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aquiferos - resumo

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Aquífero é uma formação geológica subterrânea capaz de armazenar água e que possua permeabilidade suficiente para permitir que esta se movimente. Funciona como reservatório de água, sendo alimentado pelas chuvas que se infiltram no subsolo. São rochas com características porosas e permeáveis capazes de reter e ceder água. Fornece água para poços e nascentes em proporções suficientes, servindo como proveitosas fontes de abastecimento.
	Um aquífero pode ter extensão de poucos quilômetros quadrados a milhares de quilômetros quadrados, ou pode, também, apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros (REBOUÇAS et al., 2002).
	Para que haja a formação de um aquífero, é necessária a existência de rochas porosas ou com características permeáveis, capazes de absorver a água da chuva e infiltrar-se no subsolo, servindo como fonte de abastecimento para os aquíferos.
Tipos de Aquíferos
	A litologia do aquífero, ou seja, a sua constituição geológica (porosidade/permeabilidade intergranular ou de fissuras) é que irá determinar a velocidade da água em seu meio, a qualidade da água e a sua qualidade como reservatório. Essa litologia é decorrente da sua origem geológica, que pode ser fluvial, lacustre, eólica, glacial e aluvial (rochas sedimentares), vulcânica (rochas fraturadas) e metamórfica (rochas calcáreas), determinando os diferentes tipos de aqüíferos.
Quanto ao tipo de rocha armazenadora, os aquíferos podem ser:
- Aquífero fraturado ou fissural
- Aquífero cárstico (Karst)
- Aquífero livre ou freático
- Aquífero confinado ou artesiano
Em relação aos aquíferos no Brasil:
Aquífero Guarani
	Aquífero Guarani é a maior reserva subterrânea de água da América do Sul e uma das maiores do mundo. Chegou a ser considerado o maior do mundo: hoje, é considerado o segundo maior, capaz de abastecer a população brasileira durante 2 500 anos. O Aquífero Guarani estende-se pelo Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. O Sistema Aquífero Guarani resulta de diversas formações geológicas situadas no Triássico e no Jurássico. Tiveram origem no Triássico as Formações Pirambóia e Rosário do Sul, no Brasil, e a Formação Buena Vista, no Uruguai. Remontam ao Jurássico as Formações Botucatu, no Brasil, Misiones, no Paraguai, e Tacuarembó, que ocorre na Argentina e no Uruguai (Rocha, 1997). Os arenitos do Triássico têm origem flúvio-lacustre e alcançam uma porosidade média de 16%, em razão dos elevados índices de argila, o que dificulta o fluxo de água no interior da rocha (Araújo et al., 1995). Os arenitos do Jurássico têm origem eólica e uma porosidade média de 17%. Neles ocorrem os melhores reservatórios de água do sistema (ibidem). As rochas arenosas saturadas de água estão entremeadas por rochas basálticas da Formação Serra Geral que resultaram de intrusões desse material. 
Aquíferos em Pernambuco
	A região do Recife, capital do Estado de Pernambuco é abastecido parcialmente – cerca de 35% da demanda hídrica – pelos aquíferos existentes na área, que são:
* Aquífero Beberibe
* Aquífero Cabo
* Aquífero Boa Viagem
* Aquífero Barreiros
Importância e impactos dos aquíferos
	No Brasil, em geral, as águas subterrâneas abastecem rios e lagos, cerca de 51% do suprimento de água potável originado do recurso hídrico subterrâneo (IBGE,1998).
	Tem como principal, a importância estratégica tais como: produção, armazenamento, transporte, regularização, filtragem e auto-depuração, além da função energética. Os usos múltiplos das águas subterrâneas são crescentes: abastecimento, irrigação, calefação, balneoterapia, engarrafamento de águas minerais e potáveis de mesa e outros.
Quanto aos impactos, podem ser caracterizados pelo:
- Esgotamento
- Contaminação
- Excesso de perfuração de poços
- Afundamento
- Salinização
	Existem muitos exemplos de esgotamento de aquíferos através da superexplotação para uso em irrigação. Esse esgotamento dos aquíferos já provocou o afundamento dos solos sobre os aquíferos, isso aconteceu em lugares como a cidade do México e na Califórnia.
	A vulnerabilidade de um aquífero refere-se ao seu grau de proteção natural às possíveis ameaças de contaminação potencial, e depende das características litológicas e hidrogeologicas dos estratos que o separam da fonte de contaminação (geralmente superficial); e dos gradientes hidráulicos que determinam os fluxos dos transportes das substâncias contaminantes através dos sucessivos estratos dentro do aquífero (CALCAGNO, 2001)
	A contaminação ocorre pela ocupação inadequada de uma área que não considera a sua vulnerabilidade, ou seja, a capacidade do solo em degradar as substâncias tóxicas não introduzidas no ambiente, principalmente na zona de recarga dos aquíferos. A contaminação pode se dar por fossas sépticas e negras; infiltração de efluentes industriais, fugas da rede de esgoto e galerias de águas pluviais, vazamentos de postos de serviço, por aterros sanitários e lixões, uso indevido de fertilizantes nitrogenados, depósito de lixo próximos dos poços mal construídos e /ou abandonados. Entretanto, a mais perigosa é a contaminação por produtos químicos que acarretam mais prejuízos, à medida que impossibilita o uso das águas subterrâneas em grandes áreas.
Referências bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS. Aquíferos. Disponível em: http://www.abas.org/educacao.php. Acesso em: 09 de mai. 2015.
MINISTÉRIO DO MEUI AMBIENTE. Águas subterrâneas: um recurso a ser conhecido e protegido. Disponível em: http://www.agrolink.com.br/downloads/%C3%81GUAS%20SUBTERR%C3%82NEAS.pdf. Acesso em: 10 de mai. 2015.
REBOUÇAS, A. C., 1966. Faixa Sedimentar Costeira Pernambuco-Paraíba-Rio Grande do Norte. Aspectos Hidrogeológicos, Anais do II Simpósio de Geologia do Nordeste.
ROLIM FILHO, J.L., 1987. Uma Análise Estatística da Hidroquímica do Aquífero da Região do Recife. Dissertação de Mestrado. Recife, UFPE. Vol.I e II.
Recife, Saneamento do Recife/Consultoria Técnica de Geologia e Engenharia Ltda.
COSTA, W. R; 2005. Aquífero Guarani: gestão compartilhada e soberania. Disponível em: << http://www.scielo.br/pdf/ea/v22n64/a14v2264.pdf>> Acesso em: 14 de maio de 2015.

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