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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Avaliação a Distância – AD1 Período - 2019/1º Disciplina: Introdução ao Agronegócio Coordenador: Luiz Carlos de Oliveira Lima Data para entrega: 24/02/2019 Aluno (a): ..........GABARITO........................................................................................ Polo: ................. GABARITO.......................................................................................... Boa sorte! TEMA 01: O DUALISMO TECNOLÓGICO E A EVOLUÇÃO DA AGRICULTURA TRADICIONAL PARA AGRONEGÓCIO. PERGUNTA: O QUE É DUALISMO TECNOLÓGICO NA AGROPECUÁRIA BRASILEIRA? DESCREVA A EVOLUÇÃO DA AGRICULTURA TRADICIONAL PARA AGRONEGÓCIO (2,5 pontos). RESPOSTA: O setor agropecuário foi se integrando, através do desenvolvimento das relações intersetoriais, com os setores industriais e agroindustriais no processo de industrialização da agricultura. O processo de substituição das importações teve um importante papel na constituição dos complexos agroindustriais brasileiros. Pelo exemplo histórico, podemos perceber a possibilidade do desenvolvimento econômico baseado na oferta dos recursos naturais, formando agrupamentos agroindustriais (polos agroindustriais, complexos agroindustriais, agrupamentos ou redes). Em outras palavras, a arquitetura organizacional das atividades agrícolas e pecuárias foi assumindo um desenho cada vez mais complexo e diversificado, assim que a economia nacional foi se integrando à economia internacional, através das cadeias de mercadorias com seus segmentos e núcleos de maior valor agregado e foi sendo disputados pelo capital internacional. Por causa do grande desenvolvimento na produção e do mercado de produtos do agronegócio, o sistema agroindustrial para se constituir foi requerendo, paralelamente, uma complementação no nível organizacional e institucional. Desse modo, podemos indicar, como instituições e organizações do CAI, três tipos de participantes: 1) Organizações operacionais: os fazendeiros, processadores e distribuidores que manipulam e impulsionam fisicamente o produto pelo sistema. 2) Organizações que geram e transmitem energia no estágio inicial do sistema: as empresas de suprimentos de insumos e fatores de produção, os agentes financeiros, os centros de pesquisa e experimentação, entidades de fomento e assistência técnica e outras. 3) Os mecanismos coordenadores: o governo, contratos comerciais, mercados futuros, sindicatos, associações e outros que regulamentam a interação e a integração dos diferentes segmentos do sistema. A capacidade gerencial é o fator crítico no desenvolvimento de um sistema viável de produção de fibras, alimentos e energia renovável, cujo conjunto, dado sua magnitude, é forte determinante do crescimento econômico de países em desenvolvimento. A economia rural, no caso brasileiro, tem apresentado desenvolvimento desigual, com diferentes níveis tecnológicos e de inserção no mercado nacional e global. Por essa razão, podemos classificar a agricultura em dois grupos de desenvolvimento, como a seguir: a) Agricultura comercial, “moderna” e de “mercado”. Polo dinâmico que incorpora tecnologias avançadas, ganhos sistemáticos de produtividade e articula a produção agroindustrial com o desenvolvimento urbano. O problema crucial está no estreitamento da margem de rentabilidade, medida pela relação preço- custo. Este fenômeno condiciona o nível de renda e a vida das famílias rurais e afeta a taxa de formação de capital do setor. b) Agricultura de baixa renda ou “tradicional”. Núcleo estagnado que utiliza tecnologia tradicional e produz a base de unidades familiares independentes ou, às vezes, articuladas com propriedade latifundiária. A produção centraliza-se na terra e no trabalho. A produção é dirigida para a auto suficiência e sua articulação com o CAI é incipiente. Ainda ressente o agricultor tradicional, de informação, conhecimento de mercado e de produtos e processos de produção. Isso faz com que a tomada de decisão leve em consideração muito mais aspectos de dentro da porteira, ligados à auto suficiência, do que de mercado e renda. O investimento na educação do homem do campo é questão chave na agricultura. O desempenho do setor agropecuário depende de investimentos em pesquisas e desenvolvimento, bem como em infraestrutura das médias aglomerações urbanas. TEMA 02: O CONCEITO DE AGRONEGÓCIO NO CONTEXTO DA ECONOMIA INDUSTRIAL PERGUNTA: QUAIS AS PRICIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ABORDAGEM DE SISTEMA AGROINDUSTRIAL (COMMODITY SYSTEM APPROACH) E DAS REDES DE PRODUÇÃO? (2,5 pontos). RESPOSTA: Em 1968, Ray Goldberg desenvolveu o conceito de sistema agroindustrial (Commodity System Approach), quando então passou a aplicar conceitos oriundos da economia industrial. A diferença entre essa abordagem e a anterior se deve ao fato de que a ênfase passou a ser um produto específico da agropecuária, além de considerar os aspectos da localização territorial. O paradigma clássico da economia industrial era a relação entre estrutura de mercado, a conduta ou comportamento estratégico dos agentes econômicos e o desempenho competitivo que passa a fornecer os principais critérios de análise e de planejamento. As relações existentes entre os segmentos do sistema se dão num ambiente onde atuam as organizações (associações, federações, cooperativas e sistemas de informações, entre outros) e as instituições (cultura, tradições, nível educacional, sistema legal, costumes). Uma instituição se manifesta num conjunto, historicamente consolidado ao longo do tempo, de regras estáveis, abstratas e impessoais, cristalizado em tradições, costumes ou leis para implantar e assegurar padrões de comportamento, governando relações entre grupos sociais separados. As instituições englobam o mercado e as organizações. Organização é um arranjo institucional com o objetivo de viabilizar a coordenação consciente e proposital de atividades dentro de fronteiras identificadas. Na organização, os membros se associam numa base regular através de um conjunto de acordos implícitos e explícitos e se comprometem a ações coletivas com a finalidade de criar e alocar recursos e capacidades através de uma combinação de comando e cooperação. O mercado é um arranjo institucional que consiste em regras e convenções que permitem um grande número de transferências voluntárias de direito de propriedade numa base regular; estas transferências reversíveis são implantadas e asseguradas através de um mecanismo específico de regulação que é o sistema competitivo de preços. Segundo Piore e Sabel (1984), as redes de produção surgiram com o esgotamento do sistema de produção em massa. Esse fenômeno foi chamado “segunda divisão industrial” na história do capitalismo, caracterizado pela transição da produção em massa para a produção flexível. O modelo de produção em massa fundamentou-se em ganhos de produtividade obtidos por economias de escala em um processo mecanizado de produção padronizada com base em linhas de montagem, sob as condições de controle de um grande mercado por uma forma organizacional específica: a grande empresa estruturada nos princípios de integração vertical e na divisão social e técnica institucionalizada de trabalho. Nessa nova economia, a demanda de quantidade e qualidade tornou-se imprevisível, os mercados ficaram mundialmente diversificados e o ritmo da transformação tecnológica tornou obsoletos os equipamentos de produção com objetivo único. O sistema de produção em massa ficou muito rígido e dispendioso para as características da nova economia. O sistema produtivo flexível surgiu como uma possível resposta para essa rigidez. A resposta passou a sera especialização flexível, quando a produção adapta-se à transformação contínua sem pretender controlá-la em um padrão de arte industrial ou produção personalizada. Segundo Castells (1996), o surgimento da economia com base na tecnologia de informação caracteriza-se pelo desenvolvimento de uma nova lógica organizacional que está relacionada com o processo atual de transformação tecnológica, mas não depende dele. O modelo de rede é praticado tanto por empresas de pequeno e médio porte como sob o controle de uma grande empresa, quando no caso do licenciamento e da terceirização de produção. Já o modelo organizacional através de alianças corporativas estratégicas é adotado nos setores em que a inovação representa a principal arma competitiva. A mudança de burocracias verticais para a empresa horizontal apresenta sete tendências principais: • organização em torno do processo, não da tarefa; • hierarquia horizontal; • gerenciamento em equipe; • medida do desempenho pela satisfação do cliente; • recompensa com base no desempenho da equipe. TEMA 03: AS ECONOMIAS INTERNAS E AS ECONOMIAS EXTERNAS DA LOCALIZAÇÃO PERGUNTA: O QUE É ECONOMIA INTERNA DAS EMPRESAS E ECONOMIA EXTERNA DA LOCALIZAÇÃO DAS EMPRESAS? (2,5 pontos) RESPOSTA: O economista, Alfred Marshall (1988), de nacionalidade inglesa, no livro Princípios de economia, tratou da especialização territorial das atividades econômicas. Marshall procurou especificar mais as diferentes fontes de economias da localização das atividades industriais. É o que conhecemos hoje como economias internas e economias externas da localização. “Indústria localizada” Segundo ele, uma indústria concentrada em certas localidades é chamada “indústria localizada”. Essa localização elementar da indústria teria preparado gradualmente o caminho para muitos dos modernos avanços da divisão do trabalho na indústria mecânica e na tarefa de administração de empresa. Muitas causas levaram à localização de indústrias, mas as principais foram condições físicas tais como a natureza do clima e do solo, a existência de minas e de pedreiras nas proximidades ou um fácil acesso por terra ou mar. Você certamente já teve oportunidade de identificar algumas fontes importantes do desenvolvimento urbano e industrial. Ao longo do seu estudo, Marshall procurou formular e responder perguntas importantes a respeito do processo de desenvolvimento. Qual a vantagem dos agrupamentos de trabalhadores especializados que se reúnem dentro dos estreitos limites de uma cidade manufatureira ou de uma região industrial densamente povoada? A utilização econômica de máquinas de alto preço pode muitas vezes ser realizada numa região em que exista uma grande produção conjunta da mesma espécie. Em todos os estágios do desenvolvimento econômico, uma indústria localizada obtém grande vantagem pelo fato de oferecer um mercado constante para mão de obra especializada. As vantagens da variedade de empregos se combinam com as da localização das indústrias, e isso constitui a causa principal do seu contínuo crescimento. Qual a ação que as forças modernas exercem sobre a distribuição geográfica das indústrias? A que ponto as economias da divisão do trabalho podem chegar pela concentração de grande número de pequenas empresas da mesma espécie numa mesma localidade? Até que ponto esse resultado pode ser obtido pela concentração de grande parte do comércio do país em mãos de um número relativamente empíricas e mais dos largos desenvolvimentos de princípios científicos, e muitos destes desenvolvimentos são realizados por estudiosos na procura do conhecimento. Economias internas Em muitas indústrias, um produtor individual pode conseguir consideráveis economias internas mediante um grande aumento de sua produção. Pequeno de firmas ricas e poderosas, através da produção em larga escala? Até que ponto as economias de produção em larga escala devem ser internas, e até que ponto as economias de produção em larga escala devem ser externas? A característica das indústrias manufatureiras é a sua possibilidade de escolher livremente a localidade onde vão trabalhar. As principais vantagens da produção em massa que podem ser apontadas são as seguintes: a economia de mão de obra, a economia de máquina e a economia de materiais, que vai perdendo importância relativamente às duas outras. As economias internas obtidas por uma boa organização de compras e de vendas ou por aumento de escala de produção figuram entre as principais causas da tendência para fusão de muitas empresas da mesma indústria ou comércio em uma única entidade gigantesca. Economias externas As economias externas envolvendo investimento público em infraestrutura de transporte, armazenagem e portos estão constantemente crescendo em importância, em todos os ramos de negócios. Observando e trazendo conhecimentos para os que precisam, os jornais e as publicações profissionais e técnicas de todos os gêneros contribuem muito positivamente para a tomada de decisões nas empresas. As transformações na manufatura dependem menos de simples regras empíricas e mais dos largos desenvolvimentos de princípios científicos, e muitos destes desenvolvimentos são realizados por estudiosos na procura do conhecimento. Em muitas indústrias, um produtor individual pode conseguir consideráveis economias internas mediante um grande aumento de sua produção. TEMA 04: INSEGURANÇA ALIMENTAR PERGUNTA: COMO A DESACELERAÇÃO DA ECONOMIA GLOBAL, QUANDO COMBINADA COM A ALTA DO PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS E DOS ALIMENTOS, CONTRIBUI PARA A DETERIORAÇÃO DA SEGURANÇA ALIMENTAR NO MUNDO? (2,5 pontos). RESPOSTA: A desaceleração da economia global, quando combinada com a alta do preço dos combustíveis e dos alimentos, contribui para a deterioração da segurança alimentar no mundo. Isso tem um impacto negativo nos países em desenvolvimento que já se incluem os mais problemáticos, como os da África subsaariana. Entre esses estão a Etiópia, a Eritréia, o Sudão e Moçambique. As crises de abastecimento geram tumultos nos países mais pobres. No Haiti e na Costa do Marfim, os protestos contra preços de alimentos em alta se multiplicam. Distúrbios com dezenas de pessoas são relatados em Camarões, Senegal, Burkina Fasso, Mauritânia e em Moçambique. No México, houve o “levante da tortilha”. Camponeses na Índia e na Indonésia se chocaram com policiais. Na Argentina, fazendeiros se mobilizaram contra elevação de impostos. Os governos reagiram. Recentemente a Índia proibiu a exportação de arroz. Suspendeu tarifas de exportação sobre milho e óleos comestíveis. Terceiro maior exportador mundial de arroz, o Vietnã anunciou corte realizou buscas em armazéns. A Arábia Saudita reduziu impostos de importação de trigo, frango, laticínios e óleos vegetais. O Peru anunciou programa de doação de alimentos de 11% dos embarques de produto neste ano. Nas Filipinas, o governo realizou buscas em armazéns. A Arábia Saudita reduziu impostos de importação de trigo, frango, laticínios e óleos vegetais. O Peru anunciou programa de doação de alimentos. Segundo a Avaliação sobre Segurança Alimentar, um relatório anual do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), os alimentos e o petróleo mais caros empurraram 133 milhões de pessoas para o grupo dos que passam fome em 2007. O número de pessoas “sem garantia de ter alimentos” em 70 países em desenvolvimento cresceu em um ano para 982 milhões em 2007. A quantidade de pessoas com dificuldade para obter comida poderia crescer para 1,2 bilhão em 2017. O USDA define como “insegurança alimentar” ter dificuldade em adquirir comida suficiente para alimentar a família ao longo do ano. A distribuição mundial de ajuda de alimentos enfrenta dificuldade. Entre 2004 e 2006, o volume de alimentos doados caiu para cerca de 7,4 milhões de toneladas,uma queda de 25%. A elevação do preço dos alimentos e do custo dos transportes levou os EUA, o maior doador de comida do mundo, a diminuir esse tipo de remessa em cerca de 50% nos últimos cinco anos. Segundo relatório divulgado pelo Programa Mundial de Alimentos da Organização das Nações Unidas, a quantidade de comida distribuída em operações humanitárias, em 2007, atingiu o nível mais baixo dos últimos 50 anos. Segundo o programa, 5,9 milhões de toneladas de alimentos foram doadas em 2007: 15% a menos do registrado em 2006. O relatório atribui a diminuição à alta generalizada dos preços dos grãos no mercado internacional. É o caso do trigo, cujo preço aumentou 122% entre 2000 e 2007. O milho, no mesmo período, sofreu aumento de 86%. As doações em dinheiro para comprar alimentos para operações de ajuda não caíram muito em 2007 quando comparadas às dos anos anteriores. No entanto, com a alta dos preços, diminuiu bastante a quantidade de alimentos que podem ser comprados com esse montante pelas agências humanitárias. Também diminuíram as doações de grãos feitas diretamente pelos países produtores a essas organizações. Dos 31 principais produtores- doadores, apenas 24 entregaram alimentos em 2007, implicando uma redução total das doações diretas da ordem de 59%. A queda foi mais drástica na transferência de milho: em 2006 foram 1,32 milhões de toneladas contra apenas 700 mil, em 2007. Em relação à diminuição de doação por país, a redução foi maior nas duas nações líderes em transferência direta de ajuda: os EUA doaram 44% menos alimentos em 2007 do que fizeram em 2006 e a União Europeia doou menos 25% quando comparados os mesmos períodos. No início de 2008, o Programa Mundial de Alimentos enfrentou um déficit de US$ 755 milhões em seu orçamento devido ao aumento no preço dos alimentos. O Programa Mundial de Alimentos, segundo a ONU, precisa de pelo menos US$ 500 milhões em gêneros para atender às eventuais emergências geradas pelo aumento dos preços dos produtos básicos.
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