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09 - Direito Econômico

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Página .: 1 / 34 Luciano Ribeiro de 
Castro 
Direito Econômico 
 
 
 
07/08/2007 
 
 
V1, V2, Vs e 2º chamada serão de consulta. 
 
 
VT • Relatório da 1ª aula (1,0) – 11/09/07 
• Avaliação com consulta (3,0) – 3 questões - 11/09/07 
• Avaliação sem consulta (3,0) 
• Avaliação – aula prática no laboratório de informática (1,9) 
• Avaliação – Debate (2,9) 
 
 
14/08/2007 
 
 
Direito Econômico 
 
Pode-se conceituar o Direito Econômico como sendo o ramo 
autônomo do Direito que se destina a normatizar as medidas 
adotadas pela Política Econômica através de uma ordenação 
jurídica, é dizer, a normatizar as regras econômicas, bem 
como a intervenção do Estado na economia. Celso Ribeiro 
Bastos, Curso de Direito Econômico. 
 
• Positivo: Suas regras são 
determinadas pela sociedade que o 
criou 
• Tempo 
 
• Local 
 
• Nacional: “território nacional” – Suas regras são 
aplicadas apenas nos limites territoriais brasileiros. 
 
 
 
Direito 
Econômico 
• Público: As normas representam a vontade de uma maioria. 
A lei é o fruto que expressa a vontade. Normas são 
inegociáveis. 
 
 
• Política Econômica 
 
Normatizar 
(ordenamento 
Jurídico) 
• Intervenção do Estado 
na Economia 
• Direta 
 
• Indireta 
 
 
 
 
 
 
Página .: 2 / 34 Luciano Ribeiro de 
Castro 
• Receitas Públicas 
• Despesas Públicas 
• Orçamentos 
Públicos 
• Lei de diretrizes orçamentárias 
• Lei orçamentária anual 
• Plano Plurianual 
 
• Empréstimos 
• Financeiro 
(Atividade 
Financeira do 
Estado) 
• Créditos 
públicos • Títulos 
Públicos 
• Precatório 
• OTN 
• ORTN 
• BTN 
• URV 
• Etc 
 
• Tributário 
(Tributo) 
• Imposto 
• Taxas 
• Contribuições de melhorias 
• Empréstimos compulsórios 
 • Contribuições 
parafiscais 
• Sociais 
• Interventivas 
• Corporativas 
 
 
 
21/08/2007 
 
 
Objeto 
 
O objetivo do Direito Econômico não é outro senão o estudo 
das normas que dispõem sobre a organização econômica de um 
País, é dizer, as leis que regem a produção, a 
distribuição, a circulação e o consumo de riquezas, tanto 
no plano nacional como no internacional. Trata-se do estudo 
das leis econômicas que regem os preços, a moeda, o crédito 
e o câmbio. É, portanto, o direito da economia. 
 
Estudos à 
normatização 
• Política econômica 
 
• Intervenção na economia 
 
 
LEI • Processo legislativo - veto, sanção, promulgação, etc. 
 
• Conclusão, corolário – Lei de Newton, lei da procura e da 
oferta, etc. 
 
 
� Autonomia: Não existe autonomia absoluta. 
 
 
 
 
 
Página .: 3 / 34 Luciano Ribeiro de 
Castro 
• Legislativa 
(existe) 
• Quantidade alta 
 
• Qualidade Boa 
Normas 
 
Jurídicas 
 
• Científica 
(existe) 
• Princípios próprios 
• Normas Próprias 
• Objeto Próprio 
• Sistematizado 
 
 
• Didática 
(Não existe) 
• Normativo legal 
 
• Antropológico – Cultural - Romântico 
 
 
 
 
 
Autonomia 
• Jurisdicional 
(Não existe) 
• Justiça Especializada 
 
 
 
04/09/2007 
 
 
Artigo 170 - A ordem econômica, fundada na valorização 
do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim 
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames 
da justiça social, observados os seguintes princípios: 
I - soberania nacional; 
II - propriedade privada; 
III - função social da propriedade; 
IV - livre concorrência; 
V - defesa do consumidor; 
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante 
tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos 
produtos e serviços e de seus processos de elaboração e 
prestação; 
VII - redução das desigualdades regionais e sociais; 
VIII - busca do pleno emprego; 
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno 
porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham 
sua sede e administração no País. 
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício 
de qualquer atividade econômica, independentemente de 
autorização de órgãos públicos, salvo nos casos 
previstos em lei. 
 
 
 
 
 
Página .: 4 / 34 Luciano Ribeiro de 
Castro 
Relação do direito econômico com outras ciências 
 
1. Jurídicas 
 
1.1. Constitucional 
 
Ex. Artigo 30 da Constituição Federal. 
 
Artigo 30 - Compete aos Municípios: 
I - legislar sobre assuntos de interesse local; 
II - suplementar a legislação federal e a estadual no 
que couber; 
III - instituir e arrecadar os tributos de sua 
competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo 
da obrigatoriedade de prestar contas e publicar 
balancetes nos prazos fixados em lei; 
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a 
legislação estadual; 
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de 
concessão ou permissão, os serviços públicos de 
interesse local, incluído o de transporte coletivo, que 
tem caráter essencial; 
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da 
União e do Estado, programas de educação pré-escolar e 
de ensino fundamental; 
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da 
União e do Estado, programas de educação infantil e de 
ensino fundamental; 
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da 
União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da 
população; 
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento 
territorial, mediante planejamento e controle do uso, do 
parcelamento e da ocupação do solo urbano; 
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-
cultural local, observada a legislação e a ação 
fiscalizadora federal e estadual. 
 
 
1.2. Tributário 
 
Exemplo: Proteção da economia interna com o aumento de 
impostos. 
 
 
 
 
 
Página .: 5 / 34 Luciano Ribeiro de 
Castro 
Exemplos. 
 
Artigo 145 - A União, os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: 
I - impostos; 
LEI Nº 9.393, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1996. 
Dispõe sobre o Imposto sobre a Propriedade Territorial 
Rural - ITR, sobre pagamento da dívida representada por 
Títulos da Dívida Agrária e dá outras providências. 
Capítulo I 
DO IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE 
TERRITORIAL RURAL - ITR 
Seção I 
Do Fato Gerador do ITR 
Definição 
Art. 1º .... 
Imunidade 
Art. 2º Nos termos do art. 153, § 4º, in fine, da 
Constituição, o imposto não incide sobre pequenas glebas 
rurais, quando as explore, só ou com sua família, o 
proprietário que não possua outro imóvel. 
Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, pequenas 
glebas rurais são os imóveis com área igual ou inferior 
a: 
I - 100 ha, se localizado em município compreendido na 
Amazônia Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sul-
mato-grossense; 
II - 50 ha, se localizado em município compreendido no 
Polígono das Secas ou na Amazônia Oriental; 
III - 30 ha, se localizado em qualquer outro município. 
 
 
1.3. Direito civil 
 
Artigo 40 - As pessoas jurídicas são de direito público, 
interno ou externo, e de direito privado. 
 
 
 
 
 
 
 
Página .: 6 / 34 Luciano Ribeiro de 
Castro 
1.4. Direito ambiental 
 
LEI Nº 4.771, DE 15 DE SETEMBRO DE 1965. 
Institui o novo Código Florestal. 
Artigo 1° As .... 
 
Artigo 2° - Consideram-se de preservação permanente, 
pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais formas 
de vegetação natural situadas: 
a) ao longo dos rios oude qualquer curso d'água desde o 
seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura 
mínima será: 
1 - de 30 (trinta) metros para os cursos d'água 
de menos de 10 (dez) metros de largura; 
2 - de 50 (cinquenta) metros para os cursos 
d'água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) 
metros de largura; 
3 - de 100 (cem) metros para os cursos d'água 
que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) 
metros de largura; 
4 - de 200 (duzentos) metros para os cursos 
d'água que tenham de 200 (duzentos) a 600 
(seiscentos) metros de largura; 
5 - de 500 (quinhentos) metros para os cursos 
d'água que tenham largura superior a 600 
(seiscentos) metros; 
b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água 
naturais ou artificiais; 
c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados 
"olhos d'água", qualquer que seja a sua situação 
topográfica, num raio mínimo de 50 (cinquenta) metros de 
largura; 
d) no topo de morros, montes, montanhas e serras; 
e) nas encostas ou partes destas, com declividade 
superior a 45°, equivalente a 100% na linha de maior 
declive; 
f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou 
estabilizadoras de mangues; 
g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da 
linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 
100 (cem) metros em projeções horizontais; 
h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) 
metros, qualquer que seja a vegetação. 
i) nas áreas metropolitanas definidas em lei. 
Página .: 7 / 34 Luciano Ribeiro de 
Castro 
Parágrafo único. No caso de áreas urbanas, assim 
entendidas as compreendidas nos perímetros urbanos 
definidos por lei municipal, e nas regiões 
metropolitanas e aglomerações urbanas, em todo o 
território abrangido, obervar-se-á o disposto nos 
respectivos planos diretores e leis de uso do solo, 
respeitados os princípios e limites a que se refere este 
artigo. 
 
 
 
1.5. Direito financeiro 
 
 
Determina como as finanças públicas devem funcionar. 
 
Ex. Lei 4320/69, artigo 9, 11 e 13. 
 
Artigo 9º- Tributo e a receita derivada instituída pelas 
entidades de direito publico, compreendendo os impostos, 
as taxas e contribuições nos termos da constituição e 
das leis vigentes em matéria financeira, destinado-se o 
seu produto ao custeio de atividades gerais ou 
especificas exercidas por essas entidades. 
Art. 11 - A receita classificar-se-á nas seguintes 
categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de 
Capital. 
§ 1º - São Receitas Correntes as receitas tributária, de 
contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de 
serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos 
financeiros recebidos de outras pessoas de direito 
público ou privado, quando destinadas a atender despesas 
classificáveis em Despesas Correntes. 
§ 2º - São Receitas de Capital as provenientes da 
realização de recursos financeiros oriundos de 
constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de 
bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas 
de direito público ou privado, destinados a atender 
despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, 
o superávit do Orçamento Corrente. 
§ 3º - O superávit do Orçamento Corrente resultante do 
balanceamento dos totais das receitas e despesas 
correntes, apurado na demonstração a que se refere o 
Anexo nº 1, não constituirá item de receita 
orçamentária. 
§ 4º - A classificação ... 
Art. 13. Observadas as categorias econômicas do art. 12, 
a discriminação ou especificação da despesa por 
elementos, em cada unidade administrativa ou órgão de 
governo, obedecerá ao seguinte esquema: ... 
 
 
Página .: 8 / 34 Luciano Ribeiro de 
Castro 
1.6. Direito administrativo 
 
O principal são as licitações. 
 
Ex. Lei 8666/93 
 
 
2. Não jurídicas 
 
2.1. Economia 
 
2.2. Finanças públicas 
 
 
Regulamento o quanto de recursos públicos estão sendo 
injetados na economia. 
 
2.3. Matemática 
 
O mundo do direito econômico é fundado em números, tudo 
na economia tem fundamento matemático. 
 
 
2.4. Contabilidade 
 
Apura os valores financeiros movimentados pelos entes 
públicos e privados. É responsável pelo registro dos 
fatos contábeis. 
 
 
2.5. Sociologia 
 
A sociologia deve atender os anseios da sociedade. É 
inimaginável normatizar a economia sem conhecer a 
sociedade. 
 
18/09/2007 
 
Breve Histórico 
 
Rápida visão do direito econômico normativo no tempo e 
no espaço. 
 
No Digesto de Justiniano, o qual é uma espécie de código 
de conduta integral, normatizada, que foi formulado a 
partir dos pretórios na antiga Roma, quer seja, as falas 
dos tribunais romanos antigos, dentre outras fontes, 
surge o primeiro texto para estudo. 
 
 
 
Página .: 9 / 34 Luciano Ribeiro de 
Castro 
O uso público das margens é do direito das gentes 
como o uso do próprio rio. Assim, é livre a quem 
quer que seja dirigir sua nave até elas, atar suas 
amarras nas árvores ali nascidas, secar as redes e 
trazê-las do mar, nelas depositar alguma carga, 
assim como navegar pelo próprio rio. Mas a 
propriedade é daqueles a cujos prédios os rios se 
aderem; por esta razão, as árvores neles nascidas 
são precisamente deles também. 
 
� Este texto ilustra a função social da propriedade. 
 
� Na Roma antiga, a propriedade já era limitada pelo 
poder de polícia do Estado, para servir a toda a 
sociedade. 
 
 
O texto do artigo 150 do Código de Manu, apesar de tantos 
séculos e da distância cultural entre a Índia e o Brasil, é 
verossímil que o seu conteúdo é semelhante ao que busca a 
nossa sociedade, vejamos: 
 
Art. 150. Um juro que ultrapassa a taxa legal e que 
se afasta da regra precedente, não é válido; os 
sábios o chamam processo usurário; o mutuante não 
deve receber no máximo senão cinco por cento. 
 
 
� A limitação dos juros é uma proteção à economia e 
feita através de norma legal é Direito Econômico. No 
Código de Manu é muito incisiva a participação do 
Estado na economia no sentido de ordená-la e, desta 
feita, por norma jurídica. 
 
 
 
Hamurabi, Kamu-Rabi (do árabe), rei do amorritas, povo que 
se fixou na Média Mesopotâmia, unificou-os e fundou o 
Primeiro Império Babilônico e viveu de 2067 a 2025 a.C., 
período no qual instituiu a legislação conhecida como 
Código de Hamurabi. Para o nosso estudo destaco o seguinte: 
 
Art. 48. Se um homem tem sobre si uma dívida e o 
seu campo foi inundado, ou a torrente carregou ou 
por falta de água não cresceu grão no campo; 
naquele ano ele não dará grão a seu credor, ele 
anulará o seu contrato e não pagará os juros 
daquele ano. 
 
 
 
 
 
Página .: 10 / 34 Luciano Ribeiro de 
Castro 
� Economicamente, não pode o Estado permitir que esse 
agricultor seja espoliado, pois se não tem colheita e 
se cobra dele o que não tem como pagar isso pode 
significar que estamos tirando um agricultor do 
mercado, o que não interessa ao mercado, nem a 
sociedade. 
 
 
 
 
 
A conhecida Lei das XII Tábuas começou com dez e 
posteriormente lhe foi adicionada mais duas, um ano depois. 
Como um dos marcos históricos da legislação ocidental, a 
Lei da XII Tábuas era a época uma fonte de direito público 
e privado relatada pelo historiador Tito Lívio como sendo a 
fons omnis publici privatique juris, ou seja, a fonte de 
todo direito público e privado. 
 
As doze tábuas foram destruídas em 390 a.C. quando da 
guerra entre os romanos e os gauleses, mas como sua 
divulgação foi muito grande, os vestígios deixados 
possibilitaram a sua reconstrução quase que total. O 
princípioesboçado no artigo 170, inciso VI, da nossa atual 
Constituição que reza a respeito da proteção ao meio 
ambiente já estava presente naquele dispositivo legal, 
assim, na Tábua Oitava temos: 
 
A distância entre as construções vizinhas deve ser 
de dois pés e meio; 
omissis ... 
A área de cinco pés, deixada livre entre os campos 
limítrofes, não pode ser adquirida por usucapião; 
 
 
� O governo romano limitava a propriedade e regulava a 
construção. 
 
 
Ainda tratando de assunto eminentemente econômico cita mais 
a frente, na Tábua Nona: 
 
2. Aqueles que foram presos por dívidas e as 
pagaram, gozam dos mesmos direitos como se não 
tivessem sido presos; os povos que foram sempre 
fiéis e aqueles cuja defecção foi apenas momentânea 
gozarão de igual direito; 
 
 
� A proteção ao crédito já era objeto de normatização 
naqueles tempos. 
 
Página .: 11 / 34 Luciano Ribeiro de 
Castro 
 
A China, esse gigante que se avoluma cada vez mais, trata, 
também, na sua Constituição de assuntos que são de 
competência do Direito Econômico, como por exemplo: a 
propriedade e os meios de produção. No seu artigo sexto 
registra o pensamento deste povo a respeito desses dois 
temas, a propriedade e os meios de produção, da seguinte 
forma: 
 
Artigo 6.° A base do sistema econômico socialista 
da República Popular da China é a propriedade 
pública socialista dos meios de produção, 
designadamente a propriedade de todo o povo e a 
propriedade coletiva do povo trabalhador. 
O Sistema de propriedade pública socialista 
substitui o sistema de exploração do homem pelo 
homem e aplica o princípio “de cada um conforme as 
suas capacidades, a cada um segundo o seu 
trabalho”. 
 
 
� O texto trata da propriedade pública e os meios de 
produção. 
 
 
A extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas - 
URSS trazia em seu artigo 39, no Capítulo 7 – Direito, 
liberdades e deveres fundamentais dos cidadãos da URSS, as 
normas gerais quanto a vários pontos, inclusive o 
econômico, nosso objeto de estudo. Assim reza: 
 
Artigo 39. Os cidadãos da URSS gozam plenamente das 
liberdades e dos direitos sociais, econômicos, 
políticos e pessoais proclamados e garantidos pela 
Constituição da URSS e pelas leis soviéticas. O 
regime socialista assegura a ampliação dos direito 
e das liberdades e o constante melhoramento das 
condições de vida dos cidadãos à medida que se 
cumprem os programas de desenvolvimento social, 
econômico e cultural. 
 
 
 
 
O regime socialista da extinta URSS traz uma liberdade que 
não foi conhecida no sistema econômico, figurando apenas 
como uma letra morta, pois jamais foi aplicada. Não é um 
relato contra o socialismo, mas sim um relato contra a 
mentira expressa na sua Constituição, o que certamente é 
muito presente na nossa Carta Magna atual. 
 
 
 
Página .: 12 / 34 Luciano Ribeiro de 
Castro 
A Espanha reserva um título da sua Constituição para o tema 
economia e finanças. Nele é possível observar a importância 
da limitação da economia pelo direito. Aqui as regras 
fundamentam a utilização da economia e por ser a 
constituição do país, é uma regra suprema. No seu Título 
VII – Economia e finanças, artigo 128, diz: 
 
Artigo 128. – 1 – Toda a riqueza dos paises, nas 
suas diversas formas e seja qual for a sua 
titularidade, está subordinada ao interesse geral. 
 
2 – É reconhecida a iniciativa pública na atividade 
econômica. A lei poderá reservar ao setor público 
recursos ou serviços essenciais, especialmente em 
caso de monopólios, e admitir a intervenção em 
empresas quando assim o exigir o interesse geral. 
 
 
� Admite-se a intervenção nas empresas em caso de 
interesse geral. Sociedade X individual. 
 
� Na constituição espanhola, um país que fez opção 
pelo Estado democrático de direito, a intervenção do 
Estado na Economia é clara e determinada pela sua 
carta magna. 
 
� Admitir a, é muito salutar no tocante à economia 
privada intervenção nas empresas, via preceito 
constitucional, é muito salutar no tocante à economia 
privada. 
 
 
O Japão, dedica alguns artigos de sua Constituição para 
proteger os elementos da sua economia de modo a perpetuar a 
sua existência e equilibrar os mercados. 
 
O povo japonês tem uma visão coletiva de povo que o 
ocidente não compreende. A sua Constituição reflete 
exatamente isso. Apesar dessa visão individualista no 
Brasil, existem pontos em comum, por exemplo, eles 
respeitam a propriedade privada, mas não obsta que o 
particular seja desapropriado, com justa indenização, em 
função de um objetivo que seja público. Vejamos o artigo 29 
da sua constituição: 
 
Artigo 29. O direito de propriedade é inviolável.Os 
direitos de propriedade serão definidos por lei, de 
conformidade com o bem estar público. 
 
A propriedade privada pode ser desapropriada por 
uso público desde que seja paga compensação justa. 
 
 
Página .: 13 / 34 Luciano Ribeiro de 
Castro 
� A intervenção na propriedade privada em função de uma 
proteção dos interesses coletivos é característica de 
todas as constituições. Representa a presença do 
Estado na economia. 
 
 
Na Grã-Bretanha, apesar de ser um país onde impera o 
direito consuetudinário, a sua Constituição permite a 
observação de muita proteção à. Vejamos o seu artigo 41: 
 
41. Os mercadores terão plena liberdade para sair e 
entrar na Inglaterra, e para nela residir e 
percorrer tanto por terra como por mar, comprando e 
vendendo quaisquer coisas, de acordo com os 
costumes antigos e consagrados, e sem terem de 
pagar tributos injustos, excepto em tempo de guerra 
ou quando pertencerem a alguma nação em guerra 
contra nós. E, se no começo da guerra houver 
mercadores no nosso país, eles ficarão presos, 
embora sem dano para os seus corpos e os seus bens, 
até ser conhecida por nós ou pelas nossas 
autoridades judiciais como são tratados os nossos 
mercadores na nação em guerra conosco; e se os 
nossos não correm perigo também os outros não 
correrão perigo. 
 
� Promulgada em 15 de junho de 1215. fala de liberdade 
em entrar e sair para comercializar. 
 
� Como país de nascimento de John Locke, o pai do 
liberalismo, a liberdade de mercado está presente há 
vários séculos. 
 
 
Os Estados Unidos da América seguem uma linha de pensamento 
parecida como a da Inglaterra. Por serem fundados na 
liberdade econômica o seu Direito Econômico é muito 
presente e na sua Constituição não é diferente. Para uma 
melhor observação, veja um trecho da Seção 8: 
 
1. Será da competência do Congresso: lançar e 
arrecadar taxas, direitos, impostos e tributos, 
pagar dívidas e prover à defesa comum e ao bem-
estar geral dos Estados Unidos; mas todos os 
direitos, impostos e tributos serão uniformes em 
todos os Estados Unidos; 
2. omissis ... 
Regular o comércio com as nações estrangeiras, 
entre os diversos estados, e com as tribos 
indígenas; 
omissis ... 
Cunhar moeda e regular o seu valor, bem como o das 
moedas estrangeiras, e estabelecer o padrão de 
pesos e medida; 
Página .: 14 / 34 Luciano Ribeiro de 
Castro 
Tomar providências para a punição dos 
falsificadores de títulos públicos e da moeda 
corrente dos Estados Unidos; 
 
 
� Fala sobre os princípios da liberdade econômica. 
Promulgada em 1787. 
 
� Quando a Constituição se preocupa com assuntos 
eminentemente econômicos está traçando o seu 
Direito Econômico. 
 
 
 
O povo francês, entende que o assunto econômico e social é 
tão importante que criou um conselho para falar a respeitode assuntos econômicos e sociais, no tocante a projetos de 
leis que tratam do assunto. No artigo 70 está uma das suas 
atribuições no âmbito econômico que é normatizado pela 
constituição. Assim reza: 
 
Artigo 70. O Conselho Econômico e Social também 
poderá ser consultado pelo governo sobre qualquer 
problema de caráter econômico ou social de 
interesse para a República ou a Comunidade. Todo 
Plano ou projeto de lei de planejamento econômico 
ou social será submetido ao Conselho para que 
opine. 
 
� Promulgada em 04 de outubro de 1957. Fala do 
Conselho Econômico Social. 
 
� A França enfatiza a importância dos assuntos 
econômicos para um país e por esse motivo devem 
estar regulados por lei para que a sociedade não 
seja impactada de surpresa nos assuntos econômicos. 
 
 
A República de Cuba por ter um sistema econômico mais 
fechado reflete em um Direito Econômico mais pífio, embora 
a atuação do Estado na economia simbolize uma intervenção 
avassaladora e muito distante de uma economia livre. Isso é 
realçado no artigo 16 da sua constituição o qual vai 
transcrito: 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Castro 
Art. 16 – O Estado dirige e controla a atividade 
econômica nacional de acordo com o Plano Único de 
Desenvolvimento Econômico-Social, em cuja 
elaboração e execução participam, ativa e 
conscientemente, os trabalhadores de todos os 
setores da economia e das demais esferas da vida 
social. 
O desenvolvimento da economia serve aos fins de 
fortalecer o sistema socialista, satisfazer cada 
vez melhor as necessidades materiais e culturais da 
sociedade e dos cidadãos, promover a evolução da 
personalidade humana e de sua dignidade, o avanço e 
a segurança do País e a capacidade nacional para 
cumprir os deveres internacionalistas de nosso 
povo. 
 
 
� Intervenção do Estado na economia é avassaladora. É 
promulgada em 24 de fevereiro de 1976. 
 
 
 
 
Na República da Nicarágua a sua Constituição no artigo 98, 
dentro do Título VI – Economia nacional, reforma agrária e 
finanças públicas, no capítulo I – Economia nacional, 
orienta toda a economia do país, mostrando qual é o “norte” 
a ser seguido. Vejamos: 
 
 
Art. 98 – A função principal do Estado na economia 
é desenvolver materialmente o país, suprimir o 
atraso e a dependência herdados; melhorar as 
condições de vida do povo e realizar uma 
distribuição cada vez mais justa da riqueza. 
 
� Orienta a direção do estado na economia. Promulgada 
em 19 de novembro de 1986. 
 
� A importância da economia é realçada mais uma vez. 
O legislador constitucional Nicaragüense dedicou 
uma atenção especial em orientar a direção do 
Estado na economia. 
 
� Tal artigo regula a participação do Estado, seja 
como agente privado, seja como interventor, 
objetivando se libertar do atraso do passado e 
construir um futuro melhor, através de uma 
distribuição mais justa das riquezas. 
 
 
 
 
 
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Castro 
Quanto aos textos Papais, as mencionadas encíclicas, estão 
dispostas em mais de 100 anos, desde 15 de maio de 1891, 
com a Rerum Novarum – Carta Encíclica de sua santidade o 
Papa Leão XIII sobre a condição dos operários, até 1° de 
maio de 1991 com a Pacem in Terris – Carta encíclica no 
centenário da “Rerum Novarum” do Papa João Paulo II. Por 
ser um texto religioso e não tendo cunho coercitivo para a 
sociedade, sua presença vale como reflexão a respeito do 
assunto, assim transcrevo como sinal do final desse 
subtítulo: 
 
A moderna economia de empresa comporta aspectos 
positivos, cuja raiz é a liberdade da pessoa, que 
se exprime no campo econômico e em muitos outros 
campos. A economia, de fato, é apenas um sector da 
multiforme atividade humana, e nela, como em 
qualquer outro campo, vale o direito à liberdade, 
da mesma forma que o dever de usar 
responsavelmente. Mas é importante notar a 
existência de diferenças específicas entre essas 
tendências da sociedade atual, e as do passado, 
mesmo se recente. Se outrora o fator decisivo da 
produção era a terra e mais tarde o capital, visto 
como o conjunto de maquinarias e de bens 
instrumentais, hoje o fator decisivo é cada vez 
mais o próprio homem, isto é, a sua capacidade de 
conhecimento que se revela no saber científico, a 
sua capacidade de organização solidária, a sua 
capacidade de intuir e satisfazer a necessidade do 
outro. 
 
 
 
� Aqui não é encontrado o cunho coercitivo. 
 
� É uma reflexão a respeito do assunto. 
 
 
 
02/10/2007 
 
 
A Ordem Econômica Brasileira 
 
Conceito 
 
Para o início do estudo da ordem econômica brasileira 
pensemos primeiro a respeito da palavra “ordem” para depois 
pensarmos no vocábulo “ordem econômica” e posteriormente, a 
localização territorial dessa ordem econômica, quer seja, 
no Brasil e finalmente formarmos o conceito final para a 
expressão ordem econômica brasileira. Assim prescreve De 
Plácido e Silva a respeito de ordem: 
 
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Castro 
Ordem. Do latim ordo, ordinis (classe, disposição), é o 
vocábulo empregado na terminologia jurídica em três 
significações técnicas: 
I . Ordem é a classe, ou seja, a colocação ou a 
disposição, em que se põem ou se mostram as coisas, para 
que assim dispostas, colocadas, classificadas ou 
graduadas, sejam vistas ou anotadas. (...) 
II. Ordem é a prescrição, é o sistema de regras ou a 
soma de princípios criados para estabelecer o modo ou a 
maneira por que se deve proceder ou agir, dentro da 
sociedade, em que se vive, ou das instituições, de que 
se possa participar. 
É afinal, o conjunto de regras que determinam e regem as 
atividades dos homens. (...) 
III. Ordem. Propriamente derivada de ordenar, de 
ordenare (regular, dar princípio, dispor), é tida na 
significação de mando, autorização, outorga. (...) 
 
 
 
 
Ordem 
• Classificação 
 
• Regra prescrita 
 
• Autorização 
 
 
Assim devemos incorporar na formação do conceito do 
vocábulo três núcleos: colocação ou disposição em ordem; 
sistema de regras prescritas e autorização para regular. 
 
 
O vocábulo “econômica” quer dizer: referente à economia e 
por ser um adjetivo, qualifica um substantivo, no caso em 
estudo, a ordem. Aqui a junção do significado do vocábulo 
ordem acrescido do significado do vocábulo econômica, 
ficamos com uma nova escrita dos núcleos mencionados 
anteriormente: colocação ou disposição da economia; sistema 
de regras prescritas da economia e autorização para regular 
a economia. 
 
O vocábulo “brasileira” refere-se ao Brasil, ou melhor, do 
Brasil, de origem brasileira. De tal modo que a junção do 
núcleos pesquisados nos leva a conceituação da expressão 
ordem econômica brasileira, que nada mais é do que: regras 
prescritas que dispõem a respeito da disposição dos 
elementos da economia brasileira, de modo a autorizar 
e regular o seu funcionamento. 
 
 
 
 
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Castro 
09/10/2007 
 
 
 
Os Princípios da Ordem Econômica 
 
 
A soberania nacional 
 
A soberania nacional tem hoje um conceito relativo, vez que 
com a economia cada vez mais globalizada a soberania 
nacional é definida de uma forma global, pois as mudanças 
da economia globalizada determinam também dentro do nosso 
país comportamentos que por vezes podem se interpretados 
como um desrespeito a nossa soberania. 
 
 
 
 
A soberania nacional tem conceito relativo e significa 
dizer que é a livre determinação de um povopara designar 
os seus caminhos, nas mais diversas áreas, inclusive na 
econômica. Não somos obrigados, por exemplo, a recorrermos 
ao FMI, mas assinados os contratos é de fundamental 
importância o cumprimento das suas cláusulas. 
 
Então, este é um princípio constitucional-econômico e está 
presente no artigo 170, inciso I da Constituição Federal de 
1988: 
 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do 
trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim 
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames 
da justiça social, observados os seguintes princípios: 
I - soberania nacional; 
 
Soberania 
Artigo 1º 
Soberania Nacional 
Artigo 170, I 
Página .: 19 / 34 Luciano Ribeiro de 
Castro 
Mais do que princípio constitucional-econômico, ele é 
princípio fundamental da República Federativa do Brasil e 
está no artigo primeiro da atual Constituição: 
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela 
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do 
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de 
Direito e tem como fundamentos: 
I - a soberania;(grifo meu) 
 
Finalmente, vislumbrando manter a soberania e a 
independência da economia nacional face ao capital 
estrangeiro, a Constituição Federal de 1988 dedicou o 
artigo, o qual está transcrito a seguir: 
 
Art. 172. A lei disciplinará, com base no interesse 
nacional, os investimentos de capital estrangeiro, 
incentivará os reinvestimentos e regulará a remessa 
de lucros. 
 
 
 
A Propriedade Privada 
 
A propriedade privada é fundamento constitucional de 
funcionamento do nosso País. Optamos por um sistema 
capitalista e se assim escolhemos, a propriedade privada e 
não a coletiva é definidora de um traço econômico do 
sistema que adotamos. Veja o artigo: 
 
Art. 170. A ordem econômica, ..... observados os 
seguintes princípios: 
 
(...) omissis; 
 
II - propriedade privada; 
 
 
Deve ser enfatizado que no nosso sistema não se proíbe a 
propriedade pública ou do Estado, mas a preferência é da 
propriedade privada. 
 
Veja o artigo da Constituição: 
 
Art. 188. A destinação de terras públicas e 
devolutas será compatibilizada com a política 
agrícola e com o plano nacional de reforma agrária. 
 
 
Embora presente aqui, a propriedade privada é tópico de 
outros títulos constitucionais, a exemplo no artigo 5º, 
cujo texto segue: 
 
Página .: 20 / 34 Luciano Ribeiro de 
Castro 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos 
seguintes: 
(...); 
XXII - é garantido o direito de propriedade; (grifo 
meu) 
 
A propriedade foi ao longo dos séculos, e ainda é, objeto 
de discussão entre os seres humanos, no ocidente e no 
oriente. A propriedade utilizada para o simples adorno, 
como no caso do ouro, ou para a produção de sustento, como 
é o caso da terra, é sempre motivo de guerras, até os 
monges tibetanos brigam por ela. Alguns matam em nome de 
Deus para preservá-la. Outros, declaradamente, para 
colecioná-la. 
 
Maria Helena Diniz, no seu Dicionário Jurídico, trata o 
tema como propriedade individual. Assim para ela, os termos 
propriedade individual e propriedade privada se equivalem. 
E traz o seguinte a respeito: 
 
PROPRIEDADE INDIVIDUAL. Direito civil. É a 
pertencente a determinada pessoa, em relação a um 
bem, podendo usá-lo, gozá-lo, fruí-lo e dele 
dispor. É a propriedade privada ou particular de 
uma pessoa. 
 
A propriedade está definida no Código Civil Brasileiro, a 
Lei nº. 10.406 de 10 de janeiro de 2002, e é para lá que 
vamos agora. 
 
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, 
gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do 
poder de quem quer que injustamente a possua ou 
detenha. 
 
§ 1o O direito de propriedade deve ser exercido em 
consonância com as suas finalidades econômicas e 
sociais e de modo que sejam preservados, de 
conformidade com o estabelecido em lei especial, a 
flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio 
ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem 
como evitada a poluição do ar e das águas. 
 
§ 2o São defesos os atos que não trazem ao 
proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e 
sejam animados pela intenção de prejudicar outrem. 
 
§ 3o O proprietário pode ser privado da coisa, nos 
casos de desapropriação, por necessidade ou 
utilidade pública ou interesse social, bem como no 
de requisição, em caso de perigo público iminente. 
 
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Castro 
§ 4o O proprietário também pode ser privado da 
coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa 
área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais 
de cinco anos, de considerável número de pessoas, e 
estas nela houverem realizado, em conjunto ou 
separadamente, obras e serviços considerados pelo 
juiz de interesse social e econômico relevante. 
 
§ 5o No caso do parágrafo antecedente, o juiz 
fixará a justa indenização devida ao proprietário; 
pago o preço, valerá a sentença como título para o 
registro do imóvel em nome dos possuidores. 
 
Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do 
espaço aéreo e subsolo correspondentes, em altura e 
profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o 
proprietário opor-se a atividades que sejam 
realizadas, por terceiros, a uma altura ou 
profundidade tais, que não tenha ele interesse 
legítimo em impedi-las. 
 
Art. 1.230. A propriedade do solo não abrange as 
jazidas, minas e demais recursos minerais, os 
potenciais de energia hidráulica, os monumentos 
arqueológicos e outros bens referidos por leis 
especiais. 
Parágrafo único. O proprietário do solo tem o 
direito de explorar os recursos minerais de emprego 
imediato na construção civil, desde que não 
submetidos a transformação industrial, obedecido o 
disposto em lei especial. 
 
Art. 1.231. A propriedade presume-se plena e 
exclusiva, até prova em contrário. 
 
Art. 1.232. Os frutos e mais produtos da coisa 
pertencem, ainda quando separados, ao seu 
proprietário, salvo se, por preceito jurídico 
especial, couberem a outrem.(grifo meu) 
 
 
A Função Social da Propriedade 
 
 
A função social da propriedade é um dos mais conhecidos e 
também o mais incompreendido dos princípios, pelo fato de 
que quando se fala em social o pensamento número um é que é 
para atender a classe menos favorecida, economicamente 
falando. Não é. Pensar em uma função social da propriedade 
é pensar em que benefício traz para toda a sociedade aquela 
propriedade ou seu uso. 
 
 
 
 
 
 
 
Página .: 22 / 34 Luciano Ribeiro de 
Castro 
Artigo 170. A ordem econômica, ..., observados os 
seguintes princípios: 
 
(...) omissis; 
 
III - função social da propriedade; 
 
 
A função objetivada é a social, a preservação da sociedade. 
Veja o artigo: 
 
Artigo. 186. A função social é cumprida quando a 
propriedade rural atende, simultaneamente, segundo 
critérios e graus de exigência estabelecidos em 
lei, aos seguintes requisitos: 
 
I - aproveitamento racional e adequado; 
 
II - utilização adequada dos recursos naturais 
disponíveis e preservação do meio ambiente; 
 
III - observância das disposições que regulam as 
relações de trabalho; 
 
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos 
proprietários e dos trabalhadores. 
 
 
A propriedade imobiliária urbana também é tratada pela 
Constituição Federal de 1988.Veja o artigo: 
 
Artigo 182 - A política de desenvolvimento urbano, 
executada pelo Poder Público municipal, conforme 
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo 
ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais 
da cidade e garantir o bem-estar de seus 
habitantes. 
 
§ 1º - O plano diretor, aprovado pela Câmara 
Municipal, obrigatório para cidades com mais de 
vinte mil habitantes, é o instrumento básico da 
política de desenvolvimento e de expansão urbana. 
 
§ 2º - A propriedade urbana cumpre sua função 
social quando atende às exigências fundamentais de 
ordenação da cidade expressas no plano diretor. 
 
§ 3º - As desapropriações de imóveis urbanos serão 
feitas com prévia e justa indenização em dinheiro. 
 
§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal, 
mediante lei específica para área incluída no plano 
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do 
proprietário do solo urbano não edificado, 
subutilizado ou não utilizado, que promova seu 
adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, 
de: 
 
I - parcelamento ou edificação compulsórios; 
Página .: 23 / 34 Luciano Ribeiro de 
Castro 
II - imposto sobre a propriedade predial e 
territorial urbana progressivo no tempo; 
 
III - desapropriação com pagamento mediante títulos 
da dívida pública de emissão previamente aprovada 
pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até 
dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, 
assegurados o valor real da indenização e os juros 
legais.(grifos meus) 
 
 
A Livre Concorrência 
 
 
A livre concorrência é outro princípio que ajuda na 
formatação desse ramo do direito. Livre concorrência não 
deve ser confundida com livre iniciativa, esse um princípio 
é um princípio constitucional e presente no art. 1° da 
nossa atual constituição e aquele, embora esteja incluso 
também no texto constitucional, está no Título VII – Da 
ordem econômica e financeira, no Capítulo I – Dos 
princípios gerais da atividade econômica, isto é, enquanto 
a livre iniciativa é de abrangência geral, a livre 
concorrência é de abrangência especial, isto é, seu alcance 
é restrito a atividade econômica. Veja o artigo: 
 
Art. 170. A ordem econômica, ..., observados os 
seguintes princípios: 
 
(...) omissis 
 
IV - livre concorrência; 
 
 
A livre concorrência é princípio de funcionamento de um 
capitalismo utópico, onde observamos todos os agentes 
atuando na economia sem intervenção do Estado, coisa que 
não é a realidade brasileira atual. 
 
 
A Defesa do Consumidor 
 
A Constituição Federal de 1988 evidenciou a defesa do 
consumidor em vários artigos e aqui, na ordem econômica, 
estabeleceu este assunto dentre os seus princípios. Veja o 
artigo e respectivo inciso: 
 
Artigo 170 - A ordem econômica, ..., observados os 
seguintes princípios: 
 
(...) omissis; 
 
V - defesa do consumidor; 
 
 
Página .: 24 / 34 Luciano Ribeiro de 
Castro 
A defesa do consumidor é por certo o calcanhar de Aquiles 
dos fornecedores. É essa visão que muitos têm a respeito da 
defesa do consumidor. Defender o consumidor é preservá-lo e 
dessa forma preserva-se, também, o sistema. Esse princípio 
é certamente o mais conservacionista de todos, pretende 
manter o status quo ante, isto é, preservar a situação como 
está. 
 
Outro dispositivo Constitucional que revela a preocupação 
com a relação de consumo é o artigo 150, pois estabelece o 
esclarecimento a respeito do impostos incidentes sobre o 
que o consumidor adquire, produtos ou serviços, veja: 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias 
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
 
(...) omissis ; 
 
§ 5º - A lei determinará medidas para que os 
consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos 
que incidam sobre mercadorias e serviços. 
 
 
A defesa do Meio Ambiente 
 
A defesa do meio ambiente tem um questionamento que aqui 
coloco como uma pergunta: de que vale ganhar todo o 
dinheiro do mundo e deteriorar todo o meio ambiente? A 
importância da preservação do nosso sistema ambiental 
ultrapassa os limites das nossas fronteiras secas, 
marítimas ou fluviais. 
 
A defesa do meio ambiente está presente no artigo 170 da 
Constituição Federal de 1988: 
 
Artigo 170 - A ordem econômica, ..., observados os 
seguintes princípios: 
 
(...) omissis; 
 
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante 
tratamento diferenciado conforme o impacto 
ambiental dos produtos e serviços e de seus 
processos de elaboração e prestação; 
 
 
A redução das Desigualdades Regionais e Sociais 
 
O princípio mais altruístico de todos é a redução das 
desigualdades regionais e sociais. 
 
 
 
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Castro 
Os Estados mais ricos e poderosos têm uma tradição por 
carrear mais recursos financeiros nacionais do que os mais 
pobres. 
 
O mesmo se repete nas desigualdades sociais. Atuar de forma 
a não manter as desigualdades sociais é atuar de forma a 
levar para toda à sociedade oportunidades iguais. 
 
O inciso traz a certeza da exigência quer seja: a redução 
das desigualdades regionais e sociais: 
 
Artigo 170 - A ordem econômica, ..., conforme os 
ditames da justiça social, observados os seguintes 
princípios: 
 
(...) omissis; 
 
VII - redução das desigualdades regionais e 
sociais; 
 
Veja o artigo constitucional: 
 
Artigo 159 - A União entregará: 
 
I - do produto da arrecadação dos impostos sobre 
renda e proventos de qualquer natureza e sobre 
produtos industrializados, quarenta e sete por 
cento na seguinte forma: 
 
a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao 
Fundo de Participação dos Estados e do Distrito 
Federal; 
 
b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento 
ao Fundo de Participação dos Municípios; 
 
c) três por cento, para aplicação em programas de 
financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, 
Nordeste e Centro-Oeste, através de suas 
instituições financeiras de caráter regional, de 
acordo com os planos regionais de desenvolvimento, 
ficando assegurada ao semi-árido do Nordeste a 
metade dos recursos destinados à Região, na forma 
que a lei estabelecer;(grifo meu) 
 
 
Outro artigo constitucional, o 43, trata do assunto 
genérico, ou seja, a redução das desigualdades 
regionais e sociais. Este artigo cuida da: formação 
dos organismos que executam a política estabelecida 
para o objetivo proposto e os incentivos fiscais para 
áreas estabelecidas pela Constituição como 
prioritárias nas ações determinadas para Ela, além da 
determinação dos assuntos a serem tratados por lei 
complementar, só para citar três. Veja o artigo: 
 
Página .: 26 / 34 Luciano Ribeiro de 
Castro 
Artigo 43 -Para efeitos administrativos, a União 
poderá articular sua ação em um mesmo complexo 
geoeconômico e social, visando a seu 
desenvolvimento e à redução das desigualdades 
regionais. 
 
§ 1º - Lei complementar disporá sobre: 
 
I - as condições para integração de regiões em 
desenvolvimento; 
 
II - a composição dos organismos regionais que 
executarão, na forma da lei, os planos regionais, 
integrantes dos planos nacionais de desenvolvimento 
econômico e social, aprovados juntamente com estes. 
 
§ 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além 
de outros, na forma da lei: 
 
I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros 
itens de custos e preços de responsabilidade do 
Poder Público; 
 
II - juros favorecidos para financiamento de 
atividades prioritárias; 
 
III - isenções, reduçõesou diferimento temporário 
de tributos federais devidos por pessoas físicas ou 
jurídicas; 
 
IV - prioridade para o aproveitamento econômico e 
social dos rios e das massas de água represadas ou 
represáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas a 
secas periódicas. 
 
§ 3º - Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a 
União incentivará a recuperação de terras áridas e 
cooperará com os pequenos e médios proprietários 
rurais para o estabelecimento, em suas glebas, de 
fontes de água e de pequena irrigação.(grifo meu) 
 
 
 
A Busca pelo Pleno Emprego 
 
 
 
A busca pelo pleno emprego nos conduz a um mito, pois 
pensamos que essa busca leva, necessariamente, ao pleno 
emprego. 
 
A política econômica não tem conduzido a economia para a 
busca do pleno emprego. Há décadas, o governo federal tem 
orientado sua política econômica para altos juros que por 
sua vez induz a uma recessão no mercado. Altos juros 
implicam em poucos investimentos. Desta forma, o pleno 
emprego fica cada vez mais só no sonho. 
 
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Castro 
 
Eis o inciso que trata do assunto: 
 
Artigo 170 - A ordem econômica, ..., observados os 
seguintes princípios: 
 
(...) omissis; 
 
VIII - busca do pleno emprego; 
 
 
Tratamento Favorecido para as Empresas Brasileiras de 
Capital Nacional e de Pequeno Porte 
 
A citação do inciso que trata do assunto será o primeiro 
enfoque que darei a este item, veja-o: 
 
Artigo 170 -A ordem econômica, ..., observados os 
seguintes princípios: 
 
(...) omissis; 
 
IX - tratamento favorecido para as empresas de 
pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras 
e que tenham sua sede e administração no País. 
 
 
Para atendimento a este inciso, não basta ser empresa de 
pequeno porte definida na lei. Há de ser constituída sob as 
leis brasileiras e isto implica em dizer que devem obedecer 
às regras legais vigentes no Brasil. 
 
Os administradores públicos, mormente os que deveriam ter 
como missão trabalhar para o fortalecimento das pequenas e 
micro-empresas, conhecem o artigo da Constituição Federal 
de 1988 que requer tratamento diferenciado para elas. 
 
Artigo 179 - A União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios dispensarão às 
microempresas e às empresas de pequeno porte, assim 
definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, 
visando a incentivá-las pela simplificação de suas 
obrigações administrativas, tributárias, 
previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação 
ou redução destas por meio de lei. 
 
 
O privilégio é dado para que o capital brasileiro 
empreendido em pequenas empresas se multiplique. Tal 
privilégio não deve ser aplicado ao capital internacional, 
ainda que em empresa de pequeno porte. 
 
 
 
 
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Castro 
O Parágrafo único do artigo 170 
 
Para iniciar o estudo se faz necessária a transcrição do 
texto constitucional, veja: 
 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização 
do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por 
fim assegurar a todos existência digna, conforme os 
ditames da justiça social, observados os seguintes 
princípios: 
(...) omissis 
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre 
exercício de qualquer atividade econômica, 
independentemente de autorização de órgãos 
públicos, salvo nos casos previstos em lei. 
 
O parágrafo único do artigo 170 é outro vazio jurídico. Ao 
mesmo tempo em que determina ações no sentido de deixar 
livre o exercício de qualquer atividade econômica, 
excepcionaliza uma prévia autorização aos ditames da lei. 
 
 
Livre concorrência � Mantém o mercado. 
 
Livre Iniciativa � Forma o mercado. 
 
 
A Política Econômica 
 
 
 
 A respeito do conceito de política econômica vou 
iniciar reescrevendo o conceito da Professora Maria Helena 
Diniz, que reza assim: 
 
Política econômica. Teoria e prática da direção 
econômica de uma nação, que procura, oficialmente, 
efetivar algumas mudanças na economia, relativas à 
produção, circulação e distribuição de riquezas, 
para a consecução de certos fins e obter o seu 
saneamento. 
 
 
 Quando no Vocabulário Jurídico do autor De 
Plácido e Silva buscamos a conceituação do vocábulo 
política econômica encontramos a expressão política que nos 
leva a uma maior reflexão a respeito do assunto, uma vez 
que a junção da palavra política mais a palavra econômica 
nos levam a locução que trabalhamos. 
 
 
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Castro 
É a junção das duas expressões que nos revela o verdadeiro 
significado, observado que em forma de locução e não uma 
justaposição dos dois conceitos. Vejamos o que nos revela a 
respeito de política, o professor De Pláclido e Silva: 
 
Política. Derivado do latim politice, procedente do 
grego politikê, forma feminina de politikos, 
possui, na acepção jurídica, o mesmo sentido 
filosófico, em que é tido: designa a ciência de bem 
governar um povo, constituído em Estado. 
Assim, é seu objetivo estabelecer os princípios, 
que se mostrem indispensáveis à realização de um 
governo, tanto mais perfeitos, quanto seja o desejo 
de conduzir o Estado, ao cumprimento de suas 
precípuas finalidades, em melhor proveito dos 
governantes e governados. 
Nesta razão, a política mostra o corpo de 
doutrinas, indispensável ao bom governo de um povo, 
dentro das quais devem ser estabelecidas as normas 
jurídicas necessárias ao bom funcionamento das 
instituições administrativas do Estado, para que 
assegure a realização de seus fundamentais 
objetivos, e para que traga a tranqüilidade e o 
bem-estar a todos quantos nele se interagem. 
 
 
Waldir Vitral na edição do quinto volume da célebre obra 
Vocabulário Jurídico conceitua o vocábulo, dessa forma: 
 
Política econômica. (econ.) Diz-se do conjunto de 
atos governamentais adotados em relação à produção, 
circulação ou distribuição de riquezas. 
 
 
 Assim, a política econômica é reflexo do 
ordenamento da economia dada pelas autoridades que comandam 
um Estado. 
 
A política econômica é, então, o estabelecimento de regras 
legais que visam estabelecer um caminho que deve a economia 
seguir para consumar o objetivo de proteger o mercado e a 
economia como um todo e em assim sendo, proteger os 
interesses econômicos de toda a sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Castro 
A Relação entre Política Econômica e a Norma Constitucional 
 
 
 
A norma constitucional é de estrema importância para o 
nosso estudo. No Brasil, a prática da diretriz implementada 
pelo Governo Federal a respeito da polícia econômica, vale 
dizer da macro-economia, está esboçada na Constituição e 
regulada por legislação infraconstitucional. Assim, os 
grandes assuntos econômicos devem ser tratados por lei e 
essa determinação é constitucional. 
 
A União é quem detém a competência para elaborar a política 
econômica, isto é ponto pacífico. Agora, qual é o melhor 
dispositivo legal para conter as normas que tratam de tão 
relevante assunto? A resposta não pode ser outra, a 
Constituição da República Federativa. Por quê? E eu elenco 
alguns motivos, não exaustivamente, mas como exemplos: a) é 
ela que atribui a competência de cada ente federado; b) é 
ela a norma de maior importância; c) dado a forma do seu 
processo legislativo, da sua criação ou alteração, a 
legitimação das normas é maior; e d) a maior segurança 
jurídica para a sociedade. 
 
A relação entre a política econômica e a Constituição 
Federal é a maior possível.A Intervenção Estatal na Economia 
 
 
 
Para se entender intervencionismo ou a intervenção estatal 
na economia, é necessário entender o liberalismo, o 
processo inverso. 
 
O mundo está caminhando para um processo intitulado pelos 
estudiosos como neoliberal. Neo de novo e liberal 
referindo-se a teoria levantada por John Locke há cerca de 
300 anos. 
 
A idéia liberalista de John Locke era a da retirada do 
Estado da economia. Foi intelectualmente responsável pela 
saída do absolutismo e a entrada no capitalismo e o, 
conseqüente, aparecimento da classe chamada de burguesia. 
 
 
Quando ouvimos falar em privatizações estamos falando de 
implantação de um neoliberalismo. 
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Castro 
O Estado exerce e deve exercer intervenção na economia, 
pois é Ele o agente executor da soberania, ou seja, é Ele o 
agente que pratica os atos que determinam a soberania. 
 
Como exemplo, o artigo 174 da Constituição Federal de 1988 
expressa bem o que relatamos aqui: 
 
Artigo 174 - Como agente normativo e regulador da 
atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da 
lei, as funções de fiscalização, incentivo e 
planejamento, sendo este determinante para o setor 
público e indicativo para o setor privado. 
 
§ 1º - A lei estabelecerá as diretrizes e bases do 
planejamento do desenvolvimento nacional 
equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará 
os planos nacionais e regionais de desenvolvimento. 
 
§ 2º - A lei apoiará e estimulará o cooperativismo 
e outras formas de associativismo. 
 
§ 3º - O Estado favorecerá a organização da 
atividade garimpeira em cooperativas, levando em 
conta a proteção do meio ambiente e a promoção 
econômico-social dos garimpeiros. 
 
§ 4º - As cooperativas a que se refere o parágrafo 
anterior terão prioridade na autorização ou 
concessão para pesquisa e lavra dos recursos e 
jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde 
estejam atuando, e naquelas fixadas de acordo com o 
art. 21, XXV, na forma da lei.(grifo meu) 
 
 
Segue no artigo 175 relatando o que expressa intervenção do 
Estado na economia: 
 
Artigo 175 - Incumbe ao Poder Público, na forma da 
lei, diretamente ou sob regime de concessão ou 
permissão, sempre através de licitação, a prestação 
de serviços públicos. 
 
Parágrafo único. A lei disporá sobre: 
 
I - o regime das empresas concessionárias e 
permissionárias de serviços públicos, o caráter 
especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem 
como as condições de caducidade, fiscalização e 
rescisão da concessão ou permissão; 
 
II - os direitos dos usuários; 
 
III - política tarifária; 
IV - a obrigação de manter serviço adequado.(grifo 
meu) 
 
 
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Castro 
 
O Desenvolvimento em Face da Finalidade da Ordem 
Econômica 
 
Primeiramente, o objetivo final da ordem econômica é 
preservar o sistema na integridade, isto é, vislumbra o 
bem-estar social. 
 
Então, a ordem econômica objetiva nada mais, nada menos, do 
que promover o desenvolvimento da economia e com isso 
preservar o sistema e seus atores, a classe proprietária 
dos meios de produção, como: dinheiro, terra e “vagas de 
empregos”, só para citar alguns. Assim, a finalidade da 
ordem econômica é em um primeiro plano proporcionar 
desenvolvimento e em um segundo momento, manter o sistema. 
 
 
 
A Atividade Econômica 
 
 
 
A atividade econômica é tema trabalhado pelo Direito 
Administrativo, lugar onde o Direito Econômico vai buscar o 
seu conceito para estabelecer o elo com os assuntos aqui 
trabalhados. 
 
Entende a Professora Maria Helena Diniz que: 
 
ATIVIDADE ECONÔMICA. 1. Direito Administrativo. 
Diz-se o serviço estatal de natureza industrial ou 
comercial exercido por empresa pública ou sociedade 
de economia mista. 2. Direito comercial. Soma de 
ações dirigidas à produção, circulação e consumo de 
riquezas.(grifo meu) 
 
Acredito que a simples leitura dos artigos constitucionais 
será elucidante para o tema, caso contrário, voltaremos a 
tratar dele em outros capítulos, veja: 
 
Artigo 173 - Ressalvados os casos previstos nesta 
Constituição, a exploração direta de atividade 
econômica pelo Estado só será permitida quando 
necessária aos imperativos da segurança nacional ou 
a relevante interesse coletivo, conforme definidos 
em lei. 
 
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da 
empresa pública, da sociedade de economia mista e 
de suas subsidiárias que explorem atividade 
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Castro 
econômica de produção ou comercialização de bens ou 
de prestação de serviços, dispondo sobre: 
 
I - sua função social e formas de fiscalização pelo 
Estado e pela sociedade; 
 
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das 
empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e 
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e 
tributários; 
 
III - licitação e contratação de obras, serviços, 
compras e alienações, observados os princípios da 
administração pública; 
 
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos 
de administração e fiscal, com a participação de 
acionistas minoritários; 
 
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a 
responsabilidade dos administradores. 
 
§ 2º - As empresas públicas e as sociedades de 
economia mista não poderão gozar de privilégios 
fiscais não extensivos às do setor privado. 
 
§ 3º - A lei regulamentará as relações da empresa 
pública com o Estado e a sociedade. 
 
§ 4º - A lei reprimirá o abuso do poder econômico 
que vise à dominação dos mercados, à eliminação da 
concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros. 
 
§ 5º - A lei, sem prejuízo da responsabilidade 
individual dos dirigentes da pessoa jurídica, 
estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a 
as punições compatíveis com sua natureza, nos atos 
praticados contra a ordem econômica e financeira e 
contra a economia popular. 
 
Artigo 174 - Como agente normativo e regulador da 
atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da 
lei, as funções de fiscalização, incentivo e 
planejamento, sendo este determinante para o setor 
público e indicativo para o setor privado. 
 
§ 1º - A lei estabelecerá as diretrizes e bases do 
planejamento do desenvolvimento nacional 
equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará 
os planos nacionais e regionais de desenvolvimento. 
 
§ 2º - A lei apoiará e estimulará o cooperativismo 
e outras formas de associativismo. 
 
§ 3º - O Estado favorecerá a organização da 
atividade garimpeira em cooperativas, levando em 
conta a proteção do meio ambiente e a promoção 
econômico-social dos garimpeiros. 
 
 
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Castro 
§ 4º - As cooperativas a que se refere o parágrafo 
anterior terão prioridade na autorização ou 
concessão para pesquisa e lavra dos recursos e 
jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde 
estejam atuando, e naquelas fixadas de acordo com o 
art. 21, XXV, na forma da lei. 1 (grifo meu) 
 
 
 
Os Serviços Públicos 
 
 
 
Os serviços públicos serão desenvolvidos, diretamente ou 
não, pelos Entes Federados, os quais nada mais são do que a 
personificação do Estado. 
 
 
1
 Constituição da República Federativa do Brasil, Título VII - Da Ordem Econômica e Financeira, 
Capítulo I – Dos princípios gerais da atividade econômica, artigos 173-4.

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