da economia. Assim, o agente público deve realizar suas atribuições com presteza, perfeição, rendimento. Está conectado a produção de resultados, a melhoria da qualidade do serviço público e ao princípio da celeridade, visto que não há eficiência com morosidade excessiva. É entendida sob 3 formas: 
a) eficácia: é a produção de efeitos dentro de um sistema.	
b) eficiência em sentido estrito: relação custo benefício.
c) efetividade: relação causa e efeito, verifica se o ato atingiu seu objetivo.
	
	4) Modicidade da tarifa: é a idéia de contraprestação do serviço público, o qual deve ser remunerado de forma módica, barata, para que possa ser usufruído por todos. Note-se que tal contraprestação não tem o intuito de gerar lucro, mas apenas de custear o próprio serviço. A modicidade da tarifa tutela o próprio usuário do serviço público.
	
	5) Planejamento: todo planejamento é composto por diagnóstico (realidade), meios e prognóstico (futuro desejado). Assim, a Administração forma um plano, composto por vários programas, que são constituídos por várias ações, as quais visam transformar o diagnóstico no prognóstico. É função do Estado elaborar o planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado, todavia, se este aceitar o programa, o mesmo torna-se obrigatório, imperativo. Portanto, o Estado sempre deve planejar muito bem as suas ações, uma vez que está gerindo dinheiro e interesses da coletividade.
	
	6) Coordenação: é o delineamento de ações, divisão de tarefas, para que não haja sobreposição destas, nem desvio de recursos na passagem de um ente para outro. É importante se analisar tal princípio juntamente com o princípio do planejamento, uma vez que um bom planejamento deveráser coordenado, para que atinja o interesse público. Um exemplo é o funcionamento do SUS (estrutura piramidal). 
	
	7) Descentralização: De um lado está relacionado com o princípio da subsidiariedade, ou seja, o Estado só deve atuar no domínio privado quando o particular não quiser ou não puder fazê-lo e somente nos casos de relevante interesse nacional e imperativo de segurança nacional, ficando o restante das atividades a cargo do particular. Por outro lado, este princípio é aplicado também entre os entes federativos, o que evita a sobrecarga de um dos entes e permite que se atenda as necessidades específicas de cada região. Ex: plano nacional de habitação, não basta um único modelo de casas para todo o país.
	
	8) Controle: visa analisar os impactos e efeitos dos serviços públicos, verificando como estes estão e se os mesmos estão atingindo as suas finalidades. Poderá ser realizado em duas fases: 
a) controle ex ante: realizado para se analisar o diagnóstico, redirecionando-se as políticas públicas e adequando-as à realidade. Ex: CPI da Pedofilia (colheita de informações do quadro atual);
b) controle ex post: realizado após a prestação do serviço público, analisando os impactos e efeitos deste. Ex: universidade busca saber o que seus egressos estão fazendo.
	Classificação
	Próprios: aqueles que atendem as necessidades coletivas e o Estado assume como seus, prestando-os de forma direta, por meio de seus agentes, ou indireta, por concessão ou permissão. 
Impróprios: também atendem as necessidades coletivas, todavia, o Estado não assume como seu, sendo, portanto, prestado pelo particular, ficando a cargo do Estado apenas a fiscalização deste serviço. Ex: cooperativas de crédito, seguro e previdência privada.
Crítica: não é pelo fato de atender interesse geral que uma atividade prestada pelo particular será considerada serviço público. Outrossim, o fato de o Estado fiscalizar a atividade não a torna serviço público, uma vez que a fiscalização é poder de polícia e não serviço público. Logo, essa classificação é desnecessária, pois só pode ser serviço público aquele que é próprio. 
	
	Exclusivos: são aqueles tratados pela CF no art. 21, X, XI e XII e no art. 25, §2º, isto é, o serviço postal e correio aéreo nacional, o de telecomunicação, radiodifusão, energia elétrica, navegação aérea, transportes e gás canalizado. 
Não Exclusivos: são aqueles que podem ser prestados pelo Estado ou pelo particular, sendo que quando prestados pelo Estado serão considerados como serviço público próprio e quando prestados pelo particular serão considerados serviço público impróprio.
	
	Uti Singuli: é o serviço que só se pode usar sozinho. Ex: água e luz;
Uti Universi: é o serviço que só pode ser usado em coletivo. Ex: segurança e exército.
Crítica: se assim entendida, esta classificação estará correta. Todavia, alguns autores entendem que serviço uti singuli é aquele que serve a necessidade de uma única pessoa, prestado apenas para um, enquanto que o uti universi atende uma necessidade coletiva, prestado para todos. Contudo, se assim se entender, tal classificação se torna errônea, pois não há como se admitir que haja serviço público para atender a necessidade de apenas uma pessoa, ocorrendo a privatização do público.
	
	Administrativos: são atividades meio/preparatórias que viabilizam o serviço público. Ex: comissão de licitação da UEPG.
Sociais: são as atividades que visam concretizar os direitos sociais previstos no artigo 6º da CF (educação, saúde, trabalho, previdência social), as quais podem ser exercidas pelo Estado direta ou indiretamente.
Industriais ou comerciais: seriam as atividades de mercado previstas no artigo 173, CF.
Crítica: não existiriam os serviços comerciais ou industrias, haja vista que o artigo 173 notadamente não se refere a serviços públicos e ,sim, à intervenção do Estado no domínio econômico, obedecendo-se o princípio da subsidiariedade.
Nota-se que os artigos 177 e 173 da CF não são antinômicos entre si, pois, ao passo que o artigo 173 prevê a intervenção excepcional do Estado em casos de segurança nacional, o artigo 177 prescreve apenas quais serão os casos de segurança nacional, os quais, inclusive, constituem monopólio da União (exs: refinação de petróleo, enriquecimento de minérios e minerais nucleares).
O artigo 21, XI e o artigo 175 da CF também não são antinômicos entre si, isto porque o artigo 175 prevê que o serviço público pode ser delegado por meio de concessão ou permissão, sendo este a norma geral; já o artigo 21, XI, prevê que a exploração de serviços de telecomunicações pode ser delegada por concessão, permissão ou autorização, sendo, portanto, apenas uma exceção, uma especificidade em relação ao artigo 175 e não propriamente uma antinomia.
	Ato
	Fato
	- São declarações, enunciados, falas prescritivas.
	- Não são declarações, não são falas, não pronunciam coisa alguma. São, portanto, eventos não prescritivos.
	- Está no plano do DEVER SER (deontológico).
	- Existe no plano do SER (ontológico). 
	- Depende do Direito para sua própria existência, ele já nasce jurídico.
	- Os fatos simplesmente ocorrem, o direito só prevê suas conseqüências jurídicas, mas o fato continuará a existir sem o direito.
	- A vontade importa para o ato. 
	- A vontade não tem relevância qualquer para o fato.
	- Os atos possuem presunção de veracidade e quando discricionários podem ser revogados.
	- Os fatos não possuem a presunção de veracidade e não podem ser revogados, afinal ou eles ocorreram ou não.
	- Ex: negócio jurídico.
	- Ex: morte
	ATOS ADMINISTRATIVOS
	Conceito
	Ato administrativo é a declaração unilateral do Estado, no exercício de prerrogativas públicas, manifestada mediante comandos concretos, com observância da lei, que produzem efeitos jurídicos imediatos, sujeitando-se ao controle do Poder Judiciário e sob regime de direito público. Isto é, são atos que o Estado emana sozinho obrigando o administrado por meio da exteriorização dos seus poderes-deveres, tais atos não poderão inovar na ordem jurídica, respeitando-se, assim, o princípio da legalidade.
- O ato administrativo é espécie de ato jurídico; todavia, nem todo ato exarado pela Administração é ato administrativo.
- Para ser ato administrativo é necessário que o ato prescreva uma conduta e seja regido pelo Direito Administrativo.
- Atos da Administração: (que não são atos administrativos)
a) atos regidos pelo direito privado;
b) atos materiais: atos de execução que não contém manifestação de vontade, não produzem efeitos jurídicos;
c) atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor: também não contém manifestação de vontade;
d) atos políticos e de governo: estão sujeitos ao regime jurídico-constitucional.
	Atributos (características)
	1. Presunção de veracidade e de legitimidade: é sub-princípio do princípio da legalidade, ocasião em que se presumem legais e verdadeiros os atos exarados pela Administração. A presunção de legitimidade refere-se à conformidade do ato com a lei, já a presunção de veracidade diz respeito aos fatos, isto é, que são verdadeiros os fatos alegados pela Administração. Ex: certidões, declarações, as quais são todas dotadas de fé pública. Fundamentos: princípio da legalidade; soberania do Estado (os atos da Administração tem o consentimento de todos); celeridade no cumprimento dos atos (pois trata de interesse público).
Efeitos: enquanto não declarada a invalidade do ato pela Administração ou pelo Judiciário, o ato produz efeitos e deve ser cumprido; inversão do ônus da prova; nulidade não pode ser decretada ex officio pelo judiciário, devendo haver pedido da parte interessada.
	
	2. Imperatividade: é o poder extroverso, ou seja, o poder que o ato tem de obrigar, impor sua vontade a terceiro, independentemente de sua concordância. Decorre do princípio da supremacia do interesse público, possibilitando ao Poder Público editar atos que interfiram na esfera jurídica de outras pessoas, constituindo-as,unilateralmente, em obrigações. Não existe em todos os atos administrativos, mas somente naqueles que impõe obrigações.
	
	3. Auto – executoriedade: a Administração Pública não necessita do Poder Judiciário para executar seus atos, podendo executá-los por si própria. Não existe em todos os atos, havendo somente naqueles em que existir previsão expressa em lei (fechamento de casa noturna, apreensão de mercadorias e retenção de caução) e quando se tratar de medida urgente, isto é, caso não adotada de imediato pode causar prejuízo ainda maior ao interesse público (demolição de prédio que ameaça ruir). Exigibilidade: a Administração utiliza meios indiretos de coerção, os quais sempre estarão definidos em lei, ex: multa. Executoriedade: os meios de coerção empregados são diretos, compelindo materialmente o administrado a fazer algo, utilizando-se, inclusive, da força. Tais medidas podem ser utilizadas independentemente de previsão legal, pois atendem situações de emergência. Este atributo não impossibilita o controle judicial a posteriori, o qual deve ser provocado por quem se sentir lesado pelo ato administrativo.
	
	4. Tipicidade: os atos administrativos devem corresponder a figuras previamente definidas em lei, assim, para cada finalidade da Administração existe um ato específico previsto em lei. É decorrência lógica do princípio da legalidade, afastando a possibilidade de a Administração praticar atos inominados, constituindo-se, pois, em verdadeira garantia para o administrado. A tipicidade só existe com relação aos atos unilaterais, não existindo no caso dos contratos realizados pela Administração.
	Elementos (Requisitos 
Art. 2º da lei de Ação Popular)
	1. Sujeito: refere-se à competência e à capacidade para exarar o ato. Competência é o conjunto de atribuições das pessoas jurídicas, órgãos e agentes fixados pelo direito positivo, assim, a competência decorre sempre de lei (CF = competência de agentes e entes de cúpula; Leis Infraconstitucionais = demais agentes e órgãos), é inderrogável (o agente competente não pode deixar de exercê-la, pois esta está prevista na lei, caso isso aconteça entra com mandado de injunção) e pode ser objeto de delegação ou avocação (quando não se tratar de competência exclusiva conferida pela lei – p. da hierarquia). Assim, a competência não se refere à pessoa natural. Em caso de omissão quanto à fixação de competência, esta será do Chefe do Poder Executivo, todavia, em caso de processo administrativo federal, inexistindo fixação legal de competência, esta será da autoridade de menor grau hierárquico. A competência pode ser distribuída segundo determinados critérios, dentre eles: em razão da matéria (Federal= Ministérios; M.E = Secretarias), território (zonas de atuação), grau hierárquico (maior e menor grau de complexidade) e fracionamento (distribuição para vários órgãos em caso de atos complexos).
	
	2. Objeto: é a matéria sobre a qual versa o ato, confunde-se com o conteúdo, visto que o objeto do ato é a sua questão fática + conteúdo. É o que o ato manda, o que dele emana, seu efeito jurídico imediato. O objeto deverá ser: lícito (princípio da legalidade), possível, certo (quanto ao destinatário, efeitos, lugar e tempo) e moral (princípio da moralidade). Cláusulas: condição (efeito subordinado a evento futuro e incerto), termo (o dia que inicia ou termina a eficácia do ato) e encargo (ônus imposto ao destinatário do ato).
	
	3. Forma: Constitui verdadeira garantia jurídica para o administrado e para a própria Administração, sendo assim, um requisito de validade do próprio ato, visto que a desobediência à forma prescrita acarreta a sua invalidade. A rigor, a forma utilizada é a escrita, herança esta deixada pelo modelo Burocrático, o qual utiliza o excesso de formalidade nas comunicações, visto que esta facilita a formação de prova, todavia, gera a problemática do papelório. Entretanto, quando a forma não estiver prescrita, a Administração pode praticar o ato pela forma que lhe for mais adequada, exigindo-se formas mais rigorosas somente quando estiver em jogo direitos dos administrados (licitação, concurso público e processo disciplinar). A forma pode ser compreendida em dois sentidos:
a) Amplo: inclui, além da exteriorização do ato, todas as formalidades que devem ser observadas durante o processo de formação da vontade da Administração, inclusive, os requisitos para a publicidade do ato. Assim, todos os atos devem ser analisados individualmente quanto aos seus 5 elementos;
b) Restrito: considera apenas a forma de exteriorização do ato, isto é, o modo pelo qual a declaração se exterioriza, podendo ter a forma escrita ou verbal, de decreto, portaria, resolução, etc.
	
	4. Motivo: é o porque, ou seja, o pressuposto de fato (circunstâncias que levam a Adm. a praticar o ato) e de direito (lei) que serve de fundamento ao ato administrativo. Não se confunde motivo e motivação, sendo esta a forma de exposição/exteriorização dos motivos, sendo que a sua ausência gera problema quanto ao elemento forma. O motivo deve ser sempre anterior ou concomitante, jamais posterior. Teoria dos Motivos Determinantes: os motivos do ato devem indicar a decisão a ser tomada. O motivo e a decisão devem apontar para o mesmo caminho, deve haver uma relação lógica ente eles, assim, a ausência ou a indicação de motivo falso implicam na nulidade do ato. Assim, o ato só será válido se os motivos forem verdadeiros.
	
	5. Finalidade: é o fim a que o ato se destina, é o resultado que a Administração quer alcançar com a prática do ato. É o efeito mediato do ato, que sucede a prática desse. Poderá ser entendida sob duas formas:
a) restrito/primário: é o fim específico que cada ato deve produzir conforme a lei é a corporificação do sentido amplo. É o resultado atingido pelo ato no caso concreto.
b) amplo/secundário: é a finalidade geral e abstrata, corresponde ao interesse público. 
	Classificação
	1. Prerrogativas: primeira classificação que surge dos atos, a qual tem origem na Teoria do Fisco adotada antigamente pela Alemanha.
a) atos de império: atos realizados pela Adm. com todas as suas prerrogativas e privilégios, sendo, portanto, impostos unilateralmente e coercitivamente ao particular, independentemente de sua concordância e da autorização judicial. Tais atos eram regidos por um direito especial exorbitante do comum, e por isso não eram passíveis de responsabilização. 
b) atos de gestão: são aqueles atos praticados pela Adm. em situação de igualdade com os particulares, sendo assim regidos pelo direito comum e passíveis de responsabilização. Todavia, quem respondia não era o rei ou o Estado e sim o Fisco, pessoa jurídica de direito privado. Tais atos eram usados basicamente para a conservação do patrimônio público e para a gestão dos seus serviços.
	
	2. Vontade:
a) atos propriamente ditos/puros: nestes atos há um declaração de vontade da Adm., a qual se volta para a obtenção de determinados efeitos jurídicos previstos em lei. Ex: tombamento, demissão e requisição. Tais atos se subdividem em atos imperativos (se impõe ao particular independentemente de seu consentimento) e negociais (resultam do consentimento de ambas as partes).
b) meros atos da Administração: nestes atos a Adm. apenas expressa sua opinião (parecer), conhecimento (certidão) e desejos. Para Maria Sylvia tais atos não são atos administrativos, e sim atos da administração, uma vez que não produzem efeitos jurídicos imediatos.
	
	3. Formação da vontade:
a) atos simples: decorrem da declaração de vontade de apenas um único órgão, seja este singular ou colegiado. São, portanto, os atos formados por uma única vontade.
b) atos complexos: resultam da manifestação de vontade de 2 ou mais órgãos, ocasião em que a vontade destes se funde para formar um único ato. Nota-se que neste caso se tem a harmonização e a compactação de vontades de 2 entes públicos. As vontades são homogêneas e se unem em uma só para formar o ato. Ex: decreto assinado pelo Chefe de Estado e referendadopelo Ministro de Estado. 
c) atos compostos: resultam da manifestação de vontade de 2 ou mais órgãos, sendo que a vontade de um é instrumental em relação a vontade do outro, que edita o ato principal. Sendo assim tem-se um ato principal e um outro acessório, sendo este complemento ou pressuposto do principal. Ex: nomeação do Procurador Geral da República depende de prévia aprovação pelo Senado.
	
	4. Destinatários:
a) atos gerais: são aqueles que atingem todas as pessoas que se encontram na mesma situação, são os atos normativos praticados pela Administração. Para Maria Sylvia os atos gerais são atos da Administração e não atos administrativos, uma vez que não possuem efeitos no caso concreto. Ex: regulamento, portaria, circulares;
b) atos individuais: destinam-se a um grupo determinado de indivíduos, produzindo efeitos jurídicos no caso concreto. Ex: nomeação, demissão e tombamento.
	
	5. Exequibilidade
a) perfeitos: é o ato que está em condições de produzir efeitos jurídicos porque já completou todo o seu processo de formação. Não confundir perfeição com validade do ato, uma vez que este pode ser perfeito, mas desconforme com a lei, isto é, inválido.
b) imperfeitos: é o ato que não está apto a produzir efeitos jurídicos, porque não completou o seu processo de formação. Ex: falta de publicação, homologação.
c) pendentes: é o ato que está sujeito a uma condição ou termo para que comece a produzir efeitos. Distingui-se do imperfeito porque já completou o seu processo de formação.
d) consumados: é o ato que já exauriu os seus efeitos, se tornando definitivo, não podendo, assim, ser impugnado por via administrativa ou judicial; quando muito, poderá gerar responsabilidade administrativa ou criminal (ato ilícito).
	
	6. Efeitos
a) ato constitutivo: é o ato em que a Administração cria, modifica ou extingue um direito ou uma situação do administrado. Ex: permissão e autorização.
b) ato declaratório: é o ato em que a Administração reconhece um direito do administrado que já existia antes da declaração. Ex: homologação, anulação, licença e admissão.
c) ato enunciativo: é o ato pelo qual a Administração apenas atesta ou reconhece uma situação de fato ou de direito. Alguns autores afirmam que este ato se enquadra nos meros atos da administração, pois não produzem efeitos jurídicos imediatos e exigem a prática de outro ato administrativo (constitutivo ou declaratório).
	Atos em espécie
	1. Quanto ao Conteúdo
a) Autorização: É o ato administrativo constitutivo, unilateral, discricionário e precário, pelo qual a Administração faculta ao particular:
 -1ª: o desempenho de atividade material ou a prática de ato, que sem esse consentimento, seriam legalmente proibidos;
 - 2ª: o uso privativo de bem público – autorização de uso;
 - 3ª: a exploração/prestação de serviço público – autorização de serviço público;
 - além do consentimento de um Poder a outro para a prática de certo ato – acepção de direito Constitucional.
b) Licença: é o ato administrativo unilateral e vinculado, pelo qual a Administração faculta àquele que preenche os requisitos legais, o exercício de uma atividade. Difere da autorização porque envolve direitos e não interesses, sendo um ato vinculado. Ocasião em que, obedecidos os requisitos legais, a autoridade não pode recusar-se a outorgar a licença. Para a maioria dos autores, licença é um ato declaratório, todavia, nota-se que em alguns casos a licença acaba por constituir um direito, como, por exemplo, a CNH. Ex: licença para construir e ambiental.
c) Admissão: é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração reconhece ao particular, que preencha os requisitos legais, o direito à prestação de um serviço. Ex: escola particular.
d) Permissão: é o ato unilateral, discricionário e precário, gratuito ou oneroso, pelo qual a Administração faculta ao particular a execução de serviço público ou a utilização privativa de bem público. Difere da autorização em razão do grau de precariedade (concessão > permissão > autorização)
e) Aprovação: é ato unilateral e discricionário pelo qual se exerce o controle a priori, ou a posteriori do ato administrativo. São exemplos de aprovação algumas modalidades de controle do Poder Legislativo sobre o Executivo, assim como, a autorização para o Presidente declarar guerra ou se ausentar por mais de 15 dias do país.
f) Homologação: é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração reconhece a legalidade de um ato jurídico. A homologação é realizada sempre a posteriori e examina apenas o aspecto da legalidade e, por isso, se distingue da aprovação. Ex: homologação do procedimento de licitação.
g) Parecer: é o ato pelo qual os órgãos consultivos da Administração emitem opinião sobre assuntos técnicos ou jurídicos de sua competência. Poderá ser:
 - facultativo: fica a critério da Administração solicitá-lo ou não, além de não ser vinculante para quem o solicitou. Se o parecer for usado como fundamento da decisão, passará a integrá-lo;
 - obrigatório: quando a lei o exige como pressuposto para a prática do ato final. A obrigatoriedade diz respeito à solicitação do parecer, mas este não tem caráter vinculante. No entanto, a autoridade quando não o acolher, deverá motivar a sua decisão;
 - vinculante: quando a Administração é obrigada a solicitar e a acatar o parecer. O parecer é o próprio conteúdo da decisão, assim, quem homologa um parecer vinculante pratica um ato meramente formal.
	
	2. Quanto à forma que se revestem
a) Decreto: é a forma que se revestem os atos individuais ou gerais emanados privativamente pelo Chefe do Poder Executivo. Podendo ser: 
 - decreto individual: se dirige a um grupo determinado de pessoas, possuindo efeito concreto, ex: demissão, desapropriação e nomeação;
 - decreto geral, aquele que possui regras gerais e abstratas que se dirigem a todas as pessoas que se encontram na mesma situação jurídica, possuindo efeito geral. Subdivide-se em: 
 - decreto regulamentar ou de execução: aquele para fiel execução da lei; 
 -independente ou autônomo: quando disciplina matéria não regulamentada em lei, todavia não existe no Brasil. 
b) Resolução e Portaria: são formas que se revestem os atos, gerais ou individuais, emanados por autoridades que não sejam o Chefe do Poder Executivo.
d) Circular: é o instrumento de que se valem as autoridades para transmitir ordens internas uniformes a seus subordinados.
e) Despacho: é o ato que contém decisão das autoridades administrativas sobre assunto de interesse individual ou coletivo submetido à sua apreciação. O despacho deverá ser fundamentado e motivado, sendo que o despacho normativo quando aprovar parecer proferido por órgão técnico sobre assunto de interesse geral, será obrigatório para toda a Administração, não criando direito novo, mas apenas estendendo a todos que se encontram na mesma situação a solução adotada para determinado caso concreto.
f) Alvará: é o instrumento pelo qual a Administração Pública confere licença ou autorização para a prática de ato ou exercício de atividade, sujeitos ao poder de polícia. É o meio de exteriorização da licença e da autorização, estes são o conteúdo do ato.
	Extinção (formas anormais)
	1. Anulação ou invalidação: é o desfazimento do ato administrativo por razões de ilegalidade. Pelo poder de autotutela, a Administração pode anular os seus próprios atos independentemente de provocação do interessado, isso porque a Administração não só segue o princípio da legalidade como é guardiã deste. Todavia, se a anulação afetar interesse de terceiro, deverá ser precedida do contraditório. Ademais, tem-se o princípio da inafastabilidade do Poder Judiciário, o qual quando provocado, poderá anular os atos administrativos. 
Discute-se se a anulação tem caráter vinculado ou discricionário. Para os que afirmamser vinculado o fundamento é o princípio da legalidade, em contrapartida, os que afirmam ser discricionário, apegam-se ao princípio da supremacia do interesse público. Em suma, vê-se que a Administração deve anular os atos ilegais, salvo quando o prejuízo resultante da anulação for maior que a manutenção do ato ilegal. 
Nota-se que o transcurso do tempo gera convalidação tácita do ato ilegal (caso INSS – pensão por morte), no entanto, isto não ocorrerá se:
- o ato se originar de dolo;
- se o ato macular interesses alheios;
- causar dano ao erário (dificilmente não irá causar dano ao erário)
	
	2. Vício
a) Sujeito: 
- Incompetência: Quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou, sendo assim, ilegal. Os principais vícios de incompetência são:	 
Usurpação da função: ocorre quando a pessoa que pratica o ato não foi por qualquer modo investida no cargo, emprego ou função; ela se apossa, por conta própria, do exercício de atribuições próprias de agente público, sem ter essa qualidade;
Excesso de poder: ocorre quando o agente público excede os limites de sua competência; é espécie de abuso de poder, juntamente com o desvio de poder. Ex: a autoridade competente para aplicar a pena de suspensão, aplica pena mais grave;
Função de “Fato”: ocorre quando a pessoa que pratica o ato está irregularmente investida no cargo, emprego ou função, mas a sua situação tem toda aparência de legalidade. O ato praticado por este agente é considerado válido, precisamente pela aparência de legalidade, priorizando-se a boa-fé do administrado. Ex: falta de requisito legal para investidura; inexistência de formação universitária para formação que a exige.
- Incapacidade: 
Impedimento: serão impedidos de participar do processo administrativo aqueles que tenham interesse direto ou indireto na matéria; tenham participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau; gera presunção absoluta de incapacidade;
Suspeição: poderá ser alegada a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau; gera presunção relativa de incapacidade.
b) Objeto: a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo. Hipóteses de ilegalidade do objeto: Proibido por lei ou diverso desta; Impossível (porque os efeitos pretendidos são irrealizáveis, de fato e de direito, como exemplo a nomeação para cargo inexistente); Imoral (parecer emitido sob encomenda) e Incerto em relação aos destinatários, às coisas, ao tempo, ao lugar (desapropriação de bem não definido com precisão).
c) Forma: O vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato. O ato é ilegal, por vício de forma, quando a lei expressamente a exige ou quando determinada finalidade só pode ser alcançada por determinada forma. Exs: o decreto é a forma que deve revestir o ato do Chefe do Poder Executivo; o edital é a única forma possível para convocar os interessados em participar de concorrência. Não caberá convalidação do ato invalido quando a forma constituir direito subjetivo do administrado, por exemplo, o administrado não poderá ser exonerado mediante portaria.
d) Motivo: Ocorrerá vício em relação ao motivo quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido. O primeiro vício em relação ao motivo é a sua inexistência, onde não existe motivo, e o segundo vício é a falsidade do motivo. Por exemplo, se a Administração pune um funcionário, mas este não praticou qualquer infração, o motivo é inexistente, mas se ele praticou infração diversa, o motivo é falso. (ver teoria dos motivos determinantes).
e) Finalidade: O presente vício ocorre quando se tem desvio de poder ou desvio de finalidade, definido por lei como “o agente que pratica o ato visando fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra da competência.” A finalidade pode ter duplo sentido (amplo e restrito), pode-se dizer que ocorre o desvio de poder quando o agente pratica o ato com inobservância do interesse público ou com objetivo diverso daquele previsto explícita ou implicitamente na lei. O agente desvia-se ou afasta-se da finalidade que deveria atingir para alcançar resultado diverso, não amparado pela lei.
	
	3. Convalidação ou saneamento: é o ato administrativo em que é suprido o vício existente no ato ilegal. Possui efeitos retroativos à data em que foi praticado.
- Quanto ao sujeito: se o ato for praticado com vício de incompetência, admite-se a convalidação, que nesse caso recebe o nome de ratificação, desde que não se trate de competência exclusiva;
Weida Zancaner: Tratando-se de ato vinculado praticado por autoridade incompetente, a autoridade competente não poderá deixar de convalidá-lo, se estiverem presentes os requisitos para a pratica do ato; a convalidação é obrigatória, para dar validade aos efeitos já produzidos; se os requisitos legais não estiverem presentes, ela deverá necessariamente anular o ato. - Se o ato praticado por autoridade incompetente é discricionário e, portanto, admite apreciação subjetiva quanto aos aspectos do mérito, não pode a autoridade competente ser obrigada a convalidá-lo, porque não é obrigada a aceitar a mesma avaliação subjetiva feita pela autoridade incompetente; nesse caso, ela poderá convalidar ou não, dependendo de sua própria apreciação discricionária.
- Em relação à forma a convalidação é possível se ela não for essencial à validade do ato;
- Quanto ao motivo e á finalidade, nunca é possível a convalidação. No que se refere ao motivo, isto ocorre porque ele corresponde a situação de fato que ou ocorreu ou não ocorreu; não há como alterar, com efeito retroativo, uma situação de fato. Em relação à finalidade, se o ato foi praticado contra o interesse público ou com finalidade diversa da que decorre da lei, também não é possível a sua correção; não é possível corrigir um resultado que estava na intenção do agente que praticou o ato;
- O objeto ou conteúdo ilegal não pode ser objeto de convalidação. Com relação a este elemento do ato administrativo é possível a conversão, o que implica na substituição de um ato por outro, sendo o ato administrativo pelo qual a Administração Pública converte um ato inválido em ato de outra categoria, com efeitos retroativos à data do ato original. O objetivo é aproveitar os efeitos já produzidos. Ex: conversão de uma concessão de uso feita sem licitação para uma permissão precária, onde a lei não exige o processo licitatório.
	
	4. Confirmação: é a confirmação do ato em razão do tempo, é efeito que decorre da prescrição. Difere da convalidação, porque não corrige o vício, apenas o mantém como foi praticado. Somente é possível quando não causar prejuízo a terceiros. Ex de confirmação tácita: prescrição do direito de anular o ato.
	
	5. Revogação: é o ato discricionário pelo qual a Administração extingue um ato válido, mas inconveniente e inoportuno. Tanto os atos vinculados como os discricionários podem ser anulados, todavia, só os discricionários podem ser revogados, haja vista que a análise de conveniência e oportunidade somente pode ser feita nestes atos. A revogação deve ser feita pela própria Administração, sendo vedada tal análise pelo Judiciário, em razão dos critérios de conveniência e oportunidade. A revogação, por atingir um ato em conformidade com a lei, tem efeitos ex nunc, não retroage. Existem limites ao poder de revogar, assim, não podem ser revogados:
a) os atos vinculados, porque nesses inexiste análise de conveniência e oportunidade;
b) atos que exauriram os seus efeitos, pois revogação não retroage;
c) atos que geram direito

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