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Dissertação José Tuna

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Caracterização in-situ de eflorescências e de outros 
compostos salinos em paramentos 
 
 
José Miguel Rodrigues Tuna 
 
 
 
Dissertação para a obtenção do Grau de Mestre em 
Engenharia Civil 
 
 
 
 
Presidente: Doutor Augusto Martins Gomes 
Orientador: Doutora Inês dos Santos Flores Barbosa Colen 
Orientador: Doutor Jorge Manuel Caliço Lopes de Brito 
Vogal: Doutora Teresa Cláudio Diaz Gonçalves 
Outubro de 2011 
 
 
 
 
 
Caracterização in-situ de eflorescências e de outros compostos salinos em paramentos 
i 
 
Resumo 
A ocorrência de manifestações visíveis de sais solúveis em construções é uma das anomalias 
mais comuns, reflectindo-se a vários níveis: de habitabilidade, estético e, em último caso, 
estrutural. 
A recuperação de paredes afectadas pela presença de sais é muitas vezes problemática, 
sendo que a maioria das intervenções é de reduzido sucesso, surgindo novamente o mesmo 
tipo de anomalias. 
O presente estudo tem como objectivo principal avaliar a presença de sais em paredes. 
Paralelamente, pretende-se conhecer e aplicar de forma aprofundada as técnicas de avaliação 
de eflorescências e outros compostos salinos. 
É definida uma metodologia de diagnóstico que é aplicada aos vários casos de estudo. A 
interacção entre as diferentes técnicas aplicadas durante a dissertação pode melhorar de forma 
substancial a avaliação feita a paredes sujeitas à acção de sais. 
Estas técnicas podem ser divididas em três grupos: as técnicas de análise sensorial que 
utilizam, como o próprio nome indica, os sentidos do corpo humano, as técnicas de avaliação 
in-situ e as de laboratório. Neste sentido, pretende-se analisar a aplicabilidade das técnicas 
utilizadas, bem como a sua sensibilidade aos factores envolvidos nessa utilização. 
Como objectivo final, pretende-se associar aos diferentes tipos de eflorescências as 
respectivas causas, tornando práticas e eficazes as metodologias de inspecção e reabilitação. 
Foram analisados 10 casos de estudo distintos, sendo efectuadas 153 análises ao longo de 
todo o trabalho experimental através das técnicas de avaliação in-situ e em laboratório. 
A utilidade das técnicas de ensaio e da metodologia de diagnóstico na avaliação da presença 
de sais em paramentos foi comprovada. 
 
 
 
Palavras-chave: 
Análise sensorial; ensaios in-situ; metodologia de avaliação; sais solúveis; técnicas de 
laboratório
Caracterização in-situ de eflorescências e de outros compostos salinos em paramentos 
ii 
 
Abstract 
The occurrence of visible manifestations of soluble minerals (salt) is one of the most common 
anomalies in building construction. When it is not taken seriously it can have negative impact on 
living, esthetical and, ultimately, structural conditions. 
The rehabilitation of walls affected by salt can frequently be problematic. Experience indicates 
that interventions only have a temporary effect since symptoms of the phenomenon usually 
reappear over time. 
The present thesis main objectives can be resumed as understanding the efflorescence 
phenomena, contributing to enrich the knowledge on the evaluation techniques concerning this 
anomaly and other saline compounds. 
To apply in various case studies, a diagnosis methodology is defined. Interaction between the 
different techniques applied during this thesis can substantially increase the quality of the 
evaluation of walls affected by salts. 
These techniques can be divided into three groups: sensorial analysis, which use, as its name 
suggests, the human body senses, in-situ evaluation and laboratorial techniques. The 
applicability of the techniques used, as well as their sensitivity to various factors involved, are 
also studied. 
The last objective is to associate different types of efflorescences to the corresponding causes, 
leading to more efficient and practical inspection and rehabilitation methodologies. 
Ten distinct case studies were analyzed, resulting in 153 analyses throughout the experimental 
work using laboratorial and in-situ evaluation techniques. 
The utility of testing techniques and diagnosis methodologies to asses the presence of salts in 
walls was confirmed. 
 
 
 
Key Words: 
Sensorial analysis; in-situ techniques; evaluation methodology; soluble salts; laboratorial 
techniques. 
Caracterização in-situ de eflorescências e de outros compostos salinos em paramentos 
iii 
 
Agradecimentos 
Esta dissertação é o resultado de um longo período de trabalho. Durante este período, diversas 
pessoas contribuíram, a diferentes níveis mas de forma decisiva, para a sua realização, 
merecendo por isso o meu sincero agradecimento: 
À Professora Inês Flores-Colen, minha orientadora científica, pela energia e empenho 
demonstrados ao longo de todo o trabalho, pela partilha de conhecimento sobre o tema e, 
sobretudo, pela atenção e disponibilidade constantes na análise de resultados e na revisão do 
texto. 
Ao Professor Jorge de Brito, meu co-orientador científico, pela disponibilidade, informação e 
conhecimento transmitido e, especialmente, pelo rigor e espírito crítico colocados no 
desenvolvimento e revisão de todo o trabalho. 
Ao Doutor Manuel Francisco Costa Pereira, pela sua colaboração, disponibilização de 
utilização de equipamentos do Laboratório de Mineralogia e Petrologia do IST (LAMPIST) 
pertencente ao Centro de Petrologia e Geoquímica (CEPGIST), e ainda pela sua dedicação e 
disponibilidade. 
À Doutora Elisabete Silva e ao laboratório de Engenharia Química do IST, pela disponibilidade 
e pela possibilidade de realizar a formulação das soluções padrão dos vários tipos de iões. 
Ao senhor Leonel Silva o apoio e ao laboratório de construção do DECivil / IST, pela 
possibilidade de realização dos ensaios das fitas colorimétricas e kit de campo. 
A todos os autores e investigadores que, com o seu trabalho, contribuíram para um melhor 
conhecimento do tema e para o desenvolvimento de todo este trabalho. 
A todos os colegas e amigos do Instituto Superior Técnico, pelo apoio, amizade e 
disponibilidade ao longo de todo o meu percurso académico. 
À minha família mais próxima que, de algum modo, ajudou na realização deste trabalho. 
Agradeço, em especial, aos meus pais, pela ajuda preciosa na revisão do texto e pelo esforço 
realizado durante estes anos de curso, assim como pelo amor, apoio e compreensão que 
sempre souberam dar. 
Finalmente, à Patrícia, pelo apoio incondicional, compreensão e paciência durante todos os 
momentos que dediquei a este trabalho. 
 
Caracterização in-situ de eflorescências e de outros compostos salinos em paramentos 
iv 
 
Índice geral 
Resumo .......................................................................................................................................... i
 
Abstract .......................................................................................................................................... ii
 
Agradecimentos............................................................................................................................. iii
 
Índice geral .................................................................................................................................... iv
 
Índice de figuras ........................................................................................................................... vii
 
Índice de quadros .......................................................................................................................... xi
 
Abreviaturas ................................................................................................................................xiv
 
Simbologia .................................................................................................................................... xv
 
1.
 
Introdução ............................................................................................................................. 1
 
1.1.
 
Enquadramento e justificação da investigação ............................................................. 1
 
1.2.
 
Objectivos e metodologia de investigação .................................................................... 2
 
1.3.
 
Estrutura e organização do texto .................................................................................. 3
 
2.
 
Caracterização das eflorescências e da sua origem ............................................................ 5
 
2.1.
 
Considerações gerais .................................................................................................... 5
 
2.2.
 
Caracterização de eflorescências ................................................................................. 7
 
2.3.
 
Mecanismos de aparecimento de eflorescências ....................................................... 12
 
2.4.
 
Influência de sais solúveis na secagem dos materiais ............................................... 14
 
2.5.
 
Consequências das eflorescências ............................................................................. 16
 
2.6.
 
Formas de prevenção ................................................................................................. 17
 
2.7.
 
Gravidade e probabilidade de ocorrência ................................................................... 19
 
2.8.
 
Conclusões do capítulo ............................................................................................... 21
 
3.
 
Métodos de avaliação das eflorescências e de outros compostos salinos ........................ 23
 
3.1.
 
Considerações gerais .................................................................................................. 23
 
3.2.
 
Análise sensorial ......................................................................................................... 24
 
3.2.1.
 
Inspecção visual e análise documental ............................................................... 24
 
3.2.2.
 
Avaliação olfactiva ............................................................................................... 24
 
3.2.3.
 
Avaliação táctil ..................................................................................................... 24
 
3.2.4.
 
Avaliação gustativa .............................................................................................. 25
 
3.2.5.
 
Avaliação auditiva ................................................................................................ 25
 
Caracterização in-situ de eflorescências e de outros compostos salinos em paramentos 
v 
 
3.3.
 
Técnicas in-situ ............................................................................................................ 25
 
3.3.1.
 
Kit de campo ........................................................................................................ 25
 
3.3.2.
 
Fitas colorimétricas .............................................................................................. 28
 
3.3.3.
 
Medidor de pH, condutividade e total de sólidos dissolvidos (TDS) ................... 29
 
3.3.4.
 
Medidor de contaminação de sal ........................................................................ 31
 
3.4.
 
Técnicas de laboratório ............................................................................................... 32
 
3.4.1.
 
Cromatografia iónica ........................................................................................... 32
 
3.4.2.
 
Difracção de raios X ............................................................................................ 32
 
3.4.3.
 
Espectrometria de fluorescência de raios X (EFRX) ........................................... 37
 
3.4.4.
 
Lupa binocular ..................................................................................................... 39
 
3.4.5.
 
Análise de espectroscopia de absorção de raios infravermelhos (FTIR) ........... 40
 
3.5.
 
Conclusões do capítulo ............................................................................................... 42
 
4.
 
Trabalho de campo ............................................................................................................. 45
 
4.1.
 
Considerações gerais .................................................................................................. 45
 
4.2.
 
Metodologia do trabalho de campo ............................................................................. 45
 
4.2.1.
 
Material / equipamento de suporte à inspecção ................................................. 51
 
4.2.2.
 
Técnicas utilizadas e parâmetros medidos ......................................................... 52
 
4.3.
 
Calibração do kit de campo e fitas colorimétricas ....................................................... 52
 
4.4.
 
Caracterização dos casos de estudo .......................................................................... 54
 
4.4.1.
 
Caso de estudo I ................................................................................................. 54
 
4.4.2.
 
Caso de estudo II ................................................................................................ 56
 
4.4.3.
 
Caso de estudo III ............................................................................................... 56
 
4.4.4.
 
Caso de estudo IV ............................................................................................... 58
 
4.4.5.
 
Caso de estudo V ................................................................................................ 59
 
4.4.6.
 
Caso de estudo VI ............................................................................................... 60
 
4.4.7.
 
Caso de estudo VII .............................................................................................. 61
 
4.4.8.
 
Caso de estudo VIII ............................................................................................. 62
 
4.4.9.
 
Caso de estudo IX ............................................................................................... 63
 
4.4.10.
 
Caso de estudo X ................................................................................................ 64
 
4.5.
 
Ficha de inspecção tipo ............................................................................................... 65
 
4.6.
 
Conclusões do capítulo ............................................................................................... 69
 
Caracterização in-situ de eflorescências e de outros compostos salinos em paramentos 
vi 
 
5.
 
Apresentação e discussão dos resultados ......................................................................... 71
 
5.1.
 
Considerações gerais .................................................................................................. 71
 
5.2.
 
Resultados da calibração do kit de campo e das fitas colorimétricas ......................... 72
 
5.3.
 
Casos de estudo .......................................................................................................... 75
 
5.3.1.
 
Caso de estudo I ................................................................................................. 75
 
5.3.2.
 
Caso de estudo II ................................................................................................82
 
5.3.3.
 
Caso de estudo III ............................................................................................... 86
 
5.3.4.
 
Caso de estudo IV ............................................................................................... 92
 
5.3.5.
 
Caso de estudo V ................................................................................................ 95
 
5.3.6.
 
Caso de estudo VI ............................................................................................... 98
 
5.3.7.
 
Caso de estudo VII ............................................................................................ 101
 
5.3.8.
 
Caso de estudo VIII ........................................................................................... 103
 
5.3.9.
 
Caso de estudo IX ............................................................................................. 105
 
5.3.10.
 
Caso de estudo X .............................................................................................. 108
 
5.4.
 
Síntese e discussão geral dos resultados obtidos .................................................... 113
 
5.5.
 
Conclusões do capítulo ............................................................................................. 121
 
6.
 
Conclusões e desenvolvimentos futuros .......................................................................... 125
 
6.1.
 
Considerações finais ................................................................................................. 125
 
6.2.
 
Conclusões gerais ..................................................................................................... 126
 
6.3.
 
Desenvolvimentos futuros ......................................................................................... 128
 
Bibliografia ................................................................................................................................. 129
 
Anexos ....................................................................................................................................... 135
 
Anexo I - Ficha de ensaio kit de campo ..................................................................................... I
 
Anexo II - Ficha de ensaio fitas colorimétricas ........................................................................ VI
 
Anexo III - Formulação das soluções padrão .......................................................................... IX
 
Anexo IV - Ficha de inspecção - exemplo .............................................................................. XII
 
Anexo V - Relatório da análise com difractómetro de raios X (DRX) - exemplo do caso de 
estudo VIII ............................................................................................................................ XVII
 
Anexo VI - Gráfico de uma análise de espectrometria de fluorescência de raios X (EFRX) - 
exemplo do caso de estudo VII ........................................................................................... XVIII
 
Anexo VII - Gráfico de uma análise de espectroscopia de absorção de raios infravermelhos 
(FTIR) - exemplo do caso de estudo III da amostra 2 .......................................................... XIX
 
Caracterização in-situ de eflorescências e de outros compostos salinos em paramentos 
vii 
 
Índice de figuras 
Figura ‎2.1 - Eflorescências na superfície de azulejos................................................................... 5 
Figura ‎2.2 - Eflorescências na superfície da placa cerâmica e nas juntas ................................... 5 
Figura ‎2.3 - Eflorescências em pinturas rupestres ........................................................................ 6 
Figura ‎2.4 - Escultura afectada pela cristalização de sais ............................................................ 6 
Figura ‎2.5 - Eflorescência em pintura ou fresco ........................................................................... 6 
Figura ‎2.6 - Agregado radial de cristais aciculares de trona ......................................................... 8 
Figura ‎2.7 - Cristal prismático subédrico de fosfato de cálcio ...................................................... 8 
Figura ‎2.8 - Eflorescência‎“fluffy” .................................................................................................. 8 
Figura ‎2.9 - Eflorescência pulverulenta ......................................................................................... 9 
Figura ‎2.10 - Fluxograma do mecanismo de degradação de sais .............................................. 13 
Figura ‎2.11 - Representação esquemática da humidade no interior das paredes devido a várias 
causas ......................................................................................................................................... 14 
Figura ‎2.12 - Modelo que relaciona a presença de água ou de uma solução salina com a 
ascensão capilar em paredes: a preto parede seca; a azul água no esquema à esquerda e 
solução salina no esquema à direita ........................................................................................... 15 
Figura ‎2.13 - Cristalização na 1ª fase de secagem provocando eflorescências ........................ 16 
Figura ‎2.14 - Cristalização na 2ª fase de secagem provocando criptoflorescências ................. 16 
Figura ‎2.15 - Eflorescência ......................................................................................................... 17 
Figura ‎2.16 - Princípios de funcionamento dos vários tipos de revestimentos ........................... 18 
Figura ‎2.17 - Distribuição, numa parede, da migração ascensional, das soluções salinas mais 
comuns ........................................................................................................................................ 20 
Figura ‎3.1 - Kit de campo ............................................................................................................ 26 
Figura ‎3.2 - Etapas principais do kit de campo ........................................................................... 27 
Figura ‎3.3 - Fitas colorimétricas: procedimento simplificado ...................................................... 28 
Figura ‎3.4 - Medidor de pH e TDS .............................................................................................. 29 
Figura ‎3.5 - Medição da quantidade de sal através da condutividade........................................ 31 
Figura ‎3.6 - Equipamento para difracção de raio X .................................................................... 33 
Figura ‎3.7 - Eflorescência retirada em estado puro .................................................................... 33 
Figura ‎3.8 - Restante material retirado do local .......................................................................... 33 
Figura ‎3.9 - Processo de trituração da amostra .......................................................................... 33 
Figura ‎3.10 - Ampola onde é colocada a amostra ...................................................................... 34 
Figura ‎3.11 - Introdução da amostra na ampola ......................................................................... 34 
Figura ‎3.12 - Preparação da superfície para introdução ............................................................ 34 
Figura ‎3.13 - Introdução da cápsula na máquina ........................................................................ 34 
Figura ‎3.14 - Modelo de funcionamento da DRX ........................................................................ 35 
Caracterização in-situ de eflorescências e de outros compostos salinos em paramentos 
viii 
 
Figura ‎3.15 - Gráfico com os picos de maior intensidade........................................................... 35 
Figura ‎3.16 - Gráfico onde são apresentadas as substâncias mais abundantes na amostra .... 36 
Figura ‎3.17 - Equipamento de espectrometria de fluorescência de raios X ............................... 37 
Figura ‎3.18 - Preparação da amostra antes de a inserir na máquina ......................................... 37 
Figura ‎3.19 - Introdução da cápsula na máquina de análise ...................................................... 38 
Figura ‎3.20 - Gráfico representativo dos picos de intensidade dos átomos presentes na amostra
 ..................................................................................................................................................... 39 
Figura ‎3.21 - Lupa binocular ....................................................................................................... 39 
Figura ‎3.22 - Secções fotografadas através da lupa binocular ................................................... 40 
Figura ‎3.23 - Espectro electromagnético .................................................................................... 40 
Figura ‎3.24 - Exemplo de resultado obtido por análise FTIR ..................................................... 41 
Figura ‎3.25 - Fluxograma com os vários métodos de avaliação de eflorescências .................. 43 
Figura ‎4.1 - Fotos da anomalia e sua envolvente ....................................................................... 46 
Figura ‎4.2 - Exemplo da análise gustativa .................................................................................. 46 
Figura ‎4.3 - Exemplo de uma análise à textura .......................................................................... 46 
Figura ‎4.4 - Exemplo da recolha de amostras ............................................................................ 47 
Figura ‎4.5 - Relação entre a concentração em mg/l e mg/kg ..................................................... 48 
Figura ‎4.6 - Fluxograma ilustrativo da metodologia de diagnóstico proposta ............................ 50 
Figura ‎4.7 - Material de apoio à inspecção ................................................................................. 51 
Figura ‎4.8 - Pesagem do sal na balança digital .......................................................................... 53 
Figura ‎4.9 - Dissolução do sal em água destilada ...................................................................... 53 
Figura ‎4.10 - Frascos de armazenamento das soluções padrão referentes ao ião sulfato ........ 54 
Figura ‎4.11 - Frascos de armazenamento das soluções padrão referentes ao ião cloreto........ 54 
Figura ‎4.12 - Frascos de armazenamento das soluções padrão referentes ao ião nitrato ........ 54 
Figura ‎4.13 - Foto exterior do edifício (a anomalia esta localizada na parte interior da parede da 
zona assinalada a vermelho) ...................................................................................................... 55 
Figura ‎4.14 - Foto geral da anomalia .......................................................................................... 55 
Figura ‎4.15 - Anomalia detectada ............................................................................................... 56 
Figura ‎4.16 - Fachada do edifício referente ao caso de estudo ................................................. 57 
Figura ‎4.17 - Parede afectada pela presença de sais ................................................................ 57 
Figura ‎4.18 - Aspecto da anomalia ............................................................................................. 58 
Figura ‎4.19 - Foto do local onde foi detectada a anomalia ......................................................... 59 
Figura ‎4.20 - Desprendimento de azulejos na fachada exterior do edifício ................................ 59 
Figura ‎4.21 - Eflorescência presente no reboco ......................................................................... 60 
Figura ‎4.22 - Eflorescência presente no revestimento pétreo .................................................... 60 
Figura ‎4.23 - Restantes locais afectados .................................................................................... 60 
Caracterização in-situ de eflorescências e de outros compostos salinos em paramentos 
ix 
 
Figura ‎4.24 - Fotos da anomalia ................................................................................................. 61 
Figura ‎4.25 - Eflorescência hidratada em Janeiro de 2011 ........................................................ 61 
Figura ‎4.26 - Localização de toda a anomalia presente na parede ............................................ 62 
Figura ‎4.27 - Pormenor da formação de bolhas e empolamentos da pintura da parede ........... 62 
Figura ‎4.28 - Pilar afectado pela presença de sais ..................................................................... 63 
Figura ‎4.29 - Foto da parede onde foi detectado a anomalia ..................................................... 63 
Figura ‎4.30 - Foto do edifício relativo ao caso de estudo ........................................................... 64 
Figura ‎4.31 - Local de recolha da amostra de estuque e sal na entrada do edifício .................. 65 
Figura ‎4.32 - Local da recolha da amostra de pó ....................................................................... 65 
Figura ‎4.33 - Local da recolha da amostra no painel de gesso cartonado ................................. 65 
Figura ‎4.34 - Elementos a registar na ficha de inspecção (página 1 / 4) ................................... 66 
Figura ‎4.35 - Elementos a registar na ficha de inspecção (página 2 / 4) ................................... 67 
Figura ‎4.36 - Elementos a registar na ficha de inspecção (página 3 / 4) ................................... 68 
Figura ‎4.37 - Elementos a registar na ficha de inspecção (página 4 / 4) ................................... 69 
Figura ‎5.1 - Foto geral da anomalia detectada no caso de estudo I ........................................... 75 
Figura ‎5.2 - Local de recolha da amostra 1 ................................................................................ 76 
Figura ‎5.3 - Local de recolha da amostra 2 ................................................................................ 76 
Figura ‎5.4 - Gráfico representativo dos picos de intensidade dos átomos de cálcio, magnésio, 
cloro, potássio e enxofre da amostra 2 de reboco segundo a análise EFRX ............................. 79 
Figura ‎5.5 - Gráfico representativo dos picos de intensidade dos compostos identificados na 
amostra 2 de reboco pela análise DRX ...................................................................................... 80 
Figura ‎5.6 - Local de recolha da amostra 1 ................................................................................ 83 
Figura ‎5.7 - Local de recolha da amostra 2 ................................................................................ 83 
Figura ‎5.8 - Gráfico representativo dos picos de intensidade dos átomos de sódio e cloro 
segundo a análise EFRX da amostra de tijolo ............................................................................ 85 
Figura ‎5.9 - Empolamento da tinta e reboco ............................................................................... 87 
Figura ‎5.10 - Eflorescência fofa, no local de recolha da amostra 1 ............................................ 87 
Figura ‎5.11 - Local de recolha da amostra 2 .............................................................................. 87 
Figura ‎5.12 – Local de recolha da amostra 3 .............................................................................. 87 
Figura ‎5.13 - Gráfico representativo do espectro de infra-vermelhos da análise FTIR da amostra1 de eflorescência fofa ................................................................................................................ 91 
Figura ‎5.14 - Eflorescência fofa .................................................................................................. 92 
Figura ‎5.15 - Foto representativa do elevado volume das eflorescências.................................. 92 
Figura ‎5.16 - Empolamento da tinta ............................................................................................ 92 
Figura ‎5.17 - Local de recolha da amostra ................................................................................. 93 
Caracterização in-situ de eflorescências e de outros compostos salinos em paramentos 
x 
 
Figura ‎5.18 - Gráfico representativo dos picos de intensidade dos átomos de cálcio, sódio, 
potássio e enxofre da amostra de eflorescência segundo a análise EFRX ............................... 94 
Figura ‎5.19 - Recolha da amostra ............................................................................................... 96 
Figura ‎5.20 - Gráfico representativo dos picos de intensidade dos compostos identificados na 
amostra de pela análise DRX ...................................................................................................... 97 
Figura ‎5.21 - Recolha e etiquetação da amostra ........................................................................ 99 
Figura ‎5.22 - Etiquetação da amostra ......................................................................................... 99 
Figura ‎5.23 - Gráfico representativo dos picos de intensidade do composto identificado na 
amostra de eflorescência pela análise DRX ............................................................................. 100 
Figura ‎5.24 - Empolamento da tinta devido à presença de sais ............................................... 101 
Figura ‎5.25 - Empolamento e bolhas na tinta ........................................................................... 103 
Figura ‎5.26 - Local onde foi recolhido o betão destacado do pilar ........................................... 104 
Figura ‎5.27 - Local da recolha da amostra ............................................................................... 105 
Figura ‎5.28 - Parede afectada pela presença de sais .............................................................. 105 
Figura ‎5.29 - Gráfico representativo dos picos de intensidade dos átomos de cálcio, sódio, cloro 
e enxofre segundo a análise EFRX .......................................................................................... 107 
Figura ‎5.30 - Foto do local onde foi retirada a amostra de eflorescência na entrada do edifício
 ................................................................................................................................................... 109 
Figura ‎5.31 - Gráfico representativo dos picos de intensidade dos compostos identificados na 
amostra 1 de reboco na entrada do edifício através da análise DRX ....................................... 111 
Figura ‎5.32 - Gráfico representativo dos picos de intensidade dos compostos identificados na 
amostra 2 de sal da entrada do edifício através da análise DRX ............................................. 112 
Figura ‎5.33 - Gráfico representativo dos picos de intensidade dos compostos identificados na 
amostra 3 de sal recolhida no quarto através da análise DRX ................................................. 112 
Figura ‎5.34 - Fluxograma ilustrativo da metodologia de diagnóstico utilizada na avaliação de 
eflorescências............................................................................................................................ 120 
 
 
Caracterização in-situ de eflorescências e de outros compostos salinos em paramentos 
xi 
 
Índice de quadros 
Quadro ‎2.1 - Eflorescências - Composição, nome, solubilidade em água e fonte de 
contaminação .............................................................................................................................. 10 
Quadro ‎2.2 - Eflorescências - Composição, nome, solubilidade em água e fonte de 
contaminação .............................................................................................................................. 11 
Quadro ‎2.3 - Pressão de cristalização do cloreto de sódio e do sulfato de sódio ...................... 21 
Quadro ‎3.1 - Parâmetros em serviço medidos pelo kit de sais fitas colorimétricas e medidor de 
pH ................................................................................................................................................ 27 
Quadro ‎4.1 - Quadro resumo das técnicas utilizadas ................................................................. 52 
Quadro ‎4.2 - Quadro resumo das soluções padrão realizadas .................................................. 53 
Quadro ‎5.1 - Resultado das análises efectuadas com as soluções padrão ............................... 72 
Quadro ‎5.2 - Resultado dos testes efectuados através do kit de campo e das fitas 
colorimétricas da amostra 1 (eflorescência fofa) ........................................................................ 76 
Quadro ‎5.3 - Resultado dos testes efectuados através do kit de campo e das fitas 
colorimétricas da amostra 2 (reboco) .......................................................................................... 77 
Quadro ‎5.4 - Resultado dos testes efectuados através da análise EFRX, FTIR e DRX da 
amostra 1 (eflorescência fofa) ..................................................................................................... 78 
Quadro ‎5.5 - Resultado dos testes efectuados através da análise EFRX, FTIR e DRX da 
amostra 2 (reboco) ...................................................................................................................... 78 
Quadro ‎5.6 - Resultado dos testes efectuados através do kit de campo e das fitas 
colorimétricas da amostra 1 (tijolo) ............................................................................................. 83 
Quadro ‎5.7 - Resultado dos testes efectuados através do kit de campo e das fitas 
colorimétricas da amostra 2 (reboco) .......................................................................................... 84 
Quadro ‎5.8 - Resultado dos testes efectuados através da análise EFRX e FTIR da amostra 1 
(tijolo) ........................................................................................................................................... 84 
Quadro ‎5.9 - Resultado dos testes efectuados através da análise EFRX e FTIR da amostra 2 
(reboco) ....................................................................................................................................... 85 
Quadro ‎5.10 - Resultado dos testes efectuados através do kit de campo e das fitas 
colorimétricas da amostra 1 (eflorescência fofa) ........................................................................ 87 
Quadro ‎5.11 - Resultado dos testes efectuados através do kit de campo e das fitas 
colorimétricas da amostra 2 (reboco) .......................................................................................... 88 
Quadro ‎5.12 - Resultado dos testes efectuados através do kit de campo e das fitas 
colorimétricas da amostra 3 (tinta, reboco e outros constituintes) .............................................. 88 
Quadro ‎5.13 - Resultado dos testes efectuados através da análise EFRX e FTIR da amostra 1 
(eflorescência fofa) ...................................................................................................................... 90 
Caracterização in-situ de eflorescências e de outros compostos salinos em paramentos 
xii 
 
Quadro ‎5.14 - Resultado dos testes efectuados através da análiseEFRX e FTIR da amostra 2 
(reboco) ....................................................................................................................................... 90 
Quadro ‎5.15 - Resultado dos testes efectuados através da análise EFRX e FTIR da amostra 3 
(tinta, reboco e outros constituintes) ........................................................................................... 90 
Quadro ‎5.16 - Resultado dos testes efectuados através do kit de campo e das fitas 
colorimétricas da amostra (eflorescência fofa) ........................................................................... 93 
Quadro ‎5.17 - Resultado dos testes efectuados através da análise EFRX e DRX da amostra 
(eflorescência fofa) ...................................................................................................................... 94 
Quadro ‎5.18 - Resultado dos testes efectuados através do kit de campo e das fitas 
colorimétricas da amostra (eflorescência) .................................................................................. 96 
Quadro ‎5.19 - Resultado dos testes efectuados através da análise EFRX e DRX da amostra 
(eflorescência) ............................................................................................................................. 97 
Quadro ‎5.20 - Resultado dos testes efectuados através do kit de campo e das fitas 
colorimétricas da amostra (eflorescência) .................................................................................. 99 
Quadro ‎5.21 - Resultado dos testes efectuados através da análise EFRX e DRX da amostra 
(eflorescência) ............................................................................................................................. 99 
Quadro ‎5.22 - Resultado dos testes efectuados através das fitas colorimétricas (eflorescência)
 ................................................................................................................................................... 102 
Quadro ‎5.23 - Resultado dos testes efectuados através da análise EFRX e DRX da amostra 
(eflorescência) ........................................................................................................................... 102 
Quadro ‎5.24 - Resultado dos testes efectuados através do kit de campo e das fitas 
colorimétricas da amostra (betão, tinta e eflorescência) .......................................................... 104 
Quadro ‎5.25 - Resultado dos testes efectuados através da análise EFRX e DRX da amostra 
(betão, tinta e eflorescência) ..................................................................................................... 104 
Quadro ‎5.26 - Resultado dos testes efectuados através do kit de campo e das fitas 
colorimétricas da amostra (rocha degradada) .......................................................................... 106 
Quadro ‎5.27 - Resultado dos testes efectuados através da análise EFRX e FTIR da amostra 
(rocha degradada) ..................................................................................................................... 106 
Quadro ‎5.28 - Resultado dos testes efectuados através do kit de campo e das fitas 
colorimétricas da amostra (estuque da entrada do edifício) ..................................................... 109 
Quadro ‎5.29 - Resultado dos testes efectuados através do kit de campo e das fitas 
colorimétricas da amostra (eflorescência da entrada do edifício) ............................................. 109 
Quadro ‎5.30 - Resultado dos testes efectuados através do kit de campo e das fitas 
colorimétricas da amostra (eflorescência recolhida no quarto) ................................................ 109 
Quadro ‎5.31 - Resultado dos testes efectuados através da análise DRX da amostra 1 (estuque)
 ................................................................................................................................................... 110 
Quadro ‎5.32 - Resultado dos testes efectuados através da análise DRX da amostra 2 
(eflorescência da entrada do edifício) ....................................................................................... 110 
Caracterização in-situ de eflorescências e de outros compostos salinos em paramentos 
xiii 
 
Quadro ‎5.33 - Resultado dos testes efectuados através da análise DRX da amostra 3 
(eflorescência recolhida no quarto) ........................................................................................... 110 
Quadro ‎5.34 - Resultado dos testes efectuados através da análise DRX da amostra 4 (pó 
recolhido no exterior) ................................................................................................................. 111 
Quadro ‎5.35 - Limites de concentrações dos vários iões para amostras de reboco ................ 114 
Quadro ‎5.36 - Quadro resumo das análises sensoriais e dos testes efectuados in-situ e em 
laboratório aos vários casos de estudo ..................................................................................... 115 
Quadro ‎5.37 - Quadro resumo das análises sensoriais e dos testes efectuados in-situ e em 
laboratório aos vários casos de estudo (continuação) .............................................................. 116 
 
 
Caracterização in-situ de eflorescências e de outros compostos salinos em paramentos 
xiv 
 
Abreviaturas 
APFAC - Associação Portuguesa dos Fabricantes de Argamassas de Construção 
CRAT - Centro Regional de Artes Tradicionais 
DECivil - Departamento de Engenharia Civil 
DRX - Difracção de raios X 
EFRX - Espectrometria de fluorescência de raios X 
ENCORE - Encontro sobre Conservação e Reabilitação de Edifícios 
FCT - Faculdade de Ciências e Tecnologias 
FEUP - Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto 
FTIR - Espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier 
IST - Instituto Superior Técnico 
LAMPIST - Laboratório de Mineralogia e Petrologia 
LNEC - Laboratório Nacional de Engenharia Civil 
UNL - Universidade Nova de Lisboa 
 
Caracterização in-situ de eflorescências e de outros compostos salinos em paramentos 
xv 
 
Simbologia 
Alfabeto latino 
c - concentração do soluto na solução super saturada 
[Cl
-
] - concentração dos iões cloreto (mg/l) 
 - condutividade de uma solução desionizada 
 - condutividade da amostra contaminada com sais 
cs - concentração do soluto numa solução saturada 
d - espaçamento entre planos reticulares paralelos (angstroms) 
HR - humidade relativa (%) 
HReq - humidade relativa de equilíbrio (%) 
máx. - valor máximo dos resultados experimentais 
n - representa a ordem de reflexão 
[NO3
-
] - concentração dos iões nitrato (mg/l) 
pcr - pressão nas paredes dos poros de crescimento de cristal (MPa) 
pH - valor de pH 
pl - pressão ambiente (MPa) 
Psi - unidade de pressão no sistema inglês 
R - gás ideal constante (8,3145 MPa.cm
3
. Mol
-1
.K
-1
) 
[SO4
2-
] - concentração dos iões sulfato (mg/l) 
T - temperatura (K) 
TDS - total de sólidos dissolvidos 
Vc - volume molar da fase sólida do sal (cm
3
. mol
-1
) 
Alfabeto grego 
 - pressão de cristalização (MPa) 
θ‎- ângulo de incidência 
λ‎- comprimento de onda dos raios X 
Σ‎sais 
(C+N+S)
 - teor de iões cloreto, nitrato e sulfato (mg/l) 
 
Caracterização in-situ de eflorescências e de outros compostos salinos em paramentos 
xvi 
 
 
 
Caracterização in-situ de eflorescências e de outros compostos salinos em paramentos 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Introdução 
1.1. Enquadramento e justificação da investigação 
Ao longo das últimas décadas, tem-se verificado um aumento exponencial do património 
imobiliário em Portugal, sendo improvável que este crescimento se possa manternum futuro 
próximo. Assim, reconhece-se que a reabilitação e manutenção de imóveis serão uma 
necessidade premente. 
As fachadas dos edifícios são, como o próprio nome‎ indica,‎a‎ “pele”‎destes, pelo que devem 
ser tratadas com bastante responsabilidade e prudência. Se tal não acontecer, o património 
nacional poderá estar em risco de degradação precoce. 
Nos tempos mais longínquos, considerava-se os rebocos como camadas de sacrifício, sendo 
natural proceder à sua substituição com uma certa regularidade. Esta necessidade foi-se 
alterando ao longo dos tempos, não sendo viável nos dias de hoje a substituição integral dos 
rebocos das fachadas com frequência semelhante à que ocorria. Para tal, é necessário 
estabelecer métodos e sistemas que visam a reabilitação das fachadas. 
“Os‎ edifícios‎ correntes,‎ os‎ monumentos‎ e, de um modo geral, todas as construções 
executadas com materiais rochosos e similares poderão estar sujeitas ao processo de 
alteração que tem por base a cristalização dos sais solúveis. Muitos autores consideram a 
cristalização de sais como uma das principais causas de destruição dos materiais porosos de 
construção, onde poderão estar incluídos a pedra, os materiais cerâmicos, as argamassas e o 
betão ” (Rodrigues e Gonçalves, 2005). 
Capítulo 1 - Introdução 
2 
 
A vida útil das fachadas de edifícios é um tema em constante discussão no âmbito da 
reabilitação. Este facto deve-se a um vasto conjunto de características que estão associadas 
às fachadas. De modo a possibilitar uma avaliação eficaz, deve ser feita em separado a 
avaliação dos diferentes elementos que as constituem. 
O trabalho descrito na dissertação baseia-se em diversos estudos efectuados sobre a temática 
da cristalização de sais em paredes, com vista a simplificar as futuras inspecções e 
diagnósticos a anomalias relacionadas com eflorescências. De acordo com Menezes et al. 
(2006),‎ “eflorescências‎ são‎ depósitos‎ salinos‎ que‎ se‎ formam‎ na‎ superfície de materiais 
cerâmicos,‎resultantes‎da‎migração‎e‎posterior‎evaporação‎de‎soluções‎aquosas‎salinizadas”. 
O estudo efectuado na dissertação tem por base a avaliação de eflorescências e compostos 
salinos presentes em fachadas rebocadas. Este tema foi tratado por outros investigadores 
nacionais dos quais se salienta Flores-Colen (2009) e Gonçalves (2007a). 
No âmbito da dissertação, são utilizadas várias técnicas de diagnóstico tais como: 
 análises sensoriais, que permitem fazer uma primeira análise das eflorescências, 
despistando sempre que possível algumas das causas para a ocorrência deste tipo de 
fenómenos; a técnica sensorial terá um melhor desempenho à medida que a 
experiência do inspector aumenta; 
 análises in-situ expeditas, através de um kit de campo e das fitas colorimétricas; o kit 
de campo é utilizado como uma forma expedita, com valores quantitativos para os 
vários tipos de iões que se pretende analisar; as fitas colorimétricas permitem a 
avaliação semi-quantitativa que fornece as concentrações das soluções iónicas 
através de escalas de concentração; ambas as técnicas apresentam os resultados 
obtidos em mg/l, que posteriormente são transformados em mg/kg, de acordo com 
Flores-Colen (2009); estas técnicas necessitam da recolha de amostras in-situ em 
pequenas quantidades (até 2 g); 
 análises de compostos salinos em laboratório; as técnicas laboratoriais utilizadas 
neste estudo são a difracção de raios X, espectrometria de fluorescência de raios X e 
a análise de espectroscopia de absorção de raios infravermelhos; são técnicas com 
maior grau de fiabilidade, mas ao mesmo tempo mais dispendiosas. 
1.2. Objectivos e metodologia de investigação 
O presente estudo tem como objectivo principal avaliar a presença de sais em paredes. 
Paralelamente, pretende-se conhecer e aplicar de forma aprofundada as diferentes técnicas de 
avaliação de eflorescências. É definida uma metodologia de diagnóstico, que é aplicada aos 
vários casos de estudo de modo a avaliar / validar as potencialidades das técnicas aplicadas a 
Caracterização in-situ de eflorescências e de outros compostos salinos em paramentos 
3 
 
vários compostos salinos em paredes. A interacção entre as diferentes técnicas aplicadas 
durante a dissertação pode melhorar de forma substancial a avaliação feita a paredes sujeitas 
à acção de sais. 
Como objectivo final, pretende-se associar aos diferentes tipos de eflorescências as 
respectivas causas, de modo a normalizar estas situações, tornando práticas e eficazes as 
metodologias de inspecção e de reabilitação. No final de cada caso de estudo, é proposta uma 
forma de intervenção face às origens das anomalias estudadas. Através destas propostas, 
pretende-se eliminar de forma permanente, sempre que possível a raiz das anomalias. 
O trabalho de investigação que resultou na presente dissertação foi precedido de uma ampla 
pesquisa bibliográfica. Deste modo, pretendeu-se adquirir um conhecimento global sobre o 
tema e ganhar sensibilidade para a avaliação dos resultados obtidos na campanha 
experimental. 
Seguiu-se a redacção dos capítulos do estado da arte com base na pesquisa bibliográfica 
realizada anteriormente. 
Foi elaborada a planificação da campanha experimental, tendo em conta, a escolha de casos 
de estudo com características distintas. 
De seguida, foi dado início à campanha experimental que numa primeira fase passou pela 
avaliação dos casos de estudo, no próprio local e pela recolha de amostras, que 
posteriormente foram analisadas no laboratório de construção do DECivil / IST sendo também 
realizada uma análise complementar às amostras no LAMPIST. 
No decorrer da campanha experimental foi também realizado o tratamento, análise e discussão 
dos resultados obtidos dos diversos casos de estudo. 
Por último, foi efectuada a redacção dos capítulos de análise de resultados, as conclusões e o 
capítulo introdutório da dissertação, procurando-se sintetizar todas as informações e dados 
adquiridos ao longo da campanha, de forma clara e objectiva. 
1.3. Estrutura e organização do texto 
A dissertação encontra-se dividida em seis capítulos. 
Inicialmente, são tecidas considerações sobre o tema abordado e explicitada a importância do 
mesmo, é feita um enquadramento da temática a desenvolver, assim como traçados os 
objectivos a atingir. No final de cada capítulo, é feita uma breve descrição da estrutura e 
organização do texto. 
Capítulo 1 - Introdução 
4 
 
O segundo capítulo trata o estado da arte e descreve as características da problemática de 
eflorescências, com base em diferentes autores. São também explicados os mecanismos 
fundamentais do aparecimento de eflorescências, assim como são exemplificadas as principais 
consequências deste fenómeno. Neste capítulo, são ainda enumeradas algumas das formas 
para a prevenção da ocorrência de eflorescência. Este capítulo tem como objectivo explicar e 
esclarecer conteúdos relativos à temática abordada. 
O terceiro capítulo caracteriza as técnicas de diagnóstico de eflorescências utilizadas ao longo 
de todo o trabalho experimental, assim como outras técnicas que se considere relevantes e 
úteis para a caracterização de compostos salinos. É dada uma importância relevante às 
análises sensoriais, por se tratar de técnicas de utilização prática, podendo em alguns casos 
contribuir para a caracterização de eflorescências. As técnicas de análise in-situ e em 
laboratório são também utilizadas e descritas ao longo do capítulo. 
No quarto capítulo, é descrita e desenvolvida a metodologia do trabalho de campo proposta, 
com a apresentação dos casos em estudo, assim como exposta e analisada a ficha de 
inspecção proposta. É apresentada e descrita a forma de verificaçãoproposta com o intuito de 
validar a fiabilidade das fitas colorimétricas e do kit de campo utilizados no processo de 
avaliação de sais. 
No quinto capítulo, são apresentados e discutidos os resultados obtidos pelos vários métodos 
utilizados na análise dos casos de estudo É feita uma comparação e interacção entre os 
resultados obtidos através das diferentes técnicas utilizadas, assim como analisados os 
parâmetros que podem afectar a avaliação das técnicas utilizadas. 
No decorrer deste capítulo, são também apresentados os resultados do controlo de fiabilidade 
das fitas colorimétricas e do kit de campo. Neste capítulo, é ainda proposta uma forma de 
intervenção para caso de estudo. 
As considerações finais acerca da temática abordada são mencionadas no sexto capítulo e 
visam estabelecer a sistematização de toda a informação recolhida anteriormente. São 
apresentadas as conclusões finais e possíveis desenvolvimentos futuros. 
Por fim, enumeram-se as referências bibliográficas que serviram de base ao desenvolvimento 
do estudo exposto. 
Apresenta-se, em anexo, alguma informação complementar que se considere relevante, tal 
como procedimentos experimentais para o kit de campo e as fitas colorimétricas. No anexo III, 
são descritos os principais passos para a formulação das soluções padrão com concentrações 
conhecidas para os iões cloreto, nitrato e sulfato. O anexo IV é referente a uma ficha de 
inspecção devidamente preenchida relativa a um caso de estudo, sendo nos anexos V, VI e VII 
apresentados um relatório tipo da análise DRX e gráficos das análises EFRX e FTIR, 
respectivamente. 
Caracterização in-situ de eflorescências e de outros compostos salinos em paramentos 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Caracterização das eflorescências e da 
sua origem 
2.1. Considerações gerais 
O fenómeno da cristalização de sais, denominado eflorescências, é observado há séculos, tal 
como indica Charola (2005), citando Heródoto (484-425‎AC),‎História,‎ Livro‎ II‎ “Observei‎ (…)‎
que o sal saía do solo em tal quantidade que‎até‎danificava‎as‎pirâmides”.‎Esta frase retrata a 
elevada gravidade que os sais podem ter nas construções, em particular nas mais antigas que 
na maioria das vezes são constituídas por materiais muito porosos e permeáveis. 
A presença de sais pode afectar os diversos tipos de materiais presentes nas construções. O 
estudo feito por Jungingere e Medeiros (2001) relata a problemática das eflorescências sobre o 
vidrado de placas cerâmicas (Figura ‎2.1). Outro estudo efectuado por Sabbatini et al. (2006) 
refere a formação de eflorescências em placas cerâmicas (Figura ‎2.2). 
 
Figura ‎2.1 - Eflorescências na superfície de 
azulejos (Junginger e Medeiros, 2001) 
Figura ‎2.2 - Eflorescências na superfície da placa 
cerâmica e nas juntas (Sabbatini et al., 2006) 
Capítulo 2 - Caracterização das eflorescências e sua origem 
6 
 
O estudo efectuado por Cavalcante et al. (2008) reflecte a problemática das eflorescências em 
pinturas rupestres e a forma como aquelas podem afectar a sua integridade (Figura 2.3). 
Woolfitt (2008) refere que os sais cristalizam e deste modo degradam as esculturas históricas. 
Os problemas neste tipo de esculturas podem ser a nível da imagem, apresentando manchas, 
mas também ao nível da integridade das próprias com o destacamento das partes constituintes 
(Figura 2.4). 
 
Figura ‎2.3 - Eflorescências em pinturas rupestres 
(Cavalcante et al., 2008) 
Figura ‎2.4 - Escultura afectada pela cristalização 
de sais (Woolfitt, 2008) 
As eflorescências podem também aparecer em pinturas murais, provocando elevados danos, 
uma vez que a sua limpeza é bastante complicada. Um estudo realizado por Lama et al. (2007) 
relata esta problemática, apresentando métodos de diagnóstico para avaliar a presença de sais 
em pinturas murais (Figura 2.5). 
 
Figura ‎2.5 - Eflorescência em pintura ou fresco (Lama et al., 2007) 
A presença de sais muitas vezes não é detectável, já que estes compostos se encontram numa 
fase inactiva durante um longo período de tempo, apesar de uma pequena mudança de 
condições ambientais leva à cristalização dos mesmos e provoca sérias mudanças no material 
onde se encontram. 
Caracterização in-situ de eflorescências e de outros compostos salinos em paramentos 
7 
 
A existência de sais pode degradar as superfícies a nível microscópico. Esta acção poderá 
durar décadas, ou mesmo séculos, até que as modificações a nível visual sejam significativas, 
podendo esta alteração, ser confundida com a degradação natural dos materiais (Woolfitt, 
2008). 
Para que o fenómeno de eflorescências possa ocorrer, é necessária a presença de certos 
factores intervenientes (Edra, 2008), (Gonçalves, 2007a), (Cardeira, 2010): 
- uma fonte de contaminação de sais solúveis; 
- presença de água ou humidade nas condições necessárias; 
- a porosidade do material onde se vai dar a cristalização e a distribuição do tamanho dos 
poros. 
Este capítulo tem como objectivos compreender de forma sucinta o que são eflorescências, a 
razão para o seu aparecimento, como se manifestam, as implicações que têm no normal 
funcionamento de certos elementos construtivos, as suas principais consequências, algumas 
propostas de modo a evitar o seu aparecimento e sua gravidade, o qual depende de vários 
factores. 
2.2. Caracterização de eflorescências 
As eflorescências são depósitos de sais à superfície de paredes ou qualquer outro elemento 
causado pela evaporação de água, provocando deste modo a cristalização dos sais. Este 
fenómeno é chamado muitas vezes de “salitre” (Flores-Colen, 2009), (Cardeira, 2010). 
Quando a cristalização ocorre no interior dos elementos (nos poros), este fenómeno é 
denominado de criptoflorescências (Gonçalves, 2003). 
Arnold e Kueng (1985) diferenciam três tipos de eflorescências conforme a sua forma: 
- eflorescências de cristais pontiagudos que são constituídas por cristais individuais erectos, 
prismáticos ou aciculares (em forma de agulhas) (Figura ‎2.6 e 2.7), e apresentam um número 
reduzido de cristais isométricos. Os cristais aciculares são direitos e apresentam uma 
espessura de alguns mícrons. O seu comprimento varia entre 1000 μm (< 1 mm) e 10000 μm 
(> 1 cm). Por outro lado, os cristais colunares apresentam espessura próxima de 10 μm e 
comprimento até 10000 μm. Os cristais são muitas vezes encurvados, distorcidos ou mesmo 
espiralados, exibindo, no entanto, sempre a mesma orientação cristalográfica ao longo de todo 
o grão. Este tipo de eflorescência encontra-se pouco solidificado com o substrato numa 
primeira fase, fortalecendo-se essa ligação ao longo do tempo, e pode também apresentar 
brilho; 
Capítulo 2 - Caracterização das eflorescências e sua origem 
8 
 
 
Figura ‎2.6 - Agregado radial de cristais aciculares 
de trona (Cardoso, 2008) 
Figura ‎2.7 - Cristal prismático subédrico de fosfato 
de cálcio (Cardoso, 2008) 
- eflorescências‎ fofas‎ denominadas‎ “fluffy”‎ que são facilmente removidas uma vez que são 
constituídas por finos pêlos ou fibras e muitas vezes apresentam um elevado volume numa 
fase hidratada. Os cristais são aciculares e normalmente só produzem um efeito estético 
desagradável, não degradando o substrato a que se encontram ligados (Figura ‎2.8); 
 
Figura ‎2.8 - Eflorescência‎“fluffy”‎(Gonçalves,‎2007b) 
- eflorescências pulverulentas que formam agregados pouco coesos com o substrato e 
apresentam grãos muito finos Este tipo de eflorescências normalmente deriva de outro em 
fases hidratadas, em que os cristais diminuem de volume devido a desidratação destes 
(Figura ‎2.9). 
Existem certos factores intrínsecos à ocorrência de eflorescências, entre os quais osmais 
influentes são a humidade relativa de equilíbrio (HReq) e a solubilidade que os sais apresentam. 
A temperatura também influencia o processo de cristalização. A conjugação destes factores 
determina a facilidade de ocorrência de eflorescências (Gonçalves, 2007a). Pelo contrário, 
quando um conjunto de cristais se encontra na presença de uma humidade relativa do 
ambiente superior à humidade de equilíbrio, os sais vão ter tendência a absorver água, 
Caracterização in-situ de eflorescências e de outros compostos salinos em paramentos 
9 
 
dissolvem-se e formam uma solução salina (Gonçalves, 2007). 
 
Figura ‎2.9 - Eflorescência pulverulenta (Cardoso, 2008) 
A humidade relativa de equilíbrio (HReq) de uma solução salina constituída por vários sais não 
surge geralmente como um valor único, mas como uma gama de valores, uma vez que 
necessariamente os diferentes sais têm diferentes valores de HReq. Os valores limite da HReq 
da solução não estão necessariamente enquadrados entre os valores da HReq dos diferentes 
sais que constituem a solução (Charola, 2000). 
Os diversos sais apresentam humidades relativas de equilíbrio diferentes pelo que em 
condições semelhantes nem todos vão cristalizar (Gonçalves, 2007). Este facto deve-se a 
possuírem HReq diferentes à mesma temperatura. No caso dos nitratos e cloretos de cálcio e 
magnésio, estes só poderão cristalizar em casos particulares em que exista uma HR 
relativamente baixa, pois têm uma HReq de aproximadamente 53%, a 20 ºC. No entanto a 
maioria dos sais apresenta HReq entre 75 e 96%, para 20 ºC, descendo cerca de 2% para 30 
ºC, e subindo cerca de 2% para 10 ºC (Arnold e Zehnder, 1987). 
De uma forma simples, pode-se dizer que a solubilidade é a capacidade que o sal tem de se 
dissolver num solvente e é expressa quantitativamente como a quantidade máxima de sal que 
consegue ser dissolvida a uma certa temperatura. 
Quando uma solução se encontra na presença de humidade relativa inferior à sua, tem 
tendência a expelir a água, evaporando-se, tornando-se cada vez mais concentrada, até 
chegar a um ponto de equilíbrio e de formação de cristais. 
O processo de cristalização é constituído por duas fases distintas: a nucleação e o crescimento 
dos cristais. 
- a nucleação corresponde a uma fase em que as moléculas que vão originar o sal e estão 
dispersas no solvente se juntam formando aglomerados. Estes necessitam de atingir um certo 
Capítulo 2 - Caracterização das eflorescências e sua origem 
10 
 
tamanho, dependendo de vários factores, como a temperatura e humidade. Se esse tamanho 
não for atingido, os núcleos voltam à forma original e ficam dissolvidos no solvente; 
- numa fase distinta da anterior, o crescimento de cristais, não é mais do que o aumento de 
tamanho do aglomerado formado na nucleação, até este atingir o tamanho de um cristal. Esta 
fase surge muitas vezes em simultâneo com a anterior. 
Os Quadros 2.1 e 2.2 apresentam algumas características de sais. 
Quadro ‎2.1 - Eflorescências - Composição, nome, solubilidade em água e fonte de contaminação 
Bianchin (1999) citando Uemoto (1984) e [w1] 
 
 
Tipo Composição Nome Solubilidade Fonte provável Foto 
Cloretos 
NaCl 
Cloreto de 
sódio ou halite 
Muito solúvel 
Água do mar ou 
produtos de salga 
 
CaCl2.n(H2O) 
Cloreto de 
cálcio ou 
sinjarite 
Muito solúvel 
Se for usado 
anticongelante na 
formulação de betão ou 
argamassas 
MgCl2.n(H2O) 
Cloreto de 
magnésio ou 
biscovite 
Muito solúvel 
Se a água do mar é 
usada como água de 
mistura 
 
KCl 
Cloreto de 
potássio ou 
silvite 
Muito solúvel 
A partir de sais de 
descongelamento 
 
Nitratos 
Ca(NO3)2(H2O) Nitrato de cálcio 
Parcialmente 
solúvel 
Reacção das 
substâncias orgânicas 
do N com o Ca 
2+
 
 
Mg(NO3)2. 
6(H2O) 
Nitrato de 
magnésio 
Muito solúvel 
Reacção do nitrato com 
o magnésio 
 
KNO3 
Nitrato de 
potássio 
Solúvel 
Esgotos, excrementos 
de animais e fertilizantes 
 
Caracterização in-situ de eflorescências e de outros compostos salinos em paramentos 
11 
 
Quadro ‎2.2 - Eflorescências - Composição, nome, solubilidade em água e fonte de contaminação 
Bianchin (1999) citando Uemoto (1984) e [w1], continuação 
Tipo Composição Nome Solubilidade Fonte provável Foto 
Sulfatos 
MgSO4.n(H2O) 
Sulfato de 
magnésio ou 
meridianiite 
Solúvel 
Se a água do mar é 
usada como água de 
mistura 
 
CaSO42(H2O) 
Sulfato de 
cálcio 
dihidratado ou 
anidrite 
Parcialmente 
solúvel 
Sulfatos alcalinos que 
reagem com a cal ou 
com o ar 
 
Na2SO4.10(H2O) 
Sulfato de sódio 
hidratado ou 
mirabilite 
Muito solúvel 
Proveniente do cimento, 
cal hidráulica, tijolos ou 
água de amassadura 
 
Na2SO4 
Sulfato de sódio 
ou 
tenardite 
Muito solúvel 
Proveniente do cimento, 
cal hidráulica, tijolos ou 
água de amassadura 
 
K2 Ca [SO4]2 . 
2H2O 
Sulfato de 
cálcio e 
potássio ou 
singenite 
Muito solúvel 
Proveniente do cimento 
utilizado na formulação 
da argamassa 
 
K2Ca2Mg(SO4)4·
2(H2O) 
Sulfato de 
potássio e 
cálcio e 
magnésio ou 
polialite 
Muito solúvel 
O sulfato proveniente do 
cimento dissolve-se e 
agrega-se a outros 
compostos 
K3 Na (SO4)2 
Sulfato de 
potássio e sódio 
ou aftitalite 
Muito solúvel 
O sulfato proveniente do 
cimento dissolve-se e 
agrega-se a outros 
compostos 
Carbonatos 
CaCO3 
Carbonato de 
cálcio ou 
vaterite 
Pouco solúvel 
Ca(OH)2 que reage com 
o CO2 atmosférico 
 
CaMg(CO3)2 Dolomite Pouco solúvel 
Carbonatação do 
hidróxido de cálcio do 
cimento 
 
Hidróxido Ca(OH)2 
Hidróxido de 
cálcio ou 
portlandite 
Solúvel Lixiviação do betão 
 
Capítulo 2 - Caracterização das eflorescências e sua origem 
12 
 
2.3. Mecanismos de aparecimento de eflorescências 
Os sais podem ser divididos em dois grandes grupos, sais solúveis (eflorescências, 
criptoflorescências) e não solúveis (manchas carbonatadas). 
- no grupo dos sais solúveis, os mais comuns são constituídos por iões cloretos, sulfatos e 
nitratos. Cada um destes sais tem normalmente diversas origens sendo possível em alguns 
casos relacionar o ião presente com a causa de aparecimento das eflorescências; 
- as eflorescências e criptoflorescências são depósitos cristalinos, normalmente de cor branca, 
pouco aderentes que se formam na superfície do revestimento ou no interior, normalmente 
originadas por migração e evaporação da água (Flores-Colen, 2009), (Rodrigues e Gonçalves, 
2005). 
- as manchas carbonatadas são a presença de incrustações de cor branca, à superfície de sais 
de carbonato de cálcio insolúveis em água, resultante do hidróxido de cálcio provenientes do 
cimento. Com a exposição ao dióxido de carbono atmosférico, forma-se um composto insolúvel, 
tornando difícil a sua remoção (Flores-Colen et al., 2005), (Carballo et al., 2005); 
- outro dos sais não solúveis tem origem na sílica (SiO2), presente em agregados que, reagindo 
com a água, provoca um sal de branco (H2SiO3) (Silveira et al., 2002). 
Alguns autores não fazem a distinção entre estes dois grupos de sais, englobando os sais 
solúveis e os não solúveis, embora tenham algumas características diferentes, como o 
mecanismo de formação e as técnicas de limpeza e remoção. 
No fluxograma da Figura ‎2.10, apresenta-se um esquema simples, exemplificando o 
mecanismo de actuação dos sais, adaptado de Gonçalves (2007a). 
A ascensão por capilaridade de águas provenientes de solos é uma das principais causas para 
a formação de eflorescências;nesta situação, a contaminação com iões nitrato poderá ocorrer 
devido à presença de fossas perto do local da construção. Existe também a possibilidade de 
contaminação de paredes em parte ou na totalidade enterradas no solo, em que o nível freático 
se encontra mais elevado. Caso não exista uma adequada protecção, pode ocorrer a absorção 
de água, transportando consigo iões dissolvidos entre outras substâncias nefastas (Freitas, 
1992). 
Outra causa que leva à formação de eflorescências ocorre em resultado de partículas 
transportadas através do ar. Junto à faixa costeira, a brisa marítima criada forma uma 
atmosfera que afecta as construções, mesmo que se encontrem mais afastadas da costa 
(Flores-Colen, 2009). A brisa marítima contaminada com iões cloreto vai depositar-se nas 
fachadas, contaminando as paredes com este tipo de iões. As partículas resultantes da 
Caracterização in-situ de eflorescências e de outros compostos salinos em paramentos 
13 
 
poluição atmosférica têm uma acção nefasta sobre as fachadas, depositam-se e, com a 
evaporação das partículas de água, originam fenómenos de eflorescências. 
Os materiais de construção, por vezes, encontram-se contaminados por razões diversas 
(Silveira et al., 2002): 
- a areia que forma a argamassa pode não ser convenientemente lavada; esta situação é mais 
relevante quando se utiliza areias marinhas; 
- os tijolos constituintes das alvenarias, quando expostos aos agentes atmosféricos durante um 
período de tempo; 
 
 Figura ‎2.10 - Fluxograma do mecanismo de degradação de sais, adaptado de Gonçalves (2007a) 
Água Sais solúveis 
Materiais 
de 
construção 
porosos 
Condições 
ambientais 
Factores predisponentes 
- necessária a presença 
simultânea dos dois 
componentes 
 
Factores físicos 
- características que influenciam 
o processo de decadência 
Factores coadjuvantes 
- condições da ocorrência de 
danos 
- influência de processos de 
decadência 
Causa Criptoflorescências Eflorescências 
Degradação 
de sais 
Indício
s 
Anomalia
s 
Padrões de decadência: 
- eflorescências 
- coloração 
- humidade 
- pulverização 
- descasque, entre outras 
Más condições de 
salubridade, danos 
estéticos, perda de material 
histórico, redução da 
resistência mecânica dos 
materiais e elementos 
construtivos 
 
Capítulo 2 - Caracterização das eflorescências e sua origem 
14 
 
- tijolos com nódulos de calcário ou elevado teor de sais; 
- areias com partículas argilosas, salitrosas ou ferruginosas; 
- quando os materiais utilizados em alvenaria estão contaminados por agentes biológicos, 
nomeadamente dejectos de animais, esta contaminação gera eflorescências, em que os 
nitratos são os principais iões constituintes dos sais que cristalizam; 
- o aparecimento de eflorescências também pode ser originado por infiltrações em coberturas 
no caso de terraços, ou em coberturas inclinadas com os diferentes tipos de revestimento 
(telha cerâmica ou qualquer tipo de chapas de revestimento); 
- casos pontuais, como rupturas em tubagens, também fomentam o aparecimento de 
eflorescências; 
- a utilização de pigmentos de terra natural na pintura tradicional pode também influenciar o 
mecanismo de formação de eflorescências, em especial na pintura a fresco. 
2.4. Influência de sais solúveis na secagem dos materiais 
Sendo a humidade um factor intrínseco à presença de eflorescências, o estudo da influência de 
sais na secagem dos materiais onde se depositam é um tema de elevada importância. 
Segundo Perez (1988), existem diversas formas de manifestação de humidade conforme a 
Figura ‎2.11. 
 
Figura ‎2.11 - Representação esquemática da humidade no interior das paredes devido a várias causas 
(Posser, 2004, citando Kunzel, 1995) 
Caracterização in-situ de eflorescências e de outros compostos salinos em paramentos 
15 
 
- humidades de obra - proveniente dos trabalhos na construção de edifícios; 
- humidade de infiltração - originada da água da chuva, que é absorvida pelos elementos 
construtivos dos edifícios; 
- humidade por condensação - proveniente do vapor da água que se forma em certas divisórias 
dos edifícios; esta humidade condensa-se na superfície dos elementos mais frios; 
- humidade acidental - devido a rupturas em canalizações e a outros acidentes; 
- humidade ascensional - devido à absorção de água existente no solo pela parede. 
De acordo com Henriques (2007), o processo normal de secagem dos materiais de construção 
tem três etapas distintas: a primeira em que a água superficial evapora rapidamente, a 
segunda que é mais lenta quando a água dos poros maiores é evaporada e por último, a 
terceira que acontece quando a água evapora dos poros com pequenos diâmetros; esta última 
pode ocorrer durante vários anos. 
Segundo Gonçalves et al. (2009), a presença de sais solúveis provoca um aumento no tempo 
de secagem dos materiais contaminados. Este facto pode ser explicado pois, ao cristalizar, os 
sais vão ficar alojados nos poros, dificultando assim a troca de humidade entre o material e o 
meio ambiente. 
No caso de existir ascensão capilar em alvenarias, o facto de existir uma contaminação com 
sais vai provocar uma secagem mais lenta e um aumento de altura na ascensão capilar. Este 
facto pode agravar problemas relacionados com a humidade em alvenarias (Figura ‎2.12) 
(Cardeira, 2010). 
 
Figura ‎2.12 - Modelo que relaciona a presença de água ou de uma solução salina com a ascensão capilar 
em paredes: a preto parede seca; a azul água no esquema à esquerda e solução salina no esquema à 
direita (Gonçalves, 2007b) 
Capítulo 2 - Caracterização das eflorescências e sua origem 
16 
 
Os sais cristalizam na frente húmida. Quando se dá a 1ª fase de secagem, o sal cristaliza à 
superfície provocando eflorescências. A frente de secagem está na superfície do material 
(Figura ‎2.13). Por outro lado, se a frente húmida recuar, está-se na presença da 2ª fase de 
secagem formando-se assim criptoflorescências (Figura ‎2.14) (Gonçalves, 2007b). 
As criptoflorescências cristalizam no interior do material, formando camadas de cristais. 
Quando os paramentos se encontram em fase de secagem, retêm alguma da humidade, 
dificultando deste modo a secagem do material. A presença prolongada de humidade nos 
rebocos leva muitas vezes a uma degradação antecipada deste revestimento. 
 
Figura ‎2.13 - Cristalização na 1ª fase de secagem 
provocando eflorescências (Gonçalves 2007b) 
Figura ‎2.14 - Cristalização na 2ª fase de secagem 
provocando criptoflorescências (Gonçalves 2007b) 
2.5. Consequências das eflorescências 
Os efeitos e consequências resultantes da cristalização de sais devem ser divididos em dois 
tipos, os causados por eflorescências e os devidos a criptoflorescências: 
- as eflorescências originam normalmente problemas estéticos, como a formação de manchas, 
geralmente de cor esbranquiçada (Figura ‎2.15), flocos cristalinos de aspecto pulverulento ou 
películas de aspecto vítreo (Silveira et al., 2002); outro dos possíveis problemas ligado à 
formação de eflorescências é a humidade na superfície das paredes, que por sua vez provoca 
a diminuição das condições de habitabilidade ou funcionalidade, conforme os casos; 
- as criptoflorescências têm normalmente um efeito mais gravoso, podem estar presentes de 
uma forma passiva, durante um grande período de tempo, até que existam as condições 
necessárias para que comecem a actuar e a degradar os paramentos onde se encontram; a 
deterioração é produzida quando as tensões internas ultrapassam a resistência à tracção do 
material; este é um processo cíclico que provoca a fadiga dos materiais e o progressivo

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