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1 1. TRABALHO EM ALTURA NA CONSTRUÇÃO CIVIL E AS MEDIDAS PREVENTIVAS DE SEGURANÇA DO TRABALHO Rafael Barbosa dos Santos 1 Bianca Greghi Ferreira Lima 2 RESUMO Uma das principais causas de mortes de trabalhadores se deve a acidentes envolvendo queda de pessoas e materiais na construção civil. Em grande parte dos casos, devido à falta de cultura, de exigência e de consciência profissional, além da despreocupação com o trabalhador. O risco de queda existe em vários ramos de atividades, devemos intervir nessas situações de risco, regularizando o processo e tornando os trabalhos mais seguros, promovendo assim a capacitação dos trabalhadores que realizam trabalhos em altura, no que diz respeito à prevenção de acidentes no trabalho, análise de risco, uso correto e particularidades do EPI e EPC para trabalho em altura, condutas em situações de emergência, assuntos relacionados e sempre levando em consideração o uso correto das Normas Regulamentadoras. Palavras-chave: Trabalho em altura. Construção Civil; Segurança do Trabalho; Queda em altura; Acidentes. ABSTRACT One of the main causes of worker deaths is due to accidents involving falling people and materials in construction. In most cases, due to lack of culture, demand and professional awareness, as well as unconcern with the worker. The risk of a fall exists in several branches of activity, we must intervene in these situations of risk, regularizing the process and making the work safer, thus promoting the training of workers who work at height, with regard to prevention of accidents at work , risk analysis, correct use and particularities of EPI and EPC for work at height, conduct in emergency situations, related matters and always taking into account the correct use of Regulatory Norms. Keywords: Working at heights. Construction; Workplace safety; Fall in height; Accidents. 1 Santos, Rafael Barbosa. Graduado em Engenharia Florestal pela Faculdade Pitágoras Unidade de Teixeira de Freitas-BA. E-mail: rafael_barbos4@hotmail.com 2 Lima, Bianca Greghi Ferreira. Graduada em Engenharia Mecânica pela Faculdade Integradas de Aracruz-ES, MBA em gestão de projetos pela FGV. E-mail: greghib@gmail.com 2 1. 1 INTRODUÇÃO De acordo com Saliba (2011) a construção civil apresenta um grande índice de acidentes do trabalho por se tratar de uma atividade dinâmica. E os riscos são variados e de acordo com a fase em que se encontra a atividade, tais como: escavação, demolição, alvenaria, entre outros. Como também em atividades como a carpintaria, armação e operações de soldagem. De acordo com a Norma Regulamentadora 35 (NR 35), trabalho em altura é toda atividade realizada acima de 2,00 m (dois metros) do nível inferior, onde haja risco de queda. O trabalho realizado em altura é uma atividade que envolve riscos de acidentes, as quedas de escada e telhados são ainda responsáveis pela maioria das quedas. As fatalidades causadas por quedas são um problema grave de saúde pública. Segundo Corrêa e Ayres (2001), as quedas com diferença de nível apresentam variadas causas como o contato acidental com redes de energia elétrica, perda de equilíbrio em beirada de lajes sem a devida proteção; obstrução de áreas de circulação, obrigando o trabalhador a deslocar-se em locais perigosos; falha em algum dispositivo de proteção, como guarda-corpo frágil e mal instalado; utilização de método de trabalho inapropriado. O Brasil publica em 1943, o decreto Lei nº 5452 que aprova as leis do trabalho, e em 1972 é o primeiro país a ter um serviço de segurança e medicina do trabalho, formalizados. No Brasil, até o início de 2012 os trabalhos em alturas eram regulamentados por normas muito genéricas, com foco limitado apenas na utilização de equipamentos de proteção individual e coletiva, sem questionamentos sobre gestão da segurança. Com a publicação da NR 35, os trabalhos em altura passaram a possuir requisitos de prevenção de acidentes como o planejamento, a organização e a execução por meio da análise de risco, o estabelecimento de procedimentos seguros, a qualificação do trabalhador (REVISTA PROTEÇÃO, 2012). O presente trabalho se justifica devido aos grandes riscos que estão presentes durante a execução de trabalhos em altura e muitos acidentes e incidentes são originados pela falta de capacitação e análise de risco por parte dos trabalhadores. De acordo com o Anuário Estatístico da Previdência Social (2015), no Brasil foram registrados cerca de 612,6 mil acidentes de trabalho, deste total 41.012 ocorreram na construção civil, representando 6,7% dos acidentes de trabalho. Dessa forma, é dada a importância do conhecimento de procedimentos e equipamentos utilizados para cada tipo de tarefa. Saber qual parte do corpo deve ser protegido e a maneira correta para evitar ou amenizar lesões 3 1. diante acidentes como queda, uma das principais causas de danos neste tipo de atividade que aparece sendo de suma importância. Dessa forma como proceder de maneira assertiva com os procedimentos para garantir a segurança de trabalhos executados em altura? Conforme o tema proposto, este trabalho tem como objetivo geral reforçar a importância do procedimento e instruções de segurança na efetivação do trabalho em altura na construção civil. Elaboraram-se, através da revisão bibliográfica, os seguintes objetivos específicos: apresentar, os riscos existentes na execução dos trabalhos em altura; apresentar as normas regulamentadoras para trabalho em altura; e destacar a importância de alguns procedimentos na execução destes trabalhos. A metodologia utilizada para a realização deste estudo, quanto à abordagem foi de caráter qualitativa e quanto ao objetivo foi exploratório a fim de proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito, visando uma explanação clara e objetiva sobre a temática. Quanto ao objeto de estudo, fez-se uma pesquisa bibliográfica com análise de artigos e livros que abrangem essa temática. 2 MATERIAIS E MÉTODOS Foi realizada uma revisão bibliográfica sobre o tema nas revistas acadêmicas científicas disponíveis on-line e impressas, reunindo e comparando os diferentes dados encontrados nas fontes de consulta e listando as principais medidas preventivas de segurança em trabalho em altura. 3 REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 SEGURANÇA DO TRABALHO Saliba (2011, p. 19) define segurança do trabalho como “a ciência que atua na prevenção dos acidentes do trabalho decorrentes dos fatores de riscos operacionais”. O princípio básico da segurança do trabalho é prevenir que o acidente ocorra. De acordo com o dicionário (2014), o significado de prevenir é “impedir que aconteça, ver com antecedência, evitar”. A prevenção de acidentes é o propósito principal de um programa de segurança, permitindo a continuidade das operações e a redução dos custos de produção. Neste sentido, a prevenção de acidentes industrial, não só é um imperativo social e humano, senão também um bom negócio. Como prevenir, significa impedir um evento, tomando medidas antecipadas, a análise causal dos acidentes é o mais importante passo na prevenção dos mesmos (MACHER, 1981, p. 6). 4 1. A segurança do trabalho tem como objetivo prevenir os acidentes de trabalho que ocorrem devido aos variados riscos operacionais presentes nos ambientes de trabalho. Desse modo, as providências adotadas na prevenção ou eliminação dos acidentes muitas vezes reduzem a exposição aos agentes ambientais. Portanto, um programade segurança do trabalho deverá integrar, também, o controle dos riscos ambientais (SALIBA, 2004). A segurança e saúde do trabalho é definida por normas e leis. A segurança do trabalho tem como objetivo erradicar os riscos de acidentes no ambiente de trabalho, minimizar as doenças adquiridas com a realização das atividades mantendo dessa forma a integridade e a capacidade de trabalho das pessoas. É uma disciplina que trata da manutenção do bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores. Promove a proteção da saúde dos trabalhadores diante das condições em que o ambiente de trabalho exige e que sejam prejudiciais a sua saúde. Assim, segurança e saúde estão intimamente ligadas nesse ramo. Esta apresenta- se com menor atenção que aquela, pois é mais difícil identificar suas causas e consequências futuras. Sendo assim, um ambiente de trabalho seguro é também um ambiente saudável. 3.2 ACIDENTE DE TRABALHO Existem diversas definições sobre acidente do trabalho, pode se notar que seu conceito é amplo, e defende o trabalhador de uma forma muito completa. O acidente de trabalho é definido no art. 19 da Lei 8.213/91 como aquele que resulta em lesão corporal ou perturbação funcional, que cause perda ou morte, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho e que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa. A doença profissional e a doença do trabalho também são consideradas acidentes de trabalho para fins legais e de concessão de benefício. (BRASIL, 1991). O art. 21 da referida lei também equipara ao acidente de trabalho: acidente ligado ao trabalho que tenha contribuído diretamente para ocorrência de lesão, determinadas ocorrências no local e no horário de trabalho, doença proveniente de contaminação acidental no exercício da atividade do empregado e acidente sofrido a serviço da empresa ou no deslocamento entre a residência e o local de trabalho (e vice-versa). (BRASIL, 1991). O Ministério da Previdência Social considera acidente do trabalho como sendo acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a ocorrência da lesão; certos acidentes sofridos pelo segurado no local e 5 1. no horário de trabalho; a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; e o acidente sofrido a serviço da empresa ou no trajeto entre a residência e o local de trabalho do segurado e vice-versa (MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL). Gonçalves (2003, p. 973), destaca que o acidente de trabalho “pode ser estudado a partir de dois conceitos básicos: o Legal e o Prevencionista”. Sob a ótica legal, o acidente do trabalho é classificado como: O acidente que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho (GONÇALVES, 2003). 3.3 ACIDENTES DE TRABALHO EM ALTURA Atividades laborais que necessitam, por suas características, que os serviços sejam executados em diferentes níveis requerem cuidados e atenção especial ao risco que proporcionam ao trabalhador. Por ser uma atividade perigosa, os trabalhos em altura causam muitos acidentes graves e fatais. E no Brasil é a principal causa de mortes na indústria. Acidentes de trabalho provocados por quedas em altura são relacionados, principalmente, à ausência de proteção coletiva, implementação de medidas preventivas de Segurança do trabalho e do correto treinamento e capacitação dos trabalhadores envolvidos nessas atividades. De acordo com Firetti (2013), a NR 35 traz os requisitos mínimos para trabalhos executados acima de dois metros de altura, e tem como fundamento a prevenção do trabalhador. Na falta de alternativas, devem-se tomar providências para eliminar o risco. Saliba (2004) explica que os principais motivos de quedas na indústria da construção civil são: Perda de equilíbrio do trabalhador em espaço sem proteção (Figura 2-a). Falta de proteção: inexistência de guarda-corpo, etc. (Figura 2-b). Falha de dispositivo de proteção (Figura 2-c). Método incorreto de trabalho (Figura 2-d). Contato acidental com rede de alta tensão (Figura 2-e). Inaptidão do trabalhador a atividade em altura (Figura 2-f). 6 1. Figura 1 – Principais causas de quedas em altura Fonte: Saúde e trabalho, 2014. Conforme salienta Gribeler (2012), para prevenir quedas, é necessário aplicar os seguintes procedimentos: Redução do tempo em atividade perigosa: deslocar todo serviço que possa ser executado no solo. Exemplo: peças pré-montadas; Impedir a queda: extinguir o risco, organizando o trabalho na obra. Exemplo: guarda-corpo; Limitar a queda: se a queda for inevitável, é necessário empregar proteções que a limitem. Exemplo: redes de proteção; Proteção individual: se não for possível adotar as medidas anteriores, deve-se aplicar equipamentos de proteção individual. Exemplo: cinto de segurança. 3.4. NORMAS UTILIZADAS PARA A EXECUÇÃO DO TRABALHO EM ALTURA Há uma preocupação durante a execução do trabalho em altura, pois o colaborador pode sofrer acidentes que causam danos à saúde e, em muitos casos, gerar óbito. Conforme o Ministério do Trabalho, queda é a principal causa de acidentes graves e fatais, representando 49% dos acidentes no emprego comparando com choque, 7 1. soterramento, dentre outros como pode ser visto no gráfico 1; e ainda, 40% dos óbitos em acidentes do trabalho em altura, tem queda como causa (JORDÃO, 2012). Com isso aumentou-se a exigência de segurança para aqueles que trabalham acima de dois metros de altura, sendo publicada pela secretaria de Inspeção do Trabalho, a NR 35, em março de 2012 visando, por uma organização e análise, a conscientização de empresas e funcionários a fim de evitar acidentes, uma vez que muitos poderiam ser eliminados com um planejamento antes do início da tarefa. Para a prevenção de possíveis acidentes, na execução de tarefas devem ser feitas análise prévia, revendo o procedimento e instruções de segurança para a sua efetivação, tendo início na definição de responsabilidade e divisão das atividades, análise de risco, permissão de trabalho, treinamento/capacitação e a organização, aplicando os estudos e pondo em prática o planejamento para quais tipos de equipamentos utilizar e possíveis meios de resgate. Diante disso, seguem requisitos mínimos e medidas de proteção conforme a NR 35. De acordo com a NR 35, a Responsabilidade cabe à empresa garantir a prática dos requisitos de proteção, precedida da análise de risco (AR) e, quando se fizer necessário, a permissão de trabalho (PT). Garantir que informações e treinamentos sejam ofertados aos colaboradores. E assim, manter um processo operante para as atividades corriqueiras; cabe ao colaborador fazer valer os procedimentos expedidos pela empresa contratante, colaborar na efetivação desta lei zelando pelo seu bem estar e segurança e a de outros indivíduos as quais possam ser afetados com suas ações ou negligências e cessar atividades com evidências de risco. Treinamento e capacitação, o colaborador deve ser sujeito e aprovado em treinamento conceitual e prático com questionamentos em: regulamentos e normas referentes a trabalho em altura; exames de risco e circunstâncias de impedimento; métodos e equipamentos de proteção individual e coletiva (instruções de uso e conservação dos mesmos); procederes em situações emergenciais (incluindo técnicas de resgate e primeirossocorros). Planejamento, organização e execução, todo trabalho em altura deve ser organizado, planejado e executado por colaborador com habilidade e autorização. Sendo averiguada a condição de saúde – PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) e também a predisposição do colaborador para tal função. O planejamento deve analisar as possibilidades de: 1º- evitar a atividade em altura; 2º eliminar a ameaça de queda; e 3º- minimizar as implicações da queda. Acessórios, sistemas de ancoragem e equipamentos de proteção individual, para a seleção dos equipamentos devem considerar os riscos expostos ao colaborador e as ameaças adicionais. Tais equipamentos devem passar por inspeção rotineira. 8 1. 3.5 MEDIDAS PREVENTIVAS DE SEGURANÇA DO TRABALHO. Comporta regulamentações específicas de cada país sobre o uso de Equipamento de Proteção Pessoal (EPP ou EPI). Os equipamentos devem ser usados quando houver riscos e perigos que não podem ser evitados por medidas de precaução coletiva, mantidos em condições de acessibilidade e controle de uso pelos empregados, com avisos sobre os maiores riscos, as áreas mais perigosas, e onde o equipamento é de uso permanente, etc. Em relação ao uso adequado dos equipamentos de proteção contra quedas, deve ser aplicado um treinamento adequado aos trabalhadores, compreendendo as normas de proteção federais e locais, os papéis e responsabilidades dos empregados nesses regulamentos, os programas existentes nas empresas, e os procedimentos de emergência pós-queda. Deve ser documentado o treinamento do trabalhador, sendo mantidos os registros e colocados à disposição quando solicitados pelos inspetores do Ministério do Trabalho. O treinamento contínuo e atualizado é chave para manter um elevado grau de consciência de segurança entre os funcionários. Deve-se assegurar que todo equipamento de SST esteja em boas condições e seja checado periodicamente. É recomendável planejamento adequado do processo de construção visando à minimização do risco de quedas. Durante o planejamento da atividade em altura, é necessário considerar qual tipo de trabalho será executado, e desenvolver uma abordagem sensível e específica com base nas precauções mais adequadas. Existe uma hierarquia de medidas de controle sobre o modo de desenvolver com segurança o trabalho em altura tendo de ser adotado de modo sistemático. Deve estar disponível no local um plano de emergência, conjuntamente com procedimentos e equipamentos para o resgate para cada fator de risco de queda. É preciso observar a prevenção para evitar a queda de ferramentas e materiais, especialmente quando a altura da estrutura, ou a sua inclinação, sejam maiores às fixadas pela legislação nacional. Os perigos e locais de maior risco para acidentes por esmagamento devem ser adequadamente informados. Trabalhadores que atuam em áreas perigosas devem receber treinamento específico, supervisão e normas de procedimentos. Operadores devem manter certificados de operação das máquinas e equipamentos válidos, atendendo aos requisitos de certificação, incluindo competência para a operação. Recomenda- se colocar rótulos de advertência nos equipamentos para a identificação clara das áreas de maior risco de AT. Comandos devem ser identificados para lembrar aos operadores suas funções evitando erros no acionamento, com a instalação ou planejamento de salvaguardas destinadas a evitar os movimentos involuntários ou acidentais de partes do equipamento (DEBARBA, 2012, p.34). 9 1. A Análise Preliminar de Risco tem sido usada em muitos tipos de indústrias. A mesma tem como objetivo identificar os elementos causadores de riscos no sistema avaliado. Em seguida, cada elemento causador é analisado deforma, a saber, como um incidente possa ser gerado ou um futuro acidente. (MAZOUNI et al., 2007) A APR é uma análise utilizada para: a) identificar todos os riscos potenciais existentes causadores de possíveis acidentes; b) classificar os riscos identificados de acordo com seu grau de severidade; c) propor medidas de controle e realizar ações para neutralização. (RAUSAND, 2005). Esta é normalmente uma revisão de problemas gerais de segurança; no estágio em que é desenvolvida, podem existir ainda poucos detalhes finais do projeto, sendo ainda maior a carência de informações quanto aos procedimentos, normalmente definidos mais tarde. Para análises detalhadas e específicas, necessárias posteriormente, deverão ser usados outros métodos de análises. Uma descrição sistemática da técnica é apresentada a seguir: Nome: Análise Preliminar de Riscos (APR); Tipo: Análise inicial, qualitativa; Aplicação: Fase de projeto ou desenvolvimento de qualquer novo processo, produto ou sistema; Objetivos: Determinação de riscos e medidas preventivas antes da fase operacional; Princípios/Metodologia: Revisão geral de aspectos de segurança através de um formato padrão, levantando-se causas e efeitos de cada risco, medidas de prevenção ou correção e categorizando os riscos para priorização de ações; Benefícios e resultados: Elenco de medidas de controle de riscos desde o início operacional do sistema. Permite revisões de projeto em tempo hábil no sentido de dar maior segurança. Definição de responsabilidade no controle de riscos; Observações: De grande importância para novos sistemas. De acordo com a Norma Regulamentadora nº 35, a Permissão de Trabalho – PT é um documento escrito contendo conjunto de medidas visando o desenvolvimento de trabalho seguro, além de medidas de emergência e resgate. Ao trabalhador, cabe cumprir as disposições legais e regulamentares sobre trabalho em altura, inclusive os procedimentos expedidos pelo empregador, além da possibilidade de interromper as atividades, quando percebido riscos a sua segurança e saúde e de outras pessoas que possam ser afetadas por suas ações. (GRIBELER, 2012). Organizar e gerenciar o trabalho em altura é uma das medidas infalíveis na garantia da segurança. A legislação exige que seja realizado um planejamento que anteceda a atividade. Três ferramentas de gestão da atividade são fundamentais na realização de trabalhos que envolvam altura, a saber, a Análise de Risco (AR) e quando aplicável a Permissão e Trabalho (PT) e o Procedimento Operacional (PO). Essas análises têm como objetivo a antecipação dos possíveis riscos existentes na tarefa que 10 1. será executada, suas causas, consequências e medidas de prevenção necessárias para realização segura. A diferença entre elas se dá no fato de que a AR é obrigatória em todas as atividades que executam trabalho em altura. A PT se faz obrigatória em atividades não rotineiras com trabalho em altura, e o PO deve ser elaborado para atividades de rotina de trabalho em altura, sendo que tanto a PT como o PO deverão conter a AR como sua parte integrante. O item 35.4.5.1 da NR35 resalta que a análise de risco deve considerar: O local em que os serviços serão executados e seu entorno; O isolamento e a sinalização no entorno da área de trabalho; O estabelecimento dos sistemas e pontos de ancoragem; As condições meteorológicas adversas; A seleção, inspeção, forma de utilização e limitação de uso dos sistemas de proteção coletiva e individual, atendendo às normas técnicas vigentes, às orientações dos fabricantes e aos princípios da redução do impacto e dos fatores de queda; O risco de queda de materiais e ferramentas; Os trabalhos simultâneos que apresentem riscos específicos; O atendimento aos requisitos de segurança e saúde contidos nas demais normas regulamentadoras; Os riscos adicionais; As condições impeditivas; As situações de emergênciae o planejamento do resgate e primeiros socorros, de forma a reduzir o tempo da suspensão inerte do trabalhador; A necessidade de sistema de comunicação; A forma de supervisão. A liberação e acompanhamento dos trabalhos em altura será estabelecida por cada empresa de acordo com os parâmetros citamos anteriormente, contudo caberá a cada empresa comprovar sua realização com emissão de AR, PO ou PT assinadas pelos responsáveis e dessa forma contribuir para execução de uma atividade com os riscos de queda minimizados e execução com parâmetros mínimos de segurança. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Em vista do exposto no decorrer do trabalho, pode-se concluir que a verificação das condições de segurança, nos trabalhos em altura, estabelecidas pela norma regulamentadora 35, é de extrema importância. Este estudo buscou apresentar de modo sistematizado as normas regulamentadoras, observando suas exigências e obrigatoriedades em relação ao construtor e ao operário. Sendo possível apresentar as medidas de segurança que devem ser adotadas segundo a legislação e as que foram realmente utilizadas durante as obras, verificando o uso correto ou não dos dispositivos. Para a realização deste estudo foi necessário fazer um questionamento que deu impulso o trabalho, observando: como proceder de maneira assertiva com os 11 1. procedimentos para garantir a segurança de trabalhos executados em altura? De acordo com os estudos realizados a fim de responder a questão pode-se concluir que seguindo os passos, disponibilizando os equipamentos necessários, fazendo todo treinamento o colaborador estando ciente do que poderá ocorrer a ele caso não siga os procedimentos, e seguindo as medidas protetivas e as normas regulamentadoras tem-se uma tendência a maior segurança nesse tipo de atividade. Nos capítulos deste artigo além de discriminar e fazer uma breve apresentação sobre acidentes de trabalho, o mesmo buscou também exemplificar as medidas preventivas de segurança do trabalho. Este material, que tem por objetivo, apresentar práticas de trabalho atualizadas em cumprimento da norma vigente que poderá servir como complemento aos treinamentos de trabalho em altura é importante ressaltar que os métodos demonstrados aqui não são os únicos existentes, podendo variar conforme região, tipo de instalação, material e equipamento, a ordem das metodologias básicas a respeito de proteção de quedas podem também ser colocadas de várias maneiras e métodos. Argumentos válidos podem ser mencionados para cada uma dessas configurações, portanto, é importante lembrar que, em função do tempo e do tipo de acidente presentes no trabalho em altura, a ordem e importância desses elementos básicos sobre proteção de quedas poderão mudar em virtude das condições encontradas. O que não muda é o fato, que é necessário buscar seguir todos ou a maioria das exigências citadas, para a segurança dos trabalhadores que atuam em altura, é de grande importância que cada um desses princípios básicos seja entendido e seja do domínio do trabalhador, e que as empresas desenvolvam suas metodologias estudando bem as características do trabalho desenvolvido. Por isso, é de grande serventia elabora-se um estudo descrevendo a importância de treinamentos que instrua de forma objetiva, sistematizada e de fácil compreensão o trabalhador de forma que ele tenha total conhecimento dos riscos e das prevenções, sempre focando a necessidade do local e do colaborador. REFERÊNCIAS AYRES, D. D. O.; CORRÊA, J. A. P. Manual de prevenção de acidentes do trabalho: aspectos técnicos e legais. São Paulo: Atlas, 2001. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14626. Equipamento de Proteção Individual – Trava queda guiado em linha flexível – Especificação e Métodos de Ensaio (Primeira Edição Dez/2000 – Válida a partir de 29/01/2001) ABNT NBR 14626:2000. 12 1. BRASIL. Decreto Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego NR 05 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. Texto dado pela Portaria SSMT nº.08, de 23 de fevereiro de 1999. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 06- Equipamento de Proteção Individual – EPI. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 18 – Condições e Meio ambiente de Trabalho na Indústria da Construção. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR-35 – Trabalho em Altura. Portaria SIT nº. 313, de 23 de março de 2012. DEBARBA, Lúcio. Sistemas de Proteção Contra Queda de Altura na Construção Civil. 2002. 42 f. Monografia (Curso de Pós Graduação em Engenharia de Segurança do trabalho) - Universidade Franciscana, Santa Maria, 2012. FIRETTI, V. L. Trabalho em altura: legislação, soluções e análise de risco para instalação de calhas em telhados. 2013. 73 f. Monografia (Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, Curitiba, 2013. FUNDACENTRO. Engenharia de segurança do trabalho na construção. São Paulo:FUNDACENTRO, 200. FUNDACENTRO. Engenharia de segurança na industria da construção civil. 2ª. ed. São Paulo: FUNDACENTRO, 2011. FUNDACENTRO. Recomendação técnica de procedimentos – RTP nº 1: medidas de proteção contra quedas de altura. São Paulo, 1999a. GRIBELER, E. C. Medidas de proteção contra queda em altura na construção civil. 2012. 61 f. Monografia (Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho). Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, Medianeira – PR, 2012. GTT – Grupo de Trabalho Tripartite. Manual de Auxílio na Interpretação e Aplicação da Norma Regulamentadora nº 35 – Trabalhos em Altura. HERCULES. Altura. Disponível em <http://www.hercules.com.br/trava-quedas-em-aco- carbono-guiado-em-linha-flexivel.html> Acesso em: 10 de Dezembro de 2018. HONEYWELL. Trabalho em altura, 2015 Disponível em: http://honeywellsafety.com. Acesso em: 10 de Dezembro de 2018. LEAL INDÚSTRIA & COMÉRCIO. Trabalho com eletricidade. Disponível em <http://www.leal.com.br/?action=pv&id=257&categoria_id=123> Acesso em: 10 de Dezembro de 2018. MACHER, C. Curso para Engenheiros de Segurança do Trabalho. V. 1 (6 Volumes). São Paulo: Fundacentro, 1981. 13 1. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Disponível em: http://portal.mte.gov.br/portal-mte/ acesso em 17/05/2015. REVISTA PROTEÇÃO, Edição 247 – Julho de 2012, Ano XXV. SALIBA, T. M. Legislação de segurança, acidente do trabalho e saúde do trabalhador. 6ª. ed. São Paulo: LTr, 2011. SALIBA, Tuffi Messias. Curso Básico de Segurança e Higiene Ocupacional. 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