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VACINAS UM FOCO MUNDIAL

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1 
VACINAS, UMA VIDA TODA EM FOCO MUNDIAL 
 
Lucas Gonsaga Soares* 
 
 
 
 
RESUMO 
O seguinte trabalho tem como objetivo de estudo o surgimento e produção de vacinas, e 
visa mostrar sua evolução em decorrer de vários anos. Nos dias atuais nos encontramos 
em meio uma corrida à procura de tratamentos e curas por vacinas contra várias 
doenças. Vamos entender um pouco sobre vacinas, como o surgimento, seu 
desenvolvimento e até mesmo a corrida de várias indústrias farmacêuticas para 
dominarem o mercado mundial, tanto nas pesquisas quanto na sua produção. Será 
apresentado como esta é produzida e sua ação com o sistema imunológico para 
beneficiar o paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
Palavras chaves: vacinas, imunidade, indústrias farmacêuticas. 
 
 
 
 
1 Lucas Gonsaga Soares, aluno do curso de Farmácia 3º período. Matéria de Imunologia ministrada pela 
professora Gulnara Patrícia Borja Cabrera. Universidade do Vale do Rio Doce UNIVALE. 
Central de Minas – MG- 28/04/2015. E-mail: lgsgonsaga@gmail.com 
 
 VACINAS, UMA VIDA TODA EM FOCO MUNDIAL 
 
 
2 
 
Introdução 
Ao olharmos a história da 
humanidade veremos exemplos de 
doenças infecciosas que causaram 
sofrimento, morte e até dizimando boa 
parte de uma população. Alguns 
registros históricos mostravam uma 
preocupação em conhecer a natureza 
dessas doenças, visto que haviam casos 
relatados de pessoas que adoeciam, mas 
que sobreviviam a um surto epidêmico 
de uma determinada doença, tornando-se 
resistentes ou simplesmente imunes. 
Provavelmente, o relato mais antigo 
sobre o fenômeno da imunidade pode ser 
atribuído a Tucídides (historiador da 
Guerra do Peloponeso), ao descrever em 
430 a.C. o episódio no qual uma praga 
assolou Atenas (há alguns relatos na 
literatura médica indicando que essa 
praga tenha sido a varíola). Ele observou 
que somente as pessoas que haviam se 
recuperado da praga podiam cuidar de 
outras doentes, pois não contraíam a 
moléstia pela segunda vez. Foi somente 
muitos anos depois, no século XV, que 
apareceram as primeiras descrições de 
indução de imunidade na tentativa de 
salvar vidas humanas, prevenindo a 
infecção pela varíola. Desse momento 
então começou a surgir os primeiros 
conceitos sobre a tão pouca conhecida 
imunidade que mais tarde iriam nortear 
os princípios da vacinação. 
 Relatos do século XV mostram 
indícios de que havia, em diferentes 
partes do mundo, a prática de se fazer 
pequenos cortes na pele de pessoas 
saudáveis, para inocular, com uma fina 
haste, material líquido proveniente das 
pústulas de doentes de varíola. Esses 
procedimentos conferiam imunidade 
contra a varíola humana e eram 
chamados variolização – um fenômeno 
que apresenta a origem do princípio da 
vacinação que até hoje é estudado e 
aperfeiçoado como principal ferramenta 
para o combate as doenças infecciosas. 
A prática da variolização 
mostrou indiscutivelmente sua eficiência 
por proporcionar a diminuição da taxa de 
mortalidade. Com base nos resultados 
positivos desta técnica, algumas décadas 
depois, em 1796, o médico inglês 
Edward Jenner introduziu um grande 
avanço nos procedimentos da 
variolização. Estes estudos representam 
as primeiras experiências de vacinação 
contra a varíola que marcaram o início da 
era da vacinologia. Estes estudos, no 
entanto, só repercutiram muito tempo 
depois, nos séculos XIX e XX, com os 
trabalhos pioneiros de Koch, von 
Behring, Ehrlich e Louis Paster nas áreas 
de microbiologia e imunologia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É interessante ressaltar que na 
época de Jenner não se sabia que 
algumas doenças podiam ser causadas 
por microrganismos. Pasteur, então, 
surge com sua teoria dos germes onde 
posteriormente conseguiu cultivar, em 
laboratório, a bactéria causadora da 
doença da cólera aviária e, ao inoculá-la 
em galinhas, reproduziu a doença, mortal 
para as aves. 
Louis Pasteur rapidamente 
percebeu que esse fenômeno era 
semelhante à variolização descrita por 
Jenner, ou seja, os organismos 
patogênicos podiam ter a sua virulência 
diminuída por atenuação que é o 
enfraquecimento do seu fator de 
virulência. Realizou alguns 
experimentos nos quais demonstrou que 
o tempo poderia enfraquecer a virulência 
das bactérias e que a cultura de bactérias 
atenuadas poderia ser administrada a 
outros indivíduos para protegê-los da 
Médico inglês que 
utilizou o vírus da 
varíola bovina para 
conferir proteção contra 
a varíola humana, o que 
veio a substituir a prática 
clássica da variolização 
utilizando-se material 
humano. Seu trabalho, 
ao ser publicado, foi 
considerado ridículo e 
sofreu muitas críticas. 
 
 VACINAS, UMA VIDA TODA EM FOCO MUNDIAL 
 
 
3 
 
doença. Pasteur chamou essas bactérias 
atenuadas de vacina (do latim vacca, que 
significa vaca), em homenagem a 
Edward Jenner, que utilizou o vírus da 
varíola bovina para induzir proteção 
contra a varíola humana. A partir dos 
experimentos com a cólera aviária em 
1870, Pasteur estabeleceu, então, o 
princípio da atenuação para o 
desenvolvimento de vacinas. Essa 
descoberta foi determinante para o 
nascimento da Imunologia como ciência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As primeiras conquistas da era da 
vacinação 
A descoberta de Jenner forneceu 
uma base para a produção de uma vacina 
contra a varíola que foi utilizada em 
campanhas de vacinação mundial pela 
Organização Mundial da Saúde (OMS) e 
resultou na erradicação da varíola 
humana em todos os países, anunciada 
pela OMS em 1980. Aqui no Brasil, a 
varíola era também conhecida como 
“bexiga”. A partir de 1980, todos os 
laboratórios do mundo foram 
estimulados a destruir os estoques do 
vírus da varíola, a fim de evitar que ele 
pudesse ser reintroduzido no ambiente 
de forma acidental ou mesmo criminosa. 
Mesmo assim existem dois laboratórios 
que possuem a guarda oficial do estoque 
deste vírus: o Centro de Controle de 
Doenças (CDC) de Atlanta, EUA, e o 
Instituto Vector, na Rússia. Atualmente, 
a grande preocupação é que esse vírus 
seja utilizado como arma biológica. 
As vacinas induzem proteção 
contra infecções estimulando o 
desenvolvimento de células efetoras e 
células de memória de vida longa, que 
veremos posteriormente nessa pesquisa. 
Hoje em dia a maioria das vacinas atua 
induzindo a imunidade humoral. No 
entanto, muitas estratégias para o 
desenvolvimento de vacinas cada vez 
mais eficazes estão em andamento para 
estimular respostas imunes mediadas por 
células. 
Um panorama de como a vacinação é 
importante 
A humanidade encontra-se 
exposta a uma série de doenças 
infecciosas que continuam causando 
mortes. Não há dúvidas de que a 
vacinação é um processo bastante 
efetivo, no entanto, o seu sucesso na 
erradicação de doenças infecciosas 
depende de inúmeros fatores. Por 
exemplo, a existência de reservatórios 
animais e ambientais de infecção e a alta 
infectividade dos microrganismos que 
continuam evoluindo e tornando cada 
vez mais patogênicos tornam menos 
provável que a vacinação sozinha 
erradique uma doença infecciosa em 
particular. Portanto, são necessários a 
conscientização e o interesse dos 
governos e da iniciativa privada de 
investir não só em ciência, mas também 
na criação de medidas públicas que 
melhorem as condições devida da 
população em geral. Atualmente muitas 
técnicas de vacinação e tipos de vacinas 
estão sendo criadas com o avanço 
principalmente da biotecnologia, mas 
não podemos esperar que a ciência 
sozinha resolva esta questão alarmante 
se muitas pessoas ainda vivem em 
condições subumanas. 
 
 
Químico francês 
considerado o pai da 
Imunologia e um dos 
cientistas mais 
produtivos dos tempos 
modernos. Entre suas 
contribuições para a 
ciência estão o uso de 
cepas atenuadas de 
vírus e bactérias para 
produzir vacinas. Ele 
desenvolveu vacinas 
para cólera aviária, 
raiva e antraz. 
 
 
 VACINAS, UMA VIDA TODA EM FOCO MUNDIAL 
 
 
4 
 
IMUNIDADE INATA 
É o conjunto de barreiras naturais e de 
elementos celulares que já estão 
estabelecidos ou que passam a compor 
os mecanismos da resposta imune que 
imediatamente se inicia, logo no 
primeiro momento em que um 
organismo é invadido por um agente 
estranho. A imunidade inata consistirá 
na primeira linha de defesa do 
organismo. 
IMUNIDADE ADAPTATIVA 
É o conjunto de reações que, passam a 
compor a resposta imune (já iniciada 
em virtude da imunidade inata) em 
decorrência da expansão numérica de 
células (linfócitos B e T) que 
reconhecem antígenos de maneira 
bastante específica. 
Reação do corpo às infecções e o nosso 
sistema imune 
Antes de iniciarmos uma 
abordagem sobre os métodos e 
princípios da vacinação é preciso 
conhecer os mecanismos de resposta 
imune que o nosso organismo utiliza 
para se defender do agente invasor e 
eliminá-lo. Esses mesmo mecanismos 
são acionados quando administramos 
uma vacina. Essas informações, 
portanto, ajudarão para o entendimento 
de como uma vacina age em nosso 
organismo e como ocorre todo o 
processo de proteção que ela oferece. 
A resposta imune é composta de 
elementos celulares e moleculares e se 
caracteriza principalmente pela 
capacidade de distinguir entre o que é 
próprio e o que não é próprio, ou seja, o 
que é estranho ao organismo, para 
alcançar o mesmo propósito de 
preservação individual. Esse conjunto de 
elementos pode ser dividido em dois 
tipos de sistema imune: a imunidade 
inata e a imunidade adaptativa. Apesar 
desta divisão os elementos celulares e 
moleculares da imunidade inata 
interagem e se integram com elementos 
celulares e moleculares da imunidade 
adaptativa para constituir a imunidade do 
indivíduo como um todo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como agem as vacinas 
O princípio da memória imunológica 
Na infecção por um determinado 
microrganismo provocada reações de 
dois tipos. Primeiro uma reação 
imediata, também chamada imunidade 
inata, em que a partir do tecido lesado 
são segregadas substâncias químicas que 
vão ajudar a desencadear uma reação de 
defesa, ativando células dos tecidos e 
chamando ao local células do sangue que 
têm por função destruir ou enfraquecer o 
organismo invasor. 
Esta reação inata, se bem que 
fundamental, não é específica para cada 
tipo de doença, nem sempre é 
suficientemente eficaz, nem induz 
memória imunológica. O segundo tipo 
de reação (chamado imunidade 
adquirida ou adaptativa) surge mais 
tardiamente, mas é dirigido 
especificamente contra aquele agente, 
através da produção de proteínas 
específicas, chamadas anticorpos, que 
vão reagir com as proteínas (antígenos) 
do agente infeccioso, impedindo a sua 
multiplicação e promovendo a sua 
destruição. Para além disso vão ser 
ativadas as chamadas células de 
memória, que vão permitir que o 
organismo reconheça e produza mais 
rapidamente anticorpos específicos, 
sempre que entrar novamente em contato 
com aquele agente. 
Podemos comparar estes dois 
tipos de reação com o que se passa num 
incêndio de floresta. A primeira linha de 
defesa são geralmente os populares, que 
atacam o fogo com paus e baldes de 
água, limitando a sua propagação e 
conseguindo até, em certos casos, 
extingui-lo completamente. Mas se o 
incêndio for de grandes proporções, esta 
primeira linha de defesa é ineficaz, e há 
necessidade da intervenção 
especializada dos bombeiros que, 
embora cheguem mais tarde ao local 
acontecimento, têm meios de o controlar. 
Se tivéssemos um corpo de bombeiros a 
postos no local, sempre que se inicia um 
 
 VACINAS, UMA VIDA TODA EM FOCO MUNDIAL 
 
 
5 
 
incêndio, não haveria problemas com os 
fogos. 
As vacinas são uma maneira de 
ter disponível este “corpo de 
bombeiros”, ou seja, os anticorpos 
específicos, sempre que um micróbio 
pretende invadir o organismo. A maneira 
de o conseguir é pôr o nosso organismo 
em contato com os agentes infecciosos, 
de modo a que os reconheçam e induzam 
a tal memória imunológica, sem 
causarem doença. Sempre que um 
indivíduo entra em contato com o 
microrganismo contra o qual foi 
vacinado, o seu organismo reconhece o 
referido agente, “recorda-se” dele e ativa 
imediatamente a produção de anticorpos 
protetores, de modo a neutralizarem o 
microrganismo antes de ele ter tempo de 
causar doença. 
Há várias maneiras de conseguir 
estes objetivos: utilizando 
microrganismos mortos ou algumas 
partes dos microrganismos que são 
suficientes para serem reconhecidas pelo 
sistema imune (vacinas mortas ou 
inativadas); utilizando microrganismos 
vivos, mas enfraquecidos e incapazes de 
causar doença (vacinas atenuadas); ou 
usando substâncias causadoras da 
doença (toxinas) segregadas pelo 
microrganismo, depois de inativadas. 
Algumas destas vacinas 
necessitam de substâncias denominadas 
adjuvantes, que têm por efeito ajudar a 
aumentar a resposta do sistema imune. 
A maior parte das vacinas ajudam 
a proteger não só o indivíduo vacinado, 
mas também a própria comunidade, 
desencadeando a chamada “imunidade 
de grupo”, ao diminuir o número de 
pessoas susceptíveis à doença, 
interrompendo assim a circulação do 
microrganismo nessa comunidade. 
Requisitos para uma indústria na 
produção de vacinas 
Nenhum país é autossuficiente na 
produção de vacinas e nem deve ter a 
pretensão de ser. A autossuficiência 
significa que deve ser realizado um 
investimento gigantesco para produzir 
todas as vacinas necessárias para um 
país, para um benefício extremamente 
duvidoso. 
A melhor política é a que está vigente 
atualmente no Brasil: escolher vacinas 
importantes para introduzir no País, por 
razões de mercado, estratégia de saúde 
pública ou pelo valor tecnológico 
agregado. Um bom exemplo é a vacina 
contra a febre amarela, que não está 
disponível no mercado internacional. E 
também a vacina contra a gripe, para a 
qual haverá dificuldade de 
abastecimento no mercado mundial, em 
caso de epidemia. 
Uma importante estratégia para 
produzir vacinas já existentes no 
mercado mundial, é a criação de acordos 
de cooperação de transferência de 
tecnologia, normalmente entre indústrias 
privadas e públicas. Esta estratégia 
permite que as indústrias privadas 
consigam lucrar com vacinas que não são 
mais rentáveis economicamente em seus 
países; e que as indústrias públicas 
consigam atender as necessidades da 
população de uma forma mais rápida, já 
que toda a tecnologia de produção já foi 
pesquisada e desenvolvida previamente 
(Ministério da Saúde, 2003). Como 
exemplo, no Brasil, Bio-Manguinhos/ 
Fiocruz e o Instituto Butantan, dois dos 
principais produtores públicos 
brasileiros de imunobiológicos,estão 
constantemente realizando parcerias 
com indústrias privadas de todo o 
mundo. 
Para que a indústria iniciasse a 
produção de vacinas, foi necessário 
atender a diversos requisitos indicados 
VACINAÇÃO (OU IMUNIZAÇÃO) 
Processo experimental de inoculação de 
organismos ou substâncias, formulados 
para se tornarem inócuos à saúde, e que 
visa ao desenvolvimento de imunidade pelo 
organismo inoculado, conferindo a esta 
resistência ao organismo ou substância. 
 
 VACINAS, UMA VIDA TODA EM FOCO MUNDIAL 
 
 
6 
 
não só pela ANVISA (Agência Nacional 
de Vigilância Sanitária), mas também 
pela OMS, já que a produção em questão 
também atende outros países pelo 
mundo. Atualmente, a produção de 
vacina no Brasil é realizada conforme 
Resolução de Diretoria Colegiada Nº 17, 
de 16 de abril de 2010, que dispõe sobre 
as Boas Práticas de Fabricação de 
Medicamentos. 
Sua produção ocorre de maneira 
complexa pois são combinados métodos 
biológicos e farmacêuticos. Os lotes 
produzidos ocorrem em grande 
produção. 
São realizados diversos 
procedimentos de controle, no qual 
garantem que cada lote apresente um 
padrão elevado. 
 A área biológica envolve 
principalmente a preparação dos 
antígenos, nos quais os 
identificam e fazem-se culturas 
dos microrganismos, que são 
depois purificados e atenuados, 
este processo diminui o seu poder 
infeccioso. 
 A área farmacêutica, está 
envolvida em adicionar outros 
componentes para obter uma 
formulação final com 
características ideais para a 
distribuição, com vista posterior 
à vacinação. 
Dependendo da vacina, são 
necessários vários meses para produzir 
um único lote e existem ciclos de 
produção que passam por períodos mais 
longos. São combinados diferentes 
antígenos para proteger de várias 
doenças e isso complica um pouco mais 
a produção. As vacinas combinadas são, 
assim, o fruto de muitos anos de pesquisa 
e desenvolvimento e são os mais recentes 
avanços na produção de vacinas. São 
realizados testes com diferentes 
composições para estudar a estabilidade 
e a compatibilidade dos componentes de 
modo a obter-se a formulação final. Em 
alguns casos são necessários mais de 50 
testes de controle durante a produção de 
um lote de vacina. 
Além de tais preocupações a 
indústria farmacêutica se empenha na 
distribuição das vacinas que devem ser 
mantidas a uma temperatura entre os 
+2ºC e os +8ºC e são distribuídas em 
embalagens próprias para suportar 
condições extremas, desde temperaturas 
muito elevadas a temperaturas negativas. 
Os processos de fabricação têm os níveis 
mais exigentes da indústria farmacêutica 
tendo de cumprir todas as Boas Práticas 
de Fabrico Europeias, bem como os 
padrões da Food and Drug 
Administration (FDA), dos EUA. 
Garantia da Qualidade e Boas 
Práticas de Fabricação 
O conceito de “Garantia da 
qualidade” deve cobrir todos os aspectos 
que influenciam individual ou 
coletivamente a qualidade de um 
produto. Ele abrange a totalidade das 
providências adotadas, com o objetivo de 
garantir que o medicamento esteja dentro 
dos padrões de qualidade exigidos, para 
que possa ser utilizado para o fim 
proposto (ANVISA, RDC 17, 2010). 
De acordo com o Artigo 12 da RDC 
17/2010, “O fabricante é responsável 
pela qualidade dos medicamentos por ele 
fabricados, assegurando que sejam 
adequados aos fins a que se destinam, 
cumpram com os requisitos 
estabelecidos em seu registro e não 
coloquem os pacientes em risco por 
apresentarem segurança, qualidade ou 
eficácia inadequadas. ”. Para que o 
objetivo final seja atingido de forma 
confiável, deve haver um sistema da 
Garantia da Qualidade totalmente 
estruturado e corretamente 
implementado, que incorpore as Boas 
Práticas de Fabricação (BPF). 
Fluxo produtivo de vacina em uma 
Indústria farmacêutica 
Durante um longo período, a 
produção de vacinas ficou concentrada 
em instituições públicas ou privadas com 
 
 VACINAS, UMA VIDA TODA EM FOCO MUNDIAL 
 
 
7 
 
ações de caráter social. Porém, nos 
últimos tempos ela encontra-se como um 
objeto de investimentos privados de 
grandes influencias. 
Atualmente houve uma mudança 
nesse quadro, alguns grupos 
farmacêuticos mundiais lideram o setor 
de produção de vacinas, tonando então 
um grande segmento da indústria 
farmacêutica, com cada empresa 
liderando um grupo específico de 
produto. 
Até o final dos anos 70, as 
necessidades de vacinação do Brasil 
eram atendidas por importações ou por 
produção privada. No início da década 
de 1980 - quando a demanda de vacinas 
se ampliou acentuadamente, fruto do 
sucesso do Programa Nacional de 
Imunizações (PNI), criado em 1973 - 
tornou-se evidente que a capacidade 
produtiva era insuficiente e as vacinas 
produzidas localmente eram de baixa 
qualidade. Frente aos novos requisitos da 
política de saúde, os laboratórios 
produtores privados interromperam a 
produção, gerando uma crise de 
abastecimento de soros e vacinas 
(Ministério da Saúde, 2003). 
Programa nacional de imunização 
Em 1984, foi desenvolvido o 
Programa de Auto-Suficiência Nacional 
em Imunobiológicos, visando estimular 
a produção nacional por um conjunto de 
instituições públicas que possuíam uma 
base tecnológica mais desenvolvida 
(como, a Fundação Oswaldo Cruz e o 
Instituto Butantan). 
Através do Programa Nacional de 
Imunizações, o Brasil alcançou muito 
além do que foi conseguido por qualquer 
outro país de dimensões continentais e de 
tão grande diversidade socioeconômica. 
No campo das imunizações, somos 
vistos com respeito e admiração até por 
países dotados de condições mais 
propícias para esse trabalho, por terem 
população menor e/ou disporem de 
espectro social e econômico 
diferenciado. O Programa tornou-se um 
marco internacional, sendo avaliado por 
diversos países desenvolvidos; e 
deixando o Brasil, um país em 
desenvolvimento, nos mesmos 
patamares de imunização dos países 
desenvolvidos. 
Atualmente, a produção nacional de 
vacinas atende o mercado público em 
quase sua totalidade, dando-se destaque 
para dois produtores: Bio-Manguinhos/ 
Fiocruz e Instituto Butantan, que 
respondem por cerca de 90% do valor 
das vendas ao Ministério da Saúde. E 
além de atender as demandas nacionais, 
a produção nacional de vacinas também 
atua juntamente com a Organização 
Mundial da Saúde, levando vacinas para 
países subdesenvolvidos e em 
desenvolvimento, presentes 
principalmente na África e na América 
Central.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 VACINAS, UMA VIDA TODA EM FOCO MUNDIAL 
 
 
8 
 
Referências Bibliográficas: 
1. ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, 
Andrew H. Imunologia Celular e 
Molecular. 
Capítulos 1, 2 e 15. 5ª 
ed.Tradução de Cláudia Reali. – 
Rio de Janeiro: 
2. Elsevier, 2005. 
Dias da Silva, W.; Mota, I. Bier 
Imunologia Básica e Aplicada. 
Capítulo 17. 5ª 
ed. – Guanabara Koogan S.A., 
2003. 
3. Lílian M. G. Bahia Oliveira; 
Milton M. Kanashiro. 
Imunologia. Aulas 1, 2 e 19. 2ª 
ed. – Rio de Janeiro, 2007. 
4. http://www.vacinas.com.pt/vaci
nas/producao-de-vacinas 
5. http://www.vacinas.com.pt/vaci
nas/tipos-de-vacinas 
6. Brasil. Ministério da Saúde. 
Resolução de Diretoria 
Colegiada Nº 17, de 16 de abril 
de 2010. 
7. Brasil, Ministério da Saúde. 
Secretaria de Vigilância em 
Saúde. Programa Nacional de 
Imunizações – 30 anos. Brasília: 
2003.8. Brasil, Ministério da Saúde. 
Portal da Saúde. Disponível em: 
<http://portalsaude.saude.gov.br/
portalsaude/> acessado em: 06 
fev. 2013. 
9. Coleção Progestores: Para 
entender a gestão do SUS - 
Ciência e Tecnologia de Saúde, 
2007. Disponível em: 
<http://189.28.128.100/dab/docs
/publicacoes/conass_progestores
/livro_4_ciencia_e_tecnologia_e
m_saude.pdf> acessado em: 06 
fev. 2013. 
10. GADELHA, C.A.G. Estudo de 
competitividade por cadeias 
integradas no Brasil: impactos 
das zonas de livre comércio - 
Cadeia: Complexo da saúde - 
Estrutura, Dinâmica e 
Articulação da Política Industrial 
e Tecnológica com a Política de 
Saúde, Campinas, 2002. 
Disponível em: 
<http://www.deolhonaspatentes.
org.br/media/file/Publicacoes/N
T_FINAL_Biotec_Saude.pdf> 
acessado em: 07 fev. 2013

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