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DIREITO DO TRABALHO - 2ª UNIDADE 1 INTERRUPÇÃO CONTRATUAL Cessação temporária do contrato de trabalho, que interrompe parcialmente o efeito da prestação de serviço. Hipóteses previstas no artigo 473 da CLT: a) Falecimento do cônjuge, ascendente (pais, avós, bisavós, etc.) descendente (filhos, netos, bisnetos etc.) irmão ou pessoa que viva sob dependência econômica do empregado conforme declarado em sua CTPS. Neste caso, até 2 (dois) dias consecutivos; b) Em virtude de casamento, até 3 (três) dias consecutivos; Observação: A CLT concede 9 (nove) dias para o empregado professor, no caso de falecimento do cônjuge, pai, mãe ou filho (Art. 320 da CLT); No caso de empregado professor, será de 9 (nove) dias em virtude do casamento (Art. 320, parágrafo 3º, CLT); c) Nascimento de filho, no decorrer da primeira semana. Tal direito aplicava-se por 1 (um) dia, porém fora ampliado para 5 (cinco) dias, conforme o artigo 10 § 1º, do ADCT e que culminou na licença- paternidade que foi concedida pela Constituição Federal/88 em seu artigo 7º, XIX; A CF de 1988 introduziu importante inovação, que consiste em assegurar à gestante, sem prejuízo de emprego e salário, 120 dias de licença, que ficará a cargo do empregador, além de vedar sua dispensa arbitrária ou sem justa causa, a partir do momento da confirmação da gravidez e até cinco meses após o parto. Observação: Até o filho completar 6 meses de idade, assiste à mulher, durante a jornada de trabalho, o direito a descanso especiais, de meia hora cada, destinados à amamentação do filho. O afastamento começa quando a futura mamãe decidir, pode ser até 28 dias antes do parto, ou então a partir da data de nascimento do bebê. Quem adota ou tem a guarda judicial de crianças também tem 120 dias de licença garantidos. Se houver a adoção de mais de uma criança ao mesmo tempo o período de afastamento ainda assim é de 120 dias. d) Doação voluntária de sangue devidamente comprovada, a cada 12 meses. Interrompe-se neste caso por um dia o contrato de trabalho; e) Alistamento eleitoral em até 2 (dois) dias consecutivos ou não, conforme previsão legal especifica; DIREITO DO TRABALHO - 2ª UNIDADE 2 f) Serviço militar ao tempo em que tiver de cumprir as suas exigências; g) Nos dias em que estiver realizado exame vestibular para ingresso ao ensino superior; h) Quando estiver que comparecer em juízo, ao tempo que for necessário. i) Pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro. j) Licença remunerada em caso de aborto não criminoso. Comprovando, por meio de atestado médico oficial, que sofreu aborto, ser-lhe-á garantido repouso remunerado de 2 semanas, além do retorno à função que ocupava antes de seu afastamento. Gestação de até 180 dias é considerada aborto. A partir de 230 dias é considerado parto e terá direito a licença maternidade. Deve- se analisar o lapso temporal para saber a formação fetal e constatar se foi parto ou aborto. - Medida Provisória nº 664/2014: Com a MP 664/2014, o auxilio doença-doença passa a ser devido ao “segurado empregado, a partir do trigésimo primeiro dia do afastamento da atividade ou a partir da data de entrada do requerimento, se entre o afastamento e a data de entrada do requerimento decorrerem mais de quarenta e cinco dias; e “aos demais segurados, a partir do início da incapacidade ou da data de entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de trinta dias”. Nesse caso, a nova regra beneficia os demais segurados (empregado doméstico, trabalhador avulso, segurado especial e contribuinte individual), visto que a nova redação do Art. 60 da Lei 8.213/91 não implica em regra que impeça a concessão do auxílio- doença para esses segurados para um curto afastamento do trabalho, desde que o requerimento administrativo seja ofertado em até 30 dias. Neste caso, entende-se que os trinta primeiros dias serão considerados de interrupção e a partir do trigésimo primeiro se dará a suspensão contratual. DIREITO DO TRABALHO - 2ª UNIDADE 3 O pagamento não é feito pelo empregador, não é um salário, mas sim um benefício previdenciário. Com a alteração da MP, a empresa deve pagar ao segurado empregado o seu salário integral durante os primeiros trinta dias consecutivos ao do afastamento. SUSPENSÃO CONTRATUAL Trata-se de uma cessação temporária do contrato de trabalho, que suspense totalmente os efeitos de pagamento de salário, prestação de serviço e contagem do tempo de serviço. Hipóteses: 1) Suspensão disciplinar (art. 474, da CLT); Não poderá ser superior a 30 dias, do contrário estará caracterizado a rescisão contratual. 2) Faltas injustificadas ao serviço; 3) Aposentadoria por invalidez: nunca se torna definitivo, mesmo após o período de 5 (cinco) anos; 4) Prisão preventiva ou temporária do empregado, apesar de não consolidado pela lei trabalhista; 5) Condenação com trânsito em julgado, não sendo o trabalhador beneficiário da suspensão da execução da pena (artigo 482, d, da CLT), convolando em justa causa do pacto laboral; 6) Qualificação profissional para participação do empregado promovido pelo empregador (art. 476-A, da CLT). Durante tal período o empregador não poderá despedir o empregado desde o afastamento até 3 (três) meses após o retorno, sob pena de arcar com multa, em favor do empregado, em valor previsto em convenção ou acordo coletivo, no valor mínimo correspondente à última remuneração mensal do empregado anterior à suspensão do contrato, além de verbas rescisórias conforme previsão legal (artigo 476-A, § 5º, da CLT). O curso deverá ser custeado pelo empregador e o empregado recebe uma bolsa auxílio enquanto seu contrato fica suspenso. 7) Prestação de serviço militar DIREITO DO TRABALHO - 2ª UNIDADE 4 8) Eleição para cargo de direção sindical (art. 543 §2º, CLT) 9) Eleição para cargo de diretor de sociedade anônima O empregado tinha vínculo empregatício e este ficará suspenso até o deixar a direção. 10) Licença não remunerada concedida pelo empregador O empregado requer ao empregador para que seu contrato fique suspenso, em razão de problemas particulares. É ato bilateral. 11) Suspensão do empregado estável ou garantia especial de emprego, para instauração de inquérito para apuração de falta grave O empregado estável não pode ser demitido, exceto em caso de falta grave, em que poderá ter seu contrato suspenso enquanto o empregador terá prazo de 30 dias para abrir inquérito para apurar a falta grave, do contrário o período será convertido em interrupção. Art. 494 - O empregado acusado de falta grave poderá ser suspenso de suas funções, mas a sua despedida só se tornará efetiva após o inquérito e que se verifique a procedência da acusação. Parágrafo único - A suspensão, no caso deste artigo, perdurará até a decisão final do processo. Súmula 197 STF: O empregado com representação sindical só pode ser despedido mediante inquérito em que se apure falta grave. 12) Afastamento em caso de prisão Para ser possível a demissão por justa causa, deverá haver trânsito em julgado da decisão, entretanto, enquanto o empregado estiver preso o contrato estará suspenso. Observação: Em caso de acidente de trabalho ocorre uma suspensão atípica, pois não suspende todos os efeitos, já que continua a contagem do tempo de serviço para todos os fins (férias, 13º etc.). Observação: No caso de aposentadoria provisória, o contrato fica suspenso por até 5 anos, senão houver cessado a incapacidade do empregado, poderá ser convertida em aposentadoria definitiva. DIREITO DO TRABALHO - 2ª UNIDADE 5 Súmula nº 160 do TST Cancelada a aposentadoria por invalidez, mesmo após cinco anos, o trabalhador terá direito de retornar ao emprego, facultado, porém, ao empregador, indenizá-lo na forma da lei. Observação: Em caso de greve pacífica, será um período de suspensão, entretanto, poderá ser pactuado entre os sindicados dos empregadores e o respectivo empregador que seja considerado período de interrupção. CESSAÇÃO DO CONTRATO HIPÓTESES DE TÉRMINO DO CONTRATO DE TRABALHO 1. Por decisão do empregador: com justa causa, sem justa causa, aposentadoria; 2. Por decisão do empregado: pedido de demissão, rescisão indireta, aposentadoria; 3. Por desaparecimento de uma das partes: morte do empregador, extinção da empresa, morte do empregado; 4. Por culpa recíproca; 5. Por advento do termo do contrato: quando o contrato for por tempo determinado; 6. Por motivo de força-maior; - RESILIÇÃO (bilateral ou unilateral) É caracterizada pela chamada “denúncia vazia”, isto é, ausência de motivação. a) Distrato Ambos decidem por fim ao contrato, estipulando condições que deverão obedecer a legislação vigente. Entretanto, tal instituto não oferece segurança jurídica, já que a coerção pode ter sido mascarada, desta forma, não é aceito pela jurisprudência. O empregado não paga indenização. DIREITO DO TRABALHO - 2ª UNIDADE 6 b) Programa de demissão voluntária A empresa cria um programa em que qualquer empregado pode se vincular e, consequentemente, ser demito. Cabe ao empregado decidir se adere ou não o programa, se aderir, terá direito a todas as verbas de uma rescisão sem justa causa e indenização. c) Demissão sem justa causa Se o empregado tiver mais de 1 ano de serviço, há a necessidade de homologação da rescisão junto à DRT ou Sindicato. § 1º - O pedido de demissão ou recibo de quitação de rescisão do contrato de trabalho, firmado por empregado com mais de 1 (um) ano de serviço, só será válido quando feito com a assistência do respectivo Sindicato ou perante a autoridade do Ministério do Trabalho. Direitos Rescisórios: Saldo de Salário; Aviso-Prévio; 13º salário proporcional; FGTS + 40 % de multa; Férias vencidas e não gozadas. Para ocorrer uma despedida coletiva, é necessário que seja baseado em motivo de ordem econômico-conjuntural ou técnico estrutural (ex: fechamento do setor), sob pena de readmissão dos empregados. De acordo com Zangrando (2008, p. 995) a “dispensa coletiva é aquela que, numa mesma empresa, exceda o volume médio de despedidas consideradas como um parâmetro normal de rotatividade de mão-de-obra (turnover), em determinado período. É a demissão em massa”. A) Elemento causal: a dispensa coletiva se relaciona com a situação da empresa, e não com o comportamento do empregado. O fato gerador da dispensa há de ser o objetivo, ou seja, não-arbitrário (p. ex.: crise econômica na empresa, ou setorial); B) Elemento temporal: trata-se do período durante o qual as dispensas efetuadas serão somadas, a fim de caracterizar a dispensa coletiva. C) Elemento numérico: o legislador, ou o instrumento coletivo de trabalho que regulamente a dispensa coletiva, deve indicar de preferência um percentual de empregados a serem dispensados, levando-se em conta a totalidade dos empregados de um estabelecimento; DIREITO DO TRABALHO - 2ª UNIDADE 7 A despedida individual ocorre devido a um motivo individual, ou seja, há o livre exercício do poder diretivo do empregador. A despedida individual justifica-se por fato de natureza disciplinar (justa causa) imputável ao empregado ou por inaptidão profissional às mudanças técnicas da empresa. d) Pedido de demissão O empregado pode, a qualquer tempo, tomar a iniciativa de extinguir o contrato. No entanto, ele precisa dar o aviso prévio ao empregador, de no mínimo 30 dias. O pedido de demissão faz com que o empregado receba verbas rescisórias, mas não as mesmas de quando é dispensado sem justa causa. Não há a indenização de 40%, mas o empregado também não precisa pagar qualquer indenização ao empregador, desde que conceda o aviso prévio. Ele também recebe outras verbas rescisórias, como as férias e 13º proporcionais. - RESOLUÇÃO Nesta modalidade há um motivo, sendo então, uma “denúncia cheia”. Trata-se de denúncia cheia, um motivo dado pelo empregado. O artigo 482 da CLT lista alguns casos de justa causa, porém não é um rol taxativo. a) ato de improbidade (desonestidade, abuso de confiança, fraude ou má-fé, visando a uma vantagem para si ou para outrem); b) incontinência de conduta ou mau procedimento; A incontinência revela-se pelos excessos ou imoderações, entendendo-se a inconveniência de hábitos e costumes, pela imoderação de linguagem ou de gestos. Ocorre quando o empregado comete ofensa ao pudor, pornografia ou obscenidade, desrespeito aos colegas de trabalho e à empresa. DIREITO DO TRABALHO - 2ª UNIDADE 8 Mau procedimento caracteriza-se com o comportamento incorreto, irregular do empregado, através da prática de atos que firam a discrição pessoal, o respeito, que ofendam a dignidade, tornando impossível ou sobremaneira onerosa a manutenção do vínculo empregatício, e que não se enquadre na definição das demais justas causas. c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço; d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena; e) desídia no desempenho das respectivas funções; f) embriaguez habitual ou em serviço; A primeira medida a ser tomada em caso de empregado habitualmente embriagado é o tratamento, geralmente o empregado fica afastado. Não é correto que se demita o empregado por este motivo, sem antes lhe oferecer tratamento. g) violação de segredo da empresa; h) ato de indisciplina ou de insubordinação; Indisciplina: ocorre quando o empregado desrespeita ou deixa de cumprir uma norma geral de serviço. Quando o empregado deixa de cumprir uma norma do regulamento interno da empresa ou da propriedade rural. Insubordinação: ocorre quando o empregado desrespeita uma ordem dada pessoalmente a ele pelo empregador ou gerente. i) abandono de emprego; A caracterização do abandono de emprego exige a comprovação, pelo empregador, de dois requisitos essenciais. Um deles é objetivo: o não comparecimento do empregado ao serviço por período prolongado. Já o outro é de ordem subjetiva: a intenção ou disposição do empregado de não mais retornar ao trabalho Súmula 32, TST: Configura-se o abandono de emprego quando o trabalhador não retornar ao serviço, no prazo de 30 dias, após a DIREITO DO TRABALHO - 2ª UNIDADE 9 cessação do benefício previdenciário, nem justificar o motivo de não o fazer. j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; l) prática constante de jogos de azar. Verbas devidas na rescisão: saldo de salário, férias vencidas + 1/3, FGTS. - CONTRATO POR TEMPO DETERMINADO É a extinção normal do contratode trabalho, quando o mesmo foi feito por prazo determinado. Direitos Rescisórios: FGTS; 13º salário proporcional; Férias vencidas e não gozadas; Nos contratos celebrados com termo final pré-fixado, constitui inadimplemento contratual interromper a sua execução antes de expirado aquele prazo. Por isso não se fala, tecnicamente, em despedida e a parte que der ensejo ao rompimento antecipado fica obrigada a indenizar o outro contratante. - RESCISÃO É através de decisão judicial em razão de nulidade do contrato. - FORÇA MAIOR (p/ o empregador) A outra forma seria a ocorrência de força maior, ou seja, um evento imprevisível ou inevitável que dificulte a continuação do contrato de trabalho. Nessa hipótese, mesmo assim, o empregador estará obrigado a arcar com o pagamento das parcelas rescisórias, como se tivesse despedido o empregado, todavia, a indenização referente aos depósitos fundiários fica reduzida a metade. Não é considerada força maior, a decretação de falência ou concordata do empregador, posto serem perfeitamente previsíveis, evitáveis e decorrentes do risco DIREITO DO TRABALHO - 2ª UNIDADE 10 econômico assumido única e exclusivamente pelo empresário (art. 503). Art. 502 - Ocorrendo motivo de força maior que determine a extinção da empresa, ou de um dos estabelecimentos em que trabalhe o empregado, é assegurada a este, quando despedido, uma indenização na forma seguinte: I - sendo estável, nos termos dos artigos 477 e 478; II - não tendo direito à estabilidade, metade da que seria devida em caso de rescisão sem justa causa; III - havendo contrato por prazo determinado, aquela a que se refere o art. 479 desta lei, reduzida igualmente à metade. Art. 504 - Comprovada a falsa alegação do motivo de força maior, é garantida a reintegração aos empregados estáveis, e aos não- estáveis o complemento da indenização já percebida, assegurado a ambos o pagamento da remuneração atrasada. - MORTE Do empregado: Não há pagamento de verbas e o FGTS é retirado pelos herdeiros. Os cálculos serão feitos como se o empregado tivesse pedido demissão ou como se o empregado o tivesse demitindo. Do empregador (pessoa física): empregado tem a opção de continuar trabalhando para os herdeiros ou rescindir o contrato de trabalho (art. 483,§2º, CLT). Caso haja encerramento das atividades, o empregado é despedido. Em ambas as hipóteses, o empregado faz jus a todas as verbas rescisórias do caso da dispensa involuntária. - APOSENTADORIA (compulsória, espontânea ou por invalidez) Voluntária: Não gera extinção do contrato se o empregado continua trabalhando após a concessão do benefício, a lei 8.213/91 não exigiu a baixa na CTPS para o segurado requerer sua aposentadoria. Compulsória – empregador a requer quando o empregado completa o período legal mínimo de carência para ser deferida. Como ocorreu por iniciativa patronal, deverá arcar com todas as verbas decorrentes da dispensa imotivada. DIREITO DO TRABALHO - 2ª UNIDADE 11 Invalidez: Contrato fica suspenso (aposentadoria provisória por 5 anos, depois, se não puder retornar, converterá em aposentadoria definitiva e cessa o contrato). Se o empregado conseguir outro emprego após a cessação do antigo, o INSS “desaposentará” em virtude de ainda poder prestar serviço. - EXTINÇÃO DA EMPRESA, FECHAMENTO, CESSAÇÃO DAS ATIVIDADES E FALÊNCIA Falência: Passa primeiro pela justiça do trabalho e depois ao juízo de falência. Dissolução espontânea: Não há obrigatoriedade de pagamento da multa de 40% sobre o FGTS neste caso. - OPE JUDICIS É a que se por intermédio do Judiciário. - SUSPENSÃO DISCIPLINAR POR MAIS DE 30 DIAS Ocorre por um descuido do empregador que deixa o empregado suspenso por no mínimo 31 dias, ocorrendo assim a demissão sem motivo. - FACTUM PRINCIPIS É a cessação em razão de força de ato da administração pública (estadual, municipal ou federal). Ato público que impossibilita o exercício da atividade, gera a extinção ou suspensão da atividade no local. Neste caso, haverá o pagamento de indenização por parte do governo que deu causa a cessação. Não é factum principis: Fechamento das casas de bingo; racionamento de energia elétrica. - RESCISÃO INDIRETA É concretizada, exclusivamente, por medida judicial. Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando: DIREITO DO TRABALHO - 2ª UNIDADE 12 a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato; b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo; c) correr perigo manifesto de mal considerável; d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato; e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e boa fama; f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários. § 1º - O empregado poderá suspender a prestação dos serviços ou rescindir o contrato, quando tiver de desempenhar obrigações legais, incompatíveis com a continuação do serviço. § 2º - No caso de morte do empregador constituído em empresa individual, é facultado ao empregado rescindir o contrato de trabalho. § 3º - Nas hipóteses das letras d e g, poderá o empregado pleitear a rescisão de seu contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, permanecendo ou não no serviço até final decisão do processo. O empregado poderá abandonar o serviço e depois entrar com a rescisão, ou pedir demissão e depois converte em rescisão. Verbas devidas na rescisão: saldo de salário, aviso prévio indenizado, férias proporcionais + 1/3, 13º salário proporcional, levantamento dos depósitos do FGTS + 40%, férias vencidas + 1/3. - CULPA RECÍPROCA Quando houver culpa do empregado e do empregador, há uma mediação da rescisão, na qual se paga as verbas salariais e as indenizatórias, sendo esta última paga pela metade. DIREITO DO TRABALHO - 2ª UNIDADE 13 Art. 484 - Havendo culpa recíproca no ato que determinou a rescisão do contrato de trabalho, o tribunal de trabalho reduzirá a indenização à que seria devida em caso de culpa exclusiva do empregador, por metade. Verbas: saldo de salário, 50% do aviso prévio, 50% das férias proporcionais + 1/3, 50% do 13º salário proporcional, levantamento dos depósitos do FGTS + 20% (multa), eventuais férias vencidas integrais + 1/3. Também faz jus as guias TRCT (saque FTGS) e CD/SD (seguro desemprego). VERBAS - AVISO PRÉVIO É um direito dos trabalhadores urbanos e rurais, constante da CF, o aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei. Cabimento: Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua resolução com a antecedência mínima de: I - 8 dias, se o pagamento for efetuado por semana ou tempo inferior. II - 30 dias aos que perceberem por quinzena ou mês, ou que tenham mais de 12 meses de serviço na empresa. • A falta do aviso prévio por parte do empregador DÁ ao EMPREGADO o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de serviço. • A falta de aviso prévio por parte do empregado DÁ ao EMPREGADOR o direito de descontar os salários correspondentesao prazo respectivo. • É devido o aviso prévio na despedida indireta. • Em se tratando de salário pago na base de tarefa, o cálculo, para os efeitos dos parágrafos anteriores, será feito de acordo com a média dos últimos 12 (doze) meses de serviço. • O valor das horas extraordinárias habituais INTEGRA O AVISO PRÉVIO INDENIZADO. DIREITO DO TRABALHO - 2ª UNIDADE 14 • O reajustamento salarial coletivo, determinado no curso do aviso prévio, beneficia o empregado pré-avisado da despedida, mesmo que tenha recebido antecipadamente os salários correspondentes ao período do aviso, que integra seu tempo de serviço para todos os efeitos legais. • O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do aviso, e se a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de 2 (duas) horas diárias, SEM PREJUÍZO DO SALÁRIO INTEGRAL. • Dado o aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva depois de expirado o respectivo prazo, mas, se a parte notificante reconsiderar o ato, antes de seu termo, à outra parte é facultado aceitar ou não a reconsideração. • Caso seja aceita a reconsideração ou continuando a prestação depois de expirado o prazo, o contrato continuará a vigorar, como se o aviso não tivesse sido dado. • O empregado que, durante o prazo do aviso prévio, COMETER qualquer das faltas consideradas pela lei como justas para a rescisão, perde o direito ao restante do respectivo prazo. - 13º SALÁRIO É baseado no ano, ou seja, a base de cálculo é apenas o que o empregado trabalhou naquele ano, mesmo que não tenha completado o período aquisitivo. Observação: O 13º e as férias são calculados sob o salário variável, ou seja, aquele que é habitual. - SALÁRIO FAMÍLIA Só é devido ao empregado que tem filho de até 14 anos de idade, devendo o empregado levar ao empregador o comprovante da existência do filho (certidão de nascimento). - FÉRIAS Se o empregado for demitido aos 10 meses de serviço, terá direito apenas as férias proporcionais (10/12). DIREITO DO TRABALHO - 2ª UNIDADE 15 Se as férias estiveram vencidas fora do período concessivo, devem ser pagas em dobro, mas se ainda estiver no período concessivo, devem ser pagam em sua integralidade. Com relação às férias na justa causa, há divergência de entendimento, o que atualmente prevalece é o não pagamento. PRESCRIÇÃO Prescrição é a extinção da pretensão de um direito material violado pelo decurso dos prazos previstos em lei, desde que não hajam causas impeditivas, interruptivas ou suspensivas de seu decurso. Prescrição retira a possibilidade de exigir um determinado direito em razão do decurso do tempo. Note-se que o direito permanece intacto, mas a prescrição impossibilita que ele seja exigido. - EXTINTIVA Trata-se da prescrição referente aos 2 anos que o empregado tem para ajuizar reclamação trabalhista. - TOTAL De acordo com o TST, o trabalhador terá cinco anos para ingressar com a reclamação a contar do ato único do empregador, ou seja, quando o empregador suprimir direito não previsto em lei. Nesse caso, a partir desse ato ilícito (ato único) inicia-se a contagem do prazo. Súmula 294 TST – Tratando-se de ação que envolva pedido de prestações sucessivas decorrentes de alteração do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja também assegurado por preceito de lei. A diferença entre a prescrição total e parcial se encontra na natureza da verba suprimida. De acordo com a súmula referida, estará configurada a prescrição total quando se tratar de verba contratual e não preceituada em lei, isto é, foi pactuada entre as partes. Exemplo: Empresa X resolveu premiar sua empregada no período de 1996 até 2002, momento em que suspendeu o benefício sem motivo. A empregada, ao ser dispensada no ano de 2012, resolve pleitear ação trabalhista no intuito de reivindicar o pagamento das premiações não pagas nos anos seguintes. DIREITO DO TRABALHO - 2ª UNIDADE 16 Deste modo, mesmo no decorrer do contrato de trabalho, a empregada poderia e deveria ajuizar a RT para evitar o perecimento de seu direito. Isso porque, havendo um ato único em janeiro de 2002, a empregada teria até janeiro de 2007 para buscar a reparação. Ajuizando a RT somente em 2012, data da dispensa, o direito de discutir a alteração contratual e de postular as premiações estaria fulminado pela PRESCRIÇÃO TOTAL. Observação: Em caso de cesta básica, há divergência de entendimentos, em razão de não constar na lei, mas, de acordo com o entendimento da doutrina, causa prejuízo ao empregado, sendo um dos requisitos constantes em lei, não devendo, portanto, ser aplicada a súmula 294. - PARCIAL De acordo com TST, tornam-se exigíveis as parcelas anteriores ao tempo de cinco anos a contar do ajuizamento ação. Nessa segunda hipótese, prescrição parcial, as prestações possuem previsão em lei, assim sendo renova-se a contagem mês a mês, sempre que a parcela não for paga. Exemplo: Empregada contratada para cargo em que recebia adicional de periculosidade. No ano de 2002, a empresa X resolve cessar o pagamento referente ao adicional. Em 2012 tal empregada é dispensada e resolve reivindicar o pagamento de tal adicional. Entende-se que a alteração afeta uma verba prevista em lei, há um PREJUÍZO SUCESSIVO ao empregado. Ou seja, mês a mês a lesão foi renovada. Assim, desde janeiro de 2002, mês a mês, a empregada foi lesada, o que ocorreu até a data da dispensa, janeiro de 2012. Então, ao ajuizar a RT em janeiro de 2012, a empregada poderá reivindicar o pagamento do adicional de periculosidade dos cincos anos anteriores (até janeiro de 2007), ocorrendo neste caso a prescrição parcial (de 2007 para trás). Observação: As súmulas 362 do TST e 210 do STJ previam a prescrição de 30 anos para RT relacionada ao recolhimento do FGTS, entretanto tal entendimento foi modificado, tornando o prazo quinquenal, ou seja, 5 anos. DIREITO DO TRABALHO - 2ª UNIDADE 17 Observação: Na equiparação salarial ocorre prescrição parcial, pois apesar de ser uma lesão única e ter se dado em período prescrito, ocorre sucessivamente. - INTERCORRENTE Ocorre no decorrer do processo pela ausência de movimentação processual, através da inércia da parte interessada pelo período de 2 anos. Para o TST não ocorre a prescrição intercorrente, pois a movimentação pode ser de ofício e não a requerimento da parte. Neste caso, se o processo fica estagnado, não é por culpa da parte, mas sim do Estado. Entretanto, o entendimento é pacífico, assim como o do STF, quando se trata de atos que dependam exclusivamente da parte, como por exemplo, a juntada de documentos indispensáveis ao processo. - Interrupção da prescrição: não há início da contagem do prazo ou para a contagem e se renova após a cessação do ato impeditivo, podendo ocorrer apenas uma única vez (volta a contar do zero). Exemplo: não corre prazo prescricional contra o empregado menor de 18 anos, conforme previsto no art. 440 da CLT. - Suspensão da prescrição: O prazo, nesse caso, ficará congelado, ou seja, haverá uma parada temporária até que seja cessado o obstáculo. Após o término do obstáculo, retoma-se a contagem do mesmo período em que se havia cessado. DECADÊNCIA/CADUCIDADE Decadência é a perda de direitos potestativos e invioláveis pelo decurso do prazo previsto em lei ou no contrato para o seu exercício. A decadência aparece no caso de ação de inquérito para apurar falta grave de empregado estável. Se o empregador não apresentar a ação no prazode 30 dias, ocorrerá a decadência com a consequente reintegração do empregado, além do pagamento do salário correspondente aos dias da suspensão tornada sem efeito. DIREITO DO TRABALHO - 2ª UNIDADE 18 Ocorre também em caso de ação rescisória (2 anos) e de mandado de segurança (120 dias). NOÇÕES GERAIS DE PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA ESTABILIDADE - GESTANTE DIREITO DO TRABALHO - 2ª UNIDADE 19 Desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto, entretanto, poderá ser demitida quando houver justa causa, não necessitando de inquérito para apuração de falta grave. Sumula 244 TST: I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" do ADCT). II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade. Se ainda estiver no curso da estabilidade, tem direito a reintegração ou indenização, se a estabilidade tiver cessado, caberá apenas indenização. III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado. Importante esclarecer que ainda que o empregador desconheça o estado gravídico da empregada e a dispense e, posteriormente à dispensa a empregada descubra que está grávida, tendo a concepção ocorrido durante o contrato de trabalho, tal desconhecimento pelo empregador não afasta o dever de pagamento de indenização decorrente da estabilidade ou de sua reintegração. A concepção ocorrida durante o curso do aviso prévio, ainda que indenizado, garante a trabalhadora a estabilidade provisória no emprego. Assim, se a rescisão do contrato de trabalho ocorrer por desconhecimento do estado gravídico por parte do empregador ou até mesmo da própria trabalhadora, o direito ao pagamento da indenização não usufruída está garantido. Observação: O empregador não pode solicitar qualquer exame, perícia, laudo, etc. para atestar o estado da mulher antes de contratá-la, sob pena de realizar atitudes discriminatórias, assumindo assim plenamente os riscos do negócio. - DIRIGENTE SINDICAL DIREITO DO TRABALHO - 2ª UNIDADE 20 A partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. Isto é, se a cessação do contrato se der antes do registro da candidatura, não há que se falar em estabilidade. Caso o registro da candidatura ocorra antes da notificação da cessação do contrato, haverá a estabilidade e a cessação restará descaracterizada. Se o empregado registrou candidatura, mas o sindicato não comunicou o empregador a respeito, e este empregado receber a notificação de cessação, mesmo que durante o aviso prévio, o empregado (ou o sindicato) poderá comunicar o empregador pessoalmente, de maneira verbal ou por escrito, de que houve o registro e, consequentemente, há a estabilidade. É possível que um sindicato abra 1000 vagas e tenha 2000 candidatos, pois faz parte do poder de liberdade sindical, entretanto, de acordo com a CF e a CLT, apenas 7 dirigentes e 7 suplementes terão estabilidade durante o mandato. Os 2000 candidatos terão estabilidade até a eleição, os 1000 serão eleitos e dentre eles serão escolhidos 7 dirigentes e 7 suplentes. Art. 522 CLT: A administração do sindicato será exercida por uma diretoria constituída no máximo de sete e no mínimo de três membros e de um Conselho Fiscal composto de três membros, eleitos esses órgãos pela Assembleia Geral. ENQUADRAMENTO DO EMPREGADO AO SINDICATO: Regra geral: Integrará o sindicato correspondente a atividade preponderante do empregador, isto é, da empresa. Exceção – Categoria diferenciadas: Há um sindicato específico para aqueles que, mesmo em locais diferentes, praticam a mesma atividade. Exemplo: Um professor exerce a mesma atividade em uma escola ou faculdade, quer seja dar aula. Súmula 369, III, TST: O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só goza de estabilidade se exercer na empresa atividade pertinente à categoria profissional do sindicato para o qual foi eleito dirigente. DIREITO DO TRABALHO - 2ª UNIDADE 21 No caso de a empregada ser professora e advogada ao mesmo tempo e se tornar dirigente sindical do sindicato de professores, ela terá estabilidade no local onde exerce atividade correspondente ao sindicato. Súmula 369, IV, TST: Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial do sindicato, não há razão para subsistir a estabilidade. Caso a atividade da empresa seja extinta no território em que o empregado se tornou dirigente, haverá a cessação imediata da estabilidade. Se o empregado concordar em ser transferido para outro local onde há outro sindicato, irá como mero empregado e não como dirigente sindical, ou seja, não perdurará a estabilidade. Súmula 379, TST: O dirigente sindical somente poderá ser dispensado por falta grave mediante a apuração em inquérito judicial, inteligência dos arts. 494 e 543, §3º, da CLT. O dirigente sindical só poderá ser demitido mediante a configuração de falta grave, podendo ficar suspenso para a apuração de inquérito de falta grave. Tal inquérito segue o Rito Especial e admite até 6 testemunhas cada parte. Configurada a falta grave pelo Judiciário, haverá a cessação contratual. Se o Judiciário não reconhecer a falta grave, a suspensão será convertida em interrupção e deverá ser feito o pagamento do salário e a contagem do tempo de serviço. Caso não haja a instauração do inquérito no prazo de 30 dias, o empregador não poderá demitir o empregado por justa causa, e será considerado perdão da falta grave. - DIRETOR DA CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) Quem terá estabilidade são os membros eleitos, desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato. O cipeiro poderá ser demitido por justa causa, ineficiência técnica e extinção da atividade da empresa, não necessitando de inquérito para apurar a falta grave. A lei não garante estabilidade ao suplemente, entretanto, a súmula 339 do TST garante. Súmula 339, TST: DIREITO DO TRABALHO - 2ª UNIDADE 22 I - O suplente da CIPA goza da garantia de emprego prevista no art. 10, II, "a", do ADCT a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988. II - A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas garantia para as atividades dos membros da CIPA, que somente tem razão de ser quando em atividade a empresa. Extinto o estabelecimento, não se verifica a despedida arbitrária, sendo impossível a reintegração e indevida a indenização do período estabilitário. - DIRIGENTE DE COOPERATIVA Desde o registro da candidatura até um ano após o término de seu mandato. Trata-se de cooperativa que defende os interesses cooperativos dos funcionários. Cooperado não possui vínculo empregatício com a cooperativa e nem com a empresa, neste, caso, o dirigente tem estabilidade na empresa na qual é vinculado e não na cooperativa. A cooperativa é formada pelos funcionários da empresa, mas não com o objetivo de fornecer mão de obra para a empresa, e sim para a proteção e união dos empregados. Há a possibilidade de arrecadaçãode lucros para o grupo, além de oferecimento de empréstimos com juros baixos. Os suplementes não possuem estabilidade, entretanto, é possível haver mais de um dirigente, sendo que se for eleito um colegiado, haverá estabilidade. Apenas para o dirigente geral haverá estabilidade. - CONSELHO CURADOR DO FGTS e CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (CNPS) Sempre que houver “Conselho” a estabilidade se iniciará da nomeação até um ano após o término do mandato de representação. O representante dos trabalhadores e seu respectivo suplemente gozarão da estabilidade. Poderá ser demitido apenas quando houver falta grave, devendo haver a instauração de inquérito para a apuração da falta grave. - ACIDENTE DE TRABALHO DIREITO DO TRABALHO - 2ª UNIDADE 23 É aquele decorrido em razão do trabalho, mesmo que seja após a prestação do serviço, até na volta para casa. Engloba a doença profissional e a do trabalho. É necessário a apresentação de atestado de mais de 30 dias (pois 30 dias é interrupção), pois, para se obter a estabilidade, é necessário que o empregado receba o auxílio doença acidentário. A estabilidade começa a contar depois que o empregado volta ao emprego, ou seja, quando há a cessação do benefício do auxílio doença acidentário, começará a estabilidade de 12 meses. 30 dias 31º dia 12 meses INTERRUPÇÃO SUSPENSÃO ESTABILIDADE Atestado Auxílio Cessação do Acidentário auxílio Entende-se como acidente de qualquer natureza ou causa aquele de origem traumática e por exposição a agentes exógenos (físicos, químicos e biológicos), que acarrete lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda, ou a redução permanente ou temporária da capacidade laborativa. Art. 20. Da Lei 8.213/91. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas: I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; Doença profissional ou ocupacional: é aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar à determinada profissão, ou função, ou seja, está diretamente ligada a profissão do trabalhador. Ex: O soldador que desenvolveu catarata. II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I. DIREITO DO TRABALHO - 2ª UNIDADE 24 Doença do trabalho: é aquela que tem ligação com o ambiente onde o trabalho é exercido. Ex: Um trabalhador que está exposto ao ruído excessivo, em um galpão de solda, e desenvolve surdez. Esse é um caso típico de doença do trabalho. § 1º Não são consideradas como doença do trabalho: a) a doença degenerativa; b) a inerente a grupo etário; c) a que não produza incapacidade laborativa; d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. § 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho. O art. 21 da Lei 8.213/91 equipara ainda a acidente de trabalho: I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação; II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de: a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razão; e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; DIREITO DO TRABALHO - 2ª UNIDADE 25 b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. § 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho. O empregado que possui contrato por tempo determinado também possui garantia provisória de emprego, de acordo com o artigo 118, III, da referida lei. Caso o acidente ocorra durante o aviso prévio, o empregado só poderá ser dispensado após a cessação do benefício previdenciário. Pacificou o Tribunal Superior do Trabalho entendimento de que o gozo de auxílio-doença no curso do aviso prévio suspende o contrato de trabalho, sendo que os efeitos da dispensa somente ocorrerão após o retorno do empregado, nos termos da OJ 135 da SDI-I. - SERVIDOR PÚBLICO De acordo com a súmula 390 do TST, o servidor público de regime celetista, terá estabilidade, porém esta não se estende ao empregado empresa pública ou de sociedade de economia mista. Observação: Reintegração Súmula 396 TST: I - Exaurido o período de estabilidade, são devidos ao empregado apenas os salários do período compreendido entre a data da despedida e o final do período de estabilidade, não lhe sendo assegurada a reintegração no emprego. Observação: Casos Específicos Os reabilitados e os doentes de AIDS não possuem estabilidade, mas sim proteção em razão de uma possível demissão preconceituosa. No caso dos reabilitados, o art. 93 da lei 8213/91 estabelece um quorum mínimo de deficientes readaptados na empresa, gerando uma certa DIREITO DO TRABALHO - 2ª UNIDADE 26 estabilidade ao grupo até que surjam novos empregados para preencherem as vagas. Observação: Só podem ser demitidos por falta grave devidamente comprovada em ação judicial (inquérito para apuração de falta grave): - Dirigente sindical - Estável decenal - Diretores de cooperativas - Membros, eleitos pelos empregados, de comissão de conciliação prévia - Representantes dos trabalhadores no conselho curador do FGTS ou CNPS Só podem ser demitidos por justa causa e sem necessidade de inquérito: - Gestante - Acidentados de trabalho - Empregados membros da comissão interna deprevenção de acidentes (CIPA) *o membro da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes pode ser dispensado, mesmo sem justa causa, desde que sua dispensa se funde em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro. Portanto, os empregados ainda estarão protegidos contra a dispensa arbitrária, mas sua garantia de emprego, em relação aos demais beneficiários, é mais frágil.
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