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Kecynara Costa – Patologia Geral ETIOPATOGÊNESE GERAL DAS LESÕES As causas das lesões são divididas em: Exógenas: do meio ambiente - Agentes físicos, químicos e biológicos. Endógenas: do próprio organismo - Patrimônio genético, mecanismos de defesa do organismo contra agressões e os fatores emocionais. MECANISMOS DAS LESÕES HIPÓXIA E ANÓXIA Diminuição na oferta de Oxigênio às células. Hipóxia: redução no fornecimento de oxigênio; (isquemia parcial) Anóxia: interrupção no fornecimento de oxigênio. (isquemia total) - O que acontece quando surge hipóxia devido à agentes agressores que impedem a utilização de O2? As células modificam seu metabolismo no sentido de se adaptar a essa condição, se é ultrapassada a capacidade de se adaptar, gera lesões reversíveis ou irreversíveis. RESPOSTAS ADAPTATIVAS DA CÉLULA A HIPÓXIA As células tentam se adaptar mudando a maneira de utilizar energia, tentando economizar. O ATP passa a ser consumido por bombas iônicas e em sínteses celulares. Essa adaptação promove: Simultaneamente, ocorre a ativação de: HIF-1 – regula a transcrição de gene, faz com que a célula aumente sua capacidade de resistir a agressões; (Pega o maquinário aeróbio e transforma em anaeróbio) Eritropoetina – hormônio que origina hemácia; Glut-4 – transportador da glicose n membrana; VEGF – fator de crescimento do endotélio vascular. LESÕES REVERSÍVEIS INDUZIDAS A síntese de ATP é diminuída e surge várias alterações, como: ---------------------------------------------------------------- ---------------------------------------------------------------- OBS.: Cessada a hipóxia, a célula recompõe a atividade metabólica e reajusta o equilíbrio e volta ao aspecto normal. LESÕES IRREVERSÍVEIS Se a hipóxia persistir, as alterações passam a agredir as membranas e organelas. Aceleração da glicólise Aumento da captação de glicose Inibição da gliconeogêne se Degeneração hidrópica Entrada de água Retenção de Na+ no citosol Redução de bombas eletrolíticas Alteração da permeabilidade de Ca++ Esteatose Acúmulo de triglicerídeos Acúmulo e Síntese de ácidos graxos Oferta excessiva de Acetilcolina Membranas celulares se alteram Ativam fosfolipases e degrada lipídeos Mitocôndria perde as cristas Lisossomos tumefeitos e não conseguem conter hidrolases Kecynara Costa – Patologia Geral Quando a altera a permeabilidade da mitocôndria torna-se irreversível, cessam a ativade de ATPase e a síntese de ATP. (Ponto de não retorno) EFEITO DE REPERFUSÃO Hipóxia prolongada mostram agravamento da lesão quando são reoxigenadas. Ocorre devido a formação de radicais livres a partir das primeiras moléculas de O2 que chegam ao tecido após a recuperação do fluxo sanguíneo. Importante: A hipóxia de pequena duração induz lesões degenerativas que se recuperam rapidamente após a reperfusão; já a degeneração mais intensa provocada pela hipóxia de duração intermediária, agrava-se com a reoxigenação. RADICIAS LIVRES Os radicais livres são moléculas que apresentam um elétron não emparelho no orbital externo, ou seja, eles conseguem reagir com outras moléculas muito mais facilmente. Eles reagem com: lipídeos, proteínas e ácidos nucleicos. Oxidorredução – processo de transferência de elétrons, quando uma molécula cede elétrons (se oxida) para outra (que se reduz). A principal fonte de radicais livres é o OXIGÊNIO. As células possuem sistemas antioxidantes para se proteger do excesso de radicais livres que podem lesar elas, como: REAÇÃO IMUNITÁRIA A resposta imunitária é mecanismo de defesa mais IMPORTANTE que o organismo tem contra agentes infecciosos e reparo de lesões. A resposta imune é capaz de destruir ou eliminar agentes vivos e também pode causar lesões e doenças ao agredir células e tecidos. Alterações na função do sistema imune gera uma desregulação e aparecem doenças por autoagressão. ALTERAÇÕES NA EXPRESSÃO GÊNICA As proteínas cumprem funções essenciais às células. Defeitos na quantidade e/ou função de proteínas podem gerar distúrbios genéticos e epigenéticos. AGENTES FÍSICOS Força mecânica Variações da pressão atmosférica Eletricidade Radiações Ondas sonoras FORÇA MECÂNICA Denominadas LESÕES TRAUMÁTICAS. As principais são: Abrasão ou ferida abrasiva – caracterizada por arrancar as células da epiderme Laceração, separação ou rasgo de tecidos, por excessiva força de estiramento Superóxido-dismutase Catalase Glutationa Hidroxiperóxido fosfolipídeo Vitamina C e E Resposta Imune Inata Adaptativa •Acúmulo do seu substrato •Doença por depósito •Ex: Glicogenose Deficiência de enzimas •Doenças musculares •Ex: distrofia Anormalidades em Proteínas Contráteis •Ex: hemoglobina Defeitos em proteínas estruturais •Ex: neoplasias Alterações na expressão de proteínas no ciclo celular Kecynara Costa – Patologia Geral Contusão (Ex: galo no couro cabeludo) Incisão ou corte Perfuração Fratura A força mecânica pode romper estruturas celulares e teciduais, com liberação de moléculas que induzem uma resposta inflamatória. ESTADO DE CHOQUE Hemorraga intensa, ocasionada porgrandes traumatismos, esmagamentos e traumas, em que há hipoperfusão de todos os tecidos. Órgãos entram em falência. Ex: hipovolêmico. ÊMBOLO Massa de densidade diferente do sangue Embolia sanguínea - trombo Embolia gordurosa – traumatismo em locais que contém tecido adiposo. Pode ter origem de fratura de ossos longos, em que há saída de gordura da medula e penetra nos vasos rompidos. Embolia gasosa – bolhas de ar, quando o ar insuflado para as cavidades é pressionado para a luz de veias, chegando na circulação pulmonar. Ex: mergulho. Embolia pulmonar – ruptura do pulmão, entra sangue e se mistura com o ar. VARIAÇÕES DA PRESSÃO SÍNDROME DE DESCOMPRESSÃO Também chamada de MAL DOS CAIXÕES Abaixo do nível do mar/ Condições hiperbáricas Os gases existentes no ar são dissolvidos e formam bolha no sangue, originando o êmbolo gasoso. Nos tecidos, ocorre o Enfisema. Ocorre em mergulhadores e em profissionais que trabalham na instalação de sondas submarinas. GRANDES ALTITUDES Condições hipobárica Reduz tensão do O2 Até 2.500 m – sem manifestações 3.000 a 4.000 m – manifestações moderadas Acima de 4.000 m – sintomas graves SÍNDROMES Doença aguda da altitude – dor de cabeça, lassidão, anorexia, fraqueza e dificuldade de dormir. Edemas pulmonar e cerebral Edema sistêmico das alturas TENTATIVA DE MANUTENÇÃO DA HOMEOSTASE Aumento do hematócrito – para aumentar a liberação de oxigênio para os tecidos Aumento do número de capilares em músculos, cérebro e miocárdio. Aumento do número de mitocôndrias VARIAÇÕES DE TEMPERATURA BAIXAS TEMPERATURAS 1. Vasocontrição, oligoemia, hipóxia, lesões degenerativas; 2. Lesão endotelial, causada pela hipóxia, aumenta a permeabilidade vascular e causa edema; 3. Se persistir, aumenta a vasocontrição, anóxia se agrava e surge necrose; 4. Desaparece o controle nervoso; Vasoconstricçã o Periférca Sangue desviado para o pulmão Hipóxia Lesa o endotélio e leva ao edema Taquipnéia Aumenta a frequência respiratória para tentar captar mais O2 Hipotermia Vasocontrição pertiférica Palidez Redução da artividade dos órgãos Kecynara Costa – Patologia Geral ALTAS TEMPERATURAS Queimaduras O calor causa lesão por vários mecanismos: Liberação de histamina de mastócitos, que causa vasodilatação Bradicinina, que aumenta vasodilatação e edema Lesão direta na parede vascular, aumenta o edema e produz hemorragia e leva à trombose Degeneração hidrópica Ocorre morte celular, pois: Desnatura as proteínas Modificação profundas de atividades metabólicas Liberação de mediadores que iniciam uma reação inflamatória RADIAÇÕES Ondas eletromagnéticas ou partículas Lesões produzidas por radiação ionizante resultam de: Inalação ou ingestão de poeira ou alimentos com partículas radioativas. Exposição a radiações com fins terapêuticos ou diagnósticos. Contato acidental. Bombas nucleares. FATORES QUE INTERFEREM Dose e tempo de exposição Oxigenação dos tecidos Elementos que removem radicais livres Diferentes fases do ciclo celular AGENTE BIOLÓGICOS Agentes biológicos incluem vírus, riquétsias, micoplamas, clamídias, bactérias, fungos, protozoários e helmintos. AGENTES QUÍMICOS Ação direta: transformações moleculares que resultam em degenerações ou morte celular; Ação indireta: atuando como antígenos (raro) ou como hapteno. POLUENTES AMBIENTAIS FUMAÇA DE CIGARRO A fumaça inalada por fumantes ou por não fumantes aumenta o risco de aparecimento de câncer. Carcinoma broncopulmonar Câncer de laringe, faringe, esôfago, boca e, em menor intensidade, bexiga e pâncreas. Doença pulmonar obstrutiva crônica Aterosclerose Cardiopatia isquêmica Principais carcinógenos: Os principais agressores para o aparelho mucocilicar no fumante são o calor da fumaça, acroleína e a nicotina. Porque os dois primeiros são irritantes e a nicotina inibe os movimentos ciliares. Aumento de secreção de mucosa e a redução da eliminação do muco, que se acumula e faz com que o fumante tenha descarga brônquica matinal e tosse. Normal 36,8 Danos 420° C 550° C - Morte Celular Macro moléculas Proteínas, lipídeos, carboidratos Ação direta Produz radicais livres Principal mecanismo Ação indireta Radicais livres CO Nicotina Acroleína Metais variados Nitrosamidas Aminas aromáticas Hidrocarbonet os policíclicos aromáticos Kecynara Costa – Patologia Geral Os produtos da fumaça reduzem a atividade microbicida e fagocitária, favorecendo infecções. OBS.: A carcinogenicidade da fumaça do cigarro está ligada aos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e às nitrosamidas. ETANOL O etanol é bem absorvido pelas vias digestiva e respiratória, metabolizado principalmente no fígado e no tubo gastrointestinal e excreção renal e respiratória. Metabolismo: Pela álcool desidrogenase, no citosol gera o acetaldeído. Pelo sistema microssômico (MEOS), que utiliza o P450 – REL – alto consumo de álcool – acetaldeído. Catalase – 10% do metabolismo do álcool. Órgão mais lesado = FÍGADO Principais alterações hepáticas: Esteatose Apoptose Necrose Reação inflamatória Fibrose Cirrose Hepatite alcoolica Esteatose Kecynara Costa – Patologia Geral DIFERENCIAÇÃO CELULAR ALTERAÇÕES OUTROS DISTÚRBIOS Agenesia – anomalia congênita que um órgão ou parte dele não se forma; Distrofia – doenças degenerativas; Ectopia – tecido normal em localização anormal; Hamartias – crescimento focais, excessivos; Coristia Hamartomas HIPOTROFIA Redução quantitativa dos componentes estruturais e das funções celulares; Diminuição do volume das células; Principal Mecanismo: Aumento da degradação de proteínas celulares; Agressão a proteínas por radicais livres é também mecanismo importante nessa diferenciação. TIPOS HIPERTROFIA Aumento dos constituintes estruturais e das funções celulares; Aumento volumétrico das células e órgãos afetados; Para ocorrer hipertrofia é necessário que: - O fornecimento de O2 e de nutrientes deve ser maior para suprir o aumento de exigência de células; - As células devem ter suas organelas e sistemas enzimáticos íntegros; - Célula lesada não hipertrofia; - Inervação preservada. TIPOS Lesão Celular Elevada intensidade Dano Apoptose/ Necrose Baixa intensidade ADAPTAÇÃO Envelheciment o •Hipertrofia - aumento de volume •Hipotrofia - diminuição de volume Alterações do volume •Hiperplasia - aumento do nº de células •Hipoplasia - diminuição do nº de células Alterações da Divisão Celular •Metaplasia - modificação do estado normal Alterações da Diferenciação •Displasia - proliferação celular e redução da diferenciação •Neoplasia - proliferação autônoma e redução da diferenciação Alterações da Proliferação e diferenciação •Senilidade, redução de atividades metabólicas e o ritmo de proliferação celular diminui, sem prejuízo funcional. Fisiológica •Fatores diversos •Inanição/Desuso •Compressão/Obstrução •Subst. tóxicas/Hormônios •Inervação Patológica •Ocorre em determinadas fases da vida. •Ex: hipertrofia da musculatura uterina durante a gravidez. Fisiológica •Não é programada e aparece em consequência de estímulos variados. •Ex: Hipertrofia do miocárdio; •Hipertrofia da musculatura esquelética; •Hipertrofia da musculatura lisa da parede de órgãos ocos; •Hipertrofia de neuônios; •Hipertrofia de hepatócitos. Patológica Kecynara Costa – Patologia Geral HIPOPLASIA Diminuição da população celular de um tecido, de um órgão ou parte do corpo; A região é menor e menos pesada que o normal; Embriogênese: defeito na formação de um órgão ou parte dele. Ex.: hipoplasia pulmonar, hipoplasia renal. Após nascimento: resultado de diminuição do ritmo de renovação celular, aumentando a taxa de destruição das células. TIPOS HIPERPLASIA Aumento do número de células de um órgão ou de parte dele; Aumento da proliferação e/ou diminuição na apoptose; O órgão afetado fica aumentado de volume e de peso; Aumento na síntese de fatores de crescimento e de seus receptores, aumento de divisão celular; Para ocorrer hiperplasia são necessárias as mesmas condições da hipertrofia. TIPOS METAPLASIA Mudança de um tipo de tecido adulto (epitelial ou mesenquimal) em outro da mesma linhagem; Ex.: Um tipo de epitélio se transforma em outro tipo epitelial. Porém, um epitélio não se modifica em tecido mesenquimal; TIPOS MAIS FREQUENTES Metaplasia resulta de irritações persistentes que levam ao surgimento de um tecido mais resistente. REVERSÍVEL DISPLASIA Condição adquirida caracterizada por alterações da proliferação e da diferenciação celulares acompanhadas de redução ou perda de diferenciação das células afetadas; Desorganização/Reversível Ex.: displasias epiteliais. Aumento da proliferação celular/redução na maturação das células. Potencialmente maligna NEOPLASIA Proliferação celular descontrolada e autônoma; Aumento da proliferação, perda da diferenciação celular; Maligna •Mais comuns são involução do timo a partir da puberdade e de gônodas no climatério; •Senilidade - aumento da apoptose; Fisiológica •Medula óssea provocadas por agentes tóxicos ou infecçoes;•Anemias aplásicas; •Acompanhadas ou não de redução do número das demais células sanguíneas; •Hipoplasia de órgãos linfoides na AIDS Patológica •Hiperplasia compesadoras ou secundárias a estimulação hormonal. •Ex: como ocorre no utéro na gravidez ou nas mamas na puberdade ou lactação; Fisiológica •Hiperplasia secundária a hiperestimulação hormonal; •Hiperplasia inflamatória (prótese mal adaptada); Patológica Epitélio estratificado pavimentoso não ceratinizado em ep. ceratinizado Ep. pseudoestratificado ciliado em Ep. estratificado pavimentoso ceratinizado ou não Ep. mucossecretor em Ep. estratificado pavimentoso ceratinizado ou não Tecido conjuntivo em tecido cartilaginoso ou ósseo Tecido cartilaniginoso em tecido ósseo Kecynara Costa – Patologia Geral DEGENERAÇÃO CELULAR Lesão reversível secundária a alterações bioquímicas que resultam em acúmulo de substâncias no interior da célula. DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA Lesão celular reversível; Acúmulo de água e eletrólitos no interior de células; Células tornam-se tumefeitas, aumentadas de volume; Provocada por distúrbios no equilíbrio hidroeletrolítico que resultam em retenção de eletrólitos e água em células; O trânsito de eletrólitos depende da bombas, que transportam esses eletrólitos e mante constante a concentração; MECANISMOS DE PERTURBAÇÃO DO EQUILIBRIO UMA AGRESSÃO PODE DIMINUIR O FUNCIONAMENTO DA BOMBA QUANDO: Altera na produção ou o consumo de ATP; Interfere na integridade de membranas; Modifica a atividade de moléculas que formam a bomba; CAUSAS – AGENTES LESIVOS Hipóxia Agentes que lesem as mitocôndrias Hipertermia exógena ou endógena Radicais livres – toxinas com atividade fosfolipases Substâncias inibidores da ATPase Na+/K+ dependente Causam um fenômeno comum: Retenção de sódio, redução de potássio e aumento da pressão osmótica intracelular, levando à entrada de água no citoplasma. OBS.: REVERSÍVEL, sem grandes danos, a não ser quando é muito intensa. ASPESCTOS MORFOLÓGICOS MACROSCOPICAMENTE Órgãos aumentam de peso e volume Coloração mais pálida Função preservada MICROSCOPICAMENTE Células tumefeitas Citoplasma granuloso e menos basófilo Citoplasma distendido Núcleo mantido em posição central Lesão mais discreta Estágio mais avançado Apresentam pequenos vacúolos DEGENERAÇÃO HIALINA Acúmulo de material proteico e acidófilo no interior de células; Em alguns casos pode resultar na condensação de filamentos intermediários e proteínas associadas que formam um CORPÚSCULO; EXEMPLOS Corpúsculo hialino de Mallory = fígado (hepatócitos de alcoólatras); Corpúsculos hialinos de Councilman-Rocha Lima – hepatócitos em apoptose (hepatites virais e febre amarela); Corpúsculo de Russel – acúmulo de imunoglobulinas em plasmócitos; DEGENERAÇÃO MUCOIDE DEGENERAÇÃO GORDUROSA •Por células mucíparas dos tratos digestivos e respiratório, levando-as ase abarrotar de mucinas. Hiperprodução de muco •Adenomas e Adenocarcinomas, nos quais extravasam para o interstício. Síntese exagerada de mucinas Esteatose Acúmulo de gorduras neutras Triglicerídeos Ex.: acúmulo de gordura no fígado Lipidose Acúmulo de outros lipídeos que não triglicerídeos Depósito de colesterol e lipoproteínas Kecynara Costa – Patologia Geral ESTEATOSE Alteração no metabolismo de ácidos graxos da célula, aumentando sua captação ou síntese ou dificultando sua utilização, seu transporte ou sua excreção. Em condições normais – Hepatócitos retiram da circulação ácidos graxos e triglicerídeos. CAUSAS CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS No fígado aumenta de volume e peso; Consistência diminuída; Bordas arredondadas; Coloração amarelada. Presença de vacúolos claros; Afastado o núcleo para periferia. LIPIDOSE Os depósitos localizados de colesterol e seus ésteres podem ser formados em artérias (aterosclerose), na pele (xantomas) e em sítios de inflamações crônicas. ATEROSCLEROSE Depósito de colesterol no vaso, na camada íntima das artérias. Placa de Ateroma. ARTERIOLOSCLEROSE Depósito de colesterol na camada íntima de pequenas artérias e arteríolas. Difere-se da aterosclerose; Os lipídeos depositados associam-se a proteínas, formando lipo-hialinos. XANTOMAS Lesões encontradas na pele sob forma de nódulos ou placas, com coloração amarelada. Microscopicamente, formados por acúmulos de macrófagos carregados de colesterol. Xantelasma (xantomas nas pálpebras). DEGENERAÇÃO GLICOGENOSES Acúmulo de glicogênio em células do fígado, rim, músculos esqueléticos e coração. ACÚMULO DE PIGMENTOS Colorações próprias Pode ser: Exógena ou Endógena Etanol Hipóxia Desnutrição proteico-energética Agentes tóxicos Obesidade Distúrbios metabólicos Poluição Cigarro Ex.: Antracose Exóge na Fígado Hemosside rina Bilirrubina Endog ena Kecynara Costa – Patologia Geral MORTE CELULAR Depende da natureza do agressor, da intensidade e da duração da agressão. O ponto de não retorno ocorre quando há alteração, como: tumefação mitocondrial, perda de cristas, vacoalização e perda da continuidade da membrana, caracterizando uma LESÃO IRREVERSÍVEL. Necrose: morte celular ocorre em organismo vivo e é seguida de autólise; Apoptose: célula sofre contração e condensação de suas estruturas, fragmenta-se e é fagocitada por células vizinhas, não fazendo a autólise. NECROSE Indicar morte celular ocorrida em organismo vivo e seguida de autólise. Após necrose são liberadas alarminas que são reconhecidas em receptores celulares e desencadeiam uma reação inflamatória. ASPECTOS MORFOLÓGICOS Picnose nuclear – alteração nuclear caracterizada por intensa contração e condensação da cromatina, tornando o núcleo intensamente basófilo, de aspecto homogêneo e menor que o normal. Cariólise – digestão da cromatina, que faz desaparecer a afinidade tintorial dos núcleos, não pode-se distinguir nas colorações de rotina. Cariorrexe – o núcleo se fragmenta e se dispersa no citoplasma. Aumento da acidofilia Citoplasma com aspecto granuloso e tende a formar massas amorfas de limites imprecisos. TIPOS Lesão Celular Elevada intensidade Dano APOPTOSE/ NECROSE Baixa intensidade Adaptação Envelheciment o Digere os substratos celulares Lisossomos liberam hidrolases Cessam sínteses celulares Cessam produção de energia Agressão •Causa: Isquemia. •Macro: área esbramquiçada, a região necrótica é circundada por halo avermelhado. •Micro: Cariólise, arquitetura do tecido necrosado é possível identificar. Necrose por coagulação •Necrose por coliquação ou coliquativa. •Região necrosada adquire consistência mole, semifluída ou liquefeita. •Comum após anóxia no tecido nervoso •Liberação de muitas enzimas lisossômicas. •Micro: tudo bagunçado. Necrose por Liquefação •Necrose de hepatócitos em hepatites virais que sofrem lise. Necrose Lítica •Macro: massa de queijo. •Micro: massa homogênea, acidófila, núcleos picnóticos, cariorrexe •Comum em tuberculose •Pode envolver macrófagos e LT. Necrose caseosa •Necrose por coagulação variada. •Tecido assume aspecto compacto e elástico como borracha. •Sífilis tardia Necrose gomosa •Necrose enzimática do tecido adiposo. Esteatonecrose•associada a isquemia. •necrose de todo um membro, após perda do suprimento sanguíneo Necrose gangrenosa Necrose Pulpar Kecynara Costa – Patologia Geral A necrose pode evoluir e induzir outros processos como: Regeneração Cicatrização Calcificação APOPTOSE Morte celular programada A célula é estimulada a acionar mecanismos que culminam com sua morte. A célula não sofre autólise nem ruptura da membrana citoplasmática A célula morta é fragmentada e os seus fragmentos ficam envolvidos pela membrana citoplasmática e são endocitados por células vizinhas, sem desencadear quimiotaxia nem ativação de células fagocitárias. ASPECTOS MORFOLÓGICOS A célula em apoptose se encolhe e o citoplasma fica mais denso. A cromatina se torna condensa e disposta em grumos. O núcleo se fragmenta (cariorrexe), ao mesmo tempo que a membrana emite projeções e forma brotamentos. O brotamento termina com a fragmentação da célula em vários brotos que passam a constituir os corpos apoptóticos. São endocitados por células vizinhas. MECANISMOS Independente da causa, a apoptose resulta na ativação de proteases (caspases), responsáveis pelas alterações. A ativação das caspases pode acontecer por: Estimulação de receptores da membrana citoplasmática; Aumento da permeabilidade mitocondrial; Agentes que atuam diretamente na membrana. Caspases: enzimas que são responsáveis por ativar a apoptose. São 12 caspases, na quais: 1,4,15,11,12,13 – Processos inflamatórios 2,8,9,10 – Ativadoras 3,6,7 – Efetoras Mitocôndria: Quando agredidas, sofrem aumento da sua permeabilidade e liberam no citosol diversas moléculas pró-apoptóticas. Citocromo C + Apaf-1 = apoptossomo – atv. Caspases 9 – apoptose SMAC/Diablo = inibem IAP, permitindo a ativação das caspases AIF – ativa caspase 9 e endonucleases OMI – endonucleases (induz apoptose sem precisar das caspases) Proteínas que atuam estimulando ou inibindo a apoptose: IAP – inibem caspases 3,7 e 9, inibindo assim a apoptose. ANTI-APOPTOSE Família BCL – 23 proteínas, inibidoras (anti- apoptóticas) ou ativadoras (pró-apoptóticas). As anti-apoptóticas: BCL-2 e BCL-XL, localiza-se na membrana mitocondrial, importantes na regulação da permeabilidade mitocondrial. As pro-apoptóticas: BAX que tem domínio de dimerização BH3 que permite liga-las a proteínas antiapoptóticas. Com a ligação, há abertura dos poros da membrana, saída do Citocromo C, SMAC e IAP, que ativam caspases no citosol. MEMBRANA MITOCONDRIAL Na membrana mitocondrial têm BCL-2 que é anti-apoptótica, responsável por homeostase, célula viável. Quando precisa sofrer apoptose, BCL-2 sinaliza para ativação do BH3 que bloqueia BCL-2. Fisiológica •Remodelação de órgãos durante a embriogênese e na vida pós-natal. •Proliferação e diferenciação celular, a célula depois que cumpre sua função é eliminada sem afetar as outras. Patológica •Vírus •Hipóxia •Radicais livres •Subst. químicas Kecynara Costa – Patologia Geral Ativa Canal Bax/Bak que estravaza o Citocromo C. O Citocromo C se liga com Apaf-1 = apoptossomo – ativação das caspases. RECEPTORES DE MORTE Família do receptor TNF Mais conhecidos: Fas A FasL existe na superfície de: LT, LTCD8+, ele se liga no Faz, expõe o domínio de morte, ativa as caspases 8,10. FOSFATIDILSERINA Dentro da célula Expressas na membrana, voltada para o meio extracelular que ajuda as outras a reconhecerem que ela está morrendo. Kecynara Costa – Patologia Geral
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