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QuímicaQuímica OrgânicaOrgânica IIII Prof. Diego Lomonaco Introdução a reações de aldeídos e cetonasIntrodução a reações de aldeídos e cetonas • Aldeídos e cetonas: bastante versáteisdo ponto de vista sintético, pois reagem com uma ampla série de nucleófilos. • Em relação à reatividade, o grupo carbonila é considerado um eletrófilo: Ressonância Indução Reatividade da carbonila: • Desequilíbrio de cargas • Polarização da ligação C=O • Efeitos de ressonância e de indução • Aldeídos e cetonas sofrem, em grande parte, reações de adição nucleofílica a acila. Introdução a reações de aldeídos e cetonasIntrodução a reações de aldeídos e cetonas Face superior Face inferior possível novo centro quiral • Carbonocom hibridação “sp2”: estrutura planar: • possibilidade de sofrer ataque por duas faces (Re ou Si); • Carbonopro-quiral; • TrajetoriaBürgi-Dunitz (balanço entre repulsão vsmáxima sobreposição de orbitais). (Trajetória Bürgi-Dunitz) • Aldeídos são mais reativos que cetonas frente a nucleófilos. Dois efeitos devem ser considerados quando comparadas as reatividades de aldeídos e cetonas: • Efeitos eletrônicos • Efeitos estéricos Reatividade de aldeídos e cetonasReatividade de aldeídos e cetonas CETONA Dois grupo alquila doadores de elétrons estabilizando a carga parcial positiva ALDEÍDO Somenteum grupo alquila doador de elétrons estabilizando a carga parcial positiva • Aldeídos são mais reativos que cetonas frente a nucleófilos. Dois efeitos devem ser considerados quando comparadas as reatividades de aldeídos e cetonas: • Efeitos eletrônicos • Efeitos estéricos Reatividade de aldeídos e cetonasReatividade de aldeídos e cetonas Aldeídos sãomais reativos devido à presença de somente um grupo volumoso ligado à carbonila, ou seja, a aproximação do nucleófilo é mais favorecida • Reagem com uma série ampla de nucleófilos: Reatividade de aldeídos e cetonasReatividade de aldeídos e cetonas Oxigênio Enxofre Nitrogênio Hidrogênio Carbono • Dependendo do nucleófilo, podem requerermeio ácido ou alcalino • Haletos não são bons nucleófilos frente a carbonilas devido serem bons grupos de saída • Dependo das condições reacionais, dois mecanismos básicos são observados: • Meio ácido: • Meio alcalino: Reatividade de aldeídos e cetonasReatividade de aldeídos e cetonas O grupo carbonila é atacado por um nucleófilo, formando um intermediário tetraédrico. O intermediário tetraédrico é protonado com a presença de uma fonte de prótons. O grupo carbonila é inicialmente protonado, rendendo um melhor eletrófilo. O grupo carbonila protonado é atacado pelo nucleófilo. • Formação de hidratos (Reação com H2O): • Aldeídos e cetonas reagem com água em meio neutro, porém o equilíbrio favorece a formação do composto carbonílico. No entanto, em meio ácido ou básico o equilíbrio favorece o produto hidratado. • Meio básico: Nucleófilos OxigenadosNucleófilos Oxigenados O grupo carbonila é atacado pelo hidróxido, formando o intermediário tetraédrico. O intermediário tetraédrico é protonado pela água para formar o hidrato e regenerar o íon hidróxido. • Formação de hidratos (Reação com H2O): • Aldeídos e cetonas reagem com água em meio neutro, porém o equilíbrio favorece a formação do composto carbonílico. No entanto, em meio ácido ou básico o equilíbrio favorece o produto hidratado. • Meio ácido: Nucleófilos OxigenadosNucleófilos Oxigenados O intermediário tetraédrico é desprotonado pela água para formar o hidrato. O grupo carbonila é inicialmente protonado, rendendo um melhor eletrófilo. O grupo carbonila protonado é atacado pela água, formando o intermediário tetraédrico. • Formação de acetais (Reação com álcoois): • Aldeídos e cetonas reagem em meio ácido com dois mols de álcoois, para formar acetais. Apesar de pouco nucleofílicos, álcoois reagem mais rapidamente com carbonilas protonadas. (ácidos comumente utilizados: H2SO4 ou p-TsOH). • O mecanismo de formação de acetais é longo e é divido na formação do hemiacetal, seguido pela formação do acetal: Nucleófilos OxigenadosNucleófilos Oxigenados O intermediário tetraédrico é desprotonado para formar o hemiacetal. O grupo carbonila é inicialmente protonado, rendendo um melhor eletrófilo. O grupo carbonila protonado é atacado pelo pelo álcool, formando o intermediário tetraédrico. 3. O intermediário tetraédricoé desprotonado para formar o hemiacetal. 1. O grupo carbonila é inicialmente protonado, rendendo um melhor eletrófilo. 2. A carbonila protonado é atacada pelo pelo álcool, formando o intermediário tetraédrico. 4. A hidroxila é protonada, formando um bom grupo de saída. 5. Uma molécula de água é expulsa, atravésda regeneração da carbonila. 6. Uma segunda molécula de ácool ataca a carbonila, gerando outro intermediário tetraédrico. 7. O intermediário tetraédricoé desprotonado, formando o acetal Nucleófilos SulfuradosNucleófilos Sulfurados • Formação de tioacetais (Reação com tióis): • Aldeídos e cetonas reagem em meio ácido com dois mols de tióis, para formar tioacetais. • O mecanismo é similar ao de formação de acetais, com o átomo de enxofre no lugar do átomo de oxigênio: Redução a álcoois (adição de hidretos)Redução a álcoois (adição de hidretos) • Aldeídos e cetonas podem ser reduzidos a álcoois na presença de agentes redutores doadores de hidretos, como NaBH4 e LiAlH4. Boroidreto de sódio NaBH4 Hidreto de lítio e alumínio LiAlH4 Redução a álcoois (adição de hidretos)Redução a álcoois (adição de hidretos) • Aldeídos e cetonas podem ser reduzidos a álcoois na presença de agentes redutores doadores de hidretos, como NaBH4 e LiAlH4. O hidreto de lítio e alumínio funciona como uma fonte de hidreto (H-) O intermediário tetraédrico resultante é protonado para formar um álcool. Carbono como nucleófiloCarbono como nucleófilo Reagentes de Grignard: • Desenvolvidos por Grignard nos anos de 1910, esses reagentes são excelentes nucleófilos. • Como o carbono é bem mais eletronegativo que o magnésio, uma carga parcial negativa é gerada no átomo de carbono, deixando-o mais nucleofílico. Essa diferença de eletronegatividade é tão grande que a ligação C-Mg pode ser tratada como iônica. François Victor Grignard Prêmio Nobel em 1912 Carbono como nucleófiloCarbono como nucleófilo Reagentes de Grignard: • Devem ser utilizados em solventes apróticos, visto o alto valor de pKa destes compostos: • A fonte de prótons deve ser introduzida somente no fim da reação, após a adição nucleofílica do carbono. Carbono como nucleófiloCarbono como nucleófilo Reagentes de Grignard: • O mecanismo é bastante similar ao de adição de hidretos: O reagente de Grignard age como um nucleófilo e ataca o grupo carbonila O alcóxido resultante é protonoado formando um álcool Carbono como nucleófiloCarbono como nucleófilo Formação de Cianoidrinas • Arthur Lapworth observou no início dos anos 1900, que aldeídos e cetonas não impedidas reagiam com HCN (ácido cianídrico) formando cianoidrinas. • Apesar desta reação ocorrer lentamente quando utilizado HCN puro, na presença de uma base em quantidade catalíticas (para gerar o nucleófilo, CN-), ou de KCN, a reação ocorria rapidamente. O íon cianeto funciona como um nucleófilo e ataca o carbono carbonílico, formando um intermediário tetraédrico O intermediário tetraédrico é protonado, gerando a cianoidrina Carbono como nucleófiloCarbono como nucleófilo Formação de Cianoidrinas • As cianoidrinas são bastante importantes do ponto de vista sintético, já que podem ser transformadas em aminas por redução (LiAlH4),ou hidrolisadas a ácido carboxílico (α-hidroxiácido) em meio ácido sob aquecimento. Carbono como nucleófiloCarbono como nucleófilo Reação de Wittig: • A reação de Wittig permite formar alcenos a partir de aldeídos ou cetonas, substituindo a dupla ligação C=O por uma C=C. • Neste mecanismo, um reagente de Wittig, ilídio de fósforo (R2C=P(C6H5)3), adiciona-se à carbonila formando um intermediário dipolar (betaína), que sofre ciclização intramolecular (formando uma oxafosfetana) e se decompõe imediatamente em um alceno e óxido de trifenilfosfina. • O reagente de Wittig pode é formado pela reação entre um haletode alquila e trifenilfosfina na presença de uma base forte (n-BuLi). Georg Wittig Prêmio Nobel em 1979 Carbono como nucleófiloCarbono como nucleófilo Reação de Wittig: 1. Formação do reagente de Wittig (ilídio de fósforo ou fosforano) A base forte (n-BuLi) desprotona o sal de fosfônio formando o ilídio Trifenilfosfina Reagente de Wittig Trifenilfosfina A estrutura de ressônancia 2 (C=P) não contribui efetivamente para o híbrido, visto que os orbitais p do C e do P são de tamanhos diferentes e sobrepõem-se ineficientemente 1 2 Carbono como nucleófiloCarbono como nucleófilo Reação de Wittig: 2. Adição do ilídio e formação do alceno: O reagente de Wittig atua como um nucleófilo e ataca o carbono carbonílico, formando um intermediário tetraédrico (betaína) Betaína Oxafosfetana Um par de elétrons livres do oxigênio funciona como nucleófilo e ataca o átomo de fósforo. A oxafosfetana se decompõe produzindo um alceno e óxido de trifenilfosfina • Como se trata de um processo SN2, haletos primários reagirãomais rapidamente que secundários, enquanto que terciários não reagirão. • A Reação de Wittig é útil no preparo de alcenos mono, di e trissubstituídos. Alcenos tetrassubstituídos são difíceis de serem obtidos devido o impedimento estérico nos estados de transição Oxidação de aldeídos e cetonasOxidação de aldeídos e cetonas • Aldeídos podem ser facilmente oxidados a ácidos carboxílicos, no entanto cetonas são geralmente inertes frente a agentes oxidantes. • Isso se deve à presença do hidrogênio aldeídico, passível de abstração durante a oxidação: • Os agentes oxidante mais utilizados são o CrO3 (trióxido de cromo) e o Ag2O (óxido de prata). Oxidação de aldeídos e cetonasOxidação de aldeídos e cetonas • O reagente mais comumente empregado na oxidação de aldeídos é o CrO3, utilizado em meio ácido e em baixas temperaturas. • Uma desvantagem no uso de CrO3 é a utilização de meio ácido, o que pode gerar reações paralelas em moléculas que contenham grupos sensíveis a ácido. Oxidação de aldeídos e cetonasOxidação de aldeídos e cetonas • Uma alternativa ao uso de CrO3 é o Ag2O, mais conhecido como reagente de Tollens: • As oxidações de aldeídos ocorrem com formação intermediária de hidratos (dióis), que são gerados através da adição de água à carbonila, e em seguida oxidados: Oxidação de aldeídos e cetonasOxidação de aldeídos e cetonas • Oxidação de Bayer-Villiger: Descoberta por Adolf von Bayer e Victor Villiger em 1899. Quando tratados com perácidos, aldeídos e cetonas podem ser convertidos a ésteres através da inserção de um átomo de oxigênio: Oxidação de aldeídos e cetonasOxidação de aldeídos e cetonas • Oxidação de Bayer-Villiger: Mecanismo O perácido age como um nucleófilo e ataca o grupo carbonila, formando um intermediário tetraédrico Ocorre a migraçãode um próton, através de um intermediário cíclico de 5 membros O grupo carbonila é então reformado com simultânea migração do grupo alquila Oxidação de aldeídos e cetonasOxidação de aldeídos e cetonas • Oxidação de Bayer-Villiger: No caso de cetonas assimétricas, a formação do éster será regioseletiva: o átomo de oxigênio será inserido exclusivamente em um dos lados da carbonila. Isso se deve à aptidão migratória dos grupos ligados à carbonila: H > 3° > 2° ; fenil > 1° > Metila Reações no carbono αReações no carbono α • Formação de enolatos: Quando tratadas com bases fortes, a posição α de aldeídos ou cetonas pode ser desprotonadagerando um enolato: Enolato (estabilizado por ressonância) Reações no carbono αReações no carbono α • Formação de enolatos: Os enolatos são formados devido à relativa acidez dos hidrogênios α: Reações no carbono αReações no carbono α • Formação de enolatos: Bases utilizadas para formação de enolatos: Diisopropilamina Lítio diisopropilamida (LDA) Reações no carbono αReações no carbono α • Formação de enolatos: Bases utilizadas para formação de enolatos: Reações no carbono αReações no carbono α • Condensação aldólica: Quando em condições alcalinas, aldeídos ou cetonas podem sofrer um processo chamado condensação aldólica, produzindo um aldol (aldeído + álcool). No entanto, se esta reação ocorrer sob aquecimento dará origem a compostos carbonílicos α-β insaturados: Reações no carbono αReações no carbono α • Condensação aldólica: 1°: Adição aldólica: A posição alfa é desprotonada, formando um enolato O enolato age como um nucleófilo, atacando a carbonila aldeídica e formando um intermediário tetraédrico O alcóxido formado é protonado Reações no carbono αReações no carbono α • Condensação aldólica: 2°: Desidratação: A posição alfa é desprotonada, formando um enolato O hidróxido é rejeitado formando o produto Reações no carbono αReações no carbono α • Condensação aldólica: Reações no carbono αReações no carbono α • Condensação aldólica cruzada: Nucleófilos nitrogenadosNucleófilos nitrogenados • Formação de iminas (reações com aminas primárias): Em condições moderadamente ácidas, aldeídos ou cetonas reagem com aminas primárias para dar origem a iminas, também chamadas de bases de Schiff. A formação de iminas ocorre a partir de ummecanismode 6 etapasque envolve inicialmente a protonação da carbonila seguida por ataque nucleofílico da amina, resultando em uma carbinolamina. A imina é formadaa partir da protonação da hidroxila e posterior desidratação. Nucleófilos nitrogenadosNucleófilos nitrogenados • Formação de iminas Mecanismo: A carbonila é protonada tornando-se mais eletrofílica A amina ataca a carbonila protonada formando um intermediário tetraédrico O intermediário tetraédrico é desprotonado formando a carbinolamina Carbinolamina Nucleófilos nitrogenadosNucleófilos nitrogenados • Formação de iminas Mecanismo: A carbonila é protonada tornando-se mais eletrofílica A amina ataca a carbonila protonada formando um intermediário tetraédrico O intermediário tetraédrico é desprotonado formando a carbinolaminaCarbinolamin a Imina A hidroxila é protonada se tornando um bom grupo de saída Água é liberada, formando a dupla ligação C=N O intermediário é desprotonado formando a imina Nucleófilos nitrogenadosNucleófilos nitrogenados • Formação de iminas (reações com aminas primárias): É importante observar a importância do pH para a ocorrência da formação de iminas. Se o pH for muito alto, não haverá a protonação da carbonila nem da carbinolamina. No entanto, se for muito baixo, toda a amina estará protonada (ácido-base): Nucleófilos nitrogenadosNucleófilos nitrogenados • Formação de enaminas (reações com aminas secundárias): Em condições moderadamente ácidas, aldeídos ou cetonas reagem com aminas secundárias para dar origem a enaminas, compostos nos quais os elétrons livres do nitrogênio estão deslocalizados pela presença de uma ligação C=C adjacente: Enamina Nucleófilos nitrogenadosNucleófilos nitrogenados • Formação de enaminas (reações com aminas secundárias):Mecanismo: A carbonila é protonada tornando-se mais eletrofílica A amina ataca a carbonila protonada formando um intermediário tetraédrico O intermediário tetraédrico é desprotonado formando a carbinolamina Carbinolamina Nucleófilos nitrogenadosNucleófilos nitrogenados • Formação de enaminas (reações com aminas secundárias): Mecanismo: Carbinolamin a Imina A hidroxila é protonada se tornando um bom grupo de saída Água é liberada, formando a dupla ligação C=N O intermediário é desprotonado formando a enamina Enamina Nucleófilos nitrogenadosNucleófilos nitrogenados • Formação de enaminas vs formação de iminas: Nucleófilos nitrogenadosNucleófilos nitrogenados • Formação de hidrazonas e oximas: Outros produtos podem ser obtidos se utilizados outros compostos nitrogenados nos quais o grupo R não seja um grupo alquila. Como é o caso das hidrazinas (N-N) e hidroxilaminas (N-OH), que dão origem a hidrazonas e oximas, respectivamente. O mecanismo envolvido é o mesmo observado para a síntese de iminas: oxima hidrazona Nucleófilos nitrogenadosNucleófilos nitrogenados • Formação de hidrazonas e oximas:
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