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�PAGE � �PAGE �15� DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS CURSO DE DIREITO DIREITO FINANCEIRO PROFª. SANDRA PADILHA DESENVOLVIMENTO DO PLANO DE ENSINO UNIDADE 3 – DESPESA PÚBLICA 1 CONCEITO Para Alberto Deodato “é o gasto da riqueza pública autorizado pelo poder competente, com o fim de ocorrer a uma necessidade pública”. Dispêndio relacionado com uma finalidade de interesse público Necessidade de autorização legal 2. PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES 2.1 CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA QUANTO À LEI ORÇAMENTÁRIA Orçamentária - decorre da Lei Orçamentária e dos créditos adicionais Extraorçamentária - não consta na Lei Orçamentária ou em créditos adicionais – Valores transitórios que entraram nos cofres públicos como receitas extraorçamentárias. Ex. cauções,pagamento de restos a pagar, consignações, resgate de ARO`s (amortização) QUANTO À DURAÇÃO OU REGULARIDADE Ordinária - visa atender despesas públicas permanentes Extraordinária – objetiva satisfazer necessidades públicas acidentais QUANTO À NATUREZA OU COMPETÊNCIA DO ENTE Federal – visa a atender a fins e serviços da União (art. 21 da CF) Estadual ou Distrital (art. 25, § 1º, da CF) Municipal (art. 30 da CF) OBS. Existem matérias de competência comum (art. 23 da CF) – Ex. zelar pelo patrimônio público, cuidar da saúde e assistência pública, proteger os bens de valor histórico, artístico e cultural, proteger o meio ambiente etc. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente (art. 24 da CF) QUANTO À EXTENSÃO OU AMBIENTE Interna – realizada em moeda nacional e dentro do próprio território Externa – realizada fora do país, em moeda estrangeira 2.2 CLASSIFICAÇÃO LEGAL (segundo a Lei nº 4.320/64) POR CATEGORIA ECONÔMICA E POR ELEMENTOS DE DESPESA (arts. 12 e 13 da Lei nº 4.320/64) CATEGORIA ECONÔMICA Despesas Correntes Despesas de Capital DESPESAS CORRENTES – gastos de natureza operacional que se destinam à manutenção e ao funcionamento dos serviços públicos, via de regra, não trazem acréscimo ao patrimônio público. Despesas de Custeio – dotações para manutenção dos serviços anteriormente criados, Inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis Pessoal Civil Pessoal Militar Material de Consumo Serviços de Terceiros Encargos diversos Transferências Correntes – dotações para despesas, às quais não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços. Subvenções Sociais - destinadas às instituições públicas ou privadas de caráter assistencial, educacional ou cultural, sem finalidade lucrativa. Subvenções Econômicas – destinadas às empresas públicas ou privadas de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril. Inativos Pensionistas Salário-Família e Abono Familiar Juros da Dívida Pública Contribuições de Previdência Social Diversas Transferências Correntes DESPESAS DE CAPITAL – despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital. Implicam, via de regra, acréscimo no patrimônio público. Investimentos Obras Públicas Equipamentos e Instalações Material Permanente Participação em constituição ou aumento de capital de empresas ou entidades industriais ou agrícolas Inversões Financeiras Aquisição de Imóveis ou de bens de capital já em utilização Aquisição de títulos representativos de capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas (em funcionamento) Participação em constituição ou aumento de capital de empresas ou entidades comerciais ou financeiras Concessão de Empréstimos Transferências de Capital – dotações para investimentos ou inversões financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar Amortização da Dívida Pública (pagamento e/ou refinanciamento do principal e da atualização da dívida pública) Auxílios para Obras Públicas Auxílios para Equipamentos e Instalações Auxílios para Inversões Financeiras Outras Contribuições CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A NATUREZA DA DESPESA (Portaria Interministerial STN/SOF nº 163/2001) Estabelece critérios uniformes de classificação Objetivo de consolidar as contas públicas nacionais (art. 51 da LRF) ALCANCE DA PORTARIA Será necessário identificar (art. 6º da Portaria STN/SOF N º 163/2001): A - CATEGORIAS ECONÔMICAS 3 – Despesas Correntes 4 – Despesas de Capital B – GRUPOS DE NATUREZA DE DESPESAS – corresponde à agregação de elementos de despesa que apresentam as mesmas características quanto ao objeto do gasto DESPESAS CORRENTES 1– Pessoal e Encargos Sociais (ativos e inativos) 2 – Juros e Encargos da Dívida (interna e externa, contratual e mobiliária) 3 – Outras Despesas Correntes DESPESAS DE CAPITAL 4 – Investimentos 5 – Inversões Financeiras 6 – Amortização da Dívida OBS: A dotação global denominada Reserva de Contingência a ser utilizada como fonte de recursos para abertura de créditos adicionais e ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos será identificada nos orçamentos de todas as esferas de Governo, quanto à natureza da despesa, pelo código 9.9.99.99.99 C – MODALIDADES DE APLICAÇÃO – tem por finalidade indicar se os recursos são aplicados diretamente por órgãos ou entidades no âmbito da mesma esfera de Governo ou por outro ente da Federação 20 – Transferências à União 30 – Transferências a Estados e ao Distrito Federal 40 – Transferências a Municípios 50 – Transferências a Instituições Privadas sem fins lucrativos 60 – Transferências a Instituições Privadas com fins lucrativos 70 – Transferências a Instituições Multigovernamentais Nacionais 80 – Transferências ao Exterior 90 – Aplicações Diretas 99 – A definir D – ELEMENTOS DE DESPESA – identifica o objeto do gasto (alguns exemplos) 01 – Aposentadoria e Reformas 11 – Vencimentos e Vantagens Fixas – pessoal civil 12 – Vencimentos e Vantagens Fixas – pessoal militar 14 – Diárias – Civil 21 – Juros sobre a Dívida por Contrato 30 – Material de Consumo 33 – Passagens e Despesas com Locomoção 43 – S ubvenções Sociais 39 – Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 51 – Obras e Instalações 52 – Equipamentos e Material Permanente 61 – Aquisição de Imóveis (para realização de obras ou pronta utilização) 66 – Concessão de Empréstimos e Financiamentos 71 – Principal da Dívida Contratual Resgatado 91 – Sentenças Judiciais 92 – Despesas de Exercícios Anteriores 99 – A classificar FORMAÇÃO DO CÓDIGO REFERENTE À CLASSIFICAÇÃO DA DESPESA QUANTO À NATUREZA Cada título é associado um número na seqüência “c.g.mm.ee.dd”, onde: c. g. mm. ee. dd Categoria econômica Grupo de natureza Modalidade de aplicação Elemento de despesa Subelemento de despesa (desdobramento facultativo) Exemplo: 4.4.90.51 Realização de uma obra pública com recursos do próprio Estado 4. 4. 90. 51. 00 Despesa de Capital Investimentos Aplicação Direta Obras e Instalações OUTROS EXEMPLOS: 3.1.90.11.12, 3.2.90.21, 3.3.50.30, 4.4.90.14, 4.5.50.61, 4.6.90.92 OBS. Para acompanhar as alterações da Portaria STN/SOF nº 163/01, consultar o site da Secretaria do Tesouro Nacional www.stn,fazenda.gov.br OUTRAS CLASSIFICAÇÕES FUNCIONAL – composta de um rol de funções (em número de 28) e subfunções (em número de 109) Função – representa o maior nível de agregação das diversas áreas da despesa. A função está relacionada coma a missão institucional do órgão (ex. legislativa, saúde, agricultura, educação...) Subfunção – representa uma partição da função, agregando um determinado subconjunto de despesas (ex. controle externo, saneamento, irrigação...). FUNÇÕES SUBFUNÇÕES 01 - LEGISLATIVA 031 – Ação Legislativa032 – Controle Externo 10 – SAÚDE 301 – Atenção Básica 302 – Assistência Hospitalar e Ambulatorial 303 – Suporte Profilático e terapêutico 304 – Vigilância Sanitária 12 – EDUCAÇÃO 361 – Ensino Fundamental 362 – Ensino Médio 363 – Ensino Profissional 364 – Ensino Superior 365 – Educação Infantil 366 – Educação de Jovens e Adultos 367 – Educação Especial PROGRAMÁTICA – segundo os programas de governo (ex. erradicação do analfabetismo), por projeto (ex. construção de 1000 escolas) e por atividade (ex. treinamento de professores) EXEMPLOS DE PROGRAMAS DA UNIÃO Programa de Erradicação de Trabalho Infantil Programa Nacional de Inclusão de Jovens - PROJOVEM Brasil Escolarizado Qualidade no Servidor Público Gestão Pública Empreendedora EXEMPLOS DE PROGRAMAS DA PARAÍBA 5175 Redução da Pobreza Rural - Projeto Cooperar 0003 – Cumprimento de Sentenças Judiciais 5027 – Caminhos da Paraíba 5036 – Educação para Todos 5084 – Apoio ao Empreendorismo na Paraíba INSTITUCIONAL – demonstradas por órgãos (ex. Câmara dos Deputados, TCU) e unidades orçamentárias (ex. Gabinete da Presidência, Banco Central) OBS. Entrar no site www.paraiba.pb.gov.br/ entrar no link Secretarias/Planejamento e Gestaõ/LOA2013 e pesquisar: Despesa por natureza, Despesa por função, Despesa por programa e Despesa por órgão. 3 EXECUÇÃO DA DESPESA PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA (art. 167, II da CF) – vedação da realização de despesas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais. A abertura de crédito suplementar ou especial depende de autorização legislativa e da indicação dos recursos correspondentes: superávit, excesso de arrecadação, anulação de outra dotação e operações de crédito (art. 167, V da CF) Ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento constitui ato de improbidade administrativa (art. 10, inciso IX, da Lei nº 8.429/92) PROCEDIMENTO LICITATÓRIO (NAS HIPÓTESES LEGAIS) Em relação à contratação de obras, serviços compras e alienações - Obediência ao disposto no art. 37, XXI da CF e da Lei nº 8.666/93; 8.883/94; 9.648/98 – Licitações e contratos da administração pública. Obediência ao princípio básico da economicidade – deve ser obtido o maior benefício com o menor custo 4 FASES DA REALIZAÇÃO DA DESPESA OU ESTÁGIOS DA DESPESA(arts 58 a 63 da Lei nº 4.320/64) Empenho (art. 58 da Lei nº 4.320/64) - É o ato pelo qual se reserva, do total da dotação orçamentária, a quantia necessária ao pagamento. É vedada a realização da despesa sem prévio empenho (art. 60 da Lei nº 4.320/64). Nota de Empenho (art. 61 da Lei nº 4.320/64) – Para cada empenho é extraído um documento denominado Nota de Empenho, que indica o nome do credor, a especificação e a importância da despesa. Liquidação (art. 63 da Lei nº 4.320/64) – consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os documentos comprobatórios. Ordem de pagamento (art. 64 da Lei nº 4.320/64) – é o despacho proferido pelo ordenador de despesa, determinando que a despesa seja paga. Pagamento (art. 62 da Lei nº 4.320/64) – ato pelo qual o Estado faz a entrega do numerário. TIPOS DE EMPENHO Ordinário – despesas de valores definidos, quando o valor do empenho é igual ao total da compra ou serviço, pago em uma única vez. Estimativa – quando não se pode determinar com exatidão o montante da despesa (utiliza-se a nota de subempenho). Global – quando se conhece o valor total da despesa, mas cujo pagamento é feito parceladamente (utiliza-se a nota de subempenho). ADIANTAMENTOS OU SUPRIMENTO INDIVIDUAL DE FUNDOS (arts. 65 e 68 da Lei nº 4.320/64) – consiste na entrega de numerário a servidor, para o fim de realizar despesas que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação. Despesas expressamente definidas em lei Sempre precedida de empenho na dotação própria Em regra para realização de despesas urgentes, em lugares distantes, miúdas, de pronto pagamento Depósito em conta específica em nome do responsável O responsável prestará contas do adiantamento (documentos originais) Caso não haja utilização total do recurso - o saldo remanescente deverá ser recolhido aos cofres públicos e a nota de empenho parcialmente anulada NÃO SE FARÁ ADIANTAMENTO A SERVIDOR: (art. 69 da Lei nº 4.320/64) Em alcance (que não comprovou o último suprimento recebido ou a sua prestação de contas foi impugnada) Responsável por dois adiantamentos REGIME CONTÁBIL DA DESPESA (art. 35 da Lei nº 4.320/64) Regime de Competência ou de Exercício – pertencem ao exercício financeiro as despesas nele legalmente empenhadas. RESTOS A PAGAR (art. 36 da Lei nº 4.320/64) – consiste nas despesas empenhadas e não pagas até o dia 31 de dezembro do exercício financeiro Os Restos a pagar são cancelados após 1 ano do dia da inscrição Os restos a pagar prescrevem em 5 anos do dia da inscrição DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES – (art. 37 da Lei 4320/64) Despesas de exercícios encerrados não processadas na época própria. Restos a pagar com prescrição interrompida Os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício financeiro ANULAÇÃO DE DESPESA (art. 38 da Lei 4.320/64) No próprio exercício – reverte o valor cancelado à dotação própria Após o exercício – considera-se receita do ano em que se efetivar DESPESAS EM VIRTUDE DE SENTENÇA JUDICIÁRIA (art. 67 da Lei nº 4320/64 e art.100 da CF, com redação dada pela EC nº 62/2009) Os pagamentos far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos PRECATÓRIOS (ordem judicial pra que a autoridade competente pague ao credor o que lhe foi reconhecido por sentença) e a conta dos créditos respectivos (art. 100, § 5º da CF), proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim (art. 100, caput da CF) Os débitos de natureza alimentícia (aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, fundados na responsabilidade civil), serão pagos com preferência (art. 100, § 1º da CF) Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham mais de 60 anos ou sejam portadores de doença grave, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até 3 vezes do valor fixado em lei para obrigações de pequeno valor, admitindo o fracionamento para essa finalidade, sendo o restante pago na ordem cronológica de apresentação do precatório (art. 100, § 2º da CF) O caput do at. 100 não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em lei como de pequeno valor, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral da previdência (art. 100, § 3º e 4º da CF) (Ver art. 87 do ADCT) É obrigatória a inclusão, no orçamento, de verba necessária ao pagamento dos débitos oriundos de sentenças judiciais transitadas em julgado, constante nos precatórios apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente (art. 100, § 5º da CF) As dotações orçamentárias e os créditos adicionais abertos serão consignados diretamente ao Poder Judiciário (art. 100, § 6º da CF) O Presidente do Tribunal que retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, também, perante o Conselho Nacional de Justiça (art. 100, § 7º da CF) É vedada a expedição de precatório complementar ou suplementar de valor pago, bem como fracionamento (art. 100, § 8º da CF) Obs.: Ver art. 100, §§9º a 16 da CF, com redação dada pela EC nº 62/09 • “Primeiro Calote Constitucional” – (art. 33 do ADCT) – pagamento parcelado dos precatórios pendentes de pagamento na data da promulgação da CF, em até oito anos, excetuados os de natureza alimentícia. • “Segundo CaloteConstitucional” - (EC nº 30/00 – art. 78 do ADCT) – pagamento parcelado dos precatórios em até dez anos. “Terceiro Calote Constitucional” – (EC nº 62/09 – art. 97 do ADCT) – Adoção de um regime especial c/ previsão de parcelamento em até 15 anos. DESPESAS COM AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE (art. 198, § 2º da CF e art. 77 do ADCT) SAÚDE (art. 196 da CF) – direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas, de acesso universal e igualitário. APLICAÇÃO MÍNIMA ANUAL (art. 77 do ADCT) Obs.: Os recursos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinados às ações e serviços públicos de saúde e os transferidos pela União serão aplicados por meio de FUNDO DE SAÚDE que será acompanhado e fiscalizado por CONSELHO DE SAÚDE. DESPESAS COM MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO – MDE (art. 212 da CF e art. 60 do ADCT)) APLICAÇÃO MÍNIMA ANUAL INOBSERVÂNCIA DA APLICAÇÃO MÍNIMA NA MDE E NAS AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE Intervenção da União nos Estados e no Distrito Federal (art. 34, VII, “e” da CF) Intervenção do Estado em seus Municípios (art. 35, III da CF) 5 A DESPESA PÚBLICA NA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL (LC nº 101/00) LRF – normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na Gestão Fiscal Comprometida com o equilíbrio orçamentário. Medidas com vistas a fomentar o crescimento da receita e controlar o montante da despesa pública. Estão obrigados a observar suas regras a União, os Estados e Distrito Federal e os Municípios (art. 1º, §§ 2ºe 3º) DESPESAS COM PESSOAL (arts. 18 a 23 da LRF) Regulamenta o art. 169 da CF, que estabelece: Não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar (LCN nº 101/00) A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos ou funções, bem como a admissão ou contratação de pessoal, só poderão ser feitas (EC 19/98): se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesas de pessoal se houver autorização específica na LDO, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista LIMITES PARA A DESPESA TOTAL COM PESSOAL (art. 19 da LRF) Repartição dos limites globais (art. 20 da LRF) RCL – Receita Corrente Líquida (art. 2º, IV da LRF) – o conceito será estudado quando do estudo da Receita Pública. PRAZO PARA VERIFICAÇÃO DOS LIMITES (art.22 da LRF) Ao final de cada quadrimestre Municípios com menos de 50 mil habitantes poderão aferir esses limites apena ao final de cada semestre (art. 63 da LRF) LIMITE DE ALERTA (art. 59, §§ 1º e 2º da LRF) Caberá ao Tribunal de Contas de cada ente da Federação alertar os entes quando o seu gasto com pessoal atingir 90 % do limite legal LIMITE PRUDENCIAL (art. 22, parágrafo único da LRF) Caso a despesa de pessoal ultrapasse 95% do limite legal, ficam automaticamente vedadas todas e quaisquer medidas que acarretem aumento de despesa com pessoal ULTRAPASSADO O LIMITE DA DESPESA COM PESSOAL (art. 23 da LRF) O percentual excedente deverá ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos 1/3 no primeiro quadrimestre, adotando-se entre outras, as providências dos §§ 3º e 4º do art. 169 da CF. OBS.: Lei 9.801/99 – Normas gerais para perda de cargo público por excesso de despesa SANÇÕES (art. 23, §, 3º da LRF) – esgotado o prazo e não alcançada a redução de despesas com pessoal o ente não poderá: Receber transferências voluntárias (exceto as destinadas à saúde, educação e assistência social); Contratar operações de crédito (ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal) Receber garantia, direta ou indireta, de outro ente; LIMITAÇÃO DE EMPENHO (art. 9º da LRF) – iniciada a execução do orçamento, o administrador público deverá ficar atento à arrecadação das receitas públicas e às metas fiscais previstas na LDO. Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita não comportar o cumprimento das METAS, os Poderes e o MP promoverão limitação de empenho. OBS.: A LDO disciplina quais despesas de pequeno valor que não se subordinam a tais exigências GERAÇÃO DE DESPESA (arts. 15 e 16 da LRF) Tratando-se de criação, expansão e aperfeiçoamento da ação governamental que implique aumento de despesa, DESPESA OBRIGATÓRIA DE CARÁTER CONTINUADO (art. 17 da LRF) Despesa corrente – destinada, pois, à manutenção dos serviços existentes. Derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo. Despesa que se prolongue por, no mínimo, 02 (dois) anos. Ex. provimento de cargos públicos, aumento salariais etc., programa bolsa família EXCEÇÕES: Não se submetem as essas exigências as despesas destinadas ao pagamento da dívida e ao reajustamento geral de remuneração de pessoal (art. 37, X da CF) DESPESAS NULAS (art. 21 da LRF) Atos de que resulte aumento de despesa com pessoal, expedido nos 180 dias anteriores ao final de mandato dos titulares dos Poderes, do Ministério Público e do Tribunal de Contas Atos que não atenda as exigências da LRF pertinentes à geração de despesas e a despesas de caráter continuado Vinculação ou equiparação de remuneração de pessoal do serviço público (art. 37, XIII, da CF) Sem que haja dotação orçamentária suficiente ou sem autorização específica na LDO (ver art. 169 da CF) Que não atender ao limite legal de comprometimento das despesas com pessoal inativo (12% da RCL) Obs.: De acordo com o art. 359-G da Lei nº 10.028/2000, incide em pena de reclusão, de 1 a 4 anos aquele que ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos 180 dias anteriores ao final de mandato TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS (art. 25 da LRF) Entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde. REQUISITOS: Possuir dotação específica na LOA Não pode ser destinada a despesas com pessoal (ativo, inativo, pensionistas) Comprovação que se acha em dia com pagamento de tributos, empréstimos e financiamentos devidos ao ente transferidor Prestação de contas de recursos anteriormente recebidos Cumprimento dos limites constitucionais relativos à educação, saúde Observância dos limites da dívida pública, operações de crédito, de inscrições de restos a pagar e de despesas total com pessoal Previsão orçamentária de contrapartida (recursos financeiros, materiais ou humanos OBS.: Os entes que descumprirem alguns dispositivos da LRF ficarão impedidos de receberem transferências voluntárias, exceto as que tiverem por objeto ações nas áreas de saúde, educação e assistência social. DESPESAS EM FIM DE MANDATO (art. 42 da LRF) É proibida a realização de operações de crédito por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO), no último ano de mandato do Presidente, Governador ou Prefeito (art. 38 da LRF) Impede que os titulares, nos dois últimos quadrimestres do seu mandato, contraiam obrigações de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenham parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa. Obs.: De acordo com o art. 359-C da Lei nº 10.028/2000, incide em pena de reclusão, de 1 a 4 anos. DESPESAS DE COMPETÊNCIA DE OUTRO ENTE (art. 62 da LRF) Despesas que devido a interesses públicos comuns, passam a ser custeadas pela municipalidade ou por ambos os entes. (ex. construção de um Fórum ou delegacia de polícia) REQUISITOS: Autorização na LDO e na LOA Realização de convênio, acordo, ajuste ou congênere, conforme sua legislaçãoDESTINAÇÃO DE RECURSOS PARA O SETOR PRIVADO (arts. 26 e 28 da LRF) Recursos destinados a cobrir necessidades de pessoas físicas (ex. doações a pessoas carentes) ou déficits de pessoas jurídicas (ex. subvenções, concessão de empréstimos, participação em constituição ou aumento de capital de entidades) incluindo toda a Administração Indireta (resalvando-se para as instituições financeiras, no exercício de suas funções e o Banco Central do Brasil) REQUISITOS: Deverá ser precedida de autorização em LEI ESPECÍFICA Atender a outras condições previstas na LDO Deverá está prevista em dotações da LOA ou em Créditos Adicionais DESPESAS COM A SEGURIDADE SOCIAL ( art. 24 da LRF) Nenhum benefício ou serviço relativo à seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a indicação da fonte de custeio total (art. 165, § 5º da CF), atendidas as exigências referentes a despesas de caráter continuado (art. 17 da LRF) UNIÃO – consolidação e divulgação das contas até o dia 30 de junho do exercício seguinte ESTADOS/DF– encaminharão as suas contas até 31 de maio do exercício seguinte MUNICÌPIOS – encaminharão as suas contas aos Estados até 30 de abril do exercício seguinte EMPENHO LIQUIDAÇÃO PAGAMENTO PROCESSADOS – despesas empenhadas e liquidadas, mas não pagas até 31/12. NÃO PROCESSADOS – despesas empenhadas, mas não liquidadas, nem pagas até 31/12. UNIÃO – o valor aplicado no exercício anterior, corrigido pela variação do Produto Interno Bruto - PIB ESTADOS – 12% do produto da arrecadação de impostos (ICMS, IPVA e ITCMD), do IRRF e das transferências recebidas da União (FPE e IPI exportação) deduzidas as parcelas transferidas aos municípios. MUNICÍPIOS – 15% do produto da arrecadação de impostos (IPTU, ITBI, ISS), do IRRF e transferências recebidas da União (FPM e ITR) e dos Estados (IPVA, ICMS, IPI exportação). DISTRITO FEDERAL – 12% do produto da arrecadação de receitas estaduais e transferências recebidas da União (FPDF, ITR e IPI exportação) e 15% do produto da arrecadação de receitas municipais UNIÃO – 18% da receita resultantes de impostos deduzidas as parcelas transferidas aos Estados, ao DF e aos Municípios. ESTADOS, DF e os MUNICÍPIOS – 25% da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências. UNIÃO – 50% DA RECEITA CORRENTE LÍQUIDA (RCL) FEDERAL ESTADOS e DF e MUNICÍPIOS – 60% DA RCL ESTADUAL, DISTRITAL ou MUNICIPAL Reduzir em pelo menos 20% das despesas com cargos em comissão e funções de confiança Exonerar os servidores não estáveis Exoneração de servidores estáveis NÃO SOFRERÃO LIMITAÇÃO DE EMPENHO Obrigações constitucionais e legais do ente federativo ex. MDE As destinadas ao pagamento do serviço da dívida Em caso de calamidade pública, estado de sítio ou estado de defesa ANTES DA LICITAÇÃO E DO EMPENHO DEVERÁ HAVER: Estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício financeiro em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes Uma declaração do ordenador de despesas de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com o PPA, a LDO e a LOA A ADMINISTRAÇÃO PRECISA: Instruir os atos com a estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício financeiro em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes Demonstrar a origem dos recursos para o custeio Demonstrar que a despesa criada não afetará as metas fiscais Estabelecer um plano de compensação (aumento da receita ou diminuição da despesa) Demonstrar a compatibilidade da despesa com o PPA e a LDO
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